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1 Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 2 SUMÁRIO PETIÇÃO INICIAL ............................................................................... 3 1. INTRODUÇÃO: ........................................................................... 3 1.1. EFEITOS: ............................................................................ 3 2. ELEMENTOS INTEGRANTES DA PETIÇÃO INICIAL: ...................... 4 2.1. JUÍZO A QUE É DIRIGIDA: ................................................... 4 2.2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES: ............................................... 5 2.3. FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO: ................ 5 2.3.1. CAUSA DE PEDIR REMOTA (FATOS): ................................. 6 2.3.2. CAUSA DE PEDIR PRÓXIMA (FUNDAMENTOS JURÍDICOS): . 6 2.4. PEDIDO: ............................................................................. 8 2.4.1. INTRODUÇÃO: ................................................................. 8 2.4.2. FORMALIZAÇÃO DO PEDIDO: ......................................... 10 2.4.3. MODALIDADES DE PEDIDO: ........................................... 12 2.5. VALOR DA CAUSA: ............................................................. 15 2.6. PROVAS: ........................................................................... 16 2.7. INTERESSE DO AUTOR NA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO: .................................................................................. 16 3. CONTROLE DE ADMISSIBILIDADE DA PETIÇÃO INICIAL: ........... 18 JURISPRUDÊNCIA CORRELATA .......................................................... 20 LEGISLAÇÃO CORRELATA ................................................................. 22 Este caderno foi elaborado a partir das aulas do professor Renato Montans da rede LFG de ensino. Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 3 PARTE ESPECIAL PROCEDIMENTO COMUM Meus caros, vamos entrar agora no nosso caderno dedicado ao início do procedimento comum no Código de Processo Civil. Não precisa dizer o quanto é importante esta parte do código, sendo o conteúdo de maior incidência de processo civil em provas da magistratura desde os últimos 5 anos. DICA: Pessoal, as provas têm se limitado muitas vezes a reproduzir o texto da lei. Sendo assim, dedique muito tempo à leitura do CPC seco. Este caderno tentará ao máximo expor o necessário de doutrina para qualquer prova de carreiras jurídicas (obviamente será mais que o necessário para a OAB). Então vamos lá... #VenceOsono #VamoSimbora! PETIÇÃO INICIAL 1. INTRODUÇÃO: Podemos começar dizendo que a Petição inicial pode ser vista sob 3 óticas: A) Todos têm Direito à Petição Inicial (Art. 5º, XXXV, CF e Art. 3º, CPC): O direito de se exercer a demanda em decorrência do princípio da inafastabilidade/ubiquidade; B) Exercício da demanda: Pois com ela que se exerce o direito de demandar; C) É ato formal: Quando estudamos o formalismo do processo (tipicidade processual), fazemos a divisão entre 2 grandes atos: os atos judiciais (atos do juiz e seus auxiliares) que são atos formais/solenes. Já os atos das partes não possuem forma própria EM REGRA, pois no caso da petição inicial, a lei estabelece forma própria. 1.1. EFEITOS: Gera pelo menos 3 grandes efeitos no mundo processual: a) Nascimento ao processo (Art. 2º): Pois rompe a inércia do poder judiciário; Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 4 b) Delimitar o julgamento (Arts. 141 e 492): Pois quem decide o que vai ser objeto da análise do judiciário será a parte; c) Estabiliza a competência. 2. ELEMENTOS INTEGRANTES DA PETIÇÃO INICIAL: Neste ponto, podemos estabelecer a seguinte classificação: A Petição Inicial possui elementos positivos e elementos negativos. A) POSITIVOS: a.1) Elementos identificadores da causa (Art. 319, II, III, IV): Partes, causa de pedir e o pedido; a.2) Elementos ligados aos pressupostos processuais (Art. 319, I, V, VI): Endereçamento, valor da causa e provas a.3) Elementos ligamos ao procedimento (Art. 319, VII): designação da audiência de conciliação. B) NEGATIVOS: Presentes no Art. 330, CPC. Este dispositivo trata das hipóteses de indeferimento. Sendo assim, é necessário que a petição inicial NÃO PREENCHA os requisitos do Art. 330. Vamos aos elementos em espécie: 2.1. JUÍZO A QUE É DIRIGIDA: Estamos tratando aqui do endereçamento da causa. Juízo é a unidade fragmentária mínima do poder judiciário. Sendo uma palavra ampla que não diz respeito apenas à primeira instância. Além disso, esse elemento é a forma de fixação de competência. Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 5 2.2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES: CUIDADO: Trata-se da fixação da parte e não da legitimidade. Pois a legitimidade é aferida pelo juiz (lembre-se da teoria da asserção neste ponto). A lei ainda exige a referência ao ESTADO CIVIL, por causa das ações em que ambos devem figurar juntos (verificar o Art. 73, CPC). No caso da União Estável, agora consta expressamente do código e o STJ já tem entendido que na união estável é necessária a qualificação na petição inicial. ATENÇÃO: No caso de uma união estável mesmo que não formalizada deve ser inserida na petição inicial para fins de qualificação. Deve ser posta ainda na petição a questão da PROFISSÃO. Importante meio para aferição da gratuidade de justiça ou ainda para efeitos de citação (lembre-se do domicílio profissional). Além disso, exigido também o ENDEREÇO ELETRÔNICO (Art. 246, §§ 1º e 2º). Importância neste ponto pois hoje pessoas jurídicas de direito público e grandes e médias empresas de direito privado são obrigadas a fazer cadastro para que sejam citadas preferencialmente pelo meio eletrônico. A lei ainda exige CPF e CNPJ. Já havia uma exigência em termos de resolução, mas agora está expressamente previsto em lei. #ATENÇÃO: DILIGÊNCIA O QUE ACONTECE SE O AUTOR NÃO TIVER TODOS OS DADOS DO RÉU? A lei prevê que na falta de dados, o órgão jurisdicional providenciará diligência aos órgãos públicos ou parapúblicos (Detran, Bacen, cartórios de registro etc.) Não conseguindo os dados ainda assim, estabelece-se uma instrumentalidade no seguinte sentido: A falta de informações não gera indeferimento da inicial se puder citar o réu (Arts. 4º e 277, CPC). Primazia do mérito. 2.3. FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO: Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 6 Consistem na CAUSA DE PEDIR e possuem 3 grandes finalidades: a) Ajuda na identificação da demanda: para fins de conexão, coisa julgada, litispendência, perempção; b) Auxilia no contraditório: Quando o autor narra a causa e estabelece os elementos que integra o seu direito, o réu poderá contrapor esses argumentos. c) Controla a decisão judicial (Art. 489, §1º, IV): Este dispositivo numera em 6 incisos as situações em que a decisão não se considera fundamentada. O inciso IV do §1º do Art. 489 dispõe sobre o dever de o juiz enfrentar todos os argumentos trazidos pelas partes, especialmente para infirmar a decisão. O juiz só é obrigado a enfrentar tudo que a parte falar para nega o que ela está pretendendo, mas para conceder não é necessário. Assim, negando uma causa de pedir, deverá necessariamente enfrentar todas as demais. 2.3.1. CAUSA DE PEDIR REMOTA (FATOS): Fato é o que ocorreu no plano do direito material. O fato da causa de pedir é dividido em: a) Fato Jurídico: Aqueles que delimitam a pretensão da parte, possuem suporte próprio. b) Fato Simples: Aqueles que auxiliam na identificação do fato jurídico, não possuem suporte próprio. Não se pode ir ao judiciário apenas com base no fato simples. (Exemplo: chuva no caso de um acidente– a chuva em si não é fato que por si só confere elemento jurídico) 2.3.2. CAUSA DE PEDIR PRÓXIMA (FUNDAMENTOS JURÍDICOS): É o enquadramento dos fatos no mundo do ordenamento jurídico. CUIDADO: Não confunda fundamento legal (lei) com fundamento jurídico (utilização de diversas fontes do direito – ordenamento jurídico). #APROFUNDAMENTO: Ao longo do tempo se discutiu se havia entre o fato e fundamento jurídico uma diferença quanto à relevância. Ou seja, se debatia se um era mais importante que o outro. Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 7 Diante disso, surgiram algumas teorias sobre a causa de pedir: A) TEORIA DA SUBSTANCIAÇÃO: Estabelece que os fatos são mais importantes que o fundamento jurídico, pois a alteração dos fatos gera nova demanda. Se aplica nas demandas heterodeterminadas (são aquelas identificadas prioritariamente pelos seus fatos). B) TEORIA DA INDIVIDUALIZAÇÃO/INDIVIDUAÇÃO: A fundamentação jurídica é mais importante que os fatos, sendo estes meramente secundários ou acidentais apenas para a compreensão do direito (da fundamentação jurídica). Se aplica nas demandas autodeterminadas (são aquelas identificadas prioritariamente identificadas pelos seus fundamentos jurídicos). Exemplo: reivindicatória, pois quem tem a matrícula dificilmente perderá a ação tendo em vista o fundamento no qual a ação está fundada. No panorama doutrinário, quase toda doutrina mundial segue a teoria da substanciação. Contudo, há autores (BOTELHO DE MESQUITA, TUCCI, ARAKEN DE ASSIS) que defendem a teses que o Brasil adota as duas concepções. O Brasil, pelos seguintes motivos, adota a teoria da SUBSTANCIAÇÃO: I- O CPC adota um sistema rígido de preclusões somente em relação aos fatos (Art. 329, 336 e 1014, CPC): Estes artigos formam uma espécie de microssistema de preclusões e criam um limite sobre os fatos. II- Iura Novit Curia: O juiz conhece o Direito. Assim, seria possível uma petição narrando apenas os fatos. ATENÇÃO: o juiz não está adstrito ao fundamento jurídico, mas apenas aos fatos jurídicos! III- A alteração do fato gera nova causa, a alteração do direito mantém a mesma causa, mas com novos fundamentos: É por isso que a ação de Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 8 alimentos não faz coisa julgada, pois o juiz fixa os alimentos com base na situação fática daquele momento. Se depois, a parte que dá alimentos não tem mais condições financeiras de prestá-los, poderá ingressar com REVISIONAL dos alimentos. Ou seja, uma alteração fática que permite uma nova causa sem que se ofenda a imutabilidade já ocorrida. ATENÇÃO: É possível ao magistrado alterar a fundamentação jurídica eleita pelo autor para a estruturação de sua causa (mas não pode alterar os fatos). Igualmente é possível ao autor alterar a fundamentação jurídica desde que mantenha os fatos. Contudo, em atenção à nova dimensão do contraditório (Arts. 9º e 10) a alteração da fundamentação jurídica somente poderá ser efetivada com a prévia oitiva das partes. 2.4. PEDIDO: 2.4.1. INTRODUÇÃO: Pedido é a formalização da pretensão da parte (já que estamos falando de petição inicial, trata-se do pedido do autor). OBS: Indaga-se se o réu também faz pedido. O pedido de improcedência da causa seria um pedido no sentido formal, mas não no sentido material. Agora, o réu formula pedido quando da reconvenção, da denunciação da lide, pedido contraposto. Ou seja, ele pode, em algumas situações assumir a posição ativa, mas em regra ele apenas resiste, ele não quer pedir, mas sim IMPEDIR. (“A tutela do réu se satisfaz quando o jogo acaba zero a zero” – AMARAL SANTOS). Como classificação, temos os pedidos: a) IMEDIATO: é a sentença (tutela jurisdicional); e b) MEDIATO: bem da vida. Há ainda outra classificação: a) MATERIAL: Direito; ou Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 9 b) PROCESSUAL: a exemplo de uma rescisória, Mandado de Segurança, Impugnação ao valor da causa, Impedimento/suspeição. O Brasil adotou a LIDE PROJETADA (LIEBMAN) em detrimento da lide sociológica (CARNELUTTI) conforme se extrai do Art. 141, CPC. Quando da autonomia do processo civil do direito material, enquanto os italianos em sua maioria estudavam o processo civil com base na Ação, CARNELUTTI passou a estudar o direito processual com base na LIDE (daí seu conceito tão conhecido). Para ele, a lide tinha cunho sociológico (lide é o que acontece na sociedade). LIEBMAN discordou do seu anterior e disse que lide é o que se leva ao Judiciário, criando, assim, o conceito de lide projetada. Este é o teor do Art. 141, CPC. Chamamos a atenção ainda na parte introdutória para o Art. 322, §2º do CPC. Este é o artigo que traz uma versão processual do Art. 112, CC. Temos, nesse sentido, o Enunciado 286 do FPPC: Aplica-se o §2º do Art. 322 à interpretação de todos os atos postulatórios, inclusive da contestação e do recurso. Neste ponto, observemos o disposto na jurisprudência: (...) o rigor da forma não impõe que o autor enumere seus pedidos em tópico separado na petição inicial, sendo suficiente que os pleitos sejam claros e bem delineados. Em processo, normalmente a forma das manifestações das partes não prevalece sobre o conteúdo se o teor deste deixar evidente a finalidade a que o ato visa (STJ, REsp. 748.733, Rel. Min. Francisco Falcão, j. 28.11.2006). Segundo a jurisprudência do STJ, o pedido deve ser extraído a partir de uma interpretação lógico-sistemática de todo o conteúdo da petição inicial, não se limitando ao tópico específico referente aos pedidos. Todavia, esse entendimento requer cautela em sua aplicação, de modo que o julgador não resvale para a Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 10 discricionariedade. Ainda que os fatos narrados comportem pedido de pensão, não pode o juiz, à mingua de qualquer pedido ou cogitação tendente a exigi-la, considera-la, de ofício, implícita no pedido de ressarcimento de danos materiais (STJ, REsp 1.424.164, Rel. Min. João Otávio de Noronha, j. 07.04.2015). Feita essa introdução, meus caros, vamos prosseguir... 2.4.2. FORMALIZAÇÃO DO PEDIDO: Primeira grande novidade no CPC/15 é que o pedido deve ser CERTO E DETERMINADO. ➢ O PEDIDO DEVE SER CERTO (Art. 322, CPC): é o pedido expresso, explícito. Todavia, temos aqui uma EXCEÇÃO: PEDIDO IMPLÍCITO: É aquele que não precisa ser pedido para que seja apreciado (ex: juros, correção monetária, honorários advocatícios). Neste ponto, as súmulas 254 e 256 do STF: Incluem-se os juros moratórios na liquidação, embora omisso o pedido inicial ou a condenação. Dispõe a 256 do STF: É dispensável pedido expresso para condenação do réu em honorários, com fundamento nos Arts. 63 ou 64 do CPC (o texto se refere ao CPC de 1939). ➢ O PEDIDO DEVE SER DETERMINADO (Art. 324, CPC): é o pedido que possui valor devido, ou seja, quantum debeatur. Cuidado: EXCEÇÃO: PEDIDO GENÉRICO: é aquele que não possui valor imediatamente aferível. Em regra, o pedido, apesar de genérico, gera uma sentença líquida (Art. 491, CPC), mas nem sempre. Salvo no JEC em que a Sentença é sempre liquida (Art. 38, §único da Lei 9.099/95). Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 11 Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório. Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia ilíquida, ainda que genérico o pedido. Como modalidades de pedidos genérico, temos: 1) AÇÕES UNIVERSAIS: Quando o autor não souber a universalidade de bens que compõe o seu direito (exemplo: inventário). 2) ATOOU FATO ILÍCITO INDETERMINADO: Quando o autor não puder mensurar a extensão do ato ilícito praticado pelo réu. ATENÇÃO: APARENTE ANTINOMIA ENTRE O ART. 292, V e ART. 324, §1º, II DO CPC: Vejamos o que diz os dispositivos: Art. 292, V, CPC Art.324, §1º, II, CPC Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: (...) V - Na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido Art. 324. O pedido deve ser determinado. § 1º É lícito, porém, formular pedido genérico: II- Quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato. Essa antinomia se resolve no aspecto temporal: I- Se o dano já foi consumado, o pedido deve ser determinado (Art. 292, V); II- Se o dano for continuado, o pedido será genérico (Art. 324, §1º). Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 12 3) DEPENDER DE UM ATO A SER PRATICADO PELO RÉU: Como exemplo, temos aqui a Ação de Exigir Contas. Nessas ações, o valor devido depende da conduta praticada pelo réu. 2.4.3. MODALIDADES DE PEDIDO: Numa classificação tradicional, o pedido pode ser unitário (ou simples), cumulado (cumulação própria e a imprópria) e especiais. Nossa atenção deve recair, principalmente nos pedidos cumulados. Vamos Lá! 1) PEDIDOS CUMULADOS: 1.1. Cumulação PRÓPRIA: O autor formula diversos pedidos para obter diversas pretensões. 1.1.1. Cumulação Simples: Ocorre quando o autor formula contra o mesmo réu, duas ou mais pretensões, para que o juiz aprecie todas. Nesses casos, os pedidos são autônomos entre si. É possível também que sejam feitos contra pessoas diversas. Nesse sentido: STJ, REsp 243.674 – 2003). PEDIDOS UNITÁRIO / SIMPLES CUMULADOS PRÓPRIO SIMPLES SUCESSIVO IMPRÓPRIO ALTERNATIVO SUBSIDIÁRIO ESPECIAIS Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 13 #REQUISITOS PARA CUMULAÇÃO: A) Compatibilidade: São pedidos que não se excluem mutuamente, ainda que entre eles não haja conexão (Art. 55, §3º, CPC – conexão sem conexão: Ver material de competência). B) Competência: O juízo deve ser competente para apreciar todos os pedidos formulados. Cuidado: Essa regra é direcionada para a competência ABSOLUTA (enunciado 289, FPPC). E em caso de vara única? Aí, meus caros, mesmo assim não será possível cumular no caso de competência absoluta (em razão da matéria), ou seja, será necessário mais de uma ação embora para o mesmo juízo. C) Mesmo procedimento: Os procedimentos devem ser os mesmos. Não sendo, aceita-se a cumulação se todos puderem empregar o procedimento comum, sem prejuízo de se manter as características do procedimento especial (Art. 327, §2º). 1.1.2. Cumulação Sucessiva: Nessa modalidade, o pedido sucessivo somente será apreciado se ACOLHIDO o pedido principal (prejudicialidade). Como exemplo temos: investigação de paternidade com alimentos; rescisão do contrato com perdas e danos; e rescisória. 1.2. Cumulação IMPRÓPRIA: O autor formula diversos pedidos para obter apenas uma pretensão. É imprópria, pois ela é impropriamente aferida. 1.2.1. Pedido Alternativo: Essa modalidade permite duas situações distintas: a) Por manifestação de vontade: Quando o réu tem, à sua disposição, duas ou mais maneiras de cumprir a obrigação (Art. 325, 326, §único do CPC). Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo. Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo. Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 14 326, §único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles. b) Pelo direito material: Imagine o seguinte: No plano do direito material, entre o credor e devedor, ficou estabelecido no contrato que o devedor poderia cumprir a obrigação do jeito A ou do jeito B. Imagine que o devedor não cumpriu de nenhum dos modos possíveis. Quando do ingresso em juízo, o autor exigiu o cumprimento apenas do modo B. O réu poderia, nesse caso, cumprir a obrigação do jeito A? Meus caros, a resposta é AFIRMATIVA! Se o direito material permite obrigações alternativas, o réu poderá cumprir de qualquer uma das formas, ainda que o autor, ao ingressar no judiciário, tenha pleiteado somente uma (Art. 325, §único, CPC e 252, CC). Veja o que diz a lei material: Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou. 1.2.2. Cumulação Subsidiária: Há uma escala de interesses entre os pedidos. Assim, somente será apreciado o pedido subsidiário se NEGADO o principal. Há interesse recursal do autor em pedir no tribunal o pedido principal quando o juiz lhe concedeu apenas o subsidiário. Neste sentido: Enunciado 288 do FPPC e o REsp 1.158.754, STJ. 2) PEDIDO ESPECIAL: Pedido de prestações periódicas: Nas relações de trato sucessivo, o autor formulando a primeira parcela, todas as demais serão concedidas de pleno direito. Constitui modalidade de pedido implícito. Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 15 2.5. VALOR DA CAUSA: Toda causa tem valor, mesmo que não haja conteúdo econômico aferível (Arts. 291 e 319, V, CPC). O valor da causa tem importância para fins tributários, competência, honorários, multas. Ver o Art. 292, CPC: Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a data de propositura da ação; II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato ou o de sua parte controvertida; III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais pedidas pelo autor; IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de avaliação da área ou do bem objeto do pedido; V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor pretendido; VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente à soma dos valores de todos eles; VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor; VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido principal. § 1º Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se- á o valor de umas e outras. § 2º O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das prestações. § 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes. Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 16 2.6. PROVAS: Uma primeira observação importante é a seguinte: É impossível o autor saber exatamente quais as provas que ele precisará produzir, pois ainda o réu não se manifestou. Dessa forma, o mero protesto genérico de provas não gera preclusão, pois a produção das provas se dará em momento oportuno (STF, RE 78.372). Os dispositivos mais importantes são os seguintes: Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com os documentos destinadosa provar suas alegações. Parágrafo único. Quando o documento consistir em reprodução cinematográfica ou fonográfica, a parte deverá trazê-lo nos termos do caput, mas sua exposição será realizada em audiência, intimando-se previamente as partes. Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos. Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de documentos formados após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à parte que os produzir comprovar o motivo que a impediu de juntá-los anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta da parte de acordo com o art. 5º. 2.7. INTERESSE DO AUTOR NA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO: Meus caros, aqui neste ponto é importante a leitura do Art. 334 do CPC, haja vista a cobrança nas provas ser basicamente o texto de lei. Vejamos: Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 17 conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. § 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária. § 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes. § 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu advogado. § 4º A audiência não será realizada: I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; II - quando não se admitir a autocomposição. § 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. § 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência deve ser manifestado por todos os litisconsortes. § 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei. § 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do Estado. § 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou defensores públicos. § 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração específica, com poderes para negociar e transigir. § 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por sentença. § 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da seguinte. Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 18 O que se deve saber é que agora o réu é CITADO PARA COMPARECER À AUDIÊNCIA de conciliação ou mediação. Vejamos alguns pontos importantes: 1) Em regra, não será presidida por um juiz: Devendo ser dirigida por um conciliador (atua nas causas sem prévio vínculo e sua conduta é mais ativa) ou mediador (atua nas causas com prévio vínculo e sua conduta é mais passiva). 2) É obrigatória: O não comparecimento é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e acarreta no pagamento de multa de 2% sobre o proveito econômico da causa. 3) Exclusões: a) Quando houver incompatibilidade procedimental; b) Quando o direito não admitir autocomposição; c) Quando ambas as partes recusarem: O autor na petição inicial e o réu até 10 dias antes da audiência. 4) Meio eletrônico; 5) A realização de mais de uma audiência com distância de no máximo 2 meses entre cada uma. 3. CONTROLE DE ADMISSIBILIDADE DA PETIÇÃO INICIAL: O magistrado, diante da petição inicial tem as seguintes posturas: CITAR Art. 250, II Petição inicial em ordem. Não é atividade preclusiva, pois a verificação da petição inicial é matéria de ordem pública (Arts. 337, §5º e Art. 485, §3º, CPC). Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 19 EMENDAR OU ADITAR Art. 321, CPC Quando houver dificuldade para o julgamento (falta de requisitos – vícios e pequenas irregularidades). PRAZO: 15 dias, devendo o juiz explicitar exatamente os motivos da emenda. INDEFERIR Art. 330, CPC ATENÇÃO: O Art. 330 tem que ser lido a partir do princípio da cooperação e primazia do mérito. Assim, se o vício da petição inicial for sanável, haverá prazo para regularização, caso contrário, extinção do processo sem mérito. JULGAMENTO LIMINAR DE IMPROCEDÊNCIA Art. 332, CPC Poderá o juiz, antes de citar o réu, proferir sentença de improcedência liminar se: a) Não houver outras provas a serem produzidas e b) 1-houver prescrição/decadência ou 2-a tese da petição inicial contrariar precedentes vinculantes (Art. 927, CPC). Meus caros, aqui encerramos o conteúdo relativo à petição inicial. Espero que tenham gostado do caderno e bons estudos! Divulguem e compartilhem Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 20 JURISPRUDÊNCIA CORRELATA PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. CUMULAÇÃO (IMPRÓPRIA) SUBSIDIÁRIA DE PEDIDOS. EXISTÊNCIA DE ORDEM DE PREFERÊNCIA OU DE HIERARQUIA ENTRE OS PEDIDOS. REJEIÇÃO DO PEDIDO PRINCIPAL (ANULAÇÃO DO DÉBITO). ACOLHIMENTO DO PEDIDO SUBSIDIÁRIO (COMPENSAÇÃO). SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. PRECEDENTE DA CORTES ESPECIAL/STJ. 1. A Corte Especial/STJ, ao analisar os EREsp 616.918/MG (Rel. Min. Castro Meira, sessão ordinária de 2 de agosto de 2010), firmou entendimento no sentido de que: 1) em se tratando de cumulação alternativa, hipótese em que não há hierarquia entre os pedidos, que são excludentes entre si, o acolhimento de qualquer deles satisfaz por completo a pretensão do autor, não lhe ensejando interesse em recorrer, o que impõe que os ônus sucumbenciais sejam suportados exclusivamente pelo réu; 2) tratando-se de cumulação subsidiária de pedidos, caso em que há hierarquia entre os pedidos, havendo rejeição do pedido principal e acolhimento do pedido subsidiário, surge para o autor o interesse em recorrer da decisão, sendo que tal circunstância evidencia que o autor sucumbiu em parte de sua pretensão, o que impõe que ambas as partes suportem os ônus sucumbenciais (Informativo 441/STJ). 2. No caso concreto, a autora (ora recorrente) formulou três pedidos: 1) que fosse "anulado in totum o auto de lançamento de nº 0015177017"; 2) "em não sendo deferido o pedido anterior, seja reconhecido que não houve lesão aos cofres públicos, retirando a cobrança do pagamento do ICMS e dos juros, haja vista que a autora não deixou e nem deixaria de pagar o imposto, em virtude dos créditos que tinha e com os quais permanece"; 3) "não sendo acolhidos os pedidos anteriores, seja, ao menos, reconhecido o direito da autora de compensar os créditos de ICMS que a mesma possui junto ao Estado do Rio Grande do Sul com o 'débito' oriundo do auto de lançamento de nº 0015177017". O Tribunal de origem, em sede de apelação e reexame necessário, entendeu que a sentença "considerou válido o lançamento, mas possibilitou a compensação do crédito,o que importa sucumbência recíproca, conforme o pedido". 3. Considerando que a autora (ora recorrente) estabeleceu ordem de preferência ou de hierarquia entre os pedidos formulados, a rejeição do pedido principal e o acolhimento do pedido subsidiário Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 21 faz com que fique caracterizada a sucumbência recíproca, como bem observou o Tribunal de origem. Além disso, cumpre esclarecer que é manifesto o grau de superioridade satisfativa em relação ao pedido principal, razão pela não há falar em decaimento de parte mínima do pedido (art. 21, parágrafo único, do CPC). 4. Recurso especial não provido (STJ - REsp: 1158754 RS 2009/0194363-2, Relator: Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 24/08/2010, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 30/09/2010). Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 22 LEGISLAÇÃO CORRELATA CAPÍTULO II DA PETIÇÃO INICIAL Seção I Dos Requisitos da Petição Inicial Art. 319. A petição inicial indicará: I - o juízo a que é dirigida; II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; IV - o pedido com as suas especificações; V - o valor da causa; VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. § 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. § 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. § 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou excessivamente oneroso o acesso à justiça. Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação. Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art319 Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 23 Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial. Seção II Do Pedido Art. 322. O pedido deve ser certo. § 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios. § 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé. Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las. Art. 324. O pedido deve ser determinado. § 1º É lícito, porém, formular pedido genérico: I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados; II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato; III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu. § 2º O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção. Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo. Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo. Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior. Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles. Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 24 § 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que: I - os pedidos sejam compatíveis entre si; II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. § 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum. § 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 326 . Art. 328. Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não participou do processo receberá sua parte, deduzidas as despesas na proporção de seu crédito. Art. 329. O autor poderá: I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu; II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir. Seção III Do Indeferimento da Petição Inicial Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: I - for inepta; II - a parte for manifestamente ilegítima; III - o autor carecer de interesse processual; IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 . § 1º Considera-se inepta a petição inicial quando: I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art326 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art326 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art106 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art321 Material elaborado por Genesis da Silva Honorato @materiasdedireito.doc 25 II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pedido genérico; III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. § 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito. § 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados. Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se. § 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso. § 2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a correr da intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334 . § 3º Não interposta a apelação, o réu será intimadodo trânsito em julgado da sentença. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art334
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