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ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL CCJ0152 Semana Aula: 1 Da legislação na OAB Tema Da legislação na OAB, o Exame de Ordem e a atividade advocatícia Palavraschave Estatuto. Código de ética. Democracia. Exame de ordem. Objetivos Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de· Avaliar a importância da Advocacia para democracia; Identificar o compromisso da Advocacia com a sociedade; Conhecer a legislação da OAB; Conhecer as regras do Exame de Ordem. Estrutura de Conteúdo Legislação ? Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil ? Lei 8.906/94 ? (EOAB) ? Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil ? (CED) ? Regulamento Geral da Ordem dos Advogados do Brasil ? (RG) ? Provimentos do Conselho Federal ? (Prov.) O exercício de qualquer profissão é livre no Brasil, mas a liberdade não é irrestrita. Na verdade, depende da lei que regulamenta a profissão no país. Vejamos o art. 5° da CRFB/88: Art. 5º, inciso XIII, CRFB/1988: ?é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; ? Lei: Lei Federal 8.906 de 04 de julho de 1994. Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil OAB. A atividade de advocacia é exercida seguindo as regras do Estatuto e do regime próprio de cada carreira no caso da advocacia pública. Um dos requisitos para ingresso nos quadros da OAB requer a aprovação no Exame de Ordem. Não é o único requisito, mas é necessário. O art. 8° traz todos os requisitos para o pedido de inscrição. Art. 8º, IV e § 1º do EOAB: Para inscrição como advogado é necessário: IV ? aprovação em Exame de Ordem; § 1º O Exame de Ordem é regulamentado em provimento do Conselho Federal da OAB (144/2011). O art. 54, inciso V, EOAB estabelece que compete ao Conselho Federal editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os Provimentos que julgar necessários. E no art. 112 do RG, alterado pela res. 01 de 13 de junho de 2011, determina que o Exame de Ordem será regulamentado por Provimento editado pelo Conselho Federal, a saber: §1º O Exame de Ordem é organizado pela Coordenação Nacional do Exame de Ordem na forma de Provimento do Conselho Federal. § 2º Às Comissões de Estágio e Exame de Ordem dos Conselhos Seccionais compete fiscalizar a aplicação da prova e verificar o preenchimento dos requisitos exigidos dos examinandos quando dos pedidos de inscrição, assim como difundir as diretrizes e defender a necessidade do Exame de Ordem. Assim, o provimento que organiza o Exame de Ordem no Brasil é o prov. 144/2011. Em seu art. 1º encontrase a seguinte informação: ?O Exame de Ordem é preparado e realizado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil CFOAB, mediante delegação dos Conselhos Seccionais. ? Neste caso, a banca do exame de ordem é da OAB. A pessoa jurídica contratada limitase à assessoria e organização do evento. Vejamos: § 1º A preparação e a realização do Exame de Ordem poderão ser total ou parcialmente terceirizadas, ficando a cargo do CFOAB sua coordenação e fiscalização. § 2º Serão realizados 03 (três) Exames de Ordem por ano. A aprovação no Exame de Ordem é requisito necessário para a inscrição nos quadros da OAB como advogado, nos termos do art. 8º, IV, da Lei n.º 8.906/1994 (Art. 6º do Prov. 144/2011). O parágrafo único: Ficam dispensados do Exame de Ordem os postulantes oriundos da Magistratura e do Ministério Público e os bacharéis alcançados pelo art. 7º da Resolução n. 02/1994, da Diretoria do CFOAB. Esses bacharéis são aqueles que se formaram até julho de 1996. Tratase de uma regra de transição para os estudantes dos últimos períodos por ocasião da criação do novo estatuto da OAB. Não se aplica atualmente a nenhum bacharel. Resolução n. 02/1994, da Diretoria do CFOAB. Art. 7º Estão dispensados do Exame de Ordem: I ? os bacharéis em direito que realizaram o estágio profissional de advocacia (Lei nº 4.215/63) ou o estágio de prática forense e organização judiciária (Lei nº 5.842/72), no prazo de dois anos, com aprovação nos exames finais perante banca examinadora integrada por representante da OAB, até 04 de julho de 1994; II ? os inscritos no quadro de estagiários da OAB, até 04 de julho de 1994, desde que realizem o estágio em dois anos de atividades e o concluam, com aprovação final, até 04 de julho de 1996; III ? os matriculados, comprovadamente, nos cursos de estágio referidos no inciso I, antes de 05 de julho de 1994, desde que requeiram inscrições no Quadro de Estagiários da OAB, e o concluam com aprovação final, juntamente com o curso, até 04 de julho de 1996; Os estudantes do 9º período podem se inscrever? O Exame de Ordem é prestado por bacharel em Direito, ainda que pendente sua colação de grau, todavia formado em instituição regularmente credenciada, conforme o Art. 7º do Prov. 144/2011. No § 3º há a possibilidade! ?Poderão prestar o Exame de Ordem os estudantes de Direito dos últimos dois semestres ou do último ano do curso?. Os estudantes que exercem atividades incompatíveis podem se inscrever? Os artigos envolvidos nesta questão são: Art. 7º, § 1º Prov. 144 c/c art. 28, EOAB. É facultado ao bacharel em Direito que detenha cargo ou exerça função incompatível com a advocacia prestar o Exame de Ordem, ainda que vedada a sua inscrição na OAB. O exame de ordem tem natureza de prova de habilitação e configura apenas um dos requisitos necessários para solicitar a inscrição. O incompatível não poderá obter inscrição na OAB se a incompatibilidade for prévia, ou seja, o candidato exerce uma das funções ou cargos previstos no art. 28 e seus incisos quando ingressou e finalizou o curso de Direito. Exemplo: alunos que são policiais, gerentes de banco, serventuários da justiça, militares na ativa ? podem fazer a prova, mas não poderão solicitar a inscrição nos quadros da OAB. Os estrangeiros/brasileiros formados no exterior podem se inscrever? Poderá prestar o Exame de Ordem o portador de diploma estrangeiro que tenha sido revalidado na forma prevista no art. 48, § 2º, da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996.1 (Art. 7º, § 2º Prov. 144 ). O estrangeiro ou brasileiro graduado no exterior, deverá fazer prova do título de graduação, devidamente revalidado, além dos demais requisitos do art. 8º, EOAB ART. 8º, § 2º, EOAB. Revalidar: consiste na declaração emitida pelo órgão competente de que o diploma de curso expedido por IES estrangeira teve grade curricular equivalente ao curso nacional. No Brasil, são competentes para processar e revalidar diplomas, as universidades públicas que ministrem cursos na mesma área. Da banca examinadora da OAB Art. 8º e pú, Prov. 144/2011 A Banca Examinadora da OAB será designada pelo Coordenador Nacional do Exame de Ordem. Compete à Banca Examinadora elaborar o Exame de ordem ou atuar em conjunto com a pessoa jurídica contratada para preparação, realização e correção das provas, bem como homologar os respectivos gabaritos. Da banca recursal da OAB Art. 9º e § 2º, Prov. 144/2011 A Banca Recursal da OAB, designada pelo Coordenador Nacional do Exame de Ordem, compete decidir a respeito de recursos acerca de nulidade de questões, impugnação de gabaritos e pedidos de revisão de notas, em decisões de caráter irrecorrível, na forma do disposto em edital. Aos Conselhos Seccionais da OAB são vedadas a correção e a revisão das provas. Membros da Banca da OAB Art. 10, § 1º, Prov. 144/2011. Haverá a divulgação dos membros das Bancas Examinadoras e Recursal cinco dias antes da data de aplicação das provas. Professores de cursos preparatórios não integram a banca da OAB Art. 10, § 2º, Prov. 144/2011. É vedada a participação de professores de cursos preparatórios para Exame de Ordem, bem como de parentes de examinandos, até o quarto grau, na Coordenação Nacional, na Banca Examinadora e na Banca Recursal. Estrutura do Exame de Ordem: Art. 11, Prov. 144/ 2011 O Exame de Ordem, conforme estabelecido no edital do certame, será composto de 02 (duas) provas: Art.11, Prov. 144/ 2011 I prova objetiva, sem consulta, de caráter eliminatório; II prova práticoprofissional, permitida, exclusivamente, a consulta a legislação, súmulas, enunciados, orientações jurisprudenciais e precedentes normativos sem qualquer anotação ou comentário, na área de opção do examinando, composta de 02 (duas) partes distintas. § 1º A prova objetiva conterá no máximo 80 (oitenta) questões de múltipla escolha, sendo exigido o mínimo de 50% (cinquenta por cento) de acertos para habilitação à prova prático profissional, vedado o aproveitamento do resultado nos exames seguintes. Aprovação: nota igual ou superior a 6,0 (seis) inteiros. Art. 11, inciso II, Prov. 144/ 2011: a) Redação de peça profissional; b) questões práticas, sob a forma de situaçõesproblema. Art. 11, § 3º , Prov. 144/2011 O examinando não aprovado na segunda fase poderá refazêla no Exame de Ordem imediatamente subsequente. Qual o conteúdo da prova? O art. 11, Prov. 144/2011, § 4º estabelece que o conteúdo das provas do Exame de Ordem contemplará as disciplinas do Eixo de Formação Profissional, de Direitos Humanos, do Estatuto da Advocacia e da OAB e seu Regulamento Geral e do Código de Ética e Disciplina, podendo contemplar disciplinas do Eixo de Formação Fundamental. Nesse sentido, o art. 11, Prov. 144/2011, § 5º menciona que a prova objetiva conterá, no mínimo, 15% (quinze por cento) de questões versando sobre Estatuto da Advocacia e seu Regulamento Geral, Código de Ética e Disciplina, Filosofia do Direito e Direitos Humanos. Quem poderá usar a denominação de Advogado? O EOAB estabelece que os inscritos na OAB são denominados ADVOGADOS e possuem capacidade postulatória. Somente os bacharéis em Direito podem se submeter ao Exame de Ordem como um dos requisitos para ingresso os quadros da advocacia (Art.3º, EOAB). Cursos de Direito formam bacharéis em Direito ? único título acadêmico atribuído àquele que termina o curso de Direito. Mestre em Direito é o título acadêmico para pósgraduação em nível de Mestrado e Doutor àquele que termina pósgraduação em nível de Doutorado. Pronomes de tratamento, segundo a gramática da língua portuguesa, são axiônimos. Axiônimos são nomes que constituem formas corteses de tratamento, expressões de reverência, usados em situações formais antepondose à determinadas palavras que designam cargos ou funções sociais de prestígio. Exemplo: Vossa Eminência reverendíssima (Cardeais); Vossa Excelência (chefes do poder executivo e legislativo), Senhor (para pessoas em geral sem intimidade); Senhora (para mulheres casadas ou mais velhas), etc Em consonância com a gramática da Língua Portuguesa, o título de ? Dr.? não pertence ao elenco de pronomes de tratamento. Tratase de título acadêmico em grau de pósgraduação. Utilizase, equivocadamente na linguagem cotidiana por razões meramente culturais. A suposta relação com a revogada lei do Império de 11/08/1827, mormente no art. 9° não confere ao advogado este título acadêmico. Logo não há respaldo jurídico ou na língua portuguesa para esta nomenclatura. O pronome correto para advogados, públicos ou privados, membros do Ministérios Público é a de Vossa Excelência. Fonte: BRASIL. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da República 2002. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm> Acesso em: 08 jan.2016. Golob Machado, Ana Lucia. Formas de Tratamento e Relações de Poder. Disponível em: <http://www.getempo.org/index.php/revistas/2602/artigos/51formasdetratamentoerelacoesde poderporanaluciagolobmachado> Acesso em: 08 jan.2016. Como o advogado está inserido no Ordenamento Jurídico brasileiro? A advocacia é a única profissão liberal inserida na Constituição. O legislador constituinte conferiu à carreira importância em razão do papel que exerce junto à sociedade. Art. 133, da CRFB/1988. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. Art. 2º, EOAB: O advogado é indispensável à administração da justiça. § 1º o advogado presta serviço público e exerce função social; § 2º contribui na postulação favorável ao seu constituinte e seus atos constituem múnus público. § 3º no exercício profissional o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, nos limites da lei. ? Exerce função social (concretizar a aplicação de direitos, construção da justiça e do bem comum); ? Serviço público NÃO estatal (indispensável à administração da justiça); ? Múnus público e inviolabilidade; ? O Estado Democrático de Direito não pode prescindir da advocacia. Como podemos compreender o Estado Democrático de Direito? Segundo Mendes, Coelho e Branco (2013) o Estado Democrático de Direito é a organização política em que o poder emana do povo, que o exerce diretamente ou por meio de representantes, escolhidos em eleições livres e periódicas, mediante o sufrágio universal e voto direto e secreto. Democrático no sentido de salvaguardar aos cidadãos o exercício efetivo dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais. Com o advento do Estado e o monopólio da jurisdição, a autotutela foi restringida. Assim, surge a necessidade do processo judicial para obtenção da tutela jurídica estatal. O advogado tem o papel de intermediar a relação entre JuizEstadocidadão na busca de uma prestação jurisdicional justa. Nas palavras de Ives Gandra Martins, o advogado efetua a defesa e a interpretação do ordenamento jurídico. Assim deve pugnar pelos direitos fundamentais, os direitos humanos, a justiça social dentre outros elementos presentes no art. 44 do EOAB. No anexo único da resolução 02/2015 que aprova o novo Código de Ética e Disciplina da OAB encontramos os princípios que devem nortear a conduta do advogado, a saber: lutar sem receio pelo primado da Justiça; pugnar pelo cumprimento da Constituição e pelo respeito à Lei, fazendo com que o ordenamento jurídico seja interpretado com retidão, em perfeita sintonia com os fins sociais a que se dirige e as exigências do bem comum; ser fiel à verdade para poder servir à Justiça como um de seus elementos essenciais; proceder com lealdade e boafé em suas relações profissionais e em todos os atos do seu ofício; empenharse na defesa das causas confiadas ao seu patrocínio, dando ao constituinte o amparo do Direito, e proporcionandolhe a realização prática de seus legítimos interesses; comportarse, nesse mister, com independência e altivez, defendendo com o mesmo denodo humildes e poderosos; exercer a advocacia com o indispensável senso profissional, mas também com desprendimento, jamais permitindo que o anseio de ganho material sobreleve a finalidade social do seu trabalho; aprimorar se no culto dos princípios éticos e no domínio da ciência jurídica, de modo a tornarse merecedor da confiança do cliente e da sociedade como um todo, pelos atributos intelectuais e pela probidade pessoal; agir, em suma, com a dignidade e a correção dos profissionais que honram e engrandecem a sua classe. Código de Ética (2016) No Título I Da ética do advogado, Capítulo 1, Dos princípios fundamentais, encontramos dois artigos importantes, a saber: Art. 1º O exercício da advocacia exige conduta compatível com os preceitos deste Código, do Estatuto, do Regulamento Geral, dos Provimentos e com os princípios da moral individual, social e profissional. Art. 2º O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da moralidade, da Justiça e da paz social, cumprindolhe exercer o seu ministério em consonância com a sua elevada função pública e com os valores que lhe são inerentes. Parágrafo único. São deveres do advogado: I preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo caráter de essencialidade e indispensabilidade da advocacia; II atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade,dignidade e boafé; III velar por sua reputação pessoal e profissional; IV empenharse, permanentemente, no aperfeiçoamento pessoal e profissional; V contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis; VI estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação entre os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios; VII desaconselhar lides temerárias, a partir de um juízo preliminar de viabilidade jurídica; VIII absterse de: a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente; b) vincular seu nome a empreendimentos sabidamente escusos; c) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana; d) entenderse diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assentimento deste; e) ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou judiciais perante autoridades com as quais tenha vínculos negociais ou familiares; f) contratar honorários advocatícios em valores aviltantes. IX pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos direitos individuais, coletivos e difusos; X adotar conduta consentânea com o papel de elemento indispensável à administração da Justiça; XI cumprir os encargos assumidos no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil ou na representação da classe; XII zelar pelos valores institucionais da OAB e da advocacia; XIII aterse, quando no exercício da função de defensor público, à defesa dos necessitados. O advogado não pode esquecer o caput do art. 3° do CED que diz que o Direito é um instrumento para mitigar as desigualdades, na busca de soluções justas e que a lei é um instrumento para garantir a igualdade de todos. Deve zelar por sua liberdade e independência técnica (art. 4º, CED). A advocacia não pode se confundir com procedimentos de mercantilização (art. 5°, CED). A advocacia tem compromisso com a verdade (art. 6° do CED), a justiça e a boafé. Sendo vedado em qualquer caso ou hipótese a captação de clientela (art. 7º, CED). Estratégias de Aprendizagem Indicação de Leitura Específica BRASIL. Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil. Lei 8.906, de 4 de julho de 1994. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014. BRASIL. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da República 2002. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm> Acesso em: 08 jan. 2016. Golob Machado, Ana Lucia. Formas de Tratamento e Relações de Poder. Disponível em: <http://www.getempo.org/index.php/revistas/2602/artigos/51formasdetratamentoerelacoesde poderporanaluciagolobmachado> Acesso em: 08 jan.2016. MARTINS, Ives Gandra. A função social do Advogado. In: Revista do Advogado. v. 5. n. 14. p. 94/99, jul/set, 1983. MENDES, G. F.; COELHO, I. M.; BRANCO, P.G.G. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2013. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Código de Ética e Disciplina da OAB. 19 de outubro de 2015. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB. 13 de fevereiro de 1995. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Aplicação: articulação teoria e prática Caso Concreto: Advogados que atuaram em manifestações são homenageados Uma emocionante homenagem ao papel da advocacia marcou o início da sessão solene do Conselho Pleno, na sede da OAB/RJ. (...) Durante as passeatas, cerca de cem advogados se revezaram nas delegacias, ruas e hospitais, atuando em casos de excessos das forças policiais. Além de liberarem pessoas indevidamente presas, estiveram presentes em situações como a que levou centenas de estudantes e professores a se refugiarem nos prédios do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) e na Faculdade Nacional de Direito, ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na noite do dia 20 de junho de 2013. Presente à ocasião, o vicepresidente da Seccional, Ronaldo Cramer, ressaltou a solidariedade dos colegas: "Foi formada, quase que de forma automática, uma rede de colaboração entre a Ordem e advogados voluntários para socorrer os manifestantes, para defender a ordem jurídica e a própria advocacia. Isso me emocionou, foi algo que eu nunca tinha visto". O presidente da Caarj, Marcello Oliveira, que também atuou nas manifestações, reforçou: "Esses advogados que estão aqui compreenderam a importância de a OAB estar na rua. E nós não vamos arredar pé, não vamos nos afastar de forma alguma dessa essência, que é a defesa da liberdade de manifestação e das garantias individuais dos cidadãos. Hoje a Ordem tem seu papel reconhecido, hoje a Ordem é maior graças à atuação desses advogados, que agora podem seguir nesse caminho e criar lideranças em seus próprios seguimentos. Este ato marca um episódio histórico para a nossa classe? (Fonte: OABRJ. Junho de 2013). Após ler a notícia acima sobre o grupo de advogados voluntários, responda: 1. Quais os deveres da advocacia elencados no art. 2º do Código de Ética? 2. Qual o papel da advocacia no Estado democrático de Direito? Considerações Adicionais ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL CCJ0152 Semana Aula: 2 Da atividade privativa da advocacia Tema A inscrição, as atividades privativas e o estágio na OAB Palavraschave inscrição na OAB. Atividades privativas. Estagio na OAB. Objetivos Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de: Identificar os requisitos para inscrição nos quadros como advogado; Reconhecer as atividades privativas da advocacia; Identificar os requisitos para inscrição e a habilitação do estagiário na OAB. Estrutura de Conteúdo Da inscrição O EOAB estabelece que os inscritos na OAB são denominados advogados e possuem capacidade postulatória. Somente os bacharéis em Direito podem se submeter ao Exame de Ordem como um dos requisitos para ingresso os quadros da advocacia (Art.3º, EOAB). Quais são os requisitos para a inscrição nos quadros da OAB? Os requisitos estão elencados no art. 8º, EOAB. O candidato á inscrição nos quadros na qualidade de advogado deverá comprovar todos os requisitos, pois a inexistência de apenas um deles acarretará o indeferimento da inscrição. Capacidade civil; Diploma ou certidão de graduação em direito ? art. 23, RG; Título de Eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro; Aprovação em Exame de Ordem; Não exercer atividade incompatível com a advocacia ? art. 28, EOAB c/c art. 20, § 2°, RG; Idoneidade moral (§ 3º do art. 8º, EOAB); Prestar compromisso perante o Conselho (art. 20, § 1º, RG); Quais os requisitos para declaração de inidoneidade? Pode ser suscitada por qualquer pessoa; Deve ser declarada mediante decisão que obtenha 2/3 dos votos de todos os membros do Conselho; Resulta de prática de crime e crime infamante, salvo reabilitação criminal; Procedimento nos termos do Processo disciplinar. O que podemos entender por crime infamante? A prática de crime infamante é mais grave do que inidoneidade moral e exige a prática comprovada de ilícito penal e o fato de ser infamante. Neste caso, o que faz um crime ser infamante é o reflexo negativo causado para a Advocacia (MACEDO, 2009, p. 47). E o compromisso perante o Conselho Seccional? Após a conclusão do processo de inscrição o bacharel em Direito prestará compromisso perante o Conselho Seccional. Tratase de elemento integrador da inscrição, por isso é ato personalíssimo e indelegável. Inscrição principal: (art. 10, EOAB) O advogado atua ilimitadamente na sua Seccional (ente da federação), podendo realizar atos privativos de advogado em qualquer parte do território nacional, desde que não tenha habitualidade. Todavia, a lei estabelece que se tiver habitualidade em outro território diferente da sua Seccional, terá que solicitar mais uma inscrição. Se configurar habitualidade (mais de 5 processos por anos) em outro ente da federação terá que solicitar outra carteira. A inscrição deverá ser feita no Conselho Seccional do domicílio profissional do futuro advogado. Eventual mudança de domicílio, o advogado deverárequerer a transferência de sua inscrição. Inscrição suplementar: (art. 10, EOAB c/c 26, RG; 34, § 1º do RG) Se configurar habitualidade, ou seja, o advogado possui mais de 5 atos privativos da advocacia, por ano, em outras Seccionais, deverá solicitar sua inscrição suplementar o implicará a cobrança de anuidade. Cada inscrição suplementar gerará uma nova anuidade para o advogado. Observese que o limite de até no máximo 5 atos privativos é por ano. Nesse sentido, não importará o tempo de duração do processo. Novo ano, reiniciase a contagem. Exemplo: Advogado com inscrição na OABRJ atua ilimitadamente no RJ e atua em todo território nacional, ou seja, em território de outra seccional. Possui 5 processos tramitando na Justiça do MG, neste ano corrente não precisará de inscrição suplementar porque só possui 5 ações no território de outra seccional. Se ainda neste ano surgir a 6ª ação em MG terá que solicitar uma inscrição suplementar em MG antes de ajuizar a ação. Se ficar apenas com 5 ações em MG, no ano seguinte iniciase nova contagem até 5 causas, por ano. A inscrição suplementar confere ao advogado nova carteira, com número específico da Seccional e identificada pela expressão: inscrição suplementar. O advogado estará habilitado a exercer a advocacia com habitualidade e ilimitadamente, também, naquela Seccional além da seccional em que possui a inscrição principal. Não há limites para inscrições suplementares, desde que o advogado tenha condição financeira para pagar as anuidades. Quais as atividades privativas da advocacia? Atividades privativas dos inscritos na OAB estão no art. 1º do EOAB, a saber: Procuratório judicial Procuratório extrajudicial P o s t u l a ç ã o a órgão do Poder Judiciário (inciso I) As atividades de consultoria, a s s e s s o r i a e direção jurídicas (Inciso II) Precisamos ajustar o artigo do Estatuto, conforme decisão do STF, em ADI 1.1278, que mandou riscar o termo ?qualquer?: Art.1º. São atividades privativas de advocacia: I a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais. (ADI 1.1278 julgada em maio de 2006, informativo do STF 427). II as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas. A indispensabilidade do advogado é relativa, pois existem situações em que a parte poderá agir sem a presença de um advogado, a saber: Juizados Especiais Cíveis Lei 9.099/95 ? art. 9º; Juizados Especiais Cíveis Federais ? Lei 10.259/01 ? art. 10; Justiça do Trabalho ? 1ª instância ? art. 791 da CLT; O STF, na ADI 3.1686, deu interpretação conforme, para excluir do âmbito de incidência do art. 10 da Lei 10.259/2001 os feitos de competência dos juizados especiais criminais da Justiça Federal (Ver informativo 430 do STF). Nos Juizados Especiais Criminais, a assistência técnica é absolutamente necessária por força do princípio constitucional expresso no art. 5°, LV, CR/88 que assegura aos acusados a ampla defesa. Exceção legal: habeas corpus que não será contabilizado para fins de inscrição suplementar. Art. 1º, EOAB: § 1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de "habeas corpus" em qualquer instância ou tribunal. Art. 1º, I, EOAB deve ser combinado com o art. 8º, § 2º, RG: A indicação de Advogados nos JEC deverá ser promovida pela Subseção ou, na sua ausência, pelo Conselho Seccional. Assim, a OAB poderá indicar advogados para representar a advocacia perante os Juizados especiais. Art. 1º, II, EOAB deve ser combinado com o art. 7º, RG: A função de diretoria e gerência jurídica em qualquer empresa pública ou privada é privativa de advogado. Somente advogados podem ser gestores de departamento jurídico. Atividades extrajudiciais: art. 1º, inciso II, EOAB c/c art. 1º, § 2º do EOAB A assessoria e visto do advogado em atos e contratos de pessoa jurídica, conforme o art. 2º, § único, do RG e o art. 9º, § 2º da LC 123/2006. Ler o informativo STF, nº 445. A OAB adverte no parágrafo único do art. 2º do RG que o visto do advogado deve resultar da efetiva participação do profissional. Exceção: Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) Art. 9º, § 2º da LC 123/2006: ? Não se aplica às microempresas e às empresas de pequeno porte o disposto no §2º do art. 1º da Lei 8.906/94. Há uma advertência sob o ponto de vista da Ética para o advogado nesta atuação extrajudicial prevista no Regulamento e na LC 123. O art. 2º, § único, do RG estabelece que não poderão vistar estatutos de pessoas jurídicas, os advogados que prestem serviços a órgãos ou entidades da Administração Pública direta ou indireta, da unidade federativa a que se vincule a Junta Comercial, ou quaisquer repartições administrativas com competência para registro. Como vou provar minha prática forense? Veja o art. 5º, RG. Comprovase mediante a participação mínima em cinco atos privativos previstos no art. 1º, EOAB, em causas ou questões distintas, conforme exprime o art. 5º do RGOAB. Nesse sentido, o advogado deverá comprovar a prática forense mediante os seguintes documentos: Certidão expedida por cartórios ou secretarias; Cópia autenticada de atos privativos; Certidão expedida por órgão público em que exerceu atividade privativa. Inscrição do estagiário: art. 9º, EOAB ? no local do seu curso capacidade civil; título de eleitor e quitação do serviço militar; não exercer atividade incompatível; idoneidade moral; compromisso; ter sido admitido em estágio profissional. Habilitação do estagiário: art. 29, § 1° e 2°, RG. Retirar e devolver autos em cartório; Obter certidões junto aos escrivães e chefes de secretaria; Assinar petições de juntada de documentos a processos judiciais e administrativos; Atos extrajudiciais, isoladamente, desde que autorizado ou substabelecido. E se o estagiário exercer atividade incompatível? Poderá frequentar o estágio ministrado pela IES, para fins de aprendizagem, vedada a inscrição na OAB (art. 9º, § 3º, EOAB c/c art. 28, EOAB). Afinal, qual a validade da carteira do estagiário? A validade é de 2 anos, prorrogável por mais 1 ano (Consulta 0015/2005 Conselho Federal OAB). Ver art. 35, RG o prazo não poderá ultrapassar três anos. É obrigatória a indicação do nome e do número de inscrição em todos os documentos assinados pelo advogado art. 14, EOAB. O documento de identidade profissional é de uso obrigatório art. 13, EOAB c/c art. 32, RG. É defeso anunciar qualquer atividade advocatícia sem a indicação expressa do nome e número do advogado art. 14, § único, EOAB. O Estatuto estabelece que são nulos os atos praticados quando: art. 4º, EOAB Advogado impedido, no âmbito do impedimento; Advogado suspenso penalidade; Advogado licenciado ? art. 12, EOAB; Advogado com incompatibilidade superveniente; Pessoa não inscrita (LCP, art. 47); Estratégias de Aprendizagem Indicação de Leitura Específica BRASIL. Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil. Lei 8.906, de 4 de julho de 1994. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Código de Ética e Disciplina da OAB. 13 de fevereiro de 1995. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB. 13 de fevereiro de 1995. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Aplicação: articulação teoria e prática Caso Concreto: (Adaptado do IX EOOAB) Laura, advogada na área empresarial, após concluir o mestrado em renomada instituição de ensino superior, é convidada para integrar a equipe de assessoria jurídica da empresa K S/A. No dia da entrevista final, é inquirida pelo Gerente Jurídico da empresa, bacharel em Direito, sem inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, apesar de o mesmo ter logrado êxito no Exame de Ordem. Observado tal relato, responda: 1. Quais são os requisitos necessário para inscrição nos quadros da OAB? 2. Como Laura poderá comprovar sua prática forense? Considerações Adicionais ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL CCJ0152Semana Aula: 3 Da advocacia Pública e do advogado estrangeiro Tema Da Advocacia Pública. Do Advogado Estrangeiro. Do cancelamento e Licença. Da nulidade dos atos privativos. Palavraschave inscrição na OAB. Atividades privativas. Estagio na OAB. Objetivos Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de: Identificar os cargos da advocacia pública; Identificar as regras para os advogados estrangeiros; Identificar os requisitos para licença e cancelamento da inscrição na OAB. Estrutura de Conteúdo O EOAB estabelece que os inscritos na OAB são denominados advogados e possuem capacidade postulatória (Art.3º, EOAB). Exercem a atividade de advocacia os integrantes da AGU, Procuradoria da Fazenda Nacional, da Defensoria Pública e das Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades de administração indireta e fundacional (Art.3º, §1º, EOAB). ?Os integrantes da advocacia pública são elegíveis e podem integrar qualquer órgão da OAB? (art. 9º, RG). ?Sujeitamse ao regime do EOAB, RGOAB, CED, inclusive quanto às sanções disciplinares? (art. 10, RG). Advocacia Pública: art. 3º, § 1º EOAB e Prov. 114/2006. Art. 1º, prov. 114/2006 ?A advocacia é exercida por advogado inscrito na OAB, que ocupe cargo ou emprego público ou de direção de órgão jurídico público, em atividades de representação judicial, de consultoria ou de orientação judicial e defesa dos necessitados?. EXERCEM A ADVOCACIA PÚBLICA: (art. 3º, § 1º e art. 30, EOAB e art. 2º, prov. 114/2006) AdvocaciaGeral da União ? art. 131, CF e LC 73/93; ProcuradoriaGeral da Fazenda Nacional; ProcuradoriaGeral Federal; ConsultoriaGeral da União; ProcuradoriaGeral do BACEN; Defensoria Pública ? art. 134, CF e LC 80/94; Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Estados, DF ? art. 132, CF; Procuradorias e Consultorias Jurídicas dos Municípios; Procuradorias das entidades autárquicas e fundacionais; Procuradorias e Consultorias junto ao legislativo em seus níveis; Inscrição na OAB (art. 3º Prov. 114/2006): o advogado público deve ter inscrição principal perante o Conselho Seccional da OAB em cujo território tenha lotação. Se o advogado público for transferido para o território de outra Seccional, ficará dispensado do pagamento da inscrição no território da nova Seccional, desde que já tenha efetuado o pagamento da anuidade na Seccional primitiva (art. 3º, pu, Prov. 114/2006). Aprovação em concurso para cargo da advocacia não exime a aprovação em exame de ordem (art. 4º): o advogado público deve ter inscrição principal perante o Conselho Seccional da OAB em cujo território tenha lotação ou domicílio. Independência técnica: (art. 5º, Prov. 114/2006). É dever do advogado público a independência técnica, exercendo as atividades de acordo com suas convicções profissionais e em estrita observância aos princípios constitucionais da administração pública. Legalidade; Impessoalidade; Moralidade; Publicidade; Eficiência. Impedimento para advogar: advogados públicos advogam com restrição art. 30, I, EOAB ? salvo aposentadoria que faz cessar a condição de impedido; o impedimento diminui a amplitude do exercício (art. 7º). Exerce a advocacia com restrição Não poderá advogar contra a fazenda pública que o remunere ou a qual esteja vinculada. Não poderá advogar fora do âmbito da sua instituição Novo Código de Ética (em vigor a partir de 02 de maio de 2016) CAPÍTULO II DA ADVOCACIA PÚBLICA Art. 8º As disposições deste Código obrigam igualmente os órgãos de advocacia pública, e advogados públicos, incluindo aqueles que ocupem posição de chefia e direção jurídica. § 1º O advogado público exercerá suas funções com independência técnica, contribuindo para a solução ou redução de litigiosidade, sempre que possível. § 2º O advogado público, inclusive o que exerce cargo de chefia ou direção jurídica, observará nas relações com os colegas, autoridades, servidores e o público em geral, o dever de urbanidade, tratando a todos com respeito e consideração, ao mesmo tempo em que preservará suas prerrogativas e o direito de receber igual tratamento das pessoas com as quais se relacione. Advogados Estrangeiros: Prov. 91/2000 ? ?Estrangeiro/Estrangeiro? O advogado estrangeiro ou brasileiro formado no exterior, exceto o português, não poderá atuar no procuratório nacional em nenhuma hipótese. Atuará apenas como consultor em Direito de seu país de origem. Para tanto, necessitará da autorização da OAB para a referida atividade de consultoria no Brasil. Requisitos: Autorização da OAB a título precário como consultor em direito estrangeiro de seu país de origem; Visto de residente, ser habilitado no país de origem; não ter sofrido condenação criminal; não ter sofrido punição disciplinar; reciprocidade no tratamento dos brasileiros; prova boa conduta e de 03 advogados brasileiros; Sociedades de advogados estrangeiras: apenas consultoria; Razão social: poderá adotar o nome internacional e acrescentará a expressão ?Consultores em Direito Estrangeiro?; Sujeitos às regras do Estatuto, CED, RG e provimentos da OAB aplicáveis aos advogados e às sociedades. Cada consultor ou Sociedade receberá o seu número de inscrição na OAB; A autorização deverá ser renovada a cada 3 (três) anos com a devida atualização da documentação pertinente; Submetemse às mesmas anuidades e taxas aplicáveis aos nacionais. ADVOGADOS PORTUGUESES: Prov. 129/2008 O advogado de nacionalidade portuguesa, em situação regular, na Ordem dos Advogados de Portugal, poderá se inscrever na OAB; Deverá observar os requisitos do Art. 8º, com a dispensa do Exame de Ordem porque já o fez em Portugal ? Exame Final de Avaliação e Agregação ? art. 192, EOAP; Não exclui a possibilidade de atuar como consultor em direito estrangeiro na forma do prov. 91/2000. Princípio de reciprocidade de tratamento na Ordem dos Advogados de Portugal (art. 3º do prov. 129). A inscrição deverá ser feita no Conselho Seccional do domicilio profissional do advogado português na forma do EOAB e RG (art. 4º do Prov. 129).O advogado português prestará o compromisso na forma do art. 6º do Prov 129. Cancelamento da inscrição: Posso cancelar minha inscrição? Sim, conforme o art. 11, EOAB. Art. 11, EOAB: Cancelase a inscrição do profissional que: I o requerer (simples requerimento) II ? sofrer penalidade de exclusão (processo ético disciplinar); III ? falecer (comunicação); IV ? passar a exercer, definitivamente, atividade incompatível (OAB de ofício / comunicação); V ? perder um dos requisitos necessários para inscrição (art. 8º do EOAB). Posso voltar? Sim, conforme o art. 11, § 2º, EOAB. A nova inscrição não restaura o número anterior. O interessado deverá provar capacidade civil, não exercer atividade incompatível, comprovar idoneidade moral e prestar compromisso. Não há exigência de outro exame de ordem. O êxito no exame de ordem que tem natureza jurídica de prova de habilitação tem prazo indeterminado. Se sofreu a penalidade de exclusão, somente após provas de reabilitação (1 ano) ? art. 41, EOAB. Atenção O art. 22, parágrafo único do RG estabelece que: ?Cancelase a inscrição quando ocorrer a terceira suspensão, relativa ao não pagamento de anuidades distintas?. Não quero sair, mas quero dar um tempo. O que faço? Licenciase o profissional que: (art. 12, EOAB) I Requerer por motivo justificado; II Passar a exercer atividade incompatível temporária; III Sofrer doença mental curável. Observações importantes: A incompatibilidade com a advocacia prevista no art. 28, EOAB acarreta o indeferimento do pedido de inscrição, quando for hipótese de incompatibilidade prévia. Quando a incompatibilidade for superveniente acarretará o cancelamento da inscrição. Não existe hipótese de suspensão de inscrição na OAB. Suspensão é sanção éticodisciplinar. O termo correto é licença. O advogado público atua com restrição pertence à categoria de advogado impedido! Não há que se falar em licença ou cancelamento nesta hipótese. Estratégiasde Aprendizagem Indicação de Leitura Específica BRASIL. Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil. Lei 8.906, de 4 de julho de 1994. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Código de Ética e Disciplina da OAB. 13 de fevereiro de 1995. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB. 13 de fevereiro de 1995. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Aplicação: articulação teoria e prática Caso Concreto: (Adaptado do 42° EOAB) Alberto, advogado, é convidado a ocupar o prestigiado cargo de Procurador de um município, cargo de confiança do Prefeito Municipal passível de exoneração ad nutum. O cargo é privativo de advogado. Sobre esta situação responda: 1. Como ficará a inscrição de Alberto após a posse no referido cargo? 2. Quais são as regras estabelecidas pelo prov. 114/2006 para o advogado público? 3. Imagine que Alberto possui um amigo, Tizziano, advogado italiano que deseja morar no Brasil. Tizziano indaga ao amigo como deverá proceder para exercer a advocacia no Brasil. Que orientação você daria ao advogado italiano? Considerações Adicionais ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL CCJ0152 Semana Aula: 4 Do mandato advocatício Tema Do Mandato advocatício e da Prática Forense Palavraschave contrato. revogação. renúncia. Substabelecimento de poderes Objetivos Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de: Identificar as características do mandato advocatício; Reconhecer os deveres para com o cliente expressos no CED; Identificar os requisitos para revogação, renúncia e substabelecimento. Estrutura de Conteúdo O mandato advocatício é o contrato através do qual se outorga poderes ao advogado, para atuar em juízo ou fora dele. Neste documento se regula a forma da prestação do serviço, bem como a remuneração do advogado. A procuração é um instrumento desse contrato de mandato em que são explicitados os poderes da representação. O art. 5º EOAB estabelece o dever de provar o mandato, quando postular em nome de terceiro. O parágrafo 1º, do art. 5º do EOAB, estabelece uma exceção quando permite a atividade advocatícia sem procuração, em caso de urgência (ver art. 37, CPC). Neste caso, o prazo para apresentar o instrumento é de quinze dias, prorrogável por igual período. Observase que a declaração de urgência feita pelo advogado é dotada de presunção legal de veracidade. Procuração é o instrumento do mandato. Habilita o advogado a praticar todos os atos do processo. Poderá conter poderes especiais. Cláusula geral para o foro (ad judicia): o outorgante confere poderes para pessoa na qualidade de advogado realizar atos em juízo. Novo Código de Ética (em vigor a partir de 02 de maio de 2016) CAPÍTULO III DAS RELAÇÕES COM O CLIENTE Princípio da informação: Art. 9º O advogado deve informar o cliente, de modo claro e inequívoco, quanto a eventuais riscos da sua pretensão, e das consequências que poderão advir da demanda. Deve, igualmente, denunciar, desde logo, a quem lhe solicite parecer ou patrocínio, qualquer circunstância que possa influir na resolução de submeterlhe a consulta ou confiarlhe a causa. Direito à renúncia ou substabelecimento de poderes: Art. 10. As relações entre advogado e cliente baseiamse na confiança recíproca. Sentindo o advogado que essa confiança lhe falta, é recomendável que externe ao cliente sua impressão e, não se dissipando as dúvidas existentes, promova, em seguida, o substabelecimento do mandato ou a ele renuncie. Art. 16. A renúncia ao patrocínio deve ser feita sem menção do motivo que a determinou, fazendo cessar a responsabilidade profissional pelo acompanhamento da causa, uma vez decorrido o prazo previsto em lei (EAOAB, art. 5º, § 3º). § 1º A renúncia ao mandato não exclui responsabilidade por danos eventualmente causados ao cliente ou a terceiros. § 2º O advogado não será responsabilizado por omissão do cliente quanto a documento ou informação que lhe devesse fornecer para a prática oportuna de ato processual do seu interesse. Art. 17. A revogação do mandato judicial por vontade do cliente não o desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas, assim como não retira o direito do advogado de receber o quanto lhe seja devido em eventual verba honorária de sucumbência, calculada proporcionalmente em face do serviço efetivamente prestado. Art. 26. O substabelecimento do mandato, com reserva de poderes, é ato pessoal do advogado da causa. § 1º O substabelecimento do mandato sem reserva de poderes exige o prévio e inequívoco conhecimento do cliente. § 2º O substabelecido com reserva de poderes deve ajustar antecipadamente seus honorários com o substabelecente. Independência técnica: Art. 11. O advogado, no exercício do mandato, atua como patrono da parte, cumprindolhe, por isso, imprimir à causa orientação que lhe pareça mais adequada, sem se subordinar a intenções contrárias do cliente, mas, antes, procurando esclarecêlo quanto à estratégia traçada. Art. 24. O advogado não se sujeita à imposição do cliente que pretenda ver com ele atuando outros advogados, nem fica na contingência de aceitar a indicação de outro profissional para com ele trabalhar no processo. Art. 25. É defeso ao advogado funcionar no mesmo processo, simultaneamente, como patrono e preposto do empregador ou cliente. Art. 29. O advogado que se valer do concurso de colegas na prestação de serviços advocatícios, seja em caráter individual, seja no âmbito de sociedade de advogados ou de empresa ou entidade em que trabalhe, dispensarlhesá tratamento condigno, que não os torne subalternos seus nem lhes avilte os serviços prestados mediante remuneração incompatível com a natureza do trabalho profissional ou inferior ao mínimo fixado pela Tabela de Honorários que for aplicável. Parágrafo único. Quando o aviltamento de honorários for praticado por empresas ou entidades públicas ou privadas, os advogados responsáveis pelo respectivo departamento ou gerência jurídica serão instados a corrigir o abuso, inclusive intervindo junto aos demais órgãos competentes e com poder de decisão da pessoa jurídica de que se trate, sem prejuízo das providências que a Ordem dos Advogados do Brasil possa adotar com o mesmo objetivo. Prestação de contas: Art. 12. A conclusão ou desistência da causa, tenha havido, ou não, extinção do mandato, obriga o advogado a devolver ao cliente bens, valores e documentos que lhe hajam sido confiados e ainda estejam em seu poder, bem como a prestarlhe contas, pormenorizadamente, sem prejuízo de esclarecimentos complementares que se mostrem pertinentes e necessários. Parágrafo único. A parcela dos honorários paga pelos serviços até então prestados não se inclui entre os valores a ser devolvidos. Extinção do mandato: Art. 13. Concluída a causa ou arquivado o processo, presumese cumprido e extinto o mandato. Art. 18. O mandato judicial ou extrajudicial não se extingue pelo decurso de tempo, salvo se o contrário for consignado no respectivo instrumento. Não aceitar procuração de que já tenha advogado: Art. 14. O advogado não deve aceitar procuração de quem já tenha patrono constituído, sem prévio conhecimento deste, salvo por motivo plenamente justificável ou para adoção de medidas judiciais urgentes e inadiáveis. Abandono do feito: Art. 15. O advogado não deve deixar ao abandono ou ao desamparo as causas sob seu patrocínio, sendo recomendável que, em face de dificuldades insuperáveis ou inércia do cliente quanto a providências que lhe tenham sido solicitadas, renuncie ao mandato. Conflito de interesses Art. 19. Os advogados integrantes da mesma sociedade profissional, ou reunidos em caráter permanente para cooperação recíproca, não podem representar, em juízo ou fora dele, clientes com interesses opostos. Art. 20. Sobrevindo conflitos de interesse entre seus constituintes e não conseguindo o advogado harmonizálos, caberlheá optar, com prudênciae discrição, por um dos mandatos, renunciando aos demais, resguardado sempre o sigilo profissional. Art. 21. O advogado, ao postular em nome de terceiros, contra excliente ou exempregador, judicial e extrajudicialmente, deve resguardar o sigilo profissional. Art. 22. Ao advogado cumpre absterse de patrocinar causa contrária à validade ou legitimidade de ato jurídico em cuja formação haja colaborado ou intervindo de qualquer maneira; da mesma forma, deve declinar seu impedimento ou o da sociedade que integre quando houver conflito de interesses motivado por intervenção anterior no trato de assunto que se prenda ao patrocínio solicitado. Defesa criminal: Art. 23. É direito e dever do advogado assumir a defesa criminal, sem considerar sua própria opinião sobre a culpa do acusado. Parágrafo único. Não há causa criminal indigna de defesa, cumprindo ao advogado agir, como defensor, no sentido de que a todos seja concedido tratamento condizente com a dignidade da pessoa humana, sob a égide das garantias constitucionais. Do dever de urbanidade: CAPÍTULO IV DAS RELAÇÕES COM OS COLEGAS, AGENTES POLÍTICOS, AUTORIDADES, SERVIDORES PÚBLICOS E TERCEIROS Art. 27. O advogado observará, nas suas relações com os colegas de profissão, agentes políticos, autoridades, servidores públicos e terceiros em geral, o dever de urbanidade, tratando a todos com respeito e consideração, ao mesmo tempo em que preservará seus direitos e prerrogativas, devendo exigir igual tratamento de todos com quem se relacione. § 1º O dever de urbanidade há de ser observado, da mesma forma, nos atos e manifestações relacionados aos pleitos eleitorais no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil. § 2º No caso de ofensa à honra do advogado ou à imagem da instituição, adotarseão as medidas cabíveis, instaurandose processo éticodisciplinar e dandose ciência às autoridades competentes para apuração de eventual ilícito penal. Art. 28. Consideramse imperativos de uma correta atuação profissional o emprego de linguagem escorreita e polida, bem como a observância da boa técnica jurídica. Em que consiste o substabelecimento do mandato advocatício? Quais são as formas de substabelecimento? Substabelecimento: é a transferência dos poderes outorgados pelo mandante a outrem. Tipos: (art. 26, CED) Com reserva de poderes: nomeação de um substituto para o mandatário, mantendo a intenção de continuar na primitiva condição imposta pelo mandante; • Sem reserva de poderes: ocorre a substituição definitiva por novo mandatário. Exige o prévio conhecimento do mandante; É possível a renúncia do mandato judicial? Sim. O advogado pode renunciar, a qualquer tempo, com omissão do motivo. Tem o dever de comunicar a parte e o dever de atuar durante 10 dias, a contar da data da ciência da comunicação da renúncia ao cliente. Não exclui a responsabilidade do advogado pelos danos causados!!! Ver os artigos 5°, § 3° do EOAB c/c art.16, CED e art. 6º do RG. RENÚNCIA: (Advogado) • Extinção do mandato feita pelo mandatário, com omissão do motivo; • Deverá fazer prova que notificou o cliente para que este constitua novo procurador – art. 6º, RG; • Durante 10 (dez) dias continuará para os atos urgentes, salvo se substituído antes deste prazo. É possível a revogação do mandato? Sim. O cliente revoga os poderes conferidos em procuração. Todavia, não o desobriga do pagamento das verbas honorárias contratadas e eventuais honorários de sucumbência, proporcionais ao trabalho realizado (art. 17, CED). REVOGAÇÃO: (Cliente) Extinção do mandato por vontade do mandante, com omissão do motivo; Deverá no mesmo ato constituir novo procurador traduzido na juntada de nova procuração aos ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL CCJ0152 Semana Aula: 1 Da legislação na OAB Tema Da legislação na OAB, o Exame de Ordem e a atividade advocatícia Palavraschave Estatuto. Código de ética. Democracia. Exame de ordem. Objetivos Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de· Avaliar a importância da Advocacia para democracia; Identificar o compromisso da Advocacia com a sociedade; Conhecer a legislação da OAB; Conhecer as regras do Exame de Ordem. Estrutura de Conteúdo Legislação ? Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil ? Lei 8.906/94 ? (EOAB) ? Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil ? (CED) ? Regulamento Geral da Ordem dos Advogados do Brasil ? (RG) ? Provimentos do Conselho Federal ? (Prov.) O exercício de qualquer profissão é livre no Brasil, mas a liberdade não é irrestrita. Na verdade, depende da lei que regulamenta a profissão no país. Vejamos o art. 5° da CRFB/88: Art. 5º, inciso XIII, CRFB/1988: ?é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; ? Lei: Lei Federal 8.906 de 04 de julho de 1994. Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil OAB. A atividade de advocacia é exercida seguindo as regras do Estatuto e do regime próprio de cada carreira no caso da advocacia pública. Um dos requisitos para ingresso nos quadros da OAB requer a aprovação no Exame de Ordem. Não é o único requisito, mas é necessário. O art. 8° traz todos os requisitos para o pedido de inscrição. Art. 8º, IV e § 1º do EOAB: Para inscrição como advogado é necessário: IV ? aprovação em Exame de Ordem; § 1º O Exame de Ordem é regulamentado em provimento do Conselho Federal da OAB (144/2011). O art. 54, inciso V, EOAB estabelece que compete ao Conselho Federal editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os Provimentos que julgar necessários. E no art. 112 do RG, alterado pela res. 01 de 13 de junho de 2011, determina que o Exame de Ordem será regulamentado por Provimento editado pelo Conselho Federal, a saber: §1º O Exame de Ordem é organizado pela Coordenação Nacional do Exame de Ordem na forma de Provimento do Conselho Federal. § 2º Às Comissões de Estágio e Exame de Ordem dos Conselhos Seccionais compete fiscalizar a aplicação da prova e verificar o preenchimento dos requisitos exigidos dos examinandos quando dos pedidos de inscrição, assim como difundir as diretrizes e defender a necessidade do Exame de Ordem. Assim, o provimento que organiza o Exame de Ordem no Brasil é o prov. 144/2011. Em seu art. 1º encontrase a seguinte informação: ?O Exame de Ordem é preparado e realizado pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil CFOAB, mediante delegação dos Conselhos Seccionais. ? Neste caso, a banca do exame de ordem é da OAB. A pessoa jurídica contratada limitase à assessoria e organização do evento. Vejamos: § 1º A preparação e a realização do Exame de Ordem poderão ser total ou parcialmente terceirizadas, ficando a cargo do CFOAB sua coordenação e fiscalização. § 2º Serão realizados 03 (três) Exames de Ordem por ano. A aprovação no Exame de Ordem é requisito necessário para a inscrição nos quadros da OAB como advogado, nos termos do art. 8º, IV, da Lei n.º 8.906/1994 (Art. 6º do Prov. 144/2011). O parágrafo único: Ficam dispensados do Exame de Ordem os postulantes oriundos da Magistratura e do Ministério Público e os bacharéis alcançados pelo art. 7º da Resolução n. 02/1994, da Diretoria do CFOAB. Esses bacharéis são aqueles que se formaram até julho de 1996. Tratase de uma regra de transição para os estudantes dos últimos períodos por ocasião da criação do novo estatuto da OAB. Não se aplica atualmente a nenhum bacharel. Resolução n. 02/1994, da Diretoria do CFOAB. Art. 7º Estão dispensados do Exame de Ordem: I ? os bacharéis em direito que realizaram o estágio profissional de advocacia (Lei nº 4.215/63) ou o estágio de prática forense e organização judiciária (Lei nº 5.842/72), no prazo de dois anos, com aprovação nos exames finais perante banca examinadora integrada por representante da OAB, até 04 de julho de 1994; II ? os inscritos no quadro de estagiários da OAB, até 04 de julho de 1994, desde que realizem o estágio em dois anos de atividades e o concluam, com aprovação final, até 04de julho de 1996; III ? os matriculados, comprovadamente, nos cursos de estágio referidos no inciso I, antes de 05 de julho de 1994, desde que requeiram inscrições no Quadro de Estagiários da OAB, e o concluam com aprovação final, juntamente com o curso, até 04 de julho de 1996; Os estudantes do 9º período podem se inscrever? O Exame de Ordem é prestado por bacharel em Direito, ainda que pendente sua colação de grau, todavia formado em instituição regularmente credenciada, conforme o Art. 7º do Prov. 144/2011. No § 3º há a possibilidade! ?Poderão prestar o Exame de Ordem os estudantes de Direito dos últimos dois semestres ou do último ano do curso?. Os estudantes que exercem atividades incompatíveis podem se inscrever? Os artigos envolvidos nesta questão são: Art. 7º, § 1º Prov. 144 c/c art. 28, EOAB. É facultado ao bacharel em Direito que detenha cargo ou exerça função incompatível com a advocacia prestar o Exame de Ordem, ainda que vedada a sua inscrição na OAB. O exame de ordem tem natureza de prova de habilitação e configura apenas um dos requisitos necessários para solicitar a inscrição. O incompatível não poderá obter inscrição na OAB se a incompatibilidade for prévia, ou seja, o candidato exerce uma das funções ou cargos previstos no art. 28 e seus incisos quando ingressou e finalizou o curso de Direito. Exemplo: alunos que são policiais, gerentes de banco, serventuários da justiça, militares na ativa ? podem fazer a prova, mas não poderão solicitar a inscrição nos quadros da OAB. Os estrangeiros/brasileiros formados no exterior podem se inscrever? Poderá prestar o Exame de Ordem o portador de diploma estrangeiro que tenha sido revalidado na forma prevista no art. 48, § 2º, da Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996.1 (Art. 7º, § 2º Prov. 144 ). O estrangeiro ou brasileiro graduado no exterior, deverá fazer prova do título de graduação, devidamente revalidado, além dos demais requisitos do art. 8º, EOAB ART. 8º, § 2º, EOAB. Revalidar: consiste na declaração emitida pelo órgão competente de que o diploma de curso expedido por IES estrangeira teve grade curricular equivalente ao curso nacional. No Brasil, são competentes para processar e revalidar diplomas, as universidades públicas que ministrem cursos na mesma área. Da banca examinadora da OAB Art. 8º e pú, Prov. 144/2011 A Banca Examinadora da OAB será designada pelo Coordenador Nacional do Exame de Ordem. Compete à Banca Examinadora elaborar o Exame de ordem ou atuar em conjunto com a pessoa jurídica contratada para preparação, realização e correção das provas, bem como homologar os respectivos gabaritos. Da banca recursal da OAB Art. 9º e § 2º, Prov. 144/2011 A Banca Recursal da OAB, designada pelo Coordenador Nacional do Exame de Ordem, compete decidir a respeito de recursos acerca de nulidade de questões, impugnação de gabaritos e pedidos de revisão de notas, em decisões de caráter irrecorrível, na forma do disposto em edital. Aos Conselhos Seccionais da OAB são vedadas a correção e a revisão das provas. Membros da Banca da OAB Art. 10, § 1º, Prov. 144/2011. Haverá a divulgação dos membros das Bancas Examinadoras e Recursal cinco dias antes da data de aplicação das provas. Professores de cursos preparatórios não integram a banca da OAB Art. 10, § 2º, Prov. 144/2011. É vedada a participação de professores de cursos preparatórios para Exame de Ordem, bem como de parentes de examinandos, até o quarto grau, na Coordenação Nacional, na Banca Examinadora e na Banca Recursal. Estrutura do Exame de Ordem: Art. 11, Prov. 144/ 2011 O Exame de Ordem, conforme estabelecido no edital do certame, será composto de 02 (duas) provas: Art. 11, Prov. 144/ 2011 I prova objetiva, sem consulta, de caráter eliminatório; II prova práticoprofissional, permitida, exclusivamente, a consulta a legislação, súmulas, enunciados, orientações jurisprudenciais e precedentes normativos sem qualquer anotação ou comentário, na área de opção do examinando, composta de 02 (duas) partes distintas. § 1º A prova objetiva conterá no máximo 80 (oitenta) questões de múltipla escolha, sendo exigido o mínimo de 50% (cinquenta por cento) de acertos para habilitação à prova prático profissional, vedado o aproveitamento do resultado nos exames seguintes. Aprovação: nota igual ou superior a 6,0 (seis) inteiros. Art. 11, inciso II, Prov. 144/ 2011: a) Redação de peça profissional; b) questões práticas, sob a forma de situaçõesproblema. Art. 11, § 3º , Prov. 144/2011 O examinando não aprovado na segunda fase poderá refazêla no Exame de Ordem imediatamente subsequente. Qual o conteúdo da prova? O art. 11, Prov. 144/2011, § 4º estabelece que o conteúdo das provas do Exame de Ordem contemplará as disciplinas do Eixo de Formação Profissional, de Direitos Humanos, do Estatuto da Advocacia e da OAB e seu Regulamento Geral e do Código de Ética e Disciplina, podendo contemplar disciplinas do Eixo de Formação Fundamental. Nesse sentido, o art. 11, Prov. 144/2011, § 5º menciona que a prova objetiva conterá, no mínimo, 15% (quinze por cento) de questões versando sobre Estatuto da Advocacia e seu Regulamento Geral, Código de Ética e Disciplina, Filosofia do Direito e Direitos Humanos. Quem poderá usar a denominação de Advogado? O EOAB estabelece que os inscritos na OAB são denominados ADVOGADOS e possuem capacidade postulatória. Somente os bacharéis em Direito podem se submeter ao Exame de Ordem como um dos requisitos para ingresso os quadros da advocacia (Art.3º, EOAB). Cursos de Direito formam bacharéis em Direito ? único título acadêmico atribuído àquele que termina o curso de Direito. Mestre em Direito é o título acadêmico para pósgraduação em nível de Mestrado e Doutor àquele que termina pósgraduação em nível de Doutorado. Pronomes de tratamento, segundo a gramática da língua portuguesa, são axiônimos. Axiônimos são nomes que constituem formas corteses de tratamento, expressões de reverência, usados em situações formais antepondose à determinadas palavras que designam cargos ou funções sociais de prestígio. Exemplo: Vossa Eminência reverendíssima (Cardeais); Vossa Excelência (chefes do poder executivo e legislativo), Senhor (para pessoas em geral sem intimidade); Senhora (para mulheres casadas ou mais velhas), etc Em consonância com a gramática da Língua Portuguesa, o título de ? Dr.? não pertence ao elenco de pronomes de tratamento. Tratase de título acadêmico em grau de pósgraduação. Utilizase, equivocadamente na linguagem cotidiana por razões meramente culturais. A suposta relação com a revogada lei do Império de 11/08/1827, mormente no art. 9° não confere ao advogado este título acadêmico. Logo não há respaldo jurídico ou na língua portuguesa para esta nomenclatura. O pronome correto para advogados, públicos ou privados, membros do Ministérios Público é a de Vossa Excelência. Fonte: BRASIL. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da República 2002. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm> Acesso em: 08 jan.2016. Golob Machado, Ana Lucia. Formas de Tratamento e Relações de Poder. Disponível em: <http://www.getempo.org/index.php/revistas/2602/artigos/51formasdetratamentoerelacoesde poderporanaluciagolobmachado> Acesso em: 08 jan.2016. Como o advogado está inserido no Ordenamento Jurídico brasileiro? A advocacia é a única profissão liberal inserida na Constituição. O legislador constituinte conferiu à carreira importância em razão do papel que exerce junto à sociedade. Art. 133, da CRFB/1988. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei. Art. 2º, EOAB: O advogado é indispensável à administração da justiça. § 1º o advogado presta serviço público e exerce função social; § 2º contribui na postulação favorável ao seu constituinte e seus atos constituem múnus público. § 3º no exercício profissional o advogado é inviolável por seus atos e manifestações,nos limites da lei. ? Exerce função social (concretizar a aplicação de direitos, construção da justiça e do bem comum); ? Serviço público NÃO estatal (indispensável à administração da justiça); ? Múnus público e inviolabilidade; ? O Estado Democrático de Direito não pode prescindir da advocacia. Como podemos compreender o Estado Democrático de Direito? Segundo Mendes, Coelho e Branco (2013) o Estado Democrático de Direito é a organização política em que o poder emana do povo, que o exerce diretamente ou por meio de representantes, escolhidos em eleições livres e periódicas, mediante o sufrágio universal e voto direto e secreto. Democrático no sentido de salvaguardar aos cidadãos o exercício efetivo dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais. Com o advento do Estado e o monopólio da jurisdição, a autotutela foi restringida. Assim, surge a necessidade do processo judicial para obtenção da tutela jurídica estatal. O advogado tem o papel de intermediar a relação entre JuizEstadocidadão na busca de uma prestação jurisdicional justa. Nas palavras de Ives Gandra Martins, o advogado efetua a defesa e a interpretação do ordenamento jurídico. Assim deve pugnar pelos direitos fundamentais, os direitos humanos, a justiça social dentre outros elementos presentes no art. 44 do EOAB. No anexo único da resolução 02/2015 que aprova o novo Código de Ética e Disciplina da OAB encontramos os princípios que devem nortear a conduta do advogado, a saber: lutar sem receio pelo primado da Justiça; pugnar pelo cumprimento da Constituição e pelo respeito à Lei, fazendo com que o ordenamento jurídico seja interpretado com retidão, em perfeita sintonia com os fins sociais a que se dirige e as exigências do bem comum; ser fiel à verdade para poder servir à Justiça como um de seus elementos essenciais; proceder com lealdade e boafé em suas relações profissionais e em todos os atos do seu ofício; empenharse na defesa das causas confiadas ao seu patrocínio, dando ao constituinte o amparo do Direito, e proporcionandolhe a realização prática de seus legítimos interesses; comportarse, nesse mister, com independência e altivez, defendendo com o mesmo denodo humildes e poderosos; exercer a advocacia com o indispensável senso profissional, mas também com desprendimento, jamais permitindo que o anseio de ganho material sobreleve a finalidade social do seu trabalho; aprimorar se no culto dos princípios éticos e no domínio da ciência jurídica, de modo a tornarse merecedor da confiança do cliente e da sociedade como um todo, pelos atributos intelectuais e pela probidade pessoal; agir, em suma, com a dignidade e a correção dos profissionais que honram e engrandecem a sua classe. Código de Ética (2016) No Título I Da ética do advogado, Capítulo 1, Dos princípios fundamentais, encontramos dois artigos importantes, a saber: Art. 1º O exercício da advocacia exige conduta compatível com os preceitos deste Código, do Estatuto, do Regulamento Geral, dos Provimentos e com os princípios da moral individual, social e profissional. Art. 2º O advogado, indispensável à administração da Justiça, é defensor do Estado Democrático de Direito, dos direitos humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da moralidade, da Justiça e da paz social, cumprindolhe exercer o seu ministério em consonância com a sua elevada função pública e com os valores que lhe são inerentes. Parágrafo único. São deveres do advogado: I preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo caráter de essencialidade e indispensabilidade da advocacia; II atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boafé; III velar por sua reputação pessoal e profissional; IV empenharse, permanentemente, no aperfeiçoamento pessoal e profissional; V contribuir para o aprimoramento das instituições, do Direito e das leis; VI estimular, a qualquer tempo, a conciliação e a mediação entre os litigantes, prevenindo, sempre que possível, a instauração de litígios; VII desaconselhar lides temerárias, a partir de um juízo preliminar de viabilidade jurídica; VIII absterse de: a) utilizar de influência indevida, em seu benefício ou do cliente; b) vincular seu nome a empreendimentos sabidamente escusos; c) emprestar concurso aos que atentem contra a ética, a moral, a honestidade e a dignidade da pessoa humana; d) entenderse diretamente com a parte adversa que tenha patrono constituído, sem o assentimento deste; e) ingressar ou atuar em pleitos administrativos ou judiciais perante autoridades com as quais tenha vínculos negociais ou familiares; f) contratar honorários advocatícios em valores aviltantes. IX pugnar pela solução dos problemas da cidadania e pela efetivação dos direitos individuais, coletivos e difusos; X adotar conduta consentânea com o papel de elemento indispensável à administração da Justiça; XI cumprir os encargos assumidos no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil ou na representação da classe; XII zelar pelos valores institucionais da OAB e da advocacia; XIII aterse, quando no exercício da função de defensor público, à defesa dos necessitados. O advogado não pode esquecer o caput do art. 3° do CED que diz que o Direito é um instrumento para mitigar as desigualdades, na busca de soluções justas e que a lei é um instrumento para garantir a igualdade de todos. Deve zelar por sua liberdade e independência técnica (art. 4º, CED). A advocacia não pode se confundir com procedimentos de mercantilização (art. 5°, CED). A advocacia tem compromisso com a verdade (art. 6° do CED), a justiça e a boafé. Sendo vedado em qualquer caso ou hipótese a captação de clientela (art. 7º, CED). Estratégias de Aprendizagem Indicação de Leitura Específica BRASIL. Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil. Lei 8.906, de 4 de julho de 1994. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014. BRASIL. Presidência da República. Manual de redação da Presidência da República 2002. Disponível em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/manual/manual.htm> Acesso em: 08 jan. 2016. Golob Machado, Ana Lucia. Formas de Tratamento e Relações de Poder. Disponível em: <http://www.getempo.org/index.php/revistas/2602/artigos/51formasdetratamentoerelacoesde poderporanaluciagolobmachado> Acesso em: 08 jan.2016. MARTINS, Ives Gandra. A função social do Advogado. In: Revista do Advogado. v. 5. n. 14. p. 94/99, jul/set, 1983. MENDES, G. F.; COELHO, I. M.; BRANCO, P.G.G. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2013. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Código de Ética e Disciplina da OAB. 19 de outubro de 2015. ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL. Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB. 13 de fevereiro de 1995. Coleção Saraiva de Legislação. 20 ed. São Paulo: Saraiva, 2014. Aplicação: articulação teoria e prática Caso Concreto: Advogados que atuaram em manifestações são homenageados Uma emocionante homenagem ao papel da advocacia marcou o início da sessão solene do Conselho Pleno, na sede da OAB/RJ. (...) Durante as passeatas, cerca de cem advogados se revezaram nas delegacias, ruas e hospitais, atuando em casos de excessos das forças policiais. Além de liberarem pessoas indevidamente presas, estiveram presentes em situações como a que levou centenas de estudantes e professores a se refugiarem nos prédios do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS) e na Faculdade Nacional de Direito, ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na noite do dia 20 de junho de 2013. Presente à ocasião, o vicepresidente da Seccional, Ronaldo Cramer, ressaltou a solidariedade dos colegas: "Foi formada, quase que de forma automática, uma rede de colaboração entre a Ordem e advogados voluntários para socorrer os manifestantes, para defender a ordem jurídica e a própria advocacia. Isso me emocionou, foi algo que eu nunca tinha visto". O presidente da Caarj, Marcello Oliveira, que também atuou nas manifestações, reforçou: "Essesadvogados que estão aqui compreenderam a importância de a OAB estar na rua. E nós não vamos arredar pé, não vamos nos afastar de forma alguma dessa essência, que é a defesa da liberdade de manifestação e das garantias individuais dos cidadãos. Hoje a Ordem tem seu papel reconhecido, hoje a Ordem é maior graças à atuação desses advogados, que agora podem seguir nesse caminho e criar lideranças em seus próprios seguimentos. Este ato marca um episódio histórico para a nossa classe? (Fonte: OABRJ. Junho de 2013). Após ler a notícia acima sobre o grupo de advogados voluntários, responda: 1. Quais os deveres da advocacia elencados no art. 2º do Código de Ética? 2. Qual o papel da advocacia no Estado democrático de Direito? Considerações Adicionais ÉTICA GERAL E PROFISSIONAL CCJ0152 Semana Aula: 2 Da atividade privativa da advocacia Tema A inscrição, as atividades privativas e o estágio na OAB Palavraschave inscrição na OAB. Atividades privativas. Estagio na OAB. Objetivos Ao final desta aula o aluno deverá ser capaz de: Identificar os requisitos para inscrição nos quadros como advogado; Reconhecer as atividades privativas da advocacia; Identificar os requisitos para inscrição e a habilitação do estagiário na OAB. Estrutura de Conteúdo Da inscrição O EOAB estabelece que os inscritos na OAB são denominados advogados e possuem capacidade postulatória. Somente os bacharéis em Direito podem se submeter ao Exame de Ordem como um dos requisitos para ingresso os quadros da advocacia (Art.3º, EOAB). Quais são os requisitos para a inscrição nos quadros da OAB? Os requisitos estão elencados no art. 8º, EOAB. O candidato á inscrição nos quadros na qualidade de advogado deverá comprovar todos os requisitos, pois a inexistência de apenas um deles acarretará o indeferimento da inscrição. Capacidade civil; Diploma ou certidão de graduação em direito ? art. 23, RG; Título de Eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro; Aprovação em Exame de Ordem; Não exercer atividade incompatível com a advocacia ? art. 28, EOAB c/c art. 20, § 2°, RG; Idoneidade moral (§ 3º do art. 8º, EOAB); Prestar compromisso perante o Conselho (art. 20, § 1º, RG); Quais os requisitos para declaração de inidoneidade? Pode ser suscitada por qualquer pessoa; Deve ser declarada mediante decisão que obtenha 2/3 dos votos de todos os membros do Conselho; Resulta de prática de crime e crime infamante, salvo reabilitação criminal; Procedimento nos termos do Processo disciplinar. O que podemos entender por crime infamante? A prática de crime infamante é mais grave do que inidoneidade moral e exige a prática comprovada de ilícito penal e o fato de ser infamante. Neste caso, o que faz um crime ser infamante é o reflexo negativo causado para a Advocacia (MACEDO, 2009, p. 47). E o compromisso perante o Conselho Seccional? Após a conclusão do processo de inscrição o bacharel em Direito prestará compromisso perante o Conselho Seccional. Tratase de elemento integrador da inscrição, por isso é ato personalíssimo e indelegável. Inscrição principal: (art. 10, EOAB) O advogado atua ilimitadamente na sua Seccional (ente da federação), podendo realizar atos privativos de advogado em qualquer parte do território nacional, desde que não tenha habitualidade. Todavia, a lei estabelece que se tiver habitualidade em outro território diferente da sua Seccional, terá que solicitar mais uma inscrição. Se configurar habitualidade (mais de 5 processos por anos) em outro ente da federação terá que solicitar outra carteira. A inscrição deverá ser feita no Conselho Seccional do domicílio profissional do futuro advogado. Eventual mudança de domicílio, o advogado deverá requerer a transferência de sua inscrição. Inscrição suplementar: (art. 10, EOAB c/c 26, RG; 34, § 1º do RG) Se configurar habitualidade, ou seja, o advogado possui mais de 5 atos privativos da advocacia, por ano, em outras Seccionais, deverá solicitar sua inscrição suplementar o implicará a cobrança de anuidade. Cada inscrição suplementar gerará uma nova anuidade para o advogado. Observese que o limite de até no máximo 5 atos privativos é por ano. Nesse sentido, não importará o tempo de duração do processo. Novo ano, reiniciase a contagem. Exemplo: Advogado com inscrição na OABRJ atua ilimitadamente no RJ e atua em todo território nacional, ou seja, em território de outra seccional. Possui 5 processos tramitando na Justiça do MG, neste ano corrente não precisará de inscrição suplementar porque só possui 5 ações no território de outra seccional. Se ainda neste ano surgir a 6ª ação em MG terá que solicitar uma inscrição suplementar em MG antes de ajuizar a ação. Se ficar apenas com 5 ações em MG, no ano seguinte iniciase nova contagem até 5 causas, por ano. A inscrição suplementar confere ao advogado nova carteira, com número específico da Seccional e identificada pela expressão: inscrição suplementar. O advogado estará habilitado a exercer a advocacia com habitualidade e ilimitadamente, também, naquela Seccional além da seccional em que possui a inscrição principal. Não há limites para inscrições suplementares, desde que o advogado tenha condição financeira para pagar as anuidades. Quais as atividades privativas da advocacia? Atividades privativas dos inscritos na OAB estão no art. 1º do EOAB, a saber: Procuratório judicial Procuratório extrajudicial P o s t u l a ç ã o a órgão do Poder Judiciário (inciso I) As atividades de consultoria, a s s e s s o r i a e direção jurídicas (Inciso II) Precisamos ajustar o artigo do Estatuto, conforme decisão do STF, em ADI 1.1278, que mandou riscar o termo ?qualquer?: Art.1º. São atividades privativas de advocacia: I a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais. (ADI 1.1278 julgada em maio de 2006, informativo do STF 427). II as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas. A indispensabilidade do advogado é relativa, pois existem situações em que a parte poderá agir sem a presença de um advogado, a saber: Juizados Especiais Cíveis Lei 9.099/95 ? art. 9º; Juizados Especiais Cíveis Federais ? Lei 10.259/01 ? art. 10; Justiça do Trabalho ? 1ª instância ? art. 791 da CLT; O STF, na ADI 3.1686, deu interpretação conforme, para excluir do âmbito de incidência do art. 10 da Lei 10.259/2001 os feitos de competência dos juizados especiais criminais da Justiça Federal (Ver informativo 430 do STF). Nos Juizados Especiais Criminais, a assistência técnica é absolutamente necessária por força do princípio constitucional expresso no art. 5°, LV, CR/88 que assegura aos acusados a ampla defesa. Exceção legal: habeas corpus que não será contabilizado para fins de inscrição suplementar. Art. 1º, EOAB: § 1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de "habeas corpus" em qualquer instância ou tribunal. Art. 1º, I, EOAB deve ser combinado com o art. 8º, § 2º, RG: A indicação de Advogados nos JEC deverá ser promovida pela Subseção ou, na sua ausência, pelo Conselho Seccional. Assim, a OAB poderá indicar advogados para representar a advocacia perante os Juizados especiais. Art. 1º, II, EOAB deve ser combinado com o art. 7º, RG: A função de diretoria e gerência jurídica em qualquer empresa pública ou privada é privativa de advogado. Somente advogados podem ser gestores de departamento jurídico. Atividades extrajudiciais: art. 1º, inciso II, EOAB c/c art. 1º, § 2º do EOAB A assessoria e visto do advogado em atos e contratos de pessoa jurídica, conforme o art. 2º, § único, do RG e o art. 9º, § 2º da LC 123/2006. Ler o informativo STF, nº 445. A OAB adverte no parágrafo único do art. 2º do RG que o visto do advogado deve resultar da efetiva participação do profissional. Exceção: Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) Art. 9º, § 2º da LC 123/2006: ? Não se aplica às microempresas e às empresas de pequeno porte o disposto no §2º do art. 1º da Lei 8.906/94. Há uma advertência sob o ponto de vista da Ética para o advogado nesta atuação
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