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1. Macroeconomia e políticas de intervençao_métodos-1

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Adriano Dawison de Lima
Edileuza Pereira Silva
Jefferson de Alcantara e Silva
Wilton Rezende de Freitas
Macroeconomia e políticas de 
intervenção 
Métodos quantitativos
Catalogação elaborada pelo Setor de Referência da Biblioteca Central Uniube
M119 Macroeconomia e políticas e intervenção ; Métodos quantitativos / 
 Adriano Dawison de Lima ... [et al.]. – Uberaba : Universidade de 
 Uberaba, 2017. 
 240 p. : il. 
 Programa de Educação a Distância – Universidade de Uberaba.
	 							Inclui	bibliografia.																					
 ISBN 978-85-7777-770-9
 
 1. Macroeconomia. 2. Macroeconomia – Métodos 
 quantitativos. I. Lima, Adriano Dawison de. II. Universidade de 
 Uberaba. Programa de Educação a Distância. 
 CDD 339 
© 2017 by Universidade de Uberaba
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico 
ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de 
armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, 
da Universidade de Uberaba.
Universidade de Uberaba
Reitor
Marcelo Palmério
Pró-Reitor de Educação a Distância
Fernando César Marra e Silva
Coordenação de Graduação a Distância
Sílvia Denise dos Santos Bisinotto
Editoração e Arte
Produção de Materiais Didáticos-Uniube
Projeto da capa
Agência Experimental Portfólio
Edição
Universidade de Uberaba
Av. Nenê Sabino, 1801 – Bairro Universitário
Sobre os autores
Adriano Dawison de Lima
Possui graduação em Licenciatura Plena em Matemática pela Universidade de 
Uberaba – Uniube (2004), mestrado e doutorado em Agronomia pela Universi-
dade Estadual Paulista – Unesp (2006 e 2009, respectivamente). Professor da 
Uniube. Tem experiência na área de Matemática, com ênfase em Matemática 
Aplicada.
Edileuza Pereira Silva
Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Uberlândia 
(1996) e mestre em Economia pela Universidade Federal de Uberlândia (2000). 
Atualmente é coordenadora de curso da Faculdade de Ciências Econômicas 
do Triângulo Mineiro. Tem experiência na área de Economia, com ênfase em 
Economias Agrária e dos Recursos Naturais. Atua principalmente nas áreas de 
intensificação de capital, meio ambiente e irrigação. 
Jefferson de Alcantara e Silva
Possui graduação em Administração pela Uniube, mestrado em Administração 
na Universidade Federal de Uberlândia (linha de pesquisa em Estratégia e Mu-
dança Organizacional). Atualmente, é professor no curso de Administração e 
atua na coordenação da Secretaria Executiva EAD da Uniube.
IV UNIUBE
Wilton Rezende de Freitas
Graduado em Administração pela Universidade de Uberaba (2005) e pós-
-graduado em Finanças e Controladoria pela FCETM (2006). É professor dos 
cursos de Administração e Ciências Contábeis na Uniube.
Sumário
Apresentação ................................................................................................. IX
Parte I Macroeconomia e políticas de intervenção ..................................1
Capítulo 1 Agregados macroeconômicos: identificação e medição ...............3
1.1 O que é macroeconomia? ..........................................................................................6
1.1.1 Política fiscal ......................................................................................................12
1.1.2 Política monetária ...............................................................................................12
1.1.3 Política cambial ..................................................................................................13
1.1.4 Política comercial ...............................................................................................13
1.1.5 Política de rendas ...............................................................................................14
1.2 Medidas da atividade produtiva de um país .............................................................15
1.2.1 Fluxo circular da renda .......................................................................................15
1.2.2 Formação de capital ...........................................................................................19
1.2.3 Produto bruto e produto líquido ..........................................................................21
1.2.4 Produto a custo de fatores e produto a preço de mercado ................................22
1.2.5 Produto interno e produto nacional ....................................................................25
1.2.6 Produto real e produto nominal ..........................................................................28
1.3. Sistemas de Contabilidade Social ............................................................................30
1.3.1 Contabilidade Social ...........................................................................................30
1.3.2 Sistema de contas ..............................................................................................32
Capítulo 2 Políticas macroeconômicas e o processo de produção e 
consumo ......................................................................................39
2.1 Setor público .............................................................................................................42
2.1.1 Setor público: análise geral ................................................................................42
2.1.2 Funções do Estado ............................................................................................45
VI UNIUBE
2.1.3 Receitas e gastos governamentais ....................................................................48
2.1.4 Déficit ou superávit governamental ....................................................................53
2.2 Política fiscal .............................................................................................................54
2.2.1 Política fiscal expansiva .....................................................................................54
2.2.2 Política fiscal restritiva ........................................................................................59
2.3. Mercado monetário ...................................................................................................61
2.3.1 Moeda ................................................................................................................61
2.3.2 Demanda por moeda ..........................................................................................63
2.3.3 Oferta de moeda ................................................................................................66
2.4 Política monetária .....................................................................................................74
2.4.1 Conceito de política monetária ...........................................................................74
2.4.2 Instrumentos da política monetária ....................................................................74
2.4.3 Política monetária expansiva .............................................................................76
2.4.4 Política monetária restritiva ................................................................................79
Capítulo 3 Macroeconomia: inflação e setor externo ....................................89
3.1 Inflação .....................................................................................................................92
3.1.1 Tipos de inflação ................................................................................................95
3.1.2 Consequências da inflação ..............................................................................102
3.1.3 Medidas de inflação no Brasil ..........................................................................1053.2 Setor externo ..........................................................................................................108
3.2.1 Balanço de pagamentos ...................................................................................109
3.2.2 Mercado de câmbio ..........................................................................................117
Parte II Métodos quantitativos ....................................................................129
Capítulo 4 O uso de simulações na tomada de decisão .............................131
4.1 Pesquisa operacional .............................................................................................132
4.2 Tomada de decisão .................................................................................................133
4.3 Modelagem matemática .........................................................................................134
4.4 Simulação de Monte Carlo .....................................................................................136
4.4.1 O método de Monte Carlo ...............................................................................138
UNIUBE VII
Capítulo 5 Programação Linear pelo Método Simplex ...............................151
5.1 Pesquisa operacional – entendendo modelagem e restrições ...............................152
5.2 Programação Linear ...............................................................................................156
5.2.1 Formulação do modelo ....................................................................................159
5.2.2 Geometria do modelo de Programação Linear ...............................................164
5.2.3 Determinação da Solução Ótima ou Ponto Ótimo ...........................................166
5.2.4 Problema de Programação Linear ..................................................................169
5.2.5 Síntese de um modelo de PL ..........................................................................177
5.3 Método Simplex ......................................................................................................178
5.3.1 Forma padrão do Método Simplex ..................................................................178
5.3.2 Tipos de restrições ..........................................................................................180
5.3.3 Maximização / Minimização da função objetivo .............................................182
5.4 Usando o Microsoft Excel .......................................................................................184
5.5 Análise de sensibilidade .........................................................................................193
5.5.1 Custo Reduzido (Reduced Cost) .....................................................................196
5.5.2 Preço Sombra (Shadow Price) ........................................................................197
5.5.3 Acréscimo e decréscimo permissível ..............................................................197
5.5.4 Analisando na prática ......................................................................................198
Capítulo 6 O problema de transporte e redes .............................................205
6.1 Modelo de transporte – estrutura matemática ........................................................206
6.2 Modelo de transporte – estudo da forma -padrão do Simplex .................................207
6.3 Limitações do modelo de transporte .......................................................................209
6.4 Modelo de transporte – Método Simplex ................................................................209
6.5 Equilibrar o modelo de transporte ...........................................................................209
6.6 Solução básica inicial .............................................................................................214
6.7 Exemplo prático de distribuição ..............................................................................215
Apresentação
Prezado(a) aluno(a),
Certamente você assiste com frequência a jornais ou lê periodicamente revistas 
relacionadas a conhecimentos gerais. Certo? Então, você já ouviu o William 
Bonner ou a Fátima Bernardes, apresentadores do Jornal Nacional, fazer re-
ferência a termos como PIB, taxa de câmbio, política fiscal, política monetária 
etc. Embora sejam terminologias presentes no dia a dia dos noticiários, uma 
boa parcela da população não consegue entender sobre o que estes termos 
tratam, não é verdade?
Pois bem, de agora em diante, você assistirá ao Jornal Nacional com outros 
olhos!
Você está de posse do livro que trata de dois importantes componentes da Admi-
nistração; são eles: Macroeconomia e políticas de intervenção e Métodos 
quantitativos.
No estudo da macroeconomia, você irá conhecer a definição e o funcionamento 
dos agregados macroeconômicos. Você estudará, por exemplo, como medir o 
produto interno de uma nação e qual a relação desse produto interno, chamado 
PIB, com a renda das famílias. Neste contexto, você entenderá o papel do go-
verno na economia e quais instrumentos ele possui para intervir na atividade 
econômica da nação com vistas a promover a sua estabilidade ou crescimento. 
Você passará a entender, por exemplo, porque os empresários são tão resisten-
tes ao aumento da taxa de juros básica da economia e porque o seu crescimento 
reflete negativamente no consumo e na geração de renda.
X UNIUBE
No estudo de Métodos Quantitativos, você estudará o uso de ferramentas ma-
temáticas para o aperfeiçoamento de atividades produtivas nas organizações. 
Nesse contexto, você estudará o uso de simulações na tomada de decisão e, 
por fim, a aplicação de Programação Linear para maximizar resultados ou mi-
nimizar custos empresariais.
Uma certeza nós temos: você irá aprender muito com esses dois componentes. 
Tanto a macroeconomia quanto os Métodos Quantitativos são indispensáveis 
para que o gestor possa tornar suas organizações mais eficientes e possa tam-
bém conhecer melhor como funciona a dinâmica da economia de uma nação, 
bem como seus impactos no ambiente empresarial.
Desejamos -lhe bons estudos e um excelente aprendizado!
Parte I
Macroeconomia e 
políticas de intervenção 
Agregados 
macroeconômicos: 
identificação e 
medição
Capítulo
1
Edileuza Pereira Silva / Wilton Rezende de Freitas
Introdução 
Caro(a) aluno(a),
Este capítulo pretende apresentar a você, de forma clara e objetiva, os 
principais conceitos e modelos relacionados à análise macroeconômica. 
Tal abordagem permitirá o conhecimento de elementos da economia 
presentes na vida das empresas e da coletividade de maneira geral.
Como é de seu conhecimento, as empresas encontram -se instaladas em 
determinado contexto econômico, no qual a análise macroeconômica 
apresenta uma relação fundamental com o estudo das áreas gerenciais, 
especialmente a Administração, uma vez que oferece ao administrador 
o suporte necessário para a elaboração de cenários econômicos. Ao 
identificar e compreender certas variáveis como os níveis de crescimento 
do país, a inflação, a taxa de juros, a demanda agregada e as formas 
de intervenção do governo na economia, é possível ao gestor fazer uma 
previsão sobre as situações que podem afetar o negócio. Nesse sentido, 
os cenários econômicos devem ser entendidos como uma ferramenta 
importante na tomada de decisões empresariais.
Podemos perceber que uma situação importante relacionada ao uso 
do estudo macroeconômico para as decisões empresariais pode ser 
entendida quando se avaliam as políticas do governo para o setor 
exportador. Na medida em que o governo resolve estabelecer meca-
4 UNIUBE
nismos de incentivo às exportações, o número de empresas dispostas 
a destinar parte de sua produção a outros países pode crescer. Tendo 
em vista as vantagens oferecidas, e caso as condições da demanda 
no mercado interno não sejam boas, pode ser interessante ao gestor 
tomar a decisão de ampliaro mercado consumidor para outros países. 
Por outro lado, as questões macroeconômicas também interferem 
diretamente na vida das pessoas, inclusive na sua. Essas questões 
estão relacionadas ao nível de emprego e às relações de comércio 
internacional ou taxa de juros.
Por exemplo, se o governo aumenta a taxa de juros da economia, e 
você resolve utilizar seu cartão de crédito, com certeza, os valores 
a serem pagos em uma situação de financiamento da compra serão 
maiores. Assim como os juros, há uma série de outras variáveis es-
tudadas pela macroeconomia que tem relação direta com a vida co-
tidiana da população, ou seja, com você. É o caso das importações, 
exportações, aumento ou redução dos gastos públicos, dentre outros.
Se o governo decide reduzir os gastos públicos, de qual(is) maneira(s) 
você poderá ser afetado? E se esses cortes de gastos ocorrerem nos 
ministérios, por exemplo, no Ministério da Saúde e no Ministério da 
Educação, você será prejudicado? Possivelmente, você e todos da 
sua família!
Pensando em todas as possibilidades de aplicação da análise macroe-
conômica, relacionada tanto à atividade profissional quanto à vida diária, 
este capítulo foi dividido em três partes principais:
• Definição de macroeconomia
Nessa parte, será apresentado o conceito de macroeconomia, reali-
zando uma comparação entre a macroeconomia e a microeconomia, 
assunto este que você já estudou na etapa anterior. Ainda discutire-
UNIUBE 5
mos os objetivos da política econômica e os instrumentos utilizados 
para atingi -los.
• Medidas da atividade produtiva de um país
Essa segunda parte é composta pelo estudo das medidas dos 
principais agregados macroeconômicos, tendo sido destacados 
os estudos referentes à identidade macroeconômica fundamental, 
a qual define que o valor da renda gerada em um país é igual ao 
da produção realizada, que é também igual ao valor do gasto com 
esse produto. Em seguida, serão apresentadas as medidas da ati-
vidade produtiva de um país, com destaque para a diferenciação 
dos conceitos de produto:
a. líquido e bruto;
b. a custo de fatores;
c. a preços de mercado; 
d. nacional e produto interno; 
e. real e produto nominal.
• Sistemas de contabilidade social
Nessa última parte, serão estudadas as formas de contabilização do 
produto de um país por meio da contabilidade social, com o uso do 
sistema de contas nacionais. 
Nesse sentido, é importante que se entenda que o estudo aqui proposto 
fará uma análise da economia a partir de uma visão global, ou seja, 
serão considerados componentes econômicos agregados (ou somados), 
sem que se leve em consideração fatores específicos. 
Bom estudo e mãos à obra!
6 UNIUBE
Objetivos
Esperamos que, ao terminar o estudo deste capítulo e das leituras in-
dicadas, você seja capaz de:
• conceituar macroeconomia;
• distinguir os conceitos de microeconomia e macroeconomia; 
• identificar os agregados macroeconômicos fundamentais; 
• explicar de que forma os agregados macroeconômicos são 
mensurados;
• discutir os objetivos de política econômica e os instrumentos 
utilizados para atingi -los. 
Para alcançar esses objetivos, você deverá ler atentamente este capí-
tulo, fazer as leituras indicadas e, em seguida, desenvolver as atividades 
propostas.
Esquema
1o momento: O que é macroeconomia?
2o momento: Medidas da atividade produtiva de um país
3o momento: Sistemas de Contabilidade Social
 1.1 O que é macroeconomia?
Durante toda a semana, as principais emissoras de televisão do Brasil exibem 
seus telejornais matinais. Os apresentadores repassam à população informa-
ções dos mais diversos tipos, incluindo desde futebol, comportamento, culinária, 
moda, entre outros, até economia. 
UNIUBE 7
No que se refere ao aspecto econômico, é possível ouvir falar em taxa de juros, 
nível de emprego e desemprego, Produto Interno Bruto (PIB), taxa de câmbio, 
exportações e importações, políticas efetuadas pelo governo, consumo da po-
pulação, inflação, e outros tantos mais. Muitas vezes, as pessoas não entendem 
perfeitamente o que está sendo dito, mas conseguem apreender noções de um 
campo importantíssimo da ciência econômica, a chamada macroeconomia. 
Mas o que vem a ser macroeconomia?
De maneira geral, a macroeconomia, cuja referência é toda a população, pode 
ser definida como o ramo da Economia que estuda os agregados econômicos, 
tais como a produção, o consumo e a renda de toda a população, seu com-
portamento e inter -relações. Existe aqui a necessidade de fazer uma distinção 
básica entre ela e a microeconomia, que é o estudo das questões econômicas 
a partir do comportamento individual dos agentes econômicos, representados 
pelos indivíduos e/ou famílias, empresas e suas produções e custos.
É preciso lembrar que, apesar dessa diferença fundamental, a microeconomia e 
a macroeconomia não são ramos incompatíveis da ciência econômica, uma vez 
que o cálculo dos grandes agregados econômicos feitos pela macroeconomia 
nada mais é que a soma dos valores analisados pela microeconomia, todavia, 
desconsiderando particularidades do comportamento individual dos agentes 
econômicos.
A macroeconomia divide a economia em quatro mercados: de bens e serviços; 
de trabalho; monetário e de títulos; e cambial.
No mercado de bens e serviços mede -se o nível de atividade da economia 
somando -se o valor de todos os bens e serviços nela produzidos. Decorre daí a 
determinação do nível geral de preços por meio da média de todos os valores dos 
produtos produzidos.
No mercado de bens e serviços mede -se o nível de atividade da economia 
somando -se o valor de todos os bens e serviços nela produzidos. Decorre daí a 
determinação do nível geral de preços por meio da média de todos os valores dos 
produtos produzidos.
8 UNIUBE
No mercado de trabalho, estão agregados todos os diferentes tipos de trabalho 
da economia, determinando -se o nível de emprego e o valor dos salários pagos.
Uma vez que todas as transações realizadas na economia são intermediadas pela 
moeda, no mercado monetário analisa -se a sua importância para a determina-
ção dos preços e quantidades produzidas. No mercado de títulos, por sua vez, 
determina -se o preço e a quantidade de títulos emitidos e em circulação no mercado. 
O que ocorre é que certos agentes econômicos gastam menos do que ganham e 
outros fazem exatamente o contrário, gastam mais do que ganham. No mercado 
de títulos, os agentes com ganhos maiores que os gastos emprestam aos agentes 
com ganhos inferiores aos gastos. 
É importante enfatizarmos que, no mercado cambial, por sua vez, estabelece -se 
o preço da moeda estrangeira em moeda nacional. O relacionamento estabelecido 
entre os países faz com que haja a oferta e a demanda de moeda estrangeira no 
mercado nacional, levando à necessidade de se estabelecer um parâmetro de 
comparação entre a moeda nacional e as moedas estrangeiras, definindo o que é 
chamado, em macroeconomia, de taxa de câmbio. 
Uma análise do processo evolutivo dos estudos da macroeconomia revela que 
ela ganhou destaque a partir do ano de 1930. A crise da Bolsa de Valores de 
Nova Iorque em 1929 demonstrou que as ideias predo-
minantes até então – de que era possível atingir -se o 
pleno emprego dos recursos sem a interferência do go-
verno – estavam equivocadas. Ou seja: percebeu -se que, 
a partir de então, não havia uma determinação automática 
da produção em seu nível de pleno emprego, e que o 
desemprego dos trabalhadores era um fato. Bastava 
No mercado de trabalho, estão agregados todos os diferentes tipos de trabalho 
da economia, determinando -se o nível de emprego e o valor dos salários pagos.
Uma vez que todas as transações realizadas na economia são intermediadas pela 
moeda, no mercado monetário analisa -se a sua importância para a determina-
ção dos preços e quantidades produzidas. No mercado de títulos, por sua vez, 
determina -se o preço e a quantidade de títulos emitidos e em circulação no mercado. 
O que ocorre é que certos agentes econômicos gastammenos do que ganham e 
outros fazem exatamente o contrário, gastam mais do que ganham. No mercado 
de títulos, os agentes com ganhos maiores que os gastos emprestam aos agentes 
com ganhos inferiores aos gastos. 
É importante enfatizarmos que, no mercado cambial, por sua vez, estabelece -se 
o preço da moeda estrangeira em moeda nacional. O relacionamento estabelecido 
entre os países faz com que haja a oferta e a demanda de moeda estrangeira no 
mercado nacional, levando à necessidade de se estabelecer um parâmetro de 
comparação entre a moeda nacional e as moedas estrangeiras, definindo o que é 
chamado, em macroeconomia, de taxa de câmbio. 
Pleno emprego
Os recursos 
disponíveis são 
plenamente utilizados 
na produção de bens 
e serviços, garantindo 
o equilíbrio das 
atividades produtivas.
UNIUBE 9
andar pelas fábricas e ver os equipamentos parados ou sair pelas ruas e ver os 
trabalhadores procurando emprego inutilmente.
Nesse contexto, a macroeconomia ganhou destaque com o surgimento de uma 
nova teoria defendida pelo economista John Maynard Keynes. Em 1936, ele 
publicou o livro Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda, a partir do 
qual defendia que a plena utilização dos recursos na economia poderia ser 
promovida pela interferência do governo. A partir de então, a macroeconomia 
tornou -se importante e vastamente estudada no campo da ciência econômica.
As análises da macroeconomia permitem orientar e dar sustentação técnica à 
ação econômica do Estado por meio da política econômica, a qual apresenta 
como objetivos básicos alcançar:
• o crescimento econômico;
• o alto nível de emprego;
• a estabilidade econômica;
• a distribuição socialmente justa da renda. 
No que se refere ao crescimento econômico, o mesmo pode ser entendido 
como o aumento da produção de bens e serviços de uma economia em uma 
proporção superior ao crescimento da demanda da população em determinado 
período de tempo. Esse crescimento é medido pela evolução do PIB. É uma 
variável que reflete as mudanças no padrão de vida da sociedade. É verdade 
que o maior crescimento econômico não garante que todas as pessoas de um 
país tenham acesso a melhores condições de vida; mas é fato que conseguir 
esse acesso sem o crescimento do PIB torna -se muito mais difícil. 
Existem alguns fatores que explicam o crescimento econômico de um país, 
sendo que os principais deles são:
10 UNIUBE
• o aumento na disponibilidade e qualidade do trabalho;
• o aumento na disponibilidade de capital físico – máquinas, equipamentos, 
instalações e infraestrutura;
• o avanço tecnológico. 
Quanto ao nível de emprego, o mesmo está diretamente 
relacionado ao uso dos fatores de produção. Quando 
existe uma diferença entre o produto que de fato é gerado 
na	economia	−	produto	efetivo	−	e	o	produto	que	poderia	
ser gerado no futuro com o uso pleno e eficiente dos 
fatores	de	produção	−	produto	potencial	−	afirma	‑se	que	
existe uma situação de desemprego de alguns dos fatores.
O desemprego do fator trabalho é um dos mais importan-
tes. Um dos mais comentados na atualidade é o chamado 
desemprego estrutural, que se relaciona às transformações na economia que 
extinguem empregos em alguns setores sem a criação simultânea em outros. 
Tal situação ocorre devido à melhoria tecnológica, que permite o aumento da 
produtividade do trabalho, ou seja, a mesma quantidade de bens passa a ser 
produzida com um número menor de trabalhadores, permitindo a sua dispensa.
A estabilidade econômica envolve a estabilidade geral dos preços, entendida 
aqui como:
• o controle da inflação;
• a manutenção dos níveis de emprego da economia como um todo;
• o equilíbrio das transações com o exterior. 
Dentre os três níveis de estabilidade, na atualidade, existe significativo destaque 
ao controle da inflação, uma vez que as elevações de preços afetam negativa-
mente as decisões das empresas e dos indivíduos, impedindo uma utilização 
eficiente dos recursos produtivos. 
Fatores de produção 
São os elementos 
constitutivos 
da produção, 
normalmente 
agrupados em 
recursos naturais, 
trabalho, capital, 
capacidade 
tecnológica, 
capacidade 
empresarial.
UNIUBE 11
A distribuição socialmente justa da renda compreende a redução (e, no limite, a 
eliminação completa) das situações de pobreza absoluta e do contingente dos 
excluídos do quadro socioeconômico. No caso específico do Brasil, essa é uma 
questão muito polêmica, uma vez que nossa origem colonial e escravista fez 
com que, desde as origens, tivéssemos a renda e a riqueza concentrada nas 
mãos de alguns poucos cidadãos. 
Nos tempos atuais, o quadro torna -se ainda mais complicado quando se pensa 
que o mercado de trabalho exige um melhor nível de qualificação, mais aces-
sível àqueles membros da população já com maior nível de renda, tornando -a, 
portanto, escassa. Assim, aqueles com melhor qualificação tendem a receber 
melhores salários comparados àqueles menos qualificados, piorando ainda mais 
a distribuição de renda.
Vale destacar que podem existir conflitos entre os diferentes objetivos de política 
econômica. Um dos mais conhecidos é o dilema entre desemprego e inflação. 
 PARADA PARA ReFLeXÃo 
Pense: quanto maior for o nível de emprego na economia, maior será a propensão 
ao consumo pelas famílias, certo? Isso é o ideal! Mas, na medida em que as famílias 
consomem, os preços sobem (lei da oferta e da procura) e, consequentemente, maior 
será a inflação. 
Por isso, emprego e inflação são duas grandezas diretamente proporcionais, isto é, 
ao passo que o emprego aumenta, a inflação também aumenta. Consegue perceber 
o quão difícil é gerir a política econômica de um país? Reflita sobre esses dilemas, 
discuta -os com seus colegas de sala e preceptores. 
Para que o governo consiga atingir tais objetivos é preciso que a política eco-
nômica tenha à sua disposição alguns instrumentos de ação, controlados pelas 
autoridades econômicas, cabendo destaque às políticas fiscal, monetária, 
cambial e comercial, e de rendas. 
 PARADA PARA ReFLeXÃo 
Pense: quanto maior for o nível de emprego na economia, maior será a propensão 
ao consumo pelas famílias, certo? Isso é o ideal! Mas, na medida em que as famílias 
consomem, os preços sobem (lei da oferta e da procura) e, consequentemente, maior 
será a inflação. 
Por isso, emprego e inflação são duas grandezas diretamente proporcionais, isto é, 
ao passo que o emprego aumenta, a inflação também aumenta. Consegue perceber 
o quão difícil é gerir a política econômica de um país? Reflita sobre esses dilemas, 
discuta -os com seus colegas de sala e preceptores. 
12 UNIUBE
Vamos, a partir de agora, conhecer um pouco sobre cada um destes instrumentos.
1.1.1 Política fiscal
Relaciona -se aos instrumentos de que dispõe o governo 
para:
• Arrecadar tributos → política tributária – pode ser utili-
zada para estimular (quando ocorre redução da carga 
tributária) ou desestimular (quando ocorre aumento da 
carga tributária) o consumo privado.
• Controlar suas despesas → política de gastos – é um 
dos componentes que integram diretamente o nível 
global de gastos da economia. 
Tanto a política tributária (arrecadação) quanto a política de gastos são instru-
mentos à disposição do governo para, por exemplo, combater a inflação. Na 
iminência de uma crise inflacionária, o governo pode aumentar os impostos e, 
também, reduzir seus gastos. Essas medidas, isoladamente ou em conjunto, 
reduzem o consumo privado e, por conseguinte, desestimula a inflação.
1.1.2 Política monetária
Refere -se ao controle da quantidade de moeda e títulos públicos em circulação 
na economia. Por meio do controle da oferta monetária e, dada a sua capaci-
dade de influenciar a taxa de juros, a política monetária interfere nos gastos dos 
segmentos da economia sensíveis às taxas de juros, tais como o investimento 
Política fiscal 
Atuação do governo 
relativa à arrecadação 
tributária e aos gastos 
públicos.
UNIUBE 13
empresarial, o consumo e as exportações líquidas,o que influencia diretamente 
no nível geral de preços e de crescimento da economia. Por exemplo, à medida 
que o governo aumenta a taxa de juros, o crédito fica mais caro e o consumo 
privado, consequentemente, cai. Essa medida é, portanto, uma ferramenta à 
disposição do governo para combater a inflação. Todavia, o aumento da taxa 
de juros, além de frear o consumo, freia também os investimentos e, por con-
seguinte, o crescimento do país.
1.1.3 Política cambial
Envolve a ação do governo sobre a taxa de câmbio, 
que expressa o preço da moeda estrangeira em moeda 
nacional. Seus valores têm efeito direto sobre o comércio 
internacional de um país. Caso o valor da moeda es-
trangeira em moeda nacional seja alto, as exportações 
serão facilitadas. Por outro lado, caso o valor da moeda 
estrangeira em moeda nacional seja baixo, haverá um 
estímulo às importações. Por meio da política cambial é 
possível influenciar o controle da inflação e o crescimento 
econômico do país e para esses procedimentos o governo 
pode estabelecer:
• um	câmbio	fixo	−	com	valores	por	ele	previamente	determinados;	ou
• um	câmbio	 flutuante	−	cujos	valores	serão	estabelecidos	no	mercado	de	
acordo com a oferta e a demanda. 
1.1.4 Política comercial
Está relacionada aos incentivos às exportações, por meio de:
• estímulos	fiscais	−	isenção	de	impostos,	por	exemplo;
Taxa de câmbio
Preço da moeda 
estrangeira em moeda 
nacional.
Exportação
Venda de parte da 
produção nacional a 
outros países.
Importação
Compra de produtos 
de outros países. 
14 UNIUBE
• estímulo e desestímulo às importações, por meio, respectivamente, de meca-
nismos	de	liberação	ou	de	controle	das	importações	−	barreiras	à	importação,	
por exemplo.
1.1.5 Política de rendas
Está ligada, diretamente, à intervenção do governo na formação de renda (sa-
lários, aluguéis) das famílias, e pode ser exemplificada pelo controle e conge-
lamento de preços. De modo geral, tais controles são habitualmente usados no 
combate à inflação.
 AGoRA É A sUA veZ 
Vamos fazer um exercício? 
Procure na Internet notícias recentes que ilustrem a participação interventiva do 
governo na economia. Após ler cada notícia, identifique a política de intervenção 
utilizada: política de rendas, política comercial, política cambial, política monetária 
ou fiscal. Discuta com seus colegas e registre suas conclusões. 
Como já salientado, anteriormente, tais políticas constituem -se em instrumen-
tos de interferência do governo na economia a fim de garantir o crescimento, a 
estabilidade, o nível de emprego e a distribuição justa da renda. Nos próximos 
capítulos, você irá estudá -las com mais detalhes.
Concluído o nosso estudo sobre os conceitos iniciais de macroeconomia e polí-
ticas de intervenção, vamos, agora, definir como ocorre a medição da atividade 
econômica de um país.
AGoRA É A sUA veZ 
Vamos fazer um exercício? 
Procure na Internet notícias recentes que ilustrem a participação interventiva do 
governo na economia. Após ler cada notícia, identifique a política de intervenção 
utilizada: política de rendas, política comercial, política cambial, política monetária 
ou fiscal. Discuta com seus colegas e registre suas conclusões. 
UNIUBE 15
 1.2 Medidas da atividade produtiva de um país
1.2.1 Fluxo circular da renda
O resultado da atividade econômica de um país pode ser medido de três 
maneiras distintas: pela ótica do produto, pela ótica da renda ou pela ótica 
da despesa. É preciso ressaltar que, do ponto de vista do cálculo, os valores 
apresentados devem ser estritamente iguais, todavia, apresentarão significados 
muito diferentes.
Suponha uma economia simples, com a presença apenas das famílias e das 
empresas como agentes econômicos. Ao iniciarem seus processos produtivos, 
as empresas necessitam dos fatores de produção oferecidos pelas famílias. Ao 
final desse uso, os fatores precisam ser remunerados, garantindo às famílias 
uma renda, que posteriormente será gasta nos bens e serviços que foram pro-
duzidos pelas empresas. Assim, é possível afirmar que a economia funciona 
como um fluxo circular. 
Tomando como ponto de partida esse fluxo, pode -se estabelecer a igualdade ma-
croeconômica fundamental:
Produto agregado = Despesa agregada = Renda agregada
Posta essa identidade básica, é necessário que se tenha o entendimento mais 
detalhado de cada uma das variáveis que a compõem. 
O produto agregado representa o valor monetário de todos os bens e serviços 
que são produzidos numa economia por todas as empresas, instituições com 
ou sem fins lucrativos, profissionais liberais etc., durante determinado período 
de tempo.
Tomando como ponto de partida esse fluxo, pode -se estabelecer a igualdade ma-
croeconômica fundamental:
Produto agregado = Despesa agregada = Renda agregada
16 UNIUBE
 PARADA PARA ReFLeXÃo 
Pense: qualquer firma, para produzir, precisa de fatores de produção e estes precisam 
ser remunerados. Certo?
Pois bem, o pagamento pelos fatores de produção usados pelas firmas compõe 
a renda agregada, a qual se divide em salários, juros, lucros e aluguéis. Os 
salários são a remuneração pelo fator trabalho; os juros pagam o capital; os 
lucros, a capacidade empresarial e os aluguéis, a terra.
Você certamente está se perguntando: para onde escoa o produto agregado?
Os bens e serviços produzidos na economia, por sua vez, serão vendidos a 
outros agentes, os quais realizarão uma despesa (aquisição do produto). A 
despesa agregada, portanto, pode ser entendida como o gasto efetuado pelos 
agentes econômicos com o produto agregado. 
A despesa pode ser analisada conforme a natureza dos agentes que a realizam. 
Parte do produto será adquirida pelos consumidores, outra pelas empresas, 
outra pelo Estado, e, finalmente, outra parte será exportada. 
Assim, em função do destino da produção, a despesa divide -se em quatro outros 
agregados: 
• consumo – contabilizam -se as despesas realizadas pelos consumidores;
• investimento – contabilizam -se as despesas das empresas em bens de capital;
• despesa pública – contabilizam -se as aquisições feitas pelo Estado;
• exportações líquidas – são equivalentes às exportações menos importações, 
representando o gasto externo líquido com a produção nacional, ou o gasto 
líquido nacional com a produção externa. 
 PARADA PARA ReFLeXÃo 
Pense: qualquer firma, para produzir, precisa de fatores de produção e estes precisam 
ser remunerados. Certo?
UNIUBE 17
Vamos estudar um exemplo que facilita o entendimento dessa identidade?
Adotemos como pressuposto que a produção de uma economia qualquer seja 
realizada por um grupo de três empresas, representando todas as fases do pro-
cesso de produção de um bem, aqui exemplificado pelo pãozinho de padaria, 
com o uso de mão de obra, terra, máquinas e equipamentos e capital de giro, 
o qual é tomado em empréstimo. 
A empresa Alfa produz trigo e o vende totalmente à empresa Gama, que produz 
farinha de trigo e a vende à empresa Beta, que produz os pães e os vende ao 
consumidor final.
Os registros da atividade dessa economia podem ser visualizados na Tabela 1, 
a seguir.
Tabela 1: Processo de produção de um bem.
Empresa Alfa 
(trigo)
Empresa Gama 
(farinha de trigo)
Empresa Beta 
(pães)
Despesas Receitas Despesas Receitas Despesas Receitas
Compra: 
trigo
140
Venda: 
farinha de 
trigo 245
Compra: 
farinha de
trigo 245
Venda: pães 
(consumidores 
finais)
390
Salários 80
Venda 
trigo 140 
Salários 50 Salários 60
Juros 30 Juros 10 Juros 20
Lucros 10 Lucros 30 Lucros 35
Aluguéis 20 Aluguéis 15 Aluguéis 30
Total 140 Total 140 Total 245 Total 245 Total 390 Total 390
18 UNIUBE
Com base nos dados anteriores, é possível efetuar o cálculo que comprova a 
identidade entre Produto, Despesa e Renda em um país. A princípio, considere, 
a título de simplificação, que o setor produtor de trigo não tenha despesas com a 
compra de matérias -primas. Fazendo -se o cálculo para as três empresas, tem -se:
Renda: Salários + Juros + Lucros + AluguéisEmpresa Alfa: 140
Empresa Gama: 105
Empresa Beta: 145
Renda Agregada: 140 + 105 + 145 = 390 
Despesa: Gastos com o produto
A despesa é igual ao valor que se paga pela compra dos pães (produto final), 
ou seja,
Despesa Agregada = 390
Produto: Valor dos bens e serviços finais
No caso, só há um produto, que é o pão, e seu preço final é 390. Portanto,
Produto Agregado = 390
Assim, é possível comprovar a identidade macroeconômica fundamental, ou seja, 
a igualdade entre Renda Agregada, Despesa Agregada e Produto Agregado.
Ainda avaliando a Tabela 1, percebe -se que as vendas totais realizadas nessa 
economia são de 775. Entretanto, 385 representam transações entre as em-
presas e, 390, transações com bem final. No caso, o pão, que pode ser obtido 
UNIUBE 19
pela diferença entre as vendas totais, ou valor bruto da produção (775), e as 
vendas intermediárias (385). 
Conclui -se, assim, que se o cálculo fosse feito usando todas as vendas efetuadas 
na economia haveria o problema da múltipla contagem, pois no valor do bem 
final já estão incluídos todos os valores dos bens intermediários necessários 
à sua produção. Em função disso, o cálculo do produto utiliza a metodologia 
do valor adicionado, ou valor agregado. Ele revela o que cada setor produtivo 
acrescentou de valor ao produto final e apresenta relação direta com o conceito 
de renda agregada.
O valor adicionado, então, será obtido como se segue:
Valor adicionado = Valor bruto da produção – Consumo de bens e serviços 
intermediários
Valor adicionado = 775 - 385 = 390
Prosseguindo nossos estudos, é preciso adicionar ao nosso modelo de análise 
uma questão muito importante para o cálculo do produto de um país: as famílias 
não gastam toda a sua renda no presente, também poupam; e as empresas 
também produzem bens de capital, o que faz com que a análise passe a incor-
porar os conceitos de poupança, investimento e depreciação.
1.2.2 Formação de capital
 PARADA PARA ReFLeXÃo 
Pense: quanto, de sua renda, você poupa por mês? 
O valor adicionado, então, será obtido como se segue:
Valor adicionado = Valor bruto da produção – Consumo de bens e serviços 
intermediários
Valor adicionado = 775 - 385 = 390
 PARADA PARA ReFLeXÃo 
Pense: quanto, de sua renda, você poupa por mês? 
20 UNIUBE
Se você poupa R$ 500,00, isso significa que, do salário ganho, descontados 
todos os seus gastos, há uma sobra de R$ 500,00. Essa quantia você econo-
mizará para gastos futuros.
Pois bem, vamos, agora, pensar na poupança de forma mais ampla, conside-
rando toda a população.
Poupança agregada é o percentual da renda nacional recebida pelas famílias 
(salários, juros, lucros, aluguéis) que não foi gasta em consumo no período. Pode 
ainda ser definida como um ato de se transferir o consumo para um período no 
futuro, por qualquer que seja a razão. 
Assim, a poupança pode ser representada como se segue:
Poupança = Renda nacional - Consumo
Poupança agregada – ato de transferir o consumo para o futuro.
A poupança consiste em um elemento importante, uma vez que é por meio dela 
que serão financiados os investimentos da economia.
Investimento agregado é o gasto das empresas com a compra de bens que 
melhoram a estrutura produtiva futura da economia e, 
portanto, permitem um aumento da produção. Pode tam-
bém ser denominado taxa de acumulação do capital, e é 
composto pela aquisição de bens de produção ou bens 
de capital (máquinas, equipamentos, instalações) e pela 
variação de estoques não vendidos. Nas contas do país, 
os bens de capital são denominados formação bruta de 
capital fixo. 
Assim, a poupança pode ser representada como se segue:
Poupança = Renda nacional - Consumo
Bens de capital
Bens utilizados na 
fabricação de outros 
bens, e que não se 
desgastam totalmente 
no processo produtivo. 
É o caso de máquinas, 
equipamentos e 
instalações.
UNIUBE 21
Assim, o investimento pode ser apresentado como segue:
Investimento total = Investimentos em bens de capital + Variação de estoques
É importante lembrar que o investimento está relacionado a produtos físicos. 
Como exemplo, tem -se uma empresa que produz cana -de -açúcar e adquire um 
equipamento agrícola. Nenhuma transferência financeira, como a compra de 
ações, pode ser considerada investimento. 
Por outro lado, a compra de equipamentos já usados também não se constitui em 
investimento, uma vez que o que ocorre é apenas uma transferência na proprie-
dade de ativos e o bem já foi contabilizado como um investimento no passado.
 eXemPLiFicAnDo! 
A Cia. “A” compra, para compor seus fatores de produção, uma nova máquina no 
valor de R$ 20.000,00. 
Essa transação consiste em um investimento, pois a “economia”, de modo geral, está 
expandindo sua capacidade produtiva. Em determinado momento, a Cia. “A” vende 
essa máquina para a Cia. “B”. 
Embora a Cia. “B” esteja expandindo, isoladamente, sua capacidade produtiva, a 
“economia”, de modo geral, não é afetada, pois ocorre, exclusivamente, uma trans-
ferência de capacidade produtiva entre duas empresas. Portanto, essa transferência 
de capital não constitui investimento.
1.2.3 Produto bruto e produto líquido
Quando se considera a variável investimento na análise econômica, é preciso 
introduzir o conceito de depreciação, que é o desgaste dos bens de capital a 
Investimento total = Investimentos em bens de capital + Variação de estoques
 eXemPLiFicAnDo! 
A Cia. “A” compra, para compor seus fatores de produção, uma nova máquina no 
valor de R$ 20.000,00. 
Essa transação consiste em um investimento, pois a “economia”, de modo geral, está 
expandindo sua capacidade produtiva. Em determinado momento, a Cia. “A” vende 
essa máquina para a Cia. “B”. 
Embora a Cia. “B” esteja expandindo, isoladamente, sua capacidade produtiva, a 
“economia”, de modo geral, não é afetada, pois ocorre, exclusivamente, uma trans-
ferência de capacidade produtiva entre duas empresas. Portanto, essa transferência 
de capital não constitui investimento.
22 UNIUBE
cada período de produção, ou, de outra forma, representa o consumo de parcelas 
dos bens de capital em cada período produtivo.
É possível, a partir disso, diferenciar investimento bruto de investimento líquido.
Investimento líquido = Investimento bruto - Depreciação
A partir dos agregados até então apresentados, é pos-
sível iniciar algumas distinções em relação ao cálculo 
do produto de um país. A primeira delas relaciona -se ao 
conceito de produto bruto e produto líquido.
Produto líquido = Produto bruto - Depreciação
1.2.4 Produto a custo de fatores e produto a preço de mercado
Até o momento, como indicado no início da análise, trabalhamos com uma 
economia simplificada, em que existiam apenas famílias e empresas. Todavia, 
é preciso ampliar esse modelo e incluir os demais agentes que fazem parte de 
uma economia, isto é, o governo e o setor externo.
O governo é um importante agente da economia, tanto quando atua na oferta 
de bens e serviços como quando regulamenta os mercados. Ao acrescentá -lo 
ao modelo introduzem -se também conceitos de receita fiscal e gastos públicos. 
Produto bruto
Resultado do cálculo 
do produto que inclui o 
valor da depreciação.
Produto líquido
Resultado do cálculo 
do produto que 
exclui o valor da 
depreciação.
Investimento líquido = Investimento bruto - Depreciação
Produto líquido = Produto bruto - Depreciação
UNIUBE 23
As receitas fiscais advêm de:
• impostos indiretos, que incidem sobre transações com bens e serviços, como, 
por exemplo, Imposto sobre Produtos Industrializados, Imposto sobre Circu-
lação de Mercadorias e Serviços; 
• impostos diretos, que incidem sobre o patrimônio e a renda de pessoas físicas 
e jurídicas, como o Imposto de Renda;
• contribuições à previdência social, tanto de empregados quanto de empre-
gadores;
• outras receitas, na forma de taxas, multas, pedágios etc.
Já os gastos públicos representam a compra de bens e serviços por parte do 
governo e compreendem, nas contas nacionais, três tipos principais:• gastos dos ministérios e autarquias;
• gastos das empresas públicas e sociedades de economia mista;
• gastos com transferências e subsídios.
Com a presença do governo, é possível diferenciar duas novas medidas da ati-
vidade econômica, o Produto a preços de mercado e Produto a custo de fatores.
Os impostos indiretos são pagos pelos consumidores, uma vez que são repas-
sados pelos empresários para os preços finais dos produtos. Dessa forma, os 
impostos tornam os preços dos produtos maiores que seus custos de produção. 
Por outro lado, o governo pode arcar com parte dos custos de produção das 
24 UNIUBE
empresas, concedendo -lhes subsídios, o que torna os preços de mercado me-
nores que seus custos de produção.
A partir de tais definições é possível chegar -se ao valor 
do produto a preço de mercado, preço final pago pelo 
consumidor, que inclui os impostos indiretos e subtrai os 
subsídios. 
Já a operação inversa, a exclusão dos impostos indiretos 
e a inclusão dos subsídios, permite chegar ao conceito 
de produto a custo de fatores.
Produto a preço de mercado = Produto a custo de fatores + 
Impostos indiretos - Subsídios 
 eXemPLiFicAnDo! 
Uma economia, denominada “A”, produz apenas automóvel. 
O custo de produção do automóvel popular é de $ 8.000,00. A economia “A” paga 5% 
de impostos indiretos e recebe do governo 2% de subsídios, estes apurados sobre 
a receita líquida. 
Em face do exposto, é possível afirmar que o produto dessa economia, a preço de 
mercado, é de $ 8.336,00 ($ 8.000,00 + $ 400,00 - $ 64,00).
Prosseguindo nossos estudos, vamos, agora, conhecer os conceitos de Renda 
pessoal disponível e Carga tributária bruta e líquida.
Produto a preço de 
mercado
Produto medido a 
preços finais pagos 
pelo consumidor.
Produto a custo de 
fatores
Produto medido com 
base nos custos de 
produção.
Produto a preço de mercado = Produto a custo de fatores + 
Impostos indiretos - Subsídios 
 eXemPLiFicAnDo! 
Uma economia, denominada “A”, produz apenas automóvel. 
O custo de produção do automóvel popular é de $ 8.000,00. A economia “A” paga 5% 
de impostos indiretos e recebe do governo 2% de subsídios, estes apurados sobre 
a receita líquida. 
Em face do exposto, é possível afirmar que o produto dessa economia, a preço de 
mercado, é de $ 8.336,00 ($ 8.000,00 + $ 400,00 - $ 64,00).
UNIUBE 25
A renda pessoal disponível representa a quantidade de renda que permanece 
com as famílias, resultante da atividade econômica. É constituída por:
Renda pessoal disponível = Renda nacional líquida a custo de fatores - Lucros 
retidos - Impostos diretos - Contribuições previ-
denciárias - Outras receitas correntes do governo 
+ Transferências do governo às famílias
Carga tributária bruta é o total da arrecadação do governo; todavia parte 
desses tributos retorna à população, fazendo -se chegar ao conceito de Carga 
tributária líquida.
Carga tributária líquida = Carga tributária bruta - Transferências e subsídios 
ao setor privado
1.2.5 Produto interno e produto nacional
Com a inclusão do setor externo, torna -se possível apurar duas outras novas 
medidas de produto, o Produto Interno e o Produto Nacional.
O relacionamento com o setor externo pode ser visto sob dois ângulos: o primeiro 
representa as transações com bens e serviços, incluindo exportações (venda de 
parte da produção nacional para o exterior) e importações (compra de parte da 
produção de outros países); já o segundo envolve fatores de produção. 
Renda pessoal disponível = Renda nacional líquida a custo de fatores - Lucros 
retidos - Impostos diretos - Contribuições previ-
denciárias - Outras receitas correntes do governo 
+ Transferências do governo às famílias
Carga tributária bruta é o total da arrecadação do governo; todavia parte 
desses tributos retorna à população, fazendo -se chegar ao conceito de Carga 
tributária líquida.
Carga tributária líquida = Carga tributária bruta - Transferências e subsídios 
ao setor privado
26 UNIUBE
Por exemplo, uma empresa sediada no Brasil utiliza mão de obra e capital vindos 
do exterior e paga por isso, o que representa um envio de renda ao exterior. 
Tal remuneração pode ocorrer sob a forma de pagamento de juros pela utiliza-
ção do capital estrangeiro, remessas de lucros que remuneram o investimento 
das empresas estrangeiras instaladas no país e pagamento de royalties, que 
representam o pagamento pelo uso de tecnologia estrangeira. Por outro lado, 
podem também existir residentes brasileiros proprietários de fatores de produção 
situados no exterior, o que implicará para o país recebimento de renda vinda 
do exterior. 
É possível estabelecer um conceito de Renda líquida do exterior, representado 
pela diferença entre as rendas recebidas do exterior e as rendas enviadas. Se 
o resultado for positivo, o país recebe mais renda que envia; se negativo, o país 
envia mais renda que recebe.
Renda líquida do exterior = Renda enviada ao exterior - Renda recebida do 
exterior
Pode -se, a partir daí, diferenciar os conceitos de produto nacional e produto 
interno.
O produto interno refere -se à produção realizada dentro dos limites territoriais 
do país. O produto nacional, por outro lado, mede a produção sob o ponto de 
vista da renda que pertence aos residentes do país, qualquer que tenha sido o 
país de sua geração. 
Renda líquida do exterior = Renda enviada ao exterior - Renda recebida do 
exterior
UNIUBE 27
Produto Nacional = Produto Interno + Renda Recebida do Exterior - Renda 
Enviada ao Exterior
No caso específico do Brasil, a renda líquida é um valor negativo, dado que as 
rendas enviadas têm valor maior que as recebidas em função do país utilizar 
mais os serviços dos fatores de produção estrangeiros em relação ao que se 
usa dos nossos fatores fora do Brasil. Isso pode ser facilmente percebido, por 
exemplo, quando se analisa o número de empresas brasileiras com filiais no 
exterior e empresas estrangeiras com filiais no Brasil. As empresas estrangeiras 
no Brasil se apresentam em número muito maior que as brasileiras no exterior, 
o que faz com que o pagamento de renda na forma de remessa de lucros seja 
maior que o recebimento. Tal fato ocorre também para os demais fatores de 
produção. Em consequência disso, o Produto Interno do Brasil é maior que o 
Produto Nacional.
Analise, a seguir, um exemplo sobre a diferença entre PIB e PNB.
 eXemPLiFicAnDo! 
Em 2009, a economia “X” apurou um PIB de $ 2.000.000,00. No mesmo período, 
houve uma remessa líquida de renda enviada ao exterior de $ 400.000,00. Portanto, 
o PNB da economia “X” é de $ 1.600.000,00.
Em 2009, a economia “Y” apurou um PIB de $ 1.800.000,00. No mesmo período, 
houve uma remessa líquida de renda ao exterior de – $ 300.000,00 (Renda recebida 
> Renda enviada). Portanto, diferentemente do que ocorreu com a economia “X”, o 
PNB da economia “Y” é maior, isto é, $ 2.100.000,00.
Produto Nacional = Produto Interno + Renda Recebida do Exterior - Renda 
Enviada ao Exterior
 eXemPLiFicAnDo! 
Em 2009, a economia “X” apurou um PIB de $ 2.000.000,00. No mesmo período, 
houve uma remessa líquida de renda enviada ao exterior de $ 400.000,00. Portanto, 
o PNB da economia “X” é de $ 1.600.000,00.
Em 2009, a economia “Y” apurou um PIB de $ 1.800.000,00. No mesmo período, 
houve uma remessa líquida de renda ao exterior de – $ 300.000,00 (Renda recebida 
> Renda enviada). Portanto, diferentemente do que ocorreu com a economia “X”, o 
PNB da economia “Y” é maior, isto é, $ 2.100.000,00.
28 UNIUBE
Vamos fazer um exercício para fixar a diferença entre PIB e PNB? 
 AGoRA É A sUA veZ 
Pesquise em revistas, jornais, Internet, TV etc. sobre as economias abaixo relaciona-
das e determine se, para cada uma delas, o PIB > PNB ou PNB > PIB. Por exemplo, 
no Brasil, o PIB > PNB, uma vez que a remessa líquida de renda enviada ao exterior 
no Brasil é positiva. As economias que você deverá pesquisar são:
a) China.
b) Estados Unidos.
c) Índia.
d) África do Sul.
e) Discuta com seus colegassobre as conclusões a que chegou. 
Pois bem, nosso próximo assunto será a diferença entre o produto real e produto 
nominal de uma economia. Vamos lá?
1.2.6 Produto real e produto nominal
É importante destacar que as medidas até agora estudadas, relacionadas à ati-
vidade produtiva de um país, são utilizadas para indicar se a economia cresceu 
ou não. Todavia, é preciso separar variações exclusivas nos preços e alterações 
efetivas na quantidade produzida. Para tanto, são utilizados os conceitos de 
produto calculado a valores nominais e a valores reais. 
O Produto nominal ou monetário é medido a preços correntes do próprio ano 
de produção. Já o Produto real é medido a preços constantes de um dado ano-
-base, ou seja, desconta -se do Produto nominal o valor da inflação. Para melhor 
entendimento, analisemos os dados da Tabela 2, a seguir.
AGoRA É A sUA veZ 
Pesquise em revistas, jornais, Internet, TV etc. sobre as economias abaixo relaciona-
das e determine se, para cada uma delas, o PIB > PNB ou PNB > PIB. Por exemplo, 
no Brasil, o PIB > PNB, uma vez que a remessa líquida de renda enviada ao exterior 
no Brasil é positiva. As economias que você deverá pesquisar são:
a) China.
b) Estados Unidos.
c) Índia.
d) África do Sul.
e) Discuta com seus colegas sobre as conclusões a que chegou. 
UNIUBE 29
Tabela 2: Produto real e nominal.
ANOS 1 2
PRODUTOS QUANTIDADE PREÇO VALOR QUANTIDADE PREÇO VALOR
Automóveis 
(unidades)
10 2.000 20.000 10 3.000 30.000
Liquidificadores 
(unidades)
30 20 600 30 40 1.200
Batatas 
(toneladas)
10 200 2.000 10 100 1.000
Tecidos 
(metros)
30 5 150 30 10 300
Bebidas (litros) 20 10 200 20 20 400
Total - - 22.950 - - 32.900
No ano 1, o valor do produto a preços correntes foi de $ 22.950,00. No ano 2 
esse valor passou para $ 32.900,00. Observando -se a Tabela 2, apresentada 
anteriormente, percebe -se que ocorreu apenas um aumento nos preços dos 
produtos de um ano para outro, mas a produção, de fato, não cresceu. Ou seja, 
o produto medido em termos nominais ou monetários não permite que se afirme 
se houve crescimento ou não da produção. 
Se tivéssemos em mãos apenas os valores de produto para o ano 1 ($ 22.950,00) 
e para o ano 2 ($ 32.900,00), correríamos o risco de dizer que o produto do 
país cresceu, quando, na verdade, houve apenas um aumento nos preços. O 
produto real não se alterou, mas a medida da atividade econômica apresentou 
um aumento de 44%, devido apenas ao aumento dos preços.
Para medir o crescimento físico da produção, é preciso transformar uma série 
nominal em uma série real. Para tanto, deflaciona -se a série nominal por meio 
do uso de um índice de preços (deflator) que represente o crescimento da in-
flação do período.
30 UNIUBE
No caso do Produto Interno Bruto (PIB) aplica -se a fórmula:
PIB Real = (PIB Nominal/Índice Geral de Preços) × 100
Dessa forma, tem -se um indicador efetivo sobre a melhoria ou não do bem -estar 
da população a partir dos dados da produção da economia. 
Até aqui, você estudou os principais agregados macroeconômicos com seus 
conceitos, formas de cálculo e seu significado para a economia. A seguir, você 
estudará o sistema de contabilidade usado para medir tais agregados. Vamos lá?
 1.3. Sistemas de Contabilidade Social
1.3.1 Contabilidade Social
A medição dos agregados macroeconômicos é feita por um ramo da teoria ma-
croeconômica chamada Contabilidade Social. Este representa o registro contábil 
de toda a atividade produtiva de um país, durante certo 
período de tempo.
Considere o Brasil como se fosse uma grande empresa. 
É esse o pensamento da Contabilidade Social para que 
se contabilizem os agregados macroeconômicos. Além 
disso, são estabelecidos alguns princípios básicos, que 
serão apresentados a seguir.
Em primeiro lugar, conforme você já estudou neste capí-
tulo, os registros levam em conta apenas bens e serviços 
finais, excluindo -se valores de bens e serviços inter-
mediários. Por exemplo, são computados os valores do 
carro e não das diversas matérias -primas utilizadas em 
sua produção.
PIB Real = (PIB Nominal/Índice Geral de Preços) × 100
Bens finais
Aqueles que são 
vendidos diretamente 
para famílias, governo 
e setor externo para 
consumo ou uso final.
Bens intermediários
Os bens que são 
agregados ou 
transformados 
na produção de 
outros bens e são 
consumidos totalmente 
no processo produtivo. 
São as matérias-
-primas, insumos e 
componentes.
UNIUBE 31
Um outro princípio é o de que é medida apenas a produção corrente do próprio 
período. Por exemplo, caso você compre um carro em 2006 e resolva vendê -lo 
em 2007. Do ponto de vista da Contabilidade Social, a contabilização ocorrerá 
apenas em 2006, ano da produção e comercialização do bem. 
Em 2007, o valor do carro revendido não será registrado, uma vez que tal fato já 
ocorreu em 2006. Isso é explicado facilmente: a revenda não significou acréscimo 
de produção de carros, mas apenas a transferência de proprietários para um 
bem já existente. É importante lembrar que o valor do serviço utilizado para a 
revenda do carro é contabilizado, pois é um serviço efetuado no ano corrente, 
no caso, 2007.
Em relação ao princípio anteriormente exposto, cabe ressaltar que os bens pro-
duzidos em um ano e não comercializados contabilizam -se como um estoque 
da empresa e são considerados um investimento. Apesar de não terem sido 
vendidos, aumentaram o capital da empresa.
As transações são definidas ao longo de determinado período de tempo. No 
caso do Brasil, os resultados são apresentados para um ano, com estimativas 
trimestrais que representam um valor parcial.
A moeda, por sua vez, é considerada em sua função de unidade de medida e, 
como tal, funciona como um padrão que permite somar bens e serviços com 
características físicas distintas. Por exemplo, caso em um país seja produzida 1 
tonelada de soja, 1.000 litros de leite, 10 carros e 1.000 quilos de frango, como 
poderíamos chegar a um valor da produção com produtos medidos em unidades 
tão diferentes? A solução é avaliá -los usando o seu preço em moeda corrente. 
Assim, 1 tonelada de soja com valor de $ 1000; 1.000 litros de leite com valor 
de $ 1000; 10 carros com valor de $ 250.000 e 1.000 quilos de frango com valor 
de $ 4000 são perfeitamente agregáveis, permitindo chegar a um valor final de 
produto, que, no caso, será igual a $ 256.000. 
Por fim, as transações de caráter puramente financeiro não são contabilizadas, 
pois não se traduzem, por elas mesmas, em incremento do produto da economia. 
Ou seja, essas transações não significam um incremento da renda e da riqueza 
32 UNIUBE
de um país. Por exemplo, quando se compra, negociam ações em Bolsa de Va-
lores, o que está ocorrendo é apenas uma transferência financeira entre quem 
vende e quem compra as ações. Por outro lado, a renda gerada pelos serviços 
prestados no decorrer desse processo é computada.
Nesse contexto é que foram criados os sistemas contábeis para mensurar a 
produção dos países. Os sistemas de contabilização da atividade produtiva de 
um país passaram a ser desenvolvidos principalmente após a Segunda Guerra 
Mundial, sendo chamados de sistemas de contabilidade nacional ou social. Os 
sistemas de contabilidade social mais conhecidos e utilizados pela maioria dos 
países ao redor do mundo são o Sistema de Contas Nacionais, criado por Ri-
chard Stone e adotado pela Organização das Nações Unidas (ONU), e a Matriz 
de Relações Intersetoriais, ou Matriz de Insumo -Produto, elaborada por Wassily 
W. Leontief. Os dois sistemas passaram a ser integrados no Brasil a partir de 
1999, mas são apresentados separadamente.
1.3.2 Sistema de contas
É um sistema de contabilização baseado no princípio das partidas dobradas, 
visto por você em Contabilidade Básica, e com registro apenas das transações 
com bens e serviços finais. 
Apresenta quatro contas principais:
• Conta produto interno bruto (produção);
• Conta renda nacional disponível líquida (apropriação ou utilização da renda);• Conta transações correntes com o resto do mundo;
• Conta de capital (acumulação).
A – Conta produto interno bruto
Do lado do débito, encontram -se os pagamentos das unidades de produção aos 
fatores de produção, incluindo os impostos indiretos (excluindo -se os subsídios); 
UNIUBE 33
do lado do crédito são registrados os valores que as empresas receberam dos 
agentes que adquiriram os bens e serviços finais. Com base nessa conta, chega-
-se ao Produto interno bruto a preço de mercado e à Despesa interna bruta a 
preços de mercado. As empresas estatais são consideradas nessa conta, pois 
vendem sua produção no mercado, do mesmo modo que as entidades privadas. 
B – Conta renda nacional disponível
Apresenta, no lado do débito, a utilização da renda por parte das famílias e do 
governo (uso em consumo ou poupança). Já do lado do crédito descreve as 
rendas recebidas pelas famílias e pelo governo e os resultados líquidos com 
transferências do exterior. Ainda desse lado aparece o valor da depreciação, 
com sinal negativo. 
Os lançamentos dessa conta medem o uso dado à Renda nacional disponível 
líquida (lado do débito), e os segmentos que a geraram (lado do crédito). O saldo 
dessa conta revela a poupança interna (soma da poupança do setor privado e 
do governo).
C – Conta transações correntes com o resto do mundo
Registram -se nessa conta, do lado do débito, os gastos dos não residentes com 
bens e serviços produzidos dentro do país (exportação de bens e serviços), os 
rendimentos e as transferências recebidos do resto do mundo (rendas e dona-
tivos) e a poupança externa. 
Do lado dos créditos são registradas as compras realizadas pelos residentes de 
bens e serviços produzidos no exterior (importações de bens e serviços) e os 
pagamentos e transferências aos não residentes (rendas e donativos enviados 
ao exterior). Do lado do débito, os resultados revelam a utilização dos recebi-
mentos correntes (vindos do exterior); e, do lado do crédito, apresentam -se as 
remessas correntes (enviadas ao exterior). Como saldo dessa conta tem -se a 
poupança externa.
34 UNIUBE
D – Conta capital
É a conta que consolida o sistema de contas, ou seja, ela fecha o sistema, pois 
nela são lançadas as contrapartidas do investimento e os saldos das outras con-
tas. São lançados nessa conta os gastos com a formação de capital (investimen-
tos e estoques), incluindo depreciação (com sinal negativo), do lado do débito. 
Do lado do crédito são lançadas as fontes de recursos para os investimentos, 
ou seja, a poupança dos agentes econômicos, sendo esse o saldo das contas 
anteriores. Os lançamentos dessa conta demonstram a formação de capital, do 
lado do débito; e o financiamento dessa formação de capital, do lado do crédito.
 AGoRA É A sUA veZ 
Proponho -lhe, agora, um desafio.
Visite o site do IBGE, nas seções correspondentes a cidades@, estados@ e países@. 
Conheça o PIB de alguns países, estados e cidades brasileiras. Para nortear sua 
pesquisa, responda às questões a seguir:
Determine qual o maior PIB do mundo: Estados Unidos, China ou Japão?
Compare o PIB japonês com o PIB brasileiro. Relacione o PIB dessas duas nações 
com suas respectivas extensões territoriais.
Determine o PIB da cidade de São Paulo (PIB per capita X nº de habitantes) e 
compare -o com o PIB brasileiro.
O link para você acessar o site do IBGE e realizar sua pesquisa é: <http://www.ibge.
gov.br/>
Discuta sua pesquisa com seus colegas e registre os resultados. 
AGoRA É A sUA veZ 
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Visite o site do IBGE, nas seções correspondentes a cidades@, estados@ e países@. 
Conheça o PIB de alguns países, estados e cidades brasileiras. Para nortear sua 
pesquisa, responda às questões a seguir:
Determine qual o maior PIB do mundo: Estados Unidos, China ou Japão?
Compare o PIB japonês com o PIB brasileiro. Relacione o PIB dessas duas nações 
com suas respectivas extensões territoriais.
Determine o PIB da cidade de São Paulo (PIB per capita X nº de habitantes) e 
compare -o com o PIB brasileiro.
O link para você acessar o site do IBGE e realizar sua pesquisa é: <http://www.ibge.
gov.br/>
Discuta sua pesquisa com seus colegas e registre os resultados. 
UNIUBE 35
Resumo
Prezado(a) aluno(a),
Neste primeiro capítulo sobre macroeconomia e políticas de intervenção, você 
conheceu o conceito de macroeconomia e os principais agregados macroeco-
nômicos, quais sejam: produto, renda e despesa nacional.
Você estudou o fluxo circular da renda e a igualdade macroeconômica funda-
mental, a qual determina que o produto agregado de uma economia é igual à 
renda agregada, que, por sua vez, é igual à despesa agregada.
No decorrer deste capítulo, você aprendeu que a melhor metodologia para se 
apurar o produto agregado de uma economia é o método do valor adicionado, o 
qual excluiu a produção de bens intermediários, considerando, portanto, apenas 
bens finais. Você aprendeu, também, a diferenciar Produto bruto de Produto 
líquido, Produto a custo de fatores de Produto a preço de mercado, Produto 
Interno Bruto (PIB) de Produto Nacional Bruto (PNB) e, ainda, Produto real de 
Produto nominal. Por fim, você conheceu os Sistemas de Contabilidade Nacional, 
o qual cuida de registrar todas as transações econômicas que envolvem bens 
e serviços finais, interna ou externa (com o resto do mundo).
Nosso estudo não termina aqui. Na sequência, você deverá resolver as ativida-
des de aprendizagem como forma de fixar o conteúdo estudado. Por fim, você 
irá realizar suas atividades de avaliação a distância. Qualquer dúvida que 
você possa ter durante esse processo, procure saná -la conversando com cole-
gas, realizando pesquisas ou perguntando a seu preceptor.
Atividades
Atividade 1
Defina macroeconomia e faça um comparativo com a microeconomia. 
Atividade 2
Cite e explique os objetivos de política macroeconômica.
36 UNIUBE
Atividade 3
Em setembro de 2007, a Fundação Getulio Vargas divulgou uma pesquisa na 
qual se afirmava que a pobreza no Brasil havia diminuído. Todavia, os pesqui-
sadores por ela responsáveis chamaram a atenção para o fato de que pode 
haver uma piora na distribuição de renda para os próximos períodos. Segundo 
os pesquisadores, a manutenção do crescimento econômico (aumento do Pro-
duto Interno Bruto) provocará uma maior demanda por mão de obra qualificada, 
havendo o risco de ela não estar disponível em quantidade suficiente. Em con-
sequência, a distribuição de renda tenderia a piorar. 
Com base nessas informações, explique a relação existente entre a qualificação 
do trabalhador e a situação da distribuição de renda no Brasil nos últimos anos.
Atividade 4
Para os trechos, apresentados a seguir, identifique o tipo de política econômica 
que foi adotada:
a) “O Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM) decidiu manter 
a taxa de juros em 11,25% em sua última reunião.”
b) “O Governo brasileiro decidiu hoje aumentar em 40% o orçamento para pro-
gramas sociais, especialmente fortalecer o Bolsa Família.” 
c) “Com o início do Plano Real, uma das políticas adotadas foi fixar o valor do 
dólar em R$ 1,00.”
d) “Em 13 de setembro de 1996 foi aprovada a lei Kandir que, com o objetivo 
de estimular as exportações, deixava de cobrar Imposto sobre Circulação 
de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os produtos primários destinados 
à exportação.”
e) “Durante o Plano Cruzado, elaborado no governo do Presidente José Sarney, 
foi estabelecido um congelamento de preços.”
UNIUBE 37
Referências
BLANCHARD, Olivier. Macroeconomia. 3. ed. São Paulo: Pearson do Brasil, 2004.
DORNBUSCH, Rudger; FISCHER, Stanley. Macroeconomia. 5. ed. São Paulo: Makron 
Books, 1991.
EMMOTT, Bill. O Brasil um dia vai ser China? Revista Exame, São Paulo, n. 903. 4 out. 
2007.
GREMAUD, Amaury Patrick; VASCONCELLOS, Marco Antônio Sandoval de; TONETO JR, 
Rudinei. Economia brasileira contemporânea. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – Diretoria de pesquisa –DPE-
-Coordenação de contas nacionais – CONAC. Sistema de Contas Nacionais – Brasil 
Referência 2000. Nota metodológica n. 2. Estrutura do Sistema de Contas Nacionais (versão 
para informação e comentários). Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/
indicadores/pib/pdf/02_estrutura.pdf>. Acesso em: jan. 2008.
LOPES, Luiz Martins; VASCONCELLOS, Marco Antônio Sandoval de (Org.) Manual de 
macroeconomia: básico e intermediário. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2000. 
MOCHON, Francisco. Princípios de economia. Tradução de Thelma Guimarães. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2007. 
ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à economia. São Paulo: Atlas, 2004. 
VASCONCELLOS, Marco Antônio Sandoval de; GARCIA; Manoel Enriquez. Fundamentos 
de economia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2004. 
VASCONCELLOS, Marco Antônio Sandoval de; PINHO, Diva Benevides (Org.). Manual de 
economia dos professores da USP. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. 
Políticas 
macroeconômicas e o 
processo de produção 
e consumo
Capítulo
2
Edileuza Pereira Silva / Wilton Rezende de Freitas
Introdução
Caro(a) aluno(a),
Em nosso primeiro encontro, estudamos os principais conceitos e 
modelos relacionados à análise macroeconômica. Naquele momento, 
abordamos o processo de medição da atividade produtiva em uma eco-
nomia. A partir de agora, vamos falar sobre a participação do Estado na 
economia, o uso da moeda e a realização de políticas fiscal e monetária. 
Rotineiramente, ouvimos no rádio, assistimos pela televisão, ou lemos 
em revistas e jornais alguma referência à presença do Estado na eco-
nomia. Alguns argumentam que essa participação é desnecessária e 
outros afirmam que ela é essencial. 
 
O que pensar, dado que as opiniões são tão divergentes? 
Outra questão bastante importante da análise macroeconômica, e 
corriqueiramente vivenciada por todos nós, é o uso da moeda. Sem 
ela, o mundo moderno não teria condições de avançar. A evolução da 
produção, a especialização e a divisão do trabalho tornaram a moeda 
elemento essencial da vida dos cidadãos e das empresas.
O que pensar, dado que as opiniões são tão divergentes? 
40 UNIUBE
Utilizando o instrumental inicial de definições sobre o setor público e so-
bre a moeda, estudaremos a execução das políticas monetária e fiscal. 
Você se recorda que, no primeiro capítulo, analisamos tais questões de 
maneira superficial. Elas serão aprofundadas a partir de agora. 
 
Todavia, você pode se perguntar: Por que aprofundar o estudo sobre política 
monetária e política fiscal?
Ora, todas as decisões de produção e consumo dentro de uma economia 
são afetadas pela atuação do Estado em relação às suas despesas e 
às suas receitas (política fiscal); e em relação ao controle da quantidade 
de moeda presente na economia (política monetária). 
 
Quem nunca se sentiu afetado por um aumento no percentual cobrado de 
um imposto? 
Quem nunca ouviu falar sobre as reclamações de consumidores e empre-
sários a respeito da elevada carga tributária brasileira e de como ela afeta 
os preços finais dos produtos? 
Quem nunca se viu às voltas com compras de produtos usando o crédito? 
Ou com taxas de juros elevadas?
Pensando em todas essas questões, este capítulo está dividido em 
quatro itens principais: setor público; política fiscal; mercado monetário 
e política monetária. 
Todavia, você pode se perguntar: Por que aprofundar o estudo sobre política 
monetária e política fiscal?
Quem nunca se sentiu afetado por um aumento no percentual cobrado de 
um imposto? 
Quem nunca ouviu falar sobre as reclamações de consumidores e empre-
sários a respeito da elevada carga tributária brasileira e de como ela afeta 
os preços finais dos produtos? 
Quem nunca se viu às voltas com compras de produtos usando o crédito? 
Ou com taxas de juros elevadas?
UNIUBE 41
Na parte I é apresentado o setor público e as razões que justificam a 
sua atuação na economia, com especial destaque para as falhas de 
mercado e as funções inerentes ao Estado. Vamos discutir, também, 
os instrumentos de atuação do setor público por meio da descrição de 
suas receitas e despesas. 
A segunda parte é composta pelo estudo da política fiscal. Vamos definir 
e analisar os instrumentos da política fiscal, quando ela deve ser usada 
e seus efeitos sobre a economia.
Na terceira parte vamos trabalhar o mercado monetário, estudando a 
origem e funções da moeda, as instituições bancárias, bem como a ca-
pacidade de multiplicação da moeda por parte dos bancos comerciais. 
Na quarta parte serão analisados a política monetária com seus instru-
mentos de ação, a pertinência de sua utilização, bem como seus efeitos 
sobre a economia. Ainda nesse item, vamos apresentar uma análise 
comparativa sobre a eficácia de uso das políticas fiscal e monetária.
A parte final deste capítulo é composta de uma série de atividades de 
aprendizagem, para que você possa fixar os conceitos aqui apresentados. 
Sucesso e bons estudos!
Objetivos
Esperamos que, ao terminar o estudo deste capítulo e das leituras in-
dicadas, você seja capaz de:
• compreender a participação do Estado e suas funções na eco-
nomia; 
• entender a evolução e a importância da moeda na economia;
• analisar a atuação do Estado por meio das políticas monetária 
e fiscal e os efeitos dessas políticas sobre a vida das empresas 
e da coletividade.
42 UNIUBE
Para alcançar esses objetivos, você deverá ler atentamente este capí-
tulo, fazer as leituras indicadas e, em seguida, desenvolver as atividades 
propostas.
Esquema
1o momento: Setor público
2o momento: Política fiscal
3o momento: Mercado monetário
4o momento: Política monetária
2.1 Setor público
2.1.1 Setor público: análise geral
Conforme visto em nosso primeiro estudo, as análises da macroeconomia permi-
tem orientar e dar sustentação técnica à ação econômica 
do Estado por meio da política econômica, a qual apre-
senta como objetivos básicos alcançar o crescimento eco-
nômico, alto nível de emprego, estabilidade econômica e 
distribuição socialmente justa da renda. Portanto, antes 
que se faça qualquer análise sobre política econômica, 
é preciso que se entenda a evolução da participação do 
Estado na economia.
Até o início do século XX, a participação do Estado na economia era tida como 
desnecessária. Até os anos 1930, os principais pensadores econômicos acredi-
Estado
Pode ser definido 
como uma 
organização política, 
social e jurídica, 
apresentando 
soberania reconhecida 
internamente e 
externamente. 
UNIUBE 43
tavam que apenas o mecanismo de mercado garantiria 
o equilíbrio da economia, com a ocorrência do pleno 
emprego, não havendo a necessidade de interferência 
do Estado na economia. Tais ideias eram defendidas 
pelos economistas clássicos, que recomendavam que o 
Estado deveria intervir apenas nas seguintes situações:
• justiça;
• defesa contra agressões externas;
• manutenção de planos de assistência social;
• prestação de serviços públicos, desde que não fossem 
do interesse da iniciativa privada;
• manutenção de planos educacionais.
A crise da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, 
demonstrou que as ideias predominantes até o momento 
estavam equivocadas. Ou seja, percebeu -se, a partir 
de então, que não havia uma determinação automática 
da produção em seu nível de pleno emprego, e que o 
desemprego dos trabalhadores e dos outros fatores de 
produção era um fato. Bastava andar pelas fábricas e 
ver os equipamentos parados, ou sair pelas ruas e ver os 
trabalhadores procurando emprego inutilmente.
Nesse novo contexto que se desenhou, a participação do Estado começou a ser 
defendida por alguns economistas. O principal deles foi John Maynard Keynes. 
A atuação do setor público passou a ser considerada importante em função da 
constatação de que o mecanismo de mercado não consegue atender a todas 
as necessidades de uma sociedade. 
Fatores de produção
São os elementos 
constitutivos 
da produção, 
normalmente 
agrupados em 
recursos naturais, 
trabalho, capital, 
capacidade

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