Buscar

PRECEDENTES HISTORICOS DOS DIREITOS HUMANOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Palmas- TO 
Novembro de 2022 
MARIA JULIA QUEIROZ 
 
 
 
 
 
 O objetivo desse capitulo é, desvendar 
os precedentes históricos que 
permitiram que fosse deflagrado o 
processo de internacionalização e 
universalização dos direitos humanos. 
 
a) Primeiros precedentes- o Direito 
Humanitário, a Liga das Nações e a 
Organização Internacional do 
Trabalho: 
 
 Defende este estudo a historicidade 
dos direitos humanos, na medida em 
que estes não são um dado, mas um 
construído, uma invenção humana, em 
constante processo de construção e 
reconstrução. 
 
 Norberto Bobbio- os direitos humanos 
nascem como direitos naturais 
universais, desenvolvem-se como 
direitos positivos particulares (quando 
cada Constituição incorpora 
Declaração de Direitos) para 
finalmente encontrar a plena realização 
como direitos positivos universais. 
 
 Quais os precedentes históricos da 
moderna sistemática da proteção 
internacional desses direitos? 
 
- O Direito Humanitário, a Liga das 
Nações e a Organização Internacional 
do Trabalho situam-se como os 
primeiros marcos do processo de 
internacionalização dos direitos 
humanos. 
 
 Este cap. Pretende revelar que essas 
noções contemporâneas encontram 
seu precedente histórico no 
desenvolvimento do Direito 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Humanitário, da Liga das Nações e da 
Organização Internacional do 
Trabalho. 
 
 Thomas Buergenthal: o Direito 
Humanitário constitui o componente de 
direitos humanos da lei da guerra. 
 
 O Direito humanitário foi a primeira 
expressão de que, no plano 
internacional, há limites á liberdade e á 
autonomia dos Estados, ainda que na 
hipótese de conflito armado. 
 
 A Liga das Nações, de 1920, continha 
previsões genéricas relativas aos 
direitos humanos. 
 
 A Convenção da Liga estabelecia 
sanções econômicas e militares a 
serem impostas pela comunidade 
internacional contra os Estados que 
violassem suas obrigações. 
 
 A Organização do Trabalho também 
contribuiu para o processo de 
internacionalização dos direitos 
humanos 
 
- Tinha por finalidade promover 
padrões internacionais de trabalho e 
bem-estar. 
 
 O advento da Organização 
Internacional do Trabalho, Liga da 
Nações e do Direito Humanitário 
registra o fim de uma época em que o 
Direito Internacional era confinado a 
regular relações entre Estados, no 
âmbito estritamente governamental. 
 Essas obrigações internacionais, 
voltavam-se á selvaguarda dos direitos 
Palmas- TO 
Novembro de 2022 
do ser humano e não das prerrogativas 
dos Estados. 
 Tais institutos rompem, assim, com o 
conceito tradicional que situava o 
Direito Internacional apenas como a lei 
da comunidade internacional dos 
Estados e que sustentava a ser o 
Estado o único sujeito de Direito 
Internacional. 
 Rompem ainda com a noção de 
soberania absoluta, na medida em que 
admitem intervenções no plano 
nacional, em prol da proteção dos 
direitos humanos. 
 Prenuncia-se o fim da era em que a 
forma pela qual o Estado tratava seus 
nacionais era concebida como um 
problema de jurisdição doméstica, 
restrito ao domínio reservado do 
Estado, decorrência de sua soberania, 
autonomia e liberdade. 
 
b) A internacionalização dos direitos 
humanos- o pós-guerra: 
Thomas Buergenthal:” O moderno Direito 
Internacional dos Direitos Humanos é um 
fenômeno do pós-guerra. Seu 
desenvolvimento pode ser atribuído às 
monstruosas violações de direitos 
humanos na era Hitler e à crença de que 
parte destas violações poderiam ser 
prevenidas se um efetivo sistema de 
proteção internacional de direitos 
humanos existisse”. 
 Apresentando o Estado como o 
grande violador de direitos 
humanos. 
 
 A era Hitler foi marcada pela lógica 
da destruição e da descartabilidade 
da pessoa humana, o que resultou 
no extermínio de onze milhões de 
pessoas. 
 
 A barbárie do totalitarismo 
significou a ruptura do paradigma 
dos direitos humanos, por meio da 
negação do valor da pessoa 
humana como valor fonte do direito. 
 
 A Segunda Guerra significou a 
ruptura com os direitos humanos, o 
pós guerra deveria significar a sua 
reconstrução. 
 
 A violação dos direitos humanos 
não pode ser concebida como 
questão doméstica do Estado, e sim 
como problema de relevância 
internacional, como legitima 
preocupação da comunidade 
internacional. 
 
 O processo de internacionalização 
dos direitos humanos, pressupõe a 
delimitação da soberania estatal- 
passa, assim, a ser resposta na 
busca de reconstrução de um novo 
paradigma, diante do repudio 
internacional ás atrocidades 
cometidas no holocausto. 
 
 Com a ascensão e a decadência do 
Nazismo na Alemanha- que a 
doutrina da soberania estatal foi 
dramaticamente alterada. 
 
- A doutrina em defesa de uma 
soberania ilimitada passou a ser 
crescentemente atacada. Durante o 
sec xx, em especial em face das 
consequências da revelação dos 
horrores e das atrocidades 
cometidas pelos nazistas contra os 
judeus durante a Segunda Guerra, 
o que fez com que muitos 
doutrinadores concluíssem que a 
soberania estatal não é um principio 
absoluto, mas deve estar sujeita a 
certas limitações em prol dos 
direitos humanos. 
 
- Não mais poder-se-ia afirmar, no 
fim do sec XX, que o Estado pode 
tratar de seus cidadãos da forma 
que quiser, não sofrendo qualquer 
responsabilização na área 
internacional. 
 
Palmas- TO 
Novembro de 2022 
 Acordo de Londres de 1945, ficava 
convocado um Tribunal Militar 
Internacional para julgar os 
criminosos de guerra. 
 O Tribunal de Nuremberg teve sua 
composição e seus procedimentos 
básicos fixados pelo Acordo de 
Londres, são crimes sob a 
jurisdição do Tribunal que 
demandam responsabilidade 
individual: a)crimes contra a paz 
(planejar, preparar, incitar ou 
contribuir para a guerra de agressão 
ou para a guerra, em violação aos 
tratados e acordos internacionais, 
ou participar de plano comum ou 
conspiração para a realização das 
referidas ações. b) crimes de 
guerra. C) ato desumano cometido 
contra a população civil, antes ou 
durante a guerra, ou perseguições 
baseadas em critérios raciais, 
políticos e religiosos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Corte Internacional de Justiça- 
deve aplicar: 
1) As convocações 
internacionais, gerais ou 
particulares, que 
estabeleçam regras 
expressamente 
reconhecidas pelos 
Estados-partes. 
2) O costume internacional, 
como evidencias de uma 
pratica geral aceita como 
norma. 
3) Os princípios gerais de 
direito reconhecidos pelas 
nações civilizadas 
4) Em conformidade com o art 
59 ( que prevê que as 
decisões da Corte não 
apresentam força 
vinculante, exceto entre as 
partes do caso). 
 
 O costume Internacional tem 
eficácia erga omnes, aplicando-
se a todos os Estados, 
diversamente dos tratados 
internacionais, que só se 
aplicam aos Estados que o 
tenham ratificado. 
 
 TRIBUNAL DE NUREMBERG: 
o direito de guerra deve ser 
encontrado não apenas nos 
Tratados, mas nos costumes e 
nas práticas dos Estados, que 
gradualmente obtém 
reconhecimento universal e 
ainda nos princípios gerais de 
justiça aplicados por juristas e 
pelas Cortes Militares. 
 
- “ “: para o processo de 
internacionalização dos direitos 
humanos é duplo: não apenas 
consolida a ideia da necessária 
limitação de soberania nacional 
como reconhece que os 
indivíduos tem direitos 
protegidos pelo Direito 
Internacional. 
 
c) A Carta das Nações Unidas de 1945: 
 
 O Direito Internacional pode ser 
classificado como o Direito anterior à 
o O Tribunal foi investido do poder 
de processar e punir as pessoas 
responsáveis pela pratica de 
crimes contra a paz. 
o Hans Kelsen: “Se indivíduos são 
diretamente obrigados pelo 
Direito Internacional, tais 
obrigações não invocam sanções 
especificas do Direito 
Internacional (represália ou 
guerra) ao comportamento dos 
indivíduos. 
o O Direito Internacional pode 
deixar a determinação e a 
execução dessas sanções a 
critérios da ordem jurídica 
nacional, como no caso dodelito 
internacional de pirataria 
Palmas- TO 
Novembro de 2022 
Segunda Guerra Mundial e o Direito 
posterior a ela 
 Em 1945, a vitória dos Aliados 
introduziu uma nova ordem com 
importantes transformações no Direito 
Internacional, simbolizadas pela Carta 
das Nações Unidas e pelas suas 
Organizações. 
 
 NA ANÁLISE DO SECRETARIO 
GERAL DA ONU: “ não há 
desenvolvimento sem segurança: 
segurança sem desenvolvimento e 
tampouco segurança ou 
desenvolvimento sem o respeito pelos 
direitos humanos”. 
 
 A coexistência pacifica entre os 
Estados, combinada com a busca de 
inéditas formas de cooperação 
econômicas e social de promoção 
universal dos direitos humanos, 
caracterizam a nova configuração da 
agenda da comunidade internacional. 
 
 A Carta das Nações Unidas de 1945 
consolida, assim. O movimento de 
internacionalização dos direitos 
humanos, a relação de um Estado 
com sues nacionais passa a ser uma 
problemática internacional. 
 
 O conselho econômico e social, cabe 
fazer recomendações com o proposito 
de promover o respeito e a 
observância dos direitos humanos e 
das liberdades fundamentais, bem 
como preparar projetos de 
Convençoes internacionais para esse 
fim, nos termos do art 62 da Carta da 
ONU. 
 
 Thomas Buergenthal: a Carta das 
Nações Unidas “internacionalizou os 
direitos humanos, os Estados partes 
reconhecem que os ‘direitos 
humanos’, a que ela faz menção, são 
objeto de legitima preocupação 
internacional e, nesta medida, não 
mais de sua exclusividade jurisdição 
doméstica”1948. 
 
 3 PROPÓSITOS CENTRAIS DA ONU- 
manter paz e segurança internacional; 
fomentar a cooperação internacional 
nos campos social e econômico; e 
promover os direitos humanos no 
âmbito universal. 
 
 Competência do Conselho dos 
Direitos Humanos (DH): 
 
a. Promover a educação e o 
ensino em DH, bem como 
assistência técnica e programas 
de capacitação 
b. Servir como fórum de dialogo 
sobre temas de DH. 
c. Submeter recomendações á 
Assembleia Geral para o 
desenvolvimento do Direito 
Internacional dos DH. 
d. Promover plena implementação 
das obrigações do DH. 
- O mandado dos membros do 
Conselho é de 3 anos. 
 
d) A Declaração Universal dos DH em 
1948: 
 
 Confere a ela o significado de 
um código e plataforma comum 
de ação. 
 
 René Cassin:” seja-me 
permitido, antes de concluir, 
resumir as características da 
Declaração, elaborada a partir 
de nossos debates no período 
de 1947 a 1948. 
 
 Os direitos humanos são 
universais, indivisíveis, 
interdependentes e inter-
relacionados. 
 
 
Palmas- TO 
Novembro de 2022 
 Essa declaração classifica-se, 
primeiramente, por sua 
amplitude. 
 
 Segundo, pela universalidade- 
o individuo é membro direto da 
sociedade humana. 
 
 Austregésilio de Athade: “a sua 
força vem precisamente da 
diversidade de pensamento, de 
cultura e de concepção de vida 
de cada representante. Unidos, 
formamos a grande 
comunidade do mundo e é 
exatamente dessa união que 
decorre a nossa autoridade 
moral e política”. 
 
 Objetiva delinear uma ordem 
publica mundial fundada no 
respeito a dignidade da pessoa 
humana, ao consagrar valores 
básicos universais. 
 
 Ruptura com o legado Nazista, 
que condicionava a titularidade 
de direitos á pertinência á 
determinada raça ( a raça pura 
ariana). 
 
 
 Estabelece duas categorias de 
direitos: os direitos civis e 
políticos e os direitos 
econômicos, sociais e culturais. 
 
 A solução era limitar e controlar 
o poder do Estado, que deveria 
se pautar na legalidade e 
respeitar os direitos 
fundamentais. 
 
 Ao conjugar o valor da 
liberdade com o da igualdade, a 
Declaraçao introduz a 
concepção contemporânea de 
direitos humanos, pela qual 
esses direitos passam a ser 
concebidos como uma unidade 
interdependente e indivisível. 
 
 Partindo do critério 
metodológico que classifica os 
direitos humanos em gerações, 
compartilha-se do entendimento 
de que uma geração de direitos 
não substitui a outra, mas com 
ela interage. 
 
 Louis Henkin: “os direitos 
considerados fundamentais 
incluem não apenas limitações 
que inibem a interferência dos 
governos nos direitos civis e 
políticos, mas envolvem 
obrigações governamentais de 
cunho positivo em prol da 
promçao do bem estar 
econômico e social. 
 
 DH 1948- Não é um tratado, é 
uma resolução, que, por sua 
vez, não apresenta força de lei. 
 
 Aqueles que defendem que a 
declaração teria força jurídica 
vinculante por integrar o direito 
costumeiro internacional e/ou os 
princípios gerais do direito, 
apresentando assim, força 
jurídica obrigatória e vinculante. 
 
a. Incorporação das 
previsões da Declaração 
atinentes aos direitos 
humanos pelas 
Constituições nacionais. 
b. As frequentes referências 
feitas por resoluções das 
nações unidas á 
obrigação legal de todos 
os Estados de observar a 
Declaração Universal. 
c. Decisões proferidas 
pelas Cortes nacionais 
que e referem á 
Declaração Universal 
como fonte de direito. 
Palmas- TO 
Novembro de 2022 
 
 Antonio Cassesse: um Estado que 
sistematicamente viola a Declaração 
não é merecedor de aprovação por 
parte da comunidade mundial. 
 
 
e) Universalismo e relativismo cultural: 
 
 O debate entre os universalistas e os 
relativistas culturais retoma o velho 
dilema sobre o alcance das normas de 
direitos humanos: podem elas ter um 
sentido universal ou são culturalmente 
relativas? 
 
 Para os relativistas, cada cultura possui 
seu próprio discurso acerca dos direitos 
fundamentais, que está relacionado às 
especificas circunstancias culturais e 
históricas de cada sociedade. 
 
-Há o primado do coletivismo (o 
indivíduo, sua liberdade e autônima, 
para só dps avançar na percepção dos 
grupos). 
 
R.J Vincent: “ é uma versão imperialista 
de tentar fazer com que valores de uma 
determinada cultura sejam gerais”. 
 
 Qualquer afronta ao chamado “mínimo 
ético irredutível’ que comprometa a 
dignidade humana, ainda que em nome 
da cultura, importará em violação a 
direitos humanos. 
 
 A noção universal de direitos humanos 
é identificada como uma noção 
construída pelo modelo ocidental. 
 
 O universalismo induz, nessa visão, á 
destruição da diversidade cultural. 
 
 Antonio augusto Cançado Trindade: 
“Compreendeu-se finalmente que a 
universalidade é enriquecia pela 
diversidade cultural, a qual jamais pode 
ser invocada para justificar a denegação 
ou violação dos direitos humanos. 
 
 Jack Donnell: pode-se concluir que a 
Declaração de Direitos Humanos de 
Viena 199 acolheu a corrente do forte 
universalismo ou fraco relativismo 
cultural. 
 
 Boa Ventura: em defesa de uma 
concepção multicultural de direitos 
humanos, inspirada no diálogo entre as 
culturas, a compor um multiculturalismo 
emancipatório. 
 
- Defende a necessidade de superar o 
debate sobre universalismo e 
relativismo cultural, a partir da 
transformação cosmopolita dos direitos 
humanos. 
 
 Universalismo pluralista: catalogo de 
valores universais não etnocêntricos, 
por meio de um dialogo intercultural 
aberto, no qual os participantes 
decidam quais os valores a serem 
respeitados.

Outros materiais