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Pós-graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental 
 
 
Notas de Aula de Abastecimento de Água Unidade II 
Prof. Leila Celin e Fernanda Veronez 1/35
 
Abastecimento de Água 
Notas de Aula - Unidade II 
 
II.1. Mananciais 
O manancial refere-se a qualquer local que contenha água, superficial ou subterrânea, 
que possa ser retirada para atender as mais diversas finalidades (abastecimento 
doméstico, comercial, industrial e outros fins). 
De maneira geral, quanto à origem, os mananciais são classificados em: 
� Manancial Superficial 
É toda parte de um manancial que escoa na superfície terrestre, compreendendo os 
córregos, ribeirões, rios, lagos e reservatórios artificiais. 
As precipitações atmosféricas, logo que atingem o solo, podem se armazenar nas 
depressões do terreno, nos lagos e represas, ou alimentar os cursos d’água de uma 
bacia hidrográfica, se transformando em escoamento superficial. Outra parcela se 
infiltra no solo. 
� Manancial Subterrâneo 
É a parte do manancial que se encontra totalmente abaixo da superfície terrestre, 
compreendendo os lençóis freático e profundo, tendo sua captação feita através de 
poços rasos ou profundos, galerias de infiltração ou pelo aproveitamento das 
nascentes. O aproveitamento de águas subterrâneas dar-se, normalmente, pelas 
seguintes razões: qualidade satisfatória, captação próxima ao ponto ou a área de 
utilização, não requer tratamento completo, custo de obtenção relativamente baixo, 
entre outros. 
� Águas de chuva 
Compreende a água existente na natureza na forma de chuva. 
 
a. Escolha do Manancial 
A escolha do manancial se constitui na decisão mais importante na implantação de um 
sistema de abastecimento de água, seja ele de caráter individual ou coletivo. Havendo 
mais de uma opção, sua definição deverá levar em conta, além da predisposição da 
comunidade em aceitar as águas do manancial a ser adotado, os seguintes critérios: 
� 1º critério: previamente é indispensável a realização de análises de componentes 
orgânicos, inorgânicos e bacteriológicos das águas do manancial, para verificação dos 
teores de substâncias prejudiciais, limitados pela resolução nº 357 do Conselho Nacional 
do Meio Ambiente (CONAMA); 
 
 
Pós-graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental 
 
 
Notas de Aula de Abastecimento de Água Unidade II 
Prof. Leila Celin e Fernanda Veronez 2/35
 
� 2º critério: vazão mínima do manancial, necessária para atender a demanda por um 
determinado período de anos; 
� 3º critério: mananciais que dispensam tratamento, inclui águas subterrâneas não 
sujeitas a qualquer possibilidade de contaminação; 
� 4º critério: mananciais que exigem apenas desinfecção : incluem as águas 
subterrâneas e certas águas de superfície bem protegidas, sujeitas a baixo grau de 
contaminação; 
� 5º critério: mananciais que exigem tratamento simplificado: compreendem as águas 
de mananciais protegidos, com baixos teores de cor e turbidez, sujeitas apenas à 
filtração lenta e desinfecção; 
� 6º critério: mananciais que exigem tratamento convencional: compreendem 
basicamente as águas de superfície, com turbidez elevada, que requerem tratamento 
com coagulação, floculação, decantação, filtração e desinfecção. 
Em função da avaliação destes parâmetros, deve-se proceder a uma análise de 
custo/benefício de todo o sistema de tratamento de água. 
 
b. Formas de Captação da Água 
De acordo com o manancial a ser 
aproveitado, podem ser utilizadas as 
seguintes formas de captação 
(Figura 1): 
• tomada direta de rios, lagos e 
açudes (mananciais de superfície). 
• poço escavado (lençol freático); 
• caixa de tomada (nascente de 
encosta); 
• galeria filtrante (fundo de vales); 
• poço tubular profundo (lençol 
subterrâneo); 
• superfície de coleta (água de 
chuva); 
 
 
 
 
Figura 1 - Formas de Captação 
 
 
Pós-graduação em Engenharia Sanitária e Ambiental 
 
 
Notas de Aula de Abastecimento de Água Unidade II 
Prof. Leila Celin e Fernanda Veronez 3/35
 
II.2. Captação de Águas Superficiais 
a - Manancial Superficial 
O abastecimento de água para consumo público e para fins industriais, no Brasil, utiliza 
com muita freqüência esse tipo de manancial. Essas águas geralmente atendem com 
maior segurança ao critério quantitativo, quando se analisa a demanda e a oferta 
durante todo o ano. Isso quer dizer que, em geral, é mais fácil e mais econômico obter a 
quantidade necessária de água em uma fonte superficial que em uma fonte de água 
subterrânea. Por outro lado, as fontes de água superficiais quase sempre oferecem 
maiores riscos de contaminação ao homem e aos animais, por estarem mais expostas 
aos principais poluentes e contaminantes existentes no ambiente. É fácil entender que 
praticamente todo o tipo de poluição e de contaminação do ambiente poderá atingir os 
mananciais superficiais. Isto acontece principalmente pelo escoamento superficial 
ocasionado pelas chuvas e irrigações, por ação do vento, além dos próprios animais e 
pessoas, quando têm acesso aos mananciais. Na agricultura, por exemplo, por ocasião 
de aplicação de defensivos agrícolas, adubos químicos, aumenta-se o risco de poluição 
dos mananciais de águas superficiais. Da mesma forma, os resíduos orgânicos 
resultantes da produção animal, quando não-tratados representam grave risco para a 
qualidade dos mananciais de água superficial. Na prática, resulta antieconômico ou 
tecnicamente inviável fazer o tratamento da água afetada por pesticidas, metais 
pesados, adubos químicos, detergentes, resíduos industriais e outros poluentes. Nesse 
caso, a preservação do ambiente em torno dos mananciais e o seu monitoramento 
constante deve ser visto como uma das recomendações mais importantes. 
Fatores que alteram a qualidade da água:• Urbanização; •Erosão; •Recreação; 
•Indústrias ; •Resíduos sólidos; •Águas pluviais; •Resíduos agrícolas; •Esgotos 
domésticos. 
 
Medidas de Controle: 
•Corretivas (Visa corrigir uma situação) 
o Reduzir a carga poluente: 
• Implantação de estações de tratamento de esgoto (ETE); 
• Eliminação de patogênico (remoção de algas, combate a insetos, remoção 
de lodo, aeração da água, retirada da vegetação aquática) 
o Aplicadas no próprio manancial: 
• Instalação de ETA 
 
 
 
 
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• Preventivas (Evitam ou minimizam o lançamento) 
 
o Implantação do sistema de coleta e tratamento de esgotos domésticos e 
industriais; 
o Planejamento do uso e ocupação do solo visando a preservação dos mananciais 
•zoneamento, definição de áreas especiais de proteção 
•Estabelecimento de faixas sanitárias e proteção 
•Controle de ocupação do solo 
o Controle de erosão 
o Controle da qualidade da água das represas. 
o Avaliação prévia de IA 
b – Objetivo da Captação 
o Funcionar ininterruptamente em qualquer época do ano; 
o Permitir a retirada de água para o sistema em quantidade suficiente ao abastecimento 
e com a melhor qualidade possível; 
o Facilitar o acesso para a operação e manutenção do sistema. 
O local deve ser preferencialmente reto e quando em curva, junto à curvatura externa 
(Vmáx.). É importante avaliar: 
o Acesso ao local em épocas de chuva e inundações 
o Características hidráulicas do manancial 
o Geologia da região 
o Áreas eventualmente inundáveis 
o Focos de poluição existentes e potenciais 
o Energia elétrica 
 
Principais cuidados: 
o Evitar locas sujeitos à formação de bancos de areia; 
o Evitar locais com margens instáveis; 
o Local salvo de inundações, garantia de acesso a todo o tempo; 
o Condições topográficas e geotécnicas favoráveis. 
 
Figura 2 – Escolha do local 
 
 
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�Partes construtivas: 
� Barragem, vertedor ou enrocamento 
� Tomada de água 
� Gradeamento� Desarenador 
� Dispositivos de controle 
� Canais e tubulações 
 
Barragem: Elemento estrutural construído em um curso de água transversalmente à 
direção de escoamento de suas águas e destinadas à criação de um reservatório de 
acumulação que poderá atender a uma ou a diversas finalidades: abastecimento de 
água para cidades ou indústrias, aproveitamento hidrelétrico, irrigação, controle de 
enchentes, regularização de curso de água, etc. A água é acumulada do período 
chuvoso para que possa haver uma reserva suficiente que cubra o déficit entre a 
demanda e as vazões mínimas durante os períodos de estiagem. 
 
Indicado quando: 
Qméd. do curso d’ água > Q demanda (necessidade de consumo) 
No entanto 
Qmínimo do curso d’ água < Qdemanda 
 
 
Barragem de nível 
� Geralmente de concreto; 
� Geralmente é de pequeno porte, tem pequena altura e funciona como extravasor 
� Eleva o nível do manancial a uma cota pré-determinada; 
� Devem ser dotadas de dispositivos de controle do nível de água em áreas onde se 
deseja minimizar eventuais prejuízos decorrentes de inundações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3
 
 
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As barragens que formam os reservatórios de regularização são em geral, de grande 
porte e o seu dimensionamento é feito a partir do volume útil que deve ser armazenado. 
Esse volume é calculado a partir dos histogramas do curso d’ água e da vazão de 
demanda 
 
Tomada de água: Conjunto de dispositivos destinados a conduzir a água do manancial 
para as demais partes constituintes da captação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4
Figura 5
Figura 6
 
 
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Figura 7
Figura 8
 
 
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Tomadas de água com grandes diferenças de nível: 
 
Torres de tomada: estrutura fechada, contendo em sua parede diversas entradas para a 
água. Pode ser utilizada para retirada de grandes vazões em rios caudalosos, 
semelhantes ao que se executa em lagos e represas; 
 
Captação flutuante: conjuntos elevatório montados sobre embarcações ou estruturas 
flutuantes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9
Figura 10
 
 
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Tomada de água diretamente por bombas: 
•Quando for dispensável o desarenador; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11
Figura 12
Figura 13
 
 
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Gradeamento 
•Grades: barras paralelas destinadas a impedir a passagem de materiais grosseiros, 
flutuantes ou em suspensão (troncos de árvore, galhos, plantas aquáticas, peixes, etc.) 
•Telas: constituída de fios que formam malhas destinadas a reter materiais flutuantes 
não retidos na grade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Desarenador 
 
vvss critica de sedimentação <0,021m/s 
VV escoamento longitudinal <0,3m/s 
LLfinal = L X 1,5 
Figura 14
Figura 15
 
 
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vs = h/t t = h/vs (1) 
V = L/t t = L/V (2) 
 
(1) = (2) - h/vs = L/V 
Aplicando Q = V x b x h 
vvss == QQ//((LL xx bb)) oouu vvss == QQ//AA 
 
Relação L/b > 4 
B > 0,5m (facilidade de construção e limpeza) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
vv
ss 
VV
Figura 16
 
 
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Diagnóstico:Diagnóstico:Diagnóstico:Diagnóstico: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II.3. Captação de Água Subterrânea 
A água subterrânea faz parte do ciclo hidrológico, ocorrendo nos poros e interstícios das 
formações geológicas de caráter sedimentar, ou nos planos de fraqueza estrutural das 
formações geológicas de caráter ígneo ou metamórfico, representado por falhas , 
fendas, fraturas ou fissuras. A água subterrânea e a água superficial são o mesmo 
recurso hídrico fluindo por um meio diferente. 
A água subterrânea pode ser captada do lençol freático ou do artesiano. 
O lençol freático ou “livre” é aquele que repousa sobre a primeira camada impermeável 
do solo. Quando um lençol freático aflora à superfície do solo dá origem às minas ou 
nascentes. Portanto, uma mina é resultante de um lençol subterrâneo e deve ser 
captada em sistema fechado, para preservar a sua qualidade original. Caso contrário, 
passará à condição de água superficial, que necessita de outros cuidados sanitários 
para o seu aproveitamento. 
 
 
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Outra maneira de se captar a água de um lençol freático é através de uma escavação 
manual do solo, com um diâmetro de cerca de 1m e a profundidade que varia 
geralmente de 05 a 15m, podendo obter de dois a três mil litros de água por dia. Essa 
escavação recebe a denominação técnica de poço raso ou poço freático. Um poço 
perfurado em um aqüífero freático terá o nível d’água em seu interior coincidente com o 
nível do lençol. 
Pode-se, também, fazer a captação de lençóis denominados profundos ou artesianos. 
No caso dos poços artesianos, a perfuração do subsolo atinge maiores profundidades, 
podendo superar 100m. Nesses casos, o objetivo é obter água proveniente de lençóis 
confinados entre duas camadas impermeáveis do solo. Portanto, esses poços têm como 
características a grande profundidade e a elevada vazão de água. Em algumas 
situações, em que ocorre grandes diferenças de pressão da água armazenada no lençol 
confinado, o poço artesiano poderá jorrar espontaneamente. 
A alimentação dos aqüíferos freáticos ocorre geralmente ao longo do próprio lençol, ao 
passo que, nos aqüíferos artesianos, ela se verifica somente no contacto da formação 
com a superfície, podendo ocorrer a uma distância considerável do local do poço. As 
condições climáticas ou o regime hidrológico observados na área de perfuração do poço 
artesiano, nesse caso, pouco ou nada influirão na produção do poço. 
Classificação dos Aqüíferos: 
• Aqüíferos: são camadas ou formações geológicas de material poroso e permeável 
que contém água subterrânea, permitem seu movimento através do espaço 
intersticial e podem fornecê-lo em quantidade apreciável; 
• Aquicludes: são formações que contém água, porém não pdem cedê-las. Ex: 
Argilas. 
• Aquifuges: são formações que não contém água e não permitem o seu 
movimento. Ex: rochas graníticas. 
• Aquitardes: extratos de baixa permeabilidade, mas com capacidade suficiente 
para transmitir certa quantidade de água aos outros extratos. Ex: arenito argiloso. 
 
a. Poços Freáticos 
A construção de poços freáticos figura 17 exige alguns cuidados básicos que repercutem 
na preservação da qualidade da água. O primeiro cuidado refere-se à escolha do local 
para se escavar o poço. 
Locação 
Em primeiro lugar, a construção do poço só será viável se houver indícios de água 
subterrânea na área pretendida e possibilidade de ser atingido o lençol. As referidas 
condições poderão ser determinadas por meio de métodos científicos e emprego de 
tecnologia apropriada. Na área rural,entretanto, e para o tipo de poço em questão, bons 
 
 
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resultados serão obtidos através de algumas indicações de ordem prática aliadas à 
experiência dos moradores da área. 
Por exemplo: 
• verificar se há poços escavados na área, sua profundidade, quantidade e 
características da água fornecida; 
• ouvir a opinião dos moradores vizinhos e do poceiro local sobre o tipo de solo, 
profundidade do lençol, variação da quantidade de água nas épocas de seca e de 
chuva; 
• em terrenos fáceis de perfurar, como os argilosos e os arenosos, pode-se recorrer à 
sondagem; 
• para isso, utiliza-se trados de pequeno diâmetro (50 a 150mm); 
• convém observar que as águas subterrâneas normalmente correm em direção aos 
rios e lagos e perpendicularmente a eles. Geralmente seguem a mesma disposição 
da topografia do terreno. Contudo, há exceções, razão pela qual é conveniente 
conhecer os níveis da água nos diversos poços da área;certos vegetais seguem o 
rastro da água e são, assim, indicadores de mananciais subterrâneos. Tal é o caso da 
carnaúba e de outras plantas; 
• a escolha do local para construção do poço deverá levar em conta os riscos de 
contaminação do lençol por possíveis focos localizados na área; 
• deve-se respeitar por medidas de segurança, a distância mínima de 15 metros entre o 
poço e a fossa do tipo seca, desde que seja construída dentro dos padrões técnicos, 
e, de 45 metros, para os demais focos de contaminação, como, chiqueiros, estábulos, 
valões de esgoto, galerias de infiltração e outros, que possam comprometer o lençol 
d’água que alimenta o poço; 
• deve-se, ainda, construir o poço em nível mais alto que os focos de contaminação; 
• evitar os locais sujeitos a inundações e dar preferência àqueles de fácil acesso aos 
usuários; 
• em certos tipos de terrenos que possuem fendas no solo, o risco de contaminação do 
lençol é maior. 
 
 
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Figura 17 – Poço raso 
 
 
Construção 
A época adequada para escavação do poço é no período de estiagem, pois no tempo 
chuvoso os trabalhos tornam-se muito difíceis e até mesmo inviáveis. 
Durante a construção, todo cuidado de segurança deve ser tomado por aquele que 
estiver trabalhando no poço; não se deve penetrar no seu interior, sem ter meios de 
escape e sem a estabilidade das paredes. 
A escavação poderá ser manual usando-se ferramentas comuns: picareta, cavadeira, 
enxadão, etc. ou, também, através de trados, se o tipo de terreno for favorável. O poço 
deverá ter o formato cilíndrico, com diâmetro mínimo de 90 centímetros. A profundidade 
será a necessária para atingir o lençol freático, porém, não inferior a três metros, que é a 
altura mínima do revestimento de proteção. 
Nos terrenos frágeis, é necessário revestir toda a parede do poço, a fim de evitar o seu 
desmoronamento. Uma boa técnica, consiste em fazer o revestimento com manilhões de 
concreto. Os manilhões são assentados na boca do poço, um de cada vez. À medida 
que se for escavando por dentro deles, irão descendo por conta do próprio peso. 
 
 
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Uma vez atingido o lençol, recomenda-se aprofundar a escavação dentro dele, a fim de 
obter seu melhor aproveitamento. Para facilitar esta tarefa, pode-se fazer o esgotamento 
da água com bombas a motor ou manuais. Há terrenos firmes, não sujeitos a 
desmoronamentos, que dispensam o revestimento do poço. Mesmo assim, deverá ser 
feito, pelo menos, até três metros de altura, a fim de possibilitar a proteção sanitária. 
Proteção 
A proteção do poço escavado tem a finalidade de dar segurança à sua estrutura e, 
principalmente, evitar a contaminação da água. A seguir, são apontados os possíveis 
meios de contaminação do poço e as respectivas medidas de proteção: 
1 - Infiltração de águas da superfície, através do terreno, atingindo a parede e o interior 
do poço. 
- proteção: impermeabilizar a parede até a altura mínima de três metros e construir 
plataforma (calçada) de concreto com 1 metro de largura, em volta da boca do poço; 
- sabe-se que, durante a infiltração das águas de superfície no terreno, suas impurezas 
ficam retidas numa faixa do solo, a qual, para segurança dos poços, é indicada com três 
metros. Por essa razão, o revestimento impermeabilizado deve atingir esta cota. A 
construção da calçada em volta do poço visa a evitar lamaçal e impedir, também , a 
infiltração das águas de superfície na área. 
2 - Escoamento de águas da superfície e enxurradas através da boca do poço, para seu 
interior. 
- proteção: construir uma caixa sobre a boca do poço, feita de concreto ou alvenaria de 
tijolos. A referida caixa poderá ser construída, fazendo-se o prolongamento externo da 
parede de revestimento do poço. Deverá ter altura entre 50 e 80 centímetros, a partir da 
superfície do solo. 
3 - Entrada de objetos contaminados, animais, papéis, etc, através da boca do poço. 
- proteção: fechar a caixa da boca do poço com cobertura de concreto ou de madeira, 
deixando abertura de inspeção com tampa de encaixe. Essa tampa deverá ser bem 
ajustada às paredes do poço. Para facilitar o manuseio, ela poderá ser constituída por 
duas partes. 
Retirada da Água 
A retirada de água será feita através de bomba hidráulica centrífuga (de operação a 
motor elétrico) ou de embolo (de operação manual) (Figura 18), pois permite manter o 
poço sempre fechado. Além disso, é de fácil operação e maior rendimento. 
A utilização de baldes amarrados por cordas, muito comum no meio rural, constitui uma 
das principais fontes de contaminação da água no poço, pois as impurezas presentes na 
corda e no balde são conduzidas para dentro do poço, causando a sua contaminação. 
Por isso, esse sistema deve ser evitado. 
 
 
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Figura 18 - Operação de Bomba Manual 
 
Melhorias do Poço Raso Escavado 
A melhoria do poço raso pode, muitas vezes, ser obtida com limpeza, retirada de lama e 
areia, resultando, dessa operação, um aumento de sua vazão. Outra medida que pode 
dar bom resultado é aprofundar o poço. 
Um recurso usado para evitar ou diminuir a entrada de areia na bomba é o filtro 
invertido, que consiste em depositar no fundo do poço diversas camadas de cascalho 
em ordem crescente de diâmetros, de baixo para cima. 
Observação Importante: 
- Acidentes: antes de entrar em um poço para limpá-lo, é necessário fazer um teste 
indicativo da presença de gás, para evitar acidentes fatais. Faz-se o teste, introduzindo 
no poço, por meio de uma corda, uma vela ou um lampião aceso. Se a chama diminui ou 
se apaga, é sinal de que há presença de gás; nesse caso, deve-se forçar a ventilação do 
poço e fazer-se novo teste, em seguida. Só se deve descer no poço quando o teste de 
gás for negativo. 
b. Nascentes 
As nascentes são fontes naturais de água subterrânea, muito comuns nas áreas rurais. 
É importante fazer a captação dessa água em sistema fechado. Entretanto, em regiões 
 
 
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montanhosas, em que a nascente é de difícil acesso, torna-se problemático fazer uma 
captação adequada. 
b.1. Nascente do Tipo Encosta 
Em nascentes do tipo encosta, é comum construir pequenos reservatórios a céu aberto 
para acumulação da água e facilitar a condução da mesma até o local de consumo, 
através de mangueiras plásticas enterradas no terreno. Deve ser considerado queas 
águas assim captadas podem facilmente incorporar matéria orgânica, argila, areia e 
outras impurezas presentes no solo. Recomenda-se o uso de telas, caixas de areia, pré-
filtração, filtração lenta em camadas de areia e cloração. 
Quando a nascente for do tipo encosta e dotada de vazão relativamente elevada, 
recomenda-se inserir uma tubulação de PVC no olho d’água, fazendo, assim, a captação 
diretamente do lençol freático. Em situações como esta, a água poderá ser conduzida 
até o local de consumo pela própria ação da gravidade, aproveitando-se o desnível 
natural do terreno. 
O aproveitamento da água de encosta é realizado através da captação em caixa de 
tomada. Para prevenir a poluição da água essa caixa deve ter as paredes 
impermeabilizadas. Este tipo de captação de nascente pode ser utilizado tanto nas 
encostas como nas partes baixas do terreno. Independente do local onde será feita a 
captação, devem ser adotadas algumas providências básicas para prevenção contra a 
contaminação da água, visando preservar a sua qualidade. As principais providências 
estão apresentadas a seguir: 
- a caixa de alvenaria ou de concreto deverá ter uma tampa, com uma abertura mínima 
de 80cmx80cm para possibilitar a entrada de um homem para fazer a limpeza. Essa 
abertura deve ser coberta com outra tampa e selada de preferência com argamassa 
fraca. 
- ao redor da cais, na parte mais elevada do terreno, devem ser construídos drenos 
para afastar a água da chuva que escoa sobre o terreno em volta; 
- essas caixas deverão ser construídas, sempre que possível, em um nível superior às 
fontes de contaminação como: currais, pocilgas, fossas, lavouras etc. Deve-se procurar 
manter um afastamento mínimo de 40 metros dessas fontes de contaminação e 
poluição; 
- recomenda-se fazer uma proteção com uma cerca ao redor das nascentes, dentro de 
um raio mínimo de 15 metros; 
- deve-se instalar um tubo (telado) junto à laje de coberta, para funcionar como ladrão, 
nas ocasiões em que a caixa estiver cheia; 
- na parte de baixo da caixa, junto ao fundo, deve-se instalar outro tubo, equipado com 
registro, para drenar a água durante as operações de limpeza da caixa; 
- se necessário, poderá instalar-se bomba para retirada e elevação da água até os 
pontos de consumo. 
 
 
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Figura 19 - Caixa de Tomada - Fonte de Encosta 
 
 
Quando se constrói a proteção da fonte, deve-se ter o cuidado de aproveitar 
adequadamente as nascentes. É interessante que o fundo da caixa tenha uma camada 
de pedra britada grossa para diminuir a entrada de areia (Figura 19). Depois de 
protegida, a fonte deve ser desinfetada; a técnica é a mesma utilizada para poços, 
fontes ou caixas d’água. 
c. Galeria de Infiltração - Fonte de Fundo de Vale 
O aproveitamento da fonte de fundo de vale é conseguido por meio de um sistema de 
drenagem subsuperficial sendo, em certos casos, possível usar a técnica de poço raso 
para a captação da água. Normalmente, a captação é feita por um sistema de drenos 
que termina em um coletor central e deste vai a um poço. A construção e a proteção do 
poço coletor são feitas obedecendo-se aos mesmos requisitos usados para o poço raso 
ou fonte de encosta (Figura 20 e 21). 
Os drenos podem ser feitos de pedra, bambu, manilhas de concreto ou cerâmica e de 
tubos de PVC perfurados. A duração dos drenos de concreto depende da composição 
do terreno; terrenos ácidos corroem os tubos de concreto não protegidos. Os mais 
duráveis são os de manilha vidrada e os de PVC. Os diâmetros mais empregados são os 
de 10 a 20cm; excepcionalmente, empregam-se os de 30cm. Para captar mais água, é 
preferível estender a rede em vez de aumentar os diâmetros. Os drenos devem ser 
colocados nos fundos de valas abertas no terreno. As valas devem ter fundo liso, 
protegido por camada de cascalho, e a inclinação deve ser uniforme. A profundidade 
 
 
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mínima das valas deve ser de 1,20m; declividade mínima de 0,25m por 100m, 
declividade máxima 3,0m por 100m. Os drenos principais devem ter sempre declividade 
superior aos drenos laterais ou secundários: declividade mínima 0,5m por 100m (0,5%). 
 
 
Figura 20 - Galeria de Infiltração 
 
 
 
Figura 21 - Fonte de Fundo de Vale 
 
Cuidados na Construção 
- nivelar uniformemente as valas antes de assentar os tubos; lançar uma camada de 
cascalho ou brita, dando a cada vala a declividade apropriada; 
- começar o assentamento de jusante para montante; 
- as manilhas coletoras não devem ser rejuntadas; 
 
 
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- envolver os drenos superior e lateralmente com cascalho ou brita, a fim de evitar a 
entrada de terra; 
- uma vez construído o sistema, reaterrar as valas, sem deixar depressões na superfície 
do solo; o aterro das valas deve ultrapassar o nível do terreno, dando-se um 
abaulamento como acabamento, a fim de evitar as depressões quando se der o 
completo assentamento do terreno; 
- retirar as árvores das proximidades dos drenos; 
- proteger a área com uma cerca, a fim de impedir o trânsito de pessoas e animais. 
Os sistemas usados variam de acordo com as características dos terrenos e podem ser: 
- sistema singelo de linha única; 
- sistema em grelha, com drenos paralelos caindo em um dreno interceptor principal; 
- sistema em espinha de peixe com um dreno principal e recebendo os drenos laterais; 
- sistema interceptor usado para receber água das encostas, com um dreno principal no 
qual os drenos que margeiam a encosta chegam. 
 
d. Poço Tubular Profundo 
Os poços tubulares profundos captam água do aqüífero denominado artesiano ou 
confinado, localizado abaixo do lençol freático, entre duas camadas impermeáveis e 
sujeitas a uma pressão maior que a atmosférica (Figura 22). 
O poço tubular profundo é uma obra de engenharia geológica, com recolhimento de 
ART, com projeto específico (Norma ABNT NBR 12.212/1992 – Projeto de poço para 
captação de água subterrânea) e regras construtivas (Norma ABNT NBR 12.244/1992 – 
Construção de poço para captação de água subterrânea), ambas com revisão em 2003 
(Tsutiya, 2004). 
Outras legislações: 
• Resolução Federal nº 15 de 11 de janeiro de 2001 do Conselho Nacional de 
Recursos Hídricos: Estabelece diretrizes para a gestão das águas subterrâneas; 
• Resolução Federal nº 22 de 24 de junho de 2002 do Conselho Nacional de 
Recursos Hídricos: Estabelece diretrizes para inserção de águas subterrâneas 
nos Planos de Bacia Hidrográfica. 
 
 
 
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Figura 22 - Corte do Terreno Mostrando os Lençóis de Água 
 
Nesses poços o nível da água, em seu interior, subirá acima da camada aqüífera. No 
caso da água jorrar acima da superfície do solo, sem necessidade de meios de elevação 
mecânica, o poço é dito jorrante ou surgente. 
A quantidade de água que um poço tubular profundo pode fornecer depende das 
características geológicas do local, que influenciam na capacidade de armazenamento e 
circulação da água no aqüífero. Por isso, a produção de água só pode ser estimada a 
partir de estudos hidrogeológicos ou pela observação de registros operacionais de poços 
existentes na região. 
O diâmetro, normalmente de 150mm ou 200mm, é determinado em função da vazão a 
ser extraída. Quanto à profundidade, esta pode variar de 60 a 300 metros ou mais, 
dependendo da profundidade em que se encontra o aqüífero. 
Os poços profundos são construídos por meio de perfuratrizes, que podem ser: 
• De Percussão 
Maissimples, requerem menos conhecimento técnico; aplicam-se em qualquer tipo de 
terreno e em áreas de rocha mais dura; exigem muito pouca água durante a operação; 
• Rotativas 
 
 
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Exigem maiores conhecimentos do operador; requerem muita água durante a operação; 
levam vantagem em terrenos de rocha mais branda, e são mais rápidas em terrenos 
sedimentares. 
A proteção do poço é feita com tubos de revestimento em aço ou PVC, destinados a 
impedir o desmoronamento das camadas de solo não consolidadas e evitar sua 
contaminação. 
A retirada da água do poço, normalmente é realizada através de bombas centrífugas 
submersíveis, ou bombas a compressor - “AIR LIFT”. 
Para a montagem do poço e dimensionamento do conjunto elevatório são necessários 
as seguintes informações fornecidas pelo perfurador: 
- diâmetro do poço determinado pelo diâmetro interno do tubo de revestimento; 
- vazão: vazão ótima que visa o aproveitamento técnico e econômico do poço, definida 
pela curva característica do poço (curva-vazão/rebaixamento); 
- nível estático: nível que atinge a água no poço quando não há bombeamento; 
- nível dinâmico: nível em que a água se estabiliza no poço, durante o bombeamento; 
- profundidade de instalação da bomba: definida em função da posição prevista para o 
nível dinâmico, correspondente a vazão de bombeamento. Normalmente é localizada 
10,00 metros abaixo do nível dinâmico; 
- outros: condições de verticalidade e alinhamento do poço, características físico-
químicas da água, características da energia elétrica disponível, distância do poço ao 
ponto de abastecimento (reservatório por exemplo) e desnível geométrico. 
 
 
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Figura 23
 
 
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II 
 
25: 
Figura 24 
 
 
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II.4 Captação de água de chuva 
A cisterna tem sua aplicação em áreas de grande pluviosidade, ou em casos extremos, 
em áreas de seca onde se procura acumular a água da época chuvosa para a época de 
estiagem com o propósito de garantir, pelo menos, a água para beber. Nos locais mais 
secos do país, especialmente em algumas regiões do Nordeste brasileiro, por causa da 
escassez de águas superficiais ou subterrâneas, é de certa forma comum o 
aproveitamento das águas das chuvas para o consumo humano e animal. Para isso, 
utilizam-se todas as superfícies disponíveis para fazer o recolhimento das águas de 
chuva. 
 
 
 
Tipos de cisternas 
Existem diversos modelos de cisternas para coletar águas de chuva, sendo o chamado 
tipo colonial o mais utilizado. Nesse modelo, as cisternas podem ser do tipo superficial 
ou enterrada. A cisterna consiste em um reservatório protegido, na forma de caixa 
d'água, que acumula a água da chuva captada da superfície dos telhados dos prédios, 
das casas e de outras Superfícies. Assim, a água da chuva interceptada pelo telhado é 
conduzida até uma calha instalada no beiral do telhado, e a partir daí é conduzida em 
tubulação fechada até a cisterna, onde fica armazenada. 
 
 
Figura 26: Esquema de uma cisterna construída acima do nível do solo 
 
Verifica-se a existência de uma tubulação de descarga, constituída por um mangote 
flexível. Esse dispositivo permite desviar as primeiras águas da chuva para fora da 
cisterna. Esse é um recurso utilizado para evitar a entrada das primeiras águas de 
chuva, geralmente mais contaminadas, para dentro da cisterna. Ao observar que o 
 
 
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telhado, que representa a superfície coletora, já se encontra limpo, o mangote é então 
conectado no bocal, permitindo o armazenamento da água na cisterna. 
A cisterna pode ser construída também abaixo do nível do solo. Nesse caso, aproveita-
se parte de um desnível natural do terreno, ou realizam-se escavações necessárias para 
a construção da cisterna. O processo de captação é semelhante ao que se encontra 
ilustrado na Figura mas o fornecimento da água para a residência, a partir da cisterna, é 
feito por meio de bombeamento. 
As cisternas superficiais, ou seja, aquelas que são feitas acima da superfície do solo são 
mais fáceis de serem construídas, exigindo normalmente menor quantidade de mão-de-
obra. Elas favorecem também o abastecimento de água para as residências, que em 
geral é feito diretamente por gravidade. Entretanto, exigem mais cuidado para a 
construção das paredes, que devem ser mais reforçadas para agüentar o esforço lateral 
causado pela água armazenada. Já as cisternas subterrâneas, apesar de requererem 
maior mão-de-obra para a sua construção, e normalmente necessitarem de bombas 
para fazer o abastecimento de água, por outro lado não carecem de paredes reforçadas, 
pois o próprio solo se encarrega de oferecer a resistência necessária. 
Experiências conduzidas no semi-árido do nordeste brasileiro conseguiram diminuir de 
forma significativa o custo de construção de um sistema de captação de águas de chuva. 
As águas de chuva, recolhidas de telhados e pátios, passam inicialmente por uma 
filtração lenta em camada de areia e daí para uma cisterna bastante simplificada e que 
consiste em uma escavação do terreno, de forma trapezoidal, com paredes inclinadas 
para permitir melhor fixação do material de revestimento. Completada a escavação, 
deve-se uniformizar as paredes com reboco para se colocar uma lona plástica (lona 
preta 8 x 16). Em seguida, coloca-se nas paredes laterais da escavação uma tela de 
arame (malha de 3/4 ou 1 ", fio 22). A tela de arame tem a finalidade de facilitar a 
aderência da lona ao reboco das paredes. Colocadas a lona e a tela, é feito um piso de 
5,0 cm de espessura no fundo da escavação. Para aumentar a vida útil da lona, pode 
ser feito um revestimento interno da mesma com argamassa (M). Em seguida, essa 
cisterna é coberta (laje, telha, madeira, folha de zinco, etc). A elevação da água era feita 
por bombas manuais. 
 
Figura 27: Esquema de uma cisterna construída abaixo do nível do solo 
 
 
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Figura 28: Ilustração de uma cisterna simplificada, impermeabilizada com lona plástica. 
 
Dimensionamento de uma cisterna 
A capacidade de uma cisterna é calculada m função da demanda de água, da 
quantidade de chuva (pluviosidade), da área dos telhados e pátios e da duração do 
período chuvoso (regime de chuvas). Para se obter a capacidade da cisterna, deve-se 
descontar o volume de água necessário ao abastecimento durante o período previsto de 
chuva, pois, nesta época, não será preciso armazenar água na cisterna. Esse fator de 
desconto já está incluído na fórmula do cálculo. Portanto, é necessário saber a média 
anual de precipitação da região, dada em mm de chuva. Esse dado pode ser facilmente 
obtido nas estações meteorológicas, em escritórios do DNMET (Departamento Nacional 
de Meteorologia), ou nas entidades federais, estaduais e municipais, que atuam na área 
agrícola (EMATER, EMBRAPA, Universidades, Escolas Agrícolas, etc.). 
O próximo passo, consiste em calcular a área de telhado suficiente para coletar o 
volume de água necessário ao enchimento da cisterna. Considera-se nesse caso que as 
primeiras águas de chuvas irão ajudar na limpeza dos telhados e pátios e portanto 
deverão sereliminadas. Também parte da água de chuva irá se perder por respingos 
nas superfícies dos telhados e calhas. Por essa razão, a fórmula inclui uma relação entre 
a chuva caída e a recolhida, estimada em 0,7. 
Assim, para o cálculo da cisterna consideramos: 
 
A = Va . 
 0,7 x H 
 
Vc = Va x No de meses sem chuva 
 12 
Onde: 
V = volume anual a ser recolhido ....................................................................m3 
 
 
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H = precipitação anual......................................................................................m 
A = área de recolhimento .................................................................................m2 
 F = coeficiente que expressa a relação entre a água recolhida e a caída...... 0,7 
Va = volume anual necessário ao consumo.....................................................m3 
Vc = volume da cisterna ...............................................................................m3 
 
Para os locais onde há pouca mão-de-obra especializada, aconselham-se cisternas não 
enterradas. Deve-se abandonar as águas das primeiras chuvas, pois lavam os telhados 
onde se depositam a sujeira proveniente de pássaros, de animais e a poeira. Para evitar 
que essas águas caiam nas cisternas, pode-se desconectar os condutores de descida, 
que normalmente devem permanecer desligados para serem religados manualmente, 
pouco depois de iniciada a chuva. Existem dispositivos automáticos que permitem o 
desvio, para fora das cisternas, das águas das primeiras chuvas e as das chuvas fracas, 
aproveitando-se, unicamente, as das chuvas fortes. 
A cisterna deve sofrer desinfecção antes do uso. A água armazenada, quando for usada 
para fins domésticos, deve ser previamente fervida ou clorada. 
 
IItteennss aa sseerreemm vveerr ii ff iiccaaddooss eemm iinnssppeeççõõeess ssaannii ttáárr iiaass ddee SSAAAA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RRIISSCCOO ssaanniittáárriioo // aammbbiieennttaall 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
II.5. Adução 
 
Adutoras são canalizações do S.A.A. que conduzem a água para as unidades que 
precedem a rede de distribuição. Elas interligam captação, estação de tratamento e 
reservatórios e não distribuem água aos consumidores. 
 
Classificação das adutoras 
a) Quanto à natureza da água transportada: 
• Adutora de água bruta 
• Adutora de água tratada 
b) Quanto à energia de movimentação 
• Adutora por gravidade: conduto livre (pressão igual à atmosférica – figura 
29) ou forçado (pressão maior que a atmosférica ) 
 
 
 
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• Adutora por recalque: através de estações elevatórias 
 
• Adutora mista trechos por recalque e trechos por gravidade. 
 
 
Hidráulica para adutoras 
Para o dimensionamento de adutoras em condutos livres ou forçados, a rigor, deve-se 
considerar as perdas de carga localizadas na entrada e na saída das tubulações, nas 
mudanças de direção e nas peças especiais que possam eventualmente existir no 
projeto. Contudo, tais perdas localizadas atingem na maioria dos casos um valor 
desprezível, comparativamente às perdas por atrito ao longo da tubulação.Por esse 
motivo são geralmente desprezadas. 
30 
Figura 29: 
Figura 31 
 
 
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Cálculo das perdas distribuídas: 
• Condutos Livres: Chézy, Manning, Universal, Hazen-Williams,Gangillet e 
Kutter, Basin, etc. 
• Condutos forçados: Universal e Hazen-Williams. 
 
Traçado da Adutora: 
Uma vez definido o sistema geral de abastecimento de água, com a posição das 
diversas unidades em planta, deverá ser feito o traçado da adutora, que normalmente é 
função das características topográficas do terreno. Entretanto, outros aspectos devem 
ser considerados para o traçado da adutora, tais como: 
a) influência do plano de carga e da linha piezométrica; 
• Adutora localizada abaixo da linha piezométrica efetiva em toda a sua 
extensão: pressão positiva. 
• Adutora localizada acima da linha piezométrica efetiva, porém abaixo da 
linha piezométrica absoluta: escoamento irregular, não é recomendável o 
uso de ventosas. 
• Adutora corta a linha piezométrica efetiva e o plano de carga efetivo, mas 
fica abaixo da linha piezométrica absoluta: funcionamento em condições 
precárias. 
b) localização e perfil da adutora; 
• A adutora deverá ser implantada , de preferência em ruas e terrenos públicos; 
• Deve-se evitar o traçado onde o terreno é rochoso, pantanoso e de outras 
características não adequadas; 
• A adutora deve ser composta de trechos ascendentes com declividade não 
inferior a 0,2% e trechos descendentes com declividade não inferior a 0,3%; 
• Quando a inclinação for maior que 25% usar blocos de ancoragem; 
• Não se deve utilizar trechos de adução horizontal. 
c) faixas de servidão ou desapropriação para a implantação; 
• Até 400mm de diâmetro: largura da faixa de desapropriação de 2,00m; 
• Acima de 400mm até 800mm de diâmetro: largura da faixa de desapropriação de 
3,00m; 
• Acima de 800mm até 1500mm de diâmetro: largura da faixa de desapropriação de 
4,00m; 
 
 
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• Acima de 1500mm de diâmetro: estudar cada caso. 
c) operação das adutoras. 
Recomendações para dimensionamento de Adutoras: 
Adutora por gravidade em conduto forçado: vmím = 0,5 m/s e vmáx = 1,5 m/s 
(recomendável). 
Adutora por gravidade em conduto livre: vmím = 2,5 m/s a vmáx = 5,0 m/s (dependendo do 
material do canal). 
Adutora por recalque: vmím = 1,0 m/s e vmáx = 1,5 m/s 
 
Acessórios das Adutoras: 
 
Ventosas 
Nos pontos em que há necessidade de remoção mecânica de ar, tanto na fase de 
enchimento da linha como em operação de adução utilizam-se válvulas de expulsão de 
ar , denominadas ventosas. 
As ventosas podem ser simples, constituídas de uma câmara com um flutador (figura 
33), ou ventosas duplas (figura 34), constituída por um corpo dividido em dois 
compartimentos, cada um contendo um flutuador esférico em seu interior que deverão: 
expelir o ar deslocado pela água durante o enchimento da linha, admitir quantidade 
suficiente de ar, durante o esvaziamento da linha e, expulsar pequenas quantidades de 
ar desprendido da água e não arrastado pelo fluxo. 
32
 
 
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Descarga 
Válvulas de descarga são instaladas nos pontos baixos do perfil topográfico e são 
justificados segundo: 
• Necessidade de descarga de água na fase de pré operação em que ocorre a 
limpeza e desinfecção da adutora; 
33 
34 
 
 
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• Necessidade de drenagem em raras ocasiões para a manutenção de acessórios; 
• Necessidade de remoção de sólidos decantados; 
• Necessidade de drenagem total para inspeção interna. 
 
II.6. Referências Bibliográficas 
1. BARROS, R. T. et all. Saneamento – Belo Horizonte – UFMG – 1996. 
2. CETESB. Técnicas de Abastecimento e Tratamento de água. 2a Edição 
revisada. São Paulo, 1976. 
3. Fundação Nacional de Saúde – Manual de Saneamento –3a Edição, 1999. 
4. LEME, F. P. – Engenhariado Saneamento Ambiental. LTC - – 2a Edição – Rio 
de Janeiro, 1984. 
5. MMA/IDEC. Consumo Sustentável: Manual de educação. Brasília : Consumers 
International, 2002.144p. 
6. VIANA, M.R. Hidráulica aplicada às estações de tratamento de ág ua. 3a 
edição. Belo horizonte:Imprimatur, 1997. 576p.:il. 
7. VIANA, F. C.; LOPES, J. D. S.– Tratamento de água no meio rural - Viçosa, 
CP, 2000, 98p. 
8. VIANA, Guarany Marques – Sistemas Públicos de abastecimento de água 
João Pessoa, 2001. 
9. TSUTIYA, M.T. Abastecimento de água – 1a edição – São Paulo – 
Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politécnica da 
Universidade de São Paulo, 2004. XIII – 643p.

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