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AVA - Vigilância em saúde Unidade 1

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VIGILÂNCIA EM SAÚDE - UNIDADE I
INTRODUÇÃO À VIGILÂNCIA EM SAÚDE
Ana Gabriela Silva
1. Conceitos básicos de Vigilância em Saúde
A vigilância em saúde objetiva observar e analisar constantemente a saúde da população para
articular ações e medidas de saúde destinadas a controlar fatores de riscos e de danos à saúde. O
planejamento das ações é realizado por região, garantindo assim que todos recebam assistência de
maneira integral e de acordo com as suas particularidades. Além disso, a abordagem é individual e
coletiva, garantindo a assistência de todos, buscando prevenir os problemas e os agrados de saúde
na população.
1.1 Componentes da vigilância em saúde
A extensão de vigilância em saúde compreende três eixos que são: as medidas de vigilância,
promoção, prevenção e controle de doenças e agravos à saúde. Para que todos esses eixos
possam ser alcançados, a vigilância em saúde precisa articular o conhecimento e técnicas em
relação às doenças e aos agravos à saúde da população, tendo em vista a localização geográfica da
população, a influência sazonal, além de aspectos naturais e sociais que possam influenciar na
saúde do indivíduo.
No cotidiano da assistência em saúde em todos os níveis, a vigilância em saúde deve estar presente.
Assim, associado ao conhecimento e à prática epidemiológica, analise situacional da saúde e dos
seus determinantes em uma população, associado aos determinantes sociais, é possível planejar,
organizar e executar ações que permitam acesso a todos aos serviços de saúde. A partir dessa
organização, as demandas podem ser realizadas de maneira sistematizada, permitindo maior acesso
à população e o atendimento em diversas áreas que demandam cuidado, direcionando o cuidado e a
prevenção à saúde (BRASIL, 2007).
A vigilância em saúde é subdivida em quatro: a vigilância epidemiológica, vigilância sanitária,
vigilância ambiental e a vigilância da saúde do trabalhador. A divisão permite ações
centralizadas em cada eixo, de acordo com a necessidade da população, descentralizando as ações.
Veja a seguir suas definições:
Vigilância
epidemológica
Busca o conhecimento, a identificação ou prevenção de alguma alteração que
determine ou condicione a saúde coletiva ou individual, visando identificar
fatores e medidas que possibilitem a prevenção e o controle das doenças e
seus agravos. Ela busca ofertar orientações técnicas para os governantes e os
profissionais de saúde, para que eles possam decidir em relação a como
executar ações que controlem e previnam agravos à saúde. A paritir da coleta
e processamento de dados referentes à saúde, é possível conhecer a situação
epidemiológica por regiões, caracterizando as principais doenças que
acometem aquela população e suas causas; além de surtos epidemiológicos e
as doenças sazonais.
Vigilância
sanitária
Fundamental nas ações que visam eliminar, diminuir ou prevenir qualquer risco
à saúde. Outro papel fundamental é a intervenção nos problemas sanitários
relacionados ao meio ambiente, a produção e circulação de bens e prestação
de recursos consumíveis ou duráveis de interesse da saúde. Ela é a principal
responsável pelo controle direto e indireto de todos os insumos relacionados à
saúde, não podendo ser utilizado nenhum medicamento ou equipamento para
assistência à saúde sem aprovação prévia da vigilância sanitária.
Vigilância em
saúde ambiental
Fundamental nas ações que visam eliminar, diminuir ou prevenir qualquer risco
à saúde. Outro papel fundamental é a intervenção nos problemas sanitários
relacionados ao meio ambiente, a produção e circulação de bens e prestação
de recursos consumíveis ou duráveis de interesse da saúde. Ela é a principal
responsável pelo controle direto e indireto de todos os insumos relacionados à
saúde, não podendo ser utilizado nenhum medicamento ou equipamento para
assistência à saúde sem aprovação previa da vigilância sanitária.
Vigilância da
saúde do
trabalhador
Foca-se na saúde do indivíduo de acordo com o seu tipo de atividade laboral.
Sua atuação está centrada em um conjunto de atividades para a promoção,
proteção, recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores que são
submetidos a fatores de riscos e/ou agravos advindos das condições de
trabalho. As medidas em relação à saúde do trabalhador visam o cuidado
integral à saúde das pessoas por meio da promoção da saúde, estimulando a
população a reduzir a vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus
determinantes e condicionantes, ou seja, aos modos de viver, as condições de
trabalho, a habitação, ao ambiente, a educação, ao lazer, a cultura e ao
acesso a bens e serviços essenciais
1.2 Construção social da vigilância em saúde no Brasil
Os primeiros debates sobre a construção da vigilância em saúde no Brasil iniciaram-se nos
anos 1990. Essa discussão foi realizada por vários seguimentos sanitários que buscavam uma
sistematização da sua prática na prevenção da prática de saúde, principalmente em relação as
estratégias epidemiológicas, o planejamento e a organização do serviço de saúde. Nesse momento,
a principal preocupação era a reorganização do processo de prestação de serviços, visando integrar
as diferentes lógicas das demandas espontâneas e das especiais, propondo uma nova organização
com base na identificação prévia das principais necessidades à saúde. E, a partir disso, elaborar
estratégias visando abranger as necessidades à saúde em cada um dos distritos sanitários,
suplantando toda a demanda da população.
A ideia era que a nova estrutura passasse então a ser uma oferta de serviço programado, com um
espaço articulado que é baseado nos dados epidemiológicos. A partir disso, as ações têm foco na
programação e execução de medidas e ações que proporcionam a identificação e a resolutividade
dos problemas de saúde de acordo com a delimitação geográfica e os dados epidemiológicos
identificados. Isso não exclui as particularidades, porém a demanda do serviço não fica focada de
maneira generalizada, pois no Brasil temos várias realidades, devido ao território geográfico ser
amplo e com grande variedade climática, ambiental e social (TEIXEIRA, et al., 2008).
Durante o III Congresso Brasileiro de Epidemiologia, em 1995, o novo modelo de atenção à saúde
foi discutido e a expressão do termo vigilância em saúde foi apresentada. A concepção desse termo
era entendida como uma integração entre a vigilância epidemiológica e a sanitária associada a uma
proposta de ampliação do modelo assistencial. A partir dessa discussão, no IV Congresso Brasileiro
de Epidemiologia foram apresentadas três vertentes para a vigilância em saúde: a análise da
situação de saúde, a integração da proposta e redefinição das práticas sanitárias.
Na perspectiva da vigilância em saúde como análise de situações de saúde foi proposto um
monitoramento da saúde, porém, sem ações voltadas para resolutividade dos problemas
identificados. Essa ideia gera a criação de centros de controle de doenças semelhantes ao modelo
norte-americano, identificando os problemas a fim de reduzir a transmissão comunitária de doenças.
Esse modelo visa atividades educacionais para aprimorar a saúde da população (TEIXEIRA et al.,
2008).
Em relação à vigilância como integração institucional entre a vigilância epidemiológica e a
sanitária, seria uma reforma na forma organizacional sendo extintas as Secretarias Estudais de
Saúde e passando ser chamadas de superintendências ou divisão de vigilância em saúde. A
mudança gerava uma fusão de responsabilidades a partir da agregação de vários órgãos na
vigilância em saúde como a vigilância epidemiológica, os programas de controle de doenças, a
vigilância sanitária, a vigilância de saúde do trabalho e os programas especiais de controle de
doenças. Podemos ver isso no “Esquema hierárquico da Vigilância em saúde e suas
subdivisões” abaixo:
#PraCegoVer: Esquema em hierarquia mostrando a vigilância em saúde no topo, como integração
das vigilâncias epidemiológica, sanitária, ambiental e saúde do trabalhador. Elas são divisões da
vigilância em saúde.
A retificaçãoda vigilância em saúde como uma proposta de redefinição das práticas sanitárias
baseada na integralidade nas ações de saúde visava a promoção, proteção, diagnóstico,
tratamento e a reabilitação do indivíduo. Ao abordar o sujeito de maneira integral no serviço de
saúde, é necessário avaliar a complexidade tecnológica e estrutura organizacional se é atenção
primária, secundária e/ou terciária para que possa ser discutido sobre a promoção da saúde e as
estratégias necessárias quanto a vigilância sanitária, com foco na intersetorialidade das ações do
sistema de saúde. Ao colocar a vigilância sanitária como referência para a construção da assistência
integral, é importante ressaltar que deve ser avaliada a necessidade e a demanda da população em
relação às suas características demográficas, econômicas, sociais e epidemiológicas, o que torna a
política pública um desafio devido à discrepância em relação à saúde que encontramos em cada
região do Brasil (TEIXEIRA et al., 2008).
Diante dessa perspectiva, a vigilância em saúde interage em níveis de prevenção e organização da
atenção à saúde, buscando o desenvolvimento amplo das ações sobre a formulação e
implementação das políticas intersetoriais e das ações sociais, em conjunto com a vigilância
sanitária, ambiental e epidemiológica. Essa ação em conjunto tem como objetivo reduzir os riscos e
danos à saúde, a partir de ações de controle por grupos prioritários e de medidas de cuidados desde
a prevenção, tratamento e a reabilitação.
A execução da vigilância em saúde, portanto, é complexa, pois articula na promoção (enfoque
população), na proteção (risco à saúde) e assistência (clínica), sendo uma forma de agir e pensar na
saúde de uma maneira integral, porém, obscura diante da heterogeneidade brasileira. Isso gera um
cenário desafiador para as políticas pública e para a prática, que precisam adaptar e articular ações
específicas de acordo com a situação populacional de um estado, município ou até mesmo bairro.
Assim, a vigilância em saúde precisa estar atenta:
● Ao sujeito que pode ser a equipe de saúde ou a população;
● Ao objetivo das ações relacionadas ao que foi diagnosticado como danos,
riscos, necessidade de tratamento ou reabilitação;
● Ao meio de trabalho disponível, como as tecnologias médicas e sanitárias que
podem ser utilizadas para o planejamento das ações de maneira resolutiva aos
problemas identificados;
● As formas de organização e as ações necessárias para resolver-se o problema.
A Vigilância da Saúde sugere a incorporação de novos sujeitos à prática de saúde, buscando a
responsabilização do indivíduo frente a sua saúde, medida adotada na prevenção à saúde. Diante
disso, é necessário que os profissionais de saúde vão além das tecnológicas médicas e busquem a
comunicação social como uma articulação da mobilização, organização e atuação em busca da
promoção e manutenção das condições de saúde. Assim, a vigilância em saúde transcende o
espaço físico dos serviços de saúde, as ações governamentais e não governamentais, tomando uma
proporção complexa. A prática social não é algo exclusivo dos profissionais de saúde, apesar de eles
serem o serviço especializado e os gestores do serviço de saúde, a população tem papel de
destaque quanto aos cuidados da prevenção dos riscos e agravos à saúde, sendo eles os principais
responsáveis para a busca e a manutenção dela (BRASIL, 2007).
FIQUE DE OLHO: A vigilância em saúde faz parte de todos os níveis de atenção à saúde,
apresentando especificidades entre as equipes de saúde na atenção de saúde, pois a necessidade
de cada comunidade é distinta e exige o desenvolvimento de habilidades na programação,
planejamento e organização dos serviços de saúde para todos os indivíduos de maneira integral.
2. Prevenção das doenças
O conceito de prevenção mudou ao longo do tempo: antes era algo restrito ao senso de
prevenir o desenvolvimento de uma patologia, sendo então utilizadas terapias que limitavam
a progressão da doença. De modo geral, a prevenção é um ato que impede ou reduz a
mortalidade e a morbidade dos indivíduos.
Atualmente, a prevenção está acompanhada da identificação de fatores de risco que
possam desencadear alguma patologia, sem necessariamente existir uma patologia já
instalada. Ela passou a ser mais ampla, considerando os fatores de prevenção e cura
distintos a partir da concepção atual da prevenção
2.1 Níveis de prevenção das doenças
Os níveis de prevenção podem ser estabelecidos em cinco níveis: primordial, primária,
secundária, terciária e quaternária. Veja a seguir suas definições, de acordo com Brasil (2013):
● Prevenção primordial: Tem como objetivo principal evitar o surgimento de novas doenças a
partir da elaboração e incentivo ao estilo de vida mais saudável e que reduza esses riscos. Nesse
nível a prevenção atual nos padrões de vida socioeconômica e/ou cultura, buscando reconhecer
entre eles o que pode promover riscos de desenvolvimento de doenças e fatores de proteção à
saúde a ao bem-estar, estimulando os fatores protetivos e consequentemente reduzindo a
probabilidade de doenças a longo prazo. A fim de alcançar essa prevenção, surge a elaboração e a
implementação de políticas e programas de promoção à saúde, como por exemplo, a legislação para
criação de espaços livres de fumo e tabaco e o plano nacional de saúde escolar. Essas medidas a
longo prazo têm impacto na saúde pública de maneira notável, uma vez que o público alvo é um
grande número de pessoas que são estimuladas a buscar um comportamento saudável.
● Prevenção primária: Busca evitar e/ou remover fatores causais e de risco antes do
desenvolvimento de uma doença. Esse tipo de prevenção pode recorrer a recursos de maneira
individual ou em grupos que apresentam maior risco ou ainda para população geral. A partir da
difusão de informações espera-se uma redução na incidência de doenças que podem ter os fatores
de risco controlados, de uma maneira geral, espera redução no número de casos por doenças
previsíveis na população. A prevenção primária pode ser obtida através da imunização contra
doenças infectocontagiosas, uso de preservativos para prevenção de doenças sexualmente
transmissíveis, mudança no estilo de vida para evitar o desenvolvimento de hipertensão, obesidade e
diabetes. Apesar de parecer simples, a mudança de hábitos e a divulgação de informações é algo
difícil, pois nem todos tem acesso às informações ou quando tem acesso consegue entende-la de
maneira clara, por isso é importante sempre estar difundindo as informações e buscando maneira de
reduzir os riscos de doenças futuras na prevenção primária.
● Prevenção secundária: Visa detectar uma doença de maneira precoce, ainda na fase
assintomática da doença. Quando as doenças são identificadas ainda no início as chances de
restabelecimento da saúde são maiores, além disso, existe também a possibilidade de redução das
consequências devido ao estabelecimento da doença. Nesse tipo de prevenção é importante o
conhecimento prévio da história natural da doença, pois a partir disso é possível a detecção ainda no
período pré-clínico e consequentemente a prevenção da evolução da doença para estágios mais
graves da doença. Esse tipo de prevenção é comum nos casos de câncer em que existe um rastreio
precoce dos tumores de colo de útero, mama e próstata, o que permite o diagnóstico ainda no
estágio inicial e aumenta a probabilidade de cura e menor tempo de tratamento.
● Prevenção terciária: Tem como objetivo reduzir a evolução de uma doença já diagnosticada,
reduzir as complicações que possa surgir como insuficiências, sequelas e incapacidades, promover
adaptação nos casos que as consequências decorrentes da doença são inevitáveis e prevenir que
ocorra agudização da doença, nos casos dos casos crônicos por exemplo, estabelecendo um
controle para que ocorra uma estabilização do quadro clínico. Esse tipo de prevenção normalmente
tem uma intervenção conjunta entre a prevenção e a cura, porém nem sempre é possível dissociar
as medidas de prevenção e cura, sendo que ambas ocorremsimultaneamente na maioria dos casos.
Além da doença, é preciso um olhar mais amplo, pois nesses casos como o percurso da doença é
longo o indivíduo sente medo e incapacidade frente a doença, sendo necessário um suporte
psicológico também. A interação familiar e social frente a doença também é importante e tem um
efeito positivo no controle da doença. As ações na prevenção terciária podem ser a realização de
ações educativas em escolas e ambiente de trabalho a fim de eliminar atitudes negativas frente a
indivíduos soropositivos ou obesos por exemplo, realizar a reintegração do trabalho na empresa após
alguma lesão que o deixou incapacitado.
● Prevenção quaternária: Identificação de pessoas em situações de risco de intervenções,
diagnósticas e/ou terapêuticas excessivas. Esse tipo de intervenção visa proteger o indivíduo de
novas intervenções e busca alternativas que são aceitas eticamente. A prevenção quaternária pode
ser dividida em três categorias que é a manutenção de baixo risco, a redução do risco e a detecção
precoce. A manutenção de baixo risco visa garantir que a pessoa que apresenta baixo risco para
complicações dos seus problemas de saúde permaneça nessa condição, evitando o agravamento da
doença. Em relação à redução de risco, ela visa os riscos moderados e altos, relacionados à doença,
buscando reduzir ou controlar a sua prevalência frente à doença. Já a detecção precoce busca
estimulador o indivíduo frente a seu problema de saúde e os sinais que podem surgir, de modo que
as alterações sejam detectadas ainda precoces, podendo assim ter intervenção e eliminar a
complicação, isso é comum alguns tipos de tumores, que tem uma progressão lenta e podem surgir
novos tumores, que quando detectados ainda no início podem ser tratados, com grandes chances de
cura.
Quando abordamos sobre o diagnóstico precoce, devemos lembrar que são ações que tem como
objetivo a identificação de uma doença a partir de sinais e sintomas ainda que precoces, ou seja,
visa a detecção no menor estágio do desenvolvimento da doença possível. Enquanto que o
rastreamento ele busca pessoas ainda assintomáticas, mas também tem como foco o diagnóstico
precoce. Quando é realizado o rastreamento, o impacto pode ser maior, pois são indivíduos que
eram saudáveis, pelo menos se sentiam assim, por não terem nenhum sintoma. Por isso, é
importante uma abordagem mais densa e cautelosa no rastreamento, pois um dos riscos é o
psicológico do indivíduo frente a nova doença (BRASIL, 2013).
A prevenção é a melhor forma de minimizar ou até mesmo erradicar danos maiores à saúde. O
profissional de saúde é o principal responsável, cabendo a ele reforçar os sinais e sintomas,
incentivar os hábitos saudáveis e eliminar os fatores de riscos identificados na população. Quando
existe uma rede de informação bem consolidada, isso aumenta os fatores protetivos à saúde dos
indivíduos e facilita a prevenção primária. Mas esse trabalho da prevenção precisa de ajuda do
sujeito, pois o profissional de saúde pode informar e orientar, mas as mudanças devem ser aplicadas
pelo sujeito.
2.2 Rastreamento
O conceito de rastreamento é derivado da palavra de língua inglesa “screening”, que traduz a ideia
de peneirar, podendo encontrar resultados falsos positivos ou falso negativo. O rastreamento e o
diagnóstico de doenças eram tratados como sinônimos. Mas existe uma distinção, nos casos que o
sujeito apresente algum sinal ou sintoma de uma doença ocorre o diagnóstico da doença, mas sem
que haja ocorrido um rastreamento. O rastreamento ocorre nos casos em que ainda não houve
nenhuma manifestação da doença, ocorrendo então o diagnóstico quando realiza exames de rotina,
ou seja, são realizados exames e testes em indivíduos saudáveis.
Os exames realizados durante o rastreamento podem vir com resultado positivo, isso não significa
que é um diagnóstico da doença fechado, pois esses exames normalmente selecionam indivíduos
que apresentam maior probabilidade de apresentar a doença em investigação. Um exemplo é o
exame de mamografia utilizado no rastreamento do câncer de mama. A presença de um nódulo não
significa que é um tumor e isso é confirmado ou descartado a partir de uma biópsia e da confirmação
anatomopatológica. Nem todos os nódulos são tumores malignos, como ocorre nos casos dos
tumores benignos, são identificados também na mamografia, pois esse exame não faz a distinção.
Quando falamos em rastreamento, devemos lembrar que ele pode ser algo oportuno ou estar
relacionado a um programa de rastreamento. O rastreamento oportuno ocorre quando um indivíduo
procura o serviço de saúde por uma queixa qualquer e o profissional de saúde aproveita para realizar
o rastreamento de algum fator de risco ou doença. Esse tipo de rastreamento não é de grande
impacto em relação ao impacto na morbidade e mortalidade (BRASIL, 2013).
Em relação aos programas de rastreamentos, eles são organizados e sistematizados. As ações
são voltadas para o diagnóstico precoce de uma determinada patologia. O rastreamento visa um
grupo específico exposto a algum fator de risco ou dentro de uma faixa etária especifica que é mais
comum o surgimento daquela doença. Assim todos os sujeitos que atingem uma determinada idade
por exemplo são habilitados e convidados a participar do programa de rastreamento, como por
exemplo, o rastreamento para o câncer de mama por mamografia. Atualmente é preconizado pelo
programa de rastreamento do câncer de mama a realização da mamografia anual em mulher com
idade igual ou superior a 40 anos, sendo o exame realizado anualmente. Portanto, todas as mulheres
nessa faixa etária são convidadas a realizar o rastreamento. Devemos lembrar que o rastreamento é
opcional, pois o indivíduo pode se negar a realizar um exame, visto que ele não acha que tem
alguma patologia. Nessa situação, é importante que os profissionais orientem sobre a importância do
exame, como é feito o exame e escute as dúvidas do paciente, pois muitas vezes o medo de realizar
o rastreamento é devido ao desconhecido, a partir do momento que as dúvidas são sanadas, a
adesão é maior.
A efetividade de um programa de rastreamento se deve ao maior número possível de indivíduos
de uma população que realiza o rastreamento. Por isso, é importante que o programa de
rastreamento tenha as seguintes características:
Acesso para todos que estão dentro dos critérios estabelecidos;
Devemos lembrar que um programa de rastreamento só deve ser implantado quando a doença for
de relevância para a saúde pública, que a história natural da doença já seja bem estabelecida e
conhecida pelos profissionais de saúde, o estágio pré-clínico ou assintomático esteja bem
evidente, os benefícios precisam ser maiores que os riscos e o custo do rastreamento menor que o
do tratamento. Esse conjunto de fatores que estabelecem a criação do programa visa garantir
qualidade para a população e para serviço público de saúde.
Agilidade no atendimento e no retorno do resultado;
Devemos lembrar que um programa de rastreamento só deve ser implantado quando a doença for
de relevância para a saúde pública, que a história natural da doença já seja bem estabelecida e
conhecida pelos profissionais de saúde, o estágio pré-clínico ou assintomático esteja bem
evidente, os benefícios precisam ser maiores que os riscos e o custo do rastreamento menor que o
do tratamento. Esse conjunto de fatores que estabelecem a criação do programa visa garantir
qualidade para a população e para o serviço público de saúde.
Oferecimento de evidências da sua efetividade;
Devemos lembrar que um programa de rastreamento só deve ser implantado quando a doença for
de relevância para a saúde pública, que a história natural da doença já seja bem estabelecida e
conhecida pelos profissionais de saúde, o estágio pré-clínico ou assintomático esteja bem
evidente, os benefícios precisam ser maiores que os riscos e o custo do rastreamento menor que o
do tratamento. Esse conjunto de fatores que estabelecem a criação do programa visa garantir
qualidade para a população e para oserviço público de saúde.
Garantia ao sujeito do direito de realizar ou não o exame;
Devemos lembrar que um programa de rastreamento só deve ser implantado quando a doença for
de relevância para a saúde pública, que a história natural da doença já seja bem estabelecida e
conhecida pelos profissionais de saúde, o estágio pré-clínico ou assintomático esteja bem
evidente, os benefícios precisam ser maiores que os riscos e o custo do rastreamento menor que o
do tratamento. Esse conjunto de fatores que estabelecem a criação do programa visa garantir
qualidade para a população e para serviço público de saúde.
Oferecimento de informação sobre o que está sendo buscado, os riscos e os benefícios que ele tem
a partir desse rastreamento.
Devemos lembrar que um programa de rastreamento só deve ser implantado quando a doença for
de relevância para a saúde pública, que a história natural da doença já seja bem estabelecida e
conhecida pelos profissionais de saúde, o estágio pré-clínico ou assintomático esteja bem
evidente, os benefícios precisam ser maiores que os riscos e o custo do rastreamento menor que o
do tratamento. Esse conjunto de fatores que estabelecem a criação do programa visa garantir
qualidade para a população e para serviço público de saúde.
FIQUE DE OLHO: Os procedimentos de rastreamentos são as vezes questionáveis, pois a maioria
necessita de uma técnica correta para que o resultado seja confiável. Porém, pensando em saúde
pública os benefícios e o custo-efetividade devem ser pontos relevantes, pois a sobrecarga no
serviço de saúde pode causar um caos e a qualidade na assistência pode não ser efetiva e curativa,
devido a limitação de recursos científicos frente as doenças em estágio avançado.
3. Medidas de controle das doenças
A medida de controle das doenças só é possível quando o mecanismo da doença é conhecido.
Atualmente, as doenças podem ser transmissíveis ou não-transmissíveis, o que afeta direto no
meio de controle das doenças. O estilo de vida, o ambiente social, as condições de saneamento
básico são alguns dos fatores que podem influenciar diretamente no controle das doenças. É preciso
conhecer o que está sendo um fator positivo para o desenvolvimento das doenças para que assim
possa controlá-la e se possível erradicá-la.
3.1 Medidas de controle de doenças não-transmissíveis
No Brasil, houveram mudanças, nos últimos anos, em relação à sua estrutura demográfica e ao seu
perfil epidemiológico. Alguns fatores que foram determinantes nessas mudanças foram:
● Redução da taxa de fecundidade;
● Redução da mortalidade precoce e por doenças infecciosas;
● Aumento da expectativa de vida ao nascer.
Portanto, a população brasileira tem envelhecido mais, consequentemente aumentando o número de
idosos e junto aumenta o número de morbi-mortalidade e das Doenças crônicas não-transmissíveis
(DCNT) (BRASIL, 2007).
A mudança no perfil populacional em países desenvolvidos ocorreu em um período médio de um século.
Enquanto que nos países subdesenvolvidos, como o Brasil essa mudança ocorre em apenas 30 anos, o
que levou à necessidade de uma rápida adaptação e reorganização do sistema de saúde. Porém isso
ainda é falho, pois as mudanças ainda estão ocorrendo no Brasil e a cada ano novas medidas precisam
ser implementadas nos serviços de saúde, principalmente para o controle das DCNT (BRASIL, 2007).
Quando falamos da reorganização da assistência à saúde, devemos lembrar que o objetivo é reduzir a
mortalidade precoce, principalmente decorrentes de agravos à saúde decorrentes da DCNT. Dentre as
principais DCNT temos: a diabetes, obesidade e a hipertensão. Normalmente essa tríade está presente
quando o sujeito tem um estilo de vida sedentário, hábitos alimentares não saudáveis com baixa
ingestão de frutas e legumes ou com a base alimentar em comidas rápidas e prontas. A mudança no
estilo de vida proporcionou um cenário que aumenta a probabilidade de desenvolvimento dessas
doenças, pois atualmente é fácil o acesso aos alimentos sem precisar deslocar até o restaurante ou ao
supermercado. Além disso, comidas preparadas são mais rápidas e fáceis de serem consumidas do que
os alimentos frescos, pois esses demandam um tempo para preparar. O tempo hoje é algo que poucos
tem, devido a carga de trabalho e a rotina atarefada. Mas com isso, o preço a ser pago é o
desenvolvimento das DCNT (BRASIL, 2007).
A obesidade é uma porta para o desenvolvimento da hipertensão e a diabetes. A gordura abdominal
aumenta as chances de distúrbios cardíacos e a sobrecarga no organismo, principalmente da glicose
aumenta as chances de desenvolvimento da diabetes. Apesar dessas doenças não serem transmissíveis
aos indivíduos que convivem entre si, elas acarretam uma sobrecarga ao serviço de saúde, pois são
patologias que demandam cuidados e controle médico frequente, para manter o estado saudável e
prevenir os agravos que essas doenças podem trazer para o indivíduo.
3.2 Medidas de controle de doenças transmissíveis
As doenças transmissíveis são as que demandam maior preocupação epidemiológica, uma vez que
um indivíduo contaminado pode infectar várias outras pessoas e a disseminação ocorrer rapidamente e
sem controle, quando não é realizada nenhuma medida de prevenção e controle. A notificação
compulsória não é algo novo no sistema de saúde público e privado, uma vez que várias doenças
precisam ser notificadas através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, para o
controle epidemiológico e o controle do número dos casos.
Quando abordamos a notificação compulsória, o termo compulsório é de responsabilidade formal do
profissional de saúde, podendo ser apenas uma suspeita ou um caso confirmado. A suspeita deve ser
notificada também, pois algumas doenças são transmitidas rapidamente, infectando diversas pessoas se
não for previamente controlada. Quando as suspeitas se confirmam o caso continua na estatística,
quando o caso não é confirmado o profissional notifica o resultado negativo e o caso previamente
identificado como suspeita é retirado da contagem epidemiológica (BRASIL, 2007).
A notificação ocorre de maneira sigilosa e somente quando ocorre risco para a comunidade é que
medidas coletivas podem ser tomadas, porém respeitando o direito de anonimato do cidadão. A
notificação ela é periódica e o documento deve ser enviando mensalmente mesmo se não houver
notificação de nenhum caso de doença transmissível de notificação compulsória. Quando não há
necessidade de notificação o relatório é uma notificação negativa e também é utilizado como um controle
da eficácia das medidas preventivas.
As doenças transmissíveis apresentam um grupo que estão em processo de declínio no número de
casos devido a eficácia do controle e da prevenção. Dentre essas doenças temos a varíola que está
erradicada desde 1978, a poliomielite erradicada desde 1994 e o sarampo que também está eliminado.
A raiva humana transmitida por animais domésticos, da rubéola congênita e do tétano neonatal são as
próximas da lista de erradicadas no Brasil, proposto para a próxima década. A difteria, a rubéola, a
coqueluche e o tétano acidental são patologias que apresentam prevenção imunológica e com isso o
número de casos será cada vez maior. Algumas doenças estão relacionadas as condições sanitárias
precárias e por isso são mais frequentes em algumas regiões do país como a doença de Chagas,
hanseníase e a febre tifoide, por exemplo (BRASIL, 2007).
É ISSO AÍ!
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
● aprender sobre os componentes da vigilância em saúde;
● conhecer sobre como ocorreu a construção social da vigilância em saúde no
Brasil;
● analisar sobre os níveis de prevenção das doenças;
● entender sobre o rastreamento de doenças;
● analisar sobre as medidas de controle de doenças não-transmissíveis e
transmissíveis.

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