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PROCESSO CIVIL - PROCEDIMENTO COMUM - petição inicial

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1 
 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
2 
 
SUMÁRIO 
 
PETIÇÃO INICIAL ............................................................................... 3 
1. INTRODUÇÃO: ........................................................................... 3 
1.1. EFEITOS: ............................................................................ 3 
2. ELEMENTOS INTEGRANTES DA PETIÇÃO INICIAL: ...................... 4 
2.1. JUÍZO A QUE É DIRIGIDA: ................................................... 4 
2.2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES: ............................................... 5 
2.3. FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO: ................ 5 
2.3.1. CAUSA DE PEDIR REMOTA (FATOS): ................................. 6 
2.3.2. CAUSA DE PEDIR PRÓXIMA (FUNDAMENTOS JURÍDICOS): . 6 
2.4. PEDIDO: ............................................................................. 8 
2.4.1. INTRODUÇÃO: ................................................................. 8 
2.4.2. FORMALIZAÇÃO DO PEDIDO: ......................................... 10 
2.4.3. MODALIDADES DE PEDIDO: ........................................... 12 
2.5. VALOR DA CAUSA: ............................................................. 15 
2.6. PROVAS: ........................................................................... 16 
2.7. INTERESSE DO AUTOR NA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU 
MEDIAÇÃO: .................................................................................. 16 
3. CONTROLE DE ADMISSIBILIDADE DA PETIÇÃO INICIAL: ........... 18 
JURISPRUDÊNCIA CORRELATA .......................................................... 20 
LEGISLAÇÃO CORRELATA ................................................................. 22 
 
Este caderno foi elaborado a partir das aulas do professor Renato 
Montans da rede LFG de ensino. 
 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
3 
 
PARTE ESPECIAL 
PROCEDIMENTO COMUM 
 
Meus caros, vamos entrar agora no nosso caderno dedicado ao início do procedimento 
comum no Código de Processo Civil. Não precisa dizer o quanto é importante esta parte do 
código, sendo o conteúdo de maior incidência de processo civil em provas da magistratura desde 
os últimos 5 anos. 
 
DICA: Pessoal, as provas têm se limitado muitas vezes a reproduzir o texto da lei. Sendo assim, 
dedique muito tempo à leitura do CPC seco. Este caderno tentará ao máximo expor o 
necessário de doutrina para qualquer prova de carreiras jurídicas (obviamente será mais que o 
necessário para a OAB). Então vamos lá... #VenceOsono #VamoSimbora! 
 
 
PETIÇÃO INICIAL 
 
1. INTRODUÇÃO: 
Podemos começar dizendo que a Petição inicial pode ser vista sob 3 óticas: 
A) Todos têm Direito à Petição Inicial (Art. 5º, XXXV, CF e Art. 3º, CPC): O direito 
de se exercer a demanda em decorrência do princípio da inafastabilidade/ubiquidade; 
B) Exercício da demanda: Pois com ela que se exerce o direito de demandar; 
C) É ato formal: Quando estudamos o formalismo do processo (tipicidade processual), 
fazemos a divisão entre 2 grandes atos: os atos judiciais (atos do juiz e seus 
auxiliares) que são atos formais/solenes. Já os atos das partes não possuem forma 
própria EM REGRA, pois no caso da petição inicial, a lei estabelece forma própria. 
 
1.1. EFEITOS: 
Gera pelo menos 3 grandes efeitos no mundo processual: 
a) Nascimento ao processo (Art. 2º): Pois rompe a inércia do poder judiciário; 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
4 
 
b) Delimitar o julgamento (Arts. 141 e 492): Pois quem decide o que vai ser objeto 
da análise do judiciário será a parte; 
c) Estabiliza a competência. 
 
 
2. ELEMENTOS INTEGRANTES DA PETIÇÃO INICIAL: 
Neste ponto, podemos estabelecer a seguinte classificação: 
A Petição Inicial possui elementos positivos e elementos negativos. 
 
A) POSITIVOS: 
a.1) Elementos identificadores da causa (Art. 319, II, III, IV): Partes, 
causa de pedir e o pedido; 
a.2) Elementos ligados aos pressupostos processuais (Art. 319, I, V, 
VI): Endereçamento, valor da causa e provas 
a.3) Elementos ligamos ao procedimento (Art. 319, VII): designação da 
audiência de conciliação. 
 
 
B) NEGATIVOS: 
Presentes no Art. 330, CPC. 
Este dispositivo trata das hipóteses de indeferimento. Sendo assim, é necessário 
que a petição inicial NÃO PREENCHA os requisitos do Art. 330. 
 
Vamos aos elementos em espécie: 
 
2.1. JUÍZO A QUE É DIRIGIDA: 
Estamos tratando aqui do endereçamento da causa. 
Juízo é a unidade fragmentária mínima do poder judiciário. Sendo uma palavra ampla 
que não diz respeito apenas à primeira instância. 
 
Além disso, esse elemento é a forma de fixação de competência. 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
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2.2. QUALIFICAÇÃO DAS PARTES: 
CUIDADO: Trata-se da fixação da parte e não da legitimidade. Pois a legitimidade é 
aferida pelo juiz (lembre-se da teoria da asserção neste ponto). 
 
A lei ainda exige a referência ao ESTADO CIVIL, por causa das ações em que ambos 
devem figurar juntos (verificar o Art. 73, CPC). No caso da União Estável, agora consta 
expressamente do código e o STJ já tem entendido que na união estável é necessária a 
qualificação na petição inicial. 
ATENÇÃO: No caso de uma união estável mesmo que não formalizada deve ser inserida 
na petição inicial para fins de qualificação. 
 
Deve ser posta ainda na petição a questão da PROFISSÃO. Importante meio para aferição 
da gratuidade de justiça ou ainda para efeitos de citação (lembre-se do domicílio profissional). 
 
Além disso, exigido também o ENDEREÇO ELETRÔNICO (Art. 246, §§ 1º e 2º). 
Importância neste ponto pois hoje pessoas jurídicas de direito público e grandes e médias 
empresas de direito privado são obrigadas a fazer cadastro para que sejam citadas 
preferencialmente pelo meio eletrônico. 
 
A lei ainda exige CPF e CNPJ. Já havia uma exigência em termos de resolução, mas agora 
está expressamente previsto em lei. 
 
#ATENÇÃO: DILIGÊNCIA 
O QUE ACONTECE SE O AUTOR NÃO TIVER TODOS OS DADOS DO RÉU? 
A lei prevê que na falta de dados, o órgão jurisdicional providenciará diligência aos órgãos 
públicos ou parapúblicos (Detran, Bacen, cartórios de registro etc.) 
 
Não conseguindo os dados ainda assim, estabelece-se uma instrumentalidade no 
seguinte sentido: A falta de informações não gera indeferimento da inicial se puder citar o réu 
(Arts. 4º e 277, CPC). Primazia do mérito. 
 
2.3. FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS DO PEDIDO: 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
@materiasdedireito.doc 
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Consistem na CAUSA DE PEDIR e possuem 3 grandes finalidades: 
a) Ajuda na identificação da demanda: para fins de conexão, coisa julgada, 
litispendência, perempção; 
b) Auxilia no contraditório: Quando o autor narra a causa e estabelece os elementos 
que integra o seu direito, o réu poderá contrapor esses argumentos. 
c) Controla a decisão judicial (Art. 489, §1º, IV): Este dispositivo numera em 6 incisos 
as situações em que a decisão não se considera fundamentada. O inciso IV do §1º do 
Art. 489 dispõe sobre o dever de o juiz enfrentar todos os argumentos trazidos pelas 
partes, especialmente para infirmar a decisão. O juiz só é obrigado a enfrentar tudo 
que a parte falar para nega o que ela está pretendendo, mas para conceder não é 
necessário. Assim, negando uma causa de pedir, deverá necessariamente enfrentar 
todas as demais. 
 
2.3.1. CAUSA DE PEDIR REMOTA (FATOS): 
Fato é o que ocorreu no plano do direito material. 
O fato da causa de pedir é dividido em: 
 
a) Fato Jurídico: Aqueles que delimitam a pretensão da parte, possuem suporte próprio. 
b) Fato Simples: Aqueles que auxiliam na identificação do fato jurídico, não possuem 
suporte próprio. Não se pode ir ao judiciário apenas com base no fato simples. 
(Exemplo: chuva no caso de um acidente– a chuva em si não é fato que por si só 
confere elemento jurídico) 
 
2.3.2. CAUSA DE PEDIR PRÓXIMA (FUNDAMENTOS JURÍDICOS): 
É o enquadramento dos fatos no mundo do ordenamento jurídico. 
 
CUIDADO: Não confunda fundamento legal (lei) com fundamento jurídico (utilização de 
diversas fontes do direito – ordenamento jurídico). 
 
#APROFUNDAMENTO: 
Ao longo do tempo se discutiu se havia entre o fato e fundamento jurídico uma diferença 
quanto à relevância. Ou seja, se debatia se um era mais importante que o outro. 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
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Diante disso, surgiram algumas teorias sobre a causa de pedir: 
 
A) TEORIA DA SUBSTANCIAÇÃO: Estabelece que os fatos são mais importantes que 
o fundamento jurídico, pois a alteração dos fatos gera nova demanda. Se aplica nas 
demandas heterodeterminadas (são aquelas identificadas prioritariamente 
pelos seus fatos). 
 
B) TEORIA DA INDIVIDUALIZAÇÃO/INDIVIDUAÇÃO: A fundamentação jurídica é 
mais importante que os fatos, sendo estes meramente secundários ou acidentais 
apenas para a compreensão do direito (da fundamentação jurídica). Se aplica nas 
demandas autodeterminadas (são aquelas identificadas prioritariamente 
identificadas pelos seus fundamentos jurídicos). Exemplo: reivindicatória, pois 
quem tem a matrícula dificilmente perderá a ação tendo em vista o fundamento no 
qual a ação está fundada. 
 
No panorama doutrinário, quase toda doutrina mundial segue a teoria da substanciação. 
Contudo, há autores (BOTELHO DE MESQUITA, TUCCI, ARAKEN DE ASSIS) que defendem a 
teses que o Brasil adota as duas concepções. 
 
O Brasil, pelos seguintes motivos, adota a teoria da SUBSTANCIAÇÃO: 
 
I- O CPC adota um sistema rígido de preclusões somente em relação aos 
fatos (Art. 329, 336 e 1014, CPC): Estes artigos formam uma espécie de 
microssistema de preclusões e criam um limite sobre os fatos. 
II- Iura Novit Curia: O juiz conhece o Direito. Assim, seria possível uma petição 
narrando apenas os fatos. 
 
ATENÇÃO: o juiz não está adstrito ao fundamento jurídico, mas apenas 
aos fatos jurídicos! 
 
III- A alteração do fato gera nova causa, a alteração do direito mantém a 
mesma causa, mas com novos fundamentos: É por isso que a ação de 
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alimentos não faz coisa julgada, pois o juiz fixa os alimentos com base na situação 
fática daquele momento. Se depois, a parte que dá alimentos não tem mais 
condições financeiras de prestá-los, poderá ingressar com REVISIONAL dos 
alimentos. Ou seja, uma alteração fática que permite uma nova causa sem que se 
ofenda a imutabilidade já ocorrida. 
 
ATENÇÃO: É possível ao magistrado alterar a fundamentação jurídica eleita pelo autor 
para a estruturação de sua causa (mas não pode alterar os fatos). Igualmente é possível ao 
autor alterar a fundamentação jurídica desde que mantenha os fatos. 
Contudo, em atenção à nova dimensão do contraditório (Arts. 9º e 10) a alteração da 
fundamentação jurídica somente poderá ser efetivada com a prévia oitiva das partes. 
 
2.4. PEDIDO: 
 
2.4.1. INTRODUÇÃO: 
Pedido é a formalização da pretensão da parte (já que estamos falando de petição inicial, 
trata-se do pedido do autor). 
 
OBS: Indaga-se se o réu também faz pedido. O pedido de improcedência da causa seria 
um pedido no sentido formal, mas não no sentido material. Agora, o réu formula pedido quando 
da reconvenção, da denunciação da lide, pedido contraposto. Ou seja, ele pode, em algumas 
situações assumir a posição ativa, mas em regra ele apenas resiste, ele não quer pedir, mas sim 
IMPEDIR. (“A tutela do réu se satisfaz quando o jogo acaba zero a zero” – AMARAL SANTOS). 
 
Como classificação, temos os pedidos: 
 
a) IMEDIATO: é a sentença (tutela jurisdicional); e 
b) MEDIATO: bem da vida. 
 
Há ainda outra classificação: 
 
a) MATERIAL: Direito; ou 
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b) PROCESSUAL: a exemplo de uma rescisória, Mandado de Segurança, 
Impugnação ao valor da causa, Impedimento/suspeição. 
O Brasil adotou a LIDE PROJETADA (LIEBMAN) em detrimento da lide sociológica 
(CARNELUTTI) conforme se extrai do Art. 141, CPC. 
 
Quando da autonomia do processo civil do direito material, enquanto os italianos em sua 
maioria estudavam o processo civil com base na Ação, CARNELUTTI passou a estudar o direito 
processual com base na LIDE (daí seu conceito tão conhecido). Para ele, a lide tinha cunho 
sociológico (lide é o que acontece na sociedade). 
LIEBMAN discordou do seu anterior e disse que lide é o que se leva ao Judiciário, criando, 
assim, o conceito de lide projetada. Este é o teor do Art. 141, CPC. 
 
Chamamos a atenção ainda na parte introdutória para o Art. 322, §2º do CPC. Este é o 
artigo que traz uma versão processual do Art. 112, CC. 
Temos, nesse sentido, o Enunciado 286 do FPPC: 
Aplica-se o §2º do Art. 322 à interpretação de todos os atos 
postulatórios, inclusive da contestação e do recurso. 
 
Neste ponto, observemos o disposto na jurisprudência: 
 
(...) o rigor da forma não impõe que o autor enumere seus pedidos 
em tópico separado na petição inicial, sendo suficiente que os 
pleitos sejam claros e bem delineados. Em processo, normalmente 
a forma das manifestações das partes não prevalece sobre o 
conteúdo se o teor deste deixar evidente a finalidade a que o ato 
visa (STJ, REsp. 748.733, Rel. Min. Francisco Falcão, j. 28.11.2006). 
 
Segundo a jurisprudência do STJ, o pedido deve ser extraído a partir 
de uma interpretação lógico-sistemática de todo o conteúdo da 
petição inicial, não se limitando ao tópico específico referente aos 
pedidos. Todavia, esse entendimento requer cautela em sua 
aplicação, de modo que o julgador não resvale para a 
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discricionariedade. Ainda que os fatos narrados comportem pedido 
de pensão, não pode o juiz, à mingua de qualquer pedido ou 
cogitação tendente a exigi-la, considera-la, de ofício, implícita no 
pedido de ressarcimento de danos materiais (STJ, REsp 1.424.164, 
Rel. Min. João Otávio de Noronha, j. 07.04.2015). 
 
Feita essa introdução, meus caros, vamos prosseguir... 
 
2.4.2. FORMALIZAÇÃO DO PEDIDO: 
Primeira grande novidade no CPC/15 é que o pedido deve ser CERTO E 
DETERMINADO. 
 
➢ O PEDIDO DEVE SER CERTO (Art. 322, CPC): é o pedido expresso, explícito. 
 
Todavia, temos aqui uma EXCEÇÃO: PEDIDO IMPLÍCITO: É aquele que não precisa ser 
pedido para que seja apreciado (ex: juros, correção monetária, honorários advocatícios). 
Neste ponto, as súmulas 254 e 256 do STF: 
Incluem-se os juros moratórios na liquidação, embora 
omisso o pedido inicial ou a condenação. 
Dispõe a 256 do STF: 
É dispensável pedido expresso para condenação do réu em 
honorários, com fundamento nos Arts. 63 ou 64 do CPC (o texto 
se refere ao CPC de 1939). 
 
➢ O PEDIDO DEVE SER DETERMINADO (Art. 324, CPC): é o pedido que 
possui valor devido, ou seja, quantum debeatur. 
 
Cuidado: EXCEÇÃO: PEDIDO GENÉRICO: é aquele que não possui valor imediatamente 
aferível. Em regra, o pedido, apesar de genérico, gera uma sentença líquida (Art. 491, CPC), 
mas nem sempre. Salvo no JEC em que a Sentença é sempre liquida (Art. 38, §único da 
Lei 9.099/95). 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
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Art. 38. A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com 
breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o 
relatório. 
Parágrafo único. Não se admitirá sentença condenatória por quantia 
ilíquida, ainda que genérico o pedido. 
Como modalidades de pedidos genérico, temos: 
 
1) AÇÕES UNIVERSAIS: Quando o autor não souber a universalidade de bens que 
compõe o seu direito (exemplo: inventário). 
 
2) ATOOU FATO ILÍCITO INDETERMINADO: Quando o autor não puder mensurar 
a extensão do ato ilícito praticado pelo réu. 
 
ATENÇÃO: APARENTE ANTINOMIA ENTRE O ART. 292, V e ART. 324, 
§1º, II DO CPC: 
Vejamos o que diz os dispositivos: 
Art. 292, V, CPC 
 
Art.324, §1º, II, CPC 
 
 
Art. 292. O valor da causa constará 
da petição inicial ou da reconvenção e 
será: 
(...) 
V - Na ação indenizatória, inclusive a 
fundada em dano moral, o valor 
pretendido 
 
Art. 324. O pedido deve ser 
determinado. 
§ 1º É lícito, porém, formular pedido 
genérico: 
II- Quando não for possível 
determinar, desde logo, as 
consequências do ato ou do fato. 
 
 
Essa antinomia se resolve no aspecto temporal: 
I- Se o dano já foi consumado, o pedido deve ser determinado (Art. 292, V); 
 
II- Se o dano for continuado, o pedido será genérico (Art. 324, §1º). 
 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
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3) DEPENDER DE UM ATO A SER PRATICADO PELO RÉU: Como exemplo, temos 
aqui a Ação de Exigir Contas. Nessas ações, o valor devido depende da conduta 
praticada pelo réu. 
 
 
2.4.3. MODALIDADES DE PEDIDO: 
Numa classificação tradicional, o pedido pode ser unitário (ou simples), cumulado 
(cumulação própria e a imprópria) e especiais. 
 
Nossa atenção deve recair, principalmente nos pedidos cumulados. Vamos Lá! 
 
1) PEDIDOS CUMULADOS: 
1.1. Cumulação PRÓPRIA: O autor formula diversos pedidos para obter diversas 
pretensões. 
 
1.1.1. Cumulação Simples: 
Ocorre quando o autor formula contra o mesmo réu, duas ou mais pretensões, para 
que o juiz aprecie todas. Nesses casos, os pedidos são autônomos entre si. 
É possível também que sejam feitos contra pessoas diversas. Nesse sentido: STJ, REsp 
243.674 – 2003). 
 
PEDIDOS
UNITÁRIO / 
SIMPLES
CUMULADOS
PRÓPRIO
SIMPLES
SUCESSIVO
IMPRÓPRIO
ALTERNATIVO
SUBSIDIÁRIO
ESPECIAIS
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#REQUISITOS PARA CUMULAÇÃO: 
 
A) Compatibilidade: São pedidos que não se excluem mutuamente, ainda que 
entre eles não haja conexão (Art. 55, §3º, CPC – conexão sem conexão: Ver 
material de competência). 
B) Competência: O juízo deve ser competente para apreciar todos os pedidos 
formulados. Cuidado: Essa regra é direcionada para a competência ABSOLUTA 
(enunciado 289, FPPC). E em caso de vara única? Aí, meus caros, mesmo assim 
não será possível cumular no caso de competência absoluta (em razão da matéria), 
ou seja, será necessário mais de uma ação embora para o mesmo juízo. 
C) Mesmo procedimento: Os procedimentos devem ser os mesmos. Não sendo, 
aceita-se a cumulação se todos puderem empregar o procedimento comum, sem 
prejuízo de se manter as características do procedimento especial (Art. 327, §2º). 
 
1.1.2. Cumulação Sucessiva: 
Nessa modalidade, o pedido sucessivo somente será apreciado se ACOLHIDO o pedido 
principal (prejudicialidade). Como exemplo temos: investigação de paternidade com 
alimentos; rescisão do contrato com perdas e danos; e rescisória. 
 
1.2. Cumulação IMPRÓPRIA: O autor formula diversos pedidos para obter apenas 
uma pretensão. É imprópria, pois ela é impropriamente aferida. 
 
1.2.1. Pedido Alternativo: 
Essa modalidade permite duas situações distintas: 
 
a) Por manifestação de vontade: Quando o réu tem, à sua disposição, duas ou mais 
maneiras de cumprir a obrigação (Art. 325, 326, §único do CPC). 
Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, 
o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo. 
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao 
devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou 
de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo. 
Material elaborado por Genesis da Silva Honorato 
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326, §único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para 
que o juiz acolha um deles. 
 
b) Pelo direito material: 
Imagine o seguinte: 
No plano do direito material, entre o credor e devedor, ficou estabelecido no contrato 
que o devedor poderia cumprir a obrigação do jeito A ou do jeito B. Imagine que 
o devedor não cumpriu de nenhum dos modos possíveis. Quando do ingresso em juízo, 
o autor exigiu o cumprimento apenas do modo B. O réu poderia, nesse caso, 
cumprir a obrigação do jeito A? 
Meus caros, a resposta é AFIRMATIVA! 
Se o direito material permite obrigações alternativas, o réu poderá cumprir de qualquer 
uma das formas, ainda que o autor, ao ingressar no judiciário, tenha pleiteado somente 
uma (Art. 325, §único, CPC e 252, CC). Veja o que diz a lei material: 
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra 
coisa não se estipulou. 
 
1.2.2. Cumulação Subsidiária: 
Há uma escala de interesses entre os pedidos. Assim, somente será apreciado o pedido 
subsidiário se NEGADO o principal. 
Há interesse recursal do autor em pedir no tribunal o pedido principal quando o juiz lhe 
concedeu apenas o subsidiário. Neste sentido: Enunciado 288 do FPPC e o REsp 
1.158.754, STJ. 
 
 
2) PEDIDO ESPECIAL: 
Pedido de prestações periódicas: Nas relações de trato sucessivo, o autor formulando 
a primeira parcela, todas as demais serão concedidas de pleno direito. Constitui modalidade 
de pedido implícito. 
 
 
 
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2.5. VALOR DA CAUSA: 
Toda causa tem valor, mesmo que não haja conteúdo econômico aferível (Arts. 
291 e 319, V, CPC). 
O valor da causa tem importância para fins tributários, competência, honorários, 
multas. Ver o Art. 292, CPC: 
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção 
e será: 
I - na ação de cobrança de dívida, a soma monetariamente corrigida do 
principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, 
até a data de propositura da ação; 
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o cumprimento, 
a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato jurídico, o valor 
do ato ou o de sua parte controvertida; 
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) prestações mensais 
pedidas pelo autor; 
IV - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação, o valor de 
avaliação da área ou do bem objeto do pedido; 
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral, o valor 
pretendido; 
VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a quantia correspondente 
à soma dos valores de todos eles; 
VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de maior valor; 
VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor do pedido 
principal. 
§ 1º Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-
á o valor de umas e outras. 
§ 2º O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, 
se a obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 
(um) ano, e, se por tempo inferior, será igual à soma das prestações. 
§ 3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando 
verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou 
ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá 
ao recolhimento das custas correspondentes. 
 
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2.6. PROVAS: 
Uma primeira observação importante é a seguinte: 
É impossível o autor saber exatamente quais as provas que ele precisará produzir, pois 
ainda o réu não se manifestou. Dessa forma, o mero protesto genérico de provas não gera 
preclusão, pois a produção das provas se dará em momento oportuno (STF, RE 78.372). 
Os dispositivos mais importantes são os seguintes: 
 
Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos 
indispensáveis à propositura da ação. 
 
Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com 
os documentos destinadosa provar suas alegações. 
Parágrafo único. Quando o documento consistir em reprodução 
cinematográfica ou fonográfica, a parte deverá trazê-lo nos termos do 
caput, mas sua exposição será realizada em audiência, intimando-se 
previamente as partes. 
 
 Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos 
documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos 
depois dos articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos 
autos. 
Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de documentos 
formados após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se 
tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo 
à parte que os produzir comprovar o motivo que a impediu de juntá-los 
anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta 
da parte de acordo com o art. 5º. 
 
 
2.7. INTERESSE DO AUTOR NA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO OU MEDIAÇÃO: 
Meus caros, aqui neste ponto é importante a leitura do Art. 334 do CPC, haja vista a 
cobrança nas provas ser basicamente o texto de lei. Vejamos: 
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for 
o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de 
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conciliação ou de mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias, 
devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte) dias de antecedência. 
§ 1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará necessariamente na 
audiência de conciliação ou de mediação, observando o disposto neste 
Código, bem como as disposições da lei de organização judiciária. 
§ 2º Poderá haver mais de uma sessão destinada à conciliação e à 
mediação, não podendo exceder a 2 (dois) meses da data de realização 
da primeira sessão, desde que necessárias à composição das partes. 
§ 3º A intimação do autor para a audiência será feita na pessoa de seu 
advogado. 
§ 4º A audiência não será realizada: 
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na 
composição consensual; 
II - quando não se admitir a autocomposição. 
§ 5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu desinteresse na 
autocomposição, e o réu deverá fazê-lo, por petição, apresentada com 10 
(dez) dias de antecedência, contados da data da audiência. 
§ 6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização da audiência 
deve ser manifestado por todos os litisconsortes. 
§ 7º A audiência de conciliação ou de mediação pode realizar-se por meio 
eletrônico, nos termos da lei. 
§ 8º O não comparecimento injustificado do autor ou do réu à audiência 
de conciliação é considerado ato atentatório à dignidade da justiça e será 
sancionado com multa de até dois por cento da vantagem econômica 
pretendida ou do valor da causa, revertida em favor da União ou do 
Estado. 
§ 9º As partes devem estar acompanhadas por seus advogados ou 
defensores públicos. 
§ 10. A parte poderá constituir representante, por meio de procuração 
específica, com poderes para negociar e transigir. 
§ 11. A autocomposição obtida será reduzida a termo e homologada por 
sentença. 
§ 12. A pauta das audiências de conciliação ou de mediação será 
organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de 20 (vinte) minutos 
entre o início de uma e o início da seguinte. 
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O que se deve saber é que agora o réu é CITADO PARA COMPARECER À 
AUDIÊNCIA de conciliação ou mediação. 
Vejamos alguns pontos importantes: 
 
1) Em regra, não será presidida por um juiz: Devendo ser dirigida por um 
conciliador (atua nas causas sem prévio vínculo e sua conduta é mais ativa) 
ou mediador (atua nas causas com prévio vínculo e sua conduta é mais 
passiva). 
 
2) É obrigatória: O não comparecimento é considerado ato atentatório à 
dignidade da justiça e acarreta no pagamento de multa de 2% sobre o 
proveito econômico da causa. 
 
3) Exclusões: 
a) Quando houver incompatibilidade procedimental; 
b) Quando o direito não admitir autocomposição; 
c) Quando ambas as partes recusarem: O autor na petição inicial e o réu 
até 10 dias antes da audiência. 
 
4) Meio eletrônico; 
 
5) A realização de mais de uma audiência com distância de no 
máximo 2 meses entre cada uma. 
 
 
3. CONTROLE DE ADMISSIBILIDADE DA PETIÇÃO INICIAL: 
O magistrado, diante da petição inicial tem as seguintes posturas: 
 
 
 
CITAR 
 
 
 
Art. 250, II 
Petição inicial em ordem. Não é 
atividade preclusiva, pois a verificação 
da petição inicial é matéria de ordem 
pública (Arts. 337, §5º e Art. 485, §3º, 
CPC). 
 
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EMENDAR OU ADITAR 
 
 
 
 
Art. 321, CPC 
Quando houver dificuldade para o 
julgamento (falta de requisitos – vícios 
e pequenas irregularidades). 
 
PRAZO: 15 dias, devendo o juiz 
explicitar exatamente os motivos da 
emenda. 
 
 
 
INDEFERIR 
 
 
 
Art. 330, CPC 
ATENÇÃO: O Art. 330 tem que ser lido 
a partir do princípio da cooperação e 
primazia do mérito. 
Assim, se o vício da petição inicial for 
sanável, haverá prazo para 
regularização, caso contrário, 
extinção do processo sem mérito. 
 
 
JULGAMENTO LIMINAR 
DE IMPROCEDÊNCIA 
 
Art. 332, CPC Poderá o juiz, antes de citar o réu, 
proferir sentença de improcedência 
liminar se: 
 
a) Não houver outras provas a 
serem produzidas e 
 
b) 1-houver prescrição/decadência 
ou 2-a tese da petição inicial 
contrariar precedentes 
vinculantes (Art. 927, CPC). 
 
 
Meus caros, aqui encerramos o conteúdo relativo à petição inicial. 
 
Espero que tenham gostado do caderno e bons estudos! 
Divulguem e compartilhem 
 
 
 
 
 
 
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JURISPRUDÊNCIA CORRELATA 
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. CUMULAÇÃO (IMPRÓPRIA) 
SUBSIDIÁRIA DE PEDIDOS. EXISTÊNCIA DE ORDEM DE PREFERÊNCIA OU DE 
HIERARQUIA ENTRE OS PEDIDOS. REJEIÇÃO DO PEDIDO PRINCIPAL 
(ANULAÇÃO DO DÉBITO). ACOLHIMENTO DO PEDIDO SUBSIDIÁRIO 
(COMPENSAÇÃO). SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA. PRECEDENTE DA CORTES 
ESPECIAL/STJ. 1. A Corte Especial/STJ, ao analisar os EREsp 616.918/MG (Rel. 
Min. Castro Meira, sessão ordinária de 2 de agosto de 2010), firmou 
entendimento no sentido de que: 1) em se tratando de cumulação alternativa, 
hipótese em que não há hierarquia entre os pedidos, que são excludentes entre 
si, o acolhimento de qualquer deles satisfaz por completo a pretensão do autor, 
não lhe ensejando interesse em recorrer, o que impõe que os ônus sucumbenciais 
sejam suportados exclusivamente pelo réu; 2) tratando-se de cumulação 
subsidiária de pedidos, caso em que há hierarquia entre os pedidos, havendo 
rejeição do pedido principal e acolhimento do pedido subsidiário, surge para o 
autor o interesse em recorrer da decisão, sendo que tal circunstância evidencia 
que o autor sucumbiu em parte de sua pretensão, o que impõe que ambas as 
partes suportem os ônus sucumbenciais (Informativo 441/STJ). 2. No caso 
concreto, a autora (ora recorrente) formulou três pedidos: 1) que fosse "anulado 
in totum o auto de lançamento de nº 0015177017"; 2) "em não sendo deferido 
o pedido anterior, seja reconhecido que não houve lesão aos cofres públicos, 
retirando a cobrança do pagamento do ICMS e dos juros, haja vista que a autora 
não deixou e nem deixaria de pagar o imposto, em virtude dos créditos que tinha 
e com os quais permanece"; 3) "não sendo acolhidos os pedidos anteriores, seja, 
ao menos, reconhecido o direito da autora de compensar os créditos de ICMS 
que a mesma possui junto ao Estado do Rio Grande do Sul com o 'débito' oriundo 
do auto de lançamento de nº 0015177017". O Tribunal de origem, em sede de 
apelação e reexame necessário, entendeu que a sentença "considerou válido o 
lançamento, mas possibilitou a compensação do crédito,o que importa 
sucumbência recíproca, conforme o pedido". 3. Considerando que a autora (ora 
recorrente) estabeleceu ordem de preferência ou de hierarquia entre os pedidos 
formulados, a rejeição do pedido principal e o acolhimento do pedido subsidiário 
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faz com que fique caracterizada a sucumbência recíproca, como bem observou o 
Tribunal de origem. Além disso, cumpre esclarecer que é manifesto o grau de 
superioridade satisfativa em relação ao pedido principal, razão pela não há falar 
em decaimento de parte mínima do pedido (art. 21, parágrafo único, do CPC). 4. 
Recurso especial não provido (STJ - REsp: 1158754 RS 2009/0194363-2, Relator: 
Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, Data de Julgamento: 24/08/2010, T2 - 
SEGUNDA TURMA, Data de Publicação: DJe 30/09/2010). 
 
 
 
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LEGISLAÇÃO CORRELATA 
CAPÍTULO II 
DA PETIÇÃO INICIAL 
Seção I 
Dos Requisitos da Petição Inicial 
 Art. 319. A petição inicial indicará: 
I - o juízo a que é dirigida; 
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a 
profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro 
Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência 
do autor e do réu; 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; 
IV - o pedido com as suas especificações; 
V - o valor da causa; 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos 
alegados; 
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de 
mediação. 
§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, 
na petição inicial, requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção. 
§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações 
a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu. 
§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no 
inciso II deste artigo se a obtenção de tais informações tornar impossível ou 
excessivamente oneroso o acesso à justiça. 
 Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à 
propositura da ação. 
 Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos 
dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de 
dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 
(quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser 
corrigido ou completado. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art319
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Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição 
inicial. 
Seção II 
Do Pedido 
 Art. 322. O pedido deve ser certo. 
§ 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as 
verbas de sucumbência, inclusive os honorários advocatícios. 
§ 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará 
o princípio da boa-fé. 
 Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em prestações 
sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente 
de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquanto 
durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de 
consigná-las. 
 Art. 324. O pedido deve ser determinado. 
§ 1º É lícito, porém, formular pedido genérico: 
I - nas ações universais, se o autor não puder individuar os bens demandados; 
II - quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou 
do fato; 
III - quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de 
ato que deva ser praticado pelo réu. 
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se à reconvenção. 
 Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o 
devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo. 
Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, 
o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, 
ainda que o autor não tenha formulado pedido alternativo. 
 Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que 
o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior. 
Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que 
o juiz acolha um deles. 
 Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de 
vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. 
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§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que: 
I - os pedidos sejam compatíveis entre si; 
II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; 
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. 
§ 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será 
admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo 
do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos 
procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que 
não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum. 
§ 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumulações de pedidos de que trata o art. 
326 . 
 Art. 328. Na obrigação indivisível com pluralidade de credores, aquele que não 
participou do processo receberá sua parte, deduzidas as despesas na proporção 
de seu crédito. 
 Art. 329. O autor poderá: 
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, 
independentemente de consentimento do réu; 
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, 
com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade 
de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o 
requerimento de prova suplementar. 
Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva 
causa de pedir. 
Seção III 
Do Indeferimento da Petição Inicial 
 Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: 
I - for inepta; 
II - a parte for manifestamente ilegítima; 
III - o autor carecer de interesse processual; 
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321 . 
§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando: 
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art326
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art326
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art106
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art321
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II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se 
permite o pedido genérico; 
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; 
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. 
§ 2º Nas ações que tenham por objeto a revisão de obrigação decorrente de 
empréstimo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena 
de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, 
aquelas que pretende controverter, além de quantificar o valor incontroverso do 
débito. 
§ 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontroverso deverá continuar a ser pago no 
tempo e modo contratados. 
 Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no 
prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se. 
§ 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao 
recurso. 
§ 2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação 
começará a correr da intimação do retorno dos autos, observado o disposto 
no art. 334 . 
§ 3º Não interposta a apelação, o réu será intimadodo trânsito em julgado da 
sentença. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13105.htm#art334

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