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Osteoartrite A Osteoartrite é uma doença degenerativa que acomete as articulações sinoviais (geralmente, no joelho) e o osso subcondral, caracterizada clinicamente por dor em aperto desencadeada pelo próprio peso ou movimento do paciente, bem como pode também ser noturna. Há uma rigidez articular desencadeada pelo repouso e que dura menos do que 30 minutos. Também, há uma limitação funcional que causa ao paciente medo de deambular. É a reumatopatia mais frequente e ela pode ser primária (idiopática) ou secundária. A Osteoartrite (AO) é a artropatia mais comum em adultos. A doença acomete mais mulheres do que homens, e a incidência aumenta muito na quinta e na sexta décadas de vida. A OA tem início insidioso, progride lentamente e, por fim, pode levar a quedas recorrentes, incapacidade de viver com independência e significativa morbidade. A fisiopatologia explica que há um desequilíbrio: a matriz cartilaginosa (composta por: colágeno II, ácido hialurônico, proteoglicanos e metaloproteinases) é muito mais degradada do que produzida, pois os condrócitos tentam compensar o dano, mas são insuficientes. SINTOMAS DA OSTEOARTRITE A Osteoartrite (OA) é o resultado de eventos mecânicos e biológicos que desestabilizam o processo normal de degradação e síntese dos condrócitos da cartilagem articular, da matriz extracelular e do osso subcondral. A afecção induz à perda de cartilagem, esclerose e endurecimento do osso subcondral, osteófitos e cistos subcondrais. Os pacientes com OA frequentemente têm rigidez articular, que ocorre com a movimentação ou com períodos de inatividade (“fenômeno gel”), com duração menor do que 15 a 30 minutos. Isso contrasta com a rigidez matinal dos pacientes com artrite inflamatória, como artrite reumatoide (AR), que normalmente dura de 1 a 2 horas e frequentemente necessita de aquecimento, como imersão em banheira quente, para melhorar. No início da doença, não há achados óbvios. Pode haver alguma crepitação (som de velcro) na articulação e, ao contrário da artrite inflamatória, quase sempre o edema está ausente ou é mínimo (exceto na doença muito avançada). Mais tarde, podem ocorrer proeminências ósseas, especialmente nas articulações IFDs/IFPs. CLÍNICA: • >50 anos e em mulheres; • Inicio gradativo; • Dores articulares geralmente pioram com atividades físicas e levantamento de peso; • Dor na articulação não aparece em período de repouso ou à noite; (dor à noite pode ser um alerta para uma etiologia diferente ou gravidade); • Rigidez matinal por <30 minutos; • Normalmente, não se apresenta de forma simétrica; • Inchaço na articulação ou dificuldades funcionais; • Pode ser mono ou poliarticular; • Locais mais comuns são: 1º CMP, IFP e IFD, coluna vertebral, joelho e coxofemorais; • Deformidades ósseas; • Sem achados sistêmicos; • Amplitude de movimentos limitada (amplitude de movimento articular ativa como a passiva). SINTOMAS DA ARTRITE REUMATOIDE • Sendo a idade média geralmente entre 50 e 55 anos; • História de dor bilateral e simétrica; • Poliarticular; • Inchaço das articulações pequenas das mãos e pés por >6 semanas; • Rigidez matinal que dura >1 hora; • Nódulos reumatoides sobre as superfícies extensoras dos tendões ou envolvimento da pele vasculítica, podem ser observadas, mas são menos comuns; • Deformidade de pescoço de cisne é observada em AR avançada (raro ultimamente devido ao tratamento); • Locais mais comuns: MCF, IFP, MTF, punhos, cotovelos, ombros e joelhos; • Achados sistêmicos: febre baixa, anorexia, emagrecimento, fadiga, adenomegalia. EXAMES: • Marcadores inflamatórios: PCR e VHS; • FATOR REUMATOIDE (FR): negativo; • ANTI-CCP: negativo; • RAIO X: neoformação óssea (osteófitos), estreitamento do espaço articular, esclerose subcondral e cistos; Os exames de laboratório em geral não são dignos de nota porque os marcadores inflamatórios, como VHS, creatinofosfoquinase (CPK) e leucocitose, são normais. Do mesmo modo, estudos autoimunes, como fator antinuclear (FAN), fator reumatoide e níveis de complemento também são normais. Se a articulação for puncionada, o exame do líquido sinovial também reflete a falta de inflamação: 2.000/ mm3 de leucócitos, 45 mg/dL < proteína, sem cristais e com glicose igual à do soro. A avaliação radiológica na OA pode mostrar osteófitos, que são o achado mais específico da doença, mas que podem não aparecer no início. Outras características observadas na radiografia são o estreitamento do espaço articular, a esclerose do osso subcondral e os cistos subcondrais ARTRITE REUMATOÍDE Exames Laboratoriais: • FATOR REUMATOIDE (FR) é positivo em cerca de 60% a 70% (mais altos os valores, pior o prognóstico). Estando negativo, não exclui diagnóstico. Pode estar positivo em outras condições, como sífilis e gravidez; • ANTI-CCP: são encontrados em cerca de 70% dos pacientes com AR. Podem ser positivos quando a FR for negativa e parecem ter um papel patogênico da AR; • Positividade para anti-CCP é um marcador prognóstico. • Velocidade de Hemossedimentação (VHS) ou os níveis de proteína-C-reativa (PCR) também são geralmente obtidos, pois refletem o nível de inflamação. Osteoartrite Artrite reumatoide TRATAMENTO OSTEOARTRITE O esquema terapêutico da Osteoartrite (OA) é principalmente sintomático (amenizar a dor), porém ela tem outros objetivos, como: melhorar a função articular do paciente, regenerar as lesões dos tecidos e o retardo da evolução da doença. Sendo assim, o tratamento para OA pode ser dividido em farmacológico, não farmacológico e cirúrgico, sendo o perfil clínico do paciente (gravidade do caso) definidor da proposta terapêutica que o médico vai escolher. Em relação ao tratamento não farmacológico, existem diversas opções, como: redução de peso, uso de bengalas, andadores, calçados apropriados e joelheiras, exercício físico, terapia ocupacional e entre outros métodos. No tocante ao tratamento medicamentoso, podem-se utilizar medicamentos clássicos, como analgésicos (paracetamol), anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) e corticoides intra-articulares, mas também novos e em estudo, como derivados do ácido hialurônico, colágeno UC II, sulfato de condroitina, colchicina, hidroxicloroquina e diacereína. Caso o tratamento farmacológico e o não farmacológico não forem efetivos, uma opção é o tratamento cirúrgico, podendo lançar mão de métodos, como: lavagem articular, debridamento artroscópico, remoção de osteófitos, próteses, artrodese e fenestração de osso subcondral. Caso clínico Identificação: Mulher de 60 anos, branca, aposentada. Trabalhava como escriturária no serviço público. Moradora de Rio Claro. Natural de Cercadinho de Minas, onde ficou até os 16 anos, trabalhando na roça. QP e duração: Inchaço nas juntas há 9 meses. HMA: Vem ao consultório médico queixando-se de aumento progressivo, gradual e indolor das articulações distais da mão esquerda durante um período de nove meses. Ela tem alguma rigidez quando datilografa, mas não no início da manhã. Relata dor no joelho direito, o qual ocasionalmente “trava” e dói após longas caminhadas. AMP: Paciente hipertensa, com varizes de MMII e passado de TVP em MIE. Faz uso de losartana 50 2 vpd, hidroclorotiazida 25 1 vpd, AAS 100 1 vpd AMF: Pais falecidos com histórico de hipertensão e cardiopatia. Mãe com histórico de artrite. Mais 2 irmãos, um obeso e diabético e outra irmã com manifestações de artrose dos joelhos. Hábitos de vida: Sedentária. Nega etilismo e tabagismo. Enquanto aposentada nos últimos 3 anos, vem se dedicando a trabalhos manuais. Exame Físico: Estado Geral: BEG Corada, hidratada, acianótica, afebril. Peso 112 kg . Altura 1,65 IMC: 41,14Kg/m² Pescoço: Questiona-se ligeiro aumento da tireoide. ACV: No momento do exame, a pressão arterial é de 130/85 mmHg, a frequência cardíaca é de 80 bpm. Bulhas rítmicas e hipofonéticas. Varizes de MMII. Discreto edema de MIE. AR: Expansibilidade pulmonar diminuída, Murmúrio vesicular diminuído, sem presença de ruídos adventícios. AGI: Abdome globoso em avental, indolor, sem visceromegalias aparentes. ALM: O exame mostra aumento indolor das articulações interfalangianas distais (IFDs) esquerdas, com discreta deformidade Presença de cifolordose. Joelho direito tem crepitação e discreta limitação de movimentos. Não há rubor nem edema. Discreta limitação da mobilidade e amplitude das articulações coxofemorais, com dolorimento a mobilização da coxofemoral D QUAIS HIPÓTESES DIAGNÓSTICAS PODEM SER LEVANTADAS? QUAIS EXAMES PODERIAM SER FEITOS PARA ELUCIDAR O DIAGNÓSTICO? QUAIS CONDUTAS PODERIAM SER ASSUMIDAS EM RELAÇÃO AO TRATAMENTO? DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS É fundamental a diferenciação da OA de outras doenças que podem ter quadro clínico semelhante. Dor periarticular não reproduzida com a movimentação passiva sugere bursite ou tendinite. Dor prolongada que dura mais que 1 hora aponta para artrite inflamatória. Inflamação intensa sugere uma das doenças microcristalinas (gota/pseudogota) ou artrite infecciosa. Sintomas gerais, como perda de peso, fadiga, febre, anorexia e mal-estar, indicam doença inflamatória subjacente, como polimialgia reumática, AR, lúpus eritematoso sistêmico ou tumor maligno e geralmente tornam necessária uma avaliação abrangente.
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