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Campinas-SP, 23 a 26 de setembro de 2019 XIII Encontro Nacional da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica Espacialização dos Indicadores de Abastecimento de Água e Esgotamento Sanitário em Pernambuco Sessão temática: 2. Políticas públicas e instrumentos de gestão para o desenvolvimento sustentável Autores: Josiane de Sousa Ferreira; Maria Cecília Junqueira Lustosa; Thierry Molnar Prates Filiação Institucional: Mestranda em Economia Aplicada (CMEA)/Ufal; Professora titular do (CMEA)/Ufal; Professor associado do (CMEA)/Ufal E-mail: josiane.mgf@gmail.com; cecilialustosa@gmail.com; thierryprates@gmail.com Resumo O artigo tem como objetivo avaliar as mudanças dos indicadores de abastecimento de água e esgotamento sanitário no estado de Pernambuco em 2006 e 2016, antes e depois da Lei nº 11.445/2007. Esta lei se configura como um instrumento institucional importante para a determinação de diretrizes quanto ao saneamento básico no país. Para observar as mudanças desses indicadores, que foram calculados utilizando a base de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), foram realizadas as espacializações dos indicadores por percentual de cobertura e calculado I de Moran, que permitiram avaliar se os municípios pernambucanos possuem convergência quanto aos seus indicadores. Observou-se que, diferentemente do resultado a nível nacional, os municípios possuem resultados para o esgotamento sanitário melhores do que os de abastecimento de água, porém, os resultados sugerem a existência de dificuldades para aprimorar essa situação, pois, mesmo num período de dez anos, não foram expressivamente elevados. Portanto, o estudo corrobora com a necessidade crescente de políticas públicas para melhorias do saneamento básico no estado de forma geral e, mais especificamente, para reverter os baixos resultados do fornecimento dos serviços de água e esgoto para a população. mailto:josiane.mgf@gmail.com mailto:cecilialustosa@gmail.com mailto:thierryprates@gmail.com 2 Palavras-chave: Saneamento, Lei nº 11.445/2007, Indicadores, Pernambuco. Abstract The study focuses on water supply and sewage indicators changes in the State of Pernambuco from 2006 to 2016, based on 11.445/2007 Law. This law is an important institutional instrument to provide guidelines for national basic sanitation. In order to achieve our results, data from Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) were used to calculate and mapping the indicators by coverage percentage and the Moran’s I, which allowed to evaluate if the municipalities of Pernambuco had convergence as to their indexes. The results showed that the municipalities of Pernambuco had better results for water supply than sewage service, as well as suggests that remediate the situation is very difficult, since even within a ten-year period of analysis the variations were not expressively high. The study therefore indicated the needing of policies to improve basic sanitation in all Pernambuco state, and specifically to reverse the low provision performance of the sewage system. Key words: Sanitation, Law 11.445/2007, Indicators, Pernambuco state, Brazil. 3 1. Introdução O saneamento básico consiste na junção de várias ações de infraestrutura capazes de atingir a salubridade ambiental no intuito de melhorar as condições de vida da população. Dentre essas ações estão: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos, e drenagem e manejo de águas pluviais urbanas (BRASIL, 2007). Portanto, atingir a universalização da cobertura do sistema de saneamento implica no bem-estar da sociedade. Além do mais, não basta somente melhorias em infraestrutura sem um marco legal definido para poder direcionar corretamente o crescimento do sistema, alocando os recursos financeiros com mais eficiência no intuito de reduzir as desigualdades na oferta desses serviços. O Brasil possui cobertura em atendimento de água de 83,3% e coleta de esgoto de 50,3%, sendo que o percentual de tratamento dos esgotos é de 42,7% para esgotos gerados e 74% para os coletados. Na região Nordeste, o atendimento de água e a coleta de esgoto são de 73,4% e 24,7%, respectivamente (BRASIL, 2017). Houve, portanto, uma maior facilidade em ampliar o sistema de abastecimento de água, ao mesmo tempo em que revelam entraves em relação à expansão dos serviços de esgotamento sanitário, tanto a nível nacional como para o Nordeste. Nesse contexto, o presente trabalho busca avaliar as mudanças dos indicadores de abastecimento de água e esgotamento sanitário no estado de Pernambuco em 2006 e 2016. A comparação entre esses dois anos justifica-se pelo fato de que 2006 é anterior à Lei federal nº 11.445/2007 – que estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico – e 2016 permite um período capaz de verificar os reflexos da lei nos municípios pernambucanos. Paralelamente, foi possível verificar se os municípios do estado de Pernambuco seguem o padrão da maioria dos municípios brasileiros nos quesitos de alto índice de abastecimento de água e baixo de atendimento dos serviços de esgotamento sanitário. Para obtenção dos resultados, foram calculados os indicadores de abastecimento de água e esgotamento sanitário por meio de estatística descritiva utilizando a base de dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) e, em seguida, foi realizado um levantamento dos indicadores por percentual de cobertura e o I de Moran, que permitiram avaliar se os municípios pernambucanos possuem convergência quanto aos seus indicadores. O artigo está divido em cinco seções, incluindo esta introdução. A seção 2 retrata brevemente alguns aspectos do saneamento básico no Brasil, ressaltando os aspectos legais e, mais especificamente, a situação do abastecimento de água e do esgotamento sanitário no 4 Brasil e em Pernambuco. A seção 3 descreve a metodologia utilizada e a seção 4 mostra e discute os resultados obtidos. A última seção traça as considerações finais do artigo. 2. Saneamento Básico no Brasil e em Pernambuco 2.1. Histórico do saneamento no Brasil e em Pernambuco Na Lei nº 11.445/2007 (BRASIL, 2007) formaliza-se o conceito de saneamento básico como o conjunto de serviços e infraestrutura englobando o abastecimento de água potável, o esgotamento sanitário, a limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e a drenagem e manejo de águas pluviais urbanas. No entanto, as políticas de saneamento no Brasil surgiram bem antes da Lei nº 11.445/2007. Segundo Heller e Nascimento (2005), a pesquisa sobre o tema remeteu-se, inicialmente, aos órgãos fornecedores dos serviços de saneamento no país, pois tinham a visão de tentar realizar avaliações do sistema utilizando como base os modelos e processos desenvolvidos em outros países. Paralelamente, houve a tentativa de adaptar os mesmos às especificidades nacionais. Ao longo da história do saneamento no Brasil, destacaram-se entre os órgãos competentes a Fundação Serviços Especiais de Saúde Pública (FSESP) e o Departamento Nacional de Endemias Rurais (DNERU) até 1960. Em seguida, surgiu o Plano Nacional de Saneamento (Planasa), com seu período de auge na década de 1970. Entre as políticas públicas adotadas, o Planasa incluiu o financiamento de investimentos necessários em saneamento no país, incentivando cada estado da federação a possuir sua própria companhia de saneamento. A obtenção de fundos se dava pelo Sistema Financeiro de Saneamento (SFS), gerenciado pelo Banco Nacional de Habitação (BNH), que utilizava os recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para a concessão de empréstimos destinados à execução de obras, à operacionalização e ao aumento do acesso aos sistemas de água e esgoto no país. No entanto, o Planasa não conseguiu ter sustentabilidade ao longo dotempo (SAIANI; TONETO JÚNIOR, 2010). Apesar do aumento da oferta destes serviços em todo o país, pode-se citar como resultados do Planasa: • A rede de abastecimento de água expandiu-se mais rapidamente do que a de esgotamento sanitário, devido ao seu menor custo e retorno mais rápido por causa das tarifas vigentes, obedecendo à lógica da viabilidade econômica em detrimento da necessidade social (HELLER, 2007; ARRETCHE, 2013). 5 • As regiões mais ricas, o Sudeste e o Sul, foram mais privilegiadas, sobretudo nas habitações das classes de maior renda das maiores cidades (ARRETCHE, 2013). Assim, os municípios com as melhores coberturas e qualidade dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário são também os que apresentam melhores IDH e os maiores contingentes populacionais. Os municípios com menos de 20 mil habitantes não foram priorizados (HELLER, 2007). As evidências levam a crer que o modelo instituído pelo Planasa contribuiu para piorar as assimetrias existentes entre as regiões mais ricas e mais pobres, provavelmente por causa de sua orientação de seguir a lógica de mercado, buscando a viabilidade econômica empresarial (HELLER, 2007). Mesmo com toda a centralização do sistema desenvolvido, o plano não teve como sustentar o seu desempenho, uma vez que o sistema tarifário do período não era suficiente para manutenção das operações, bem como o cenário econômico que o país passou a enfrentar. O período conturbado da década de 1980 e início dos anos 1990, com a presença de hiperinflação e as crises resultantes, fizeram com que o programa entrasse em declínio. A falta de novas políticas de atualização fez com que o sistema não fosse mais condizente com a realidade da época (SEROA DA MOTTA, 2006). Outro problema foi o fato de o orçamento federal ser ao mesmo tempo destinado aos Ministérios da Saúde, da Integração Regional e do Meio Ambiente, não existindo uma especificação clara das responsabilidades dos Ministérios e o papel das agências, atrapalhando o correto funcionamento do setor (SEROA DA MOTTA, 2006). Assim, após o Planasa, não houve políticas centralizadas de cunho nacional voltadas ao saneamento depois de 1970, somente projetos de leis pontuais e específicos que, mesmo tendo objetivo de melhorar a operacionalização do sistema, ainda não traziam um marco legal regulamentado corretamente. Em 2007, o governo federal sancionou a Lei nº 11.445, que determina as diretrizes sobre o saneamento e as políticas a serem adotadas, desde o planejamento e regulação até a aplicabilidade do serviço. A promulgação dessa lei abre espaço para discussões sobre os caminhos necessários para se alcançar o atendimento total dos serviços de saneamento, bem como a necessidade da presença de agências capacitadas a universalizar o serviço levando em consideração as especificidades de cada região (GALVÃO JUNIOR; PAGANINI, 2009). Pode-se considerar, portanto, que houve uma retomada da atenção ao estilo de plano nacional de saneamento seguindo a mesma linha do Planasa. 6 Entre as várias disposições que foram empregadas através da Lei nº 11.445/2007, vale ressaltar o “Art. 9º: O titular dos serviços formulará a respectiva política pública de saneamento básico, devendo, para tanto: I - elaborar os planos de saneamento básico, nos termos desta Lei (...)”. Ou seja, foi determinado que os titulares dos serviços de saneamento citados na lei fossem incentivados a desenvolver os planos municipais de saneamento básico (PMSB). Outro destaque relativo à lei promulgada em 2007, foi o surgimento do Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab). Segundo Brasil (2013), esse plano foi moldado em três etapas. Primeiramente, foi feita a elaboração do “Pacto pelo Saneamento Básico: mais saúde, qualidade de vida e cidadania”. Em seguida, foi levantada situação do Saneamento no Brasil e, por fim, a consulta pública, para após esse levantamento das discussões com a sociedade, fosse feita a versão final e consolidada do plano. O PLANSAB procura deslocar o tradicional foco dos planejamentos clássicos em saneamento básico, pautados na hegemonia de investimentos em obras físicas, para um melhor balanceamento destas com medidas estruturantes, a partir do pressuposto de que o fortalecimento das ações em medidas estruturantes assegurará crescente eficiência, efetividade e sustentação aos investimentos em medidas estruturais (BRASIL, 2013, p.15). Brasil (2013) revela que as competências institucionais relacionadas ao saneamento básico no país estão atribuídas a diversos órgãos públicos. A gestão de recursos financeiros fica sob a responsabilidade do Ministério das Cidades1 (MC), através da Secretária Nacional de Saneamento de Ambiental (SNSA). A atuação direta do MC é feita para os municípios com população superior a 50 mil habitantes e para os municípios com população inferior, o órgão responsável é a Fundação Nacional de Saúde (Funasa). Quanto à fiscalização, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realiza o controle em relação à qualidade da água em portos, aeroportos e afins. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) é o responsável pelo âmbito das políticas dos resíduos sólidos. Vinculada ao MMA, a Agência Nacional de Águas (ANA) é a responsável pela implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos, de acordo com a Lei Nº 9984/2000. Em Pernambuco, apenas em 1858 foram iniciados os serviços relacionados à coleta de lixo e esgotamento sanitário na capital. A primeira rede de esgoto só foi instalada em 1 Vale ressaltar que esse texto foi escrito antes da reforma ministerial ocorrida em janeiro de 2019 com a troca da Presidência da República, quando o Ministério das Cidades foi extinto. 7 1859. Já em 1909, foi implementado pelo governo estadual a Comissão do Saneamento para uma vasta instalação do sistema de esgotamento em Recife (RECIFE, 2017). No entanto, poucas obras seguiram a linha determinada pela comissão e ainda o esgotamento coletado era diretamente lançado ao mar sem qualquer tratamento, mesmo com a inauguração, em 1915, de uma nova rede coletora de esgotos na cidade. Recife (2017) aponta que somente em 1952 teve início o tratamento do esgoto da capital. 2.2. Abastecimento de água e esgotamento sanitário no Brasil e em Pernambuco Segundo o Instituto Trata Brasil (2017), em 2015, o Brasil apresentou um nível de cobertura dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário de 83,3% e 57,3%, respectivamente. Para o mesmo ano, 38% da água utilizada pelos indivíduos não receberam qualquer tratamento de esgoto. Das regiões mais afetadas, os menores indicadores de cobertura do esgotamento sanitário estão na região Norte e Nordeste, com 27% e 16%, respectivamente. Essa ineficiência afeta diretamente a degradação dos recursos ambientais advinda da falta de um sistema de saneamento adequado e, consequentemente, traz impactos negativos na qualidade de vida da população. O estudo realizado pelo Instituto Trata Brasil (2017) aborda diversas externalidades negativas geradas pela falta de saneamento, ou pelo saneamento de má qualidade, que atinge a população, como: na saúde, doenças gastrointestinais associadas veiculação hídrica; no mercado de trabalho, perda de produtividade devido ao afastamento dos empregados de suas funções rotineiras; no setor de educação, pois os jovens que não possuem acesso aos serviços de saneamento apresentam nível de escolarização menor. Devido à infraestrutura de saneamento precária, a atividade turística também é prejudicada, podendo se reduzir de acordo com o nível de poluição local. Um importante mecanismo para conseguir a universalização do sistema de saneamento, juntamente com a redução das externalidades que a sua baixa qualidade resulta, está fortemente relacionado aos investimentos para melhoriade sua infraestrutura. Políticas que incentivem a criação, manutenção e ampliação dos serviços de água e esgoto estão positivamente relacionadas com a promoção da melhora na qualidade de vida e bem-estar da população. Wegrzynovski (2008) aponta que a falta de saneamento tem suas disparidades agravadas tanto no caráter socioeconômico como racial, quando a população pobre sente 8 mais com a ineficiência do sistema e, mais ainda, a parcela considerada negra e parda que sofre duas vezes mais pela falta de acesso ao sistema do que a população branca. Regionalmente, o problema é mais agravado, pois, a partir da avaliação sobre o percentual da população residente sem acesso ao saneamento básico adequado, é apontado que a região Sudeste, que apresentou o melhor nível de abastecimento do país, se distancia dos piores indicadores da região Norte. O déficit de saneamento em 2006 para região Sudeste foi de 10,7% e já da região Norte, em 59,5%. Assim, o estudo defende a necessidade de investimentos para melhoria do saneamento e, consequentemente, uma redução das desigualdades regionais. De acordo com o 5º Balanço do PAC (BRASIL, 2017), foram destinados R$ 73,4 bilhões em gastos com investimentos no país em pesquisas e projetos relacionados ao abastecimento de água, esgotamento sanitário e manejo de resíduos sólidos urbanos. No mesmo período, os empreendimentos executados trouxeram benefícios a 3.758 munícipios do país. Só em abastecimento de água tratada à população, o relatório apresenta um investimento de R$ 6,5 bilhões em obras, trazendo uma abrangência de benefícios a 5,2 milhões de famílias no Brasil. O Instituto Trata Brasil (2016) mostra que as obras relacionadas ao PAC destinadas ao setor de saneamento possuem como fontes de financiamento dos recursos feitos pela Caixa Econômica Federal (CEF), o Orçamento Geral da União (OGU) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). No período de 2009 a 2015 de acompanhamento das obras, 44% foi financiado pela CEF, pelo OGU e BNDES em 39% e 17%, respectivamente. Os estudos apontados, embora possuam diferenças quanto ao foco dado sobre o setor de saneamento e dificuldades de se atingir a universalização, todos convergem para a ideia de que sem altos investimentos em infraestrutura dificilmente será atingido uma redução das externalidades geradas pela má qualidade dos serviços à população. Em Pernambuco, atualmente, o sistema de esgoto de Recife ainda remete ao mesmo iniciado em 1915 e, portanto, o atendimento atinge apenas a 33% da população, de acordo com o Censo de 2010 (IBGE, 2011). A análise, ainda que parcial, da variação dos indicadores de abastecimento de água e esgotamento sanitário pode nos oferecer algumas informações sobre a situação dos municípios pernambucanos após a lei do saneamento. Avaliações mais detalhadas, relacionando crescimento populacional e migrações para esses municípios, são necessárias para aprofundar o conhecimento regional em futuras pesquisas. A variável política também 9 é muito importante para o entendimento dos resultados, pois os ciclos de investimento e eleitoral nem sempre são coincidentes, o que leva o gestor quase sempre a optar por alternativas que maximizem resultados no curto prazo e que sejam mais visíveis. A próxima seção apresenta a metodologia adotada no trabalho. Na seguinte, está a avaliação espacial dos municípios pernambucanos sobre os indicadores de abastecimento de água e esgotamento sanitário e a verificação do grau de concentração de acordo com o alcance que a cobertura dos serviços possui. 3. METODOLOGIA Esta pesquisa tem caráter descritivo e exploratório. As informações sobre a base de dados e os procedimentos metodológicos são mostrados a seguir: 3.1 Base de dados A base de dados foi extraída do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) disponibilizado pelo Ministério das Cidades para os anos de 2006 e 2016. Estes anos foram escolhidos pelo fato de ter como objetivo avaliar a situação anterior à Lei nº 11.445/07 e uma mais atual, dado que a lei foi promulgada em janeiro de 2007. Assim, o ano de 2006 caracteriza-se como referência anterior à lei. A metodologia dos dados coletados pelo SNIS consiste em questionários enviados às empresas operadoras responsáveis pelo atendimento dos serviços de saneamento de cada município. Estas operadoras retornam o preenchimento dos questionários de forma voluntária. Porém, um dos critérios de seleção de projetos e de liberação de recursos por meio dos programas do Ministério das Cidades, incluindo o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), é o envio regular de dados ao SNIS. Após os operadores realizarem o preenchimento dos dados e o sistema coletá-los, existe a verificação da consistência dos dados e após todas as conferências, são lançados para sua versão final (SNIS, 2018). 3.2 Indicadores de abastecimento de água e de esgotamento sanitário O indicador de abastecimento de água foi calculado a partir da divisão entre a quantidade de habitantes com acesso à rede de água e o total de habitantes de cada município. Da mesma forma, foi construído o de esgotamento: a quantidade de habitantes com acesso ao esgotamento sanitário dividido pelo total de habitantes de cada munícipio. 10 Foram filtradas as variáveis nos anos de 2006 e 2016: POP_TOTAL (População Total do Município segundo o IBGE), AG001 (População Total Atendida com Abastecimento de Água) e ES001 (População Total Atendida com Esgotamento Sanitário) para o Estado de Pernambuco. Em seguida, utilizou-se os indicadores citados e calculou-se a média e o desvio padrão dos municípios que compões a região, mapa de porcentagem por cinco faixas de atendimento dos setores: menor que 1%; 1% - 10%; 10% - 50%; 50% - 90%; e maior que 99%. Depois calculou-se o I de Moran dos municípios correspondentes junto com os seus respectivos gráficos de dispersão para cada ano. Assim, após o cálculo do índice básico, adotou-se como método para essa avaliação espacial a estatística de I de Moran. Segundo Almeida (2012), o coeficiente utiliza como medida de autocovariância através de produto cruzado. Sua fórmula consiste: 𝐼 = 𝑛 𝑆0 𝛴𝑖𝛴𝑗 𝑤𝑖𝑗 𝑧𝑖𝑧𝑗 ∑ 𝑧²𝑛𝑖=1 . Onde: n seria a quantidade de regiões, z os valores da variável a ser estudada, Wz seriam os valores médios de interesse da região vizinha, ponderados por uma matriz de ponderação espacial W. Entre as matrizes de pesos espaciais, baseadas na contiguidade, as mais usuais são as matrizes rainha e torre. Nesse trabalho será adotada a matriz de contiguidade rainha, para avaliar a existência de autocorrelação. Calcula-se o valor esperado do I de Moran: E(𝐼) = −1 (𝑛−1) . Em que, se o I calculado for maior que o I crítico haverá a existência de autocorrelação positiva e, da mesma forma, se o I calculado for menor que o I crítico, classifica-se a existência de autocorrelação negativa. No caso deste estudo o valor esperado do I de Moran, seria: E(I)= -0,00543. Ainda segundo Almeida (2012), ao calcular o I de Moran, é possível encontrar três tipos de resultados. Primeiro, saber se os dados seguem uma distribuição aleatória ou não. Segundo, após encontrar significância estatística dos dados, o seu sinal, se positivo reflete que os dados estão concentrados em regiões e se for negativo, sugere que os mesmos estão dispersos. Terceiro e último, é possível descobrir a intensidade da autocorrelação espacial, pois quanto mais próximo de 1 mais forte e da mesma forma, quanto mais próximo de -1, maior a dispersão dos dados. 11 Para encontrar os resultados pretendidos utilizou-se o o software GeoDa, que é um software livre capaz de realizar as análises de autocorrelação espacial. Na próxima seção serão apresentados os resultados obtidos. 4. Resultados e Discussão Foram avaliados osindicadores de água e esgoto dos anos de 2006 e 2016 em sua média e desvio padrão, exibidos na Tabela 1. Em relação à média dos serviços, pode-se observar que para abastecimento de água e de esgoto houve um aumento de seus respectivos indicadores médios de 2006 para 2016. Já o desvio padrão, para abastecimento de água houve uma redução do desvio e para o de esgoto houve um aumento do desvio. A priori, esse comportamento de aumento do desvio padrão indica divergência entre os resultados dos munícipios e redução do desvio configura convergência dos resultados dos indicadores dos municípios, ou seja, os resultados sugerem uma convergência dos indicadores municipais analisados para água e divergência no índice de esgoto. Tabela 1 – Média e desvio padrão dos indicadores de serviços de água e esgoto em Pernambuco – 2006 e 2016 Média Desvio Padrão ÁGUA 2006 0,528971656 0,257270840 ÁGUA 2016 0,644414875 0,245552865 ESGOTO2006 0,022678570 0,086475360 ESGOTO2016 0,159393169 0,281961394 Fonte: Elaboração própria a partir de SNIS (2018). Esse resultado pode indicar que a busca das municipalidades em resolver o problema de fornecimento de água encanada é enfrentada como uma prioridade em relação ao esgotamento sanitário, principalmente em municípios menores, que são a maioria em Pernambuco. Habitualmente, os gestores enxergam a construção de uma rede coletora de esgotos como um investimento caro com pouco retorno político, já que é uma obra que apesar de extremamente eficaz no que tange à redução de custos com saúde, fica embaixo da terra, portanto, muito menos vantajosa no curto prazo. Por outro lado, alcançar a população com água encanada surte efeitos imediatos na qualidade de vida dos habitantes dos municípios, com efeitos também muito importantes no bem-estar e, por conseguinte, um grande trunfo eleitoral e político. 12 Vale ressaltar que para a tabela acima os resultados são de um intervalo de dez anos de diferença entre os anos escolhidos, mesmo havendo variações, elas não foram grandes em si, principalmente ao levar em consideração a diferença de períodos. A Figura 1 mostra a distribuição espacial do índice de atendimento aos serviços de água em 2006 e 2016, em Pernambuco. Pode-se observar que a quantidade de municípios por faixa de porcentagem não mudou muito entre os períodos, mas pela figura percebe-se que houve um reajustamento dos municípios que compõe cada porcentagem, ou seja, alguns municípios que melhoraram seus indicadores de abastecimento, mas que em sua quantidade total a distribuição continuou a mesma. Figura 1 – Distribuição espacial dos indicadores de abastecimento de água em Pernambuco– 2006 e 2016 Fonte: Elaboração própria a partir de SNIS (2018) por meio de GeoDa. Deve-se ressaltar que houve uma significativa melhora para alguns municípios e que a análise já leva em consideração o crescimento populacional em razão de sua infraestrutura de água e esgotamento sanitário. Assim, podemos verificar se os municípios têm respondido à altura a esse crescimento populacional com a infraestrutura necessária. O caso de Recife (em destaque nas Figuras 1 e 2) é emblemático, pois durante esse período a população cresceu consideravelmente enquanto o saneamento, apesar do crescimento, não foi capaz de 13 atender a essa nova demanda. O município reduziu sua proporção de abastecimento de água por habitante e caiu para uma faixa anterior, como mostra a Figura 1. Por outro lado, alguns municípios muito menores podem ter enfrentado redução populacional ao invés de incremento, o que pode dar a falsa impressão de que obtiveram melhoras, enquanto outros permaneceram estáticos tanto em população quanto em investimentos em saneamento. Seguindo a mesma proposta, na Figura 2, encontram-se as figuras com os indicadores de esgotamento sanitário nos municípios pernambucanos, em 2006 e 2016. Em 2006, a maioria dos municípios situavam-se no intervalo de 50% a 90% de esgotamento. Figura 2 – Distribuição espacial dos indicadores de esgotamento sanitário em Pernambuco – 2006 e 2016 Fonte: Elaboração própria a partir de SNIS (2018) por meio de GeoDa. Por meio da Tabela 2, pode-se observar a quantidade de municípios por porcentagens de atendimento dos serviços de água e esgoto. A partir dos dados, percebe-se que tanto para abastecimento de água quanto para o esgotamento sanitário há uma redução do atendimento dos serviços. Existiam dois municípios que se enquadravam em mais de 99% de cobertura dos serviços em 2006, mas na mesma análise para o ano de 2016 estes se reduziram para a faixa de 90-99% de atendimento. 14 Tabela 2 –Número de municípios por faixas percentuais para os indicadores de serviços de água e esgoto em Pernambuco – 2006 e 2016 Porcentagens Abastecimento de água Esgotamento Sanitário 2006 2016 2006 2016 <1% 0 0 0 0 1%-10% 18 18 0 0 10%-50% 74 74 0 0 50%-90% 75 75 167 167 90-99% 16 18 16 18 >99% 2 0 2 0 Fonte: Fonte: Elaboração própria a partir de SNIS (2018). No caso do abastecimento de água, os municípios de Cortês (Mata Pernambucana) e Ilha de Itamaracá (Região Metropolitana de Recife) reduziram seus indicadores de cobertura da faixa de mais de 99% de atendimento em 2006 para a de 90% e 99% da cobertura do serviço, em 2016. Além disso, observa-se que a maioria dos municípios se concentram no intervalo de porcentagem entre 10% e 50% e o intervalo entre 50% e 90% do índice de cobertura. Além disso, para as porcentagens extremas, 18 municípios pernambucanos chegam a 10% de abastecimento de água tanto em 2006 como em 2016. Enquanto que para o esgotamento sanitário, a maioria dos municípios situavam-se no intervalo de 50% a 90% de esgotamento em 2006 e em dez anos de diferença percebe-se uma piora do serviço nos municípios de Paulista (Região Metropolitana de Recife) e Petrolina (Região Administrativa Integrada de Desenvolvimento do Polo Petrolina e Juazeiro). Uma vez que em 2006 estavam na faixa de mais de 99% de cobertura do serviço e em 2016 regrediram para a eixo entre 90% e 99% de cobertura de atendimento. Nas Figuras 3 e 4, apresenta-se os diagramas de dispersão de Moran juntamente com seus indicadores no tocante ao abastecimento de água e esgoto em 2006 e 2016. Para 2006 e 2016, o I de Moran foi de -0,046 e -0,023, respectivamente para o índice de água e de 0,000124 e 0,067300 para o índice de esgoto. Assim, embora haja uma autocorrelação negativa entre os municípios no nível de água, a redução do índice nos indica a diminuição da dispersão dos municípios e seus vizinhos. No caso, do índice de esgoto a aumento dos indicadores leva a indicação que está havendo uma maior concentração dos municípios entre os anos, uma vez que há a presença de autocorrelação positiva em ambos os anos. https://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Administrativa_Integrada_de_Desenvolvimento_do_Polo_Petrolina_e_Juazeiro https://pt.wikipedia.org/wiki/Regi%C3%A3o_Administrativa_Integrada_de_Desenvolvimento_do_Polo_Petrolina_e_Juazeiro 15 Figura 3 – Diagramas de dispersão de Moran sobre o índice de abastecimento de água em Pernambuco – 2006 e 2016 Fonte: Fonte: Elaboração própria a partir de SNIS (2018) por meio de GeoDa. Figura 4 – Diagramas de dispersão de Moran sobre o índice de esgotamento sanitário em Pernambuco– 2006 e 2016 Fonte: Elaboração própria a partir de SNIS (2018) por meio de GeoDa. Corroborando a análise anterior sobre as questões políticas que envolvem os investimentos em saneamento, podemos inferir também que cidades maiores, nas quais a população possui maior renda e onde a água encanada é um fato consumado há mais tempo, o investimento em saneamento se torna viável e importante para satisfazer populações mais exigentes. Problemas ambientais e de saúde pública, ligados à inexistência ou precariedadeda rede de coleta de esgotos também são mais evidentes em cidades de maior porte, pois a concentração espacial gera externalidades negativas crescentes. Assim, é natural o aumento 16 dessa dispersão à medida que a renda dessas cidades aumenta e os problemas causados pela urbanização conjugada à falta de saneamento são mais graves. 5. Considerações finais Dado a importância no bem-estar da sociedade a existência da universalização do saneamento no país, tentar evoluir o sistema a cada ano para atingir níveis mais altos da cobertura do serviço, se faz um grande desafio. A partir deste trabalho, observou-se que o estado de Pernambuco, diferentemente das tendências nacionais e da região, apresentou altos indicadores em sua cobertura do serviço de esgotamento, mas baixa porcentagem no abastecimento de água. Esse fato pode ser explicado de diversas maneiras: o fator político, o crescimento desigual das cidades e suas implicações já discutidas anteriormente, como as externalidades. Desta forma, o escopo deste trabalho não permite explorar com propriedade todos os aspectos relacionados ao fenômeno aqui descrito, no entanto nos dá mostras de que esses fatores são fundamentais para a explicação dessas disparidades entre os municípios. Da mesma forma, o papel da lei 11.445/2007 que regulamenta o saneamento básico no país, não indicou mudanças revolucionárias nos municípios pernambucanos. Uma vez que seus indicadores de cobertura do ano de 2006 e 2016 não passaram por grandes variações, houve aumento médio durante os anos, mas sendo uma diferença de dez anos entre os anos analisados, o crescimento se deu de forma bastante tímida. Esse fato evidencia a dificuldade de melhorar o serviço, bem como indicativos da necessidade de políticas públicas de incentivo para esse setor, principalmente para incrementar a rede de coleta de esgotos, onde os incentivos políticos são menores. Por fim, os resultados deste trabalho alinham-se aos embasamentos para a existência das externalidades negativas ligadas ao saneamento, já que a nível nacional, os municípios são relativamente capazes de levar o serviço de água a população, mas ainda possuem ineficiência na realização do tratamento adequado desta água após o uso, mas especificamente para Pernambuco não houve essa mesma tendência. Demonstrando assim, uma maior dificuldade do estado em atingir a universalização dos seus serviços saneadores. Referências ALMEIDA, E. Econometria Espacial Aplicada. Campinas: Alínea, 2012. 17 ARRETCHE, M. T. S.. Saneamento Básico. 2013. Disponível em: <http://www.tecsi.fea.usp.br/eventos/Contecsi2004/BrasilEmFoco/port/economia/saneam/a present/index.htm>. Acesso em: 14 jan. 2013. BRASIL. Lei nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007. Brasília, DF, 2007. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2007/lei/l11445.htm>. Acesso em: 7 mar. 2018. BRASIL – MINISTÉRIO DAS CIDADES. 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