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PEÇA 2 - Módulo 2 - Eixo III

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EXCELENTÍSSIMO (A) SR (A) DR (A) JUÍZO DE DIREITO DA ____ VARA CÍVEL DA COMARCA DE (...).
BERENICE, solteira, nacionalidade (...), profissão (...), CPF sob o nº (...), RG nº (...), residente e domiciliada no endereço (...),Uberaba/MG, CEP: (...), endereço eletrônico (...); MATIAS, solteiro, nacionalidade (...), profissão (...), CPF sob o nº (...), RG nº (...), residente e domiciliado no endereço (...),Uberaba/MG, CEP: (...), endereço eletrônico (...); vem, através de seu advogado(a), conforme procuração em anexo, respeitosamente, à presença de V. Exª ajuizar
AÇÃO DE RESCISÃO CONTRATUAL C/C PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS
Em desfavor da empresa BELA CONSTRUÇÕES LTDA, empresa de direito privado, estabelecida no endereço (...), inscrita no CNPJ sob o nº. (...), com endereço eletrônico (...), pelos fatos e fundamentos aduzidos a seguir:
I – DA JUSTIÇA GRATUITA
	Os Autores não possuem condições de arcar com as despesas do processo. Seus recursos financeiros são insuficientes para pagar as despesas do processo, inclusive o recolhimento das custas iniciais.
          Dessarte, formula pleito de gratuidade da justiça, o que faz por declaração de seu patrono, sob a égide do art. 99, § 4º c/c 105, in fine, ambos do CPC, quando tal prerrogativa se encontra inserta no instrumento procuratório acostado.
 II – DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
Opta-se pela realização da audiência conciliatória (CPC, art. 319, inc. VII), razão qual requer a citação da Promovida, por carta (CPC, art. 247, caput), para comparecer à audiência, designada para essa finalidade (CPC, art. 334, caput c/c § 5º).
III – DOS FATOS
Os autores, residentes na Cidade de Uberaba/MG, sonhando com o casamento, adquiriram da empresa Ré um apartamento na planta para residirem após o matrimônio localizado na Cidade de Uberlândia/MG, tendo sido estabelecida a cidade de Belo Horizonte/MG para o foro de eleição do contrato - competente para dirimir as controvérsias da compra e venda firmada. 
Considerando que o contrato previa a entrega da obra em janeiro de 2022, os autores marcaram o casamento para o mês de novembro do mesmo ano, justamente pensando no tempo hábil para planejar e comprar os móveis e eletrônicos do apartamento e deixá-lo pronto para a moradia do casal. 
Contudo, a construtora não finalizou a obra na data estabelecida no contrato e não apresentou nenhuma justificativa para os sautores acerca do atraso, nem mesmo estipulou nova data para entrega do imóvel. Os noivos notificaram extrajudicialmente a Construtora, a fim de que esta realizasse a entrega da unidade, sob de rescisão contratual e de multa contratual no valor de R$ 30.000,00 (trinta mil reais) (conforme documento em anexo). Porém, em resposta a notificação, a construtora informou que não seria possível a entrega da obra em razão de ainda estar em fase de construção, uma vez que houve atraso na entrega de materiais, não havendo expectativa de data para a entrega do imóvel aos compradores. 
Diante disso, frustrados com a resposta da construtora e considerando a proximidade do casamento deles, os autores extremamente abalados pelo ocorrido não tiveram outra opção senão a propositura da presente ação.
 
IV – DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS
a) DO ATO ILÍCITO – ATRASO NA ENTREGA DO IMÓVEL – DANOS MATERIAIS E MORAIS
O ordenamento jurídico prevê que aquele que sofre dano causado por outrem tem direito de receber o que efetivamente perdeu e o que deixou de lucrar, conforme o Código Civil:
Art. 402. “Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidas ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar”.
O art. 395 do Código Civil é cristalino:
Art. 395. “Responde o devedor pelos prejuízos a que sua mora der causa, mais juros, atualização dos valores monetários segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado”.
O inadimplemento da obrigação da Ré, consiste na falta da prestação devida, do dever jurídico por parte da devedora.
Foi exatamente o que ocorreu, inferência que se extrai da narrativa dos fatos e dos documentos que instruem a presente ação.
No contrato de promessa de compra e venda, em anexo, no item “(...) – PRAZO PARA CONCLUSÃO E ENTREGA DO IMÓVEL – Janeiro de 2022”.
Destarte, as rés ficaram inadimplentes com sua obrigação de entregar o imóvel objeto da promessa de compra e venda, sem apresentar qualquer justificativa aceitável.
Portanto, restou flagrantemente infringida a respectiva cláusula contratual que determinou a entrega do imóvel para o mês de janeiro de 2022, em razão do imóvel ainda estar em fase de construção. 
Tenha-se presente que o compromisso de compra e venda é contrato bilateral, no qual se estabeleceu a obrigação das rés entregarem o imóvel.
O que é relevante considerar, no contrato bilateral, é que a prestação de uma das partes tem por razão de ser, e nexo lógico, a prestação do outro contratante. Melhor se diria que a obrigação de um contratante tem como causa a prestação do outro contratante. Cada uma das partes é a um tempo credora e devedora da outra e a reciprocidade acima apontada constitui a própria característica desta espécie de negócio.
Se os autores cumpriram as suas obrigações (pagamento do preço), é porque vislumbram, além das demais obrigações das rés, a efetiva entrega do imóvel na data convencionada.
Nesse sentido, preceitua a Lei 8.078/1990:
“Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:
VII – A efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos”.
Destaca-se, que a intenção dos autores ao adquirir o imóvel em questão, sempre foi de receber o apartamento o quanto antes, para planejar e comprar os móveis e eletrônicos do apartamento e deixá-lo pronto para a moradia.
Desta forma, a demora injustificada na liberação das chaves fez com que os autores ficassem impedidos de morar em seu imóvel, devendo verificar um outro local seja por aluguel ou compra até que o imóvel em questão terminasse de ser construído, trazendo diversos prejuízos aos autores.
Assim, os autores pretendem a rescisão do contrato, o recebimento dos valores pagos de R$ 100.000,00 (cem mil reais), o pagamento da multa contratual e o recebimento de danos morais pelo ocorrido.
b) DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA – DEVER DA RÉ DE INDENIZAR
Segundo Código de Defesa do Consumidor, uma vez que, de acordo com o critério objetivo e legal, estão presentes consumidor e fornecedor, definidos nos arts. 2º e 3º da Lei 8.078/1990.
Nesse sentido, preceitua a Lei 8.078/1990:
“Art. 6º - São direitos básicos do consumidor:
VII – A efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos”.
Além de não usufruir do imóvel, o atraso na entrega deste, gerou aos autores diversos danos, pela impossibilidade de utilização da sua propriedade.
Os fatos já narrados e os dispositivos legais, são claros no sentido de que as rés devem indenizar aos autores, pois além da sua responsabilidade objetiva, houve indubitável nexo de causalidade entre sua omissão e a produção dos eventos danosos.
O Código Civil aplicado subsidiariamente ao CDC, estabelece que:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Por sua vez, o CDC é expresso ao responsabilizar de forma objetiva, as condutas das rés, impondo-lhes o dever de indenizar, na linha do que preceitua o Código Civil:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dosserviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
Ademais, na linha do equilíbrio contratual é de se observar que:
Art. 408. “Incorre de pleno direito o devedor na cláusula penal, desde que, culposamente, deixe de cumprir a obrigação ou se constitua em mora”.
Art. 409. “A cláusula penal estipulada conjuntamente com a obrigação, ou em ato posterior, pode referir-se à inexecução completa da obrigação, à de alguma cláusula especial ou simplesmente à mora”.
Assim, ante cristalina disposição legal e ao fato das rés não terem cumprido com o seu dever contratual de entregar o imóvel na data aprazada, é que surge seu dever de indenizar aos autores, no pagamento da compensação pelo não uso, de 1% por cada mês de atraso, sobre o valor atualizado do contrato (conforme tabela em anexo.
V - DOS DANOS MORAIS
a) DA CONDENAÇÃO A INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS
A garantia da reparabilidade do dano moral, é absolutamente pacífica tanto na doutrina quanto na jurisprudência. Tamanha é sua importância, que ganhou texto na Carta Magna, no rol do artigo 5º, incisos V e X, dos direitos e garantias fundamentais faz-se oportuna transcrição:
“Inciso V: é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem”.
“Inciso X: são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.
Ab initio, quando o consumidor adquire um imóvel em construção, a construtora tem que estabelecer contratualmente um prazo para a entrega definitiva do mesmo. Havendo atraso na entrega e na liberação das chaves estará tendo o adquirente (consumidor) prejuízos financeiros e morais (emocionais).
Há que se lembrar que quando se compra um imóvel em construção, o consumidor passa a fazer planos para o uso do bem adquirido e isso envolve questões emocionais, planejamentos econômicos, etc. Qualquer descumprimento na data da entrega do bem, certamente trará ao comprador vários tipos de transtornos, que deverão ser suportados pela construtora vendedora.
Assim, configura-se, in casu, um atraso injustificado e além do razoável, que ultrapassa os limites de um mero aborrecimento cotidiano, configurando os danos morais.
Isso porque, o grande atraso na entrega das chaves do imóvel adquirido pelos autores frustrou as suas expectativas de uso e propriedade. O descumprimento do contrato, de fato, ocasionou angústia, desgosto aos autores, a sensação de impotência e frustração aos autores, pois é notório que quem adquire o imóvel e efetua o pagamento regular das prestações, sente-se frustrado por não poder dispor do bem, sofrendo aflição psicológica, em razão do prolongado martírio de espera pela entrega do imóvel adquirido. Consequentemente, os danos extrapatrimoniais se fazem presentes.
Ressalte-se que, no caso, configuram-se danos morais decorrentes não do mero descumprimento do contrato, mas, sim, daquele que transborda os limites da razoabilidade, com atraso excessivo na entrega das chaves do imóvel, e mais, por motivos injustificáveis.
Dessa forma, a ré não pode repassar ao consumidor o risco da atividade que exerce, impondo aos autores que suportem os prejuízos pelo atraso na entrega do imóvel. O imóvel não foi entregue no prazo ajustado, tampouco na prorrogação contratual, o que resulta na responsabilização da ré pelo atraso na entrega do bem.
Enfim, quando se trata de reparação de dano moral como no caso em tela, nada obsta a ressaltar o fato de ser este, tema pacífico e consonante tanto sob o prisma legal, quanto sob o prisma doutrinário. Por conseguinte, mera relação de causa e efeito seria falar-se em pacificidade jurisprudencial. Faz-se patente, a fartura de decisões brilhantes em consonância com o pedido do autor, proferidas pelos mais ilustres julgadores em esfera nacional.
Sobre o tema, colhe-se da jurisprudência:
[...] “O valor da indenização do dano moral deve ser arbitrado pelo juiz de maneira a servir, por um lado, de lenitivo para o abalo creditício sofrido pela pessoa lesada, sem importar a ela enriquecimento sem causa ou estímulo ao prejuízo suportado; e, por outro, deve desempenhar uma função pedagógica e uma séria reprimenda ao ofensor, a fim de evitar a recidiva” [...] (TJSC, AC n. 2001.010072-0, de Criciúma, rel. Des. Luiz Carlos Freyeslebem, Segunda Câmara de Direito Civil, j. Em 14-10-04).
Assim, atento ao princípio da prudência e às peculiaridades do caso sub judice já apontadas, ausente o critério objetivo de fixação da verba indenizatória por danos morais e levando-se em conta os profundos abalos emocionais, transtornos, constrangimentos e danos sofridos pelos autores, provocados pelo demasiado atraso na entrega do imóvel e demais ilícitos praticados e o entendimento firmado pelo Egrégio Tribunal de Justiça de Minas Gerais e o Superior Tribunal de Justiça, diante dos casos similares julgados, e versando sobre a justa quantificação dos danos morais, será justa a indenização na ordem de 10% sobre o valor atualizado do imóvel, referente à reparação pelos sérios danos morais sofridos pelos autores.
VI – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Diante de tudo o quanto restou demonstrado, e com sede e ancoradouro nas legislações específicas e vigentes quanto à matéria e sem dispensar os doutos suprimentos deste E. Juízo, os autores oferecem para a seleta e lúcida consideração de Vossa Excelência, os seguintes pedidos:
a) Requer alternativamente, a condenação das rés ao pagamento da multa de 1% pelo atraso na entrega do imóvel após o período de tolerância previsto na cláusula (...), qual seja, janeiro de 2022, acrescidos de juros e correção monetária, até os dias atuais;
e) Sejam as rés condenadas a lhe indenizar, sob a rubrica de danos materiais, que até a presente data, perfaz o valor de R$(...) acrescidos dos respectivos consectários legais até o efetivo pagamento;
f) Seja rescindido o contrato e ressarcido aos autores, o valor de R$100.000,00 (cem mil reais) pagos pelo imóvel;
g) Condenar as empresas rés, a indenizar os autores pelos danos morais sofridos, na ordem de 10% sobre o valor atualizado do imóvel, referente à reparação pelos sérios danos morais sofridos pelos autores, devendo sobre tal valor incidir juros e correção monetária desde a data do fato, conforme a Súmula 43 do Superior Tribunal de Justiça;
h) Seja declarada a inexistência de qualquer débito condominial e de IPTU de responsabilidade dos autores, referentes ao período de janeiro de 2022 a data atual.
i) Seja suspendido o pagamento dos boletos vincendos que deveriam ser pagos à construtora.
PARA TANTO, REQUER:
a) A condenação das rés ao pagamento de custas judiciais e extrajudiciais, honorários advocatícios e no ônus da sucumbência;
b) A citação das rés, nos endereços mencionados no preâmbulo, para querendo, contestarem a presente ação;
d) Seja concedido o benefício da gratuidade da justiça, por ser pobre no sentido legal e não dispor de recursos para arcar com as custas do processo e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento e de sua família.
Protestam pela produção de todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente a prova documental, juntada de novos documentos, depoimento pessoal das rés e testemunhal.
Dá-se à causa o valor de R$ (...)
Termos em que
Pede provimento.
Belo Horizonte, 24 de Outubro de 2022.
Advogado
OABXX/ XXXX

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