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Sociologia Clássica - MARTINEAU - Como observar a moral e bons costumes (1)

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Sociologia Clássica
MARTINEAU - Como observar a moral e bons costumes.
Seção I
1. Um químico dificilmente deixa de aprender algo ao juntar quaisquer substâncias sob
novas circunstâncias e ver o que surgirá da combinação, e algumas descobertas
importantes aconteceram dessa maneira na infância da ciência, embora ninguém
duvide que mais conhecimento possa ser adquirido pelo químico que tem um
objetivo em mente, e que conduz seu experimento embasado em algum princípio. Já
no caso da moral, esse último método é o único que permite resultados úteis. No
funcionamento do sistema social, grosso modo, todos os agentes são conhecidos —
todos são determinados. Não é sua natureza, mas as proporções em que elas são
combinadas, que devem ser verificadas. (Pg. 3)
A moral significa, na Filosofia, uma necessidade humana. Como os seres humanos vivem
em sociedades, é preciso que exista uma série de comportamentos para regular o convívio
entre eles.
Deste modo, a moral é o conjunto de valores que definem o que é certo e o que é errado,
adequado ou inadequado para um povo.
2. Por não resolver essa questão, um viajante deixa de enxergar verdadeiramente
qualquer coisa, porque o estado das coisas não é consistente com suas
especulações sobre como os seres humanos devem viver juntos; outro viajante vê o
todo com preconceito, porque não se encaixa no que ele estava acostumado a ver
em sua casa; todavia, cada um deles se retraiu com o reconhecimento de sua tolice,
se esta fosse totalmente exposta diante dele.
(I) Discriminação é um conceito mais amplo e dinâmico do que o preconceito. Ambos têm
agentes diversos: a discriminação pode ser provocada por indivíduos e por instituições e o
preconceito, só pelo indivíduo. A discriminação possibilita que o enfoque seja do agente
discriminador para o objeto da discriminação. Enquanto o preconceito é avaliado sob o ponto de
vista do portador, a discriminação pode ser analisada sob a ótica do receptor.
(II) O olhar filosófico é uma forma de observar a realidade que procura pensar os
acontecimentos além da sua aparência imediata. Ela pode se voltar para qualquer objeto:
pode pensar sobre a ciência, seus valores e seus métodos; pode pensar sobre a religião, a
arte; o próprio homem, em sua vida cotidiana
“Quanto mais esclarecido é o indivíduo, mais esclarecida é a sociedade”, dizia o filósofo
alemão Theodor Adorno (1903-1969).
Seção II
1. Quando era criança, provavelmente lhe foi ensinado que olhos, ouvidos e
compreensão são suficientes para se obter o máximo de conhecimento que o tempo
lhe permitirá adquirir, mas sua autoeducação terá sido pobre, caso não tenha se
convencido de que algo mais é necessário.
A família consiste em uma instituição social na qual é influenciada e influenciável por
grupos, pessoas e instituições, a qual é responsável por ações que despertam cuidado,
proteção e incentiva no desenvolvimento e socialização dos membros que a compõe, diante
da transmissão dos valores, aspectos sociais, afetivos e físicos.
Esse tipo de socialização é chamado de “socialização primária”, a qual é de
responsabilidade da família, pois é no âmbito familiar que a criança entende a importância
da afetividade e diferentes maneiras de se relacionar dentro da sociedade.
Seção III
1. O observador que parte com uma crença mais filosófica, não apenas escapa da
aflição de enxergar pecado onde quer que haja diferença, como também evita o
sofrimento gerado pelo desprezo e alienação de sua espécie, estando, pelo
contrário, preparado para o que testemunha, e ciente das causas, livre da agitação
de ficar chocado e alarmado, preserva sua calma, sua esperança, sua simpatia, e,
portanto, está muito mais preparado para perceber, entender e relatar a moral e os
costumes das pessoas que visita.
Em um sentido amplo, neutralidade implica em um modo de lidar com a política que
desconsidera a influência de intuições morais, como se estas fossem puramente
emocionais e não capazes de garantir uma sociedade que seja igual, inclusiva e justa.
2. Existem impedimentos da ignorância, e erro consequente, egoísmo, e paixão: os
homens mais infantis confundem os meios da felicidade humana, e os mais sábios
têm apenas uma percepção fraca e flutuante deles, mas todos os homens mantêm
uma convicção comum, que o que faz as pessoas felizes é o bom e o certo, e que o
que as torna infelizes é o mal e o errado. Essa convicção está no fundo de práticas
que carregam consigo a maior inconsistência.
Universalizar aqui significa ser praticada por toda e qualquer pessoal, em qualquer tempo
ou lugar. Assim, se uma ação pode ser universalizada, pode ser considerada correta. Por
outro lado, se essa ação não pode ser universalizada, então ela deve ser considerada
incorreta.
Não há qualquer juiz ou padrão de racionalidade imparcial e superior capaz de determinar o
que é certo e o que é errado. Assim, o que é certo e o que é errado é relativo a cada
indivíduo. A noção de certo está nos hábitos da população. Não provém de origem
independente dos hábitos que possa julgá-la.
Relativismo é uma corrente de pensamento que questiona as verdades universais do
homem, tornando o conhecimento subjetivo. O ato de relativizar é levar em consideração
questões cognitivas, morais e culturais sobre o que se considera verdade.

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