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Endereço da página:
https://novaescola.org.br/conteudo/36/esquemas-de-
acao-de-piaget
Publicado em NOVA ESCOLA 01 de Fevereiro | 2011
Pensadores de Educação
Esquemas de ação de
Piaget
Com o conceito de esquemas de ação, Jean Piaget
mostrou como as ações dos indivíduos sobre o meio são o
motor da aquisição de conhecimento
Elisângela Fernandes
A inteligência em três tempos
O bebê explora, põe tudo na boca, descobre novos objetos. A menina brinca
de casinha, o menino representa uma corrida com seus carrinhos de
brinquedo. Um pouco mais tarde, ambos voltam a atenção às regras de
conduta e moralidade. Já o adolescente, mais reflexivo, é capaz de construir
argumentos para rebater os dos pais e planejar o próprio futuro. São formas
diferentes de interagir com o mundo, que vão se tornando mais complexas à
medida que o indivíduo cresce. Na obra de Jean Piaget (1896-1980), esses
mecanismos recebem o nome de esquemas de ação e são considerados o
motor do conhecimento. 
https://novaescola.org.br/conteudo/36/esquemas-de-acao-de-piaget
Há inúmeras possibilidades de esquemas de ação (leia um resumo do
conceito no final da matéria). Mamar, sugar, puxar e prender são esquemas
comuns no desenvolvimento da inteligência sensório-motora (em média, até
2 anos de idade). Imitar, representar e classificar é típico da inteligência pré-
operatória (aproximadamente de 3 a 7 anos), assim como ordenar, relacionar
e abstrair caracteriza o período operatório-concreto (de 8 a 11 anos). Já
argumentar, deduzir e inferir aparece na estruturação da inteligência
operatória formal (a partir dos 12 anos). É com base nesses esquemas que as
pessoas constroem as estruturas mentais que possibilitam o aprendizado
(leia um trecho de livro sobre o assunto no quadro da próxima página).
"Inicialmente, isso se dá com a experiência empírica, concreta. Em seguida,
conforme a criança vai se desenvolvendo, ela caminha em direção ao
pensamento formal, abstrato", explica Agnela da Silva Giusta, professora de
Ensino de Ciências e Matemática da Pontifícia Universidade Católica de Minas
Gerais (PUC-MG). 
As pesquisas científicas de Piaget sobre as características do pensamento
infantil receberam a contribuição de importantes acontecimentos em sua
trajetória pessoal. Entre 1925 e 1931, nasceram seus três filhos, ponto de
partida para uma etapa de observação de seus comportamentos. Após uma
criteriosa análise dos dois primeiros anos de vida dos bebês, Piaget chegou à
conclusão de que a inteligência se desenvolve desde o nascimento - e não
com o surgimento da fala, como era comum pensar até o início do século 20. 
No livro A Epistemologia Genética, o pensador suíço divide o processo
"dinâmico e infinito" do desenvolvimento da capacidade de conhecer em
quatro períodos. No sensório-motor, que vai desde o nascimento até os 2
anos, a criança conhece o mundo por meio dos esquemas de ações que
trabalham sensações e movimentos. Ao nascer, o bebê percebe o mundo
como uma extensão do seu corpo. Ao desenvolver o esquema de sucção, por
exemplo, o bebê começa a diferenciar o que é seio da mãe, o bico da
mamadeira, a chupeta ou mesmo o dedo. Com o tempo, consegue identificar
objetos que são sugáveis ou não. Um dos principais resultados desse período
é a criança tomar consciência de si mesma e dos objetos que a cercam. "Esse
processo é chamado por Piaget de construção do objeto permanente, ou
descentração", explica Cilene Charkur, professora aposentada da
Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (Unesp), campus de
Araraquara. 
Nessa fase, mesmo antes de falar e pensar, a criança consegue realizar
condutas consideradas lógicas, ligadas à ação sobre objetos concretos. Um
bebê de 8 meses, por exemplo, pode afastar um brinquedo para pegar outro
de seu interesse. "Nesse caso, ele coordena dois esquemas: um esquema
meio (afastar) e outro esquema fim (pegar). Trata-se de uma integração
recíproca entre duas ações e não só uma associação mecânica", afirma
Adrian Oscar Dongo Montoya, professor da Unesp, campus de Marília.
 
A capacidade de simbolizar marca a passagem de período
Uma conquista mais significativa, porém, aparece quando a criança
desenvolve a capacidade semiótica - ou seja, a habilidade de atribuir valor
simbólico às coisas. Por exemplo, ouvir a palavra "cadeira" e ser capaz de
imaginar um modelo sem precisar tê-lo diante dos olhos naquele momento.
Essa capacidade - a de representação - indica, para Piaget, a entrada no
período pré-operatório (de 3 a 7 anos), com o aparecimento dos primeiros
esquemas de ação mentais - como a fala. "A linguagem é uma ação
sofisticada. Com ela, é possível transformar o mundo sem recorrer aos
objetos", afirma Agnela. 
No terceiro período, chamado de operatório-concreto (de 8 a 11 anos), a
criança amplia a capacidade de agir (ou seja, operar) sobre o real (os objetos
concretos). Já é capaz de relacionar, classificar, comparar objetos seguindo
critérios lógicos e realizar as primeiras operações aritméticas e geométricas.
"É possível trabalhar com grandes números, superando os limites impostos
pela contagem com suporte físico", diz Agnela. 
O que marca a entrada no quarto período, o operatório formal, a partir dos
12 anos, é a capacidade de pensar por hipótese. O indivíduo pode agir não só
sobre o real mas também sobre o possível, criando teorias. Por exemplo,
pode imaginar que, se não houvesse a Revolução Francesa, a monarquia
seria o sistema de governo predominante até hoje. Essa hipótese não é real,
mas é possível.
Trecho de livro
"Conhecer um objeto implica a sua incorporação a esquemas de ação, e
isto é verdade desde os comportamentos sensórios-motores elementares
até as operações lógico-matemáticas superiores."
Jean Piaget no livro Biologia e Conhecimento. 
Comentário 
Na citação, Piaget aponta para o processo pelo qual as pessoas passam
de um conhecimento mais simples a outro mais complexo. Nessa
trajetória, os esquemas de ação se ampliam, expandem e incorporam
novas informações com base na interação com o meio e de acordo com o
período de desenvolvimento do indivíduo. É o que ocorre no esquema de
reunião. No período sensório-motor, o bebê é capaz de brincar reunindo
cubos. Uma criança um pouco mais velha irá classificar esses cubos
segundo suas qualidades, como cor, tamanho, formas, peso etc.
Finalmente, ao atingir o patamar formal, conseguirá reunir formas
incontáveis, como aspectos comuns a diferentes teorias.
 
Entre os legados do conceito, a importância da infância
Um dos grandes legados da noção de esquemas de ação foi a compreensão
da importância da primeira infância no desenvolvimento da inteligência. "O
resultado disso é que há hoje em todo o mundo uma grande demanda por
uma Educação Infantil de qualidade, que possibilite aos pequenos vivenciar,
interagir, experimentar e, com isso, ampliar o desenvolvimento de suas
possibilidades cognitivas", lembra Adrian.
Isso não impediu que algumas nuances da ideia fossem mal interpretadas. O
apego excessivo à faixa etária de cada período é um deles. "Muitos
professores compreendem os estágios como uma forma congelada de
classificação dos alunos, sem perceber que a indicação de idade é apenas
uma aproximação e que as passagens de uma fase para outra dependem da
qualidade das interações de cada um com o meio", explica Agnela. 
Essa postura pode gerar dois problemas. O primeiro é considerar apenas o
ensino do conteúdo sem notar os conhecimentos e as habilidades de que o
aluno dispõe para compreendê-lo. No outro extremo, está o comportamento
de ficar apenas focado no que o aluno consegue fazer e não atentar para
ensinar outros conteúdos mais complexos. "Um bom trabalho deve
congregar os dois pontos de vista: enxergar as potencialidades das crianças e
também aonde se quer chegar, tendo claros os conteúdos que não devem
ser deixados de ensinar", explica Lino de Macedo, professor do Instituto de
Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). O próprio Piaget refutava a
ideia de que é necessário esperar passivamente que as estruturas mentais seformem. Ao contrário, a ação educativa favorece fortemente essa construção.
Para cumprir esse objetivo, vale sempre favorecer uma atitude inquiridora,
com a utilização, por exemplo, de situações-problema (leia a última página).
"Em qualquer idade, a criança precisa ser provocada", afirma Cilene. Para ela,
um dos grandes desafios do professor é gerar interesse pelo que deve ser
ensinado. "Não existe uma criança que não tenha vontade de aprender. O
problema é que muitas vezes as condições ofertadas nas aulas não são
favoráveis."
 
Questão de concurso
Prefeitura Municipal de Parauapebas, PA, 2006 
Processo seletivo para professor do Ensino Fundamental 
Organizar a prática pedagógica baseado no modelo metodológico de
resolução de problemas requer por parte do professor o planejamento
de situações de ensino e aprendizagem que sejam atividades e
intervenções pedagógicas adequadas às necessidades e possibilidades de
aprendizagem dos alunos. Considerando essa perspectiva, assinale
"certo" ou "errado" para as seguintes práticas pedagógicas: 
1) Rejeitar diferenças no nível de aprendizado entre os alunos. 
2) Analisar o conhecimento prévio dos alunos. 
3) Favorecer a segregação de alunos na sala de aula. 
4) Sobrepor os objetivos de ensino aos objetivos de realização dos alunos.
5) Favorecer a construção da autonomia intelectual dos alunos. 
Respostas: 1 errado; 2 certo; 3 errado; 4 errado; 5 certo 
Comentário 
Para responder à questão, é preciso saber que a metodologia de
resolução de problemas compartilha muitos preceitos da perspectiva
construtivista. Entre eles, a necessidade de considerar o que os alunos
sabem e como cada um evolui para criar as condições de avanço. O
objetivo deve ser associar (e não sobrepor) os conteúdos às expectativas
dos alunos, de forma que eles se sintam motivados a aprender o que
precisam. Além disso, a interação (e não a segregação) entre estudantes
auxilia o aprendizado por favorecer o intercâmbio de conhecimentos
para resolver desafios.
 
Resumo do conceito
Esquemas de ação
Elaborador : Jean Piaget (1896-1980) 
Esquemas de ação são as formas como o ser humano interage com o mundo.
Nesse processo, ele organiza mentalmente a realidade para entendê-la,
desenvolvendo a inteligência. As formas de interação evoluem
progressivamente conforme a faixa etária e as experiências individuais.
Segundo Piaget, o desenvolvimento se dá em quatro períodos: sensório-
motor (até 2 anos), pré-operatório (de 3 a 7 anos), operatório concreto (de 8 a
11 anos) e operatório formal (a partir de 12 anos).
 
Quer saber mais?
BIBLIOGRAFIA 
A Construção do Real na Criança, Jean Piaget, 392 págs., Ed. Ática, tel. 0800-
115-152, esgotado 
A Epistemologia Genética, Jean Piaget, 136 págs. Ed. Martins Fontes, tel. (11)
3293-8150, 30,10 reais 
Biologia e Conhecimento, Jean Piaget, 423 págs., Ed. Vozes, tel. (24) 2233-9000,
65,90 reais 
O Construtivismo na Pesquisa Vol. 2 - Alternativas Metodológicas, Cilene
Ribeiro de Sá Leite Charkur, Ed. CRV, 191 págs., tel. (41) 3039-6418, 32,13 reais
O Nascimento da Inteligência na Criança, Jean Piaget, 382 págs, Ed. LTC, tel.
(11) 5080-0780, 98 reais
 
 
 
 
 
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