Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Isadora Ribeiro Renó-T61-Fisiologia III Regulação Ácido-Base Para haver homeostasia é preciso um equilíbrio entre a ingestão/ produção de H+ e a remoção efetiva do H+ do organismo. Os Rins possuem papel importante na regulação da remoção de H+ do meio extracelular, porém o controle da [H+] envolve mais do que somente eliminação pelos rins, precisamos de tamponamento ácido-base que envolve o sangue, as células e os pulmões CONCENTRAÇÃO DO H+ É PRECISAMENTE REGULADA A concentração normal extracelular de H+ representa em média 0,00004 mEq/L, as concentrações são milimetricamente reguladas pois as atividades de quase todas as enzimas do organismo são influenciadas pela [H+] ÁCIDOS E BASES: DEFINIÇÕES E SIGNIFICADOS Variações que Ocorrem na Acidose e na Alcalose A [H+] plasmática costuma ser de aprox. 40 nEq/L, variações normais ficam entre 3 e 5 nEq/L, sob condições extremas a concentração de H+ pode variar de 10 nEq/L a 160 nEq/L sem causar morte. Por ser uma concentração baixa costumamos expressá-la em logaritmo (pH normal aprox. é de 7,4) ➢ Pela formula podemos observar que o pH é inversamente proporcional a [H+], portanto um pH baixo corresponde à [H+] elevada ➢ pH normal do sangue arterial é de 7,4, enquanto o do sangue venoso e dos líquidos intersticiais é de cerca de 7,35 pelas quantidades extras de CO2 ➢ pH abaixo de 7,4 é uma acidose e quando ele está acima de 7,4 temos uma alcalose ➢ pH entre 6,8 e 8,0 permite que a pessoa sobreviva, no limite, por poucas horas DEFESAS CONTRA VARIAÇÕES DA [H+]: TAMPÕES, PULMÕES E RINS Temos 3 sistemas que regulam [H+]: 1) Sistemas tampões químicos ácido-base dos líquidos corporais, que se combinam com ácido ou a base para evitar alterações excessivas da [H+] Os Sistemas tampões não eliminam ou acrescentam íons H+ ao corpo, apenas os mantêm controlados até que o equilíbrio possa ser restabelecido 2) Centro respiratório, que regula a remoção de CO2 do líquido extracelular O S. Respiratório age em questão de minutos eliminando o CO2, e por conseguinte, o H2CO3 do organismo 3) Rins que podem excretar urina ácida ou alcalina, reajustando a [H+] no meio extracelular para níveis normais, na acidose ou na alcalose A resposta mais lenta da defesa do organismo, consegue eliminar o excesso de ácido ou base do organismo, resposta relativamente mais lenta do que 1 e 2, mas por períodos de horas a dias eles são os reguladores ácido-base mais potentes TAMPONAMENTO DE H+ NOS LÍQUIDOS CORPORAIS O H+ livre se une a substância tampão formando um ácido fraco, que pode permanecer como molécula associada ou se dissociar de volte formando Tampão + H+ Isadora Ribeiro Renó-T61-Fisiologia III ➢ quando a [H+] aumenta a reação desloca para a direta e mais H+ se liga ao tampão, desde que haja tampão disponível e vice-versa SISTEMA TAMPÃO DO BICARBONATO Consiste em uma solução aquosa com 2 ingredientes: (1) ácido fraco o H2CO3 e (2) sal bicarbonato, como o bicarbonato de sódio 1) H2CO3 é formado pela reação do CO2 com H20, em uma reação lenta que precisa ser catalisada pela anidrase carbônica: enzima especialmente abundante nas paredes dos alvéolos pulmonares, onde o CO2 é liberado, e também presente nas células epiteliais dos túbulos renais 2) O segundo componente do sistema, o sal bicarbonato, ocorre predominantemente como NaHCo3 no meio extracelular, ele se ioniza formando HCO3- e Na+ 3) Sistema acoplado: pela fraca dissociação de H2CO3 a [H+] é pequena 4) Quando temos no meio um ácido forte temos maior presença de H+: esse H+ será tamponado pelo HCO3-, formando mais ácido carbônico, que por sua vez se dissocia formando CO2 + H2O (CO2 em excesso estimula a respiração eliminando CO2) Tampão Bicarbonato é o mais Importante do Meio Extracelular Temos a reação oposta quando acrescentamos uma base forte ao tampão se bicarbonato 1) Quando o OH- se combina com o ácido carbônico temos a formação de HCO3- 2) Base fraca substitui a base forte e ao mesmo tempo a [ácido carbônico] diminui, fazendo com que mais CO2 se combine com H2O para repor o ácido carbônico no organismo O resultado efetivo é a tendencia de diminuição dos níveis de CO2 no sangue, mas a diminuição de CO2 no sangue inibe a respiração e diminui a expiração de CO2. O aumento de HCO3- no sangue é compensado pelo aumento da excreção renal e HCO3- O Sistema Tampão Bicarbonato é o Tampão Extracelular mais Importante O sistema tampão bicarbonato existe cerca de 20 vezes mais na forma de HCO3- do que na forma de CO2 dissolvido, por isso o sistema opera na porção da curva de tamponamento em que a inclinação é pouco íngreme e o poder de tamponamento é deficiente, porém esse é o extracelular mais potente no organismo, pois os dois elementos do sistema tampão (HCO3- e CO2) são regulados respectivamente pelos Rins e pelos Pulmões, com isso, o pH do meio extracelular pode ser controlado pela intensidade relativa da remoção e da adição de HCOo3- pelos rins e pela intensidade de remoção de CO2 pelos pulmões SISTEMA TAMPÃO FOSFATO Possui papel importante no tamponamento do líquido tubular renal e dos intracelulares, seus principais elementos são o H2PO4- e HPO4- 1) quando acrescentamos uma base forte à mistura dessas duas substâncias o hidrogênio é aceito pela base HPO4- e Isadora Ribeiro Renó-T61-Fisiologia III convertido em H2PO4 = Por conta disso o ácido forte é substituído por quantidade adicional de ácido fraco (NaH2Po4) e a queda de pH é minimizada 2) quando uma base forte é acrescentada a esse sistema tampão o OH- é tamponado pelo H2Po4 formando quantidades adicionais de HPO4- + H2O. Nesse caso a base forte é trocada por uma base fraca o que causa um aumento discreto no pH O Sistema Tampão fosfato tem pK de 6,8, valor próximo ao pH do corpo, permitindo que ele opere próximo do seu poder máximo de tamponamento, porém sua concentração extracelular é baixa, assim seu poder é bem menor Em contraste com o seu papel secundário como tampão extracelular ele é especialmente importante nos líquidos tubulares dos rins pois ➢ O fosfato fica geralmente muito concentrado nos túbulos, aumentando o poder de tamponamento do sistema fosfato ➢ Líquido tubular geralmente tem pH menor que o líquido extracelular, e a faixa operacional do tampão fica próxima a pK (6,8) do sistema Sistema tampão fosfato é também importante no tamponamento intracelular pois a concentração de fosfato nele é bem maior que no meio extracelular, além disso o pH intracelular é mais baixo e assim é mais próximo do pK do sistema tampão fosfato PROTEÍNAS SÃO IMPORTANTES TAMPÕES INTRACELULARES São tampões abundantes no corpo por estarem em concentrações elevadas, especialmente no meio intracelular: o pH dessas células embora mais baixo que o extracelular varia proporcionalmente as alterações de pH extracelular. Existe pouca difusão de H+ e HCO3- pela membrana celular, embora esses íons levem poucas horas para atingir o equilíbrio com o meio extracelular (exceto as hemácias que atingem equilíbrio rápido), o CO2, no entanto pode se difundir rapidamente pelas membranas celulares ➢ essa difusão dos elementos do sistema tampão bicarbonato causa variações no pH do líquido intracelular quando ocorrem alterações no Ph extracelular = por isso os sistemas tampões intracelulares ajudam a prevenir mudanças no pH extracelular, mas podem levar horas para serem efetivos ao máximo Nas Hemácias, a Hemoglobina (Hb) é um tampão importante: ➢ Cerca de 60 a 70% do tamponamento químico total dos líquidos corporais ocorre no interior das células, e esse tamponamento em grande parte ocorre pelas proteínas intracelulares = porém, exceto nas hemácias, a lentidão com que H+ e HCO3- se movem pelas membranas retarda, muitas vezes por horas, a capacidade máxima das proteínas tamponarem anormalidades ácido-base extracelulares REGULAÇÃO RESPIRATÓRIO DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASEA 2ª linha de defesa contra distúrbios ácido-base é o controle da [CO2] extracelular pelos pulmões, o aumento da ventilação elimina o CO2 do meio extracelular que, por ação das massas, reduz a [H+], em contraste, menor ventilação aumenta o CO2, elevando a [H+] extracelular Expiração Pulmonar de CO2 Balanceia a Formação Metabólica de CO2 O CO2 é formado continuamente no corpo pelos processos metabólicos intracelulares, depois de formado ele se difunde indo das: Isadora Ribeiro Renó-T61-Fisiologia III Células => Líquidos intersticiais => Sangue => Pulmões => se difunde nos alvéolos => Atmosfera pela ventilação pulmonar ➢ Se a formação metabólica de CO2 aumenta a Pco2 extracelular também aumenta ➢ Se a ventilação pulmonar aumenta CO2 será expelido pelos pulmões, e a Pco2 extracelular diminuirá Aumento da Ventilação Alveolar diminui a [H+] extracelular e eleva o pH Se a formação metabólica de CO2 for constante o único fator que afetará aPco2 extracelular será a ventilação alveolar: quanto maior a ventilação alveolar menor a Pco2, e quando a [CO2] aumenta a [H2CO3] e a [H+] também aumentam, diminuindo o pH extracelular A imagem mostra as mudanças do pH sanguíneo causadas por elevação ou redução da ventilação alveolar ➢ o aumento da ventilação para aprox. o dobro do normal aumenta o pH extracelular em cerca de 0,23 ➢ a redução da ventilação para ¼ do normal reduz o pH em 0,45 Aumento da [H+] estimula a Ventilação Alveolar A concentração de [H+] afeta a ventilação alveolar, ela aumenta até 4 a 5 vezes do normal quando o pH diminui, da mesma forma que um aumento do pH plasmático acima de 7,4 causa uma redução da ventilação alveolar ➢ A variação da ventilação por unidade de pH é bem maior em níveis reduzidos do pH (o que corresponde a uma [H+] elevada = pois quando a ventilação alveolar diminui por aumento de pH a quantidade de oxigênio acrescentada ao sangue e a pressão parcial do oxigênio (Po2) no sangue também caem, o que estimula a ventilação ➢ Portanto, a compensação respiratória ao aumento do pH não é tão efetiva quanto a resposta à redução do pH Controle por Feedback da [H+] pelo Sistema Respiratório Uma elevação da [H+] estimula a respiração, e como o aumento da ventilação alveolar diminui a [H+] o S. Respiratório age como controlador por feedback negativo da [H+] ➢ Quando a [H+] se eleva acima do normal o sistema respiratório é estimulado e a ventilação alveolar aumenta ➢ Isso diminui a Pco2 extracelular e diminui a [H+] ➢ Se a [H+] diminui abaixo do normal o centro respiratório é inibido e a ventilação alveolar diminui, para que a [H+] volte ao normal Eficiência do Controle Respiratório da [H+] O controle respiratório não retorna ao normal a [H+] de forma precisa quando um transtorno fora do sistema respiratório altera o pH ➢ Geralmente o mecanismo respiratório tem eficiência de 50 a 75% no controle da [H+] Poder Tamponante do S. Respiratório Isadora Ribeiro Renó-T61-Fisiologia III A regulação respiratória é ativada rapidamente e evita que a [H+] se altere muito até que a resposta mais lenta dos Rins consiga eliminar a falha de equilíbrio, a capacidade de tamponamento do S. Respiratório é de 1 a 2 vezes maior que o poder de tamponamento de todos os tampões químicos extracelulares combinados O Comprometimento da Função Pulmonar pode causar Acidose Respiratória Anormalidades da respiração podem causar mudanças na [H+] ➢ Enfisema grave: diminui a capacidade dos pulmões de eliminar CO2, causando acúmulo de CO2 extracelular, o que tem tendencia da causar Acidose respiratória Além disso, a capacidade de responder à acidose metabólica fica comprometida, pois as reduções compensatórias da Pco2, que normalmente ocorreriam por aumento de ventilação, estão prejudicadas Assim, Rins representam único mecanismo fisiológico remanescente para fazer com que o pH retorne ao normal após o tamponamento químico inicial do líquido extracelular CONTROLE RENAL DO EQUÍLIBRIO ÁCIDO-BASE Os Rins controlam o equilíbrio ácido-base ao excretarem urina mais ácida ou básica como mecanismo de compensação do pH no líquido extracelular ➢ Grandes quantidades de Bicarbonato (HCO3-) são filtradas de forma contínua em direção aos túbulos, e se forem excretadas na urina elas removem base do sangue ➢ Grandes quantidades de H+ são secretadas no lúmen tubular pelas células epiteliais tubulares, removendo ácido do sangue Se for secretado mais H+ do que HCO3- temos perda renal de ácido extracelular, e se ocorre o inverso temos perda renal de base Alcalose: temos redução da [H+] extracelular, com isso os Rins excretam menos H+ e não conseguem reabsorver todo o HCO3- filtrado, aumentando a excreção de bicarbonato, como o bicarbonato normalmente tampona o H+ no líquido extracelular essa perda de HCO3- significa o mesmo que acrescentar H+ ➢ Remoção de HCO3- eleva a [H+] aos níveis normais Acidose: Rins excretam H+ adicional e não excretam HCO3- na urina, mas reabsorvem todo o HCO3- filtrado e produzem novo bicarbonato, que é acrescentado de volta ao meio extracelular, reduzindo a [H+] do líquido extracelular a níveis normais SECREÇÃO DE H+ E REABSORÇÃO DE HCO3- PELOS TÚBULOS RENAIS A secreção de íons H+ e a reabsorção de HCO3- ocorrem em todas as partes dos túbulos, exceto nas porções finas descendentes e ascendentes na Alça de Henle ➢ Para cada HCO3- reabsorvido um H+ deve ser secretado Cerca de 80 a 90% da reabsorção de HCO3- (e excreção de H+) ocorrem no túbulo proximal, e apenas pequena quantidade de HCO3- flui em direção aos túbulos distais e ductos coletores O Mecanismo pelo qual o HCO3- é reabsorvido envolve a secreção tubular de H+ H+ é Secretado por Transporte Ativo Secundário nos Segmentos Tubulares iniciais Isadora Ribeiro Renó-T61-Fisiologia III As células epiteliais do túbulo proximal do Segmento espesso ascendente da Alça de Henle e do Início do Túbulo distal: ➢ Secretam H+ em direção ao líquido tubular por cotransporte de sódio-hidrogênio: H+ é secretado em direção ao lúmen tubular e em troca temos sódio (Na+) em direção as células = a energia para que o H+ se mova contra o seu gradiente de concentração é derivada do gradiente de sódio dissipado pelo movimento de Na+ em direção à célula, a favor do seu gradiente de concentração Bomba de Sódio e Potássio ATPase (Na+/K+ ATPase): retira sódio (Na+) das células criando um gradiente de concentração favorável para que sódio do lúmen tubular vá em direção as células causando saída de H+ ➢ H+ secretado realiza a reabsorção de HCO3- 1) CO2 se difunde em direção as células tubulares ou é formado pelo metabolismo das células epiteliais tubulares 2) Anidrase Carbônica: faz com que CO2 se combine com o H2O formando H2CO3 (ácido carbônico) 3) Ácido carbônico se dissocia formando: HCO3- + H+ 4) H+ é secretado em direção ao lúmen tubular por antiporte com sódio (Na+) 5) HCO3- gerado na célula se move a favor do gradiente de concentração através da membrana basolateral em direção ao líquido intersticial renal e depois para o sangue capilar peritubular = reabsorção de 1 íon HCO3- para cada 1 H+ secretado HCO3- Filtrado é Reabsorvido pela Interação com Íons Hidrogênio nos Túbulos O HCO3- não permeia prontamente as membranas luminais das células tubulares renais, assim, o bicarbonato filtrado pelos glomérulos não pode ser reabsorvido diretamente, e o HCO3- é reabsorvido por processo especial: 1) HCO3- se combina com o H+ para formar ácido carbônico 2) Ácido carbônico se dissocia formando: CO2 + H2O Esse processo ocorre nos túbulos com o HCO3- filtrado pelos glomérulos e o H+ secretado pelas células tubulares, formando ácido carbônico que se dissocia formando CO2 e H2O 1) CO2 se difunde pela membrana tubular: onde se recombina com H2O por ação da Anidrase Carbônica gerando nova molécula de ácido carbônico no interior das células 2)Ácido carbônico se dissocia formando HCO3- + H+ no interior das células 3) HCO3- se difunde pela membrana basolateral em direção ao interstício, sendo captado pelo sangue dos capilares peritubulares Transporte de HCO3 pela membrana basolateral é facilitado por 2 mecanismos: (1) cotransporte de Na+/HCO3- no túbulo proximal; e (2) troca de Cl-/HCO3- nos últimos segmentos do túbulo proximal, no segmento ascendente espesso da alça de henle e nos túbulos e ductos coletores HCO3- é “Titulado” Contra o H+ nos Túbulos Os íons H+ e HCO3- entram nos túbulos em quantidades quase iguais e se combinam para acabar formando CO2 e H2O = eles se “titulam” nos túbulos Isadora Ribeiro Renó-T61-Fisiologia III ➢ Geralmente existe pequeno excesso de H+ nos túbulos a ser excretado na urina: esse excesso é eliminado pela urina (cerca de 80 mEq/L por dia) e retira do organismo os ácidos voláteis que ele mesmo produz Alcalose Metabólica: teremos excesso de HCO3- em relação ao H+ na urina, pois o excesso de HCO3- que não pôde ser reabsorvido permanece nos túbulos, auxiliando a corrigir a alcalose metabólica Acidose Metabólica: excesso de H+ em relação ao HCO3-, o que causa reabsorção completa de HCO3-, o H+ chega à urina, e se combina com tampões urinários, como fosfato e amônia, sendo posteriormente excretado como sal Secreção Ativa Primária de H+ nas Cél. Intercaladas dos Túbulos Distais e Coletores O processo de secreção ativa primária de H+ ocorre na membrana luminal da célula tubular: ➢ H+ é transportado diretamente por proteínas específicas, a ATPas transportadores de hidrogênio e Transportador Hidrogênio-Potássio-ATPase = a energia necessária para bombear o H+ deriva da degradação de ATP em ADP A secreção ativa primária de H+ ocorre em um tipo especial de células: as Células Intercaladas do Tipo A (no final do Túbulo Distal e nos Túbulos Coletores). A secreção de íons H+ é em 2 etapas: 1) CO2 dissolvido na célula se combina com H2O para formar H2CO3 (ácido carbônico) 2) H2CO3 se dissocia em HCO3- e H+: HCO3- é reabsorvido em direção ao sangue e o H+ é secretado em direção ao lúmen tubular por transportadores (bomba ativa de H+) ➢ Mecanismo importante na formação de urina muito ácida COMBINAÇÃO DE EXCESSO DE H+ COM TAMPÕES FOSFATO E AMÔNIA NO TÚBULO GERA “NOVO” HCO3- Quando a quantidade de H+ secretado em direção aos túbulos é maior que a quantidade de HCO3- filtrado, apenas pequena parte do H+ em excesso pode ser excretado na urina na sua forma iônica, pois a urina possui um pH mínimo de cerca de 4,5 ➢ Por isso parte do H+ se combina com tampões no líquido tubular: os mais importantes são o fosfato e o amônia, urato e citrato são menos importantes ➢ Quando o excesso de H+ tubular se combina com outros tampões, que não o HCO3-, temos geração de “novo” HCO3-, que também pode entrar no sangue Assim, quando há excesso de H+ extracelular os Rins não só absorvem todo o HCO3- filtrado, como também geram HCO3- ajudando a repor o HCO3- perdido no líquido extracelular durante a Acidose Sistema Tampão Fosfato transporta excesso de H+ para a Urina: gera Novo HCO3- Sistema tampão fosfato são concentrados no líquido tubular: H+ é excretado em combinação com o tampão fosfato 1) Enquanto houver excesso de HCO3- no líquido tubular grande parte do H+ secretado se combina com HCO3- Isadora Ribeiro Renó-T61-Fisiologia III 2) Quando todo o HCO3- tiver sido reabsorvido e não estiver mais disponível para se combinar com o H+ o excesso de H+ pode se combinar com fosfato ou outros tampões tubulares Neste caso, o HCO3- que é gerado na célula tubular e entra no sangue peritubular representa ganho efetivo de HCO3- pelo sangue ao invés de simplesmente ser reposição do HCO3- filtrado = sempre que um H+ secretado no lúmen tubular se combinar com um tampão que não seja o HCO3- o efeito líquido é a “Adição de novo HCO3-“ao sangue = repõe as reservas de HCO3- do líquido extracelular Excreção do Excesso de H+ e Geração de Novo HCO3-: Sistema Tampão Amônia Sistema composto pela amônia (NH3) e pelo íon amônio (NH4+): íon amônio é sintetizado a partir da Glutamina (que se origina pelo metabolismo de aminoácidos no Fígado) ➢ Glutamina liberada para os Rins é transportada pelas células epiteliais dos túbulos proximais, segmento ascendente espesso da alça de henle e dos túbulos distais ➢ Uma vez dentro das células a Glutamina é metabolizada em uma série de reações que formam: 2 NH4+ + 2 HCO3- ➢ NH4+: é secretado em direção ao lúmen tubular por mecanismo de cotransporte em troca de sódio (Na+), que é reabsorvido ➢ HCO3- é transportado pela membrana basolateral em conjunto com o Na+ reabsorvido em direção ao líquido intersticial, e é captado pelos capilares peritubulares ➢ Para cada molécular de Glutamina metabolizada no túbulo proximal 2 NH4+ são secretados na urina e 2 HCO3- são reabsorvidos no sangue = HCO3- gerado por esse processo constitui o “novo HCO3-“ Nos túbulos coletores a adição de NH4+ ao líquido tubular ocorre por mecanismo diferente: ➢ H+ é secretado pela membrana tubular em direção ao lúmen: onde se combina com NH3 formando NH4+ = que será excretado ➢ Ductos coletores são permeáveis ao NH3: ele consegue se difundir em direção ao lúmen tubular ➢ Porém, a membrana luminal dessa parte dos túbulos é bem menos permeavel ao NH4+: assim, quando o H+ reage com o NH3 formando NH4+ ele fice preso ao lúmen e é eliminado na urina Acidose Crônia Aumenta a Excreção de NH4+ Elevação da [H+] no líquido extracelular estimula o metabolismo renal da Glutamina, elevando a formaçao de NH4+ e “novo” HCO3- para serem usados no tamponamento de H+, a diminuição da [H+] possui efeito oposto Em condições normais o H+ eliminado pelo sistema tampão amônia é responsa´vel por cerca de 50% do ácido excretado e 50% do novo HCO3- gerado pelos Rins. Porém, na Acidose Crônica a excreção de NH4+ pode aumentar para até 500 mEq/dia
Compartilhar