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Romantismo-poetas-e-geracoes

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ROMANTISMO
Contexto histórico
Independência das 13 colônias (4 de julho de 1774);
1ª Revolução Industrial – Inglaterra (1760);
Eclosão da Revolução Francesa (14 de julho de 1789);
Assembleia Constituinte na França (1789) que elabora “Os direitos do Homem e do Cidadão”
Art.1º. Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundamentar-se na utilidade comum.
Art. 2º. A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade a segurança e a resistência à opressão.
Art. 3º. O princípio de toda a soberania reside, essencialmente, na nação. Nenhuma operação, nenhum indivíduo pode exercer autoridade que dela não emane expressamente.
Art. 4º. A liberdade consiste em poder fazer tudo que não prejudique o próximo. Assim, o exercício dos direitos naturais de cada homem não tem por limites senão aqueles que asseguram aos outros membros da sociedade o gozo dos mesmos direitos. Estes limites apenas podem ser determinados pela lei.
Queda do Absolutismo
Outras nações que tinham sua organização pautada no absolutismo, passaram a ter problemas, como a Inglaterra, que alterar a forma como a monarquia lidava com a questão econômica (os industriais – burguesia industrial toma poder);
Surge uma nova estrutura de relação social: de um lado, os capitalistas – representados pela indústria (donos do capital, maquinário, fábricas e investimentos), do outro lado está a figura do trabalhador (proletariado) que passa a vender sua mão de obra e produz mercadorias em troca de salário;
 
GÊNESE
O Romantismo foi um movimento artístico de amplo alcance e profunda e duradoura influência. Inicia-se na Europa em fins do séc. XVIII e perdura por grande parte do séc. XIX, tendo como sua tônica uma visão de mundo oposta ao racionalismo iluminista que dominou o século das Luzes.
As características-chave do movimento romântico são o lirismo, o subjetivismo, o sonho, o exagero, a busca pelo exótico e pelo inóspito de outro. Não se trata apenas de olhar para onde o pensamento racional não olhava no séc. XVIII, mas de cultivar aquilo que viria a ser conhecido como espírito romântico, isto é, toda uma cosmovisão centrada na figura do eu. Daí a valorização da fantasia e das emoções individuais, bem como da própria figura do autor, portadora de grande destaque desde então.
Romantismo - Portugal
Almeida garret
Não te Amo
Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma.
E eu n 'alma – tenho a calma,
A calma – do jazigo.
Ai! não te amo, não.
Não te amo, quero-te: o amor é vida.
E a vida – nem sentida
A trago eu já comigo.
Ai, não te amo, não!
Ai! não te amo, não; e só te quero
De um querer bruto e fero
Que o sangue me devora,
Não chega ao coração.
Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela.
Quem ama a aziaga estrela
Que lhe luz na má hora
Da sua perdição?
 
E quero-te, e não te amo, que é forçado,
De mau, feitiço azado
Este indigno furor.
Mas oh! não te amo, não.
E infame sou, porque te quero; e tanto
Que de mim tenho espanto,
De ti medo e terror...
Mas amar!... não te amo, não.
Almeida Garret
1º geração / 2º geração
Também marcam a primeira geração de românticos portugueses os autores Alexandre Herculano e Antônio Feliciano de Castilho.
2ª Geração
As temáticas ganham um tom melodramático, melancólico e soturno, caracterizadas pelo exagero, pela idealização amorosa, pelo pessimismo e morbidez.
Trata-se de uma mudança formal, influenciada por autores estrangeiros, principalmente o inglês Lord Byron e o alemão Johann Wolfgang von Goethe
O principal autor dessa geração é Camilo Castelo Branco 
3ª geração
 Os românticos dessa última geração podem ser considerados pré-realistas. Abandonaram os excessos da geração anterior, bem como as personagens idealizadas, em prol de um contato mais próximo com a realidade.
 Influenciados pelo autor francês Victor Hugo (1802-1885), os românticos da terceira geração pretendiam uma renovação da linguagem poética, orientados pelo princípio da modernidade que se estabelecia.
 
ROMANTISMO NO BRASIL
Curiosamente, o romantismo brasileiro tem como marco a publicação de uma revista que ocorreu em Paris, no ano de 1836: trata-se da revista Niterói, editada por um grupo de brasileiros que incluía o poeta Gonçalves de Magalhães. Mais tarde, naquele mesmo ano, Magalhães publicaria seu Suspiros poéticos e saudades 
PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS
São três os pilares que fundam o espírito romântico: o egocentrismo, o nacionalismo e a valorização da liberdade de expressão. 
Por egocentrismo, entende-se a tendência romântica à pessoalidade e ao desligamento da sociedade: o artista volta-se para dentro de si mesmo, colocando-se como centro do universo poético, assim a primeira pessoa ("eu") ganha relevância nos poemas.
O nacionalismo corresponde à valorização das particularidades locais. Opondo-se ao registro de ambiente árcade, pautado no idealizado universo pastoril e mitológico, o Romantismo propõe um destaque da chamada "cor local", isto é, o conjunto de aspectos particulares de cada região. Esses aspectos envolvem componentes geográficos, históricos e culturais, o que levou a cultura popular a ganhar considerável espaço nas discussões intelectuais de elite.
“Nem regra, nem modelos”, assim Victor Hugo sintetiza o ideal romântico de liberdade de expressão, um dos pontos mais importantes da escola romântica. Já que pretende explorar as dimensões variadas de seu próprio "eu 
PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS
Como decorrência da supremacia do sujeito na estética romântica, o sentimentalismo ganha destaque especial: a emoção supera a razão na determinação das ações das personagens românticas, e o amor, o ódio, a amizade o respeito e a honra são valores sempre presentes. Na sua luta contra a racionalidade, o artista romântico valoriza todo e qualquer estado onírico (de sonho) ou dominado pela fantasia e pela imaginação, pois que estes são momentos de suspensão passageira ou definitiva da razão que definem o ser humano passional. E se o mundo não corresponde aos anseios românticos, o artista parte para a idealização criando um universo independente, particular, original; importa mais o escapismo que o local para onde se escapa. Nesse universo ele deposita suas aspirações de liberdade e de perfeição física. 
Só Deus! Francisco Augusto Metrass
PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS
No romantismo, o maniqueísmo constituiu algo como a espinha dorsal das narrativas, construídas em torno de uma oposição entre o herói, associado ao Bem, e (quase sempre) a do vilão, representante do Mal: trata-se de uma concepção de mundo embasada no contraste absoluto e inconciliável e, por isso mesmo, extremamente tenso, dos opostos. 
Chegamos, então, à face obscura e trágica do movimento: o pessimismo romântico aparece nas referências à morte e no arrebatamento passional, que às vezes conduz à loucura ou aos finais infelizes. A Natureza, tão fundamental no Neoclassicismo, aqui ganhará contornos particulares. Se antes servia sempre como pano de fundo harmoniosos para o cenário bucólico e pastoril, com a guinada romântica acompanha os estados de espírito do poeta ou das personagens dos romances: assim, momentos de tristeza ou desilusão corresponderão a paisagens lúgubres; bem como instantes de alegria aparecerão sempre associados a imagens luminosas 
PRINCIPAIS OBRAS ROMÂNTICAS BRASILEIRAS
Alguns dos principais autores brasileiros ligados ao Romantismo são Gonçalves Dias, Álvares de Azevedo, Castro Alves e José de Alencar.
José de Alencar é considerado o patriarca da literatura brasileira. Inaugurou novos estilos românticos e consolidou o romantismo no Brasil desenhando o retrato cultural brasileiro de forma completa e abrangente. Suas principais obras são Iracema (1865), Senhora (1874) e Lucíola (1862). 
Gonçalves Dias foi um grande expoente do indianismo, tendo composto inúmeros poemas nacionalistas e patrióticos como a famosa Canção do Exílio. 
Álvares de Azevedo foi um autor da segunda geração romântica (ultrarromânticaou Byroniana). Escreveu a antologia de contos Noite na Taverna. 
Castro Alves, também conhecido como o “Poeta dos Escravos”, foi o mais inspirado poeta da terceira geração romântica brasileira. É autor do livro de poemas Espumas Flutuantes e também do famoso poema O Navio Negreiro 
SÍNTESE DAS GERAÇÕES
As três gerações do Romantismo Brasileiro apresentam, em resumo, as seguintes características:
Primeira geração (Indianista ou Nacionalista)
> Influência direta da Independência do Brasil (1822)
> Nacionalismo, ufanismo
> Exaltação à natureza e à pátria
> O Índio como grande herói nacional
> Sentimentalismo
Moema Victor Meirelles
SÍNTESE DAS GERAÇÕES
Segunda geração (Ultrarromantismo ou Mal do Século)
> Ultrarromantismo: Há uma ênfase nos traços românticos. O sentimentalismo é ainda mais exagerado.
> Byronismo: Atitude amplamente cultivada entre os poetas da segunda geração romântica e relacionada ao poeta inglês Lord Byron. Caracteriza-se por mostrar um estilo de vida e uma forma particular de ver o mundo: valoriza-se a vida boêmia, noturna, voltada para o vício e os prazeres da bebida, do fumo e do sexo. Sua forma de ver o mundo é egocêntrica, narcisista, pessimista, angustiada e, por vezes, satânica.
> Fuga da realidade, evasão: Através da morte, do sonho, etc.
> Satanismo: A referência ao demônio, às cerimônias demoníacas proibidas e obscuras. O inferno é visto como prolongamento das dores e das orgias da Terra.
> A noite, o mistério: Preferência por ambientes fúnebres, noturnos, misteriosos, apropriados à reflexão sobre a morte, depressão e solidão.
> Mulher idealizada, distante: A figura feminina é frequentemente um sonho, um anjo, inacessível. O amor não se concretiza e em alguns momentos o poeta assume o medo de amar.
SÍNTESE DAS GERAÇÕES
Terceira geração (Condoreira)
> 1888: Abolição da Escravatura
> 1889: Proclamação da República
> Influenciada pelos acontecimentos sociais, discursa sobre liberdade, questões sociais, o abolicionismo.
> Uso de exclamações, exageros, apóstrofes.
> Mulher presente, carnal.
> Volta-se para o futuro, progresso.
> Luta pela liberdade, temáticas sociais.
 
A liberdade guiando o povo Delacroix
1ª Geração – Indianista (1836–1853)
Valorização do índio como herói.
Valorização da pátria (ufanismo).
Gonçalves Dias (1823-1864)
Formado em Direito, explorou a poesia, a etnografia, o teatro e os estudos científicos.
Características de sua obra
Poesia lírico-amorosa; Poesia nacionalista; Poesia indianista; Poesia paisagista; Poesia medieval; Poesia autobiografia
Obras: Primeiros cantos, Segundos cantos, Últimos cantos, Sextilhas de Frei Antão, Os timbiras, Leonor de Mendonça
Poemas Líricos
Temas: os encantos da mulher amada, a natureza e os sentimentos são mais arrebatados, como sofrimentos da vida, a solidão e a morte.
A lírica amorosa de Gonçalves Dias é marcada pelo sofrimento. Em seus poemas, o amor raramente se realiza, é sempre ilusão perdida, impossibilidade vital de relacionamento. 
Entre a esperança e a vivência, entre a intenção e o gesto estão os abismos da experiência concreta. E a experiência concreta remete para o fracasso. "Cismar venturas e só topar friezas", eis a delimitação desse posicionamento. Em outro de seus versos, um dos mais desencantados, ele desabafa: "Amor! delírio – engano
Indianista – I- Juca Pirama
Trecho IV
Meu canto de morte
Guerreiros, ouvi:
Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Guerreiros, descendo
Da tribo Tupi.
Da tribo pujante,
Que agora anda errante
Por fado inconstante,
Guerreiros, nasci:
Sou bravo, sou forte,
Sou filho do Norte;
Meu canto de morte,
Guerreiros, ouvi.
Poemas de temática amorosa
Se Se Morre de Amor”, “Minha Vida e Meus Amores” e o mais conhecido poema de amor impossível - “Ainda Uma Vez – Adeus”:
Ainda Uma Vez Adeus
"Enfim te vejo! - enfim posso,
Curvado a teus pés, dizer-te
Que não cessei de querer-te
Apesar de quanto sofri.
Muito pensei. Cruas ânsias,
Dos teus olhos afastados,
Houveram-me acabrunhados,
A não lembrar-me de ti. (...)
Adeus que eu parto, senhora!
Negou-me o fado inimigo
Passa a viver comigo,
Tem sepultura entre os meus." (...)
A Natureza
Canção do Exílio
"Minha terra tem palmeiras,
Onde Canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar - sozinho, à noite
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."
Sua poesia sobre a natureza se entrelaça com o saudosismo. Sua nostalgia o remete à infância, Na Europa sente-se exilado e é levado até sua terra natal através da "Canção do Exílio" um clássico de nossa literatura.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.
Segunda geração romântica ou mal do século ou byroniana ou ultrarromântica ou intimista (1853–1870)
Valorização da morte: “A morte como libertação dos males da vida”.
Poetas influenciados por Lord Byron, poeta inglês, que faleceu na Ásia, vítima da febre amarela.
Subjetivismo exagerado.
Pessimismo, melancolia, solidão, saudade, angústia, sofrimento, dor, tristeza.
Álvares de Azevedo
Características de sua obra
Morte
Amor virginal
Valorização do sonho, do sono e da noite
Exaltação da natureza
 
Obras: Lira dos vinte anos (poemas), O conde Lopo (poemas), Noite na taverna (contos), Macário (teatro).
Se Eu Morresse Amanhã
Álvares de Azevedo
Se eu morresse amanhã, viria ao menos
Fechar meus olhos minha triste irmã,
Minha mãe de saudades morreria
Se eu morresse amanhã!
Quanta glória pressinto em meu futuro!
Que aurora de porvir e que manhã!
Eu perdera chorando essas coroas
Se eu morresse amanhã!
Que sol! que céu azul! que doce n’alva
Acorda ti natureza mais louçã!
Não me batera tanto amor no peito
Se eu morresse amanhã!
Mas essa dor da vida que devora
A ânsia de glória, o dolorido afã...
A dor no peito emudecera ao menos
Se eu morresse amanhã!
O  texto é parte  de  uma coletânea publicada em 1853 –  um ano   após a  morte de seu  autor –  e intitulada  Lira dos   vinte anos. 
No  título do  poema, podemos  perceber a preocupação do  eu  lírico em  relação ao seu  futuro e  ao de sua família caso viesse a falecer. Uma  das características mais  marcantes do  movimento romântico  é  a idealização e o  eu  lírico  fantasia  sobre o  momento de  sua morte: como seus  familiares  se comportariam  naquela situação?
Casimiro de Abreu – Poeta da saudade
Obra poética: Livro As Primaveras
Do Livro, As Primaveras, destaca-se o poema “Meus Oito Anos”
Meus Oito Anos
 Oh! que saudades que tenho
Da aurora de minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
A sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
 
Como são belos os dia
Do despontar da existência!
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor
O mar é - lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A vida – um hino d’amor! (...)
Terceira geração romântica ou condoreira ou hugoana ou social (1870–1881)
Preocupação com linguagem alta, elevada e rebuscada, que imitasse o voo do condor.
Poetas que foram influenciados por Victor Hugo, escritor francês, autor de Os miseráveis.
Ideal de liberdade (condor, simbolizando a liberdade do homem).
Os principais escritores brasileiros dessa fase:
Antônio Frederico de Castro Alves (1847-1871) ...
Joaquim de Sousa Andrade (1833-1902) ...
Tobias Barreto de Meneses (1839-1889) ...
Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo (1849-1910) ...
Sílvio Vasconcelos da Silveira Ramos Romero (1851-1914)
A Terceira Geração Romântica tem como principais características:
Erotismo
Pecado
Liberdade
Abolicionismo
Realidade social
Negação do amor platônico
Castro Alves (1847-1871)
Características de sua obra:
Poesiasocial
Poesia erótica, distanciando-se da mulher inacessível
dos outros poetas.
Para mostrar o seu inconformismo, o poeta se utiliza de elementos grandiosos do universo.
Estilo grandiloquente, hiperbólico, metafórico e exaltado.
Tom declamatório
 
Obras: Espumas flutuantes (poemas), Os escravos (poemas), Gonzaga ou A Revolução de Minas (teatro) e Cachoeira de Paulo Afonso (poemas).
Navio Negreiro
Bem feliz quem ali pode nest'hora
Sentir deste painel a majestade!
Embaixo — o mar em cima — o firmamento...
E no mar e no céu — a imensidade!
Trecho da parte 1 – 
O poeta observa essa cena com amor e com simpatia pela travessia poética do barco. Ele quer se aproximar do navio que cruza o mar, mas o navio foge do escritor.
Terceira parte
Desce do espaço imenso, ó águia do oceano!
Desce mais ... inda mais... não pode olhar humano
Como o teu mergulhar no brigue voador!
Mas que vejo eu aí... Que quadro d'amarguras!
É canto funeral! ... Que tétricas figuras! ...
Que cena infame e vil... Meu Deus! Meu Deus! Que horror!
Através dos olhos do Albatroz, o poeta consegue se aproximar do navio e observar o que acontece lá. Para a sua surpresa o canto não é de saudades ou de poesia, mas sim um canto fúnebre e o que se vê no navio é vil.
Quarta parte
E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais...
Qual um sonho dantesco as sombras voam!...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!...
As principais imagens são as dos ferros que rangem formando uma espécie de música e da orquestra de marinheiros que chicoteiam os escravos. A relação entre a música e a dança com a tortura e o sofrimento dão uma grande carga poética à descrição da cena. No final quem ri da dança insólita é o próprio Satanás, como se aquele fosse um show de horrores feito para o diabo.

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