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Contabilidade Internacional Aula 1: Contexto das Normas Internacionais Apresentação Sabemos que a contabilidade é uma ciência social aplicada, que apresenta interação constante com os meios interno e externo. A contabilidade recebe informações do ambiente externo, que pode afetar as estratégias da empresa a médio e longo prazo. As in�uências externas devem ser encaradas como oportunidades de interagir de forma preventiva, focando principalmente nos objetivos e metas da empresa. Nesta aula, você compreenderá o processo de convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade com as Normas Internacionais de Contabilidade. Objetivos Reconhecer a história das IFRS - USGAAP - BRGAAP; Explicar a evolução da contabilidade internacional – IFRS. Evolução e convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade A Contabilidade acompanhou a evolução da sociedade desde a época rudimentar do homem das cavernas, passando pela fase evolutiva com o avanço da comercialização entre os povos na Idade Média até a atualidade. Essa ciência recebeu in�uência e contribuições de todas as partes do mundo, principalmente da escola italiana e da escola americana do pensamento contábil. Fonte: Por Por fotohunter / Shutterstock. ESCOLA ITALIANA Foca no controle patrimonial, baseada em legislação, com forte in�uência da escola alemã ESCOLA AMERICANA Foca na divulgação da informação contábil para o usuário externo, baseada em princípios e interpretações da lei, sendo predominantemente necessário o conhecimento e o julgamento do pro�ssional contábil. Nos EUA a sigla US GAAP United States Generally Accepted Accounting Principles e quer dizer: Princípios de Contabilidade Geralmente Aceitos.Essas normas devem ser obedecidas por todas as empresas que tiverem o interesse de negociar suas ações na Bolsa de Valores americana. O órgão responsável por emitir normas e princípios de contabilidade nos Estados Unidos é o Financial Accounting Standards Board (FASB) organização criada em 1973, com objetivo de padronização e a regulação das normas contábeis de empresas listadas na bolsa de valores dos Estados Unidos. Esses padrões são o�cialmente reconhecidos pela Securities Exchange Commission (SEC), correspondente à CVM norte- americana, e pelo American Institute of Certi�ed Public Accountants (AICPA). Tais normas contábeis estabelecem regras e norteiam a preparação das demonstrações contábeis naquele país. As USGAAP não representam a contabilidade internacional, mas é um padrão de contabilidade adotado pelo maior mercado de capitais internacional e amplamente aceito nos Estados Unidos. Atenção Veri�ca-se, nesse contexto, a preocupação das normas de contábeis americanas com a informação que os relatórios �nanceiros divulgam para o mercado de capitais, pois é comum que o cidadão americano invista na bolsa de valores mobiliários e, com essa pulverização, é muito importante para o usuário compreender a situação econômico-�nanceira da sociedade. Não quer dizer que as normas não sejam importantes para os demais países, mas, nos Estados Unidos, é muito forte a questão da informação para o usuário. Em virtude da possibilidade de julgamentos e interpretações, a má interpretação ou contabilidade criativa se mostrou como um dos maiores escândalos contábeis entre os anos de 2000 a 2003, que foram protagonizados pelas empresas Enron, WorldCom e a Tyco, que acabaram por falir várias empresas e investidores. Essas empresas se apropriavam da contabilidade criativa para fraudar bilhões de dólares em transações, que visavam ocultar passivos incobráveis e in�ar ativos com falsos ganhos, reconhecidos a partir da utilização mal-intencionada da subjetividade dos princípios contábeis americanos na época. Toda essa falta de transparência nas informações contábeis colocou em cheque os princípios americanos de contabilidade (USGAAP). Para inibir o gerenciamento de resultados das demonstrações contábeis nos Estados Unidos pelos executivos, foi criado, em 2002, a Lei Sarbanes-Oxley, conhecida também como Sarbox, que visa garantir a redução dos riscos, além de identi�car e evitar fraudes. Com o objetivo de assegurar números con�áveis, foram impostas regras mais rígidas às empresas com operações �nanceiras no exterior, que negociam seus títulos de valores mobiliários na bolsa de valores americana e em outros países. Fonte: Por lovelyday12 / Shutterstock. Para melhorar a qualidade da informação contábil e assegurar a con�abilidade e comparabilidade das demonstrações contábeis, iniciou-se um movimento mundial de convergência das normas contábeis. Também se veri�cou um enfraquecimento das USGAAP devido a esses escândalos e iniciou-se um processo de fortalecimento das normas IFRS. Assim como o FASB, o International Accounting Standards Committee (IASC) foi criado em 1973 para editar as normas internacionais (MACKENZIE et al., 2012, p. 8) e se tornar o órgão responsável pela edição e divulgação do que representam as IFRS atualmente. As International Financial Reporting Standards (IFRS) representam o modelo de regras contábeis aplicadas ao mercado de capitais (MACKENZIE et al., 2012, p. 4). Somente quando o IASC começou a trabalhar com o IOSCO, órgão sobre o qual a SEC sempre teve grande in�uência foi que o FASB passou a se interessar pelas ações do IASC. O IASC emitia as International Accounting Standards (IAS). Atualmente, são as IFRS. Saiba mais A SEC teve papel importante na evolução das normas emitidas a partir do IAS, fortalecendo as normas editadas pelo IASB. A estrutura, até 2001, era IASC, que emitia os pronunciamentos contábeis chamados de IAS e a SIC foram às primeiras interpretações emitidas pelo IASC. Nesse contexto, o FASB não é um organismo que emite normas internacionais, pois sua atuação está restrita ao território americano. Ao contrário do IASB, que tem como principais responsabilidades a emissão e a publicação de normas contábeis com a �nalidade da convergência internacional de padrões contábeis. IASB Clique no botão acima. IASB O IASB foi criado em 2001 a partir da estrutura do IASC, buscando a convergência das normas internacionais de contabilidade e assumindo, a partir de então, as reponsabilidades técnicas desenvolvidas pelo IASC. Sua sede �ca em Londres, no Reino Unido, e seus objetivos relacionados às normas IFRS são: • Melhorar; • Atualizar; • Editar; • Publicar. Com a criação do IASB, a Comissão Europeia adotou as normas internacionais de contabilidade. O IASB passou a revisar as normas internacionais e a emitir novas orientações, formando um conjunto de normas contábeis a ser adotado e que passou a direcionar e padronizar a maneira como as companhias abertas sediadas na Europa deveriam preparar e divulgar as suas demonstrações contábeis (ERNEST & YOUNG, 2010). A estrutura para emissão das IFRS encontra-se na �gura 1: A �gura 1 apresenta a estrutura organizada desde a criação do IASC até a transformação em IASB, ou seja, um trabalho de desenvolvimento contínuo, monitoramento, gerenciamento e �nanciamento com alta qualidade voltada a editar, interpretar e divulgar os relatórios contábeis dentro dos padrões internacionais para comparabilidade das informações publicadas pelas companhias. Veri�ca-se que o IASB centraliza as orientações e interpretações das normas contábeis para posteriormente criar e editar as IFRS. Fonte: https://www.differencebetween.com/ <https://www.differencebetween.com/difference-between-ias-and-ifrs/> . No Brasil, em 1976, foi criada a Lei 6.404 para atender às necessidades iniciais do mercado de capital, que se estabeleceu no mesmo ano com a criação da CVM, mas predominantemente in�uenciada pelas regras �scais. Essa lei se manteve praticamente intacta. Em 2000, foi apresentado à Câmara dos Deputados o projeto de Lei nº 3.741, propondo alterações no capítulo XV da Lei 6.404/76, conhecida como a lei das sociedades anônimas. O Projeto de lei tratava de assuntos contábeis e visava as alterações pertinentes à modernizaçãoda lei das sociedades por ações, alinhando as práticas contábeis brasileiras às práticas internacionais de contabilidade, viabilizando a convergência com as IFRS. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online https://www.differencebetween.com/difference-between-ias-and-ifrs/ Em 2005 Foi criado o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) pela Resolução de nº 1.055 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). O projeto de Lei já previa que a CVM, BACEN, SUSEP e os demais órgãos reguladores poderiam adotar as normas contábeis editadas e publicadas por um órgão emissor de normas no Brasil, conhecido pela classe contábil e empresarial em geral. Então, foi criado o CPC, que, na sua formação, contou com o apoio das seguintes entidades: Conselho Federal de Contabilidade; Bolsa de Valores de São Paulo; Associação Brasileira das Empresas de Capital Aberto; Instituto dos Auditores Independentes do Brasil; Associação dos Analistas e Pro�ssionais de Investimento do Mercado de Capitais; Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras. Em 31 de dezembro de 2007 Foi publicada a Lei 11.638, convergindo as normas brasileiras de contabilidade às normas internacionais (IFRS), alterou signi�cativamente a Lei 6.404/76, aplicando as alterações já para o ano de 2008. Foi um marco na contabilidade brasileira em trinta anos da Lei 6.404/76. Ainda em 2007, a partir da Deliberação nº 520, a CVM passou a emitir seus pronunciamentos em consonância com o CPC. Em 17 de novembro de 2007, com a Deliberação 527, a CVM aprova o pronunciamento CPC 01, que aborda o reconhecimento e mensuração da perda de recuperabilidade dos ativos, e emitiu a Instrução CVM nº 457, em 13 de julho de 2007, determinando que todas as empresas de capital aberto preparassem e divulgassem seus relatórios �nanceiros em consonância com as normas internacionais de contabilidade emitidas pelo IASB em 2010. Na �gura 2, você observa a correlação da emissão dos pronunciamentos contábeis (CPC) com os órgãos mais importantes para a implantação e sustentação da convergência com as normas internacionais (IFRS). A adoção das normas exigiu dos pro�ssionais da área contábil, dos gestores das empresas, assim como do corpo docente na época, a atualização e conhecimento imediato do assunto. Veri�cou-se, na época, que a legislação tributária in�uenciava fortemente as normas e princípios contábeis, ou seja, a contabilidade societária era severamente in�uenciada pelas regras �scais para atender às necessidades de arrecadação de impostos e, por consequência, a informação contábil continha um viés �scal latente nos relatórios �nanceiros divulgados aos usuários. As orientações das normas internacionais (IFRS) se baseiam em princípios e na essência econômica das operações e não mais na letra fria da regulação �scal. Elas exigem do pro�ssional contábil o exercício do julgamento baseado em princípios e conceitos das normas IFRS. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Comparativo alterações antes da Lei 11.638 e após a Lei 11.638 Clique no botão acima. Correlação Nova numeração Resolução CFC Nome da norma CPC IASB NBC TG ESTRUTURA CONCEITUAL 1.374/11 Estrutura conceitual para a elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro CPC 00R1 Framework NBC TG 01 (R4) DOU 22/12/17 Redução ao valor recuperável de ativos CPC 01R1 IAS 36 NBC TG 02 (R3) DOU 22/12/17 Efeitos das mudanças nas taxas de câmbio e conversão de demonstrações contábeis CPC 02R2 IAS 21 NBC TG 03 (R3) DOU 22/12/16 Demonstração dos fluxos de caixa CPC 03R2 IAS 7 NBC TG 04 (R4) DOU 22/12/17 Ativo intangível CPC 04R1 IAS 38 NBC TG 05 (R3) DOU 01/12/14 Divulgação sobre partes relacionadas CPC 05R1 IAS 24 NBC TG 06 (R3) DOU 22/12/17 Operações de arrendamento mercantil CPC 06R2 IFRS 16 NBC TG 07 (R2) DOU 22/12/17 Subvenção e assistência governamentais CPC 07R1 IAS 20 NBC TG 08 1.313/10 Custos de transação e prêmios na emissão de títulos e valores mobiliários CPC 08R1 IAS 39(part) NBC TG 09 1.138/08 Demonstração do Valor Adicionado (DVA) CPC 09 Não há NBC TG 10 (R3) DOU 22/12/17 Pagamento baseado em ações CPC10R1 IFRS 2 NBC TG 11 (R2) DOU 22/12/17 Contratos de seguro CPC 11 IFRS 4 NBC TG 12 1.151/09 Ajuste a valor presente CPC 12 Não há NBC TG 13 1.152/09 Adoção inicial da Lei nº. 11.638/07 e da medida provisória nº 449/08 CPC 13 Não há NBC TG 15 (R4) DOU 22/12/17 Combinação de negócios CPC 15 R1 IFRS 3 NBC TG 16 (R2) DOU 22/12/17 Estoques CPC 16R1 IAS 2 NBC TG 18 (R3) DOU 22/12/17 Investimento em coligada, em controlada e em empreendimento controlado em conjunto CPC 18R2 IAS 28 NBC TG 19 (R2) DOU 06/11/15 Negócios em conjunto CPC 19R2 IAS 31 NBC TG 20 (R2) DOU 22/12/17 Custos de Empréstimos CPC 20 IAS 23 NBC TG 21 (R4) DOU 22/12/17 Demonstração intermediária CPC 21 IAS 34 NBC TG 22 (R2) DOU 06/11/15 Informações por segmento CPC 22 IFRS 8 NBC TG 23 (R2) DOU 22/12/17 Políticas contábeis, mudança de estimativa e retificação de erro CPC 23 IAS 8 NBC TG 24 (R2) DOU 22/12/17 Evento subsequente CPC 24 IAS 10 NBC TG 25 (R2) DOU 22/12/17 Provisões, passivos contingentes e ativos contingentes CPC 25 IAS 37 NBC TG 26 (R5) DOU 22/12/17 Apresentação das demonstrações contábeis CPC 26R1 IAS 1 NBC TG 27 (R4) DOU 22/12/17 Ativo imobilizado CPC 27 IAS 16 NBC TG 28 (R4) DOU 22/12/17 Propriedade para investimento CPC 28 IAS 40 NBC TG 29 (R2) DOU 06/11/15 Ativo biológico e produto agrícola CPC 29 IAS 41 NBC TG 31 (R4) DOU 22/12/17 Ativo não circulante mantido para venda e operação descontinuada CPC 31 IFRS 5 NBC TG 32 (R4) DOU 22/12/17 Tributos sobre o lucro CPC 32 IAS 12 NBC TG 33 (R2) DOU 06/11/15 Benefícios a empregados CPC 33R1 IAS 19 NBC TG 35 (R2) DOU 26/12/14 Demonstrações separadas CPC 35 R2 IAS 27 NBC TG 36 (R3) DOU 06/11/15 Demonstrações consolidadas CPC 36 R3 IAS 27 NBC TG 37 (R5) DOU 22/12/17 Adoção inicial das normas internacionais de contabilidade CPC 37R1 IFRS 1 NBC TG 39 (R5) DOU 22/12/17 Instrumentos financeiros: apresentação CPC 39 IAS 32 NBC TG 40 (R3) DOU 22/12/17 Instrumentos financeiros: evidenciação CPC 40 IFRS 7 NBC TG 41 (R2) DOU 22/12/17 Resultado por ação CPC 41 IAS 33 NBC TG 42 DOU 21/12/18 Contabilidade em economia hiperinflacionária CPC 42 IAS 29 NBC TG 43 1.315/10 Adoção inicial das NBC Ts convergidas em 2009 CPC 43R1 Não há NBC TG 44 DOU 26/06/13 Demonstrações combinadas CPC 44 Não há NBC TG 45 (R3) DOU 22/12/17 Divulgação de participações em outras entidades CPC 45 IFRS 12 NBC TG 46 (R2) DOU 22/12/17 Mensuração do valor justo CPC 46 IFRS 13 NBC TG 47 DOU 22/12/16 Receita de contrato com cliente CPC 47 IFRS 15 NBC TG 48 DOU 22/12/16 Instrumentos financeiros CPC 48 IFRS 9 NBC TG 49 DOU 24/5/18 Contabilização e relatório contábil de planos de benefícios de aposentadoria CPC 49 IAS 26 ITG 01 (R1) DOU 22/12/17 Contratos de concessão ICPC 01R1 IAS 12 ITG 07 (R1) DOU 20/12/13 Distribuição de lucros in natura ICPC 07 IAS 17 ITG 08 1.398/12 Contabilização da proposta de pagamento de dividendos ICPC 08 R1 Não há ITG 09 (R1) DOU 22/12/16 Demonstrações contábeis individuais, demonstrações separadas, demonstrações consolidadas e aplicação do método de equivalência patrimonial ICPC 09 Não há ITG 10 1.263/09 Interpretação sobre a aplicação inicial ao ativo imobilizado e à propriedade para investimento ICPC 10 Não há ITG 12 1.265/09 Mudanças em passivos por desativação, restauração e outros passivos similares ICPC 12 IAS 1 ITG 13 (R2) DOU 22/12/17 Direitos a participações decorrentes de fundos de desativação, restauração e reabilitação ambiental ICPC 13 IAS 5 ITG 15 1.289/10 Passivos decorrentes de participação em mercado específico – resíduos de equipamentos eletroeletrônicos ICPC 15 IAS 6 ITG 16 (R2) DOU 22/12/17 Extinção de passivos financeiros com instrumentos patrimoniais ICPC 16 IAS 19 ITG 17 1.375/11 Contratos de concessão:evidenciação ICPC 17 SIC 29 ITG 18 DOU 19/09/13 Custos de remoção de estéril de mina de superf. fase de produção ICPC 18 IFRIC 20 ITG 19 DOU 01/12/14 Tributos ICPC 19 IFRIC 21 ITG 20 DOU 28/11/14 Limite de ativo de benefício definido, requisitos de custeio (funding) mínimo e sua interação ICPC 20 IFRIC 14 ITG 21 DOU 22/12/17 Transação em moeda estrangeira e adiantamento ICPC 21 IFRIC 22 ITG 22 DOU 21/12/18 Incerteza sobre tratamento de tributos sobre o lucro ICPC 22 IFRIC 23 ITG 23 DOU 21/12/18 Aplicação da Abordagem de Atualização Monetária Prevista na NBCTG 42 ICPC 23 IFRIC 7 A Tabela 1 trouxe a você uma correlação entre as normas emitidas pelo IASB e as normas emitidas pelo CPC e regulamentadas pelas resoluções do CFC. Os pronunciamentos contábeis emitidos pelo CPC e regulados pelo CFC estão em completo acordo com as normas IFRS. Veri�ca-se que, em algumas normas emitidas pelo CPC, não há a correlação com as normas IFRS, como ocorre nos pronunciamentos contábeis como mecanismos de ajustes e adequação às normas internacionais. Podemos mencionar como exemplo o pronunciamento contábil CPC 12, que estabelece os requisitos básicos para apurar os Valores de Ajuste Presente (AVP). Como regra geral, o AVP é um mecanismo para ajustar o valor do dinheiro no tempo das operações que estão no longo prazo e que estejam com juros embutidos. CTG 01 1.154/09 Entidades de incorporação imobiliária OCPC 01 Não há CTG 02 1.157/09 Esclarecimentos sobre as demonstrações contábeis de 2008 OCPC 02 Não há CTG 04 1.317/10 Aplicação da interpretação técnica ITG 02 – Contrato de construção do setor imobiliário OCPC 04 Não há CTG 05 1.318/10 Contratos de concessão OCPC 05 Não há CTG 06 DOU 26/06/13 Apresentação de informações financeiras pró-forma OCPC 06 Não há CTG 07 DOU 01/12/14 Evidenciação na divulgação dos relatórios contábil-financeiros de propósito geral OCPC 07 Não há CTG 08 DOU 12/12/14 Reconhecimento de determinados ativos e passivos nos relatórios contábil-financeiros de propósito geral das distribuidoras de energia elétrica emitidos de acordo com as normas brasileiras e internacionais de contabilidade OCPC 08 Não há Tabela 1: Comparativo Normas – Resolução CFC x CPC x IFRS.| Fonte: https://cfc.org.br/ <https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/normas- completas/> . A edição da Lei 11.638/2007 exigiu da classe contábil a interpretação da norma, pois a convergência para a harmonização das normas internacionais de contabilidade trouxe uma nova visão de registro das transações denominadas essência sobre a forma, ou seja, registrar os fatos contábeis de acordo com a essência econômica e não meramente a aplicação da forma legal. Essa Lei trouxe também um novo conceito de enquadramento para as empresas de grande porte, que não estejam sob a regulação da CVM. Segundo o dispositivo legal, no artigo 3º parágrafo único, enquadra-se como empresa de grande porte a empresa constituída sob a forma jurídica limitada ou sociedade anônima que possua ativo superior a 240 milhões de reais ou receita bruta anual superior a 300 milhões de reais. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Atenção Dentre outras alterações trazidas, é importante salientar que as empresas com patrimônio líquido inferior a R$ 2.000.000,00 (dois milhões) na data do balanço �cam dispensadas de publicar as demonstrações do �uxo de caixa. https://cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de-contabilidade/normas-completas/ Na tabela 2, você pode veri�car as principais alterações trazidas pelo manifesto legal para a convergência com as Normas Internacionais (IFRS). Compararando as IFRS com as normas emitidas pelo CPC e resolução CFC. Clique no botão acima. A tabela 2 apresentou a você um resumo das principais modi�cações que a Lei 11.638/2007 promoveu para a convergência com as normas IFRS. Entre os diversos arranjos, destaca-se a substituição da Demonstração das Origens e Aplicações dos Recursos (DOAR) pela Demonstração dos Fluxos de Caixas (DFC), como também a obrigatoriedade para as companhias abertas para a publicação da Demonstração do Valor Adicionado (DVA). Antes da Lei nº 11.638/2007 Após a Lei nº 11.638/2007 Publicação da DOAR – Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos. Publicação da DFC – Demonstrações do Fluxo de Caixa. DVA – Sem exigência de publicação para as companhias abertas. DVA – Exigência de publicação para as companhias abertas. Aumento dos valores nos saldos de ativos serão registrados na conta Reserva de Reavaliação, no Patrimônio Líquido. Aumentos ou diminuição dos saldos de ativos passivos referentes à avaliação a valor justo serão registrados na conta de Ajuste de Avaliação Patrimonial. Ativo Permanente divido em: Investimentos, Imobilizado e Diferido. Ativo Permanente passa a ser: Investimentos, Imobilizado, Intangível e Diferido. Em operações de combinação de negócio: fusão, cisão e incorporação, os saldos vertidos poderão ser reconhecidos pelos valores contábeis. Em operações de combinação de negócio: fusão, cisão e incorporação, os saldos são vertidos pelo valor justo. Patrimônio Líquido dividido em: capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de lucros ou prejuízos acumulados. Patrimônio Líquido dividido em: capital social, reservas de capital, ajuste de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. Companhias abertas publicam suas demonstrações contábeis auditadas pelo auditor independente e as companhias fechadas são obrigadas a publicar suas demonstrações. Companhias abertas e empresas de grande porte de capital fechado devem publicar suas demonstrações contábeis em conformidade com as normas IFRS e auditadas por auditor independente. A escrituração contábil será efetuada em conformidade com os princípios contábeis, podendo registrar nos livros comerciais ou em livros auxiliares os ajustes decorrentes da legislação tributária. Deverá segregar a escrituração contábil x escrituração tributária. A CVM expedirá normas contábeis de acordo com os princípios. A CVM expedirá normas em conformidade com as IFRS. As sociedades controladas devem ser avaliadas pelo método da equivalência patrimonial. As sociedades controladas, que fazem parte do mesmo grupo que estejam sob influência e controle comum, devem ser avaliadas pelo método da equivalência patrimonial. Tabela 2: Comparativo alterações antes da Lei 11.638 e após a Lei 11.638. | Fonte: (Adaptado) de Deloitte, 2014. Cabe mencionar as modi�cações importantes promovidas pela Lei 11.941 de 27 de maio de 2009, na qual ressaltamos o parágrafo 1º do artigo 243, que trata do conceito de empresas coligadas nas quais a investidora tenha a in�uência signi�cativa. Presume-se que a investidora tenha a in�uência signi�cativa quando a entidade investidora detém ou participa das decisões das políticas �nanceira ou operacional da investida, sem controlá-la. A legislação presume a in�uência signi�cativa se o investimento for de 20% ou mais sobre o capital votante. Importante mencionar também que a Lei 11.941/2009 instituiu o Regime Tributário de Transição (RTT) até a edição e publicação da Lei 12.973/2014. A principal �nalidade do período de RTT foi o tratamento tributário dado aos valores originados das normas internacionais e que, de alguma forma, transitassem pelo resultado da empresa, afetando a apuração e, consequentemente, o valor imposto de renda a ser recolhido. Atividade 1. Como é chamada a má interpretação das normas? Explique-a. 2. Quais são as responsabilidades do Comitê de Pronunciamentos Contábeis? 3. Indique as alterações que o CPC fez no contexto contábil Notas Referências BARALDI, P. IFRS: contabilidade criativa e fraudes. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. BRAGGIO, M. B. Contabilidade Internacional. Rio de Janeiro: SESES, 2017. BRASIL. Casa Civil. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L6404consol.htm.Acesso em: 17 mar. 2019. BRASIL. Casa Civil. Lei nº 11.941, de 27 de maio de 2009. Altera a legislação tributária federal relativa ao parcelamento ordinário de débitos tributários; concede remissão nos casos em que especi�ca entre outras providências. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/lei/l11941.htm. Acesso em: 17 mar. 2019. BRASIL. Casa Civil. Lei nº 11.638, de 31 de dezembro de 2007. Altera e revoga dispositivos da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, e da Lei no 6.385, de 7 de dezembro de 1976, e estende às sociedades de grande porte disposições relativas à elaboração e divulgação de demonstrações �nanceiras. Disponível em: //www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007- 2010/2007/lei/l11638.htm. Acesso em: 17 mar. 2019. CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. CFC. Normas completas. Disponível em: //cfc.org.br/tecnica/normas-brasileiras-de- contabilidade/normas-completas/. Acesso em: 17 mar. 2019. ERNST & YOUNG; FIPECAFI. Manual de normas internacionais de contabilidade: IFRS versus normas brasileiras. Volume 2: Novos Pronunciamentos Contábeis. São Paulo: Atlas, 2010. MACKENZIE, B.; COETSEE, D.; NJIKIZANA, T. et al. IFRS 2012: interpretação e aplicação. Porto Alegre: Bookman, 2013. javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); javascript:void(0); Próxima aula Orientações e bases de preparação das demonstrações contábeis trazidas pelas normas internacionais; Objetivo das demonstrações contábeis; Características qualitativas da informação contábil. Explore mais Pesquise na internet, sites, vídeos e artigos relacionados ao conteúdo visto. Em caso de dúvidas, converse com seu professor online por meio dos recursos disponíveis no ambiente de aprendizagem.
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