Buscar

As paredes brancas daquele consultório psiquiátrico pareciam encolher

Prévia do material em texto

As paredes brancas daquele consultório psiquiátrico pareciam encolher a cada instante. A sensação de claustrofobia não amenizava, nem mesmo pela brisa gelada que adentrava o recinto pela janela e percorria o corpo de Luke. Ele apoiou os braços na poltrona, forçou a coluna e se sentou. Inspirou profundamente, encarou o semblante pálido do psiquiatra e respirou.
‘’Podemos fazer uma pausa’’, o psiquiatra ameaçou fechar o caderno de molas.
‘’Não’’, disse Luke. ‘’Só preciso de um pouco de tempo.’’
Ele fechou os olhos e concentrou a mente na caneta que o homem segurava na mão esquerda. Quando abriu os olhos, a caneta esferográfica flutuava alguns centímetros acima da cabeça do médico. 
‘’Fascinante’’, seus olhos brilhavam como de uma criança que acabara de presenciar seu primeiro truque de mágica. ‘’O que você sente?’’
‘’Não sei exatamente como explicar, mas’’, uma pausa, ‘’é como se tudo fosse extensão das minhas mãos.’’

Continue navegando