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ENG01156 – MECÂNICA – ÁREA 1 AULA 3 – VETORES DE MOMENTO 1. DEFINIÇÕES Momento: grandeza vetorial que mede a tendência de uma força de gerar rotações em um corpo. Binário: par de forças não colineares, de mesma direção, mesmo módulo, porém sentidos contrários, separadas por uma distância perpendicular d. Conjugado: é o momento produzido pelo binário. Pode-se demonstrar que há uma equivalência entre um binário e seu conjugado. Ou seja, pode-se substituir um binário por um conjugado e vice-versa. Embora a soma vetorial das forças do binário seja nula, ocorre o momento do binário em relação a um polo qualquer no plano que contém as forças do binário. Verifica-se que o momento de um binário independe da posição do polo. Na verdade, o momento do binário depende (além da própria força F) apenas da distância d entre as suas forças, sendo dado por M = F.d. Calculando o momento do binário abaixo em relação ao seu ponto médio O (usando convenção de sinais de acordo com a regra da mão direita), obtém-se: O . 2 . 2 .M F d F d F d Observe que o mesmo resultado é obtido tomando como polo o ponto O’: O' .( ) . .M F d b F b F d 2. MOMENTO DE UMA FORÇA EM RELAÇÃO A UM PONTO Para deduzir a expressão que define o vetor momento de uma força em relação a um ponto qualquer no espaço, considere a figura abaixo, onde uma força F é aplicada no ponto A do corpo. Deseja-se calcular o momento em relação ao ponto O. Inicialmente, define-se um vetor posição OAr entre os pontos O e A. Observe que os vetores OAr e AF estão contidos em um mesmo plano, sendo o menor ângulo formado entre eles neste plano. O braço de alavanca d é também definido neste mesmo plano, sendo a menor distância entre o ponto de aplicação da carga A e o ponto de avaliação do momento O. No plano que contém OAr e AF pode-se estabelecer a seguinte relação: sen OAd r . Por definição, o módulo do momento em O é dado por: O .M F d . Assim, substituindo d obtido da primeira equação no módulo do momento, chega-se à seguinte expressão: O . .senOA AM r F , a qual representa o módulo do produto vetorial entre os vetores OAr e AF . Portanto: O OA AM = r F O x y z y z z y z x x z x y y x x y z r r r r F r F r F r F r F r F F F F i j k M = i j + k 2 2 2;O x y z O x y zM M M M M M M M = i j + k ; ;x y z z y y z x x z z x y y xM r F r F M r F r F M r F r F OBS: pelo princípio da transmissibilidade, o ponto A pode ser qualquer ponto que pertença à linha de ação da força F . Direção e sentido de OM : O vetor momento OM está orientado na direção normal em relação ao plano que contém os vetores OAr e AF , com sentido definido pela regra da mão direita. A convenção de sinais indica que uma componente de momento será positiva quando produzir a tendência de rotação do corpo no sentido anti-horário em relação ao eixo correspondente. OBS: para uma correta avaliação da regra da mão direita, coloque sempre os vetores OAr e AF em uma mesma origem. Unidades: [F].[L]. No Sistema Internacional (SI): [N.m]. 2.1 Teorema de Varignon – problemas planos Em problemas planos, a notação vetorial pode ser substituída por uma abordagem puramente escalar, já que as componentes de forças e momentos, bem como sua direção, são facilmente obtidas. No caso dos momentos, o cálculo do módulo do momento de uma força em relação a um ponto MO = F.d geralmente requer braços de alavanca cujas direções complicam sua obtenção. Nestes casos, pode-se aplicar o chamado Teorema de Varignon, demonstrado abaixo: . . .y xF d F x F y Ou seja, o momento em um ponto de uma força pode ser obtido de forma equivalente pela soma dos momentos das componentes da força em relação ao mesmo ponto. Exemplos: 1. Calcular o momento da força de 600 N em torno do ponto O na base do pórtico. Aplicando o teorema de Varignon, calculam-se primeiramente as componentes da força segundo os eixos x e y: 600.cos 40º 460xF N 600. 40º 386yF sen N É importante lembrar que os sinais das componentes da força não são considerados no cálculo do momento, cuja convenção de sinais segue a regra da mão direita. Assim: 4.460 2.386 2612 .OM N m 2. A barra AB é submetida a uma força de 60 N orientada de C para B. Determine o momento criado por F em relação ao ponto A. Pelo princípio da transmissibilidade, pode-se escolher qualquer ponto que pertença à linha de ação da força como ponto de aplicação. Nesta solução, adota-se o ponto B. Assim: 1;3;2 0;0;0 1 3 2 [ ]AB B AP P m r i j k Vetor unitário de direção da força: 2 2 2 1;3;2 3;4;0 2; 1;2 0,667 0,333 0,667 31 3 3 4 2 0 CB CB CBr r i j k Vetor força: 60 0,667 0,333 0,667 40 20 40 [ ]B B CBF N F i j k i j k Assim, o momento em A é dado por: 1 3 2 160 120 100 [ . ] 40 20 40 A AB B N m i j k M = r F i j + k 22 2160 120 100 223,61 [ . ]AM N m = Vetor unitário de momento: 160 120 100 0,716 0,537 0,447 223,61 i j + k i j + k 3. MOMENTO DE UMA FORÇA EM RELAÇÃO A UM EIXO Como será visto mais adiante, a soma de momentos em relação a um eixo pode ser utilizada como uma condição de equilíbrio de corpo rígido. Para calcular o momento de uma força AF em relação a um eixo L, procede-se da seguinte maneira: 1º Obter um vetor momento auxiliar em qualquer ponto que pertença ao eixo em relação ao qual se deseja calcular o momento. Na figura ao lado, optou- se pelo ponto O: O OA AM = r F 2º Obter a projeção do vetor OM sobre o eixo: OL O LM =M onde L é o vetor unitário de direção do eixo, calculado a partir de dois pontos quaisquer pertencentes ao eixo. 3º Obter o momento em relação ao eixo: OL OL LM M Observe que o primeiro e o segundo passo podem ser resumidos em um produto misto, ou seja: x y z OL L O L OA A x y z x y z M r r r F F F = M r F Exemplos: 1. Determine o momento da força de 100 N, aplicada em A, em relação ao eixo que passa por OC. Obtém-se, primeiramente, a descrição vetorial do vetor força: AB A A AB AB AB F r r F 0;5;4 3;5;0 3 4 [ ]AB B AP P m r i k 2 23 4 5ABr m 3 4 0,6 0,8 5AB i k i k 100 0,6 0,8 60 80 [ ]A N F i k i k Na sequencia, obtém-se um momento auxiliar da força em relação a um ponto qualquer que pertença ao eixo OC. Nesta solução, optou-se pelo ponto O, o que leva à seguinte expressão: 3 5 0 400 240 300 [ . ] 60 0 80 O OA A N m i j k M r F i j k Para a projeção do vetor OM sobre o eixo OC, obtém-se, primeiramente, o vetor unitário do eixo: 2 2 0;1;1 0;0;0 0,707 0,707 1 1 OC OC OCr r j k Assim: 400 240 300 0,707 0,707 42, 43 .OC O OCM N m M i j k j k Portanto: 42,43 0,707 0,707 30 30 .OC OC OC= M N m M j k j k
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