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Necessidades Nutricionais e Dietas Experimentais em Roedores de Laboratório

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NUTRIÇÃO EXPERIMENTAL
UNISM
2022.2
. Necessidades Nutricionais e Dietas Experimentais de Roedores de Laboratório .
Fatores que afetam as necessidades nutricionais: .
-Genética: diferenças entre espécies, linhagens, gênero e indivíduos; presença ou não de alguma
enzima (necessitando de suplementação);
-Estágio da vida: crescimento, gestação e lactação;
-Impactos ambientais: alterações no ambiente podem alterar as necessidades energéticas do
animal (ex.: ↓ temperatura → ↑ demanda energética). Os animais de laboratório tendem a
obesidade;
-Status microbiológico: ratos e camundongos têm maior atividade microbiológica no cólon, mas
os compostos produzidos só são absorvidos se o rato ingerir as próprias fezes (coprofagia), mas
isso interfere nos resultados da pesquisa;
-Interações entre nutrientes: interações mineral–mineral; observar a adição de diferentes
nutrientes;
Tipos de formulações de dietas: .
-A escolha depende da quantidade de nutriente, necessidades de produtos-teste, efeitos dos
microrganismos da dieta sobre o animal, aceitação e custo;
-Classificação (grau de refinamento de ingredientes):
● Quimicamente definida:
-Componentes puros (aminoácidos, triglicerídeos, ácidos graxos essenciais, sais inorgânicos e
vitaminas), sem contaminantes e fatores estimulantes de enzimas;
-Controle de nutrientes ou adição;
● Purificada:
-Ingredientes retirados de alimentos específicos (fontes puras);
-Albumina e caseína (proteínas), sacarose (carboidratos), óleo vegetal (lipídios);
-Alteração na quantidade de minerais/vitaminas–P, Se e Ca, e adição de Mo; Vitamina E, K e B12;
-↓ risco de contaminação (possível contaminação com ferro na caseína), custo e estabilidade
razoável;
● Comercial:
-Hipercalóricas, hipo/hiperlipídicas, sem adição de vitaminas/minerais;
-Alimentos processados (grãos de trigo, milho, soja e farinha de peixe);
-Baixo custo e palatável;
-Composição variável (não usar em estudos), risco de contaminação com metais pesados,
pesticidas e pesticidas;
-É feita com ingredientes naturais que podem conter fitatos, taninos e fibras, não sendo
interessantes para o estudo (↓ biodisponibilidade).
Preparação e estocagem de dietas: .
-Locais e equipamentos específicos;
-Local de preparo e estocagem livre de animais, aves e insetos (controle integrado de pragas
urbanas);
-Ingredientes (QUALIDADE) pesados, misturados (em baixa luz– oxidação) de forma
homogênea (batedeira de inox) em baixa velocidade por 5 min, o óleo é adicionado por último e
misturado por mais 5 min;
-Adicionar água morna se necessário (dependendo da quantidade de dieta);
NUTRIÇÃO EXPERIMENTAL
UNISM
2022.2
-Vitaminas e minerais são usados em menores quantidades, por isso devem ser adicionados
como pré-mix ou misturas de vitaminas e minerais, para evitar a perda por reações de oxidação
devido os minerais. Os ingredientes higroscópicos (cloreto/bitartarato de colina) devem ser
misturados à sólidos (amido/açúcar) e por último, acrescenta-se o óleo;
-Homogeneizar por 15 min (desligando a cada 5 min para misturar com uma colher o que aderiu
na lateral);
-Peletizar: planar com um rolo, cortar em 3 cm, estufa com circulação á 60°/24hr;
-Guardar sob refrigeração em saco plástico reforçado com o tipo de dieta, data e responsável até
o uso por no máximo 3 meses, se congelada, até 6 meses;
-↓ temperatura e umidade → ↑ estabilidade dos compostos; com ingredientes naturais: 4° C por
90 dias;
-Vitaminas A e C (não essencial em ratos) são menos estáveis, por isso não se guarda por
muito tempo. As cobaias necessitam de suplementação (10mg/K).
As dietas podem ser ofertadas em pó, peletizadas, moídas, semilíquidas ou líquidas. No entanto, peletizada é a
melhor forma, pois estimula a mastigação.
Vias de administração da dieta e da água: .
● Ad libitum X ingestão controlada:
-Ad libitum é uma dieta sem restrição (↑ que a necessidade), a restrição pode ser feita durante o
dia, pois os hábitos dos ratos são noturnos;
15g/dia– ratos jovens
20g/dia e 114mL/Kg/dia– ratos adultos
-A ingestão controlada é quando o grupo de animais recebe a mesma quantidade de alimento,
visam o consumo total e o controle da ingestão de algum nutriente.
-Gavagem: dose individual por agulhas de gavagem diretamente no
estômago. O tamanho da agulha varia de acordo com o tamanho do
animal, e a distância da ponta do nariz até a última costela deve ser
medida, para que a agulha passe pelo esôfago (e evitar aspiração).
O animal também deve ser contido deixando a cabeça em linha reta
com o corpo, e a agulha inserida no canto da boca.
Fonte: Google Imagens, 2022.
A água ofertada deve ser fresca ad libitum, de qualidade e purificada, pois pode ser fonte de contaminação. Água
deionizada é a ideal para não interferir na pesquisa de biodisponibilidade.
Recomendações nutricionais: .
-Comitê da American Institute of Nutrition (AIN), em 1973 → Dieta AIN-76;
-Workshop da Federation of the American Societies for Experimental Biology (FASEB), em 1989
→ AIN-93G (crescimento, gestação e lactação) e AIN-93M (manutenção de adultos);
INGREDIENTES
g/Kg de Dieta
AIN-93G (g/100g) AIN-93M (g/100g)
Amido de milho 40 47
Caseína 20,00 14,00
Amido dextrinizado 13,20 15,50
Sacarose 10,00 10,00
Óleo de soja 7,0 4,00
Fibra 5,00 5,00
NUTRIÇÃO EXPERIMENTAL
UNISM
2022.2
Mix de mineral 3,50 3,50
Mix de vitaminas 1,00 1,00
L-cistina 0,30 0,18
Bitartarato de colina 0,25 0,25
TBHQ 0,14 0,08
AIN-93G AIN-93M
Energia 376,6 360,1
% proteína 19,3 14,1
% carboidrato 64,0 75,9
% lipídios 16,7 0,08
● Considerações:
-↑ Ácidos graxos saturados → ↓ digestibilidade. E quanto mais polinsaturados, mais antioxidantes;
-A caseína é rica em cistina, se substituí-la, acrescentar uma mistura de minerais;
-As fibras de baixo custo podem conter fitatos e taninos, atenção se observar a biodisponibilidade;
-Elementos-traços devem ser substituídos por sacarose, se não adicionados a dieta.
Dietas modificadas: .
-Fornecem determinada quantidade de algum nutriente ou componente para atender à pesquisa
e causar as alterações metabólicas necessárias. Seus ingredientes prontos e industrializados são
incorporados à ração;
● Isoproteica e isocalórica:
-Dietas com as mesma quantidade de proteína e calorias recomendadas, porém de fontes
diferentes;
● Isentas de ferro:
-Em dietas para observar a biodisponibilidade, o conteúdo deve ser o mesmo do recomendado,
porém a fonte deve ser o alimento/suplemento estudado;
● Hipercolesterolemiante:
-Alteração dos lipídios, carboidratos ou outros. Para aumentar o colesterol sanguíneo adiciona
colesterol ou gordura saturada, ácidos biliares ex.:(ácido cólico);
● Cafeteria:
-↑ valor calórico, ↑ gordura saturada, e ↓ fibras para simular a dieta ocidentalizada e causar
obesidade e dislipidemia;
-Deposição de gordura corporal, hiperfagia, ↑ glicose e lipídeos nos sangue;
● Hiperlipídica:
-↑ gordura saturada (adiciona banha de porco/gordura hidrogenada). Pode-se adicionar colesterol
e ácido cólico para aumentar o colesterol sanguíneo; dietas hiperlipídicas/glicídicas visam
causar Síndrome Metabólica, Resistência à Insulina, etc.
Referências: .
Neuza Maria Brunoro Costa et al. Nutrição Experimental: teoria e prática. – 1°. ed. –Rio de Janeiro: Rubio, 2014.
Cap Necessidades Nutricionais e Dietas Experimentais de Roedores de Laboratório, pag 47-63. 9788564956889.

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