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SEMINÁRIO ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS Professora: Nazir Monteiro dos Santos Disciplina: Ensaios Mecânicos Aluno: Sandro Lúcio de Carvalho Aluno: Cleisson Sabino ÍNDICE Conceitos e caracteristicas das técnicas de ensaios não destrutivos Ensaio de ultrassom raio-x raio gama (gamagrafia) Comparação entre as técnicas de raios x e raios gama Ensaios por particulas magnéticas Tipos de magnetização Ensaios por líquidos penetrantes Ensaios por tomografia computadorizada Conceitos e caracteristicas das técnicas de ensaios não destrutivos O que são ensaios não destrutivos? São ensaios praticados a um material ou equipamento, que não altere de forma permanente suas propriedades físicas, químicas, mecânicas ou dimensionais. Quais são os objetivos dos END? Detectar e avaliar descontinuidades nos materiais. Controle da qualidade de materiais e produtos Reduzir custos Aumentar a confiabilidade dos processos MÉTODOS DE ENSAIOS NÃO DESTRUTIVOS Quais são os métodos de ensaios não destrutivos mais conhecidos e acessíveis? Ensaio Visual Líquidos Penetrantes Partículas Magnéticas Ultrassom Radiografia (Raio-X e Raio-Gama) Correntes Parasitas Emissão Acústica Estanqueidade Termografia NORMAS E APLICAÇÕES DOS END Qual a norma que rege os END? Existem normas específicas para cada método de ensaio, por isso é importante a correta qualificação do profissional que irá realizar o ensaio e a elaboração de procedimentos conforme tais normas. Existem também normas que regulam empresas de END, tais como a ISO 17020. Quais as aplicações do END? São aplicados em soldas, fundidos, forjados, laminados, plásticos, concreto, entre outros, nos setores petróleo/petroquímico, nuclear, aeroespacial, siderúrgico, ferroviário, naval, eletromecânico e automotivo. RESUMO Conceitos e caracteristicas das técnicas de ensaios não destrutivos: Ensaios não destrutivos são utilizados para detectar e avaliar falhas nos materiais. Estas, geralmente, são caracterizadas por trincas, poros, inclusões de materiais no cordão de solda ou ainda variações nas propriedades estruturais, que podem levar à perda da resistência e posteriormente à falha do material. As falhas classificam-se da seguinte forma: Descontinuidades: Imperfeições que não interferem no funcionamento de um equipamento, por exemplo vazios internos formados na estrutura do material, decorrentes do processo de fundição e se situam dentro do critério de aceitação. Defeitos: Um defeito é uma descontinuidade que é crítica para o funcionamento de um equipamento, e se situam acima do critério de aceitação. Os ensaios não destrutivos são usados para inspeção e também para o monitoramento das condições de operação das máquinas. A grande vantagem é o não descarte do material ou estrutura sob teste. ensaio de ULTRASSOM Conceito: esse ensaio é baseado em ondas de ultrassom para detecção de defeitos internos. Nesse ensaio são induzidas ondas ultrassônicas que se propagam através do material. Pelo eco captado no receptor, determina-se a existência ou não de descontinuidades. Entre os defeitos mais comuns apresentados estão: trincas, falta ou excesso de penetração, porosidade, inclusão de escória, entre outros. Figura: Aparelho de ensaio ultrassom. ensaio de ULTRASSOM O princípio básico de funcionamento, está indicado na Figura ao lado: Consiste na emissão de uma onde mecânica por um transdutor (a), A partir do momento em que esta onda é emitida o aparelho começa a contar o tempo. Ao incidir na descontinuidade ocorre uma reflexão da onda que retorna ao transdutor (b), E gera um sinal elétrico, que é processado e mostrado na tela do aparelho de análise (d), Sendo a posição do eco proporcional ao caminho percorrido pelo som até a descontinuidade da peça. (a) Emissão do pulso de ultrassom; (b) eco gerado pelo reflexo da onda na descontinuidade; (c) inspeção de peça por meio de ultrassom e (d) detalhe do gráfico formado pela emissão e eco do ultrassom ensaio de ULTRASSOM Aplicações: Detecção e avaliação de descontinuidades internas e superficiais em peças, produtos e matéria prima; Medição de espessuras; Controle de taxa de corrosão; Determinação de certas propriedades físicas, características da micro e macroestrutura e estimativa do tamanho de grão. Figura: Princípio básico do ensaio ultrassônico. ensaio de ULTRASSOM Vantagens: Localização exata de descontinuidades presentes nas peças; Alta sensibilidade; Maior capacidade de penetração para detecção de descontinuidades internas; Resultados imediatos; Não requer cuidados específicos quanto a segurança operacional. Limitações: Exige grande conhecimento teórico para o desenvolvimento do procedimento; Peças com rugosidade, formato irregular, muito pequenas ou finas ou não homogêneas são difíceis de inspecionar. Figura: Ensaio de ultrassom. ensaio de radiografia (raio-x) Conceito: O raio x industrial funciona utilizando as propriedades da radiação ionizante para produzir os filmes radiográficos: a radiação atravessa a solda ou equipamento que está sendo inspecionado e registra no filme radiográfico os eventuais defeitos que o equipamento ou solda possa ter. Entre os defeitos mais comuns apresentados estão: trincas, falta ou excesso de penetração, porosidade, inclusão de escória, entre outros Ilustração técnica de ensaio radiográfico na indústria. ensaio de radiografia (raio-x) Aplicação: A radiografia industrial é usada para detectar variação de uma região de um determinado material que apresenta uma diferença em espessura ou densidade comparada com uma região vizinha, em outras palavras, a radiografia é um método capaz de detectar com boas sensibilidade defeitos volumétricos. A radiografia industrial é amplamente utilizada na inspeção de soldas, materiais fundidos e forjados. ensaio de radiografia (raio-x) Vantagens: Pode ser usada na maior parte dos materiais; Permite imagem em registro permanente; Inspeciona o interior dos materiais; Evidencia descontinuidades estruturais. Limitações: Difícil aplicação em objetos ou peças de geometria complexa; Necessidade de acesso às duas faces da peça; Difícil ou impossível a detecção de defeitos lamelares paralelos ao filme; É um método relativamente caro; É necessário utilizar procedimentos de segurança. Figura: inspeção por raio-x em tubulação. ensaio de gamagrafia Conceito: O conceito é praticamente o mesmo utilizado no raio-x. - Utiliza-se uma fonte radioativa emissora de radiação ionizante, do tipo gama . Principais fontes radioativas que podem ser utilizadas em gamagrafia. FONTES UTILIZADAS NA GAMAGRAFIA INDSTRIAL -isótopos radioativos (radioisótopos): Irídio-192, Selênio-75 e Cobalto-60, entre outros. -Cada tipo de fonte - é escolhida de acordo com a espessura do equipamento que será inspecionado, devido à diferença de energia da radiação emitida e o poder de penetração de cada radioisótopos. FAIXAS DE ESPESSURA DOS MATERIAIS PARA CADA FONTE -Selênio-75 - é utilizado para materiais com baixas espessuras - Irídio-192 - usado para materiais com espessuras intermediárias - Cobalto-60 - usado para materiais com espessuras maiores. ensaio de gamagrafia Aplicação: - Muito utilizada para inspecionar juntas e estruturas metálicas dos mais variados equipamentos, tais como: tanques, fornos, caldeiras, cascos de navio, tubulações, componentes de fabricação de automóveis, aviões, etc. A Inspeção por gamagrafia é indicada para materiais com espessuras intermediárias, de 3 a 100 mm. Figura: ensaio de gamagrafia ensaio de gamagrafia Vantagens: - O equipamento é portátil e não depende de energia elétrica para funcionar. - Pode-se realizar a Inspeção por gamagrafia em condições adversas, como por exemplo em locais de difícil acesso, tais como: tubulações no meio da selva, alto de torres, interior de caldeiras, cascos de navio, etc. Comparação entre as técnicas de raios x e raios gama Diferenças entre Raio-X e Raio-Gama: A diferença mais importante está no fatode que nos aparelhos de raio-x é possível regular a tensão anódica, e em consequência, o poder de penetração dos raios-x. Isto não é possível para os aparelho de raio-gama, pois precisaríamos mudar a fonte radioativa. Por exemplo: No caso dos aços, para espessuras pequenas (10 a 80mm) usa-se o Irídio, e para espessuras maiores (60 a 150mm) aplica-se o Cobalto. Do ponto de vista da qualidade, os raios-x são melhores que os raios-gama Em relação a custos, a aparelhagem para produzir raios-gama é mais barata que a dos raios-x. Se a energia elétrica não estiver disponível, o raio-gama será a única opção. Os equipamentos de gamagrafia são menores e mais flexíveis, facilitando seu uso e locomoção. Uma outra grande vantagem dos raios-gama é a sua emissão esférica. Comparação entre as técnicas de raios x e raios gama Diferenças entre Raio-X e Raio-Gama: CARACTERISTICA RAIO-X RAIO-GAMA PODER DE PENETRAÇÃO REGULA TENsÃO ANÓDICA TROCA TIPO DE FONTE QUALIDADE DA RADIOGRAFIA MELHOR PIOR ALIMENTAÇÃO ELÉTRICA NECESSÁRIA NÃO É NECESSÁRIA ESPESSURA ALTA (MAIOR QUE 90mm) O PODER DE PENETRAÇÃO NÃO É SUFICIENTE O PODER DE PENETRAÇÃO É SUFICIENTE INTALAÇÕES ALTO CUSTO BAIXO CUSTO ACESSO APRESENTA PROBLEMAS NÃO APRESENTA PROBLEMAS PROTEÇÃO/SEGURANÇA PROPORCIONA FÁCIL CONTROLE É NECESSÁRIOS MAIORES CUIDADOS Ensaios por particulas magnéticas Conceito: O Ensaio por Partículas Magnéticas embora eficaz, é aplicável somente em verificações de descontinuidades próximas à superfície, e em materiais ferromagnéticos. Tal processo pode ser realizado durante a fabricação da peça, ou mesmo depois e em manutenções futuras (WIRBELSTROM, p. 1). Consiste em magnetizar a peça, submetendo-a a um campo induzido por corrente elétrica. Existindo descontinuidade no sentido perpendicular ao campo, ela fará com que o campo se desvie para fora da peça, formando um dipolo magnético (Polo Norte e Polo Sul). A esse campo desviado dá-se o nome de campo de fuga. Ao aplicar partículas magnéticas sobre a peça, elas serão atraídas pelo dipolo, formando uma indicação visível da descontinuidade. Para compreensão total deste processo. faz-se necessário o entendimento de conceitos básicos de eletromagnetismo, por isso tal ensaio só poderá ser realizado por um operador que tenha recebido o devido treinamento. Figura: Campos de fuga, capazes de atrair material magnetizável. Ensaios por particulas magnéticas Conceitos básicos de eletromagnetismo: Campo magnético – entendido como linhas de força invisíveis que entram e saem de um ímã, ou que circundam concentricamente um condutor percorrido por corrente. Fluxo magnético – conjunto de todas as linhas do campo magnético. Materiais ferromagnéticos – elementos com alto grau de alinhamento magnético, podendo ser atraídos fortemente por ímãs. (GUSSOW, 1985, p. 218). Ensaios por particulas magnéticas Conceitos básicos de eletromagnetismo: Curva de histerese – “esta curva mostra a magnetização e desmagnetização de um material” (WIRBELSTROM, p. 4). Tal curva indica propriedades do material, como: Permeabilidade (μ): “capacidade do material magnético de concentrar o fluxo magnético”. (Gussow, 1985, p. 219). Relutância (R): “oposição que um material oferece à produção do fluxo” (GUSSOW, 1985, p. 230). Retentividade (B): “densidade de fluxo residual depois de a força magnetizadora chegar a zero” (GUSSOW, 1985, p. 219). Força coerciva (H): “força magnetizadora que deve ser aplicada no sentido inverso para reduzir a densidade de fluxo a zero”.(GUSSOW, 1985, p. 219). Esquemática: Histerese magnética. Ensaios por particulas magnéticas Etapas básicas para este ensaio: Estudar os documentos aplicáveis; Efetuar um pré-limpeza; Estabelecer na peça um campo magnético adequado; Aplicar as partículas magnéticas na superfície da peça; Examinar e analisar os acúmulos de partículas na superfície da peça; Desmagnetizar, limpar, proteger e identificar a peça; Elaborar um relatório com os resultados obtidos. Ensaios por particulas magnéticas vantagens da inspeção por partículas magnéticas? O processo de ensaio é rápido e simples em sua aplicação. Altamente sensível à detecção de indicações superficiais e subsuperficiais. As indicações aparecem na mesma peça que se está ensaiando. O método pode, algumas vezes, funcionar através de camadas de contaminantes ou recobrimentos de pequenas espessuras. O método é viável para a automatização e a inspeção de produção de alto volume. Mais barato e eficiente que outros métodos de controle de qualidade. Tipos de magnetização Os diferentes tipos magnetização são: Método seco, visível. Método úmido, fluorescente. Método úmido, visível. Diferença de sensibilidade entre o método úmido e o seco: O método úmido oferece uma melhor sensibilidade para a detecção de descontinuidades muito finas e superficiais. O método seco oferece uma melhor sensibilidade para a detecção de descontinuidades abaixo da superfície. Ensaios por líquidos penetrantes Conceito: O ensaio por Líquidos Penetrantes é o método de inspeção, para a detecção de descontinuidades abertas à superfície, mais utilizado e popular, sendo uma técnica de baixo custo e fácil interpretação dos resultados. Está técnica é muito utilizada na fabricação de equipamentos novos, inspeção e acompanhamento de soldagem e avaliação de equipamentos em operação. Esta técnica baseia-se no principio da capilaridade, pois o líquido penetra nas descontinuidades abertas à superfície de aplicação e após a remoção do seu excesso, é revelado por um contraste aplicado na mesma superfície. Ensaios por líquidos penetrantes Métodos de aplicação: Pré-lavar e secar Aplicação de penetrantes (Imersão, pulverizar, pincelamento) Remoção de penetrantes (se determina segundo o método penetrante utilizado – lavável com água, pós-emulsificável, removível com solvente). Secagem Aplicação do revelador Inspeção Limpeza posterior Qual é o tempo de permanência recomendado? Geralmente de 5 a 15 minutos no mínimo (aplicações mais sensíveis necessitam de maior tempo de penetração). Ensaios por líquidos penetrantes Diferentes métodos de aplicação: Úmido não aquoso (normalmente se aplica por pulverização em aerossol). Pó seco (aplicado por imersão, pulverizando/polvilhando, escovando). Úmido solúvel em água (aplicado por imersão, pulverizando/fluindo). Úmido suspenso em água (aplicado por imersão, pulverizando/fluindo) Ensaios por líquidos penetrantes Vantagens: Pode ser aplicado em uma ampla variedade de materiais. Simples de utilizar. Conta com uma alta sensibilidade a descontinuidades superficiais muito finas ou estreitas. As indicações aparecem na mesma peça que está se ensaiando. Facilmente adaptável a inspeções em linhas de produção de alto volume. A inspeção por líquidos penetrantes é um método rápido e econômico de inspeção. Ensaios por líquidos penetrantes Limitações: Somente pode detectar descontinuidades superficiais (abertas a superfície). Os materiais a ser ensaiados devem ser não porosos. As peças devem estar livres de contaminantes e recobrimento que poderiam bloquear o trânsito dos penetrantes. Ensaios por tomografia computadorizada Conceito: Normalmente utilizados em exames de diagnóstico médico, equipamentos de tomografia ajudam a observar o funcionamento interno de estruturas sem a necessidade de uma intervenção física. No caso da tomografia industrial, a lógica é praticamente a mesma. Por meio de feixes de raios-X, são projetadas imagens da peça ou artefato em análise e o equipamento consegue obter imagens tridimensionais de estruturas internas. Existem duas principais aplicações para a tomografia industrial: análise de defeitos e caracterização dimensional. Laboratório de tomografia industrial. Ensaios por tomografia computadorizada Aplicação: Análise de defeitos É usado em estruturas maciças que apresentam falhas de preenchimento no interiorda peça, difíceis de serem observadas / identificadas. A tomografia industrial atua para encontrar tanto defeitos de inclusão, quanto de vazio (poros). Isso é fundamental em processos de fabricação específicos, tipicamente os que envolve plásticos, pois têm forte tendência a apresentar defeitos de conformidade ao longo da sua estrutura. A avaliação por tomografia possibilita a identificação de ocorrência de falhas e também o mapeamento, analisando as causas e possibilitando a correção dos defeitos. Matriz volumétrica via tomografia computadorizada de raios-x Ensaios por tomografia computadorizada Aplicação: Caracterização dimensional No dia a dia de um processo industrial, a variação de poucos décimos de milímetros pode fazer uma grande diferença no resultado de uma peça. Na indústria automobilística, por exemplo, pode significar a segurança do veículo por conta do mau encaixe de peças. Por isso, algumas empresas solicitam a análise por meio de tomografia industrial para mapear suas peças e entender exatamente qual é o modelo ideal, para que ele possa ser replicado. O instrumento faz uso de raios-X para fazer a varredura da peça e um software consegue reproduzi-la fielmente por meio de pontos e dar a noção exata de altura, espessura, diâmetro, etc. Matriz volumétrica via tomografia computadorizada de raios-x Ensaios por tomografia computadorizada Aplicação: Engenharia reversa A Engenharia reversa significa entender todas as características de um produto e mapeá-lo com o objetivo de aprimoramento ou estudo. Isso serve para aumentar a eficiência dos produto da empresa ou para estudar os produtos da concorrência. Através da tomografia industrial, é possível responder a uma simples pergunta: o que faz este produto ser tão bom que o torna diferente dos outros? PORTANTO, a engenharia reversa é um importante aliado no desenvolvimento de produtos industriais e a tomografia industrial, um importante recurso para alcançá-la. Matriz volumétrica via tomografia computadorizada de raios-x
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