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2 - PLANO DE AULA

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ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL ­ CCJ0152
Semana Aula: 1
Da legislação na OAB
Tema
Da legislação na OAB, o Exame de Ordem e a atividade advocatícia
Palavras­chave
Estatuto. Código de ética. Democracia. Exame de ordem.
Objetivos
Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de·         
Avaliar a importância da Advocacia para democracia;
Identificar o compromisso da Advocacia com a sociedade;
Conhecer a legislação da OAB;
Conhecer as regras do Exame de Ordem.
Estrutura de Conteúdo
Legislação
? Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil ? Lei 8.906/94 ? (EOAB)
? Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil ? (CED)
? Regulamento Geral da Ordem dos Advogados do Brasil ? (RG)
? Provimentos do Conselho Federal ? (Prov.)
O exercício de qualquer profissão é livre no Brasil, mas a liberdade não é irrestrita.  Na verdade,
depende da lei que regulamenta a profissão no país. Vejamos o art. 5° da CRFB/88:
Art. 5º, inciso XIII, CRFB/1988: ?é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; ?
Lei: 
Lei Federal 8.906 de 04 de julho de 1994. Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos
Advogados do Brasil ­ OAB. A atividade de advocacia é exercida seguindo as regras do Estatuto
e do regime próprio de cada carreira no caso da advocacia pública.
Um dos requisitos para ingresso nos quadros da OAB requer a aprovação no Exame de Ordem. Não é o
único requisito, mas é necessário. O art. 8° traz todos os requisitos para o pedido de inscrição.
Art. 8º, IV e § 1º do EOAB:
Para inscrição como advogado é necessário:
IV ? aprovação em Exame de Ordem;
§ 1º ­  O Exame de Ordem é regulamentado em provimento do Conselho Federal da OAB
(144/2011).
O art. 54, inciso V, EOAB ­   estabelece que compete ao Conselho Federal editar e alterar o
Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os Provimentos que julgar necessários. E no art.
112 do RG, alterado pela res. 01 de 13 de junho de 2011, determina que o Exame de Ordem será
regulamentado por Provimento editado pelo Conselho Federal, a saber:
§1º O Exame de Ordem é organizado pela Coordenação Nacional do Exame de Ordem na forma
de Provimento do Conselho Federal.
§ 2º Às Comissões de Estágio e Exame de Ordem dos Conselhos Seccionais compete fiscalizar a
aplicação da prova e verificar o preenchimento dos requisitos exigidos dos examinandos quando
dos pedidos de inscrição, assim como difundir as diretrizes e defender a necessidade do Exame
de Ordem.
Assim, o provimento que organiza o Exame de Ordem no Brasil é o prov. 144/2011.  Em seu art. 1º
encontra­se a seguinte informação: ?O Exame de Ordem é preparado e realizado pelo Conselho Federal
da Ordem dos Advogados do Brasil ­ CFOAB, mediante delegação dos Conselhos Seccionais. ?  Neste
caso, a banca do exame de ordem é da OAB.  A pessoa jurídica contratada limita­se à assessoria e
organização do evento. Vejamos:
§ 1º A preparação e a realização do Exame de Ordem poderão ser total ou parcialmente
terceirizadas, ficando a cargo do CFOAB sua coordenação e fiscalização.
§ 2º Serão realizados 03 (três) Exames de Ordem por ano.
A aprovação no Exame de Ordem é requisito necessário para a inscrição nos quadros da OAB como
advogado, nos termos do art. 8º, IV, da Lei n.º 8.906/1994 (Art. 6º do Prov. 144/2011).
O parágrafo único: Ficam dispensados do Exame de Ordem os postulantes oriundos da Magistratura e do
Ministério Público e os bacharéis alcançados pelo art. 7º da Resolução n. 02/1994, da Diretoria do
CFOAB. Esses bacharéis são aqueles que se formaram  até julho de 1996. Trata­se de uma regra de
transição para os estudantes dos últimos períodos por ocasião da criação do novo estatuto da OAB. Não
se aplica atualmente a nenhum bacharel.
Resolução n. 02/1994, da Diretoria do CFOAB.
Art. 7º Estão dispensados do Exame de Ordem: 
I ? os bacharéis em direito que realizaram o estágio profissional de advocacia (Lei nº 4.215/63)
ou o estágio de prática forense e organização judiciária (Lei nº 5.842/72), no prazo de dois anos,
com aprovação nos exames finais perante banca examinadora integrada por representante da
OAB, até 04 de julho de 1994; 
II ? os inscritos no quadro de estagiários da OAB, até 04 de julho de 1994, desde que realizem o
estágio em dois anos de atividades e o concluam, com aprovação final, até 04 de julho de 1996;
III ? os matriculados, comprovadamente, nos cursos de estágio referidos no inciso I, antes de 05
de julho de 1994, desde que requeiram inscrições no Quadro de Estagiários da OAB, e o
concluam com aprovação final, juntamente com o curso, até 04 de julho de 1996;
Os estudantes do 9º período podem se inscrever?
O Exame de Ordem é prestado por bacharel em Direito, ainda que pendente sua colação de grau, todavia
formado em instituição regularmente credenciada, conforme o Art. 7º do Prov. 144/2011.
No § 3º há a possibilidade!  ?Poderão prestar o Exame de Ordem os estudantes de Direito dos últimos
dois semestres ou do último ano do curso?.
Os estudantes que exercem atividades incompatíveis podem se inscrever?
Os artigos envolvidos nesta questão são: Art. 7º, § 1º Prov. 144 c/c  art. 28, EOAB. É facultado ao
bacharel em Direito que detenha cargo ou exerça função  incompatível com a advocacia prestar o
Exame de Ordem, ainda que vedada a sua inscrição na OAB. O exame de ordem tem natureza de prova
de habilitação e configura apenas um dos requisitos necessários para solicitar a inscrição. O incompatível
não poderá obter inscrição na OAB se a incompatibilidade for prévia, ou seja, o candidato exerce uma
das funções ou cargos previstos no art. 28 e seus incisos quando ingressou e finalizou o curso de Direito.
Exemplo: alunos que são policiais, gerentes de banco, serventuários da justiça, militares na ativa ?
podem fazer a prova, mas não poderão solicitar a inscrição nos quadros da OAB.
Os estrangeiros/brasileiros formados no exterior podem se inscrever?
Poderá prestar o Exame de Ordem o portador de diploma estrangeiro que tenha sido revalidado na forma
prevista no art. 48, § 2º, da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996.1 (Art. 7º, § 2º Prov. 144 ). O
estrangeiro ou brasileiro graduado no exterior, deverá fazer prova do título de graduação, devidamente
revalidado, além dos demais requisitos do art. 8º, EOAB ­ ART. 8º, § 2º, EOAB.
Revalidar: consiste na declaração emitida pelo órgão competente de que o diploma de curso
expedido por IES estrangeira teve grade curricular equivalente ao curso nacional. No Brasil, são
competentes para processar e revalidar diplomas, as universidades públicas que ministrem cursos
na mesma área.
Da banca examinadora da OAB ­ Art. 8º e pú, Prov. 144/2011
A Banca Examinadora da OAB será designada pelo Coordenador Nacional do Exame de Ordem.
Compete à Banca Examinadora elaborar o Exame de ordem ou atuar em conjunto com a pessoa jurídica
contratada para preparação, realização e correção das provas, bem como homologar os respectivos
gabaritos.
Da banca recursal da OAB ­ Art. 9º  e  § 2º, Prov. 144/2011
A Banca Recursal da OAB, designada pelo Coordenador Nacional do Exame de Ordem, compete decidir
a respeito de recursos acerca de nulidade de questões, impugnação de gabaritos e pedidos de revisão de
notas, em decisões de caráter irrecorrível, na forma do disposto em edital.
Aos Conselhos Seccionais da OAB são vedadas a correção e a revisão das provas.
Membros da Banca da OAB ­ Art. 10, § 1º, Prov. 144/2011.
Haverá a divulgação dos membros das Bancas Examinadoras e Recursal cinco dias antes da data de
aplicação das provas.
Professores de cursos preparatórios não integram a banca da OAB ­ Art. 10, § 2º, Prov. 144/2011.
É vedada a participação de professores de cursos preparatórios para Exame de Ordem, bem como de
parentes de examinandos, até o quarto grau, na Coordenação Nacional, na Banca Examinadora e na
Banca Recursal.
 Estrutura do Exame de Ordem: Art. 11, Prov. 144/ 2011
O Exame de Ordem, conforme estabelecido no edital do certame, será composto de 02 (duas) provas:
Art.11, Prov. 144/ 2011
I ­ prova objetiva, sem consulta, de caráter eliminatório;
II ­prova prático­profissional, permitida, exclusivamente, a consulta a legislação, súmulas,
enunciados, orientações jurisprudenciais e precedentes normativos sem qualquer anotação ou
comentário, na área de opção do examinando, composta de 02 (duas) partes distintas.
§ 1º  A prova objetiva conterá no máximo 80 (oitenta) questões de múltipla escolha, sendo
exigido o mínimo de 50% (cinquenta por cento) de acertos para habilitação à prova prático­
profissional, vedado o aproveitamento do resultado nos exames seguintes. Aprovação: nota igual
ou superior a 6,0 (seis) inteiros.
Art. 11, inciso II, Prov. 144/ 2011:
a) Redação de peça profissional;
b) questões práticas, sob a forma de situações­problema.
Art. 11, § 3º ,  Prov. 144/2011
O examinando não aprovado na segunda fase poderá refazê­la no Exame de Ordem
imediatamente subsequente.
Qual o conteúdo da prova?
O art. 11, Prov. 144/2011, § 4º estabelece que o conteúdo das provas do Exame de Ordem contemplará
as disciplinas do Eixo de Formação Profissional, de Direitos Humanos, do Estatuto da Advocacia e da
OAB e seu Regulamento Geral e do Código de Ética e Disciplina, podendo contemplar disciplinas do
Eixo de Formação Fundamental. Nesse sentido, o art. 11, Prov. 144/2011, § 5º menciona que a prova
objetiva conterá, no mínimo, 15% (quinze por cento) de questões versando sobre Estatuto da Advocacia
e seu Regulamento Geral, Código de Ética e Disciplina, Filosofia do Direito e Direitos Humanos.
Quem poderá usar a denominação de Advogado?
O EOAB estabelece que os inscritos na OAB são denominados ADVOGADOS e possuem capacidade
postulatória.   Somente os bacharéis em Direito podem se submeter ao Exame de Ordem como um dos
requisitos para ingresso os quadros da advocacia (Art.3º, EOAB).
Cursos de Direito formam bacharéis em Direito ? único título acadêmico atribuído àquele que termina o
curso de Direito. Mestre em Direito é o título acadêmico para pós­graduação em nível de Mestrado e
Doutor àquele que termina pós­graduação em nível de Doutorado.
Pronomes de tratamento, segundo a gramática da língua portuguesa, são axiônimos. Axiônimos são
nomes que constituem formas corteses de tratamento, expressões de reverência, usados em situações
formais antepondo­se à determinadas palavras que designam cargos ou funções sociais de prestígio.
Exemplo: Vossa Eminência reverendíssima (Cardeais); Vossa Excelência (chefes do poder executivo e
legislativo), Senhor (para pessoas em geral sem intimidade); Senhora (para mulheres casadas ou mais
velhas), etc
Em consonância com a gramática da Língua Portuguesa, o título de ? Dr.?  não pertence ao elenco de
pronomes de tratamento. Trata­se de título acadêmico em grau de pós­graduação. Utiliza­se,
equivocadamente na linguagem cotidiana por razões meramente culturais. A suposta relação com a
revogada lei do Império de 11/08/1827, mormente no art. 9° não confere ao advogado este título
acadêmico. Logo não há respaldo jurídico ou na língua portuguesa para esta nomenclatura. O pronome
correto para advogados, públicos ou privados, membros do Ministérios Público é a de Vossa Excelência.
Fonte: 
BRASIL. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da República 2002. Disponível
em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm> Acesso em: 08 jan.2016.
Golob Machado, Ana Lucia. Formas de Tratamento e Relações de Poder. Disponível em:
<http://www.getempo.org/index.php/revistas/26­02/artigos/51­formas­de­tratamento­e­relacoes­de­
poder­por­ana­lucia­golob­machado> Acesso em: 08 jan.2016.
Como o advogado está inserido no Ordenamento Jurídico brasileiro?
A advocacia é a única profissão liberal inserida na Constituição. O legislador constituinte conferiu à
carreira importância em razão do papel que exerce junto à sociedade.
Art. 133, da CRFB/1988.  O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo
inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
Art. 2º, EOAB: O advogado é indispensável à administração da justiça.
§ 1º ­ o advogado presta serviço público e exerce função social;
§ 2º ­ contribui na postulação favorável ao seu constituinte e seus atos constituem múnus
público. 
§ 3º ­ no exercício profissional o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, nos limites
da lei.
? Exerce função social (concretizar a aplicação de direitos, construção da justiça e do bem
comum);
? Serviço público NÃO estatal (indispensável à administração da justiça);
?  Múnus público e inviolabilidade;
? O Estado Democrático de Direito não pode prescindir da advocacia.
Como podemos compreender o Estado Democrático de Direito?
Segundo Mendes, Coelho e Branco (2013) o Estado Democrático de Direito é a organização política em
que o poder emana do povo, que o exerce diretamente ou por meio de representantes, escolhidos em
eleições livres e periódicas, mediante o sufrágio universal e voto direto e secreto. Democrático no
sentido de salvaguardar aos cidadãos o exercício efetivo dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais
e culturais.
Com o advento do Estado e o monopólio da jurisdição, a autotutela foi restringida. Assim, surge a
necessidade do processo judicial para obtenção da tutela jurídica estatal. O advogado tem o papel de
intermediar a relação entre Juiz­Estado­cidadão na busca de uma prestação jurisdicional justa. Nas
palavras de Ives Gandra Martins, o advogado efetua a defesa e a interpretação do ordenamento jurídico.
Assim deve pugnar pelos direitos fundamentais, os direitos humanos, a justiça social dentre outros
elementos presentes no art. 44 do EOAB.
No anexo único da resolução 02/2015 que aprova o novo Código de Ética e Disciplina da OAB
encontramos os princípios que devem nortear a conduta do advogado, a saber:
lutar sem receio pelo primado da Justiça; pugnar pelo cumprimento da Constituição e
pelo respeito à Lei, fazendo com que o ordenamento jurídico seja interpretado com
retidão, em perfeita sintonia com os fins sociais a que se dirige e as exigências do bem
comum; ser fiel à verdade para poder servir à Justiça como um de seus elementos
essenciais; proceder com lealdade e boa­fé em suas relações profissionais e em todos os
atos do seu ofício; empenhar­se na defesa das causas confiadas ao seu patrocínio, dando
ao constituinte o amparo do Direito, e proporcionando­lhe a realização prática de seus
legítimos interesses; comportar­se, nesse mister, com independência e altivez,
defendendo com o mesmo denodo humildes e poderosos; exercer a advocacia com o
indispensável senso profissional, mas também com desprendimento, jamais permitindo
que o anseio de ganho material sobreleve a finalidade social do seu trabalho; aprimorar­
se no culto dos princípios éticos e no domínio da ciência jurídica, de modo a tornar­se
merecedor da confiança do cliente e da sociedade como um todo, pelos atributos
intelectuais e pela probidade pessoal; agir, em suma, com a dignidade e a correção dos
profissionais que honram e engrandecem a sua classe.
Código de Ética (2016)
No Título I ­ Da ética do advogado, Capítulo 1, Dos princípios fundamentais, encontramos dois artigos
importantes, a saber:
Art. 1º O exercício da advocacia exige conduta compatível com os preceitos deste
Código, do Estatuto, do Regulamento Geral, dos Provimentos e com os princípios da
moral individual, social e profissional.
Art. 2º O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado
Democrático de Direito, dos direitos humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da
moralidade, da Justiça e da paz social, cumprindo­lhe exercer o seu ministério em
consonância com a sua elevada função pública e com os valores que lhe são inerentes.
Parágrafo único. São deveres do advogado:
I ­ preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo
caráter de essencialidade e indispensabilidade da advocacia;
II ­ atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade,dignidade e boa­fé;
III ­ velar por sua reputação pessoal e profissional;
IV ­ empenhar­se, permanentemente, no aperfeiçoamento pessoal e profissional;
V ­ contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis;
VI ­ estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação entre os litigantes,
prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios;
VII ­ desaconselhar lides temerárias, a partir de um juízo preliminar de viabilidade
jurídica;
VIII ­ abster­se de:
a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente;
b) vincular seu nome a empreendimentos sabidamente escusos;
c) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a
dignidade da pessoa humana;
d) entender­se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o
assentimento deste;
e) ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou judiciais perante autoridades com as
quais tenha vínculos negociais ou familiares;
f) contratar honorários advocatícios em valores aviltantes.
IX ­ pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos direitos
individuais, coletivos e difusos;
X ­ adotar conduta consentânea com o papel de elemento indispensável à administração
da Justiça;
XI ­ cumprir os encargos assumidos no âmbito da Ordem dos Advogados do
Brasil ou na representação da classe;
XII ­ zelar pelos valores institucionais da OAB e da advocacia;
XIII ­ ater­se, quando no exercício da função de defensor público, à defesa dos
necessitados.
O advogado não pode esquecer o caput do art. 3° do CED que diz que o Direito é um instrumento para
mitigar as desigualdades, na busca de soluções justas e que a lei é um instrumento para garantir a
igualdade de todos. Deve zelar por sua liberdade e independência técnica (art. 4º, CED). A advocacia
não pode se confundir com procedimentos de mercantilização (art. 5°, CED).  A advocacia tem
compromisso com a verdade (art. 6° do CED), a justiça e a boa­fé. Sendo vedado em qualquer caso ou
hipótese a captação de clientela (art. 7º, CED).
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
BRASIL. Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil. Lei 8.906, de 4 de julho de
1994. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
BRASIL. Presidência da República.  Manual de redação da Presidência da República 2002.
Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm> Acesso em: 08 jan. 2016.
Golob Machado, Ana Lucia.  Formas de Tratamento e Relações de Poder. Disponível em:
<http://www.getempo.org/index.php/revistas/26­02/artigos/51­formas­de­tratamento­e­relacoes­de­
poder­por­ana­lucia­golob­machado> Acesso em: 08 jan.2016.
MARTINS, Ives Gandra. A função social do Advogado. In: Revista do Advogado. v. 5. n. 14. p. 94/99,
jul/set, 1983.
MENDES, G. F.; COELHO, I. M.; BRANCO, P.G.G. Curso de Direito Constitucional. São Paulo:
Saraiva, 2013.
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Código de Ética e Disciplina da OAB. 19 de outubro de
2015.
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da
OAB. 13 de fevereiro de 1995. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
Aplicação: articulação teoria e prática
Caso Concreto:
Advogados que atuaram em manifestações são homenageados
Uma emocionante homenagem ao papel da advocacia marcou o início da sessão solene do Conselho
Pleno, na sede da OAB/RJ. (...) Durante as passeatas, cerca de cem advogados se revezaram nas
delegacias, ruas e hospitais, atuando em casos de excessos das forças policiais. Além de liberarem
pessoas indevidamente presas, estiveram presentes em situações como a que levou centenas de
estudantes e professores a se refugiarem nos prédios do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) e
na Faculdade Nacional de Direito, ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na noite do
dia 20 de junho de 2013. Presente à ocasião, o vice­presidente da Seccional, Ronaldo Cramer, ressaltou
a solidariedade dos colegas: "Foi formada, quase que de forma automática, uma rede de colaboração
entre a Ordem e advogados voluntários para socorrer os manifestantes, para defender a ordem jurídica e
a própria advocacia. Isso me emocionou, foi algo que eu nunca tinha visto". O presidente da Caarj,
Marcello Oliveira, que também atuou nas manifestações, reforçou: "Esses advogados que estão aqui
compreenderam a importância de a OAB estar na rua. E nós não vamos arredar pé, não vamos nos
afastar de forma alguma dessa essência, que é a defesa da liberdade de manifestação e das garantias
individuais dos cidadãos. Hoje a Ordem tem seu papel reconhecido, hoje a Ordem é maior graças à
atuação desses advogados, que agora podem seguir nesse caminho e criar lideranças em seus próprios
seguimentos. Este ato marca um episódio histórico para a nossa classe? (Fonte: OAB­RJ. Junho de
2013).
Após ler a notícia  acima sobre o grupo de advogados voluntários, responda:
1. Quais os deveres da advocacia elencados no art. 2º do Código de Ética?
2. Qual o papel da advocacia no Estado democrático de Direito?
Considerações Adicionais
ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL ­ CCJ0152
Semana Aula: 2
Da atividade privativa da advocacia
Tema
A inscrição, as atividades privativas e o estágio na OAB
Palavras­chave
inscrição na OAB. Atividades privativas. Estagio na OAB.
Objetivos
Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de:
Identificar os requisitos para inscrição nos quadros como advogado;
Reconhecer as atividades privativas da advocacia;
Identificar os requisitos para inscrição e a habilitação do estagiário na OAB.
Estrutura de Conteúdo
Da inscrição
O EOAB estabelece que os inscritos na OAB são denominados advogados e possuem capacidade
postulatória.  Somente os bacharéis em Direito podem se submeter ao Exame de Ordem como um dos
requisitos para ingresso os quadros da advocacia (Art.3º, EOAB).
Quais são os requisitos para a inscrição nos quadros da OAB?
Os requisitos estão elencados no art. 8º, EOAB. O candidato á inscrição nos quadros na qualidade de
advogado deverá comprovar todos os requisitos, pois a inexistência de apenas um deles acarretará o
indeferimento da inscrição.
Capacidade civil;
Diploma ou certidão de graduação em direito ? art.  23, RG;
Título de Eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;
Aprovação em Exame de Ordem;
 Não exercer atividade incompatível com a advocacia ? art. 28, EOAB c/c art. 20, § 2°, RG;
Idoneidade moral (§ 3º do art. 8º, EOAB);
Prestar compromisso perante o Conselho (art. 20, § 1º, RG);
Quais os requisitos para declaração de inidoneidade?
Pode ser suscitada por qualquer pessoa;
Deve ser declarada mediante decisão que obtenha 2/3 dos votos de todos os membros do
Conselho;
Resulta de prática de crime e crime infamante, salvo reabilitação criminal;
Procedimento nos termos do Processo disciplinar.
O que podemos entender por crime infamante?
A prática de crime infamante é mais grave do que inidoneidade moral e exige a prática comprovada de
ilícito penal e o fato de ser infamante. Neste caso, o que faz um crime ser infamante é o reflexo negativo
causado para a Advocacia (MACEDO, 2009, p. 47).
E o compromisso perante o Conselho Seccional?
Após a conclusão do processo de inscrição o bacharel em Direito prestará compromisso perante o
Conselho Seccional. Trata­se de elemento integrador da inscrição, por isso é ato personalíssimo e
indelegável.
Inscrição principal: (art. 10, EOAB)
O advogado atua ilimitadamente na sua Seccional (ente da federação), podendo realizar atos privativos
de advogado em qualquer parte do território nacional, desde que não tenha habitualidade. Todavia, a lei
estabelece que se tiver habitualidade em outro território diferente da sua Seccional, terá que solicitar
mais uma inscrição.  Se configurar habitualidade (mais de 5 processos por anos) em outro ente da
federação terá que solicitar outra carteira.
A inscrição deverá ser feita no Conselho Seccional do domicílio profissional do futuro advogado.
Eventual mudança de domicílio, o advogado deverárequerer a transferência de sua inscrição.
Inscrição suplementar: (art. 10, EOAB c/c 26, RG; 34, § 1º do RG)
Se configurar habitualidade, ou seja, o advogado possui mais de 5 atos privativos da advocacia, por ano,
em outras Seccionais, deverá solicitar sua inscrição suplementar o implicará a cobrança de anuidade.
Cada inscrição suplementar gerará uma nova anuidade para o advogado. Observe­se que o limite de até
no máximo 5 atos privativos é por ano. Nesse sentido, não importará o tempo de duração do processo.
Novo ano, reinicia­se a contagem.
Exemplo: Advogado com inscrição na OAB­RJ ­ atua ilimitadamente no RJ e atua em todo
território nacional, ou seja, em território de outra seccional. Possui 5 processos tramitando na
Justiça do MG, neste ano corrente ­ não precisará de inscrição suplementar porque só possui 5
ações no território de outra seccional. Se ainda neste ano surgir a 6ª ação em MG terá que
solicitar uma inscrição suplementar em MG antes de ajuizar a ação. Se ficar apenas com 5 ações
em MG, no ano seguinte inicia­se nova contagem até 5 causas, por ano.
A inscrição suplementar confere ao advogado nova carteira, com número específico da Seccional e
identificada pela expressão: inscrição suplementar. O advogado estará habilitado a exercer a advocacia
com habitualidade e ilimitadamente, também, naquela Seccional além da seccional em que possui a
inscrição principal.
Não há limites para inscrições suplementares, desde que o advogado tenha condição financeira para
pagar as anuidades.
Quais as atividades privativas da advocacia?
Atividades privativas dos inscritos na OAB estão no art. 1º do EOAB, a saber:
Procuratório
judicial
Procuratório
extrajudicial
P o s t u l a ç ã o   a
órgão do Poder
Judiciário (inciso
I)
As atividades de
consultoria,
a s s e s s o r i a   e
direção jurídicas
(Inciso II)
Precisamos ajustar o artigo do Estatuto, conforme decisão do STF, em ADI 1.127­8, que mandou riscar o
termo ?qualquer?:
Art.1º. São atividades privativas de advocacia:
I ­ a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais. (ADI 1.127­8 ­
julgada em maio de 2006, informativo do STF 427).
II ­ as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.
A indispensabilidade do advogado é relativa, pois existem situações em que a parte poderá agir sem a
presença de um advogado, a saber:
Juizados Especiais Cíveis ­ Lei 9.099/95 ? art. 9º;
Juizados Especiais Cíveis Federais ? Lei 10.259/01 ? art. 10;
Justiça do Trabalho ? 1ª instância ? art. 791 da CLT;
O STF, na ADI 3.168­6, deu interpretação conforme, para excluir do âmbito de incidência do art. 10 da
Lei 10.259/2001 os feitos de competência dos juizados especiais criminais da Justiça Federal (Ver
informativo 430 do STF). Nos Juizados Especiais Criminais, a assistência técnica é absolutamente
necessária por força do princípio constitucional expresso no art. 5°, LV, CR/88 que assegura aos
acusados a ampla defesa.
Exceção legal: habeas corpus que não será contabilizado para fins de inscrição suplementar.
Art. 1º, EOAB: § 1º ­ Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de
"habeas corpus" em qualquer instância ou tribunal.
Art. 1º, I, EOAB deve ser combinado com o art. 8º, § 2º, RG:
A indicação de Advogados nos JEC deverá ser promovida pela Subseção ou, na sua ausência, pelo
Conselho Seccional.  Assim, a OAB poderá indicar advogados para representar a advocacia perante os
Juizados especiais.
Art. 1º, II, EOAB deve ser combinado com o art. 7º, RG:
A função de diretoria e gerência jurídica em qualquer empresa pública ou privada é privativa de
advogado. Somente advogados podem ser gestores de departamento jurídico.
Atividades extrajudiciais:  art. 1º, inciso II, EOAB c/c art. 1º, § 2º do EOAB
A assessoria e visto do advogado em atos e contratos de pessoa jurídica, conforme o  art. 2º, § único, do
RG e o  art. 9º, § 2º da LC 123/2006. Ler o informativo STF, nº 445. A OAB adverte no parágrafo único
do art. 2º do RG que o visto do advogado deve resultar da efetiva participação do profissional.
Exceção: Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) ­ Art. 9º, § 2º da LC 123/2006: ?
Não se aplica às microempresas e às empresas de pequeno porte o disposto no §2º do art. 1º da Lei
8.906/94.
Há uma advertência sob o ponto de vista da Ética para o advogado nesta atuação extrajudicial prevista
no Regulamento e na LC 123. O art. 2º, § único, do RG estabelece que não poderão vistar estatutos de
pessoas jurídicas, os advogados que prestem serviços a órgãos ou entidades da Administração Pública
direta ou indireta, da unidade federativa a que se vincule a Junta Comercial, ou quaisquer repartições
administrativas com competência para registro.
Como vou provar minha prática forense? Veja o art. 5º, RG.
Comprova­se mediante a participação mínima em cinco atos privativos previstos no art. 1º, EOAB, em
causas ou questões distintas, conforme exprime o art. 5º do RGOAB. Nesse sentido, o advogado deverá
comprovar a prática forense mediante os seguintes documentos:
Certidão expedida por cartórios ou secretarias;
Cópia autenticada de atos privativos;
Certidão expedida por órgão público em que exerceu atividade privativa.
Inscrição do estagiário: art. 9º, EOAB ? no local do seu curso
capacidade civil;
título de eleitor e quitação do serviço militar;
não exercer atividade incompatível;
idoneidade moral;
compromisso;
ter sido admitido em estágio profissional.
Habilitação do estagiário:  art. 29, § 1° e 2°, RG.
Retirar e devolver autos em cartório;
Obter certidões junto aos escrivães e chefes de secretaria;
Assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais e administrativos;
Atos extrajudiciais, isoladamente, desde que autorizado ou substabelecido.
E se o estagiário exercer atividade incompatível?
Poderá frequentar o estágio ministrado pela IES, para fins de aprendizagem, vedada a inscrição na OAB
(art. 9º, § 3º, EOAB c/c art. 28, EOAB).
Afinal, qual a validade da carteira do estagiário?
A validade é de 2 anos, prorrogável por mais 1 ano (Consulta 0015/2005 ­ Conselho Federal OAB). Ver
art. 35, RG ­ o prazo não poderá ultrapassar três anos.
É obrigatória a indicação do nome e do número de inscrição em todos os documentos assinados pelo
advogado  ­ art. 14, EOAB. O documento de identidade profissional é de uso obrigatório  ­ art. 13,
EOAB c/c art. 32, RG.
É defeso anunciar qualquer atividade advocatícia sem a indicação expressa do nome e número do
advogado ­ art. 14, § único, EOAB.
O Estatuto estabelece que são nulos os atos praticados quando: art. 4º, EOAB
Advogado impedido, no âmbito do impedimento;
Advogado suspenso ­ penalidade;
Advogado licenciado ? art. 12, EOAB;
Advogado com incompatibilidade superveniente;
Pessoa não inscrita (LCP, art. 47);
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
BRASIL. Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil. Lei 8.906, de 4 de julho de 1994.
Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Código de Ética e Disciplina da OAB. 13 de fevereiro de
1995. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB.
13 de fevereiro de 1995. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
Aplicação: articulação teoria e prática
Caso Concreto:
(Adaptado do IX EO­OAB) Laura, advogada na área empresarial, após concluir o mestrado em
renomada instituição de ensino superior, é convidada para integrar a equipe de assessoria jurídica da
empresa K S/A. No dia da entrevista final, é inquirida pelo Gerente Jurídico da empresa, bacharel em
Direito, sem inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, apesar de o mesmo ter logrado êxito no
Exame de Ordem. Observado tal relato, responda:
1.      Quais são os requisitos necessário para inscrição nos quadros da OAB?
2.      Como Laura poderá comprovar sua prática forense?
Considerações Adicionais
ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL ­ CCJ0152Semana Aula: 3
Da advocacia Pública e do advogado estrangeiro
Tema
Da Advocacia Pública. Do Advogado Estrangeiro. Do cancelamento  e Licença. Da nulidade dos atos
privativos.
Palavras­chave
inscrição na OAB. Atividades privativas. Estagio na OAB.
Objetivos
Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de:
Identificar os cargos da advocacia pública;
Identificar as regras para os advogados estrangeiros;
Identificar os requisitos para licença e cancelamento da inscrição na OAB.
Estrutura de Conteúdo
O EOAB estabelece que os inscritos na OAB são denominados advogados e possuem capacidade
postulatória (Art.3º, EOAB).
Exercem a atividade de advocacia os integrantes da AGU, Procuradoria da Fazenda Nacional, da
Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos estados, do Distrito Federal, dos
Municípios e das respectivas entidades de administração indireta e fundacional (Art.3º, §1º, EOAB).
?Os integrantes da advocacia pública são elegíveis e podem integrar qualquer órgão da OAB? (art. 9º,
RG).
?Sujeitam­se ao regime do EOAB, RGOAB, CED, inclusive quanto às sanções disciplinares? (art. 10,
RG).
Advocacia Pública:  art. 3º, § 1º EOAB e Prov. 114/2006.
Art. 1º, prov. 114/2006
?A advocacia é exercida por advogado inscrito na OAB, que ocupe cargo ou emprego público ou de
direção de órgão jurídico público, em atividades de representação judicial, de consultoria ou de
orientação judicial e defesa dos necessitados?.
EXERCEM A ADVOCACIA PÚBLICA: (art. 3º, § 1º e art. 30, EOAB e art. 2º, prov. 114/2006)
Advocacia­Geral da União ? art. 131, CF e LC 73/93;
Procuradoria­Geral da Fazenda Nacional;
Procuradoria­Geral Federal;
Consultoria­Geral da União;
Procuradoria­Geral do BACEN;
Defensoria Pública ? art. 134, CF e LC 80/94;
Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, DF ? art. 132, CF;
Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Municípios;
Procuradorias das entidades autárquicas e fundacionais;
Procuradorias e Consultorias junto ao legislativo em seus níveis;
Inscrição na OAB (art. 3º Prov. 114/2006): o advogado público deve ter inscrição principal perante o
Conselho Seccional da OAB em cujo território tenha lotação.
Se o advogado público for transferido para o território de outra Seccional, ficará dispensado do
pagamento da inscrição no território da nova Seccional, desde que já tenha efetuado o pagamento da
anuidade na Seccional primitiva (art. 3º, pu, Prov. 114/2006).
Aprovação em concurso para cargo da advocacia não exime a aprovação em exame de ordem (art. 4º): o
advogado público deve ter inscrição principal perante o Conselho Seccional da OAB em cujo território
tenha lotação ou domicílio.
Independência técnica: (art. 5º, Prov. 114/2006).
É dever do advogado público a independência técnica, exercendo as atividades de acordo com suas
convicções profissionais e em estrita observância aos princípios constitucionais da administração
pública.
Legalidade;
Impessoalidade;
Moralidade;
Publicidade;
Eficiência.
Impedimento para advogar:  advogados públicos advogam com restrição ­ art. 30, I, EOAB ? salvo
aposentadoria que faz cessar a condição de impedido; o impedimento diminui a amplitude do exercício
(art. 7º).
Exerce a advocacia com
restrição
Não poderá advogar contra a
fazenda pública que o remunere
ou a qual esteja vinculada.
Não poderá advogar fora do
âmbito da sua instituição
Novo Código de Ética (em vigor a partir de 02 de maio de 2016)
CAPÍTULO II ­ DA ADVOCACIA PÚBLICA
Art. 8º As disposições deste Código obrigam igualmente os órgãos de advocacia pública, e advogados
públicos, incluindo aqueles que ocupem posição de chefia e direção jurídica.
§ 1º O advogado público exercerá suas funções com independência técnica, contribuindo para a solução
ou redução de litigiosidade, sempre que possível.
§ 2º O advogado público, inclusive o que exerce cargo de chefia ou direção jurídica, observará nas
relações com os colegas, autoridades, servidores e o público em geral, o dever de urbanidade, tratando a
todos com respeito e consideração, ao mesmo tempo em que preservará suas prerrogativas e o direito de
receber igual tratamento das pessoas com as quais se relacione.
Advogados Estrangeiros: Prov. 91/2000 ? ?Estrangeiro/Estrangeiro?
O advogado estrangeiro ou brasileiro formado no exterior, exceto o português, não poderá atuar no
procuratório nacional em nenhuma hipótese. Atuará apenas como consultor em Direito de seu país de
origem. Para tanto, necessitará da autorização da OAB para a referida atividade de consultoria no Brasil.
Requisitos:
Autorização da OAB a título precário como consultor em direito estrangeiro de seu país de
origem;
Visto de residente, ser habilitado no país de origem; não ter sofrido condenação criminal; não ter
sofrido punição disciplinar; reciprocidade no tratamento dos brasileiros; prova boa conduta e de
03 advogados brasileiros;
Sociedades de advogados estrangeiras:  apenas consultoria;
Razão social: poderá adotar o nome internacional e acrescentará a expressão ?Consultores em
Direito Estrangeiro?;
Sujeitos às regras do Estatuto, CED, RG e provimentos da OAB aplicáveis aos advogados e às
sociedades.
Cada consultor ou Sociedade receberá o seu número de inscrição na OAB;
 A autorização deverá ser renovada a cada 3 (três) anos com a devida atualização da
documentação pertinente;
Submetem­se às mesmas anuidades e taxas aplicáveis aos nacionais.
ADVOGADOS PORTUGUESES:  Prov. 129/2008
O advogado de nacionalidade portuguesa, em situação regular, na Ordem dos Advogados de Portugal,
poderá se inscrever na OAB;
Deverá observar os requisitos do Art. 8º, com a dispensa do Exame de Ordem porque já o fez em
Portugal ? Exame Final de Avaliação e Agregação ? art. 192, EOAP;
Não exclui a possibilidade de atuar como consultor em direito estrangeiro na forma do prov. 91/2000.
Princípio de reciprocidade de tratamento na Ordem dos Advogados de Portugal (art. 3º do prov. 129).
A inscrição deverá ser feita no Conselho Seccional do domicilio profissional do advogado português na
forma do EOAB e RG (art. 4º do Prov. 129).O advogado português prestará o compromisso na forma do
art. 6º do Prov 129.
Cancelamento da inscrição: Posso cancelar minha inscrição? Sim, conforme o art. 11, EOAB.
Art. 11, EOAB: Cancela­se a inscrição do profissional que:
I ­ o requerer (simples requerimento)
II ? sofrer penalidade de exclusão (processo ético disciplinar);
III ? falecer (comunicação);
IV ? passar a exercer, definitivamente, atividade incompatível (OAB de ofício / comunicação);
V ? perder um dos requisitos necessários para inscrição (art. 8º do EOAB).
Posso voltar? Sim, conforme o art. 11, § 2º, EOAB.
A nova inscrição não restaura o número anterior. O interessado deverá provar capacidade civil, não
exercer atividade incompatível, comprovar idoneidade moral e prestar compromisso. Não há exigência
de outro exame de ordem. O êxito no exame de ordem que tem natureza jurídica de prova de habilitação
tem prazo indeterminado. Se sofreu a penalidade de exclusão, somente após provas de reabilitação (1
ano) ? art. 41, EOAB.
Atenção
O art. 22, parágrafo único do RG estabelece que: ?Cancela­se a inscrição quando ocorrer a terceira
suspensão, relativa ao não pagamento de anuidades distintas?.
Não quero sair, mas quero dar um tempo. O que faço?
Licencia­se o profissional que: (art. 12, EOAB)
I ­ Requerer por motivo justificado;
II ­ Passar a exercer atividade incompatível temporária;
III ­ Sofrer doença mental curável.
Observações importantes:
A incompatibilidade com a advocacia prevista no art. 28, EOAB acarreta o indeferimento do pedido de
inscrição, quando for hipótese de incompatibilidade prévia.
Quando a incompatibilidade for  superveniente acarretará o cancelamento da inscrição.  Não existe
hipótese de suspensão de inscrição na OAB. Suspensão é sanção ético­disciplinar. O termo correto é
licença.
O advogado público atua com restrição ­  pertence à categoria de advogado impedido! Não há que se
falar em licença ou cancelamento  nesta hipótese.
Estratégiasde Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
BRASIL. Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil. Lei 8.906, de 4 de julho de 1994.
Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Código de Ética e Disciplina da OAB. 13 de fevereiro de
1995. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB.
13 de fevereiro de 1995. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
Aplicação: articulação teoria e prática
Caso Concreto:
(Adaptado do 42° EOAB) Alberto, advogado, é convidado a ocupar o prestigiado cargo de Procurador
de um município, cargo de confiança do Prefeito Municipal passível de exoneração ad nutum. O cargo é
privativo de advogado. Sobre esta situação responda:
1.      Como ficará a inscrição de Alberto após a posse no referido cargo?
2. Quais são as regras estabelecidas pelo prov. 114/2006 para o advogado público?
3. Imagine que Alberto possui um amigo, Tizziano, advogado italiano que deseja morar no Brasil.
Tizziano indaga ao amigo como deverá proceder para exercer a advocacia no Brasil. Que orientação
você daria ao advogado italiano?
Considerações Adicionais
ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL ­ CCJ0152
Semana Aula: 4
Do mandato advocatício
Tema
Do Mandato advocatício e da Prática Forense
Palavras­chave
contrato. revogação. renúncia. Substabelecimento de poderes
Objetivos
Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de:
Identificar as características do mandato advocatício;
Reconhecer os deveres para com o cliente expressos no CED;
Identificar os requisitos para revogação, renúncia e substabelecimento.
Estrutura de Conteúdo
O mandato advocatício é o contrato através do qual se outorga poderes ao advogado, para atuar em juízo
ou fora dele. Neste documento se regula a forma da prestação do serviço, bem como a remuneração do
advogado.
A procuração é um instrumento desse contrato de mandato em que são explicitados os poderes da
representação. O art. 5º EOAB estabelece o dever de provar o mandato, quando postular em nome de
terceiro.
O parágrafo 1º, do art. 5º do EOAB, estabelece uma exceção quando permite a atividade advocatícia
sem procuração, em caso de urgência (ver art. 37, CPC).
Neste caso, o prazo para apresentar o instrumento é de quinze dias, prorrogável por igual período.
Observa­se que a declaração de urgência feita pelo advogado é dotada de presunção legal de veracidade.
Procuração é o instrumento do mandato. Habilita o advogado a praticar todos os atos do processo.
Poderá conter poderes especiais. Cláusula geral para o foro (ad judicia): o outorgante confere poderes
para pessoa na qualidade de advogado realizar atos em juízo.
Novo Código de Ética (em vigor a partir de 02 de maio de 2016)
CAPÍTULO III ­ DAS RELAÇÕES COM O CLIENTE
Princípio da informação:
Art. 9º O advogado deve informar o cliente, de modo claro e inequívoco, quanto a eventuais riscos da
sua pretensão, e das consequências que poderão advir da demanda. Deve, igualmente, denunciar, desde
logo, a quem lhe solicite parecer ou patrocínio, qualquer circunstância que possa influir na resolução de
submeter­lhe a consulta ou confiar­lhe a causa.
Direito à renúncia ou substabelecimento de poderes:
Art. 10. As relações entre advogado e cliente baseiam­se na confiança recíproca. Sentindo o advogado
que essa confiança lhe falta, é recomendável que externe ao cliente sua impressão e, não se dissipando
as dúvidas existentes, promova, em seguida, o substabelecimento do mandato ou a ele renuncie.
Art. 16. A renúncia ao patrocínio deve ser feita sem menção do motivo que a determinou, fazendo cessar
a responsabilidade profissional pelo acompanhamento da causa, uma vez decorrido o prazo previsto em
lei (EAOAB, art. 5º, § 3º).
§ 1º A renúncia ao mandato não exclui responsabilidade por danos eventualmente causados ao cliente ou
a terceiros.
§ 2º O advogado não será responsabilizado por omissão do cliente quanto a documento ou informação
que lhe devesse fornecer para a prática oportuna de ato processual do seu interesse.
Art. 17. A revogação do mandato judicial por vontade do cliente não o desobriga do pagamento das
verbas honorárias contratadas, assim como não retira o direito do advogado de receber o quanto lhe seja
devido em eventual verba honorária de sucumbência, calculada proporcionalmente em face do serviço
efetivamente prestado.
Art. 26. O substabelecimento do mandato, com reserva de poderes, é ato pessoal do advogado da causa.
§ 1º O substabelecimento do mandato sem reserva de poderes exige o prévio e inequívoco conhecimento
do cliente.
§ 2º O substabelecido  com reserva de poderes deve ajustar antecipadamente seus honorários com o
substabelecente.
Independência técnica:
Art. 11. O advogado, no exercício do mandato, atua como patrono da parte, cumprindo­lhe, por isso,
imprimir à causa orientação que lhe pareça mais adequada, sem se subordinar a intenções contrárias do
cliente, mas, antes, procurando esclarecê­lo quanto à estratégia traçada.
Art. 24. O advogado não se sujeita à imposição do cliente que pretenda ver com ele atuando outros
advogados, nem fica na contingência de aceitar a indicação de outro profissional para com ele trabalhar
no processo.
Art. 25. É defeso ao advogado funcionar no mesmo processo, simultaneamente, como patrono e
preposto do empregador ou cliente.
Art. 29. O advogado que se valer do concurso de colegas na prestação de serviços advocatícios, seja em
caráter individual, seja no âmbito de sociedade de advogados ou de empresa ou entidade em que
trabalhe, dispensar­lhes­á tratamento condigno, que não os torne subalternos seus nem lhes avilte os
serviços prestados mediante remuneração incompatível com a natureza do trabalho profissional ou
inferior ao mínimo fixado pela Tabela de Honorários que for aplicável.
Parágrafo único. Quando o aviltamento de honorários for praticado por empresas ou entidades públicas
ou privadas, os advogados responsáveis pelo respectivo departamento ou gerência jurídica serão instados
a corrigir o abuso, inclusive intervindo junto aos demais órgãos competentes e com poder de decisão da
pessoa jurídica de que se trate, sem prejuízo das providências que a Ordem dos Advogados do Brasil
possa adotar com o mesmo objetivo.
Prestação de contas:
Art. 12. A conclusão ou desistência da causa, tenha havido, ou não, extinção do mandato, obriga o
advogado a devolver ao cliente bens, valores e documentos que lhe hajam sido confiados e ainda estejam
em seu poder, bem como a prestar­lhe contas, pormenorizadamente, sem prejuízo de esclarecimentos
complementares que se mostrem pertinentes e necessários.
Parágrafo único. A parcela dos honorários paga pelos serviços até então prestados não se inclui entre os
valores a ser devolvidos.
Extinção do mandato:
Art. 13. Concluída a causa ou arquivado o processo, presume­se cumprido e extinto o mandato.
Art. 18. O mandato judicial ou extrajudicial não se extingue pelo decurso de tempo, salvo se o contrário
for consignado no respectivo instrumento.
Não aceitar procuração de que já tenha advogado:
Art. 14. O advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio
conhecimento deste, salvo por motivo plenamente justificável ou para adoção de medidas judiciais
urgentes e inadiáveis.
Abandono do feito:
Art. 15. O advogado não deve deixar ao abandono ou ao desamparo as causas sob seu patrocínio, sendo
recomendável que, em face de dificuldades insuperáveis ou inércia do cliente quanto a providências que
lhe tenham sido solicitadas, renuncie ao mandato.
Conflito de interesses
Art. 19. Os advogados integrantes da mesma sociedade profissional, ou reunidos em caráter permanente
para cooperação recíproca, não podem representar, em juízo ou fora dele, clientes com interesses
opostos.
Art. 20. Sobrevindo conflitos de interesse entre seus constituintes e não conseguindo o advogado
harmonizá­los, caber­lhe­á optar, com prudênciae discrição, por um dos mandatos, renunciando aos
demais, resguardado sempre o sigilo profissional.
Art. 21. O advogado, ao postular em nome de terceiros, contra ex­cliente ou ex­empregador, judicial e
extrajudicialmente, deve resguardar o sigilo profissional.
Art. 22. Ao advogado cumpre abster­se de patrocinar causa contrária à validade ou legitimidade de ato
jurídico em cuja formação haja colaborado ou intervindo de qualquer maneira; da mesma forma, deve
declinar seu impedimento ou o da sociedade que integre quando houver conflito de interesses motivado
por intervenção anterior no trato de assunto que se prenda ao patrocínio solicitado.
Defesa criminal:
Art. 23. É direito e dever do advogado assumir a defesa criminal, sem considerar sua própria opinião
sobre a culpa do acusado.
Parágrafo único. Não há causa criminal indigna de defesa, cumprindo ao advogado agir, como defensor,
no sentido de que a todos seja concedido tratamento condizente com a dignidade da pessoa humana, sob
a égide das garantias constitucionais.
Do dever de urbanidade:
CAPÍTULO IV ­ DAS RELAÇÕES COM OS COLEGAS, AGENTES POLÍTICOS,
AUTORIDADES, SERVIDORES PÚBLICOS E TERCEIROS
Art. 27. O advogado observará, nas suas relações com os colegas de profissão, agentes políticos,
autoridades, servidores públicos e terceiros em geral,  o dever de urbanidade, tratando a todos com
respeito e consideração, ao mesmo tempo em que preservará seus direitos e prerrogativas, devendo
exigir igual tratamento de todos com quem se relacione.
§ 1º O dever de urbanidade há de ser observado, da mesma forma, nos atos e manifestações relacionados
aos pleitos eleitorais no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 2º No caso de ofensa à honra do advogado ou à imagem da instituição, adotar­se­ão as medidas
cabíveis, instaurando­se processo ético­disciplinar e dando­se ciência às autoridades competentes para
apuração de eventual ilícito penal.
Art. 28. Consideram­se imperativos de uma correta atuação profissional o emprego de linguagem
escorreita e polida, bem como a observância da boa técnica jurídica.
Em que consiste o substabelecimento do mandato advocatício?
Quais são as formas de substabelecimento?
Substabelecimento: é a transferência dos poderes outorgados pelo mandante a outrem.
Tipos: (art. 26, CED)
Com reserva de poderes: nomeação de um substituto para o mandatário, mantendo a intenção de
continuar na primitiva condição imposta pelo mandante;
• Sem reserva de poderes: ocorre a substituição definitiva por novo mandatário. Exige o prévio
conhecimento do mandante;
É possível a renúncia do mandato judicial?
Sim. O advogado pode renunciar, a qualquer tempo, com omissão do motivo. Tem o dever de comunicar
a parte e o dever de atuar durante 10 dias, a contar da data da ciência da comunicação da renúncia ao
cliente. Não exclui a responsabilidade do advogado pelos danos causados!!! Ver os artigos 5°, § 3° do
EOAB c/c art.16, CED e art. 6º do RG.
RENÚNCIA: (Advogado)
• Extinção do mandato feita pelo mandatário, com omissão do motivo;
• Deverá fazer prova que notificou o cliente para que este constitua novo procurador – art. 6º,
RG;
• Durante 10 (dez) dias continuará para os atos urgentes, salvo se substituído antes deste prazo.
É possível a revogação do mandato?
Sim. O cliente revoga os poderes conferidos em procuração. Todavia, não o desobriga do pagamento das
verbas honorárias contratadas e eventuais honorários de sucumbência, proporcionais ao trabalho
realizado (art. 17, CED).
REVOGAÇÃO: (Cliente)
Extinção do mandato por vontade do mandante, com omissão do motivo;
 Deverá no mesmo ato constituir novo procurador traduzido na juntada de nova procuração aos
ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL ­ CCJ0152
Semana Aula: 1
Da legislação na OAB
Tema
Da legislação na OAB, o Exame de Ordem e a atividade advocatícia
Palavras­chave
Estatuto. Código de ética. Democracia. Exame de ordem.
Objetivos
Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de·         
Avaliar a importância da Advocacia para democracia;
Identificar o compromisso da Advocacia com a sociedade;
Conhecer a legislação da OAB;
Conhecer as regras do Exame de Ordem.
Estrutura de Conteúdo
Legislação
? Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil ? Lei 8.906/94 ? (EOAB)
? Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil ? (CED)
? Regulamento Geral da Ordem dos Advogados do Brasil ? (RG)
? Provimentos do Conselho Federal ? (Prov.)
O exercício de qualquer profissão é livre no Brasil, mas a liberdade não é irrestrita.  Na verdade,
depende da lei que regulamenta a profissão no país. Vejamos o art. 5° da CRFB/88:
Art. 5º, inciso XIII, CRFB/1988: ?é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; ?
Lei: 
Lei Federal 8.906 de 04 de julho de 1994. Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos
Advogados do Brasil ­ OAB. A atividade de advocacia é exercida seguindo as regras do Estatuto
e do regime próprio de cada carreira no caso da advocacia pública.
Um dos requisitos para ingresso nos quadros da OAB requer a aprovação no Exame de Ordem. Não é o
único requisito, mas é necessário. O art. 8° traz todos os requisitos para o pedido de inscrição.
Art. 8º, IV e § 1º do EOAB:
Para inscrição como advogado é necessário:
IV ? aprovação em Exame de Ordem;
§ 1º ­  O Exame de Ordem é regulamentado em provimento do Conselho Federal da OAB
(144/2011).
O art. 54, inciso V, EOAB ­   estabelece que compete ao Conselho Federal editar e alterar o
Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os Provimentos que julgar necessários. E no art.
112 do RG, alterado pela res. 01 de 13 de junho de 2011, determina que o Exame de Ordem será
regulamentado por Provimento editado pelo Conselho Federal, a saber:
§1º O Exame de Ordem é organizado pela Coordenação Nacional do Exame de Ordem na forma
de Provimento do Conselho Federal.
§ 2º Às Comissões de Estágio e Exame de Ordem dos Conselhos Seccionais compete fiscalizar a
aplicação da prova e verificar o preenchimento dos requisitos exigidos dos examinandos quando
dos pedidos de inscrição, assim como difundir as diretrizes e defender a necessidade do Exame
de Ordem.
Assim, o provimento que organiza o Exame de Ordem no Brasil é o prov. 144/2011.  Em seu art. 1º
encontra­se a seguinte informação: ?O Exame de Ordem é preparado e realizado pelo Conselho Federal
da Ordem dos Advogados do Brasil ­ CFOAB, mediante delegação dos Conselhos Seccionais. ?  Neste
caso, a banca do exame de ordem é da OAB.  A pessoa jurídica contratada limita­se à assessoria e
organização do evento. Vejamos:
§ 1º A preparação e a realização do Exame de Ordem poderão ser total ou parcialmente
terceirizadas, ficando a cargo do CFOAB sua coordenação e fiscalização.
§ 2º Serão realizados 03 (três) Exames de Ordem por ano.
A aprovação no Exame de Ordem é requisito necessário para a inscrição nos quadros da OAB como
advogado, nos termos do art. 8º, IV, da Lei n.º 8.906/1994 (Art. 6º do Prov. 144/2011).
O parágrafo único: Ficam dispensados do Exame de Ordem os postulantes oriundos da Magistratura e do
Ministério Público e os bacharéis alcançados pelo art. 7º da Resolução n. 02/1994, da Diretoria do
CFOAB. Esses bacharéis são aqueles que se formaram  até julho de 1996. Trata­se de uma regra de
transição para os estudantes dos últimos períodos por ocasião da criação do novo estatuto da OAB. Não
se aplica atualmente a nenhum bacharel.
Resolução n. 02/1994, da Diretoria do CFOAB.
Art. 7º Estão dispensados do Exame de Ordem: 
I ? os bacharéis em direito que realizaram o estágio profissional de advocacia (Lei nº 4.215/63)
ou o estágio de prática forense e organização judiciária (Lei nº 5.842/72), no prazo de dois anos,
com aprovação nos exames finais perante banca examinadora integrada por representante da
OAB, até 04 de julho de 1994; 
II ? os inscritos no quadro de estagiários da OAB, até 04 de julho de 1994, desde que realizem o
estágio em dois anos de atividades e o concluam, com aprovação final, até 04de julho de 1996;
III ? os matriculados, comprovadamente, nos cursos de estágio referidos no inciso I, antes de 05
de julho de 1994, desde que requeiram inscrições no Quadro de Estagiários da OAB, e o
concluam com aprovação final, juntamente com o curso, até 04 de julho de 1996;
Os estudantes do 9º período podem se inscrever?
O Exame de Ordem é prestado por bacharel em Direito, ainda que pendente sua colação de grau, todavia
formado em instituição regularmente credenciada, conforme o Art. 7º do Prov. 144/2011.
No § 3º há a possibilidade!  ?Poderão prestar o Exame de Ordem os estudantes de Direito dos últimos
dois semestres ou do último ano do curso?.
Os estudantes que exercem atividades incompatíveis podem se inscrever?
Os artigos envolvidos nesta questão são: Art. 7º, § 1º Prov. 144 c/c  art. 28, EOAB. É facultado ao
bacharel em Direito que detenha cargo ou exerça função  incompatível com a advocacia prestar o
Exame de Ordem, ainda que vedada a sua inscrição na OAB. O exame de ordem tem natureza de prova
de habilitação e configura apenas um dos requisitos necessários para solicitar a inscrição. O incompatível
não poderá obter inscrição na OAB se a incompatibilidade for prévia, ou seja, o candidato exerce uma
das funções ou cargos previstos no art. 28 e seus incisos quando ingressou e finalizou o curso de Direito.
Exemplo: alunos que são policiais, gerentes de banco, serventuários da justiça, militares na ativa ?
podem fazer a prova, mas não poderão solicitar a inscrição nos quadros da OAB.
Os estrangeiros/brasileiros formados no exterior podem se inscrever?
Poderá prestar o Exame de Ordem o portador de diploma estrangeiro que tenha sido revalidado na forma
prevista no art. 48, § 2º, da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996.1 (Art. 7º, § 2º Prov. 144 ). O
estrangeiro ou brasileiro graduado no exterior, deverá fazer prova do título de graduação, devidamente
revalidado, além dos demais requisitos do art. 8º, EOAB ­ ART. 8º, § 2º, EOAB.
Revalidar: consiste na declaração emitida pelo órgão competente de que o diploma de curso
expedido por IES estrangeira teve grade curricular equivalente ao curso nacional. No Brasil, são
competentes para processar e revalidar diplomas, as universidades públicas que ministrem cursos
na mesma área.
Da banca examinadora da OAB ­ Art. 8º e pú, Prov. 144/2011
A Banca Examinadora da OAB será designada pelo Coordenador Nacional do Exame de Ordem.
Compete à Banca Examinadora elaborar o Exame de ordem ou atuar em conjunto com a pessoa jurídica
contratada para preparação, realização e correção das provas, bem como homologar os respectivos
gabaritos.
Da banca recursal da OAB ­ Art. 9º  e  § 2º, Prov. 144/2011
A Banca Recursal da OAB, designada pelo Coordenador Nacional do Exame de Ordem, compete decidir
a respeito de recursos acerca de nulidade de questões, impugnação de gabaritos e pedidos de revisão de
notas, em decisões de caráter irrecorrível, na forma do disposto em edital.
Aos Conselhos Seccionais da OAB são vedadas a correção e a revisão das provas.
Membros da Banca da OAB ­ Art. 10, § 1º, Prov. 144/2011.
Haverá a divulgação dos membros das Bancas Examinadoras e Recursal cinco dias antes da data de
aplicação das provas.
Professores de cursos preparatórios não integram a banca da OAB ­ Art. 10, § 2º, Prov. 144/2011.
É vedada a participação de professores de cursos preparatórios para Exame de Ordem, bem como de
parentes de examinandos, até o quarto grau, na Coordenação Nacional, na Banca Examinadora e na
Banca Recursal.
 Estrutura do Exame de Ordem: Art. 11, Prov. 144/ 2011
O Exame de Ordem, conforme estabelecido no edital do certame, será composto de 02 (duas) provas:
Art. 11, Prov. 144/ 2011
I ­ prova objetiva, sem consulta, de caráter eliminatório;
II ­prova prático­profissional, permitida, exclusivamente, a consulta a legislação, súmulas,
enunciados, orientações jurisprudenciais e precedentes normativos sem qualquer anotação ou
comentário, na área de opção do examinando, composta de 02 (duas) partes distintas.
§ 1º  A prova objetiva conterá no máximo 80 (oitenta) questões de múltipla escolha, sendo
exigido o mínimo de 50% (cinquenta por cento) de acertos para habilitação à prova prático­
profissional, vedado o aproveitamento do resultado nos exames seguintes. Aprovação: nota igual
ou superior a 6,0 (seis) inteiros.
Art. 11, inciso II, Prov. 144/ 2011:
a) Redação de peça profissional;
b) questões práticas, sob a forma de situações­problema.
Art. 11, § 3º ,  Prov. 144/2011
O examinando não aprovado na segunda fase poderá refazê­la no Exame de Ordem
imediatamente subsequente.
Qual o conteúdo da prova?
O art. 11, Prov. 144/2011, § 4º estabelece que o conteúdo das provas do Exame de Ordem contemplará
as disciplinas do Eixo de Formação Profissional, de Direitos Humanos, do Estatuto da Advocacia e da
OAB e seu Regulamento Geral e do Código de Ética e Disciplina, podendo contemplar disciplinas do
Eixo de Formação Fundamental. Nesse sentido, o art. 11, Prov. 144/2011, § 5º menciona que a prova
objetiva conterá, no mínimo, 15% (quinze por cento) de questões versando sobre Estatuto da Advocacia
e seu Regulamento Geral, Código de Ética e Disciplina, Filosofia do Direito e Direitos Humanos.
Quem poderá usar a denominação de Advogado?
O EOAB estabelece que os inscritos na OAB são denominados ADVOGADOS e possuem capacidade
postulatória.   Somente os bacharéis em Direito podem se submeter ao Exame de Ordem como um dos
requisitos para ingresso os quadros da advocacia (Art.3º, EOAB).
Cursos de Direito formam bacharéis em Direito ? único título acadêmico atribuído àquele que termina o
curso de Direito. Mestre em Direito é o título acadêmico para pós­graduação em nível de Mestrado e
Doutor àquele que termina pós­graduação em nível de Doutorado.
Pronomes de tratamento, segundo a gramática da língua portuguesa, são axiônimos. Axiônimos são
nomes que constituem formas corteses de tratamento, expressões de reverência, usados em situações
formais antepondo­se à determinadas palavras que designam cargos ou funções sociais de prestígio.
Exemplo: Vossa Eminência reverendíssima (Cardeais); Vossa Excelência (chefes do poder executivo e
legislativo), Senhor (para pessoas em geral sem intimidade); Senhora (para mulheres casadas ou mais
velhas), etc
Em consonância com a gramática da Língua Portuguesa, o título de ? Dr.?  não pertence ao elenco de
pronomes de tratamento. Trata­se de título acadêmico em grau de pós­graduação. Utiliza­se,
equivocadamente na linguagem cotidiana por razões meramente culturais. A suposta relação com a
revogada lei do Império de 11/08/1827, mormente no art. 9° não confere ao advogado este título
acadêmico. Logo não há respaldo jurídico ou na língua portuguesa para esta nomenclatura. O pronome
correto para advogados, públicos ou privados, membros do Ministérios Público é a de Vossa Excelência.
Fonte: 
BRASIL. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da República 2002. Disponível
em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm> Acesso em: 08 jan.2016.
Golob Machado, Ana Lucia. Formas de Tratamento e Relações de Poder. Disponível em:
<http://www.getempo.org/index.php/revistas/26­02/artigos/51­formas­de­tratamento­e­relacoes­de­
poder­por­ana­lucia­golob­machado> Acesso em: 08 jan.2016.
Como o advogado está inserido no Ordenamento Jurídico brasileiro?
A advocacia é a única profissão liberal inserida na Constituição. O legislador constituinte conferiu à
carreira importância em razão do papel que exerce junto à sociedade.
Art. 133, da CRFB/1988.  O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo
inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
Art. 2º, EOAB: O advogado é indispensável à administração da justiça.
§ 1º ­ o advogado presta serviço público e exerce função social;
§ 2º ­ contribui na postulação favorável ao seu constituinte e seus atos constituem múnus
público. 
§ 3º ­ no exercício profissional o advogado é inviolável por seus atos e manifestações,nos limites
da lei.
? Exerce função social (concretizar a aplicação de direitos, construção da justiça e do bem
comum);
? Serviço público NÃO estatal (indispensável à administração da justiça);
?  Múnus público e inviolabilidade;
? O Estado Democrático de Direito não pode prescindir da advocacia.
Como podemos compreender o Estado Democrático de Direito?
Segundo Mendes, Coelho e Branco (2013) o Estado Democrático de Direito é a organização política em
que o poder emana do povo, que o exerce diretamente ou por meio de representantes, escolhidos em
eleições livres e periódicas, mediante o sufrágio universal e voto direto e secreto. Democrático no
sentido de salvaguardar aos cidadãos o exercício efetivo dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais
e culturais.
Com o advento do Estado e o monopólio da jurisdição, a autotutela foi restringida. Assim, surge a
necessidade do processo judicial para obtenção da tutela jurídica estatal. O advogado tem o papel de
intermediar a relação entre Juiz­Estado­cidadão na busca de uma prestação jurisdicional justa. Nas
palavras de Ives Gandra Martins, o advogado efetua a defesa e a interpretação do ordenamento jurídico.
Assim deve pugnar pelos direitos fundamentais, os direitos humanos, a justiça social dentre outros
elementos presentes no art. 44 do EOAB.
No anexo único da resolução 02/2015 que aprova o novo Código de Ética e Disciplina da OAB
encontramos os princípios que devem nortear a conduta do advogado, a saber:
lutar sem receio pelo primado da Justiça; pugnar pelo cumprimento da Constituição e
pelo respeito à Lei, fazendo com que o ordenamento jurídico seja interpretado com
retidão, em perfeita sintonia com os fins sociais a que se dirige e as exigências do bem
comum; ser fiel à verdade para poder servir à Justiça como um de seus elementos
essenciais; proceder com lealdade e boa­fé em suas relações profissionais e em todos os
atos do seu ofício; empenhar­se na defesa das causas confiadas ao seu patrocínio, dando
ao constituinte o amparo do Direito, e proporcionando­lhe a realização prática de seus
legítimos interesses; comportar­se, nesse mister, com independência e altivez,
defendendo com o mesmo denodo humildes e poderosos; exercer a advocacia com o
indispensável senso profissional, mas também com desprendimento, jamais permitindo
que o anseio de ganho material sobreleve a finalidade social do seu trabalho; aprimorar­
se no culto dos princípios éticos e no domínio da ciência jurídica, de modo a tornar­se
merecedor da confiança do cliente e da sociedade como um todo, pelos atributos
intelectuais e pela probidade pessoal; agir, em suma, com a dignidade e a correção dos
profissionais que honram e engrandecem a sua classe.
Código de Ética (2016)
No Título I ­ Da ética do advogado, Capítulo 1, Dos princípios fundamentais, encontramos dois artigos
importantes, a saber:
Art. 1º O exercício da advocacia exige conduta compatível com os preceitos deste
Código, do Estatuto, do Regulamento Geral, dos Provimentos e com os princípios da
moral individual, social e profissional.
Art. 2º O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado
Democrático de Direito, dos direitos humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da
moralidade, da Justiça e da paz social, cumprindo­lhe exercer o seu ministério em
consonância com a sua elevada função pública e com os valores que lhe são inerentes.
Parágrafo único. São deveres do advogado:
I ­ preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo
caráter de essencialidade e indispensabilidade da advocacia;
II ­ atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade,
dignidade e boa­fé;
III ­ velar por sua reputação pessoal e profissional;
IV ­ empenhar­se, permanentemente, no aperfeiçoamento pessoal e profissional;
V ­ contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis;
VI ­ estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação entre os litigantes,
prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios;
VII ­ desaconselhar lides temerárias, a partir de um juízo preliminar de viabilidade
jurídica;
VIII ­ abster­se de:
a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente;
b) vincular seu nome a empreendimentos sabidamente escusos;
c) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a
dignidade da pessoa humana;
d) entender­se diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o
assentimento deste;
e) ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou judiciais perante autoridades com as
quais tenha vínculos negociais ou familiares;
f) contratar honorários advocatícios em valores aviltantes.
IX ­ pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos direitos
individuais, coletivos e difusos;
X ­ adotar conduta consentânea com o papel de elemento indispensável à administração
da Justiça;
XI ­ cumprir os encargos assumidos no âmbito da Ordem dos Advogados do
Brasil ou na representação da classe;
XII ­ zelar pelos valores institucionais da OAB e da advocacia;
XIII ­ ater­se, quando no exercício da função de defensor público, à defesa dos
necessitados.
O advogado não pode esquecer o caput do art. 3° do CED que diz que o Direito é um instrumento para
mitigar as desigualdades, na busca de soluções justas e que a lei é um instrumento para garantir a
igualdade de todos. Deve zelar por sua liberdade e independência técnica (art. 4º, CED). A advocacia
não pode se confundir com procedimentos de mercantilização (art. 5°, CED).  A advocacia tem
compromisso com a verdade (art. 6° do CED), a justiça e a boa­fé. Sendo vedado em qualquer caso ou
hipótese a captação de clientela (art. 7º, CED).
Estratégias de Aprendizagem
Indicação de Leitura Específica
BRASIL. Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil. Lei 8.906, de 4 de julho de
1994. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
BRASIL. Presidência da República.  Manual de redação da Presidência da República 2002.
Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm> Acesso em: 08 jan. 2016.
Golob Machado, Ana Lucia.  Formas de Tratamento e Relações de Poder. Disponível em:
<http://www.getempo.org/index.php/revistas/26­02/artigos/51­formas­de­tratamento­e­relacoes­de­
poder­por­ana­lucia­golob­machado> Acesso em: 08 jan.2016.
MARTINS, Ives Gandra. A função social do Advogado. In: Revista do Advogado. v. 5. n. 14. p. 94/99,
jul/set, 1983.
MENDES, G. F.; COELHO, I. M.; BRANCO, P.G.G. Curso de Direito Constitucional. São Paulo:
Saraiva, 2013.
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Código de Ética e Disciplina da OAB. 19 de outubro de
2015.
ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da
OAB. 13 de fevereiro de 1995. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
Aplicação: articulação teoria e prática
Caso Concreto:
Advogados que atuaram em manifestações são homenageados
Uma emocionante homenagem ao papel da advocacia marcou o início da sessão solene do Conselho
Pleno, na sede da OAB/RJ. (...) Durante as passeatas, cerca de cem advogados se revezaram nas
delegacias, ruas e hospitais, atuando em casos de excessos das forças policiais. Além de liberarem
pessoas indevidamente presas, estiveram presentes em situações como a que levou centenas de
estudantes e professores a se refugiarem nos prédios do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) e
na Faculdade Nacional de Direito, ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na noite do
dia 20 de junho de 2013. Presente à ocasião, o vice­presidente da Seccional, Ronaldo Cramer, ressaltou
a solidariedade dos colegas: "Foi formada, quase que de forma automática, uma rede de colaboração
entre a Ordem e advogados voluntários para socorrer os manifestantes, para defender a ordem jurídica e
a própria advocacia. Isso me emocionou, foi algo que eu nunca tinha visto". O presidente da Caarj,
Marcello Oliveira, que também atuou nas manifestações, reforçou: "Essesadvogados que estão aqui
compreenderam a importância de a OAB estar na rua. E nós não vamos arredar pé, não vamos nos
afastar de forma alguma dessa essência, que é a defesa da liberdade de manifestação e das garantias
individuais dos cidadãos. Hoje a Ordem tem seu papel reconhecido, hoje a Ordem é maior graças à
atuação desses advogados, que agora podem seguir nesse caminho e criar lideranças em seus próprios
seguimentos. Este ato marca um episódio histórico para a nossa classe? (Fonte: OAB­RJ. Junho de
2013).
Após ler a notícia  acima sobre o grupo de advogados voluntários, responda:
1. Quais os deveres da advocacia elencados no art. 2º do Código de Ética?
2. Qual o papel da advocacia no Estado democrático de Direito?
Considerações Adicionais
ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL ­ CCJ0152
Semana Aula: 2
Da atividade privativa da advocacia
Tema
A inscrição, as atividades privativas e o estágio na OAB
Palavras­chave
inscrição na OAB. Atividades privativas. Estagio na OAB.
Objetivos
Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de:
Identificar os requisitos para inscrição nos quadros como advogado;
Reconhecer as atividades privativas da advocacia;
Identificar os requisitos para inscrição e a habilitação do estagiário na OAB.
Estrutura de Conteúdo
Da inscrição
O EOAB estabelece que os inscritos na OAB são denominados advogados e possuem capacidade
postulatória.  Somente os bacharéis em Direito podem se submeter ao Exame de Ordem como um dos
requisitos para ingresso os quadros da advocacia (Art.3º, EOAB).
Quais são os requisitos para a inscrição nos quadros da OAB?
Os requisitos estão elencados no art. 8º, EOAB. O candidato á inscrição nos quadros na qualidade de
advogado deverá comprovar todos os requisitos, pois a inexistência de apenas um deles acarretará o
indeferimento da inscrição.
Capacidade civil;
Diploma ou certidão de graduação em direito ? art.  23, RG;
Título de Eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;
Aprovação em Exame de Ordem;
 Não exercer atividade incompatível com a advocacia ? art. 28, EOAB c/c art. 20, § 2°, RG;
Idoneidade moral (§ 3º do art. 8º, EOAB);
Prestar compromisso perante o Conselho (art. 20, § 1º, RG);
Quais os requisitos para declaração de inidoneidade?
Pode ser suscitada por qualquer pessoa;
Deve ser declarada mediante decisão que obtenha 2/3 dos votos de todos os membros do
Conselho;
Resulta de prática de crime e crime infamante, salvo reabilitação criminal;
Procedimento nos termos do Processo disciplinar.
O que podemos entender por crime infamante?
A prática de crime infamante é mais grave do que inidoneidade moral e exige a prática comprovada de
ilícito penal e o fato de ser infamante. Neste caso, o que faz um crime ser infamante é o reflexo negativo
causado para a Advocacia (MACEDO, 2009, p. 47).
E o compromisso perante o Conselho Seccional?
Após a conclusão do processo de inscrição o bacharel em Direito prestará compromisso perante o
Conselho Seccional. Trata­se de elemento integrador da inscrição, por isso é ato personalíssimo e
indelegável.
Inscrição principal: (art. 10, EOAB)
O advogado atua ilimitadamente na sua Seccional (ente da federação), podendo realizar atos privativos
de advogado em qualquer parte do território nacional, desde que não tenha habitualidade. Todavia, a lei
estabelece que se tiver habitualidade em outro território diferente da sua Seccional, terá que solicitar
mais uma inscrição.  Se configurar habitualidade (mais de 5 processos por anos) em outro ente da
federação terá que solicitar outra carteira.
A inscrição deverá ser feita no Conselho Seccional do domicílio profissional do futuro advogado.
Eventual mudança de domicílio, o advogado deverá requerer a transferência de sua inscrição.
Inscrição suplementar: (art. 10, EOAB c/c 26, RG; 34, § 1º do RG)
Se configurar habitualidade, ou seja, o advogado possui mais de 5 atos privativos da advocacia, por ano,
em outras Seccionais, deverá solicitar sua inscrição suplementar o implicará a cobrança de anuidade.
Cada inscrição suplementar gerará uma nova anuidade para o advogado. Observe­se que o limite de até
no máximo 5 atos privativos é por ano. Nesse sentido, não importará o tempo de duração do processo.
Novo ano, reinicia­se a contagem.
Exemplo: Advogado com inscrição na OAB­RJ ­ atua ilimitadamente no RJ e atua em todo
território nacional, ou seja, em território de outra seccional. Possui 5 processos tramitando na
Justiça do MG, neste ano corrente ­ não precisará de inscrição suplementar porque só possui 5
ações no território de outra seccional. Se ainda neste ano surgir a 6ª ação em MG terá que
solicitar uma inscrição suplementar em MG antes de ajuizar a ação. Se ficar apenas com 5 ações
em MG, no ano seguinte inicia­se nova contagem até 5 causas, por ano.
A inscrição suplementar confere ao advogado nova carteira, com número específico da Seccional e
identificada pela expressão: inscrição suplementar. O advogado estará habilitado a exercer a advocacia
com habitualidade e ilimitadamente, também, naquela Seccional além da seccional em que possui a
inscrição principal.
Não há limites para inscrições suplementares, desde que o advogado tenha condição financeira para
pagar as anuidades.
Quais as atividades privativas da advocacia?
Atividades privativas dos inscritos na OAB estão no art. 1º do EOAB, a saber:
Procuratório
judicial
Procuratório
extrajudicial
P o s t u l a ç ã o   a
órgão do Poder
Judiciário (inciso
I)
As atividades de
consultoria,
a s s e s s o r i a   e
direção jurídicas
(Inciso II)
Precisamos ajustar o artigo do Estatuto, conforme decisão do STF, em ADI 1.127­8, que mandou riscar o
termo ?qualquer?:
Art.1º. São atividades privativas de advocacia:
I ­ a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais. (ADI 1.127­8 ­
julgada em maio de 2006, informativo do STF 427).
II ­ as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.
A indispensabilidade do advogado é relativa, pois existem situações em que a parte poderá agir sem a
presença de um advogado, a saber:
Juizados Especiais Cíveis ­ Lei 9.099/95 ? art. 9º;
Juizados Especiais Cíveis Federais ? Lei 10.259/01 ? art. 10;
Justiça do Trabalho ? 1ª instância ? art. 791 da CLT;
O STF, na ADI 3.168­6, deu interpretação conforme, para excluir do âmbito de incidência do art. 10 da
Lei 10.259/2001 os feitos de competência dos juizados especiais criminais da Justiça Federal (Ver
informativo 430 do STF). Nos Juizados Especiais Criminais, a assistência técnica é absolutamente
necessária por força do princípio constitucional expresso no art. 5°, LV, CR/88 que assegura aos
acusados a ampla defesa.
Exceção legal: habeas corpus que não será contabilizado para fins de inscrição suplementar.
Art. 1º, EOAB: § 1º ­ Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de
"habeas corpus" em qualquer instância ou tribunal.
Art. 1º, I, EOAB deve ser combinado com o art. 8º, § 2º, RG:
A indicação de Advogados nos JEC deverá ser promovida pela Subseção ou, na sua ausência, pelo
Conselho Seccional.  Assim, a OAB poderá indicar advogados para representar a advocacia perante os
Juizados especiais.
Art. 1º, II, EOAB deve ser combinado com o art. 7º, RG:
A função de diretoria e gerência jurídica em qualquer empresa pública ou privada é privativa de
advogado. Somente advogados podem ser gestores de departamento jurídico.
Atividades extrajudiciais:  art. 1º, inciso II, EOAB c/c art. 1º, § 2º do EOAB
A assessoria e visto do advogado em atos e contratos de pessoa jurídica, conforme o  art. 2º, § único, do
RG e o  art. 9º, § 2º da LC 123/2006. Ler o informativo STF, nº 445. A OAB adverte no parágrafo único
do art. 2º do RG que o visto do advogado deve resultar da efetiva participação do profissional.
Exceção: Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) ­ Art. 9º, § 2º da LC 123/2006: ?
Não se aplica às microempresas e às empresas de pequeno porte o disposto no §2º do art. 1º da Lei
8.906/94.
Há uma advertência sob o ponto de vista da Ética para o advogado nesta atuação

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