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Faculdade de Engenharia Departamento de Engenharia Civil Geologia Erosão Estudo de caso: Rio Bauru 1.Introdução A ocupação humana, iniciada pelo desmatamento e seguida pelo cultivo da terra, implantação de estradas, criação e expansão das vilas e cidades, sobretudo, quando efetuada de modo inadequado, constitui o fator decisivo da origem e aceleração dos processos erosivos atuais (Facciolla e et. al.,1995). Deflagrados pela ocupação do solo, estes processos erosivos passam a ser comandados por diversos fatores naturais relacionados às características da chuva, do relevo, do solo e da cobertura vegetal. A erosão dos horizontes superficiais dos solos reduz a capacidade de infiltração dos mesmos, propiciando taxas mais elevadas de escoamento superficial. O material erodido quando depositado nos cursos d'água provoca alterações importantes nos seus leitos. Tais ações somam-se propiciando maior intensidade de inundações/enchentes, maior frequência destes eventos e alterações ecológicas que afetam a fauna e flora, que é um caso recorrente no município de Bauru. O município de Bauru é considerado crítico por apresentar processos erosivos lineares (ravinas e boçorocas) de grande porte em terrenos de alta suscetibilidade erosiva (baixa coesão). Isso pode acabar limitando a expansão urbana e coloca em risco obras públicas, edificações e a própria população.A região apresenta condições do Planalto Ocidental, província geomorfológica que ocupa aproximadamente 40% do território paulista e se identifica como uma das mais suscetíveis ao desenvolvimento dos processos erosivos. Os inúmeros processos erosivos e as inundações/enchentes constituem-se nos maiores problemas enfrentados pela cidade de Bauru, tornando-se cada vez mais frequentes e intensos. A ocorrência destes fenômenos mostra-se sempre marcada por graves perdas econômicas e sociais. Tal fato se deve a expansão da ocupação errada de determinadas áreas onde critérios técnicos não são considerados a fim de evitar ou minimizar estes processos. 2. Conceitos dos Processos Erosivos Erosão é um conjunto de fenômenos que alteram a paisagem e destroem determinadas formas de relevo a partir da remoção de material terroso ou rochoso. Tal material é desagregado, decomposto e removido da superfície terrestre através da ação de agentes, um dos mais importantes agentes quando analisados isoladamente é a água, já que possui grande poder desagregador, além de atuar no transporte de sedimentos. Pode ser subdividida em erosão geológica, que é causada sob condições naturais, e em erosão acelerada. Esta última acontece sob interferência do homem e é chamada assim pois sua intensidade é maior. Os processos erosivos provocam situações de risco à comunidade devido seu poder de destruição, pois pode ameaçar habitações e espaços públicos, limitar expansão urbana e obras de infra-estrutura, causar assoreamento nos cursos d’água, destruição das redes de esgoto e entupimentos de galerias, o que gera enchentes e dispersão de poluentes nas drenagens, perda de solos férteis, degradação e redução da produtividade global dos ecossistemas terrestres e aquáticos, etc. O desgaste superficial do solo é causado basicamente por alterações no meio ambiente provocadas pelo uso contínuo, desde o desmatamento e a agricultura, à obras urbanas e viárias que concentram águas de escoamento superficial. Podemos citar como exemplo de obra urbana que gera processo erosivo os loteamentos. Estes removem a cobertura vegetal, e por vezes utilizam a terraplenagem, que acaba por gerar erosão e modificação da paisagem, e posteriormente assoreamento e enchentes. As áreas afetadas apresentam um primeiro estágio de erosão laminar intensa, com formação de sulcos rasos ou profundos. Se medidas não forem tomadas, os sulcos crescem formando ravinas e se houverem condições, as ravinas se aprofundam até atingirem o nível d'água subterrânea. A partir daí, desenvolvem-se as boçorocas. Outra forma de classificar a erosão é por sua origem ou agente. Quanto à origem pode ser geológica ou antrópica. Quanto ao agente, pode ser eólica (seletiva ou massiva), ou hídrica, que se subdivide em pluvial (por impacto ou arrastamento) ou por decorrência da ação das ondas Vertical (percolação) Fluvial Marítima. A erosão laminar é causada pela ação da chuva, o impacto das gotas d’água na superfície do terreno fazem com que as partículas constituintes se desprendam, o que causa a remoção progressiva dos horizontes superficiais de solo. Esse processo é intensificado em solos sem cobertura vegetal. Esse processo é difícil de ser observado por não deixar marcas perceptíveis no solo, entretanto, em estágios mais avançados da erosão o solo passa a apresentar coloração mais clara, sua produtividade diminui e ocorre o abaixamento da cota do terreno. As partículas desagregadas pela ação da água, tem seu tamanho reduzido e são mais facilmente carregadas pelas águas. Partículas em suspensão podem se infiltrar no solo, o que causa a redução da permeabilidade e aumenta o escoamento superficial. Dessa forma a erosão laminar pode agir como início de um processo de erosão em cadeia, que envolverá outras formas de erosão. Já a erosão linear ocorre quando o escoamento superficial deixa de ser laminar e uniforme, passa a se concentrar em filetes, nos quais a velocidade da água é maior. Com isso, a ação erosiva torna-se mais intensa e pode causar grandes incisões lineares na forma de sulcos, ravinas e boçorocas. O poder destrutivo desse tipo de erosão é alto e de difícil contenção. Este processo ocorre nas linhas de maior concentração de água de escoamento superficial, gerando pequenas incisões na forma de filetes rasos no terreno e sucede a erosão laminar, a erosão em sulcos, assim como a laminar, pode se originar de chuvas de grandes intensidades. A erosão em sulcos pode não ser notada até que interfira no preparo do solo em áreas agrícolas, já nas áreas urbanas surgem durante a implantação de novos loteamentos e ruas sem pavimentação. Figura 1 - Erosão em sulcos Figura 2 - Erosão em ravinas A ravina é um tipo de erosão que não pode ser extinta por operações de preparo do solo. É um sulco profundo, provocado pela ação erosiva da água de escoamento superficial concentrado, que não pode ser combatido por métodos de conservação do solo. Elas se caracterizam por terem no mínimo 30 cm de profundidade, normalmente possuem forma alongada, e podem chegar até 10 metros. Também devem ser considerados mecanismos de erosão com movimentos de massa como pequenos deslizamentos que causam alargamento da feição. A erosão em boçorocas é uma evolução da erosão em ravinas, e acontece quando esta última atinge um limiar freático e a circulação de águas de subsuperfície passam a agir. O surgimento de tal desgaste está intimamente relacionado a atividades humanas como desmatamento, atividades agrícolas e urbanas. Ela pode ser considerada um fenômeno de ruptura de equilíbrio do meioambiente, que surge pela transformação abrupta da paisagem, por eliminação da cobertura vegetação e novas formas de uso do solo. Também são movimentos de massa e se desenvolvem ao longo de linhas de drenagem, em solo coluvial/aluvial ou solo residual, em encostas naturais. Grande parte dos trabalhos citam a ocorrência de boçorocas em formações sedimentares arenosas. Figura 3 - Erosão em Boçorocas 3. Fatores Condicionantes dos Processos Erosivos Os condicionantes dos processos erosivos são determinados por cinco fatores básicos que se inter relacionam, sendo eles: ● Clima: Os elementos climáticos que mais exercem influência através de sua intensidade, volume e frequência são: regime pluviométrico e temperatura. Considerando os efeitos da chuva sobre o solo, o impacto das gotas de chuva constitui uma das contribuições da precipitação sobre a erosão, visto que tem poder de destacar as partículas do solo e provocar seu deslocamento. ● Solo: Dentre os principais fatores, os que exercem maior influência na resistência do solo à erosão são a textura (tamanho das partículas do solo), a estrutura (estabilidade dos agregados), a infiltração, a permeabilidade e a capacidade de armazenamento de água, e o conteúdo de matéria orgânica. No caso de Bauru, predominam solos arenosos de baixa resistência à desagregação, assim as partículas com baixo poder de agregação, pela pequena quantidade de argila, tendem a ser carreadas, dando origem ao processo erosivo. ● Topografia: Como principais características, é preciso considerar de grande importância o comprimento de rampa e a declividade. ● Cobertura vegetal: A cobertura vegetal natural ou alterada pelo homem, constitui-se em agente protetor do solo contra a erosão e varia conforme o tipo de cobertura e, principalmente, sua densidade. O efeito que a ela exerce na proteção do solo, pode ser das seguintes formas: a) proteção direta contra o impacto das gotas de chuva; b) dispersão da água, interceptando-a e evaporando-a antes que atinja o solo; c) decomposição das raízes das plantas que, formando pequenos canais no solo, aumentam a infiltração da água; d) melhoramento da estrutura do solo pela adição de matéria orgânica, aumentando assim sua capacidade de retenção de água; e) diminuição da velocidade de escoamento da enxurrada pelo aumento do atrito na superfície. ● Manejo do solo: A forma como se usa o solo tem grande influência no processo erosivo. A rotação de culturas, plantio direto, a incorporação de restos culturais, a adoção de preparo do solo e a subsolagem pode resultar em diferentes condições de perda de solo. A rotação de culturas tem efeito positivo na proteção do solo contra a erosão, como resultado do aumento no conteúdo de matéria orgânica, da melhoria nas condições de permeabilidade do solo e da manutenção de cobertura vegetal e de restos culturais durante grande parte do tempo 4. Características do Meio físico do Local de Pesquisa 4.1. Geologia de Bauru O município de Bauru está localizado na parte central do Estado de São Paulo, inserida no Planalto Arenítico-Basáltico do Estado de Sao Paulo (Planalto Ocidental), dentro da Bacia Sedimentar do Paraná,implantado num anfiteatro natural de cerca de 5 km de raio, modelado por diversos cursos d’água formadores das cabeceiras do rio Bauru. O relevo regional é de colinas amplas e suaves, modeladas em arenitos das Formações Marília e Adamantina. A Formação Adamantina ocupa o vale do Rio Batalha e seus afluentes também aflora nas imediações e a leste da cidade de Bauru, nos vales do rio Bauru e ribeirão Grande. Essa formação é constituída de arenitos argilosos avermelhados com manchas esbranquiçadas, de granulometria fina a média, e alguns níveis com seixos esparsos, dispostos em bancos maciços homogêneos de até 2 metros. A Formação Marília ocorre de forma generalizada nas partes altas, como as cornijas do “Planalto de Bauru” e a oeste e a sul da cidade de Piratininga, no relevo escarpado da Serra da Jacutinga ( Cabeceira do Rio Batalha). Litologicamente , é representada por arenitos, pardacentos, creme ou róseos, desde finos a grossos, às vezes conglomeráticos, mal selecionados, grão subangulosos, dispostos em bancos de 1 a 3 metros de espessura. As rochas do Grupo Bauru são constituídas predominantemente por sedimentos siliciclásticos continentais que foram depositadas na porção centro-sul da Plataforma Sul- Americana, durante o último episódio significativo de sedimentação desta unidade geotectônica, acompanhadas de magmatismo alcalino em pontos dispersos da Bacia do Paraná. Esta sucessão é caracterizado por arenitos, arenitos argilosos, carbonatados ou não, siltitos, lamitos e argilitos, apresentando localmente conglomerados e camadas calcárias. A maior parte das nascentes da bacia do rio Bauru está em locais de erosão, agredidas por lixo e esgoto. O assoreamento também é o principal problema do rio Batalha, um dos rios mais importantes para o município. As erosões ocupam o leito do rio e soterram as nascentes (Instituto Ambiental Vidágua, 2003). Figura 4 - Área de ocorrência das unidades suprabasáltica cretáceas na Bacia Paraná (Modificado de Fernandes & Coimbra, 1994) 4.2 Geomorfologia A região de Bauru apresenta um domínio de colinas amplas ocupando generalizadamente as porções mais elevadas do platô de Bauru, e, parcialmente, as porções rebaixadas de domínio da Bacia do rio Batalha. Constituindo relevos de transição, junto às bordas do platô, nota-se a presença de relevos muito movimentados em forma de escarpas,morrotes alongados, morrotes isolados e colinas média. Ocorrem os seguintes relevos, conforme indicado no Mapa Geomorfológico: ● Colinas Amplas; ● Colinas Médias; ● Morrotes Alongados e espigões; ● Encostas sulcadas por vales sub paralelos; Figura 5 - Mapa Geomorfológico do município de Bauru (IPTB, 1981) As formas de relevo apresentam relações diretas com o desencadeamento dos processos erosivos, tanto regional quanta local. Estas formas são as maiores potencializadoras de fenômeno erosivos, uma vez que as rampas são relativamente longas e inclinadas e são frequentes as áreas de cabeceiras de drenagem e linhas preferenciais de concentração de fluxo d' água. A influência da geomorfologia no desenvolvimento de erosões lineares concentram-se em encostas convexas (REZENDE,1985). Figura 6 -Carreamento de solo, em condições comparáveis, é menor na encosta côncava e maior na convexa (REZENDE, 1985) Côncava Convexa Convergência das águas Divergência das águas Erosão mais localizada; tendência à formação de sulcos e boçorocas Erosão mais uniforme e laminar Espessura do “solum” tende a ser desigual Espessura do “solum” tende a ser uniforme Erosão e deposição Erosão Sementes e nutrientes se acumulam nas partes mais baixas Sementes e nutrientes retirados do sistema Instabilidade maior pela ausência de cobertura vegetal densa na áreas de concentração d'água Instabilidade maior pela concentração d’água. Quadro 1- Relacionamento geral entre pedoformas côncavas e convexas e aspectos ligados à erosão Fica evidente forte correlação entre os comportamentos derivados do substratogeológico e dos sistemas de relevo. 4.3 Solos O solo de Bauru é residual dos arenitos das Formações Marília, Adamantina e Cenozóicas, com textura de areia fina pouco argilosa. A formação desse solo em clima tropical, marcado pela alternância de estações chuvosas e secas, intensifica a lixiviação dos finos do horizonte superficial, gerando uma estrutura porosa e permeável, normalmente com nível freático profundo. Além de apresentar elevada erodibilidade dos solos também são colapsíveis. 5. Área de estudo A visita técnica foi realizada no dia 22 de setembro à Mondelli Indústria de Alimentos S.A., localizado na Av. Rosa Malandrino Mondelli, 7 - Núcleo Hab. Mary Dota, Bauru - SP, acompanhado pelo Engenheiro Civil Gustavo Dornelas, responsável pelo reparo da tubulação do setor de tratamento de efluentes da empresa. A seguir, encontra-se uma foto retirada por satélite em 2011 da área analisada. Figura 7 - Foto retirada de satélite em agosto de 2011 Próximo a estação, às beiras do Rio Bauru, comparando-se a imagem de satélite com as fotos da visita, é possível observar um processo de desmatamento das árvores, essa cobertura vegetal seria um agente protetor do solo contra a erosão. Nesse local houve um rompimento da tubulação da estação que ocasionou outro processo erosivo . Esse tipo de erosão tem origem antrópica, e quanto ao agente, apresenta origem hídrica por arrastamento. Na figura abaixo é possível verificar a área erodida composta de solos derivados do arenito Bauru e de rochas básicas da região noroeste do estado de São Paulo, de acordo com o Eng. Gustavo Dornela. Figura 8 - Visita técnica Figura 9 - Local em estudo Na margem oposta do rio, verificou-se também processos erosivos causados em grande parte pela chuva em conjunto com a topografia íngreme do local. Nesse tipo de erosão, há a retirada de material da parte superficial do solo pelas águas da chuva. Essa ação é acelerada quando o solo se encontra desprotegido de vegetação. Também é notável a presença da erosão fluvial, neste caso provocada pelo rio Bauru. Por meio disso, houve o desgaste do relevo, sendo removidas porções do solo nas margens do rio, provocando um deslizamento de terra. Figura 10 - Erosão às margens do rio Bauru. Foto retirada em setembro de 2017. De acordo com Vinícius Lousada (2011) a situação dos rios e córregos que passam por Bauru estão em situação crítica e ao longo dos últimos anos pouco foi feito para revertê-la. “Rios e córregos são atacados em várias frentes - poluição, assoreamento decorrente de erosões, degradação de mata ciliar e ocupação de áreas de preservação permanente (APPs), entre outras” (Lousada, 2010). O principal rio que corta a área urbana, o Bauru, recebe todo o esgoto da cidade e com base no que foi visto na visita técnica foi possível verificar-se esse cenário calamitoso. Figura 10 -Esgoto “tratado” sendo despejado no curso d’água. 6. Procedimentos para controle de processos erosivos Os solos arenosos são naturalmente frágeis, em especial os Neossolos Quartzarênicos, permitindo que os processos erosivos lineares instalem-se neles com maior rapidez do que nas áreas que comportam Latossolos ou Argissolos, mais estáveis fisicamente. Os principais processos erosivos lineares (ravinas e voçorocas) estão geralmente associados aos solos arenosos e às cabeceiras dos cursos d’água de primeira ordem, que trata-se mais especificamente do solo de Bauru. O controle da erosão exige a caracterização dos fatores e mecanismos relacionados às causas do desenvolvimento dos processos erosivos. Assim, o primeiro ponto a ser considerado são os locais onde há maior concentração de erosões lineares, pois esses locais consistem em zonas de convergência dos fluxos superficial e subterrâneo (no caso de cabeceiras de cursos d’água), havendo assim uma interação sinergética favorável aos processos causadores de incisões sobre vertentes. Em função dessa característica, áreas de cabeceira de drenagem devem ser consideradas como áreas de risco de erosão e, portanto, de formação de voçorocas. A declividade é outro fator importante a ser levado em conta, já que interfere de maneira direta no escoamento superficial, sendo função inversa da infiltração da água no solo, ou seja, quanto maior a declividade menor a taxa de infiltração. O poder erosivo da água depende do volume e velocidade do escoamento, da espessura da lâmina d’água, da declividade e comprimento da vertente e da presença de vegetação. Conforme o tipo de vegetação e a extensão da área vegetada este processo pode ser mais ou menos intenso. A partir da retirada da cobertura vegetal, o solo fica exposto à erosão hídrica que é caracterizada por processos que se dão em três fases: desagregação, transporte e deposição. Como as ravinas e boçorocas são o tipo de erosão linear mais comum em Bauru, será explicitado como controlar esse tipo de erosão: ● Cercar a área em torno da voçoroca; ● Drenar a água subterrânea que aflora no fundo e nas laterais da voçoroca (piping). O sucesso do controle deste tipo de erosão é a coleta e a condução dessa água até o curso d’água mais próximo, que pode ser feito com dreno de pedra, de feixes de bambu ou de material geotêxtil. A ação das águas subterrâneas é uma das principais causas da evolução lateral e remontante das voçorocas. Dessa forma, é necessário o rebaixamento do lençol aflorante, para diminuir a ação do piping e implementação das obras necessárias de estabilização. O tratamento recomendado é a implantação de drenos enterrados, visando a drenagem das águas subsuperficiais. ● Controlar o escoamento superficial concentrado em toda a bacia de captação para evitar o desenvolvimento de novos processos erosivos lineares, que podem evoluir de sulcos, para ravinas e voçorocas. O controle é feito de duas formas, mecânica e vegetativa. A contenção mecânica é conseguida por meio de um sistema de terraços que propicie a redução da velocidade e a divergência da água pluvial, diminuindo o aporte de águas pluviais para a cabeceira da voçoroca, disciplinando e conduzindo o escoamento até um leito estável de drenagem natural. Já a prática vegetativa, consiste na incorporação ao solo de plantas especialmente cultivadas para esse fim ou de outras vegetações cortadas quando ainda verdes, para serem enterradas. Como controle da erosão, essas plantas servem para a proteção do solo contra a ação direta da chuva quando estão vivas e depois de enterradas melhoram as condições físicas do solo pelo aumento de conteúdo de matéria orgânica, favorecendo o crescimento de novas espécies. As espécies mais utilizadas são as leguminosas, pois além de matéria orgânica, incorporam também o nitrogênio ao solo. 7. Bibliografia FILHO, Gerson Salvianos de Almeida. Diagnóstico de Processos Erosivos Lineares Associados a Eventos Pluviosos no Município de Bauru,SP. Nº 245.Dissertação (mestrado)- Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Civil. UNICAMP,2000. ROSA, F. S. et al. 1981. A erosão na região metropolitana da Grande Sao Paul o. In SIMPOSIO NACIONAL SOBRE CONTROLE DE EROSÃO, 2, 1981, Sao Paulo Anais ... Sao Paulo: ABGE. p. 75 - 100. SALOMÃO, F.X de. T., QUEIROZ NETO, J.P. 1995. Estudo da erosão em Bauru (SP visando o planejamento de uso do solo . In: SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE CONTROLE DE EROSÃO, 5, 1995, Bauru. Anais ... Sao Paulo: ABGE. p. 241-244. RAMOS, C.L. 1995a. A erosão urbana no contexto dos sistemas de drenagem . In: SIMPÓSIO NACIONAL SOBRE CONTROLE DE EROSÃO, 5, 1995, Bauru. Anais ... Sao Paulo: ABGE. p.1 01-1 03 .
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