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Mercado de Capitais: Fundamentos e Políticas

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2019
Mercado de capitais
Prof. José Alfredo Pareja Gomez de La Torre
Prof. Maurício Leite
Prof. Vilmar Siewert Júnior
2a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof. José Alfredo Pareja Gomez de La Torre
Prof. Maurício Leite
Prof. Vilmar Siewert Júnior
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
T689m
 Torre, José Alfredo Pareja Gomez de La
 Mercado de capitais. / José Alfredo Pareja Gomez de La Torre; Maurício 
Leite; Vilmar Siewert Junior. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.
 188 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0272-3
 1. Mercado de capitais. – Brasil. I. Torre, José Alfredo Pareja Gomez 
de La. II. Leite, Maurício. III. Siewert Junior, Vilmar. IV. Centro Universitário 
Leonardo Da Vinci.
CDD 332.6
III
apresentação
O Mercado de Capitais é peça importante para qualquer atividade 
econômica, seja privada ou do setor público, ele é o mercado de valores 
fundamental para as necessidades de poupança e investimento das economias 
modernas. Deste a implantação do Plano Real o mercado de capitais só vem 
crescendo e servindo ao desenvolvimento da economia brasileira, sendo 
assim parceiro das grandes mudanças e inovações da economia do Brasil.
No contexto da gestão pública o Mercado de Capitais oferece grande 
apoio para que a atividade pública possa conseguir executar suas atividades, 
principalmente a partir do momento em que este mercado adquiri mais 
confiança no gasto público através da Lei de Responsabilidade Fiscal, Lei 
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000. 
Convidamos você a ter um aprendizado interessante e útil sobre o 
mundo do Mercado de Capitais e como ele pode ser de grande ajuda para 
a construção de suas competências profissionais. Na primeira unidade 
estudaremos as Políticas Econômicas e Fundamentos Financeiros necessários 
para se ter um entendimento sistêmico do Mercado de Capitais. 
Na Unidade 2 estudaremos sobre a Estrutura e Normativa Financeira, 
abordando temas da Estrutura Financeira Nacional, qual a Normativa e Ética 
no mercado de valores. E finalmente como é que acontece a Intermediação 
Financeira no mercado de valores.
Na última unidade vamos conseguir identificar quais os Produtos 
de Investimento Financeiro mais usados, como se realiza a precificação de 
ativos, e como se calcula os riscos envolvidos no mercado de valores. E 
finalmente estudaremos sobre a Tributação de Rendimentos.
Lembre-se que estes conhecimentos, com certeza, vão lhe trazer 
competências profissionais que serão de grande ajuda nas suas projeções 
como profissional da área de gestão e finanças, seja como profissional do 
setor público como do privado.
Fique à vontade e aproveite o aprendizado deste caderno e do material 
de apoio postado na Trilha de Aprendizagem de seu Ambiente Virtual de 
Aprendizagem (AVA). Desejo-lhe sucesso no estudo desta disciplina, na 
busca de seu projeto de vida, de se formar como profissional competente.
Bons estudos!
IV
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui 
para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
V
VI
VII
UNIDADE 1 – NOÇÕES ECONÔMICAS E FINANCEIRAS PARA O MERCADO DE 
 CAPITAIS .........................................................................................................................1
TÓPICO 1 – PRINCÍPIOS ECONÔMICOS .........................................................................................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3
2 NOÇÕES DE ECONOMIA ...................................................................................................................4
2.1 ECONOMIA POSITIVA E NORMATIVA ......................................................................................4
2.2 MICROECONOMIA E MACROECONOMIA ..............................................................................6
3 INDICADORES MACROECONÔMICOS RELEVANTES AO MERCADO DE CAPITAIS ........9
3.1 PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) ............................................................................................ 10
3.2 ÍNDICES DE INFLAÇÃO ............................................................................................................... 11
3.2.1 Caso prático do impacto da inflação .................................................................................... 12
3.3 PRODUTO INTERNO BRUTO NOMINAL (PIB NOMINAL) VERSUS PIB REAL ............. 15
3.4 PIB REAL POR SETORES ECONÔMICOS .................................................................................. 17
4 A TAXA DE CÂMBIO .......................................................................................................................... 19
4.1 INFLUÊNCIA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS NA POSIÇÃO CAMBIAL ................... 21
4.2 POLÍTICA CAMBIAL ..................................................................................................................... 23
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 29
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 30
TÓPICO 2 – PRINCÍPIOS FINANCEIROS E DE INVESTIMENTO ............................................ 33
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 33
2 TAXA BÁSICA DE JUROS – SELIC .................................................................................................. 33
2.1 SELIC META E TAXAS DE MERCADO ..................................................................................... 36
3 CONCEITOS BÁSICOS DE CÁLCULO FINANCEIRO PARA O MERCADO DE
 CAPITAIS .............................................................................................................................................................39
3.1 TAXA MÍNIMA DE ATRATIVIDADE (TMA) E RETORNO DO CAPITAL ........................... 40
3.2 O REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES .............................................................................. 41
3.2.1 Operações de curto prazo ...................................................................................................... 43
3.2.2 Exemplos de operações de curto prazo ...............................................................................45
3.3 O REGIME DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA ........................................................................ 47
3.4 PONDERAÇÃO DE CARTEIRA ................................................................................................... 50
3.5 CASE DE USO DO MERCADO DE CAPITAIS EM EMPRESAS PEQUENAS ...................... 53
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................ 56
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 57
TÓPICO 3 – DINÂMICA DO INVESTIMENTO FINANCEIRO .................................................. 59
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 59
2 ANÁLISE COMPARATIVA DE VALORES MOBILIÁRIOS ....................................................... 60
3 FATORES DA ANÁLISE DE INVESTIMENTOS .......................................................................... 61
3.1 LIQUIDEZ ......................................................................................................................................... 61
3.2 NÍVEIS DE RISCO ........................................................................................................................... 62
3.2.1 Risco de mercado .................................................................................................................... 62
3.2.2 Risco de pagamento – crédito ............................................................................................... 64
suMário
VIII
3.2.3 Risco de liquidez ..................................................................................................................... 65
4 BENCHMARK E NECESSIDADES DE INVESTIMENTO ........................................................... 67
LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................... 72
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 75
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 76
UNIDADE 2 – ESTRUTURA E NORMATIVA FINANCEIRA ....................................................... 77
TÓPICO 1 – INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA .............................................................................. 79
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 79
2 ECONOMIA E MERCADO FINANCEIRO ..................................................................................... 80
2.1 INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA E SEUS INTERMEDIÁRIOS ............................................ 82
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 85
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................. 86
TÓPICO 2 – SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ....................................................................... 87
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................... 87
2 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL: CONCEITOS E FUNÇÕES ......................................... 87
2.1 ÓRGÃOS NORMATIVOS............................................................................................................... 91
2.2 ENTIDADES SUPERVISORAS ...................................................................................................... 93
2.3 OPERADORES FINANCEIROS .................................................................................................... 98
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................106
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................107
TÓPICO 3 – MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS..............................................................109
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................109
2 SISTEMÁTICA DO MERCADO DE VALORES MOBILIÁRIOS ............................................110
3 PARTICIPANTES DO MERCADO DE CAPITAIS ......................................................................116
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................125
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................126
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................127
UNIDADE 3 – MERCADO FINANCEIRO DE CAPITAIS............................................................129
TÓPICO 1 – PRODUTOS DE INVESTIMENTO FINANCEIRO .................................................131
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................131
2 TIPOS DE INVESTIMENTO............................................................................................................132
2.1 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DOS PRODUTOS FINANCEIROS ......................................132
2.2 TIPOS DE RISCO ...........................................................................................................................134
2.2.1 Risco de Crédito ....................................................................................................................134
2.2.2 Risco de Liquidez ..................................................................................................................134
2.2.3 Risco de Mercado ..................................................................................................................135
2.3 PRODUTOS DE RENDA FIXA ....................................................................................................135
2.3.1 CDB – Certificado de Depósito Bancário ..........................................................................135
2.3.2 LCI – Letras de Crédito Imobiliário ...................................................................................139
2.3.3 Letra de Crédito do Agronegócio .......................................................................................141
2.3.4 Debêntures .............................................................................................................................142
2.3.5 Títulos Públicos Federais .....................................................................................................149
3 PRODUTOS DE RENDA VARIÁVEL ............................................................................................156
3.1 AÇÕES .............................................................................................................................................156
3.2 MERCADO DE DERIVATIVOS ...................................................................................................160
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................163
IX
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................165
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................168
TÓPICO 2 – PRECIFICAÇÃO DE ATIVOS......................................................................................1711 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................171
2 CAPM – CAPITAL ASSET PRICING MODEL ...............................................................................171
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................174
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................175
TÓPICO 3 – TRIBUTAÇÃO DE RENDIMENTOS .........................................................................177
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................177
2 TRIBUTAÇÃO DE PRODUTOS DE INVESTIMENTO .............................................................177
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................183
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................184
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................185
X
1
UNIDADE 1
NOÇÕES ECONÔMICAS E 
FINANCEIRAS PARA O MERCADO
DE CAPITAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• saber interpretar os principais índices econômicos relacionados ao 
mercado de valores;
• entender como as condições econômicas influenciam o mercado de capitais;
• saber como aplicar os instrumentos de cálculo financeiro no mercado de 
valores;
• discernir os referentes de mercado (benchmark) nas decisões que envolvem 
o mercado de valores.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 - PRINCÍPIOS ECONÔMICOS
TÓPICO 2 - PRINCÍPIOS FINANCEIROS E DE INVESTIMENTO
TÓPICO 3 - DINÂMICA FINANCEIRA DE INVESTIMENTO FINANCEIRO
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
PRINCÍPIOS ECONÔMICOS
1 INTRODUÇÃO
Antes de começar, gostaria de lhe perguntar: o que é para você o mercado de 
capitais? Em parte, o próprio nome consegue lhe responder. Mas se você aprofundar 
mais um pouco, o mercado de capitais é onde compradores e vendedores negociam 
seus títulos, tais como ações, certificados de depósitos, títulos da dívida pública, 
notas promissórias, cédulas hipotecárias etc. No mundo financeiro esses papéis 
com valor financeiro são conhecidos como valores mobiliários, e estão sujeitos ao 
rigoroso controle e regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Essa breve definição permite-nos desenvolver mais um pouco a pergunta. 
O mercado de capitais permite aos agentes interessados (principalmente empresas 
e governo) captar recursos dos investidores e distribuir esses recursos conforme 
a dinâmica da própria economia, refletidos nos valores mobiliários que circulam 
no mercado de capitais. Isso permite a transferência de recursos monetários entre 
agentes investidores (com excedente de caixa/superavitários) para os agentes 
que estão precisando de recursos monetários para diversos fins (deficitários). 
Podemos dizer que há uma correlação entre a dinâmica do mercado de capitais, 
tanto nacional como internacional, com o constante fornecimento de recursos 
monetários para as diversas atividades econômicas, tais como da indústria, do 
comércio, governo.
Observe que nessa definição do mercado de capitais se fala várias vezes 
da atividade econômica. Assim, para conseguir entender e atuar no mercado 
de capitais, é necessário entender os princípios econômicos e financeiros que 
dinamizam o mercado de capitais do país e do mundo. É precisamente por esse 
motivo que em toda a Unidade 1 estudaremos sobre isso! Agora, vamos começar 
nossos estudos falando sobre economia e finanças e seu impacto na movimentação 
financeira. Vamos lá?
UNIDADE 1 | NOÇÕES ECONÔMICAS E FINANCEIRAS PARA O MERCADO DE CAPITAIS
4
2 NOÇÕES DE ECONOMIA
Qual o foco da ciência econômica? Existem várias respostas para essa 
pergunta, mas existe uma que é bem interessante de se observar, a economia 
analisa a escassez relativa de recursos objetivando satisfazer as necessidades e 
desejos da sociedade. Neste caso, quando falamos de recursos, estamos focando 
nos recursos produtivos (matéria-prima, bens de capital, recurso humano etc.) 
que são negociáveis no mercado dos fatores da produção para que as empresas 
possam produzir e ofertar no mercado de bens e serviços e assim satisfazer 
as diversas necessidades e desejos das pessoas que interagem em sociedade. 
Segundo Samuelson e Nordhaus (2012, p. 3):
A essência da ciência econômica é compreender a realidade da 
escassez e, então, conceber como organizar a sociedade de modo a 
corresponder ao uso mais eficiente dos recursos. É nisso que reside a 
contribuição específica da ciência econômica.
Diante do exposto, “A essência da ciência econômica é compreender a realidade da 
escassez [grifo nosso]”, assim, se um bem não é escasso, nós, como consumidores, não 
percebemos sua real necessidade. Pense no ar que respiramos desde que nascemos 
até o último dia aqui neste mundo, esse é um bem essencial à vida! Mas como não é 
escasso, nós, como seres humanos, não nos conscientizamos de seu real valor para 
nos manter vivos! Isto, em termos econômicos, quer dizer que desde o momento 
em que um bem se torna escasso, ele se torna um bem com “valor econômico”. 
Entretanto, como essa gestão da “escassez” pode ser executada na 
atividade econômica de um país? Essa atividade é executada por meio dos três 
grandes agentes econômicos (famílias/consumidores, produtores/empresas e o 
governo), que negociam seus interesses no mercado. Por um lado, as empresas 
procuram suas necessidades de produção adquirindo recurso produtivo no 
mercado dos fatores de produção, e por outro lado, os consumidores procuram 
satisfazer suas necessidades no mercado de bens e serviços.
Partindo desse conceito básico, a economia vai se focando e especializando 
nas suas diversas formas, partindo da economia positiva e normativa, até as duas 
grandes divisões da análise econômica: Microeconomia e Macroeconomia. Neste 
tópico não vamos aprofundar sobre esses elementos da economia, isso pode nos 
levar para o estudo de várias páginas! Mas vamos nos focar no essencial para 
conseguir entender melhor seu vínculo com as atividades do mercado de capitais.
2.1 ECONOMIA POSITIVA E NORMATIVA
Ao estudar uma série de acontecimentos econômicos, a economia se 
torna positiva e levanta uma série de questionamentos a serem respondidos por 
meio de ferramentas de análise econômica. Logo, a economia positiva analisa 
fatos para descrevê-los e assim conseguir responder aos questionamentos sobre o 
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS ECONÔMICOS
5
assunto. Enquanto que a economia normativa, por sua parte, analisa as condições 
econômicas do momento para levantar uma série de condicionamentos que 
envolvem juízos de valor.
Declarações positivas são descritivas e referem-se a como o mundo 
é. A declaração de Norma é normativa. Declarações normativas são 
prescritivas e referem-se a como o mundo deveria ser. (MANKIW, 
2013, p. 29)
Segundo o exposto pelo autor, a análise positiva analisa fatos, e a normativa 
analisa o “como” as coisas deveriam ser, observe os seguintes exemplos:
• Por que o serviço de Uber possui melhores tarifas que o serviço de táxi?
• Será que para garantir um mínimo de redução da desigualdade é conveniente 
aumentar o universo de pessoas sujeitas ao recebimento da Bolsa Família?
• O Brasil deveria negociar com a China para reduzir as tarifas sobre as 
importações?
• O acordo assinado durante a greve dos caminheiros (21 de maio de 2018) de 
fato aumentou a renda destes?
• Uma taxa básica de juros (Selic) maisbaixa aquece o consumo?
• Será que para diminuir a pressão no aumento nos preços (inflação) dever-se-ia 
aumentar os juros básicos da economia? 
Destes questionamentos, os que abordam uma análise positiva da 
economia são o primeiro, o quarto e o quinto, e como economia normativa temos 
o segundo, o terceiro e o sexto. Conseguiu visualizar a diferença? A economia 
positiva analisa fatos que servem, entre outras coisas, como base para levantar uma 
série de hipóteses que serão de alimento para desenvolver políticas econômicas, 
assim, as duas (positiva e normativa) estão intimamente interligadas, observe: 
[...] uma visão positiva do mundo afeta a visão normativa sobre quais 
políticas são necessárias. A afirmação de Polly de que o salário mínimo 
provoca desemprego, se verdadeira, pode levá-la a rejeitar a conclusão 
de Norma de que o governo deveria aumentar o salário mínimo. Além 
disso, as conclusões normativas não resultam apenas da análise positiva, 
pois também envolvem juízos de valor. (MANKIW, 2013, p. 30)
Essa diferenciação é muito importante levar em consideração, e não só 
para questões econômicas, mas também para situações complexas no mercado de 
capitais, nas finanças das empresas e em outras situações. No contexto do mercado 
de capitais, será que com a diminuição da taxa de juros básica (Selic) consegue-se 
aquecer o mercado de ações na Bolsa de São Paulo? Se diminuir a atratividade 
dos títulos da dívida pública (com menores juros, esses papéis se tornam menos 
rentáveis), consequentemente os investidores irão procurar melhor rentabilidade 
no mercado de ações. Eis aqui um exemplo de como a análise positiva e normativa 
pode ser aplicada ao mercado de capitais!
UNIDADE 1 | NOÇÕES ECONÔMICAS E FINANCEIRAS PARA O MERCADO DE CAPITAIS
6
2.2 MICROECONOMIA E MACROECONOMIA
No contexto do mercado de capitais é útil entender como a Macroeconomia 
se torna uma ferramenta de análise efetiva para delinear políticas monetárias. 
No contexto macroeconômico, a política econômica utiliza os dados vindos dos 
grandes agregados macroeconômicos visando dinamizar a atividade econômica 
foco da microeconomia. Isto quer dizer que por meio da análise dos agregados 
macroeconômicos consegue-se dinamizar a atividade econômica dos agentes 
econômicos atuantes no mercado.
Observe que a Microeconomia e a Macroeconomia estão interligadas. Em 
termos analógicos, a Macroeconomia observa os agregados da dinâmica econômica 
(como se fosse o ecossistema de uma grande floresta). E a Microeconomia é a 
análise do comportamento individual dos agentes econômicos quando se 
observa as suas particularidades, isto é, o comportamento do consumidor, o 
comportamento da empresa e a articulação do governo na atividade econômica. 
Observe que sem a atividade individual dos agentes econômicos analisados na 
Microeconomia, simplesmente não haveria Macroeconomia.
A macroeconomia é o estudo do comportamento da economia como 
um todo. Examina as forças que afetam empresas, consumidores e 
trabalhadores no seu conjunto. A macroeconomia contrasta com a 
microeconomia, que estuda os preços, as quantidades e os mercados 
individualmente. (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012, p. 326)
Sem uma inter-relação eficiente entre atividade microeconômica e 
do grande “ecossistema” macroeconômico, a dinâmica econômica perde 
estrutura e estaria sujeita ao impacto de diversos choques que poderiam levar 
até à desintegração da sociedade. Veja a seguir como a microeconomia e a 
macroeconomia encontram-se inter-relacionadas.
Uma maneira fácil de enxergar essa inter-relação é por meio do fluxo 
monetário da economia. Nesta interpretação simples do fluxo circular de uma 
economia apresenta-se uma visão esquemática dos agentes econômicos, na qual 
as decisões são tomadas pelas:
• Famílias, donas dos recursos produtivos necessários à produção, e como 
consumidoras, as famílias demandam os bens/serviços produzidos e ofertados 
pelas empresas.
• Empresas, donas dos meios de produção que compram os recursos produtivos 
para serem processados e transformados em bens/serviços procurados pelas 
famílias (consumidores).
Esses agentes interagem nos mercados de bens/serviços, nos quais 
as famílias procuram satisfazer suas necessidades e desejos comprando as 
mercadorias e serviços ofertados pelas empresas. A segunda interação destes 
agentes acontece no mercado de fatores de produção, no qual as famílias (como 
donas dos recursos produtivos) ofertam esses recursos às empresas.
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS ECONÔMICOS
7
FIGURA 1 – FLUXO MONETÁRIO DA ECONOMIA
FONTE: Mankiw (2013, p. 24)
= Fluxo de insumos
 e produtos
= Fluxo de dólares
Salários,
aluguéis
e lucro
Fatores de
produção
Trabalho,
terra e
capital
Bens e
serviços
vendidos
Bens e
serviços
comprados
Receita Gastos
Renda
• Produzem e vendem
 bens e serviços
• Contratam e usam
 fatores de produção
• Famílias vendem
• Empresas compram
• Empresas vendem
• Famílias compram
• Compram e consomem 
bens e serviços
• Possuem e vendem
 fatores de produção
EMPRESAS
MERCADOS
DE FATORES
DE PRODUÇÃO
MERCADOS
DE BENS E 
SERVIÇOS
FAMÍLIAS
O conjunto externo de setas representa o fluxo de dinheiro e o conjunto 
interno de setas refere-se ao fluxo correspondente de insumos e produtos.
Observe que nesse fluxo monetário os Recursos Produtivos são 
fornecidos por meio de Remunerações, ou incentivos monetários. Recursos que 
logo são processados e transformados pelas Empresas em bens e serviços a serem 
ofertados às famílias. A seguir podemos visualizar a dinâmica do mercado dos 
fatores de produção:
UNIDADE 1 | NOÇÕES ECONÔMICAS E FINANCEIRAS PARA O MERCADO DE CAPITAIS
8
FIGURA 2 - RECURSOS EM TROCA DE REMUNERAÇÕES/INCENTIVOS MONETÁRIOS
FONTE: O autor
Mercado dos fatores da produção
Adquiridos pelas empresas Moeda Local – R$ Ofertados pelos donos dos recursos em troca de R$
Recursos Naturais → Moeda → Aluguel
Recurso Humano → Moeda → Salário
Recursos de Capital → Moeda → Lucro e Juros
Recurso Tecnológico → Moeda → Royalties / Regalias
Recurso Empresarial → Moeda → Lucro
É dessa maneira que o ciclo do fluxo monetário vai se fechando 
continuamente, pois os donos dos recursos irão receber recurso monetário 
que será a fonte de renda para as famílias conseguirem consumir o que as 
empresas ofertarem. Observe que a análise deste fluxo monetário faz parte da 
microeconomia, pois ela estuda o comportamento dos interesses econômicos tanto 
dos consumidores como dos produtores em função da dinâmica dos mercados.
No entanto, será que esse fluxo é harmônico, sem apresentar grandes 
oscilações? Na vida real, a economia possui ciclos de crescimento/aquecimento e 
de decrescimento/crises econômicas, em função das oscilações no comportamento 
dos agentes econômicos. Grande parte dessas oscilações acontece pelos seguintes 
motivos ou vazamentos:
• Mudanças no nível de poupança das famílias - quando as famílias desejam 
economizar mais do que o normal haverá uma redução no fluxo monetário, logo, 
uma tendência em reduzir as compras às empresas. Resultado? As empresas 
começam a ter maiores estoques de produto e logo começam a reduzir sua 
produção, que por sua vez reduz a demanda de recursos produtivos, reduzindo 
assim a renda das famílias. Deste modo, o fluxo monetário começa a se reduzir. 
• Mudanças nos tributos cobrados pelo governo - se o governo arrecadar mais 
do que o fluxo a que está habituado, haverá uma redução da renda das famílias 
a assim apresenta-se uma redução no fluxo monetário.
• Mudanças no saldo líquido da balança comercial - se há um aumento nas 
importações e as exportações se mantêm iguais, logo, haverá uma diminuição 
da renda disponível na economia, pois parte da renda das famílias vai para o 
exterior por meio da compra de produtos importados. Isso acontece porque 
essa renda paga pelos produtos importados beneficia as empresas lá de fora, 
no exterior, e não as empresas nacionais, logo, é um fluxo negativo.
Assim, nesses ciclos de crescimento e crises econômicas, os vazamentosdo 
fluxo possuem um papel importantíssimo, e é aí que a análise macroeconômica 
começa a interagir com a microeconomia. Nesses casos, por meio da análise dos 
agregados econômicos (macroeconomia), o governo desenvolve suas políticas 
econômicas, podendo interferir no fluxo monetário para que esses vazamentos 
parem de acontecer, influenciando, entre outras coisas, o mercado de capitais, assim: 
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS ECONÔMICOS
9
• Vazamento da poupança - o sistema financeiro começa a aumentar o nível 
de empréstimos às famílias e às empresas para incentivar o consumo e assim 
compensar o vazamento.
• Vazamento dos impostos - o governo pode aumentar seu gasto por meio de 
investimentos em infraestrutura, novas escolas etc. Assim, essa redução na 
renda das famílias em função ao aumento dos impostos será compensada pelo 
aumento do gasto público.
• Vazamento do saldo líquido da Balança Comercial - por meio de incentivos 
e políticas de comércio exterior, o governo pode incentivar o aumento das 
exportações, compensando assim esse vazamento de renda ao exterior.
Talvez você esteja se perguntando: interessante rever estes conceitos 
econômicos, mas qual é sua ligação com o mercado de capitais? Observe que o fluxo 
monetário depende de moeda para conseguir se manter tanto nos mercados de bens/
serviços como no mercado dos fatores de produção. A eficiente dinâmica dessa 
“moeda”, em grande parte, dependerá do mercado de capitais, logo, para entender 
melhor a estrutura do mercado de capitais, objeto deste livro de estudos, é importante 
levar em consideração os conceitos econômicos básicos aqui apresentados.
É precisamente nesse foco que as políticas econômicas ajudam a que 
essa inter-relação seja o mais eficiente possível dentro do quadro econômico do 
momento. Vejamos alguns exemplos de quais podem ser os questionamentos 
macroeconômicos envolvidos na análise do mercado de capitais:
Está ocorrendo um período de exuberância financeira, com os preços 
das ações subindo rapidamente? Ou o Banco Central está utilizando 
a política monetária para combater os efeitos da queda dos preços da 
habitação e de uma crise financeira? (SAMUELSON; NORDHAUS, 
2012, p. 326). 
Esses questionamentos dificilmente poderiam ser levantados sem antes 
se ter uma prévia de indicadores dos agregados macroeconômicos, por isso eles 
serão estudados logo a seguir, levando em consideração o mercado de valores.
3 INDICADORES MACROECONÔMICOS RELEVANTES AO 
MERCADO DE CAPITAIS
Existe uma série de indicadores macroeconômicos que influenciam 
diretamente no mercado de capitais e outros indicadores de maneira indireta. 
Entre os mais relevantes, tem-se: o Produto Interno Bruto (PIB), índices de inflação 
(principalmente IPCA e IGP-M), taxa básica de juros (Selic), taxa de câmbio, taxa 
de Certificado de Depósito Interbancário (CDI) e a taxa referencial (TR).
UNIDADE 1 | NOÇÕES ECONÔMICAS E FINANCEIRAS PARA O MERCADO DE CAPITAIS
10
3.1 PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB)
Para medir o nível econômico de uma região, um dos melhores 
indicadores é o PIB, mas qual o significado de PIB? Em resumo, ele é a soma das 
riquezas geradas durante um período por região, pode ser a nível de um estado 
da federação brasileira, do Brasil, ou até de uma grande região, tal como da 
União Europeia. No caso do Brasil, o PIB é medido trimestralmente pelo Instituto 
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
DICAS
Já visitou o site do IBGE? Ele possui interessantes dados econômicos, industriais, 
geográficos, entre outros, que poderão ajuda-lo em diversas situações, tanto acadêmicas 
como profissionais. Acesse: <https://www.ibge.gov.br/index.php>.
O PIB pode ser medido desde várias perspectivas, pelo nível da renda do 
país, pelos fatores da produção ou pelas despesas geradas. Desde o ponto de vista 
da produção, o PIB é medido pela coleta dos setores da agropecuária, indústria 
e pela geração de serviços. Segundo fontes do Banco Mundial, no ano de 2017 a 
geração do PIB por setores produtivos foi: Agropecuária, 10,3%; Indústria, 20,8% 
e Serviços, 68,8%, conforme podemos observar a seguir:
QUADRO 1 – PIB BRASIL 2017 POR SETORES
FONTE: <https://data.worldbank.org/country/brazil>. Acesso em: 05 ago. 2018.
Geração de PIB por setores produtivos Agropecuária Indústria Serviços
Setor 10,3% 20,8% 68,8%
Crescimento por setor -6,6% -3,8% -2,6%
Podemos observar que a geração do PIB do Brasil é majoritariamente 
gerada pelo setor de serviços, eis a importância dentro do contexto das fontes de 
recursos monetários para este setor. Mas será que a medição do PIB é diferente 
se ele é medido desde a perspectiva da geração da renda ou do consumo, e não 
desde a perspectiva da produção? O valor da medição feita dessa conta (PIB) será 
exatamente igual sob qualquer dessas perspectivas, observe a figura a seguir, nela 
é mostrada a geração de fluxo monetário (semelhante à estudada anteriormente), 
mas com a diferença de que nela se leva em consideração as diferentes perspectivas 
de geração do PIB.
https://www.ibge.gov.br/index.php
https://data.worldbank.org/country/brazil
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS ECONÔMICOS
11
FIGURA 3 – FLUXO MONETÁRIO E A MEDIÇÃO DO PIB
FONTE: Mankiw (2013, p. 467)
= Fluxo de insumos
 e produtos
= Fluxo de moedas
Salários,
aluguéis
e lucro (=PIB)
Fatores de
produção
Trabalho,
terra e
capital
Bens e
serviços
vendidos
Bens e
serviços
comprados
Receita
(=PIB)
Despesas
(=PIB)
Renda (=PIB)
EMPRESAS
MERCADOS
DE FATORES
DE PRODUÇÃO
MERCADOS
DE BENS E 
SERVIÇOS
FAMÍLIAS
O PIB é igual ao total das despesas das famílias no mercado de bens e 
serviços. E é igual também ao total de salários, aluguéis e lucros pagos 
pelas empresas no mercado de fatores de produção.
Então, a medição do PIB sob qualquer das perspectivas mostradas na 
figura será igual, logo, são diversas maneiras de analisar os agregados econômicos 
em função dos objetivos da gestão da política econômica do momento. 
3.2 ÍNDICES DE INFLAÇÃO
Seguramente você já deve ter reparado que uma nota de R$ 100,00 de 
hoje não consegue comprar a mesma quantidade de produtos no supermercado 
do que uma nota desse mesmo valor há 10 anos. Com certeza, nesse período 
você poderia adquirir mais produtos, mas quanto mais? Daqui a pouco vamos 
conferir isso, por meio dos dados estatísticos do IBGE, mas antes disso vamos 
rever alguns conceitos do que é mesmo a inflação.
UNIDADE 1 | NOÇÕES ECONÔMICAS E FINANCEIRAS PARA O MERCADO DE CAPITAIS
12
A inflação é basicamente a perda de poder aquisitivo de uma moeda 
considerando o fator tempo, no Brasil essa moeda é o R$. Em outras palavras, a 
inflação é a elevação dos preços na atividade econômica, segundo Samuelson e 
Nordhaus (2012, p. 538):
A inflação ocorre quando o nível geral de preços está aumentando. 
Atualmente, calculamos a inflação recorrendo a índices de preços – 
médias ponderadas dos preços de milhares de produtos individuais. O 
índice de preços ao consumidor (IPC) quantifica o custo de uma cesta 
de bens e serviços de mercado em relação ao custo desse conjunto em 
determinado ano-base.
E aqui no Brasil, quem faz monitoramento do Índice de Preços ao 
Consumidor (IPC)? Existem várias instituições que fazem esse monitoramento, 
esses índices de inflação: “[...] são calculados pelo Instituto Brasileiro de Geografia 
(IBGE), pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) e pela Fundação 
Getúlio Vargas (FGV)” (BRUNI, 2009, p. 77). Em termos nacionais, o índice 
aplicado é o Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, este índice:
[...] consiste em um indicador com abrangência nacional, divulgado 
pelo IBGE, utilizado pelo Banco Central como parâmetro para 
verificação dos objetivos do Regime de Metas de Inflação desde 1999. 
A desagregação oficial é a seguinte: alimentação e bebidas (peso de 
22,7%), habitação (peso de 16,4%), artigos de residência (peso de 
5,7%), vestuário (peso de 5,4%), transportes (peso de 21,4%), saúde e 
cuidados pessoais (10,6%), despesas pessoais (9,4%), educação (4,8%) 
e comunicação(3,6%) (BRUNI, 2009, p. 78).
O índice de inflação feito pela FGV é conhecido como Índice de Preços do 
Mercado (IGP-M) e embora seja também uma ponderação, esta é feita por meio 
da medição de preços dos grandes setores da atividade econômica, se registrando 
a inflação desde matérias-primas, atividade agrícola e industrial até chegar ao 
índice de preços de consumo final. Neste caso do IGP-M é feita uma média 
ponderada da junção de três grandes índices de abrangência nacional: “Índice 
de Preços ao Produtor Amplo (IPA-M) – 60%; Índice de Preços ao Consumidor 
(IPC-M) – 30%; Índice Nacional de Custo da Construção (INCC-M) – 10%” 
(Índices e Indicadores, 2018).
3.2.1 Caso prático do impacto da inflação
Como foi observado, a inflação é o índice que mede a perda de poder 
de compra da atividade econômica de uma região, no caso do Brasil a inflação 
pode ser observada por meio dos índices IPCA, o IGP-M, entre os principais. 
Entretanto, como essa perda de valor pode ser visualizada? Suponha que você 
tem nas suas mãos uma nota de R$ 100,00, qual era o poder de compra desta nota 
há 10 anos? Bem menos, correto? Mas de quanto seria essa perda? 
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS ECONÔMICOS
13
Suponha que você vai ao supermercado e com essa nota de R$ 100 
consegue comprar um quilo de queijo, R$ 30,00; um quilo de arroz, R$ 3,00; 500 
gramas de feijão vermelho, R$ 7,50; diversas verduras e legumes, R$ 20,00; ovos e 
mais outras proteínas, R$ 30,00; produtos de limpeza, R$ 9,50. O total disso seria 
R$ 100,00, mas quantas coisas se poderia comprar com essa mesma nota de R$ 
100 há 10 anos? Levando em consideração a inflação, com certeza alguma coisa a 
mais, e para determinar um referencial de poder de compra dessa nota de R$ 100, 
temos que considerar a inflação dos últimos 10 anos e calcular o valor de compra. 
Para isso, vamos ter que olhar o índice histórico da inflação dos últimos anos, 
conforme o quadro a seguir:
QUADRO 2 – PERDA DO PODER DE COMPRA DO REAL
FONTE: Adaptado de IBGE (2018) 
Valor do Poder de Compra
Anos Valor Perda de
poder
Taxa de 
Inflação ano*2008 R$ 179,55
2009 169,64 9,91 5,84%
2010 162,20 7,44 4,59%
2011 153,03 9,17 5,99%
2012 144,07 8,96 6,22%
2013 135,72 8,35 6,15%
2014 128,54 7,19 5,59%
2015 119,97 8,57 7,14%
2016 108,37 11,61 10,71%
2017 102,86 5,50 5,35%
2018 100,00 2,86 2,86%
Lembra da fórmula de valor presente aplicada no quadro?
Valor Presente: VF x (1 + i)-n , onde: VF = Valor Futuro, i = taxa de juros e n = períodos.
A fórmula também poderá ser FV = PV x (1 + i)n, onde: FV= Valor futuro, PV= Valor presente.
No cálculo da perda de valor do dinheiro (inflação) mostrado no quadro, trocamos “VF” pelo 
valor em um ano determinado e ‘i” pela taxa de inflação, exemplo:
Valor referencial ano 2009 → R$ 169,64 = 179,55 x (1 + 0,0584)-1 
Valor referencial ano 2010 → R$ 169,64 = 179,55 x (1 + 0,0459)-1
Valor referencial ano 2011 → R$ 169,64 = 179,55 x (1 + 0,0599)-1
E assim sucessivamente até chegar ao ano 2018, ano no qual esse valor será de R$ 100,00.
Observe que na fórmula do cálculo da perda anual do valor aplica-se “n” = -1. Isso em 
função de que o período a ser apurado é por cada ano, logo, “n” = - 1.
ATENCAO
UNIDADE 1 | NOÇÕES ECONÔMICAS E FINANCEIRAS PARA O MERCADO DE CAPITAIS
14
Desse quadro podemos observar que esses R$ 100,00 há 10 anos podiam 
ter comprado mais 80% de produtos lá no supermercado nesse ano! Em termos 
econômico-financeiros, essa inflação histórica pode ser interpretada da seguinte 
maneira:
• Esses R$ 179,55 tiveram uma perda de poder de compra de 44,31% (44,31% = 
35/63/85/65/65/6x 100), ou seja, R$ 100,00 = R$ 179,55 – 44,31%, seu cálculo seria assim: 
R$ 179,55 – 0,4431 x R$ 179,55 = R$ 179,55 – R$ 74,17 = R$ 100,00.
• A inflação média por ano desses últimos 10 anos foi de 6,0275% ao ano, vamos 
conferir? 6,03% = 179,55 x (1 + 0,060275)-10 ou seja, inflação média de 6,03%n ao 
ano.
R$ 100,00
R$ 179,55
QUADRO 3 - PERDA DO PODER DE COMPRA DO REAL
FONTE: Adaptado de IBGE (2018)
Valor do Poder de Compra
Anos Valor Perda de
poder
Taxa de 
Inflação ano*2008 R$ 179,55
2009 169,64 10,21 6,03%
2010 159,72 9,63 6,03%
2011 150,64 9,08 6,03%
2012 142,07 8,56 6,03%
2013 134,00 8,08 6,03%
2014 126,38 7,62 6,03%
2015 119,19 7,18 6,03%
2016 112,42 6,78 6,03%
2017 106,03 6,39 6,03%
2018 100,00 6,03 6,03%
Observe que em ambos os quadros o valor final desses R$ 179,55, há 10 
anos, termina sendo em valores comparativos aos atuais, no ano 2018, de R$ 
100,00. A única diferença é que no primeiro quadro leva-se em consideração a 
taxa histórica de cada ano até chegar a janeiro do ano 2018. E no segundo quadro, 
leva-se em consideração a taxa média da inflação durante esses 10 anos.
O mais importante deste pequeno estudo sobre a inflação é que não é 
possível analisar valores monetários entre diferentes períodos sem levar em 
consideração o fator inflação. 
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS ECONÔMICOS
15
Os R$ 100, 00 de hoje não são os mesmos que há 10 anos. Em termos 
figurativos, árvores de peras e maçãs sâo praticamente iguais, elas produzem 
frutas semelhantes, mas não iguais. O mesmo acontece com o dinheiro, R$ 100,00 
de hoje parecem iguais aos R$ 100,00 de há um ano, mas possuem um poder de 
compra diferente. Assim, para conseguir equiparar e avaliar o poder de compra do 
dinheiro em tempos diferentes, sempre é necessário ponderar a taxa de inflação.
 
Então, para conseguir comparar valores monetários entre dois períodos, 
é básico levar em consideração a inflação. Uma vez feito isso, você poderá fazer 
uma análise de valor entre esses períodos, suponha entre dois anos consecutivos. 
Essa conscientização do valor real do dinheiro no tempo é fundamental para 
fazer análises comparativas nos mercados de capitais.
3.3 PRODUTO INTERNO BRUTO NOMINAL (PIB NOMINAL) 
VERSUS PIB REAL 
Uma vez estudadas as noções básicas da inflação, vamos entrar na questão 
do PIB Nominal versus o Real, que envolve o fator inflação. Será que se consegue 
comparar o crescimento real do PIB do Brasil em função direta do valor dele 
em real de um ano para outro? A resposta é não, pois conforme o que acabamos 
de estudar sobre a inflação, o PIB Real considera o PIB Nominal menos o fator 
inflação desse período.
IMPORTANT
E
Para visualizar melhor isto, suponha a comparação do PIB dos anos 2015 e 2016. 
Segundo IBGE, eis o resultado: o crescimento do PIB Nominal entre o ano 2015 e 2016 foi de 
7%! Passando de R$ 5.9 trilhões para R$ 6,3 trilhões.
Acesse o link: <https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/2013-agencia-de-noticias/releases/9439-
pib-recua-3-6-em-2016-e-fecha-ano-em-r-6-3-trilhoes.html>.
Mas nesses anos o Brasil não estava em recessão? A resposta é sim, o 
Brasil estava em recessão. Nessa época, de fato, o crescimento econômico real 
foi negativo, ou seja, houve decrescimento do PIB. Assim, desse crescimento 
monetário do PIB de 7% devemos descontar o fator da inflação, que foi de 10,6%, 
segundo o IBGE (2018). Considerando a inflação, qual deveria ser o PIB Real 
desse ano? O PIB Real será de -3,6% = 7,0% - 10.6%
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/2013-agencia-de-noticias/releases/9439-pib-recua-3-6-em-2016-e-fecha-ano-em-r-6-3-trilhoes.html
https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/2013-agencia-de-noticias/releases/9439-pib-recua-3-6-em-2016-e-fecha-ano-em-r-6-3-trilhoes.html
UNIDADE 1 | NOÇÕES ECONÔMICAS E FINANCEIRAS PARA O MERCADO DE CAPITAIS
16
Observe que o crescimento do PIB em termos monetários cresceu 7% 
entre esses dois anos, porém, a economia brasileira estava de fato decrescendo. 
Nesse ano a inflação foi de 10,6%. Logo, essa inflação maior faz com que o poder 
aquisitivo da moeda perca valor em função do tempo. Deste modo, quando 
se comparar o PIB ao longo do tempo, sempre será feito conforme a dinâmica 
do PIB Real e não do PIB em valores correntes (PIB Nominal). Sintetizando, na 
linguagem econômica:
• O PIB do Brasil em valores correntes ou monetários é medido em R$, conhecido 
como PIB Nominal, exemplo: o PIB Nominaldo ano 2016 foi de R$ 6,3 trilhões.
• O PIB Real é referenciado em porcentagem, leva em consideração o fator da 
inflação, ou seja, é apurado por meio do crescimento do PIB Nominal (em %) 
menos o fator da inflação em %. Exemplo: o PIB Real do ano 2016 foi de -3,6%, 
sinalizando um decrescimento da economia nessa proporção nesse ano.
Deste modo, em termos comparativos há o PIB Nominal, que informa o 
crescimento em termos correntes, em moeda Real durante um período. E o PIB Real, 
que informa a geração de riqueza real durante um período, se descontada a inflação.
[...] os economistas usam uma medida denominada PIB real que 
responde à seguinte pergunta hipotética: qual seria o valor dos bens e 
serviços produzidos este ano se os avaliássemos com base nos preços 
vigentes em algum outro ano específico no passado? Quando se avalia 
a produção corrente a preços fixos em níveis passados, o PIB real 
mostra como a produção geral de bens e serviços da economia muda 
com o passar do tempo. (MANKIW, 2013, p. 473)
Por motivos do foco de nossos estudos, não vamos nos aprofundar mais 
na comparação do PIB Nominal versus PIB Real, mas, para finalizar, vamos fazer 
a comparação real da economia brasileira durante os últimos anos, tanto do 
crescimento PIB como do crescimento do PIB per capita.
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS ECONÔMICOS
17
GRÁFICO 1 – CRESCIMENTO DO PIB E PIB PER CAPITA, ANOS 2000 ATÉ 2016
FONTE: <https://bit.ly/2PQ4rMx>. Acesso em: 23 out. 2018
GRÁFICO II.1 - PIB e PIB per capita
Taxa (%) de crescimento anual
10,0
8,0
6,0
4,0
2,0
0,0
-2,0
-4,0
-6,0
PIB per capitaPIB
20
00
20
01
20
02
20
03
20
04
20
05
20
06
20
07
20
08
20
09
20
10
20
11
20
12
20
13
20
14
20
15
20
16
Observe que no gráfi co está exposto só PIB e não PIB Real. Em termos 
econômicos, quando se expõe taxas de crescimento do PIB, fi ca subentendido que 
esse é o PIB Real. Assim, ao fazer comparações de crescimento do PIB durante um 
período, neste caso, desde o ano 2000 até o ano 2016, não é necessário colocar no 
gráfi co “PIB Real”. Ao se observar crescimentos em termos de porcentagem (%), 
automaticamente esse termo “PIB” refere-se ao “PIB Real”.
3.4 PIB REAL POR SETORES ECONÔMICOS
No mercado de capitais é importante saber quais são as perspectivas 
de crescimento econômico, eis a relevância de conhecer os dados tanto do PIB 
Nominal quanto do PIB Real. Mas, além disso, para o mercado de capitais também 
é importante identifi car a tendência de crescimento por setores econômicos e 
inclusive por regiões dentro do mesmo país. Isso com o objetivo de determinar 
quais setores poderiam trazer melhores rendimentos aos capitais investidos nos 
setores de interesse.
Embora o ano 2016 produza um crescimento PIB negativo de -3.6%, ao fi nal 
desse mesmo ano a economia nacional já tinha sinais de uma leve melhora, se levar 
em consideração que no ano 2015 o PIB cresceu -3,8%. Inclusive, no último semestre 
do ano 2016, o PIB teve um decrescimento de -0,9%, conforme o quadro a seguir, 
que mostra os dados do último trimestre do ano 2016 por setores econômicos:
UNIDADE 1 | NOÇÕES ECONÔMICAS E FINANCEIRAS PARA O MERCADO DE CAPITAIS
18
QUADRO 4 – CRESCIMENTO DO PIB POR SETORES ECONÔMICOS – ÚLTIMO 
TRIMESTRE DO ANO 2016
FONTE: <https://bit.ly/2Ao5xdh>. Acesso em: 23 out. 2018.
PERÍODO DE 
COMPARAÇÃO
INDICADORES
PIB AGROPEC INDUS SERV FBCF CONS.FAM
CONS.
GOV
Trimestre / trimestre 
imediatamente anterior (c/ 
ajuste sazonal)
-0,9 1,0 -0,7 -0,8 -1,6 -0,6 0,1
PERÍODO DE 
COMPARAÇÃO
INDICADORES
PIB AGROPEC INDUS SERV FBCF CONS.FAM
CONS.
GOV
Trimestre / trimestre 
imediatamente anterior (c/ 
ajuste sazonal)
0,4% 1,4% 0,1% 0,1% 0,6% 0,5% -0,4%
Segundo o site do IBGE (2018), o PIB caiu 0,9% no 4º trimestre de 2016 
frente ao 3º trimestre, levando-se em consideração a série com ajuste sazonal. É o 
oitavo resultado negativo consecutivo nesta base de comparação. A agropecuária 
cresceu 1,0%, enquanto que a indústria (-0,7%) e os serviços (-0,8%) recuaram.
Neste quadro podemos observar que embora o PIB tenha caído -3,6% em 
2016, no último trimestre desse ano a queda já não era tão acentuada, inclusive 
mostra setores com sinais de uma leve recuperação, tais como a agropecuária e 
consumo do governo (CONS.GOV). Os setores de serviço (SERV.), de investimentos 
em bens de capital - Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) - e consumo das 
famílias (CONS.FAM) ainda estavam em fase de decrescimento. Esses dados são 
importantes para marcar tendências de investimentos por setores econômicos, ao 
final desse ano (2016), provavelmente, o mercado de capitais estava mais ativo no 
setor da agropecuária que nos demais setores.
E no primeiro trimestre do ano 2018, como foi o comportamento do PIB? 
Segundo os dados a seguir, foram bem melhores que no final de 2016. 
QUADRO 5 – CRESCIMENTO DO PIB POR SETORES ECONÔMICOS – PRIMEIRO 
TRIMESTRE DO ANO 2018
FONTE: <https://bit.ly/2qfjAfr>. Acesso em: 23 out. 2018.
Dentre as atividades econômicas, o crescimento de 0,4% foi favorecido pela 
expansão de 1,4% da Agropecuária. A Indústria e os Serviços tiveram variação 
positiva de 0,1%. Na Indústria, houve expansão de 2,1% na atividade de Eletricidade 
e gás, água, esgoto e limpeza urbana e de 0,6% na Extrativa mineral (IBGE, 2018).
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS ECONÔMICOS
19
Os dois quadros anteriores mostram duas épocas diferentes do 
comportamento do PIB Real brasileiro. Isso em função das conjunturas do 
momento poderem marcar a diferença na hora de considerar investimentos em 
um dos setores econômicos. Assim, na gestão de mercado de capitais há um 
constante monitoramento do desempenho do PIB. Tendências do desempenho 
do PIB podem marcar mudanças em vários índices econômicos, entre eles a Taxa 
de Câmbio e a Taxa Básica de Juros (Selic), conforme iremos estudar a seguir.
4 A TAXA DE CÂMBIO
A taxa de câmbio é o valor relativo da moeda nacional versus uma cesta de 
outras moedas dos países com os quais o Brasil possui relações comerciais. Desde 
finais da década de 1990 até hoje, a tendência da taxa de câmbio está marcada 
pela relação da moeda nacional, R$, versus as principais moedas do comércio 
internacional, isto é, o dólar americano, US$, e o euro, €. Em menor peso também 
há uma análise da taxa de câmbio do R$ com a libra esterlina, £, a moeda do 
Japão, ¥, e a moeda da China, CNY. Até finais do século XX, a libra esterlina era a 
segunda moeda mais importante depois do US$.
A posição do câmbio mais usada aqui no Brasil é o R$ versus o US$, mas 
como é feita essa posição comparativa entre essas duas moedas? Fácil, veja a seguir:
• No fechamento do câmbio da sexta-feira, 17/08/2018, segundo o site do BACEN 
(2018), a taxa de câmbio do real versus o dólar norte-americano na posição de 
compra estava marcando R$ 3,9389 por US$ 1,00. Isso quer dizer que nesse dia 
eram necessários R$ 3,94 para adquirir um dólar americano.
Na posição cambial existem várias cotações de US$ conforme os diversos 
agentes que atuam nesse mercado, mas a cotação oficial é do Banco Central, 
conhecida como PTAX, segundo Bruni (2009, p. 79): 
No Brasil, a taxa PTAX pode ser considerada como a cotação oficial do 
dólar norte-americano em relação ao real, sendo definida como a taxa 
média ponderada do dólar norte-americano, praticada no mercado de 
câmbio, tomando por base as operações no mercado interbancário ao 
longo do dia.
Há uma série de sites que mostram as posições das moedas internacionais, desde 
a oficial do BACEN aqui no Brasil até de sites de confiança em nível internacional, seguem:
PTAX (BACEN): <https://www4.bcb.gov.br/pec/taxas/port/ptaxnpesq.asp?id=txcotacao>
World Currencies da CNN: <https://money.cnn.com/data/currencies/> 
InfoMoney: <https://www.infomoney.com.br/mercados/cambio>
ATENCAO
https://www4.bcb.gov.br/pec/taxas/port/ptaxnpesq.asp?id=txcotacao
https://money.cnn.com/data/currencies/
https://www.infomoney.com.br/mercados/cambio
UNIDADE 1 | NOÇÕES ECONÔMICAS E FINANCEIRAS PARA O MERCADO DE CAPITAIS
20
No mercadodo câmbio existe a posição valorizada ou desvalorizada em 
função das forças do mercado. Segundo Mankiw (2013, p. 29):
Quando a taxa de câmbio muda de modo que um dólar compre mais 
moeda estrangeira, essa mudança é chamada valorização do dólar. Se 
a taxa de câmbio muda de modo que um dólar compre menos moeda 
estrangeira, essa mudança é chamada desvalorização do dólar. Por 
exemplo, quando a taxa de câmbio sobe de 80 para 90 ienes por dólar, 
diz-se que o dólar se valorizou.
Conforme o exposto por Mankiw, as moedas podem sofrer valorizações ou 
desvalorizações em função de outras moedas, conforme a dinâmica da demanda 
e oferta no mercado de câmbio. Nesse sentido, se o país começar a exportar ou 
importar mais, o que irá acontecer? Veja a seguir:
• Posição valorizada da moeda local, o R$, isso pode acontecer quando houver 
maior demanda de reais versus dólares. Exemplo, há um aumento no volume 
das exportações, logo, quando os exportadores trouxerem essas vendas ao país 
deverão liquidar os US$ fruto dessas vendas, devendo comprar moeda local 
(R$). Assim, essa dinâmica de aumento das exportações pode colocar pressão 
na taxa de câmbio para valorização da moeda local, o real, ou visto desde 
outra perspectiva, haverá uma pressão de desvalorização do US$ versus o R$.
• Posição desvalorizada da moeda local, o real isso pode acontecer quando 
houver maior demanda de dólares versus o real. Exemplo, há um aumento no 
volume das importações, logo, quando os importadores tiverem que pagar as 
contas de seus fornecedores lá no exterior, logo, procuram US$ no mercado de 
câmbio para dar conta dessas obrigações. Assim, essa dinâmica de aumento 
das importações pode colocar pressão na taxa de câmbio para desvalorização 
da moeda local, o R$, ou visto desde outra perspectiva, haverá uma pressão de 
valorização do US$ versus o R$.
Esse foi um exemplo simples das pressões que podem surgir no mercado 
de câmbio do R$ versus o US$, mas no mercado de câmbio atuam outros fatores 
além da Balança Comercial (exportações menos importações), há também a 
entrada e saída de capitais, pagamento de juros ao exterior, cobrança de lucros 
das empresas brasileiras no exterior, etc. Nesse sentido, quando há um aumento 
na entrada de US$ no país, haverá também pressão para uma valorização da 
moeda local, o R$. Isso acontece porque todos esses US$ entrando no país devem 
ser vendidos para comprar R$. Logo, esses dólares vão ficando no Banco Central 
do Brasil (BACEN), mas em troca de R$ circulando na economia, movimentação 
que é medida por meio do Balanço de Pagamentos.
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS ECONÔMICOS
21
4.1 INFLUÊNCIA DO BALANÇO DE PAGAMENTOS NA 
POSIÇÃO CAMBIAL
O saldo em divisas (cesta de diversas moedas internacionais) que vai 
ficando no BACEN vai se refletindo nas Reservas Internacionais do país. Assim, o 
que gera pressões para uma valorização ou desvalorização da moeda local são as 
oscilações do saldo líquido de todas as entradas e saídas de divisas ao país. Esse 
saldo líquido é conhecido como saldo líquido do Balanço de Pagamentos. Mas o 
que quer dizer Balanço de Pagamentos?
Em termos monetários, todas as atividades comerciais e financeiras que o 
país faz continuamente ficam registradas na conta nacional conhecida como Balanço 
de Pagamentos, e o resultado de todas essas movimentações é o saldo líquido do 
Balanço de Pagamentos, que alimenta as Reservas Internacionais quando esse 
saldo líquido for positivo, porém quando for negativo, vai reduzir as Reservas 
Internacionais. Nesse sentido, essas Reservas Internacionais têm uma função 
importantíssima de garantir as transações internacionais. Logo, quanto melhor for 
o posicionamento das Reservas Internacionais, maior estabilidade traz à taxa de 
câmbio. Eis a importância da gestão das entradas e saída de divisas ao país. E entre 
os fatores mais importantes das oscilações do saldo líquido de divisas, são tanto a 
Balança Comercial como a movimentação de capitais entrando e saindo do país.
Além do fato de manter uma boa posição das reservas internacionais está 
a questão das perspectivas dessas do saldo líquido do Balanço de Pagamento. 
Assim, quando há a presença de uma crise econômica prolongada, isso se reflete 
como um risco à dinâmica das reservas internacionais, logo, pressões para uma 
desvalorização da moeda local, o R$. Fato que aconteceu nos anos 2014 e 2015, 
nessa época o real passou praticamente de R$ 2,00 para R$ 4,00 para comprar 1,00 
US$, veja a seguir a disparada do US$ nessa época:
GRÁFICO 2 – DISPARADA DO DÓLAR EM 2015
FONTE: <https://glo.bo/1mqrVZl>. Acesso em: 24 out. 2018.
UNIDADE 1 | NOÇÕES ECONÔMICAS E FINANCEIRAS PARA O MERCADO DE CAPITAIS
22
Essa disparada do US$ no ano 2015 é um reflexo das perspectivas dos 
mercados de alto risco da economia brasileira, logo, se apresentou uma disparada 
na procura de US$, fazendo com que a posição cambial mudasse para quase R$ 
4,00 por 1,00 US$ ao final do ano 2015. Isso apresentou uma tendência de produzir 
a possibilidade de obter um saldo líquido negativo do Balanço de Pagamentos. 
Lembre-se de que o Balanço de Pagamentos, na maioria dos países, é referenciado 
em US$ e “[...] é um demonstrativo sistemático de todas as transações econômicas 
entre o país e o restante do mundo. Seus componentes principais são a conta 
corrente e a conta financeira”. (SAMUELSON; NORDHAUS, 2012, p. 538). 
Então, qualquer mudança que acontecer, ou que “tem perspectivas de 
acontecer”, na Balança de Pagamentos se reflete na taxa de câmbio. Assim, a 
correta gestão do saldo líquido desta conta nacional é fundamental à estabilidade 
da taxa de câmbio. Veja a seguir as contas de entrada e saída de divisas que podem 
influenciar o Balanço de Pagamentos:
QUADRO 6 – ENTRADA E SAÍDA DE DIVISAS
FONTE: O autor
(+/-) Saldo Líquido das 
Transações Correntes
Valor líquido da Balança Comercial + Valor Líquido da Balança 
de Serviços + Valor das Transferências Unilaterais Correntes.
(+/-) Saldo em Conta de 
Capital e Financeira
(+/-) Investimentos Diretos
(+/-) Empréstimos
(+) Estrangeiros Investindo 
no país
(-) Brasileiros Investindo no 
Exterior.
(+) Novos Empréstimos (-) Amortizações desses Empréstimos
(+/-) Capitais de Curto Prazo (+) Entrada destes (-) Saída destes
(+/-) Saldo do Balanço de 
Pagamentos Saldo que vai alimentando às Reservas Internacionais
Observe que o resultado do saldo do Balanço de Pagamentos gera aumento 
ou redução das Reservas Internacionais, o que por sua vez se reflete na posição 
cambial, assim:
• Se há saldo positivo no Balanço de Pagamentos, haverá melhora nas Reservas 
Internacionais, logo, pressão para uma valorização da moeda nacional.
• Se há saldo negativo no Balanço de Pagamentos, haverá redução das Reservas 
Internacionais, logo, pressão para uma desvalorização da moeda nacional.
O resultado final do balanço internacional de pagamentos revela a 
posição do país em suas transações externas como um todo. As situações 
de déficit indicam saídas de reservas cambiais superiores às entradas, 
implicando geralmente queda das reservas cambiais; superávits, 
contrariamente, indicam ingressos líquidos de recursos, com o aumento 
dos estoques de ativos externos do país. (ROSSETTI, 2003, p. 888)
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS ECONÔMICOS
23
No contexto das moedas emergentes, o Brasil possui reservas internacionais 
muito sólidas, equivalentes a mais de 14 meses de importações. Segundo o Banco 
Central do Brasil, as reservas internacionais para o mês de julho de 2018 somaram 
US$ 379,44 bilhões. Esse é um dos motivos do porquê, durante os meses de junho, 
julho e agosto de 2018, perante a forte crise de câmbio e fortalecimento do dólar 
na maioria de países ao redor do mundo, o real teve uma menor desvalorização, 
se se comparar com outras economias emergentes, tais como a disparada do dolar 
na Argentina, na Turquia e outros países.
Essa condição econômica de fortes reservas internacionais ajuda a reduzir 
uma maior desvalorização da que já se vem experimentando no ano2018, se se 
levar em consideração a conjuntura de risco político lá fora, e aqui no Brasil perante 
as eleições presidenciais do mês de outubro de 2018, e do crescente aumento do 
gasto público. Em resumo, o Brasil, ao ter ótimas reservas internacionais (reflexo 
da gestão do Balanço de Pagamentos), é um fator determinante de redução de 
risco da dinâmica econômica do país, ajudando para ter uma melhor posição 
cambial relativa em função das condições econômicas e políticas internacionais. 
Segundo Máximo (2018, s. p.),“Exportação e reserva internacional mantêm risco 
país em níveis baixos”.
4.2 POLÍTICA CAMBIAL
As reservas internacionais servem como ferramenta para aplicações 
da política cambial dos países. E em função da dinâmica própria da economia 
nacional, o país pode decidir como interagir com o resto do mundo. Essa 
política cambial é executada pelo governo, e segundo a conjuntura econômica e 
competitividade nacional, o governo toma a decisão da maneira mais adequada 
para que sua moeda possa se relacionar no mercado de câmbio.
Essa definição de como o país vai se relacionar no mercado de câmbio 
é feita por meio de três grandes modelos: a Taxa Cambial Flutuante, a Taxa 
Cambial Fixa e a Taxa de Flutuação suja.
Por meio da Taxa Cambial Flutuante o país deixa o valor da moeda 
flutuar conforme as próprias forças do mercado cambial atuantes. Mas quais 
são essas forças atuantes no mercado de câmbio? Essas forças são determinadas 
principalmente por dois grandes fatores:
• Pelo saldo líquido do Balanço de Pagamentos e o posicionamento das reservas 
internacionais, isto é, o saldo líquido de tudo o que entra no país menos o que 
está saindo, conforme estudamos anteriormente.
• Pelas expectativas econômicas da própria dinâmica desse saldo líquido do 
Balanço de Pagamentos. Essas expectativas possuem fatores tanto internos da 
própria economia e política nacional, como de fatores externos do resto do mundo.
UNIDADE 1 | NOÇÕES ECONÔMICAS E FINANCEIRAS PARA O MERCADO DE CAPITAIS
24
A política cambial flutuante traz algumas vantagens, mas também traz 
desvantagens, aí cabe ao governo ponderar e determinar se vale a pena executar 
este tipo de política. As vantagens é que a própria posição cambial da moeda 
vai determinando gradativamente como essas forças expostas acima vão se 
encaixando no valor relativo da taxa de câmbio. Sendo as forças do mercado um 
fator diário, a taxa de câmbio sofre mudanças gradativas, pequenos impactos. 
Mas qual poderia ser uma desvantagem?
A desvantagem é que ao deixar o câmbio exposto 100% às forças do 
mercado, consequentemente, a moeda nacional fica muito exposta aos grandes 
choques e/ou mudanças drásticas das próprias forças do mercado, principalmente 
da entrada e saída de capitais estrangeiros. Pelo fato de ser uma taxa flutuante, há 
um fator de alto risco, que pode prejudicar as exportações, quando houver uma 
valorização muito drástica do R$; como também pode prejudicar as importações 
e/ou o controle da inflação quando houver uma desvalorização drástica. 
DICAS
Qual o significado de mercado de câmbio paralelo? É o mercado de câmbio 
informal, sem a intervenção das instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central. 
Geralmente, há mercado paralelo quando a taxa de câmbio oficial está fixada num patamar 
artificialmente elevado. Ficou curioso? Acesse o artigo sobre o mercado paralelo na Argentina, 
país que há vários anos vem aplicando uma política de taxa fixa de câmbio: <http://exame.abril.
com.br/mercados/noticias/dolar-paralelo-retoma-alta-apesar-nova-medida-da-argentina>
Qual o significado de divisas? É a disponibilidade de moedas estrangeiras que 
possui um país.
ATENCAO
Entretanto, a política de taxa cambial fixa permite ao país segurar 
choques muito drásticos vindos das forças do mercado de câmbio. Em função 
disso, muitos países ficam tentados em determinar taxas de câmbio fixas, mas 
será que vale a pena segurar a taxa de câmbio mesmo quando o mercado dá sinais 
de mudança? No curto prazo até poderia dar certo, mas no longo prazo é bem 
possível que não, conforme você irá ler mais adiante.
http://exame.abril.com.br/mercados/noticias/dolar-paralelo-retoma-alta-apesar-nova-medida-da-argentina
http://exame.abril.com.br/mercados/noticias/dolar-paralelo-retoma-alta-apesar-nova-medida-da-argentina
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS ECONÔMICOS
25
A dinâmica da política de taxa cambial fixa opera da seguinte maneira: O 
Banco Central define o valor fixo da taxa de câmbio, como aconteceu na primeira 
fase do Plano Real, lá em 1994. Nessa época, o governo fixou o valor da nova 
moeda, o real, em R$ 1,00 = US 1,00. Essa fixação do câmbio ajudou, e muito, a 
combater as pressões da hiperinflação da época. Mas será que o governo dessa 
época segurou o câmbio nesse valor R$ 1,00 = US 1,00 por muito tempo? O governo 
dessa época segurou o câmbio nesse patamar até cumprir sua meta de derrubar o 
excesso de inflação enraizada na economia brasileira. Mas logo após cumprir sua 
meta, o câmbio voltou para seu patamar flutuante. 
Como norma de política econômica, uma taxa fixa é implantada por um 
prazo determinado para cumprir finalidades específicas. Observe que com ou 
sem fixação de taxas cambiais, no longo prazo as forças do mercado tomam conta 
das posições cambiais. Levando isso em consideração, o governo da época, com o 
Plano Real, desenvolveu duas grandes fases da nova moeda: 
• Primeira fase: 1994 até 1998, o real ficou fixo. O objetivo disso era combater a 
alta inflação estrutural de época. Ao executar a estratégia de taxa de câmbio 
fixa, os produtos importados não iriam subir de preço, enquanto os nacionais 
teriam que parar de indexar seus preços à inflação. Resultado disto? Ser mais 
uma ferramenta para baixar a alta inflação da época.
• Segunda fase: Gradativamente a moeda nacional, o real, começou a flutuar sob 
as forças do mercado de câmbio. Apesar do Plano Real ter tido um tremendo 
sucesso em diminuir a alta inflação, gradativamente o real vinha ficando 
exposto demais às forças do mercado, se sobrevalorizando e ficando em um 
patamar artificialmente elevado.
Com o real artificialmente sobrevalorizado, formou-se uma situação de 
excesso de importações. Nessa conjuntura, os agentes econômicos preferiam 
comprar produto importado (artificialmente barato) em detrimento da oferta da 
produção nacional (artificialmente cara). Como a produção nacional foi ficando 
cara demais, as empresas começaram a vender e exportar menos. O resultado disso? 
Houve uma queda drástica na produção nacional e demissões em massa, ou seja, a 
taxa de câmbio fixa já começou a ser uma ameaça gravíssima à economia do Brasil. 
Esse breve resumo histórico deixa claro que as taxas de câmbio fixas servem 
por tempos determinados, tais como em épocas de pressões inflacionárias altas. 
Assim, ter metas objetivas a serem cumpridas por um tempo determinado, com 
uma taxa de câmbio fixa, é uma grande vantagem.
A desvantagem é que se esta situação for mantida por períodos mais longos 
do que o necessário, pode elevar o risco de reduzir drasticamente as reservas 
internacionais, prejudicando a produção nacional e a geração de emprego, entre 
outras coisas.
UNIDADE 1 | NOÇÕES ECONÔMICAS E FINANCEIRAS PARA O MERCADO DE CAPITAIS
26
Como podemos observar, tanto a política de taxas de câmbio flutuantes 
como a de taxas de câmbio fixas apresentam vantagens e desvantagens. A 
aplicação deste tipo de política depende em muito da análise conjuntural da 
economia. Geralmente, os países tendem a ter uma política de câmbio flutuante, 
mas controlando as grandes oscilações do mercado de câmbio, e no Brasil não é 
diferente, isso é conhecido como política cambial suja.
A política cambial suja consiste basicamente em deixar flutuar a taxa de 
câmbio entre duas grandes bandas. Essas duas grandes bandas possuem um teto 
máximo, até o qual a moeda nacional pode se desvalorizar; e um piso mínimo, até o 
qual a moeda nacional pode se valorizar. Fora dessa banda, o BancoCentral poderá 
intervir no mercado de câmbio, servindo como um amortizador, até deixar as forças 
do mercado determinarem o percurso do câmbio, mas minimizando o impacto.
Isto quer dizer que o Banco Central do Brasil faz gestão para evitar grandes 
oscilações no câmbio, ou pelo menos amenizá-las. O respaldo para fazer isto são 
as reservas internacionais, executando intervenções no mercado, por meio de 
compra e venda de divisas (moeda estrangeira). Mas como é a dinâmica disto?
Se executar a compra de US$, o Banco Central (Bacen) incentiva a demanda 
de US$, assim, o Bacen concorre na demanda de dólares com os importadores, se 
apresentando uma situação de pressão de “desvalorizar” a moeda nacional. Isto 
é feito para combater pressões drásticas de valorização do real.
Se executar a venda de US$, o Bacen estará fazendo o efeito contrário do 
exposto anteriormente. Ou seja, incentiva a demanda de real e o Bacen estará 
concorrendo com os exportadores na venda de US$, e assim valorizando o real. 
Isto é feito para combater pressões drásticas de desvalorização do real.
A taxa de câmbio em finais do mês de julho de 2018 estava perto dos R$ 
3,90 por US$ 1,00. Será que o dólar norte-americano já estava antes nesse patamar? 
A resposta é sim, conforme podemos observar no seguinte gráfico.
TÓPICO 1 | PRINCÍPIOS ECONÔMICOS
27
GRÁFICO 3 – OSCILAÇÃO DO REAL DESDE O ANO 2000 ATÉ 2014
FONTE: <https://bit.ly/2Pbb93w> Acesso: 19 ago. 2018.
1 
(u
.m
.c
./U
S$
)
1 - Taxa de câmbio - Livre - Dólar americano (venda) - diário
01/01/2000 01/01/2002 01/01/2004 01/01/2006 01/01/2008 01/01/2010 01/01/2012 01/01/2014
4
3
2
1
0
3,75
3,25
2,25
1,25
0,25
2,75
1,75
0,75
3,5
2,5
1,5
0,5
GRÁFICO 4 - OSCILAÇÕES DO REAL DESDE 2014 A 2018
FONTE: <https://www.mises.org.br/Article.aspx?id=2901> Acesso 04 de nov. de 2018
BRAZILIAN REAL
SOURCE: TRANDING ECONOMICS.COM | OTC INTERBANK 
2014 2015 2016 2017 2018
4,5
4
3,5
2,5
3
2
 Como acabamos de estudar, existe uma série de variáveis econômicas que 
infl uenciam na atividade do mercado de valores, tais como as oscilações da taxa 
de câmbio, a infl ação do momento e a perspectiva desta mesma taxa. Mas existem 
outras variáveis econômicas importantes para construir nosso entendimento 
econômico no contexto do mercado de capitais, a serem estudadas logo no 
seguinte tópico. Em especial estaremos nos focando na taxa básica da economia 
brasileira, a Taxa Selic. Veja a seguir a infl uência da infl ação durante o primeiro 
semestre do ano 2018 na atividade econômica.
UNIDADE 1 | NOÇÕES ECONÔMICAS E FINANCEIRAS PARA O MERCADO DE CAPITAIS
28
IMPORTANT
E
Acompanhe o artigo "IGP-M tem alta de 0,51% em julho e de 8,24% em 12 meses" 
publicado na Valor Econômico, disponível em: <https://www.valor.com.br/brasil/5696267/
igp-m-tem-alta-de-051-em-julho-e-de-824-em-12-meses> Acesso em: 24 out. 2018.
https://www.valor.com.br/brasil/5696267/igp-m-tem-alta-de-051-em-julho-e-de-824-em-12-meses
https://www.valor.com.br/brasil/5696267/igp-m-tem-alta-de-051-em-julho-e-de-824-em-12-meses
29
Neste tópico, você aprendeu que:
• O mercado de capitais permite aos agentes interessados (principalmente 
empresas e governo) captar recursos dos investidores e distribuir esses recursos 
conforme a dinâmica da própria economia, refletidos nos valores mobiliários 
que circulam no mercado de capitais.
• Para conseguir entender e atuar no mercado de capitais é necessário entender 
os princípios econômicos e financeiros que dinamizam o mercado de capitais 
do país e do mundo.
• A economia positiva analisa fatos que servem, entre outras coisas, como base 
para levantar uma série de hipóteses que servirão para desenvolver políticas 
econômicas.
• O governo, por meio de suas políticas econômicas, pode interferir no fluxo 
monetário para que as oscilações nos vazamentos parem de acontecer, 
influenciando, entre outras coisas, o mercado de capitais.
• Existe uma série de indicadores macroeconômicos que influenciam no mercado 
de capitais, entre os mais relevantes tem-se: o Produto Interno Bruto (PIB), 
índices de inflação (principalmente IPCA e IGP-M), taxa básica de juros (Selic), 
taxa de câmbio, taxa de Certificado de Depósito Interbancário (CDI) e a taxa 
referencial (TR).
• Banco Central do Brasil faz gestão para evitar grandes oscilações no câmbio, 
ou pelo menos amenizá-las. O respaldo para fazer isto são as reservas 
internacionais, executando intervenções no mercado, por meio de compra e 
venda de divisas (moeda estrangeira).
RESUMO DO TÓPICO 1
30
1 Em termos econômicos o que permite, ou viabiliza, o Mercado de Capitais, e 
como essa “viabilização” é representada em termos de valor?
2 Qual a diferença entre economia positiva e normativa?
3 Conforme as diferenças entre economia positiva e normativa, observe as 
seguintes situações e defina se elas se encaixam no campo da economia 
positiva ou normativa.
a) Por que o serviço de delivery consegue ofertar melhores preços de pizzas 
que as pizzas ofertadas no restaurante?
b) Será que para aumentar o número de estudantes no Ensino Fundamental é 
conveniente para iniciar um programa tipo bolsa de estudos para as famílias 
mais pobres?
c) O Brasil deveria analisar a possibilidade de negociar acordos bilaterais com 
o México, visando reduzir as tarifas das mercadorias comercializadas entre 
esses dois países? 
d) Uma taxa mais alta de juros consegue reduzir as pressões inflacionárias?
4 Qual é a ligação do fluxo monetário da economia com o mercado de capitais?
5 Suponha que a inflação histórica dos últimos anos é a apresentada no quadro 
a seguir, qual será o equivalente de poder de compra de R$ 1.661,36 do ano 
2008? Para responder, favor preencher o quadro.
AUTOATIVIDADE
Valor do Poder de Compra
Anos Valor Perda de
poder
Taxa de 
Inflação ano*2008 R$ 1.661,36
2009 7,00%
2010 5,00%
2011 4,90%
2012 5,80%
2013 6,50%
2014 4,00%
2015 5,00%
2016 8,00%
2017 4,00%
2018 2,00%
Nota: taxa suposta
FONTE : O autor
31
6 Conforme a inflação histórica exposta no exercício anterior (suposta), determine 
os valores médios do poder de compra dessa inflação no quadro a seguir:
7 Qual a diferença entre o PIB Nominal e o PIB Real?
8 O que é uma posição valorizada do R$ perante ao US$?
Valor do Poder de Compra
Anos Valor Perda de
poder
Taxa de 
Inflação ano*2008 R$ 1.661,36
2009 5,21%
2010 5,21%
2011 5,21%
2012 5,21%
2013 5,21%
2014 5,21%
2015 5,21%
2016 5,21%
2017 5,21%
2018 5,21%
Nota: taxa suposta
FONTE : O autor
32
33
TÓPICO 2
PRINCÍPIOS FINANCEIROS E DE INVESTIMENTO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Para conseguir ter uma visão sistêmica (global) da dinâmica do Mercado de 
Valores, além de conhecimentos básicos de economia, é necessário entender como 
funciona o custo do capital - representado como taxa de juros – e como ele pode 
ser usado nas diversas situações que se apresentam no dia a dia deste mercado. 
Esse custo do capital está diretamente relacionado às decisões de investimento, 
conforme iremos descobrir nas seguintes linhas deste caderno de estudos.
Caro acadêmico, é importante ficar atento às dicas e sugestões de leituras, 
assim como a realização das autoatividades para que os conhecimentos sejam 
aprofundados e praticados suficientemente, afim de que possa adquirir e 
internalizar os conceitos necessários para sua formação.
Explore as informações apresentadas neste Livro de Estudo, buscando 
ampliar o conhecimento através do interesse e do empenho.
2 TAXA BÁSICA DE JUROS – SELIC
As taxas de juros em uma economia vão se estabelecendo conforme 
a oferta de emprestar e demanda do recurso monetário, ou seja, os agentes 
econômicos que tiverem capital para emprestar procuram rentabilidade pelo uso 
de seu capital (investimentos), isto é, geração de juros por meio de uma taxa. 
Entretanto, quem tiver necessidade de usar esse capital terá que pagar pelo uso 
desses fundos emprestados em função do tempo desses empréstimos. Entretanto, 
a disponibilidade e o interesse real de

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