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unidade 1

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:
reconhecer as demonstrações contábeis;
apresentar as demonstrações contábeis de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 26 (R1);
preparar as demonstrações contábeis;
analisar as demonstrações contábeis.
TÓPICO 1 – AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS SEGUNDO A LEI Nº 6.404/76; LEI Nº 11.638/07 E PRONUNCIAMENTO TÉCNICO CPC 26 (R1)
TÓPICO 2 – PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA ANÁLISE
TÓPICO 3 – ANÁLISE HORIZONTAL E ANÁLISE VERTICAL
DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
A Lei nº 6.404 foi criada em 15 de dezembro de 1976, em substituição ao Decreto-Lei nº 486, de 3 de março de 1969, que dispunha sobre a escrituração e sobre os livros mercantis.
Após ocorreu alterações ocorridas através da Lei nº 11.638/2007, da Lei nº 11.941/2009, do Pronunciamento Técnico CPC 26 e a finalidade da contabilidade no processo de gestão.
A Lei prevê no capítulo 176 que, ao final de cada exercício social, serão elaboradas as seguintes demonstrações financeiras: 
(I) balanço patrimonial; 
(II) demonstração do resultado do exercício; 
(III) demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados; (IV) demonstração das mutações do patrimônio líquido; 
(V) demonstração das origens e aplicações de recursos. O § 4º prevê que as demonstrações contábeis serão complementadas por notas explicativas que esclarecerão a situação patrimonial e os resultados do exercício.
Para que servem essas Demonstrações Contábeis?
Para fornecer informações sobre a posição patrimonial e financeira, o resultado e o fluxo financeiro de uma entidade, que são úteis para uma ampla variedade de usuários na tomada de decisões.
DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO DO EXERCÍCIO
DRE é um resumo ordenado das receitas e despesas da empresa em determinado período, que geralmente é de doze meses. É apresentada de forma dedutiva (vertical), isto é, primeiro se demonstram as receitas brutas de vendas e ou serviços, e na sequência subtraem-se os custos, as despesas até atingirmos o resultado do exercício que pode ser lucro ou prejuízo.
Os demonstrativos são obrigatórios para todos os tipos de sociedades sujeitas ao regime de tributação pelo lucro real: 
I) Balanço Patrimonial; 
II) Demonstração do Resultado do Exercício; 
III) Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados.
Análise comparativa das mudanças ocorridas no balanço patrimonial, a partir da Lei nº 11.638/07 e complementos
PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS PARA ANÁLISE
A preparação ou reclassificação são ajustes necessários para melhorar a eficiência da análise, podendo melhorar a situação econômico-financeira da empresa.
PREPARAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS PARA ANÁLISE
Para uma melhor compreensão, alguns casos de reclassificação: 
a) duplicatas descontadas; 
b) despesas do exercício seguinte; 
c) não circulante (substitui o permanente); 
d) resultados de exercícios futuros; 
e) leasing (Locação Financeira, Arrendamento Mercantil é um contrato adquirindo um bem, que pagará por um prazo determinado);
f) receitas financeiras e despesas financeiras.
DUPLICATAS DESCONTADAS
De acordo com a legislação, as duplicatas descontadas são classificadas no ativo circulante, como conta redutora do ativo. Para fins de análise, as duplicatas descontadas deverão ser reclassificadas no passivo circulante, pois, pelas suas peculiaridades, ainda há o risco de a empresa ter que reembolsar o dinheiro obtido, caso o cliente não liquidar a dívida no banco. Para demonstrar melhor, vamos ver o exemplo a seguir.
A empresa RIO tem por política interna operar com duplicatas descontadas para suprir seu caixa, enquanto a empresa MAR opera com empréstimos bancários (com depósito de duplicatas como garantia). Dessa forma, as duas empresas terão no passivo circulante uma dívida com terceiros, embora, no caso de duplicatas descontadas, haja apenas a coobrigação.
Pág 34
Se reclassificarmos o balanço da empresa RIO, teremos a seguinte situação:
DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE
A conta “despesas do exercício seguinte” é o único grupo de contas que não se converterá em dinheiro, portanto, não servirá para pagar as dívidas da empresa, conforme Marion (2010).
Por se tratar de uma despesa antecipada que será consumida pela empresa, no próximo ano, é classificada no grupo do Ativo Circulante, porém não se transformará em dinheiro. Esta despesa reduzirá o lucro do próximo exercício e, como consequência, o patrimônio líquido. Por este motivo os analistas mais conservadores preferem, no momento da análise, deduzi-la do patrimônio líquido, excluindo-a do ativo circulante.
Na eventualidade de se tratar de um valor relevante, então, deveremos excluí-lo do ativo circulante e subtraí-lo do patrimônio líquido. Exemplo pág. 36:
Neste caso, a Despesa de Exercício Seguinte é relevante, pois representa 10% do Ativo Circulante, para cujo percentual é recomendável a reclassificação, excluindo-a do ativo circulante e em contrapartida vamos diminuí-la do Patrimônio Líquido.
NÃO CIRCULANTE (SUBSTITUI O PERMANENTE)
Uma vez que o Balanço Patrimonial esteja nos moldes da Lei das Sociedades por Ações, praticamente nada teremos a reclassificar nos grupos Investimentos e Imobilizado, conforme Marion (2010).
RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS
Com o advento da Medida Provisória nº 449/08 e da Lei nº 11.941/09, esse grupo desapareceu como grupamento de contas do balanço patrimonial. Os saldos existentes, se classificáveis corretamente segundo a legislação anterior, vão para o passivo não circulante, devidamente estacadas as receitas e despesas. O mesmo se aplica às entidades de atividade imobiliária, segundo já era determinado pelo Conselho Federal de Contabilidade.
RESULTADOS DE EXERCÍCIOS FUTUROS
O grupo Resultados de Exercícios Futuros deixa de existir a partir da MP 449/08 e da Lei nº 11.941/09.
LEASING OU ARRENDAMENTO MERCANTIL
De acordo com Ferreira (2009), é “[...] uma operação de financiamento, que facilita ao empresário o acesso a bens de uso necessários ao funcionamento da empresa, sem que tenha de comprá-los imediatamente”.
Ferreira (2009) explica que existem várias modalidades de leasing, porém cita as três mais usuais de arrendamento mercantil:
1 – leasing financeiro: antes da promulgação da Lei nº 11.638/07 era tratado como aluguel, agora é contabilizado como Ativo para fins contábeis, enquanto que para fins fiscais continua sendo aluguel
2 – leasing operacional ou renting : é um contrato de locação conjugada com assistência técnica quanto aos bens locados, como, por exemplo: computadores, aviões e não há necessidade de que haja a opção de compra. 
3 – lease-back: é uma operação realizada pela instituição financeira com a empresa, ou seja, o banco compra bens de uso permanente de determinada empresa, porém os deixa na posse da vendedora, a título de leasing, mediante
uma cobrança de aluguel. Existe o direito de recompra dos bens, pela empresa vendedora.
RECEITAS FINANCEIRAS E DESPESAS FINANCEIRAS
Segundo entende Marion (2010), no Demonstrativo de Resultado do Exercício, deverão ser reclassificadas as contas de despesas financeiras e receitas financeiras. De conformidade com a Lei das S/As (6.404/76), as despesas e receitas financeiras estão classificadas no grupo de contas operacionais, entretanto, para fins de análise (gerencial), elas devem ser transferidas para o grupo de receitas e despesas não operacionais.
Este procedimento nos leva a obter o lucro operacional efetivamente apurado pela atividade principal da empresa, sem a inclusão de receitas financeiras (resultado nas aplicações financeiras) e despesas financeiras.
ANÁLISE HORIZONTAL
E ANÁLISE VERTICAL
Análise horizontal, segundo Reis (2009), é uma técnica de análise que compara cada item do demonstrativo, em cada ano, com o valor correspondente em determinado ano anterior, considerado como base.
O objetivo da análise horizontal é mostrar a evolução de cada conta isoladamente, ou de cada grupo de contas. (Evolução das contas)
Pararealizar-se a análise horizontal, é preciso ter alguns cuidados, a saber:
a) os valores objeto da análise devem estar corrigidos, ou seja, deflacionados ou inflacionados à mesma data-base;
b) implica, necessariamente, uma série de períodos iguais, possibilitando comparações entre si;
c) escolha de um período-base, que não será, necessariamente, o primeiro da série histórica;
Para realizar-se a análise horizontal, é preciso ter alguns cuidados, a saber:
d) o período-base poderá ser o primeiro, o segundo, o último da série histórica ou qualquer outro, desde que represente um exercício normal (com doze meses);
e) o período-base deve ser aquele em que a empresa tenha exercido suas atividades em condições normais, isto é, que não tenha sido um período atípico.
ANÁLISE DA ESTRUTURA OU ANÁLISE VERTICAL
A análise vertical permite, inicialmente, que o analista avalie a estrutura do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício, o que chamamos de lógica de balanço, isto é, se a proporcionalidade dos diferentes componentes patrimoniais e de resultados se mantém ao longo dos anos ou se existem desequilíbrios importantes, que merecem uma avaliação mais minuciosa.
O coeficiente ou a percentagem é a medida que indica a proporção de cada componente em relação ao todo.
Calcula-se a participação de cada componente do ativo ou passivo e patrimônio líquido em relação ao total do ativo ou total do passivo, nesta ordem. Idêntico raciocínio desenvolve-se para os elementos de resultado em relação à receita operacional líquida da empresa, que expressa os cem por cento.
A análise vertical foi calculada aplicando-se a regra de três simples. Exemplo pg. 55:
Vendas líquidas = 100. CPV multiplicado por 100 dividido pelo valor das vendas líquidas R$ 361.856,32 multiplicado por 100 dividido por R$ 504.705,25 = 71,70%.

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