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212 – 4o BIMESTRE O Oriente Médio é uma região estratégica em termos econômicos e geopolíticos, visto que conecta a Ásia, a Europa e a África. Além disso, nesse território estão loca- lizadas as maiores jazidas de petróleo do mundo, que enriqueceram monarcas e xeques e transformaram áreas desérticas em cidades com centros de alto luxo. A região é composta de 15 países e ocupa uma área de 6,8 milhões de km2, na qual se concentra uma população de aproximadamente 350 milhões de habitantes, a maioria árabes de religião muçulmana. Israel, cuja população é pre- dominantemente judaica, é uma exceção. No Oriente Médio existem tensões e conflitos, como entre israelitas (judeus) e árabes (muçulmanos). A posse das jazidas de petróleo e o controle do seu fluxo também motivam enfrentamentos entre os países. Doha, capital do Catar, é uma das cidades que receberam grandes investimentos para garantir a atração de consumidores das classes médias e altas de países europeus, americanos e asiáticos. Esse “Novo Oriente Médio” também passou a receber importantes eventos esportivos. Na fotografia, área do Estádio Internacional Khalifa (2017). VA LE R Y SH A R IF U LI N /T A SS /G ET TY IM A G ES C A P Í T U L O 212 Unidade VII – Ásia: Índia e Oriente Médio Oriente Médio: região estratégica15 https://mega.nz/file/HcZChByJ#G2_Vp9sv1YD_-ifl2O3B7zNxp6xeo99kme65ongyVCA https://mega.nz/file/L8xGWYKT#yLfnWsTJ7Nuf4H5QaQMRwPGS84B9wKllJ1GRg4G13og https://drive.google.com/file/d/1dovqYJwmvDfhI8-rzQxWz-Mfx9s8euSS/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1qNfRPTzovO0Fr-6SzXI8P9vQ_5EmVXBu/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1tbhFSqDNOCdBY7_oxYlc_bwdqbBXor06/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/18EzZzviIUctB-Pg3o1dudzUQidWkZqVf/view?usp=sharing capri Realce capri Realce capri Realce ,ì €8,Ê:-Ë olõ Gç-E:-co--.1iõ 5 : : Ê Q o E.4 cã €'ç:E=sFË èS õ,R:JIeõfr.o.op È E = E E = :E E à à 5 ^Ê 3888eË*.-ÈË=4 A - a -: €õ É É LE OFotroooìã rll= E.-l I oz á-Eu)E(): o{\ U 134 o EJ o 0- o a o I E d Õ .cd o Ë Õ FI_=--Ri o o oc oo L o ô o o oso 'o m C)! o o È o Po lrJ .-F=='- --*r -t =*- *-l- __l o 4- \$() o () oP+ è .a ! 0 .-,) ,t 1, ì ò I ci 8 -a J\ -(/ ''j.;í v rÊM ,4t rnfí ', /- rL:< êp )ts1 // ; ) ôÌ OI --------ì,!! oõerqtr $ L +J o E o a .g 5 a UJ ol F E 't.:jÈ\-,:t>' ,/-- ',:;:,'/,e1.,4 ^ O di ooÕoÕOOÕÕÕÃ.-!ooooo==91 @<óNr6NO_r- Èo o 135 4o BIMESTRE – 213 Elaborado com base em dados obtidos em: OPEC. Disponível em: <https://asb.opec.org/index.php/interactive-maps>. Acesso em: 21 nov. 2017. PLANISFÉRIO: OPEP – FLUXO DE PETRÓLEO BRUTO, 1 000 BARRIS/DIA (2016) Países membros da Opep Opep América Latina Opep África Opep Oriente Médio 25 165 721 165 721 856 1 4981 498 0º OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO 0º EQUADOR TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER M ER ID IA N O D E G R EE N W IC H CÍRCULO POLAR ÁRTICO AMÉRICA DO NORTE 1849 2828 265 67 1801 389 1 008 73 972 2544 771 6 121 156 337 214 475 750 EUROPA AMÉRICA LATINA ÁSIA E PACÍFICO ÁFRICA ORIENTE MÉDIO 16454 22571 3 691EQUADOR VENEZUELA NIGÉRIA GABÃO ANGOLA ARGÉLIA IRÃIRAQUE LÍBIA KUWAITCATARARÁBIA SAUDITA E.A.U. NE LO SE S N NO SO 2 480 km ASPECTOS FÍSICOS Grande parte do relevo do Oriente Médio é constituída de planaltos circundados por montanhas. As planícies estão situadas, em geral, entre o litoral e os conjuntos mon- tanhosos. No interior da região, entre os rios Tigre e Eufrates, localiza-se a planície da Mesopotâmia, de grande valor histórico-cultural. Em virtude do predomínio dos climas desértico e semiárido, os desertos marcam presença na maioria das paisagens. A grande amplitude térmica é característica da região, o que levou a população a se concentrar em cidades como Damasco, na Síria, e Riad, na Arábia Saudita. Nessas localidades, há presença de oásis. O Oriente Médio é a região que enfrenta o maior estresse hídrico do planeta. Com o aumento do consumo e a expansão das áreas irrigadas, a ONU prevê para os próximos anos problemas como o agravamento da contaminação dos aquíferos, o desperdício e o surgimento de disputas pelo uso da água em zonas fronteiriças. PETRÓLEO A região concentra as maiores reservas petrolíferas do mundo e é a principal expor- tadora do produto. A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) reúne Estados responsáveis pela extração e refino do produto, exercendo grande influência sobre a oferta e o preço do petróleo no mercado internacional. As alianças e as mudanças envolvendo os países do Oriente Médio são acompanha- das de perto pelas potências mundiais, uma vez que alterações políticas nessa região podem ter reflexos globais. SO N IA V A Z Capítulo 15 – Oriente Médio: região estratégica 213 https://asb.opec.org/index.php/interactive-maps https://www.youtube.com/watch?v=jI99OxQHu4I https://www.youtube.com/watch?v=6t_ifdaW3ug capri Realce capri Realce capri Realce capri Realce 120 Uma vez que o árabe é o idioma do Islã, os mulás iranianos tradicionalmente também o aprendem, em especial aqueles que lecionam nos principais centros teológicos (assim como todos os religiosos islâmicos fora do mundo árabe). [...] SMITH, Dan. O atlas do Oriente Médio: conflitos e soluções. Tradução: Mário Vilela. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 114. • Comente com os alunos que grande parte dos conflitos no Oriente Médio ocorre durante séculos. • Explique aos alunos que Mulá é título concedido a re- ligiosos, sobretudo doutores que seguem o Alcorão, livro sagrado do islamismo. BNCC • Os conteúdos das pági- nas 120 a 125 contemplam o desenvolvimento das habilidades EF09GE03, EF09GE04 e EF09GE09. • O uso da linguagem cartográfica contribui para o desenvolvimento do pensamento espacial, conforme orienta a com- petência específica de Ciências Humanas 7 e a competência específica de Geografia 4 da BNCC. A análise de mapas acompanhará todos os conteúdos deste capítulo. • Comente com os alu- nos que mais de 50% dos habitantes do Oriente Médio são árabes e que a principal característica desse povo é o seu idio- ma. Sobre esse assunto, leia para eles o texto com- plementar desta página. [...] A característica distinti- va mais evidente dos ára- bes é o idioma. O árabe é língua escrita desde pelo menos o século V, ou dois séculos antes do profeta [Maomé], e se disseminou pelo Oriente Médio acom- panhando a expansão do Islã, pois é o idioma do Corão. Hoje, existe uma norma culta do árabe, aquela que é escrita, usada em ocasiões formais e en- sinada nas escolas. No vo- cabulário e na gramática é idêntica ao árabe do Corão. Além da norma culta, há grande número de varian- tes regionais, usadas co- loquialmente. Em alguns casos, essas variantes di- ferem a ponto de ser mu- tuamente incompreensí- veis. Os árabes instruídos tendem a dominar tanto a norma culta quanto a res- pectiva variante coloquial. Orientações gerais 0 100 km Trópico de Câncer 30° N 45° L N LO S Mar Mediterrâneo Mar Cáspio Mar Negro Golfo de Omã Golfo de Áden M a r V e rm e lh o Mar de Aral AFEGANISTÃO IRà IRAQUE ARÁBIA SAUDITA IÊMEN OMà KUWAIT CATAR SÍRIA LÍBANO JORDÂNIA ISRAEL BAREIN EMIRADOS ÁRABES UNIDOS TURQUIA Árabes Curdos Judeus Persas Bengalis Azerbaijanos Europeus Africanos Balúchis Asiáticos Circassianos Assírios Pachtuns Demais árabes regionais Outros Indianos Paquistaneses Afro-árabes Armênios Turcos Iraniano-afegão 95% 90% 75% 50% 20% 20% 25% 25% 25% 25% 10% 15% 4% 1% 1%4%5% 1% 1% 98% 10% 50%19% 23% 8% 46% 44% 2%8% 1%2% 38% 31% 28% 120 Fontes: SMITH, Dan. O atlas do Oriente Médio. Tradução: Mário Vilela. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 114-115. LACOSTE, Yves. Séisme au Moyen- Orient. Paris: Magnard, 1991. p. 21. CIA (Central Intelligence Agency).Disponível em: <www.cia.gov>. Acesso em: 31 out. 2018. Oriente Médio: grupos étnicos População do Oriente Médio A população do Oriente Médio é formada por aproximadamente 432 milhões de pessoas, sendo mais da metade de origem árabe. A parcela restante é composta de outros grupos étnicos, como persas, que compreendem a maior parte da população do Irã, e judeus, que se concentram em Israel. Também há um número considerável de curdos no Irã, Iraque e na Turquia, e em menores proporções na Síria. Os turcos, por sua vez, concentram-se na Turquia. Observe no mapa a seguir a divisão e a lo- calização dos grupos étnicos que compõem o Oriente Médio. E. C av al ca nt e 11/23/18 2:59 PM 25% 25%25% 25% 70% 19% 11% 90% 10% 75% 21% 4% 61% 16% 10% 9% 2% 2% 10% 40% 18% 18% 14% 121 Ca pí tu lo 4 Representante do grupo étnico judeu. Representante do grupo étnico turco, vestido para uma comemoração tradicional. Representante do grupo étnico árabe. Representante do grupo étnico curdo. Representante do grupo étnico paquistanês. Representante do grupo étnico bengals. A inexistência de uma identidade comum entre os povos que convivem nesse ter- ritório tem sido um dos principais fatores do desencadeamento de tensões, que, na maioria das vezes, culminaram em conflitos bélicos ao longo da história, vitimando muitas pessoas. Muitos conflitos étnicos, religiosos, econômicos, políticos e ambien- tais que ocorrem na região não se restringem apenas aos limites regionais. Interes- sados nas abundantes jazidas petrolíferas da região, outros países do mundo têm interferido diretamente nesses conflitos. Fontes dos gráficos: SMITH, Dan. O atlas do Oriente Médio. Tradução: Mário Vilela. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 114-115. CIA (Central Intelligence Agency). Disponível em: <www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/>. Acesso em: 31 out. 2018. Israel Turquia IrãArábia Saudita OmãCatar E. C av al ca nt e E. C av al ca nt e E. C av al ca nt e Ke ith y M os ta ch i Ke ith y M os ta ch i Ke ith y M os ta ch i Ko bb y D ag an /S hu tt er st oc k. co m ha ns e ng be rs /S hu tt er st oc k. co m m ic ha el ju ng /S hu tt er st oc k. co m fp ol at 69 /S hu tt er st oc k. co m db im ag es /A la m y/ Fo to ar en a Pa ve l G os po di no v/ M om en t/ G et ty Im ag es 11/23/18 2:59 PM 11/24/18 9:08 AM 121 • Para complementar o estudo sobre os diferen- tes grupos étnicos exis- tentes no Oriente Médio, leia para os alunos o texto abaixo sobre os curdos. [...] Os curdos são um povo sem Estado que vive em Iraque, Irã, Turquia e Sí- ria. De origem indo-euro- peia, eles descendem dos medos da Pérsia antiga, que fundaram um im- pério no século VII a. C. Em sua maioria muçul- manos sunitas, com mi- norias não-muçulmanas e muitas vezes formações políticas e laicas, os cur- dos estão estabelecidos em uma área de cerca de meio milhão de quilôme- tros quadrados. O número total de cur- dos varia dependendo da fonte, de 25 a 35 milhões de pessoas. A maioria vive na Turquia (12 a 15 mi- lhões, 20% da população do país), à frente de Irã (cerca de 6 milhões, me- nos de 10%), Iraque (4,69 milhões, entre 15% e 20%) e Síria (mais de dois mi- lhões, 15%). Situados em zonas do interior, o povo curdo conseguiu preservar seus diferentes dialetos, suas tradições e um modo de organização baseado em clãs. Existem também importantes comunidades curdas no Azerbaijão, Ar- mênia e Líbano, bem co- mo na Europa, principal- mente na Alemanha. [...] Entenda quem são os curdos, povo sem Estado que quer independência. O Globo, 25 set. 2017. Disponível em: <https:// oglobo.globo.com/mundo/ entenda-quem-sao-os-curdos- povo-sem-estado-que-quer- independencia-21867045>. Acesso em: 31 out. 2018. Orientações gerais • Oriente os alunos a observar, na legenda do mapa da página anterior, as cores que representam cada grupo ét- nico. E peça que comparem as vestimentas de cada gru- po, como forma de entender, superficialmente, a questão da diversidade cultural. • É possível relembrar o conceito de Estado, nação e território, apontando que um Estado não pode existir sem um território delimitado e sem uma nação, um po- vo, para compô-lo. Em contrapartida, uma nação pode existir sem um território fixo, como é o caso dos povos curdos. • Acerca desta nação, o texto complementar desta pági- na ajudará na compreensão. Orientações gerais 0 100 km Trópico de Câncer 30° N 45° L N LO S Mar Mediterrâneo Mar Cáspio Mar Negro Golfo de Omã Golfo de Áden M a r V e rm e lh o Mar de Aral AFEGANISTÃO IRà IRAQUE ARÁBIA SAUDITA IÊMEN OMà KUWAIT CATAR SÍRIA LÍBANO JORDÂNIA ISRAEL BAREIN EMIRADOS ÁRABES UNIDOS TURQUIA Árabes Curdos Judeus Persas Bengalis Azerbaijanos Europeus Africanos Balúchis Asiáticos Circassianos Assírios Pachtuns Demais árabes regionais Outros Indianos Paquistaneses Afro-árabes Armênios Turcos Iraniano-afegão 95% 90% 75% 50% 20% 20% 25% 25% 25% 25% 10% 15% 4% 1% 1%4%5% 1% 1% 98% 10% 50%19% 23% 8% 46% 44% 2%8% 1%2% 38% 31% 28% 120 Fontes: SMITH, Dan. O atlas do Oriente Médio. Tradução: Mário Vilela. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 114-115. LACOSTE, Yves. Séisme au Moyen- Orient. Paris: Magnard, 1991. p. 21. CIA (Central Intelligence Agency). Disponível em: <www.cia.gov>. Acesso em: 31 out. 2018. Oriente Médio: grupos étnicos População do Oriente Médio A população do Oriente Médio é formada por aproximadamente 432 milhões de pessoas, sendo mais da metade de origem árabe. A parcela restante é composta de outros grupos étnicos, como persas, que compreendem a maior parte da população do Irã, e judeus, que se concentram em Israel. Também há um número considerável de curdos no Irã, Iraque e na Turquia, e em menores proporções na Síria. Os turcos, por sua vez, concentram-se na Turquia. Observe no mapa a seguir a divisão e a lo- calização dos grupos étnicos que compõem o Oriente Médio. E. C av al ca nt e 11/23/18 2:59 PM 25% 25%25% 25% 70% 19% 11% 90% 10% 75% 21% 4% 61% 16% 10% 9% 2% 2% 10% 40% 18% 18% 14% 121 Ca pí tu lo 4 Representante do grupo étnico judeu. Representante do grupo étnico turco, vestido para uma comemoração tradicional. Representante do grupo étnico árabe. Representante do grupo étnico curdo. Representante do grupo étnico paquistanês. Representante do grupo étnico bengals. A inexistência de uma identidade comum entre os povos que convivem nesse ter- ritório tem sido um dos principais fatores do desencadeamento de tensões, que, na maioria das vezes, culminaram em conflitos bélicos ao longo da história, vitimando muitas pessoas. Muitos conflitos étnicos, religiosos, econômicos, políticos e ambien- tais que ocorrem na região não se restringem apenas aos limites regionais. Interes- sados nas abundantes jazidas petrolíferas da região, outros países do mundo têm interferido diretamente nesses conflitos. Fontes dos gráficos: SMITH, Dan. O atlas do Oriente Médio. Tradução: Mário Vilela. São Paulo: Publifolha, 2008. p. 114-115. CIA (Central Intelligence Agency). Disponível em: <www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/>. Acesso em: 31 out. 2018. Israel Turquia IrãArábia Saudita OmãCatar E. C av al ca nt e E. C av al ca nt e E. C av al ca nt e Ke ith y M os ta ch i Ke ith y M os ta ch i Ke ith y M os ta ch i Ko bb y D ag an /S hu tt er st oc k. co m ha ns e ng be rs /S hu tt er st oc k. co m m ic ha el ju ng /S hu tt er st oc k. co m fp ol at 69 /S hu tt er st oc k. co m db im ag es /A la m y/ Fo to ar en a Pa ve l G os po di no v/ M om en t/ G et ty Im ag es 11/23/18 2:59 PM 11/24/18 9:08 AM 214 – 4o BIMESTRE POVOS BEDUÍNOS DO ORIENTE MÉDIO Se, por um lado, o Oriente Médio abriga centros urbanos modernose passa por um processo de ocidentalização das populações locais, por outro, a região também conta com a presença de populações com modos de vida tradicionais. Entre esses povos estão os beduínos, nome derivado de expressões árabes que, traduzidas, correspondem a “povos que vivem no deserto”. Esses habitantes mais antigos da região têm como principal característica o noma- dismo. Estima-se que surgiram na Antiguidade, no norte da atual Arábia Saudita, porém se espalharam para outras regiões do deserto do Oriente Médio e do Norte da África, onde está situado o deserto do Saara. TRÓPICO DE CÂNCER EQUADOR 0˚ 0˚ M ER ID IA N O D E G R EE N W IC H QUÊNIA ETIÓPIA ERITREIASUDÃO SUDÃO DO SUL EGITO ARÁBIA SAUDITA NÍGER MAURITÂNIA MALI NIGÉRIA SOMÁLIA LÍBIA CHADE REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO ARGÉLIA GABÃO REPÚBLICA CENTRO- -AFRICANA TUNÍSIA MARROCOS UGANDA BURUNDI RUANDA TO G O B EN IN GANA COSTA DO MARFIMLIBÉRIA SERRA LEOA GUINÉ BURKINA FASO GÂMBIA CAMARÕES CONGO GUINÉ EQUATORIAL SAARA OCIDENTAL SENEGAL GUINÉ- -BISSAU SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE EUROPA DJIBUTI IÊMEN OMà IRà IRAQUE KUWAIT JORDÂNIA ISRAEL TURQUIA SÍRIA PALESTINA LÍBANO EMIRADOS ÁRABES UNIDOS CATAR BAHREIN Áreas habitadas por povos beduínos MAR MEDITERRÂNEO M A R VERM ELH O OCEANO ÍNDICO OCEANO ATLÂNTICO Elaborado com base em dados obtidos em: JOSHUA Project. Countries. Disponível em: <http://legacy. joshuaproject.net/countries.php>. Acesso em: 27 mar. 2018. Como os beduínos vivem em uma região onde predominam os climas Desértico e Semiárido, eles desenvolveram um modo de vida adaptado às condições do deserto, isto é, com escassez de água, grande amplitude térmica e ausência de solos favoráveis às práticas agrícolas. Dessa forma, a maioria deles sobrevive do pastoreio nômade, isto é, da criação de animais, que são a base da alimentação e do sustento, sobretudo nos períodos das migrações. Os povos beduínos são bastante diversos entre si e, em geral, se diferenciam pelas espécies de animais que empregam no pastoreio. Alguns povos criam camelos e, por isso, ocupam grandes extensões de terra onde o clima é mais rigoroso. Esses são considerados os grupos de maior prestígio. Outros são conhecidos pela criação de cabras ou ovelhas, que são espécies animais que necessitam de locais mais úmidos. Por isso, em geral, esses povos ocupam áreas onde o clima é mais ameno, como as regiões cultivadas da Jordânia, da Síria e do Iraque. Como os beduínos são povos nômades, suas moradias são tendas organizadas em acampamentos temporários, facilmente montados e desmontados. De modo geral, cu ltu ra lu ga r S O N IA V A Z LOCALIZAÇÃO DOS POVOS BEDUÍNOS (início do século XXI) NE LO SE S N NO SO 615 km 214 Unidade VII – Ásia: Índia e Oriente Médio Texto complementar Comunidades beduínas Há dezenas de anos, Is-rael quer expulsar milhares de beduínos de uma ampla porção da Cisjordânia – com sua população de pastores de ovelhas e cabras, a leste de Jerusalém – a fim de expan-dir os assentamentos judeus. Depois que uma operação deste gênero foi transmitida pela televisão, no final dos anos 1990, quando soldados arrancaram as famílias e ar- rasaram uma comunidade inteira, juízes israelenses e diplomatas estrangeiros aju-daram a reduzir o ritmo das expulsões. Agora, a determi-nação de uma turma de juízes do Supremo Tribunal liberou o governo para proceder à re- tirada de comunidades beduí- nas inteiras. Os defensores dos beduínos afirmaram que este será considerado um crime de guerra: a transferência forçada de uma população sob a prote- ção da ocupação militar. TRIBUNAL israelense abre caminho para a remoção de aldeia beduína. Estadão. Disponível em: <https:// internacional.estadao.com. br/noticias/nytiw,tribunal- israelense-abre-o-caminho- para-a-remocao-de-aldeia- beduina,70002372411>. Acesso em: 30 agosto 2018. http://legacy.joshuaproject.net/countries.php http://legacy.joshuaproject.net/countries.php https://internacional.estadao.com.br/noticias/nytiw,tribunal-israelense-abre-o-caminho-para-a-remocao-de-aldeia-beduina,70002372411 https://internacional.estadao.com.br/noticias/nytiw,tribunal-israelense-abre-o-caminho-para-a-remocao-de-aldeia-beduina,70002372411 https://internacional.estadao.com.br/noticias/nytiw,tribunal-israelense-abre-o-caminho-para-a-remocao-de-aldeia-beduina,70002372411 https://internacional.estadao.com.br/noticias/nytiw,tribunal-israelense-abre-o-caminho-para-a-remocao-de-aldeia-beduina,70002372411 https://internacional.estadao.com.br/noticias/nytiw,tribunal-israelense-abre-o-caminho-para-a-remocao-de-aldeia-beduina,70002372411 https://internacional.estadao.com.br/noticias/nytiw,tribunal-israelense-abre-o-caminho-para-a-remocao-de-aldeia-beduina,70002372411 capri Realce capri Realce capri Realce capri Realce capri Realce https://www.youtube.com/watch?v=OlShZIZ4res https://www.youtube.com/watch?v=e_JgUP-Qnms 4o BIMESTRE – 215 essas tendas são feitas com tecidos de pele de camelo ou de cabra, por serem capazes de suportar a grande amplitude térmica diária característica dessas áreas e os ventos fortes característicos dos desertos. Outra característica peculiar desses povos se refere ao modo de organização social. A estrutura da sociedade é hierárquica e patriarcal, composta de famílias extensas. O chefe de família é chamado de xeque ou xeique e é auxiliado por um conselho tribal informal de homens idosos. Embora o número de beduínos tenha declinado nas últimas décadas, estima-se que, atualmente, eles representem cerca de 10% da população total presente no Oriente Médio. As transformações políticas, sociais e econômicas, sobretudo após a Segunda Guerra Mun- dial, vêm pressionando a preservação desse modo de vida tradicional. Muitos beduínos, hoje, se tornaram sedentários e vivem de novas atividades, como a agricultura e o treina- mento de camelos utilizados em corridas. 1 Como as condições naturais presentes onde vivem os beduínos influenciam direta- mente o modo de vida desses povos? 2 No Brasil, quais grupos você conhece cujo modo de vida esteja fortemente associado às características climáticas locais? 3 No lugar onde você mora, há grupos de pessoas cujo modo de vida esteja fortemente associado ao clima local? Explique, com suas palavras, o modo de vida desses grupos. Beduínos sírios se reúnem em um acampamento durante um encontro de tribos perto da cidade de Hamouria, nos arredores da capital Damasco, Síria (2017). A M ER A LM O H IB A N Y/ A FP /G ET TY IM A G ES Capítulo 15 – Oriente Médio: região estratégica 215 Respostas Sugestão para o professor: LOBO do deserto. Direção: Naji Abu Nowar. Jordânia/Emirados Árabes/Grã Bretanha 2014. Duração: 110 min. O filme conta a história de um jovem em uma jornada com uma tribo beduína que vaga pelo deserto da Província de Hejaz. O menino passa seus dias brincando com Hussein, seu irmão mais velho, mas a vida dos viajantes muda com a chegada de um oficial britânico. capri Realce https://mega.nz/file/nJ4RDaRa#NmfnmMPe2VaTwUGSNmWX3bx6DdKJPgfEOSpLgNmjJBQ capri Realce capri Realce capri Realce capri Realce capri Realce capri Sublinhado 216 – 4o BIMESTRE Vista parcial do luxuoso residencial Palm Jumeirah, arquipélago artificial em Dubai, construído em forma de palmeira, que se tornou uma das principais atrações turísticas do local por seu requintado estilo arquitetônico. Dubai, Emirados Árabes (2016). A riqueza do petróleo Desde o final do século XX, alguns dos maiores produtores de petróleo do Oriente Médio passaram a diversificar a economia de seus territórios, investindo volumosos recursos no desenvolvimento do setor de serviços, em especial o turismo de luxo. Dubai e Abu Dhabi, ambas localizadas nos Emirados Árabes Unidos, foram as primeiras cidades a chamar a atenção pelos seus modernos conjuntos de edifícios. Posterior- mente, Omã, Catar, Kuwait, Barein e Arábia Saudita buscaramseguir o modelo dos Emirados Árabes Unidos, modernizando seus centros urbanos. Projetadas principalmente por arquitetos europeus e estadunidenses, as novas construções foram concebidas para abrigar hotéis e condomínios extremamente luxuosos, shopping centers com as principais lojas de grife do mundo ocidental e escri- tórios de empresas transnacionais, além de museus e parques temáticos. As mudanças trazidas pelo recente processo de modernização acarretaram certa ocidentalização das populações locais. A língua inglesa, por exemplo, passou a ser utilizada por grande parte dos habitantes na comunicação com turistas estrangeiros e no consumo de grifes estadunidenses, francesas e inglesas que se disseminaram no mercado. Além disso, o crescimento da indústria da construção civil transformou a região em polo de atração de empregos, motivando a vinda de trabalhadores não só da Ásia, mas também do continente africano. No entanto, existem denúncias feitas por jornalistas e ONGs internacionais de que a maior parte das suntuosas construções são erguidas com base na exploração irregular da mão de obra imigrante, composta majoritariamente de operários provenientes da Índia, do Paquistão, de Bangladesh, do Nepal, do Irã, das Filipinas e, em menor quanti- dade, da China e da Etiópia. MARKUS MAINKA/ALAMY/FOTOARENA 216 Unidade VII – Ásia: Índia e Oriente Médio Texto complementar Modos de vida: Dubai e Abu Dhabi Dentro do Ramadan (pe- ríodo de festividades muito importante dentro dos países muçulmanos) de uma grande cidade turca, ainda que o go- verno seja de um partido is- lâmico, o governo apenas su- gere que o cidadão jejue, [...] dando a ele a opção do livre arbítrio. A cidade continua a ter os seus serviços funcio- nando, mesmo à noite, ainda que de maneira reduzida. Já na ocidentalizada metrópole de Dubai, não se pode comer em nenhum espaço público, a maior parte dos restau- rantes só estão abertos para comprar alimentos “pra via- gem”, e os serviços públicos deixam de funcionar antes do final do entardecer. Dubai é um emirado que adotou o caminho da ociden- talização. Assim como Abu Dhabi, dentro dos Emirados Árabes Unidos, relaxou gran- de parte de seus costumes. Os emires destas duas re- giões compreenderam a im- portância de atrair turismo, serviços e negócios para as suas maiores cidades, e cria- ram grandes planos de de- senvolvimento e crescimento econômico em suas respec- tivas capitais. Tudo isso foi feito, utilizando-se de mão de obra de todas as partes do mundo. De modo que o Islã desses dois grandes centros se tornou menos ortodoxo, por exemplo, que o da Arábia Saudita. [...] Existem, nesses dois emirados, mulheres ocu- pando posições de comando em algumas instituições, o que não é comum na maioria dos países muçulmanos con- servadores. [...] No entanto, o que observamos aqui é uma aproximação dos modos de vida ocidentais ao Islã, esta- belecido e arraigado dentro da população local. SALATINI, Rafael (Org.). Cultura e direitos humanos nas relações internacionais. Marília: Oficina Universitária; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2016. https://www.youtube.com/watch?v=SlwUcUINV_g capri Realce capri Realce capri Realce capri Sublinhado 4o BIMESTRE – 217 OS CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO O Oriente Médio é marcado por grandes conflitos geo- políticos, como a disputa entre Israel e Palestina, em que judeus e árabes consideram ter direitos históricos. Desde o começo do século XX, o movimento sionista passou a demonstrar sua pretensão em construir um Estado judeu em Israel, terra de onde os judeus foram expulsos pelos romanos no ano 70 d.C. O drama dos sobreviventes do holocausto nazista motivou a comunidade internacional a dividir o então protetorado britânico da Palestina em dois Estados: um para os judeus e outro para os árabes, que haviam ocupado a região no século VII. A questão palestina O conflito na Palestina teve origem com a criação do Estado de Israel, em 1948, e a não criação de um Estado árabe na região, como previa o plano de partilha da ONU de 1947. Com a criação do novo Estado de Israel, grande parte dos palestinos que ali viviam se refugiou na Faixa de Gaza, na Jordânia, na Síria, no Líbano, no Iraque e no Egito. A proposta de criação do Estado de Israel foi aceita pela Assembleia Geral da ONU, mas rejeitada pelos árabes palestinos e por países próximos, como Egito, Síria, Iraque, Líbano e Jordânia. A partir de 1948, os conflitos se multiplicaram. As sucessivas derrotas árabes na Guerra da Partilha, na Guerra dos Seis Dias e na Guerra do Yom Kippur consolidaram territorialmente Israel e dificultaram a criação do Estado Palestino. Veja, na próxima página, como foi o plano de partilha inicial da ONU e a situação mais recente da região. CONFLITOS ENTRE ISRAEL E PAÍSES VIZINHOS (1947-1973) Guerras contra o Estado de Israel Opositores Resultado Guerra da Partilha – 1947-1949 Egito, Síria, Iraque, Jordânia e Líbano Israel vence e avança sobre territórios que seriam desti- nados ao Estado Palestino. Egito e Jordânia também se apropriam de áreas palestinas. Guerra dos Seis Dias – 1967 Egito, Jordânia e Síria Israel ataca os três países e amplia seus territórios para a península do Sinai, Faixa de Gaza (Egito), Cisjordânia (Jordânia) e Colinas de Golan (Síria). A península do Sinai é devolvida ao Egito em 1979 (com o Acordo de Camp David, intermediado pelos Estados Unidos). Guerra do Yom Kippur – 1973 Egito e Síria Países árabes reivindicam os territórios perdidos desde 1967. Israel recusa a devolução e é atacado no dia do feriado judaico do Yom Kippur (Dia do Perdão). O país contra-ataca e sai vitorioso, mantendo sua extensão territorial. Fonte: OLIC, Nelson Bacic; CANEPA, Beatriz. Oriente Médio: uma região de conflitos. São Paulo: Moderna, 2012. Sionista Relativo a sionismo, movimento judeu que resultou na formação do Estado de Israel. Holocausto Massacre de judeus e de outras minorias efetuado nos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Capítulo 15 – Oriente Médio: região estratégica 217 Sugestão para o estudante: PROMESSAS de um novo mundo. Direção: Justine Arlin, Carlos Bolado, B. Z. Goldberg. Israel/EUA/Palestina, 2001. Duração: 106 min. Este documentário retrata a história de sete crianças israelenses e palestinas em Jerusalém, mas que vivem em mundos distintos, separa- das por diferenças religiosas e marcadas pelo histórico de conflitos e violência. capri Realce https://www.youtube.com/watch?v=2yDP3FWGI5E https://youtu.be/Y_27EX49mKM https://mega.nz/file/zggAwARZ#-AUsHpgLEhlHLXgI2Wf18F3CRZDFM8hN7CHlvGd7X2U https://mega.nz/file/ishwjK7B#xFFkX_jj-0Bnesl_O8acOCYCskj2VzMgIh4zoJci-bk https://mega.nz/file/eNZU1JZb#wGQFck93b-uzcryeg8zn5IbJnvpfdsDvE5Dv3yHmovA https://www.youtube.com/watch?v=ibM5iQE71fQ https://youtu.be/7hYHano5dFc capri Realce https://drive.google.com/file/d/1Lm3N7sglHfwHxyWjSZ-CkzV8qqfo5kR7/view?usp=sharing Conflito Palestino - Linha de Frente/ Tv Bandeirantes 1997 ..... O conflito entre israelenses e palestinos, que transformou o Oriente Médio em um barril de pólvora permanente, é muito complexo. Esta disputa já levou a dezenas de milhares de mortes e a milhões de refugiados. Mas afinal, por que eles lutam? https://youtu.be/Y 27EX49m KM Vídeo 1 :Como começou o conflito entre israelenses e palestinos https://www.youtube.com/watch?v=t7L VfD8Rd5g Revista/LIVRO em QUADRINHOS Palestina, uma Nação Ocupada (GraJ!hic Novel) - Joe � Vídeo 2: O que são os assentamentos israelenses e o que deu início às intifadas palestinas https://youtu.be/qpoNFyGdzSM Vídeo 3: Por que Jerusalém é chave para o conflito entre israelenses e palestinos https://youtu.be/-z9Z0jw4WFk ")Mi.,«nlllll.!'• t•��,o .. ,�,-*_,•...,...•"" .. l!'t'!O!'<Ullf• .. _, --• .. ,�-'9HI' fll•t«•C�•-♦- ._, ,,,• .. •••.rJ#<••o�"' JDE SACCO ........... ,, •. .,, .. ,,,.,.,.., .. ,m FDDTNDTES A A Footnotesin Gaza: A Graehic Novel em inglês completo https://youtu.be/Y_27EX49mKM https://www.youtube.com/watch?v=t7LVfD8Rd5g https://youtu.be/qpoNFyGdz5M https://youtu.be/-z9Z0jw4WFk https://drive.google.com/file/d/1jk7Sffpc6wjxj6wuRNce3OMSA9Gva-1B/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1Cc5n6HTgbmK2REGJ5smJfu_XctxO380N/view?usp=sharing https://mega.nz/file/rsxWHI4A#bbg5_tmF-rso75IuZMtsAx85HjuHcD-8Ra6fir8uD34 https://www.youtube.com/watch?v=gmDc2F21S5o 218 – 4o BIMESTRE O difícil processo de paz Ao longo dos anos, houve momentos de muita tensão entre árabes e judeus na região, e a radicalização de setores de ambos os lados dificultou ainda mais qualquer possibilidade de paz. A permanência de assentamentos israelenses em áreas da Cisjor- dânia, território ocupado por Israel em 1967, dificulta as negociações de paz. Por outro lado, grupos palestinos não reconhecem a existência do Estado de Israel e pregam sua destruição com o uso da força. O primeiro processo de paz, iniciado em Madri, em 1991, foi abortado com o assas- sinato, em 1995, do primeiro-ministro de Israel, Yitzhak Rabin, por um extremista judeu. Nos anos posteriores, radicalizou-se a violência entre as duas partes. Tempos depois, líderes de Israel e da Palestina voltaram às negociações de paz, com a intermediação dos Estados Unidos. Porém, ainda há muitos obstáculos para a paz: a determinação de limites para Israel, a criação de um Estado Palestino e a garantia de segurança para ambos. Em setembro de 2011, Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, foi a Nova York entregar o pedido formal de adesão do Estado Palestino à ONU. Em 2012, a Assembleia Geral das Nações Unidas reconheceu a Palestina como Estado observa- dor. Na votação, 138 membros foram favoráveis à proposta, nove foram contra (Israel, Estados Unidos, Canadá, República Tcheca, Panamá, Palau, Ilhas Marshall, Micronésia, Nauru) e 41 se abstiveram. A partir da mudança de estatuto de “entidade observadora” para “Estado observador”, a Palestina (Cisjordânia e Faixa de Gaza) passou a ter per- missão de solicitar ingresso em agências e órgãos ligados à ONU, incluindo o Tribunal Penal Internacional. O Brasil reconhece oficialmente a Palestina desde 2010. E G I T O SÍRIA LÍBANO JORDÂNIA L. Tiberíades MAR MORTO MAR MEDITERRÂNEO C an al d e Suez Jo rd ã o 30° N ISRAEL GAZA GOLAN SINAI JericóJerusalém M A R V ERM ELHO CISJORDÂNIA 34° L Israel em 1967 Território ocupado por Israel desde 1967 Território sob controle israelense Território devolvido por Israel ao Egito em 1982 Território sob controle palestino Território sob controle israelense e palestino Situação em 2009 Estado judeu (Israel – 1947) Estado árabe (Palestina – 1947) Outros países árabes Jerusalém (zona internacional) 30° N L. Tiberíades MAR MORTO MAR M A R V ERM ELH O MEDITERRÂNEO C an al d e Suez Jo rd ã o 34° L SÍRIA LÍBANO PALESTINA TRANSJORDÂNIA E G I T O Jerusalém ISRAEL SINAI Fonte: FERREIRA, Graça M. L. Atlas geográfico: espaço mundial. 4. ed. São Paulo: Moderna, 2013. p. 103. PLANO DE PARTILHA DA ONU (1947) ISRAEL E PALESTINA (2009) NE LO SE S N NO SO 62 km NE LO SE S N NO SO 71 kmM A PA S: S O N IA V A Z 218 Unidade VII – Ásia: Índia e Oriente Médio Sugestão para o estudante: SACCO, Joe. Palestina, uma nação ocupada. São Paulo: Conrad Editora, 2002. Com base em relatos de civis e militantes da causa palestina, o autor se apoia em ilustrações para tentar reconstruir a realidade. capri Realce capri Realce capri Realce https://drive.google.com/file/d/1jk7Sffpc6wjxj6wuRNce3OMSA9Gva-1B/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1Cc5n6HTgbmK2REGJ5smJfu_XctxO380N/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1_R90Q6XRz2W98Mw8X2ROHt1uxwnzt4QA/view?usp=sharing https://mega.nz/file/rsxWHI4A#bbg5_tmF-rso75IuZMtsAx85HjuHcD-8Ra6fir8uD34 https://mega.nz/file/eNAVxIDL#HIqtwm6hSXe7aHCdp0XezummGHl_LND4stdbGTDa20c 4o BIMESTRE – 219 Os conflitos e o petróleo Além dos conflitos na Palestina, há outro aspecto a considerar com relação ao Oriente Médio. Cerca de 47% das reservas mundiais de petróleo estão nessa região, principalmente na Arábia Saudita, no Irã, no Iraque, nos Emirados Árabes Unidos e no Kuwait. Essa riqueza atraiu potências como França, Inglaterra, Estados Unidos e Rússia, que, com a intenção de explorar as jazidas, interferiram na política da região, gerando também conflitos. Observe, na linha do tempo a seguir, os conflitos no Oriente Médio após a Segunda Guerra Mundial. A Primavera Árabe e a guerra civil na Síria Em dezembro de 2010, uma série de manifestações e protestos contra regimes auto- ritários que controlavam a vida política de alguns países árabes do Oriente Médio e do Norte da África tomou conta das ruas. A internet e as redes sociais tiveram importante papel nesse conjunto de manifestações que ficou conhecido como Primavera Árabe. Essas revoltas populares tiveram início na Tunísia, país africano, e derrubaram o governo do ditador Zine El Abidine Ben Ali, em 2011. No Oriente Médio, países como Barein, Jordânia, Síria, Omã, Iêmen, Arábia Saudita, Kuwait e Síria também viveram ondas de protestos por mais democracia. Os manifestantes na Síria sofreram suces- sivos sufocos do governo de Bashar al-Assad, o que levou até à morte de ativistas contra o governo. A violência no país cresceu, e logo os grupos antigoverno começaram a pegar em armas para expulsar forças oficiais insta- ladas pelo país. Em 2012, os enfrentamen- tos já estavam na capital, Damasco, e em Aleppo, maior cidade da Síria, conflitos que ainda perduraram no ano de 2018. Na fotografia, ruínas após ataque aéreo realizado na área de Arbin, Damasco, Síria (2018). Cronologia dos conflitos no Oriente Médio 1947-1948 1956 1967 1973 1990-1991 2003-2010 2001 2010 20111980-1988 Guerra entre árabes e judeus motivada pela criação do Estado de Israel Guerra entre árabes e judeus pela posse do Canal de Suez, no Egito Guerra dos Seis Dias, entre árabes e judeus Guerra do Yom Kippur (Dia do Perdão), entre árabes e judeus Invasão dos Estados Unidos no Iraque Primavera Árabe Início da guerra civil na Síria Guerra Irã-Iraque Guerra do Golfo, Iraque- -Kuwait Início da invasão dos Estados Unidos ao Afeganistão SA M IR T AT IN /A N A D O LU A G EN C Y/ G ET TY IM A G ES Capítulo 15 – Oriente Médio: região estratégica 219 A D IL SO N S EC C O Sugestões para o estudante: OS CAPACETES Brancos. Direção: Orlando von Einsiedel. Turquia, 2014. Duração: 41 min. O documentário, gravado na Turquia e em Alepo, na Síria, acompanha o trabalho e o treinamento das equi- pes voluntárias de resgate, apelida- das de The White Helmets. A PRAÇA Tahrir. Direção: Jehane Noujaim. Canadá, 2014. Duração: 108 min. O filme mostra um grupo de revolu-cionários e registra as manifestações na Praça Tahrir, que chegou a ser ocupada por mais de um milhão de pessoas. capri Realce capri Realce https://www.youtube.com/watch?v=fQM6t1oSQkE https://www.youtube.com/watch?v=dV9x_0eBuVg https://mega.nz/file/XpoyhIgC#fRnni0QiiNcsBBGUuhZFddZs4ts-OqWx8KCraaFcGTk https://www.youtube.com/watch?v=KOm-2JhmbnI https://youtu.be/kRuAb8ipnLU https://www.youtube.com/watch?v=1o7REPJ2q-k 134 BNCC • Os conteúdos abor- dados nas páginas 134 a 143 desenvolvem a habilidade EF09GE08. Um trabalho com o tema contemporâneo Educa- ção em direitos humanos poderá ser desenvolvido, pois aborda a questão dos conflitos étnico-re- ligiosos no território do Oriente Médio. A com- petência específica de Ciências Humanas 4 também poderá ser abor- dada de forma que os alunos compreendam a necessidade de respeitar as diferenças culturais, promovendo a valoriza- ção dessa diversidade e o respeito aos direitos humanos das populações minoritárias. • Para complementar o tema, sugerimos a leitu- ra do livro a seguir, que apresenta uma análise dastrês religiões mono- teístas e suas vertentes fundamentalistas. > ARMSTRONG, Karen. Em nome de Deus: o fun- damentalismo no judaís- mo, no cristianismo e no is- lamismo. São Paulo: Com- panhia de Bolso, 2009. Orientações gerais O fundamentalismo islâmico no Oriente Médio O fundamentalismo islâmico, ou muçulmano, ganhou força no Oriente Médio a partir do final da década de 1960. Esse crescimento estaria ligado, entre outros fato- res, à frustração provocada pelas sucessivas derrotas militares dos países árabes muçulmanos nas diversas guerras contra o Estado judeu de Israel desde a sua fun- dação, em 1948. Essa situação provocou em uma parcela minoritá- ria da população muçulmana um anseio de retornar ao Islã “puro”, portanto, com características de sua fundação pelo profeta Maomé, no início do século VII, e de seus primeiros sucessores (califas). Outros fatores fortaleceram o fundamentalismo is- lâmico, como a ascensão política, econômica e militar do Ocidente e a dominação imperialista de potências europeias, como a Inglaterra e a França, sobre os paí- ses muçulmanos do Oriente Médio logo após a Pri- meira Guerra Mundial (1914-1918). Califa: título dado aos soberanos muçulmanos. Fundamentalismo: tem como preceito resgatar os “fundamentos” tradicionais de determinada religião, com o objetivo de implantá-los como lei reguladora de todos os aspectos da vida social e política de seus seguidores. Islã: religião monoteísta surgida na Idade Média, na Península Arábica. O Alcorão, livro sagrado dessa religião, traz os ensinamentos do profeta Maomé e seus preceitos fundamentais. 134 A fotografia, de 2018, retrata uma das mais importantes tradições islâmicas, a peregrinação à cidade de Meca, na Arábia Saudita, e a visita a Caaba, uma construção sagrada para o Islamismo. Sony Herdiana/Shutterstock.com 11/23/18 2:58 PM Ca pí tu lo 4Os fundamentalistas islâmicos apresentam uma visão antiocidental: são contrários à globalização e às influências ocidentais. Eles conside- ram os hábitos ocidentais (liberalismo, individualismo) corruptores, res- ponsáveis pelo declínio material e moral dos países muçulmanos. Por isso, propõem a criação de Estados islâmicos que seriam regidos pela sharia, uma legislação civil orientada por princípios religiosos. Esse fundamentalismo não é partidário de atos violentos. Entre os fun- damentalistas, apenas uma minoria prega violência contra os “infiéis” e a luta armada para a instauração de Estados islâmicos. A maior parte dos fundamentalistas repudia a violência por ser contrária à lei islâmica e pos- tula um retorno pacífico às práticas tradicionais do Islã, assim como a disputa democrática pelo poder por meio de eleições. 135 A outra face: história de uma garota afegã Deborah Ellis. Tradução: Luísa Baeta. São Paulo: Ática, 2009. O livro conta a história de Parvana, uma menina afegã de 11 anos que faz parte do grupo talibã, praticante do Islamismo. Após perder o irmão e seu pai ser preso, a menina precisa trabalhar para sustentar a casa. No entanto, onde Parvana vive, as mulheres são proibidas de trabalhar. Os sunitas e os xiitas Existe entre os muçulmanos uma antiga divisão entre sunitas e xiitas, que remonta à sucessão do quarto califa, denominado Ali ibn Abu Talib, que era genro e sobrinho do profeta Maomé. No ano 661 d.C., esse califa foi assassinado, e o título passou para Moawiya, um líder muçulmano que não pertencia à linhagem do profeta. A maior parte dos muçulmanos, que ficou conhecida como sunita, apoiou o novo governante, enquanto a minoria, conhecida como xiita, defendeu que apenas os membros da família de Maomé poderiam assumir o califado. Dessa disputa, teve origem uma guerra civil que resultou na morte dos descendentes de Ali e na vitória dos partidários de Moawiya. Atualmente, cerca de 90% dos muçulmanos são sunitas, enquanto os xiitas somam cerca de 10%. 11/23/18 2:58 PM 11/24/18 9:08 AM 135 • Comente com os alu- nos que um dos grupos fundamentalistas que pregam a violência é o Estado Islâmico. Leia o texto a seguir. Formado em abril de 2013, o Estado Islâmico é um grupo terrorista sunita criado por dissidentes da Al-Qaeda do Iraque que atuam principalmente na Síria e também no próprio país, mas que nos últimos anos tem realizado ata- ques mortais na Europa. Os terroristas do Esta- do Islâmico, ao contrário de outros grupos da re- gião, tentam implantar um emirado islâmico que abranja tanto a Síria quanto o Iraque; em 2015, o grupo terrorista domi- nou metade do território da Síria após ocupar a cidade de Palmira, onde enfrentou e massacrou uma tribo de rebeldes e não teve qualquer tipo de resistência contra a ação. O grupo sunita controla vastas regiões de Raqqa e Deir Ezzor, territórios que o Observatório Sírio para os Direitos Huma- nos estima ser de 95 mil quilômetros quadrados, ou mais de metade da massa de terra síria. Com a apreensão dos campos de gás e petróleo de Arak e al-Hail perto de Palmira, eles também controlam grande parte do forneci- mento de eletricidade de toda essa região. [...] Estado Islâmico: saiba tudo sobre a história do grupo terrorista. IG. Disponível em: <www.ig.com.br/ tudo-sobre/estado-islamico/>. Acesso em: 2 nov. 2018. Orientações geraisO fundamentalismo islâmico no Oriente Médio O fundamentalismo islâmico, ou muçulmano, ganhou força no Oriente Médio a partir do final da década de 1960. Esse crescimento estaria ligado, entre outros fato- res, à frustração provocada pelas sucessivas derrotas militares dos países árabes muçulmanos nas diversas guerras contra o Estado judeu de Israel desde a sua fun- dação, em 1948. Essa situação provocou em uma parcela minoritá- ria da população muçulmana um anseio de retornar ao Islã “puro”, portanto, com características de sua fundação pelo profeta Maomé, no início do século VII, e de seus primeiros sucessores (califas). Outros fatores fortaleceram o fundamentalismo is- lâmico, como a ascensão política, econômica e militar do Ocidente e a dominação imperialista de potências europeias, como a Inglaterra e a França, sobre os paí- ses muçulmanos do Oriente Médio logo após a Pri- meira Guerra Mundial (1914-1918). Califa: título dado aos soberanos muçulmanos. Fundamentalismo: tem como preceito resgatar os “fundamentos” tradicionais de determinada religião, com o objetivo de implantá-los como lei reguladora de todos os aspectos da vida social e política de seus seguidores. Islã: religião monoteísta surgida na Idade Média, na Península Arábica. O Alcorão, livro sagrado dessa religião, traz os ensinamentos do profeta Maomé e seus preceitos fundamentais. 134 A fotografia, de 2018, retrata uma das mais importantes tradições islâmicas, a peregrinação à cidade de Meca, na Arábia Saudita, e a visita a Caaba, uma construção sagrada para o Islamismo. Sony Herdiana/Shutterstock.com 11/23/18 2:58 PM Ca pí tu lo 4Os fundamentalistas islâmicos apresentam uma visão antiocidental: são contrários à globalização e às influências ocidentais. Eles conside- ram os hábitos ocidentais (liberalismo, individualismo) corruptores, res- ponsáveis pelo declínio material e moral dos países muçulmanos. Por isso, propõem a criação de Estados islâmicos que seriam regidos pela sharia, uma legislação civil orientada por princípios religiosos. Esse fundamentalismo não é partidário de atos violentos. Entre os fun- damentalistas, apenas uma minoria prega violência contra os “infiéis” e a luta armada para a instauração de Estados islâmicos. A maior parte dos fundamentalistas repudia a violência por ser contrária à lei islâmica e pos- tula um retorno pacífico às práticas tradicionais do Islã, assim como a disputa democrática pelo poder por meio de eleições. 135 A outra face: história de uma garota afegã Deborah Ellis. Tradução: Luísa Baeta. São Paulo: Ática, 2009. O livro conta a história de Parvana, uma menina afegã de 11 anos que faz parte do grupo talibã, praticante doIslamismo. Após perder o irmão e seu pai ser preso, a menina precisa trabalhar para sustentar a casa. No entanto, onde Parvana vive, as mulheres são proibidas de trabalhar. Os sunitas e os xiitas Existe entre os muçulmanos uma antiga divisão entre sunitas e xiitas, que remonta à sucessão do quarto califa, denominado Ali ibn Abu Talib, que era genro e sobrinho do profeta Maomé. No ano 661 d.C., esse califa foi assassinado, e o título passou para Moawiya, um líder muçulmano que não pertencia à linhagem do profeta. A maior parte dos muçulmanos, que ficou conhecida como sunita, apoiou o novo governante, enquanto a minoria, conhecida como xiita, defendeu que apenas os membros da família de Maomé poderiam assumir o califado. Dessa disputa, teve origem uma guerra civil que resultou na morte dos descendentes de Ali e na vitória dos partidários de Moawiya. Atualmente, cerca de 90% dos muçulmanos são sunitas, enquanto os xiitas somam cerca de 10%. 11/23/18 2:58 PM 11/24/18 9:08 AM 136 por fuzilamento, como terroristas, os sequestradores de uma balsa que não feriram ninguém e pretendiam usá-la para fugir da ilha. [...] MAGNOLI, Demétrio. Terror global. São Paulo: Publifolha, 2008, p. 17-19. • Para complementar esse tema, leia o trecho a seguir, que discorre sobre o terrorismo no mundo. O texto permite enriquecer seus conhecimentos so- bre o assunto, pois discute a dificuldade em definir- -se o termo “terrorismo”. A face do terror Segundo um relatório da ONU de 2005, terro- rismo é qualquer ação “designada para causar morte ou sérios ferimen- tos a civis e não comba- tentes com o propósito de intimidar uma população ou compelir um gover- no ou uma organização internacional a fazer ou deixar de fazer algo”. Es- sa definição restringe o terrorismo a atos de vio- lência politicamente mo- tivados e exclui ataques contra forças combaten- tes. A linguagem da ONU não deve ser confundida com a empregada pelos EUA na “guerra ao terror”, que descreve indiscrimi- nadamente como atos de terror os atentados contra seus militares [...]. Definir terrorismo não é tão simples como pa- rece, pois as definições muito estreitas podem se revelar inúteis diante de casos específicos e as muito amplas tendem a colocar Estados no banco dos réus. [...] A “guerra ao terror” conferiu aos Estados uma liberdade quase absoluta de linguagem, que se tra- duziu pela aplicação do rótulo “terrorista” a inú- meros grupos políticos armados que desafiam os poderes constituídos. [...] A Rússia passou a tratar, indistintamente, os grupos separatistas da República da Chechênia como terroristas, embora a definição só possa ser aplicada de fato a alguns desses grupos. A China apropriou-se do rótulo para carimbar os separa- tistas do Tibete, que não são terroristas. Em 2003, Cuba condenou à morte Orientações gerais 136 O terrorismo nacional e internacional Geografia em foco O terrorismo pode ser definido como uma ação violenta contra civis ou militares não combatentes, provocando sentimentos de pânico ou terror na população de um país. As táticas de grupo terrorista têm como objetivo desestabilizar o poder de um Es- tado para influenciar suas ações de acordo com interesses políticos. Há registros de práticas terroristas em países da Europa já nos séculos XVIII e XIX. No Oriente Médio, até a década de 1970, o terrorismo foi praticado por grupos nacionalistas em conflitos envolvendo israelenses e palestinos pela disputa do pe- queno território da Palestina. Grupos extremistas palestinos e israelenses cometiam assassinatos, sequestravam aviões e faziam uso de outras práticas violentas, como a atuação de homens-bomba, para enfraquecer o adversário. No início do século XXI, as organizações terroristas al- cançaram um novo raio de atuação, realizando atenta- dos em diferentes partes do mundo. Um exemplo foi o que ocorreu em 11 de setembro de 2001, quan- do a rede terrorista Al-Qaeda (A Base), liderada pelo saudita Osama Bin Laden, destruiu as torres gê- meas do edifício World Trade Center, em Nova York, símbolo do capitalismo financeiro internacio- nal e do poder econômico estadunidense. Os fundamentalistas seguidores de Osama Bin Laden buscam um levante islâmico global contra o mundo ocidental, que tem como destaque os Estados Unidos e seus aliados. Da mesma forma, os governos de países muçulmanos que colaboram com o Ociden- te, segundo esses fundamentalistas, devem ser der- rubados. Após os atentados de 11 de setembro de 2001, a Al-Qaeda já atacou monumentos e prédios no Iraque, no Marrocos, na Tunísia, nas Filipinas, na Turquia, na Arábia Saudita, no Afeganistão, entre outros países. Os atentados suicidas de 11 de setembro foram realizados por 19 militantes da Al-Qaeda, em sua maioria sauditas residentes na Alemanha. Dois aviões de passageiros foram sequestrados e arremessados contra as Torres Gêmeas em Nova York, e um jato comercial americano contra o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Um dos aviões, que deveria atingir a Casa Branca, foi destruído pela Força Aérea estadunidense. Na fotografia, imagem do atentado ao World Trade Center ocorrido em 2001, na cidade de Nova York. PC N P ho to gr ap hy /A la m y/ Fo to ar en a 11/23/18 3:01 PM 137 Ca pí tu lo 4 Em 2012, um ato terrorista no Paquistão comoveu o mundo. A jovem Malala Yousafzai, na época com 15 anos, foi alvo de um atentado quando retornava de sua escola. Malala foi atacada por defender o direito à educação feminina. Leia o texto a seguir. Malala tornou-se símbolo da luta em favor do direito à educação feminina. Em 2014, ela foi vencedora do Prêmio Nobel da Paz pelo seu trabalho em favor da educação. Atualmente, Malala vive com a família em Birmingham, na Inglaterra. Na fotografia, Malala participando de um encontro de estudantes na Cidade do México, México, 2017. A pequena grande Malala Quando Malala Yousafzai nasceu, nenhum vizinho foi dar os parabéns aos seus pais. Em regiões do Paquistão como o Vale do Swat, on- de ela vivia, só o nascimento de meninos é celebrado. Das meninas, espera-se apenas que vivam quietinhas atrás das cortinas, cozinhem e tenham filhos – preferencialmente antes dos 18 anos. “Malala” significa “tomada pela triste- za”. [...] Aos 12 anos, para poder continuar indo à escola, desafiou uma das mais cruéis e vio- lentas milícias em ação, o fundamentalista Talibã. Aos 15, foi baleada na cabeça numa ten- tativa do grupo de silenciá-la. Malala sobreviveu ao atentado e, aos 16 anos, tornou-se porta-voz mundial de uma causa até há pouco quase obscura, entre outros motivos, por ter surgido em uma região que já parecia ter problemas demais a tratar: [...] milhares de meninas no Afeganistão e no Paquistão que, graças a uma interpretação do Islã eivada de ignorância e ódio, são impedidas de ter acesso à educação e a um futuro melhor. [...] OYAMA, Thaís. A pequena grande Malala. Veja, São Paulo, Abril, ano 46, n. 42, p. 86, 16 out. 2013. © Abril Comunicações S.A. Is ai as H er na nd ez /N ot im ex / N ew sc om /Z U M A P re ss /F ot oa re na Ed ito ra C om pa nh ia d as L et ra s 11/23/18 3:01 PM 11/24/18 9:08 AM https://drive.google.com/file/d/1ZF4TqSh3NiL9bWKDD-CbPg14UPg26xA2/view?usp=sharing 137 • Ao estudar sobre o ati- vismo de Malala, é pos- sível relacionar ao tema contemporâneo Educa- ção em direitos huma- nos. Comente com os alu- nos sobre a importância da igualdade de direitos à educação entre homens e mulheres de qualquer nacionalidade. Os direitos entre homens e mulheres devem se estender tam- bém a outros aspectos, como saúde, segurança, liberdade de expressão, lazer, entre outros. • Comente com os alu- nos que Malala dividiu o Prêmio Nobel da Paz com o indiano ativista Kailash Satyarthi, que também trabalha pela educação de crianças e jovens. Di- ga a eles que o compar- tilhamento desse prêmio ganhou relevânciaainda maior pelo fato de envol- ver países vizinhos, Índia e Paquistão, que estão em permanente tensão em razão de históricos confli- tos étnicos e territoriais. Orientações gerais 136 O terrorismo nacional e internacional Geografia em foco O terrorismo pode ser definido como uma ação violenta contra civis ou militares não combatentes, provocando sentimentos de pânico ou terror na população de um país. As táticas de grupo terrorista têm como objetivo desestabilizar o poder de um Es- tado para influenciar suas ações de acordo com interesses políticos. Há registros de práticas terroristas em países da Europa já nos séculos XVIII e XIX. No Oriente Médio, até a década de 1970, o terrorismo foi praticado por grupos nacionalistas em conflitos envolvendo israelenses e palestinos pela disputa do pe- queno território da Palestina. Grupos extremistas palestinos e israelenses cometiam assassinatos, sequestravam aviões e faziam uso de outras práticas violentas, como a atuação de homens-bomba, para enfraquecer o adversário. No início do século XXI, as organizações terroristas al- cançaram um novo raio de atuação, realizando atenta- dos em diferentes partes do mundo. Um exemplo foi o que ocorreu em 11 de setembro de 2001, quan- do a rede terrorista Al-Qaeda (A Base), liderada pelo saudita Osama Bin Laden, destruiu as torres gê- meas do edifício World Trade Center, em Nova York, símbolo do capitalismo financeiro internacio- nal e do poder econômico estadunidense. Os fundamentalistas seguidores de Osama Bin Laden buscam um levante islâmico global contra o mundo ocidental, que tem como destaque os Estados Unidos e seus aliados. Da mesma forma, os governos de países muçulmanos que colaboram com o Ociden- te, segundo esses fundamentalistas, devem ser der- rubados. Após os atentados de 11 de setembro de 2001, a Al-Qaeda já atacou monumentos e prédios no Iraque, no Marrocos, na Tunísia, nas Filipinas, na Turquia, na Arábia Saudita, no Afeganistão, entre outros países. Os atentados suicidas de 11 de setembro foram realizados por 19 militantes da Al-Qaeda, em sua maioria sauditas residentes na Alemanha. Dois aviões de passageiros foram sequestrados e arremessados contra as Torres Gêmeas em Nova York, e um jato comercial americano contra o Pentágono, sede do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. Um dos aviões, que deveria atingir a Casa Branca, foi destruído pela Força Aérea estadunidense. Na fotografia, imagem do atentado ao World Trade Center ocorrido em 2001, na cidade de Nova York. PC N P ho to gr ap hy /A la m y/ Fo to ar en a 11/23/18 3:01 PM 137 Ca pí tu lo 4 Em 2012, um ato terrorista no Paquistão comoveu o mundo. A jovem Malala Yousafzai, na época com 15 anos, foi alvo de um atentado quando retornava de sua escola. Malala foi atacada por defender o direito à educação feminina. Leia o texto a seguir. Malala tornou-se símbolo da luta em favor do direito à educação feminina. Em 2014, ela foi vencedora do Prêmio Nobel da Paz pelo seu trabalho em favor da educação. Atualmente, Malala vive com a família em Birmingham, na Inglaterra. Na fotografia, Malala participando de um encontro de estudantes na Cidade do México, México, 2017. A pequena grande Malala Quando Malala Yousafzai nasceu, nenhum vizinho foi dar os parabéns aos seus pais. Em regiões do Paquistão como o Vale do Swat, on- de ela vivia, só o nascimento de meninos é celebrado. Das meninas, espera-se apenas que vivam quietinhas atrás das cortinas, cozinhem e tenham filhos – preferencialmente antes dos 18 anos. “Malala” significa “tomada pela triste- za”. [...] Aos 12 anos, para poder continuar indo à escola, desafiou uma das mais cruéis e vio- lentas milícias em ação, o fundamentalista Talibã. Aos 15, foi baleada na cabeça numa ten- tativa do grupo de silenciá-la. Malala sobreviveu ao atentado e, aos 16 anos, tornou-se porta-voz mundial de uma causa até há pouco quase obscura, entre outros motivos, por ter surgido em uma região que já parecia ter problemas demais a tratar: [...] milhares de meninas no Afeganistão e no Paquistão que, graças a uma interpretação do Islã eivada de ignorância e ódio, são impedidas de ter acesso à educação e a um futuro melhor. [...] OYAMA, Thaís. A pequena grande Malala. Veja, São Paulo, Abril, ano 46, n. 42, p. 86, 16 out. 2013. © Abril Comunicações S.A. Is ai as H er na nd ez /N ot im ex / N ew sc om /Z U M A P re ss /F ot oa re na Ed ito ra C om pa nh ia d as L et ra s 11/23/18 3:01 PM 11/24/18 9:08 AM 220 – 4o BIMESTRE GUERRA CIVIL NA SÍRIA O trecho do texto a seguir relata alguns detalhes da guerra civil na Síria, iniciada em 2011. Leia-o e elabore um mapa esquemático, de acordo com as orientações descritas na sequência. Por que há uma guerra civil na Síria: 7 perguntas para entender o conflito Um levante pacífico contra o presidente da Síria que teve início há sete anos [2011] transformou-se em uma guerra civil que já deixou mais de 350 mil mortos, devastou cidades e envolveu outros países. O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) calcula que mais de 5 milhões já deixaram o país. Entenda a seguir a origem desse conflito e suas consequências até agora. 1. Como a guerra começou? Mesmo antes do conflito começar, muitos sírios reclamavam dos altos índices de desemprego, corrupção e falta de liberdade política sob o presidente Bashar al-Assad, que sucedeu seu pai, Hafez, após sua morte, em 2000. Em março de 2011, protestos pró-democracia eclodiram na cidade de Deraa, ao sul do país, inspirados pelos levantes da Primavera Árabe em países vizinhos. Quando o governo empregou força letal contra dissidentes, houve manifestações em todo o país exigindo a renúncia do presidente. O clima de revolta se espalhou, e a re- pressão se intensificou. Apoiadores da oposição pegaram em armas, primeiro para de- fender a si mesmos e depois para expulsar forças de segurança das áreas onde viviam. Assad prometeu acabar com o que chamou de “terrorismo apoiado por estrangeiros”. Seguiu-se uma rápida escalada de violência, e o país mergulhou em uma guerra civil. 2. Quantas pessoas já morreram? O Observatório Sírio de Direitos Humanos, uma ONG britânica que monitora o con- flito com base em uma rede de fontes locais, registrou 353 900 mortes até março de 2018, incluindo 106 mil civis. [...] 3. Do que se trata a guerra? [...] Muitos grupos e países, cada um com suas próprias agendas, estão envolvidos, tornando a situação muito mais complexa e prolongando a guerra. [...] Também permitiram que grupos jihadistas como o autodenominado Estado Islâ- mico e a al-Qaeda florescessem. Os curdos sírios, que querem ter o direito de governar a si próprios mas não comba- tem as forças de Assad, acrescentam outra dimensão ao conflito. 4. Quem está envolvido? Os principais apoiadores do governo são a Rússia e o Irã, enquanto os Estados Unidos, a Turquia e a Arábia Saudita apoiam os rebeldes. [...] Os Estados Unidos, Reino Unido, França e outros países ocidentais forneceram va- riados graus de apoio para o que consideram ser rebeldes “moderados”. pr át ic a em 220 Unidade VII – Ásia: Índia e Oriente Médio Texto complementar Síria Antes do início da Guer- ra Civil, a Síria era um país em desenvolvimento, com economia diversificada e parques arqueológicos que atraiam turistas de todo o mundo. O texto a seguir re- lata a situação atual do país. O órgão da ONU para re- fugiados contabiliza desem- prego em 60%, dois terços dos habitantes na extrema pobreza, 7,6 milhões desloca- dos internamente e mais de 5 milhões fugidos apenas para 4 países vizinhos. Já a economia vive uma combinação desastrosa de escassez de produtos, moeda depreciada, inflação galopan- te, sanções, fuga de capital e mão de obra e o colapso dos setores agrícola e de petró- leo. [...] A queda estimada de 57% do PIB rivaliza com outros grandes desastres eco- nômicos da história moderna[...]. Se o país voltar a crescer em 2018 a uma taxa de 4,5% por ano, vai demorar 20 anos para chegar no seu PIB antes da guerra. SÍRIA perdeu a metade da sua economia com a guerra civil. Exame. Disponível em: <https://exame.abril.com. br/economia/siria-perdeu- metade-da-sua-economia-com- guerra-civil/>. Acesso em: 30 agosto 2018. https://exame.abril.com.br/economia/siria-perdeu-metade-da-sua-economia-com-guerra-civil/ https://exame.abril.com.br/economia/siria-perdeu-metade-da-sua-economia-com-guerra-civil/ https://exame.abril.com.br/economia/siria-perdeu-metade-da-sua-economia-com-guerra-civil/ https://exame.abril.com.br/economia/siria-perdeu-metade-da-sua-economia-com-guerra-civil/ https://exame.abril.com.br/economia/siria-perdeu-metade-da-sua-economia-com-guerra-civil/ https://exame.abril.com.br/economia/siria-perdeu-metade-da-sua-economia-com-guerra-civil/ https://youtu.be/DkQobcSE3ik https://youtu.be/3Svg_uTHm8E https://www.youtube.com/watch?v=-1Cm5Ug48fA 4o BIMESTRE – 221 Uma coalizão global liderada por eles também realiza ataques contra militantes do Estado Islâmico na Síria desde 2014 e ajudou uma aliança entre milícias árabes e curdas chamada Forças Democráticas Sírias (FDS) a assumir o controle de territórios antes dominados por jihadistas. A Turquia apoia há tempos os rebeldes, mas concentrou esforços em usá-los para conter a milícia curda que domina a FDS, acusando-a de ser uma extensão de um grupo rebelde curdo banido do território turco. [...] 5. Como o país tem sido afetado? [...] A ONU estima que 13,1 milhões de pessoas necessitarão de algum tipo de ajuda humanitária na Síria em 2018. Os dois lados do conflito pioraram essa situação ao se recusar a permitir o acesso de agências com fins humanitários a quem precisa de auxílio. Quase 3 milhões de pessoas vivem em áreas alvos de cerco e de difícil acesso. [...] 6. Como o país está dividido? O governo reassumiu o controle das maiores cidades sírias, mas grandes partes do país ainda estão sob o comando de grupos rebeldes e da FDS. [...] 7. A guerra vai acabar algum dia? Não há qualquer sinal de que o conflito chegará ao fim em breve, mas todos os lados envolvidos concordam que uma solução política é necessária. O Conselho de Segurança da ONU pediu a implementação de um governo de tran- sição “formado com base em consentimento mútuo”. [...] Assad parece cada vez menos disposto a negociar com a oposição. Rebeldes ainda insistem que ele renuncie como parte de qualquer acordo. POR QUE há uma guerra civil na Síria: 7 perguntas para entender o conflito. UOL, 15 mar. 2018. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2018/03/15/por-que-ha-uma- guerra-civil-na-siria-7-perguntas-para-entender-o-conflito.htm>. Acesso em: 26 mar. 2018. • Com base nas informações contidas no texto, reúnam-se em duplas ou trios e elabo- rem um mapa esquemático (croqui) que ilustre a guerra civil iniciada na Síria em 2011. Para elaborar um mapa esquemático (croqui): Se necessário, utilizem um mapa-múndi para auxiliar seu trabalho, localizando os países. Vocês poderão empregar diversos recursos, como setas para representar os fluxos, formas geométricas como círculos para representar os países envolvidos, símbolos para representar as frentes envolvidas, cores etc. Não se esqueçam de elaborar uma legenda que descreva todos os recursos usados no mapa. Ao final, é possível pesquisar mais informações sobre os conflitos e compartilhar o resultado com os demais colegas e o professor. Capítulo 15 – Oriente Médio: região estratégica 221 https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2018/03/15/por-que-ha-uma-guerra-civil-na-siria-7-perguntas-para-entender-o-conflito.htm https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2018/03/15/por-que-ha-uma-guerra-civil-na-siria-7-perguntas-para-entender-o-conflito.htm https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2018/03/15/por-que-ha-uma-guerra-civil-na-siria-7-perguntas-para-entender-o-conflito.htm https://www.youtube.com/watch?v=idXlH3O110o 222 – 4o BIMESTRE 1 Por que o Oriente Médio é considerado uma das principais áreas estratégicas do mundo? 2 Observe o mapa abaixo e responda às questões propostas. atividades Os dez países mais ameaçados pela escassez de água concentram-se no Oriente Médio. Elaborado com base em dados obtidos em: WATER stress will drive government cooperation. Oxford Analytica. Disponível em: <https://dailybrief.oxan.com/Analysis/GA201615/Water-stress-will-drive-government- cooperation>. Acesso em: 4 dez. 2017. PLANISFÉRIO: ESCASSEZ HÍDRICA (2015) a) Quais países do Oriente Médio estão entre os mais ameaçados pela escassez hídrica? b) Quais problemas relacionados à escassez hídrica esses países poderão enfrentar futuramente? 3 Qual é a origem dos conflitos entre árabes e ju- deus na Palestina? O que representa a decisão estabelecida em 2012 pela Assembleia Geral das Nações Unidas? 4 Que tipo de atividade econômica é indicado na ilustração de Dubai apresentada ao lado? Qual é a importância desse tipo de atividade para a eco- nomia da cidade, localizada nos Emirados Árabes Unidos? 0º OCEANO PACÍFICO OCEANO PACÍFICO OCEANO ATLÂNTICO OCEANO ÍNDICO 0º EQUADOR TRÓPICO DE CAPRICÓRNIO CÍRCULO POLAR ANTÁRTICO TRÓPICO DE CÂNCER M ER ID IA N O D E G R EE N W IC H CÍRCULO POLAR ÁRTICO Nível de água abundante (menos de10%) Nível de água suficiente (10% a 25%)Estresse hídrico severo (de 75% a 7 512%) Estresse hídrico grande (de 60% a 75%) Estresse hídrico moderado (de 25% a 60%) LÍBIA 718% ARÁBIA SAUDITA 1 097% CATAR 2 674% KUWAIT 7 512% EMIRADOS ÁRABES UNIDOS 4 297% EGITO 141% JORDÂNIA 129% IÊMEN 196% BAREIN 398% OMà 133% NE LO SE S N NO SO 2 740 km SO N IA V A Z O A K K II/ SH U TT ER ST O C K Ilustração de lugares e atividades praticadas em Dubai, Emirados Árabes Unidos. 222 Unidade VII – Ásia: Índia e Oriente Médio Seção Atividades https://dailybrief.oxan.com/Analysis/GA201615/Water-stress-will-drive-government-cooperation https://dailybrief.oxan.com/Analysis/GA201615/Water-stress-will-drive-government-cooperation 4o BIMESTRE – 223 ESTADOS UNIDOS CHINA RÚSSIA MÉXICO VENEZUELA JAPÃO CHILE IRà TURQUIA San Juan Ixhuatepec: explosão de estoque de gás de petróleo liquefeito (1984) Mississauga: derramamento de produtos altamente tóxicos (1979) Minas Gerais: ruptura de um reservatório de produtos químicos (2003) Abidjan: derramamento de dejetos tóxicos (2014) Three Mile Island: acidente nuclear (1979) Fukushima: acidente nuclear (2011)Tianjin: incêndio de entrepostos de produtos químicos (2015)Kychtym: acidente nuclear (1957) Chernobil: Acidente nuclear (1986) Seveso: acidente químico (1976) Nova Délhi: acidente químico (1985) Gao Qion: explosão de poço de gás (2003) Tyanyuan: vazamento de cloro (2004) Bhopal: vazamento de gás tóxico (1984) Visakhapatnam: incêndio de uma refinaria (1997) ARGENTINA BRASIL COSTA DO MARFIM CANADÁ MIDWAY HAVAÍ AUSTRÁLIA NOVA ZELÂNDIA FILIPINAS ÍNDIA PAQUISTÃO IÊMEN 300 000 a 1 500 000 100 000 a 300 000 50 000 a 100 000 10 000 a 50 000 * Os hidrocarbonetos são os principais componentes químicos do petróleo. Derramamentos acidentais de hidrocarbonetos* (em toneladas) Acidentes industriais que afetaram mais de 50 mil pessoas Principais zonas de acidentes industriais depois de 1901 NIGÉRIA NAMÍBIA MOÇAMBIQUE TAILÂNDIA MALÁSIA INDONÉSIA Representação com escala e rosa dos ventos suprimidas PLANISFÉRIO: POLUIÇÃO PROVOCADA POR ACIDENTES INDUSTRIAIS (século XX) 5 Observe o mapa abaixo, que apresenta diversos pontos de poluição provocada por acidentes indus- triais ao longo do século XX e responda às questões. Elaborado com base em dados obtidos em: MARIN, Cécile. La planète mise à mal. Le Monde Diplomatique, dez. 2015. Disponível em: <https://www.monde- diplomatique.fr/cartes/ empreinte-ecologique>. Acesso em: 25 mar. 2018. a) Quais regiõesdo mundo apresentam maior número de acidentes industriais? b) Como é a participação do Oriente Médio segundo o mapa? 6 Leia o texto a seguir e responda às questões propostas. Com apoio da União Europeia, FAO ajudará mais de 150 mil pessoas no Iêmen A assistência será possível graças aos 12 milhões de euros prometidos pela União Europeia (UE) para o país que tem agora 14 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar. “Essa é uma das piores crises humanitárias do mundo. O acesso das pessoas à alimentação está piorando rapidamente e é preciso uma ação urgente”, disse o representante da FAO no Iêmen, Salah Hajj Hassan. “A contribuição da UE reforçará consideravelmente a nossa capacidade de recolher dados críticos sobre a insegurança alimentar, de modo que medidas rápidas possam ser tomadas para evitar uma nova deterioração da situação. Os recursos também vão contribuir para aumentar a resiliência dos agri- cultores e pastores de gado, os ajudando a aumentar o valor de sua produção agrícola”, acrescentou. [...] COM APOIO da União Europeia, FAO ajudará mais de 150 mil pessoas no Iêmen. ONU Brasil, 12 jan. 2017. Disponível em: <https://nacoesunidas.org/com-apoio-da-uniao-europeia-fao-ajudara-mais-de-150-mil- pessoas-no-iemen>. Acesso em: 26 mar. 2018. a) Qual a crise humanitária enfrentada pelo Iêmen? b) Quais as razões que levam o país a enfrentar essa crise? SO N IA V A Z Capítulo 15 – Oriente Médio: região estratégica 223 Respostas https://www.monde-diplomatique.fr/cartes/empreinte-ecologique https://www.monde-diplomatique.fr/cartes/empreinte-ecologique https://www.monde-diplomatique.fr/cartes/empreinte-ecologique https://www.monde-diplomatique.fr/cartes/empreinte-ecologique https://nacoesunidas.org/com-apoio-da-uniao-europeia-fao-ajudara-mais-de-150-mil-pessoas-no-iemen https://nacoesunidas.org/com-apoio-da-uniao-europeia-fao-ajudara-mais-de-150-mil-pessoas-no-iemen https://nacoesunidas.org/com-apoio-da-uniao-europeia-fao-ajudara-mais-de-150-mil-pessoas-no-iemen capri Realce https://www.youtube.com/watch?v=O-R1IlNUY_Q ORIENTE MÉDIO: MATERIAL DE APOIO – APRENDA MAIS – Clik na Imagem https://drive.google.com/file/d/1AQbMEHFXqm-Yb3Qr_0P15r4BrwsYdz2x/view?usp=sharing https://mega.nz/file/jtxAQCTT#0_ZuJE2TO8MlT3rjq488TgHojFcWtT301KViFL7zZ5Q https://mega.nz/file/SsxmiS5K#VRlvW6orgzwdihmhuCkNcLaREXgfbFqgwb8eU8HnMbY https://mega.nz/file/OlhWmQhA#dzkrMgHstH1BGCvvPIKobrZhUOuTAec1U3t-mntkjaA https://drive.google.com/file/d/17AFK4-qO3kEKu-wn6pnVwFgOeDfD0oKl/view?usp=sharing https://mega.nz/file/ypgATIpT#nVdCPbRJJWchZBFWnMo4A4-TO7fB74lO5Ws--2RvUSs https://mega.nz/file/uIoxFKiT#8JPtBxIiB-95sPGP-_5dwgZ-LIdKg8M_-C8GBiP6YoE https://drive.google.com/file/d/1La94A826QP4OAMAIQk3T1CaHyb6EYoll/view?usp=sharing https://www.youtube.com/watch?v=UOztHfOaosc https://www.youtube.com/watch?v=bkl5MgLJyk4 https://www.youtube.com/watch?v=TnQkgfRAGMM https://www.youtube.com/watch?v=gfW1IfNtGP0 https://mega.nz/file/6I40GaAK#zzdAp9O433MPH9oZBxO96Fkx86XJH73IaHaN17RfYcI https://www.youtube.com/watch?v=LqlqeiuO4sM https://www.youtube.com/watch?v=nblsW3GyJ8A https://www.youtube.com/watch?v=-1Cm5Ug48fA https://www.youtube.com/watch?v=1o7REPJ2q-k https://www.youtube.com/watch?v=O-R1IlNUY_Q https://mega.nz/file/XpoyhIgC#fRnni0QiiNcsBBGUuhZFddZs4ts-OqWx8KCraaFcGTk https://drive.google.com/file/d/1tbhFSqDNOCdBY7_oxYlc_bwdqbBXor06/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1dovqYJwmvDfhI8-rzQxWz-Mfx9s8euSS/view?usp=sharing https://mega.nz/file/HcZChByJ#G2_Vp9sv1YD_-ifl2O3B7zNxp6xeo99kme65ongyVCA https://mega.nz/file/L8xGWYKT#yLfnWsTJ7Nuf4H5QaQMRwPGS84B9wKllJ1GRg4G13og https://www.youtube.com/watch?v=KOm-2JhmbnI https://youtu.be/DkQobcSE3ik https://youtu.be/3Svg_uTHm8E https://youtu.be/Y_27EX49mKM https://www.youtube.com/watch?v=2yDP3FWGI5E https://mega.nz/file/ishwjK7B#xFFkX_jj-0Bnesl_O8acOCYCskj2VzMgIh4zoJci-bk https://mega.nz/file/zggAwARZ#-AUsHpgLEhlHLXgI2Wf18F3CRZDFM8hN7CHlvGd7X2U https://mega.nz/file/eNZU1JZb#wGQFck93b-uzcryeg8zn5IbJnvpfdsDvE5Dv3yHmovA https://www.youtube.com/watch?v=qpoNFyGdz5M https://mega.nz/file/rsxWHI4A#bbg5_tmF-rso75IuZMtsAx85HjuHcD-8Ra6fir8uD34 https://drive.google.com/file/d/1jk7Sffpc6wjxj6wuRNce3OMSA9Gva-1B/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1_cR8uVjB2bSqFKa437f4SraczfMIVB9D/view?usp=sharing https://drive.google.com/file/d/1Cc5n6HTgbmK2REGJ5smJfu_XctxO380N/view?usp=sharing 224 – 4o BIMESTRE ser mundono DESIGUALDADE MUNDIAL DE ACESSO AOS RECURSOS ALIMENTARES De acordo com a ONU, em 2017, aproximadamente 815 milhões de pessoas sofriam com insegurança alimentar, mesmo com a produção mundial de alimentos superando a demanda para cada habitante do planeta. Estima-se que, depois de um declínio constante do número de pessoas subalimentadas desde a década de 1990, os últimos anos ainda foram marcados pelo crescimento da fome, afetando 11% da população mundial. O aumento da fome está relacionado a diversos fatores: eventos como secas ou inundações, agravados por mudanças climáticas, violência, conflitos e guerras civis, e concentração da renda e da produção. Esses fatores contribuem para que o acesso aos alimentos seja concen- trado em países ou grupos populacionais considerados ricos, e a fome atinja principalmente as populações mais pobres. Observe os dados do gráfico a seguir, que ilustra os números absoluto e relativo de pessoas subalimentadas no mundo ao longo da década de 2010. MUNDO: PESSOAS SUBALIMENTADAS (2009-2016) Elaborado com base em dados obtidos em: FAO. O estado da segurança alimentar e da nutrição no mundo em 2017. Roma, 2017. Disponível em: <http://www.fao.org/3/a-I7695e.pdf>. Acesso em: 16 mar. 2018. 20 15 10 5 0 25 2009 20172016*20152013201220112010 2014 Ano Pe ss o as s u b al im en ta d as (e m % ) África Ásia América Latina Oceania América do Norte e Europa 191,1 552,4 40,8 1,8 200,4 526,1 39,1 2,1 218,7 508,3 40,1 2,5 243,2 519,6 42,5 2,7 * Projeção realizada em 2015 (cores mais tênues). (em milhões de pessoas) 224 Unidade VII – Ásia: Índia e Oriente Médio http://www.fao.org/3/a-I7695e.pdf 4o BIMESTRE – 225 Agora leia o trecho do texto a seguir. Mundo produz comida suficiente, mas fome ainda é uma realidade Um estudo publicado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) no dia 29 de abril de 2016 mostrou que a produção mundial de alimen- tos é suficiente para suprir a demanda das 7,3 bilhões de pessoas que habitam a Terra. Apesar disso, aproximadamente uma em cada nove dessas pessoas ainda vive a realidade da fome. A pesquisa põe em xeque toda a política internacional de combate à subnutrição crônica colocada em prática nas últimas décadas. [...] As políticas de combate à fome, adotadas até aproximadamente o início da década, fo- caram sobretudo na ajuda emergencial e no aumento da produção. Ou seja, acreditava-se que para acabar com a subnutrição, bastava, primordialmente, produzir mais e levar comida a populações com fome. Depois que as metas traçadas não foram alcançadas, organizações que lidam com o tema entenderam que era necessário criar ações permanentes e estruturais. Surgiram então dois aspectos principais. Um trata do principal motivo: a pobreza. A comida não chega a quem precisa porque, na maioria dos casos, as pessoas não têm dinheiro para comprá-la. Seja nos países mais pobres ou nos mais ricos, pessoas têm dificuldades em conseguir alimentos por serem economica- mente excluídas, e não porque não têm comida suficiente. [...] O outro aspecto tem a ver com a forma de desenhar políticas em escala global. É a territorialidade. Isso significa que as organizações entenderam que o combate à fome tem que ser feito levando em conta questões específicas de cada lugar. Pessoas em cidades não passam fome
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