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LEITURA PRÉVIA - AULA 1

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COORDENAÇÃO E 
SUPERVISÃO 
PEDAGÓGICA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
DIRETORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2021
 
 
 
FICHA TÉCNICA 
 
 
 
 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
Car@ Alun@, 
 
Prezado aluno, 
 
Estamos iniciando mais uma disciplina e aqui faremos uma 
discussão sobre os conhecimento que no processo de formação de 
professores buscam compreender e elaborar o papel e a função do 
coordenador pedagógico na âmbito escolar. 
Reconhecer e repensar este importante ator nas atividades 
cotidianas da escola faz-se necessário tanto na formação de futuros 
professores, e porque não coordenadores, bem como na organização do 
trabalho educacional. 
Sabemos que as funções e as práticas que marcam a atuação destes 
profissionais são amplas e diversificadas e, por isso mesmo, um desafio no 
processo de constituição da práxis docente, assim como no auxílio das 
concepções da gestão educacional. 
Inicialmente é preciso reconhecer que tais profissionais são 
essenciais no contexto escolar e que são eles que realmente coordenam e 
organizam as atividades que a partir deste "espaço" surgem. 
 
 
 
 
 
 
As propostas que aqui fazemos estão constituídas no sentido de 
conseguirmos compreender um pouco mais a respeito deste profissional, 
de forma que possamos entender suas rotinas e suas necessidades. Assim, 
pensar a respeito do coordenador pedagógico refere-se também a 
compreender outros atores deste espaço (sejam eles professores, diretores, 
alunos, familiares, etc.). 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO E ANÁLISE DO TRABALHO DOCENTE E REFLEXÃO 
SOBRE OS PROCESSOS DE INTERVENÇÃO, PLANEJAMENTO E 
COORDENAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NA GESTÃO 
DEMOCRÁTICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 1 
 
7 
 
 
 
AULA 1 
 
ESTUDO E ANÁLISE DO TRABALHO DOCENTE E 
REFLEXÃO SOBRE OS PROCESSOS DE 
INTERVENÇÃO, PLANEJAMENTO E 
COORDENAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO NA 
GESTÃO DEMOCRÁTICA 
 
 
 
OBJETIVOS 
 
 
Identificar os aspectos sobre a constituição histórica do papel e da função do 
coordenador pedagógico; 
 
 
Compreender os aspectos relevantes na constituição da identidade do coor¬ denador 
pedagógico; 
 
 
 
Reconhecer os fatores que marcam as relações entre a formação e o papel do 
coordenador pedagógico diante da perspectiva da gestão democrática. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
1. ESTUDO E ANÁLISE DO TRABALHO DOCENTE E REFLEXÃO SOBRE OS 
PROCESSOS DE INTERVENÇÃO, PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO DO 
TRABALHO PEDAGÓGICO NA GESTÃO DEMOCRÁTICA 
 
Prezado aluno, 
Estamos iniciando mais uma disciplina e aqui faremos uma discussão sobre os 
conhecimento que no processo de formação de professores buscam compreender e elaborar 
o papel e a função do coordenador pedagógico na âmbito escolar. 
Reconhecer e repensar este importante ator nas atividades cotidianas da escola faz-
se necessário tanto na formação de futuros professores, e porque não coordenadores, bem 
como na organização do trabalho educacional. 
Sabemos que as funções e as práticas que marcam a atuação destes profissionais 
são amplas e diversificadas e, por isso mesmo, um desafio no processo de constituição da 
práxis docen- te, assim como no auxílio das concepções da gestão educacional. 
Inicialmente é preciso reconhecer que tais profissionais são essenciais no contexto 
escolar e que são eles que realmente coordenam e organizam as atividades que a partir deste 
"espaço" surgem. 
As propostas que aqui fazemos estão constituídas no sentido de conseguirmos 
compreender um pouco mais a respeito deste profissional, de forma que possamos entender 
suas rotinas e suas necessidades. Assim, pensar a respeito do coordenador pedagógico 
refere-se também a compreen- der outros atores deste espaço (sejam eles professores, 
diretores, alunos, familiares, etc.). 
Compreender os conhecimentos que constituem o repertório teórico do campo da 
Coordenação Pedagógica; 
 Identificar os aspectos sobre a constituição histórica do papel e da função do 
coordenador pedagógico; 
 
 
 
9 
 
 
 Compreender os aspectos relevantes na constituição da identidade do coor- 
denador pedagógico; 
 Reconhecer os fatores que marcam as relações entre a formação e o papel do 
coordenador pedagógico diante da perspectiva da gestão democrática. 
 
 Introdução 
Ao refletir sobre o coordenador, faz-se necessário observar a amplitude de sua 
atuação. Alguns autores afirmam que o pouco sucesso da escola dá-se pelo fato de que essa 
realidade pensada como tal já não se adequa ao mundo que se transforma constantemente. 
Segundo eles, as mudanças na escola acontecem de maneira lenta, proporcionando assim 
que as incertezas tomem lugar das verdades ou convicções quanto à transformação da 
organização da escola. 
Em especial no Brasil faz pouco tempo que se tem a possibilidade de pensar em um 
regime não autoritário, cuja característica essencial estabelece que o pensar não pode ser 
incentivado e a considera que a escola deve reproduzir essa ideologia. Esse pequeno 
distanciamento nos oferece a possibilidade de observar a presença de profissionais, que 
pensam dessa forma, que atuando ainda hoje, na área educacional. 
Essa forma de organizar o pensamento e cotidiano escolar é apontado por alguns 
teóricos como sendo uma ação que apresenta suas bases na denominada racionalidade 
técnica, ou seja, a atividade do profissional que está sendo aqui apresentado é sobretudo 
instrumental, isto é, dirigida para a solução de problemas mediante a aplicação de teorias e 
técnicas científicas. 
Pensando dessa forma, pode-se considerar que muitos dos profissionais da Educação 
que estão à frente da organização do trabalho escolar e pedagógico, podem ter suas bases 
conceituais nesta forma de pensar e de considerar os processos de tomada de decisão. 
No entanto, essas características devem ser evitadas, principalmente, no caso de 
pessoas que estão frente a diversas atividades que também envolvem a diversidade de 
pessoas que par- ticipam das práticas escolares nas determinações pedagógicas e 
educacionais da escola. Talvez seja esse o caminho inicial para se pensar em teorias e 
 
 
 
10 
 
 
técnicas que evitem o pensamento que seja desvinculado do contexto já produzido, para que 
possam superar inclusive as desigualdades e as limitações do ambiente escolar. 
 
 Estudo E Análise Do Trabalho Docente E Reflexão Sobre 05 Processos De 
Intervenção, Planejamento E Coordenação Do Trabalho Pedagógico Na Gestão 
Democrática 
De maneira geral, pode-se afirmar que existe uma crise no sentido tradicional da 
escola, na qual diversos são os meios de comunicação e os educadores que afirmam, ainda 
nos dias atuais, a necessidade de estudar para "ser alguém na vida", ainda que os alunos 
estejam desencantados com essa afirmação, inclusive percebendo que está "promessa" não 
reflete a realidade tal como ela se mostra. Este enfoque pode ser visto como equivocado , 
pois reforça um processo que fortalece as- pectos seletivos e excludentes, enquanto deveria 
apontar para a superação da exclusão. De acordo com Vasconcellos (2003, p. 35): 
A situação está grave uma vez que, como foi aponta- do, ao mesmo tempo 
em que vem sendo desmontado o mito da ascensão social através da escola 
motivação extrínseca que mobilizava pais e alunos até então -, os educadores 
não estão sabendo articular um novo senti- do, já que eles próprios, seja em 
função de sua imersão, neste turbilhão ou de seu desgaste profissional, 
também estão sem perspectiva. 
De acordo com o autor, pode-se perceber que a escola está carente um elemento 
político en- quanto objetivo de sobrevivência e manutenção da própria instituição, talvez na 
forma de um projeto socialmente reconhecido pelas pessoas que compõem o contexto 
escolar. Isso fica mais explícito quando se observa professores e coordenadores que 
apresentam ótimas propostas,inseridas nas ações, no entanto, envolvidas em projetos com 
características individualistas e que eles mesmos idealizaram, atuando apenas em sua sala 
de aula, sem conseguir compartilhar com seus colegas de trabalho que poderiam constribuir 
no crescimento da instituição e do próprio processo educativo. 
Alguns autores defendem que um dos motivos da crise na escola volta-se para o fato 
de que ela tem servido apenas como forma de reprodução da sociedade, levando para as 
crianças (enquan- to futuras gerações) os conhecimentos e a cultura das gerações. 
 
 
 
 
11 
 
 
Você já se perguntou - enquanto futuro professor e/ou coordenador - qual 
deve sersua postura na escola? Como estabelecer papel da escola para 
crianças e adultos? Como o trabalho pedagógico deve se organizar para que 
alcance real mente as características de um trabalho coletivo? Reflita sobre 
isso e aproveite o momento dessa disciplina com suas discussões para que 
possa elaborar melhor o seu papel na organização deste campo de atuação. 
Quando se considera um momento de crise social e de valores, mais ainda a escola 
precisa se fortalecer como parte de organização e da formação no processo de constituição 
da cidadania e do desenvolvimento das pessoas, ressaltando que o foco na organização 
coletiva pode garantir a atuação mais efetiva e eficaz no âmbito da valorização da sociedade. 
Nesse sentido, a escola precisa estabelecer uma relação dialética com a sociedade, 
visto que ela reproduz e transmite valores, normas e crenças, pode-se afirmar que também 
esta instituição tem o papel de transformar a sociedade, a cultura e a si própria. Sendo assim, 
quando se observa a liga- ção entre o conhecimento e o processo de transformação vê-se 
também a organização da instituição educacional como célula dessa possibilidade. 
 Esse processo de busca de transformação e de reconstrução da escola não pode ser 
visto como algo novo, inclusive porque a relação dialética que ela estabelece com a sociedade 
produz trasnformações e elaborações a partir de novos movimentos que esta relação 
estabelece e origina. Assim, direcionar o olhar para este âmbito significa reconhecer a 
importância do papel do coordena- dor pedagógico e do orientador educacional neste 
processo, como organizadores e promotores de elementos de inovação e coletivização do 
trabalho no cotidiano escolar. 
1.2.1. Constituição Histórica da Coordenação Pedagógica 
De maneira geral pode-se dizer que a história da coordenação pedagógica é 
razoavelmente nova no Brasil. Ela inicia-se por volta dos anos 80 (na configuração atual da 
função) e surge como uma forma de substituir a supervisão pedagógica, que antes assumia 
o papel de fiscalizador de professores (papel esse ligado ao regime político e aos aspectos 
esperados pela Lei 5.692,71). De qualquer forma, mesmo surgindo na década de 1980, sua 
legitimação enquanto importante função apenas acontece nos anos de 1990, especialmente 
a partir da nova Lei de Diretrizes e Bases no. 9394/96, assumindo então um caráter de 
articulador dentro do espaço escolar. 
 
 
 
12 
 
 
Analisando o ambiente escolar entre os anos de 1980 e 1990 verifica-se a identificação 
de uma lacuna no que se refere à produção científica em relação à função da coordenação 
pedagógica, talvez por caracterizar um perído de reorganização do próprio papel que passa a 
ser assumido em um contexto social e político daquele no qual ele surge. 
 
O papel do Coordenador Pedagógico e as ações desempenhadas por ele, diante das 
políti- cas que organização a formação deste profissional também passam por mudanças 
neste período e talvez por essa questão as produções estão voltadas para a compreensão 
destas mudanças, para depois poderem adequar-se e analisar tais transformações - tanto na 
função quanto nas suas pos- sibilidades de atuação. 
As políticas públicas no campo da educação têm contribuído para o processo de 
formação de professores (generalistas e especialistas), além de pedagogos que atendam ao 
disposto na Lei nº 9.394/96 (LDB) e que são preparados, tanto nos cursos de Pedagogia 
quanto em cursos de es- pecialização, para assumir a função de coordenação pedagógica. 
Pode-se perceber que a função da coordenação pedagógica, a partir do momento que 
assu- me a articulação dentro da escola, vê seu papel sendo ressignificado e valorizado, 
inclusive como forma de compreender os processos que estruturaram a atuação do 
coordenador e que fazem parte de uma história educacional recente, tanto de atuação quanto 
de constituição legal do papel. 
Ao longo da década de 1980, constata-se uma mudança no cenário político, 
especialmente ligado aos movimentos de professores que se articulam em torno da 
reformulação das diretrizes que orientam a formação de professores, além dos movimentos 
sociais como o Movimento pelas "Diretas já", a eleição indireta do presidente Tancredo Neves, 
no ano de 1985 e a promulgação da 
 Constituição Federal (1988). Tais movimentos promoveram também mudanças na 
forma de organi- zação e de manifestação da população, incentivando a participação desta 
na vida política de seu país, refletindo assim a nova mentalidade de liberdade, levando as 
pessoas também a interessarem-se pela vida na escola, em especial da escola pública, e pela 
compreensão dos atores que agem no seu interior. 
Sabe-se, portanto, que a função ou a denominação do coordenador pedagógico surgiu 
no ano de 1961 (como coordenador distrital) no Estado da Guanabara. Inicialmente ele 
 
 
 
13 
 
 
trabalha com a organização de várias escolas e, no ano de 1969, ele passa a atuar em apenas 
uma escola, au- xiliando os professores no seu processo de formação técnica de professores 
- especialmente na organização de planos e programas que promovam a utilização e melhoria 
do trabalho com as me- todologias educacionais em sala de aula - ressaltando a necessidade 
de considerar a autonomia pedagógica e didática dos professores. 
 
A primiera LDB (Lei 4.024/61) denomina o profissional que assume as funções de 
coordena- ção como orientação da educação (ou pode-se chamar de orientador educacional) 
e sobre ele a lei aponta os seguintes elementos (sob o titulo de (da orientação educativa e da 
inspeção): 
Art. 62. A formação do orientador de educação será feita em cursos especiais 
que atendam às condições do grau do tipo de ensino e do meio social a que 
se destinam. Art. 63. Nas faculdades de filosofia será criado, para a formação 
de orientadores de educação do ensino mé- dio, curso especial a que terão 
acesso os licenciados em pedagogia, filosofia, psicologia ou ciências sociais, 
bem como os diplomados em Educação Física pelas Escolas Superiores de 
Educação Física e os inspetores federais de ensino, todos com estágio 
mínimo de três anos no magistério. Art. 64. Os orientadores de edu- cação do 
ensino primário serão formados nos institu- tos de educação em curso 
especial a que terão acesso os diplomados em escolas normais de grau 
colegial e em institutos de educação, com estágio mínimo de três anos no 
magistério primário. 
A partir das mudanças ocorridas no ano de 1964, com a instituição do regime militar, 
diversas esferas sofrem transformações e são limitadas em sua autonomia, especialmente 
no campo educa- cional. A repressão e a perseguição política passa a fazer parte também da 
atuação dos profissionais na educação e passam a caracterizar as ações em todos os 
campos de ação. 
Diversas mudanças nos papéis e nas ações dos atores da escola são alterados e o 
coordena- dor pedagógico volta a ser o "inspetor", aquele que vai supervisionar e também 
vigiar os professores e a escola como um todo. Emerge uma degradação dos sistemas 
públicos de educação, criando assim uma supervalorização (acompanhada de melhorias 
também) da rede privada de educação básica. A Lei 5.692/71 (chamada por muitos de LDB 
da Educação Básica) passa a considerar o coordenador pedagógico como um especialistada 
educação, dando importância ao seu papel pois deveria permane- cer em constante contato 
com os alunos e a comunidade escolar, bus- cando "ajustar" esse aluno ao contexto escolar. 
 
 
 
14 
 
 
Com o retorno da possibilidade democrática que surge no início dos anos 1980, 
diversos sindicatos e organizações não-governamen- tais passam a lutar por bandeiras da 
educação, como por exemplo: a universalização da educação básica, a qualidade do ensino 
público e o retorno da autonomia das escolas. Como reflexo destas lutas, a Consti- tuição 
Federal de 1988 traz algumas transformações significativas nes- te campo - como a volta da 
autonomia das universidades e a gestão democrática como modelo de administração nas 
escolas públicas. 
No final da década de 1980 e início dos anos 1990 intensificam-se as lutas pela 
educação e pela busca da qualidade neste campo, mas na mesma medida os trabalhadores 
ou especialistas da educação estão em contato com uma realidade de valoriza imensamente 
a esco- la privada e desvaloriza o ensino público, fazendo com que as funções no seu interior 
também sejam precarizadas. 
O trabalho do coordenador pedagógico , conforme modelo atual de articulador do 
contexto escolar, surge neste momento e fica reforçado como campo de ação que assume 
diversas funções que poderiam ser partilhada com gestores e orientadores educacionais. A 
nova LDB (Lei 9394/96) retoma o papel do coordenador pedagógico afirmando que sua 
formação deve ser realizada "prioritariamente" nos cursos de Pedagogia que oferecem 
subsídios para que a questão pe- dagógica seja realmente discutida e que se possa discutir 
as ações de articulação neste âmbito. 
Na atualidade o papel do coordenador pedagógico pode ser considerado como de 
suma importância no contexto escolar, mas tam- bém como função a ser assumida que exige 
maturidade e experiência (inclusive como professor) para que sejam alcançados os seus 
objeti- vos. Sabe-se portanto, que além da formação técnica e teórica, algu- mas 
características pessoais são importantes na ação dos coordena- dores. 
Ações de coordenação, que ultrapassam as funções de inspe- tor ou supervisor devem 
estar presentes nas atuações dos profissionais nestes dias, mas também é preciso 
compreender que - mais importante que estas questões - é o papel do coordenador na 
articulação dos atores da escola (sendo eles alunos, gestores, comunidade, familiares, etc.). 
 
 
 
 
15 
 
 
Com base nos estudos sobre coordenação e em suas experiências práticas 
com o convívio com coordenadores pedagógicos, procure fazer um perfil, 
daquele que será necessário para a atuação do coordenador. Ao longo da 
disciplina pro cure comparar este perfil aos requisitos (pessoais e 
profissionais) que são exigi dos dele. Aproveite para relacionar as teorias e 
as práticas para refletir também sobre qual o tipo de coordenador você 
pretende ser. 
2. A CONSTRUÇÃO DA IDENTIDADE DO COORDENADOR PEDAGÓGICO 
Alguns estudiosos sobre a rotina e a constituição do coordenador pedagógico, como 
por exemplo Pimenta e Lima (2004), afirmam que a identidade do Professor Coordenador 
Pedagógico (PCP) se constrói durante o seu percurso formativo, especialmente no campo 
profissional, conjugan- do suas experiências, com a sua história de vida, tanto em grupo e 
quanto na sociedade de maneira geral. Sua formação pessoal se constitui parte da formação 
profissional e juntas dão origem às prá- ticas deste ator da escola. 
Na discussão a respeito da identidade do coordenador, especialmente ao que se refere 
à identidade profissional, torna-se necessário compreendê-la como uma construção social. 
Um cami- nho que se constrói com base na organização de um processo formativo e de 
práticas profissionais que ultrapassam apenas as questões cotidianas e se expandem para a 
realidade social abarcada por ela. 
Segundo algumas autoras como Franco (2008), Cruz Castro e Lima (2009), parecem 
perce- ber que uma das dificuldades encontradas por estes profissinais na sua atuação, para 
que ela seja realmente eficiente no seu local de trabalho, relaciona-se à falta de uma formação 
inicial, que gera inteferências diretas na constituição da sua identidade enquanto coordenador 
pedagógico e como aquele profissional que está diretamente ligada ao processo formativo. 
Libâneo (2007) em sua obra Pedagogia e pedagogo, para que? aponta que o curso de 
Peda- gogia, enquanto ponto central da formação inicial do pedagogo no Brasil, deveria voltar-
se para uma formação global de um profissional qualificado para atuar nos diversos campos 
que envolvam conhecimentos pedagógicos. Pois somente dessa forma, este profissional 
seria ser capaz de atender às demandas tanto educativas quanto sociais que são decorrentes 
das transformações presentes na sociedade atual. 
 
 
 
16 
 
 
Sabendo-se que o curso de Pedagogia é referência legal para a formação do 
profissional que assumirá o papel de Coordenador Pedagógico, e mesmo que esta formação 
seja assegurada pela LDBEN (Lei 9394/96 - Lei de Diretrizes e Bases) pode-se afirmar que 
essa formação no curso de Pedagogia nem sempre acontece, pois de acordo com pesquisas 
da Fundação Victor Civita, coor- denadas por Placco, Almeida e Souza (2011) e por Serpa 
(2011), ele não oferece o devido preparo que será necessário para a verdadeira formação 
desse profissional. 
 
Na primeira pesquisa, aponta-se que entre as competências do Coordenador 
Pedagógico, podem ser apontadas as seguintes: 
[...] em seu papel formador, oferecer condições ao pro- fessor para que 
aprofunde sua área específica e traba- lhe bem com ela, ou seja, transforme 
seu conhecimento específico em ensino. Importa, então, destacar dois dos 
principais compromissos do CP: com uma formação que represente o projeto 
escolar[...] e com a promoção do desenvolvimento dos professores[...] 
Imbricados no papel formativo, estão os papéis de articulador e trans- 
formador. (PLACCO; ALMEIDA; SOUZA, 2011, p. 230). 
 
 
Já no trabalho de Serpa (2011, p. 14), o coordenador "vive crise de identidade", de 
acordo com a análise do seu cotidiano, pois ele realiza tarefas que não competem com uma 
de suas princi- pais funções - formação docente. Dessa forma, esse profissional tem realizado 
tarefas que não lhe competem, como por exemplo, cuidar de questões financeiras e 
burocráticas, substituir professores em sala de aula quando estes faltam, assumir papel de 
auxiliar do diretor da escola, assumindo também o papel de inspetor na detecção de 
problemas de comportamento dos alunos e professores. 
Assim, o fato é que nem todos os atores que estão inseridos no processo educativo 
formal (como por exemplo, diretores, professores, pais, secretárias e o próprio coordenador) 
têm uma vi- são clara sobre quais são as reais tarefas ou qual o papel primordial do 
coordenador pedagógico na escola. Desse modo, "a ausência de nitidez compõe o quadro de 
uma profissão que ainda está em construção" (SERPA, 2011, p.16). 
Os Coordenadores Pedagógicos tem sido identificados nas pesquisas como 
profissionais que estão sentindo-se frustrados que não conseguem realizar seus trabalhos, 
 
 
 
17 
 
 
ou pelo menos não conseguem atingir seus objetivos de realização. Suas reuniões que são 
realizadas com os profes- sores tem servido apenas para oferecer informações a respeito de 
questões cotidianas e não tem incentivado um processo formativo mais amplo, inclusive 
porque, geralmente, os coordenadores são requisitados a todo o momento para que possam 
resolver problemas emergenciais que surgem no dia a dia escolar, impossibilitando a 
organização de reflexões mais profundas junto aos professores. 
 
4. REFERÊNCIAS 
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coordenador pedagógico e a formação docente. São Paulo: Loyola, 1999. 
 
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ALARCÃO, Isabel (Org). Formação reflexiva de professores: estratégias de supervisão. 
Portugal: Porto Editora, 1996. 
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Paulo:Loyola, 2003, p. 9 20. 
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Disponível em: <http://wwwp.fc.unesp.br/~lizanata/LDB%20402461.pdf>. Acesso em: 15 de 
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MAGALHÃES, M. C. O diário como ferramenta para a reflexão crítica. Tese em Lingüística

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