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DESCENTRALIZAÇÃO DA POLÍTICA URBANA Jão Vitor Silva de Oliveira Matrícula Curso Superior em Gestão Pública Segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), de 2015, a maioria da população brasileira vive em áreas urbanas: 84,72%. Até o final da década de 1930, esse percentual não alcançava 15%. Junto com esse crescimento acelarado, vieram problemas, como precariedade habitacional e falta de infraestrutura, e a necessidade cada vez mais expressiva do envolvimento dos cidadãos na constituição das cidades. Lefebvre, sociólogo francês, em 1991, dizia que a construção das cidades está relacionada à materialidade que vem das práticas sociais: é a realidade presente, imediata, concretizada em um espaço físico onde as pessoas vivem, circulam, moram, trabalham e transformam o ambiente conforme suas necessidades e interesses. Estes conceitos apontam que as cidades são resultado de um complexo processo de modificação contínua do ambiente, envolvendo projetos e ideias distintas vindos de agentes da sociedade civil e de estatais que moldam as políticas públicas urbanas. Neste sentido, as políticas urbanas representam um projeto de cidade, abrangendo as relações de diversas forças sociais quanto ao modo de ocupação ou de produção do espaço urbano. Audiências públicas, conselhos e consultas são exemplos de espaços institucionais de participação social que permitem a contribuição da população no monitoramento, fiscalização e formulação de propostas de políticas públicas. Além disso, esses espaços também são uma oportunidade de partilha de poder entre sociedade civil e poder público. Por fim, ressalta-se que o avanço das reformas urbanas necessita estar alicerçada no fortalecimento de espaços democráticos e no controle social, além de estimular mudanças estruturais que possam progressivamente modificar a realidade de desigualdade social e promover cidades mais justas e inclusivas.
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