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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS CURSO DE PSICOLOGIA JAIR DEIVISON FREIRE AMORAS REDES SOCIAIS PESSOAIS DE UMA AMOSTRA DE ADOLESCENTES COM E SEM INDICATIVO DO TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE Belém – PA 2022 JAIR DEIVISON FREIRE AMORAS REDES SOCIAIS PESSOAIS DE UMA AMOSTRA DE ADOLESCENTES COM E SEM INDICATIVO DO TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Psicologia como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Bacharel em Psicologia pela Universidade Federal do Pará. Orientador: Prof. Dr. Fernando Augusto Ramos Pontes. Trabalho financiado pelo CNPQ, por meio de bolsa de Iniciação Científica. Belém – PA 2022 Faculdade de Psicologia – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Universidade Federal do Pará - Campus Universitário do Guamá. Av. Augusto Correa, s/nº - telefone: (91) 3201-7695 – Belém - PA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS FACULDADE DE PSICOLOGIA ATA DE DEFESA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO (FORMAÇÃO DO PSICÓLOGO) A BANCA AVALIADORA, composta pelas (os) professoras(es): DR. FERNANDO AUGUSTO RAMOS PONTES, DRA. NEUZELI MARIA DE ALMEIDA PINTO, MA SAMIA MÁRCIA ARAÚJO MONTEIRO PIRES; atribuem ao aluno JAIR DEIVISON FREIRE AMORAS, nº de matrícula: 201710740013, o conceito Excelente, pelo Trabalho de Conclusão do Curso Formação de Psicólogo, apresentado no dia 04 de fevereiro de 2022, e intitulado: “REDES SOCIAIS PESSOAIS DE UMA AMOSTRA DE ADOLESCENTES COM E SEM INDICATIVO DO TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE”. Belém, 04 de fevereiro de 2022. Assinaturas: 1º Membro (orientador): Fernando Augusto Ramos Pontes 2º Membro: Samia Márcia Araújo Monteiro Pires 3º Membro: Neuzeli Maria De Almeida Pinto À minha mãe, Elizabete, meu maior presente. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente à minha mãe, Elizabete Bezerra Freire, que me apoiou desde minha primeira decisão em cursar Psicologia e assim seguir meu sonho, sendo a pessoa que mais se alegrou a me ver dando os primeiros passos na Universidade Federal do Pará e, ao me tornar o que sou hoje, tenho certeza que só estou aqui por sua luta, sempre fomos eu e ela, a dupla inabalável. Mãe, esta não é nossa primeira conquista e com certeza não será nossa última. À minha família sou grato pelo incentivo acadêmico e pelo acolhimento nas maiores e mais difíceis situações que tive ao longo da minha trajetória, sei que estarão sempre ao meu lado, e eu ao de vocês. Um agradecimento especial para minha prima Karina, que cuidou de mim desde a sua adolescência, tenho certeza que seus filhos Elisa e Josué estão tendo amor e incentivo de sobra em suas vidas. Admito que seja afortunado por ter cruzado com pessoas tão especiais como Luana, Ícaro e Karla, minha saúde mental não seria razoavelmente aceitável sem vocês em meu percurso e agradeço por todas as palavras, gestos e atitudes que sempre me impulsionaram no caminho certo, os amo do fundo do coração e nunca os esquecerei. À família que encontrei no Laboratório de Ecologia do Desenvolvimento, onde sempre me senti acolhido, desde voluntário com a professora Simone a bolsista com o professor, que hoje é meu orientador, Fernando. Sou muito grato à nova família que fiz e pelas coletas, análises e reuniões que nos renderam ótimas memórias. Finalmente, aos meus grandes amigos, que estiveram comigo na alegria e na tristeza, compartilhando dos melhores momentos e assim sendo fundamentais no meu crescimento em todos os aspectos, novos caminhos se abrirão e continuaremos juntos e de mãos dadas. Amoras, J. D. F. Redes Sociais Pessoais de uma Amostra de Adolescentes com e sem Indicativo do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Psicologia (Formação do Psicólogo). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Universidade Federal do Pará, 2022. RESUMO O grande acúmulo de dados e a capacidade dos computadores e softwares de tratar tais dados possibilitou o surgimento de um novo campo científico, com uma epistemologia própria, a “ciência de redes”, pode-se dizer que a mais marcante, em termos de influência, é a Análise de Redes Sociais (ARS). A noção de Rede Social se baseia nas relações sociais ou relações entre atores. A ARS pode ser entendida como uma técnica de análise de dados, que, por intermédio da teoria dos grafos, estuda as relações sociais. ARS lida, essencialmente, com dados de natureza relacional, tal como relações entre objetos, indivíduos ou grupos e, especialmente, no que compete a este trabalho, a percepção que os adolescentes com características do TDAH possuem de suas redes de relacionamentos (redes sociais pessoais). O principal objetivo desta pesquisa foi descrever, comparar e analisar os componentes estruturais das redes sociais pessoais de uma amostra de 60 adolescentes de uma escola pública no município de Belém/PA divididos em grupos com e sem indicativo de TDAH, a fim de identificar possíveis associações entre o transtorno e os padrões de relacionamento. Para a coleta dos dados neste estudo foram utilizados três instrumentos: Questionário Juventude Brasileira; Formulários da Escala de ETDAH-AD; Questionário de Redes Sociais Pessoais Presenciais de Adolescentes com e sem indicativo de TDAH. Observou-se que adolescentes de ambos os grupos se agruparam com base em suas semelhanças como sexo, idade, gênero e orientação sexual, indicando um agrupamento social por homofilia. O grupo com indicativo mostrou maior preferência por relações no contexto Escola, com maior prevalência de relações de intensidade Moderada, com frequência Semanal. Quanto à durabilidade da mesma, apresentou menores médias entre o “meses” e “anos”, e menores médias de relações na categoria vida toda (em comparação ao grupo sem rastreio). Apresentou, ainda, baixo número de laços, baixa densidade e alta fragmentação das redes. O grupo sem indicativo também apresentou densidade baixa e alta fragmentação da rede, adolescentes deste grupo priorizaram o tipo de vínculo Familiar como mais importante entre os outros, maior frequência de contato diário e durabilidade de relações de vida toda atingiu maiores médias. Este grupo também obteve as maiores médias de intensidade de relação Forte, seguida da Moderada, sugerindo a família como principal fator de apoio no desenvolvimento desses adolescentes. Os resultados demonstram redes pessoais com baixo índice de densidades, topologicamente fragmentadas, e intensidade das relações predominantemente do tipo Moderada nas redes do grupo dos adolescentes com indicativo do transtorno e Forte nas redes dos adolescentes sem indicativo. PALAVRAS-CHAVE: Análise de Redes Sociais; Redes Sociais Pessoais; Adolescentes; Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade; TDAH. Amoras, J. D. F. Personal Social Networks of a Sample of Adolescents with and without Attention Deficit Hyperactivity Disorder Characteristics. (Psychologist Formation). Philosophy and Human Sciences Institute. Federal University of Pará, 2022. ABSTRACT The large accumulation of data and the ability of computers and softwares to process it enabled the emergence of a new scientific field, with its own epistemology, the “network science”, it can be said that the most striking in terms of influence is the Social Network Analysis (SNA). The notion of Social Network is based on social relationsor relations between actors. SNA can be understood as a data analysis technique, which, through graph theory, studies social relations. SNA deals, essentially, with data of a relational nature, such as correlations between objects, individuals or groups and, especially for this research, the perception that adolescents with ADHD characteristics have of their relationship networks (personal social networks). The main objective of this research was to describe, compare and analyze the structural components of the personal social networks of a sample of 60 adolescents from a public school in the city of Belém/PA, divided into groups with and without an indication of ADHD, in order to identify possible associations between the disorder and relationship patterns. For data collection in this study, three instruments were used: Brazilian Youth Questionnaire; ETDAH-AD Scale Forms; Personal Social Networks Questionnaire for Adolescents with and without ADHD. It was observed that adolescents from both groups were grouped based on their similarities such as sex, age, gender and sexual orientation, indicating a social grouping by homophily. It was observed that adolescents from both groups were grouped based on their similarities such as sex, age, gender and sexual orientation, indicating a social grouping by homophily. The group with indicative of ADHD showed a greater preference for relationships in the School context, with a higher prevalence of relationships of Moderate intensity, with a weekly frequency. As for its durability, it presented lower means between “months” and “years”, and lower means of relationships in the whole life category (compared to the group without indicative of ADHD). It also presented a low number of loops, low density and high network fragmentation. The group without ADHD characteristics also presented low density and high network fragmentation, adolescents in this group prioritized the type of family bond as the most important among the others, greater frequency of daily contact and durability of lifelong relationships reached higher averages. This group also obtained the highest mean intensity of relationship Strong, followed by Moderate, suggesting the family as the main factor of support in the development of these adolescents. The results demonstrate personal networks with a low density index, topologically fragmented, and intensity of relationships predominantly of the Moderate type in the networks of the group of adolescents with indicative of the disorder and Strong in the networks of adolescents without indicative. KEYWORDS: Social Network Analysis; Personal Social Networks; Adolescents; Attention Deficit Hyperactivity Disorder. ADHD. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Quadro 1: Definição das principais métricas em ARS................................................ 14 Figura 1: Média dos ambientes de predominância nas redes pessoais dos participantes do Grupo A (com indicativo) e Grupo B (sem indicativo)..................... 28 Figura 2: Média da frequência de contato dos adolescentes do Grupo A (com indicativo) e Grupo B (sem indicativo)............................................................. 29 Figura 3: Média de durabilidade das relações entre Grupo A (com indicativo) e Grupo B (sem indicativo).............................................................. 30 Figura 4: Comparação das médias de intensidade das relações entre grupos A (com indicativo) e B (sem indicativo).......................................................... 31 Figura 5: Grafo de Rede Pessoal de um adolescente do grupo A............................... 34 Figura 6: Grafo de Centralidade de Grau de um adolescente do grupo A.................. 34 Figura 7: Grafo de Centralidade de Intermediação de um adolescente do grupo A... 35 Figura 8: Grafo de Rede Pessoal de um adolescente do grupo B................................ 36 Figura 9: Grafo de Centralidade de Grau de um adolescente do grupo B................... 36 Figura 10: Grafo de Centralidade de Intermediação de um adolescente do grupo......37 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Escores de classificação de rastreio de TDAH............................................ 22 Tabela 2: Características sociodemográficas dos egos (participantes)........................ 26 Tabela 3: Características dos alters (pessoas citadas pelos participantes)................... 27 Tabela 4: Médias e desvios-padrão das métricas de rede............................................ 32 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ADHD Attention Deficit Hyperactivity Disorder Alter Pessoa citada pelo participante ARS Análise de Redes Sociais CGrau Centralidade de Grau CInter Centralidade de Intermediação Clique Cliques Cluster Coeficiente de clustering Dens Densidade DP Desvio padrão DSM-V Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5.ª edição Ego Adolescente participante NLaco Número de laços NTPC Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento PPGTPC Programa de Pós Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento SNA Social Network Analysis SPSS Statistical Package for the Social Sciences TALE Termo de Assentimento Livre e Esclarecido TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TDAH Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade Trand Transitividade UEMA Universidade do Estado do Maranhão UFPA Universidade Federal do Pará SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12 2 OBJETIVOS............................................................................................................ 19 2.1. Objetivo Geral ......................................................................................................... 19 2.2. Objetivos Específicos .............................................................................................. 19 3 MÉTODO ................................................................................................................ 20 3.1 Procedimentos éticos ............................................................................................... 20 3.2 Participantes ............................................................................................................ 20 3.3 O passo a passo da coleta de dados ......................................................................... 21 3.4 Delineamento .......................................................................................................... 24 3.5 Instrumentos e Materiais ......................................................................................... 24 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 26 4.1 Características dos egos e alters .............................................................................. 26 4.2 Contextos de desenvolvimento das redes pessoais dos participantes ..................... 28 4.3 Frequência de contato.............................................................................................. 29 4.4 Durabilidade das relações........................................................................................ 30 4.5 Intensidade das relações .......................................................................................... 31 4.6 Métricas de redes sociais pessoais .......................................................................... 31 4.7 Grafos de participante do grupo A .......................................................................... 34 4.8 Grafos de participante do grupo B .......................................................................... 36 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................37 6 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 40 7 ANEXOS ................................................................................................................. 42 12 1 INTRODUÇÃO O grande acúmulo de dados e a capacidade dos computadores e softwares em tratar tais dados possibilitou o surgimento de um novo campo científico, com uma epistemologia própria, a “ciência de redes” (Barabási, 2009). Das diversas áreas que esse novo campo se desenvolveu, pode-se dizer que a mais marcante em termos de influência é a Análise de Redes Sociais. Os estudos sobre Análise de Redes Sociais vêm se intensificando ao longo da última década. Embora sua epistemologia se dê em grande parte nas ciências exatas como matemática, estatística e computação, sua integração à sociometria foi inovadora a ponto de despertar interesse de cientistas de fenômenos sociais e comportamentais, propiciando através de suas métricas e análises, respostas precisas às questões das áreas supracitadas (Wasserman & Faust, 1994). A noção de Rede Social se baseia nas relações sociais ou relações entre atores em um determinado sistema. O conceito de rede social pode ser operacionalmente descrito como um tipo específico de rede em que os nós ou atores são pessoas ou grupos em uma população (Pires, 2017). As redes sociais denotam pontes que conectam os indivíduos, o posicionamento dos sujeitos especifica uma topologia de rede que estabelece um perfil de determinado sub agrupamento e para cada sujeito componente define seu acesso a informações onde fluem recursos de diferentes naturezas (Aeby, 2016). De fato, as origens da análise de redes sociais estão situadas nos trabalhos clássicos de Moreno em que delineia a sociometria (Freeman, 2012), os campos relacionados à psicologia, especialmente à psicologia do desenvolvimento e social, pouco se apropriaram das decorrências técnicas e epistemológicas que lhe seguiram, 13 particularmente conhecidas como Análise de Redes Sociais (ARS). A ARS pode ser entendida como uma técnica de análise de dados, que por intermédio da teoria dos grafos, estuda as relações sociais. ARS lida, essencialmente, com dados de natureza relacional (Wasserman & Faust, 1994), tal como relações entre objetos, indivíduos ou grupos. A ARS se configura em uma abordagem metodológica que pode ser aplicada a diferentes tipos de redes com a finalidade de explicar como a estrutura das redes, as relações e os atributos dos seus membros se relacionam (Aeby, 2016). O enfoque da análise de redes sociais baseia-se no pressuposto de que o emaranhado de relações que constituem a rede social de um indivíduo proporciona consequências sociais relevantes a este (Freeman, 2012). A unidade de análise é “uma entidade constituída por uma coleção de indivíduos e a ligação entre eles” (Wasserman & Faust, 1994, p. 5). Essa abordagem se opõe àquelas que um enfoque está em uma característica intrapsíquica ou que, por outro lado, situam-se no “endereço social”. Existem três níveis ou unidades básicos de análises a serem considerados em pesquisas na ARS: o estrutural/relacional, o (comportamental) e o individual (Higgins & Ribeiro, 2018). No nível estrutural/relacional procura-se descrever conjuntos inteiros, identificar subconjuntos, seu grau de coesão, etc, por meio do tipo de relações estão acontecendo dentro da rede. No nível comportamental, são avaliados os comportamentos influenciados pela posição ocupada pelos membros da rede. Por final, no nível individual são considerados os atributos e as características dos agentes (exemplos: o gênero, idade, nível socioeconômico). Essas unidades de análises são derivadas do conhecimento da estrutura relacional do sistema (Higgins & Ribeiro, 2018), O modelo é essencialmente um modelo relacional, e em princípio todas as unidades são derivadas da análise das relações entre os indivíduos. A ARS se utiliza de 14 algumas métricas que permitem dissecar esses níveis de análise, o quadro 1 a seguir sintetiza algumas das principais métricas utilizadas. Quadro 1: Definição das principais métricas em ARS Sigla Métricas Conceito Dens Densidade informa a proporção entre os laços existentes e o número de laços possíveis de existirem em uma rede social NLaco Número de Laços número de ligações presentes na rede. Cluste r Coeficiente de clustering permite medir o grau no qual os atores tendem a se agrupar (cluster), informando o quanto a rede é coesa. Quanto maior for o coeficiente de clustering de uma rede, mais curta é a distância entre um ator e outro. Clique Cliques informa a quantidade de subgrupos presentes na rede, onde todos os membros estão diretamente conectados. CInter Centralidade de Intermediação informa o número de vezes que um membro da rede social atua como ponte, como intermediário entre dois outros membros. CGrau Centralidade de Grau indica o número de laços existentes sobre um ator, em outras palavras, o número de relações adjacentes 15 a um ator. Trand Transitividade informa sobre a conectividade dos membros de uma rede social a partir da presença das tríades, nas quais seus membros estão diretamente conectados. Homof ilia Homofilia tipo de agrupamento social com base nas semelhanças. (Prell, 2012, Pires, 2017). Como derivados desses níveis de análise, em termos da representação em forma de grafos, alguns dos principais conceitos utilizados podem ser resumidamente descritos a seguir: 1. Ego: o nó que está em foco em uma rede. 2. Alters: os nós com os quais o Ego está ligado. 3. Arestas: linhas que ligam um nó a outro em uma rede, podendo ser classificada com intensidades à interesse do(a) pesquisador(a). 4. Relação: representada pelas arestas presentes entre os nós. 5. Atributos dos nós: características dos atores na rede (idade, gênero, orientação sexual, entre outros). 6. Redes sociais: metáfora do sistema de relações que revelam fenômenos relacionais presentes no mundo real. As redes sociais apresentam os atores e as relações entre eles nesse sistema e podem ser representadas em forma de grafos. Alguns dos principais delineamentos de análise de redes sociais são as redes sociais totais ou sociocêntricas e as egocêntricas. Diferenciam-se esses delineamentos 16 pelos procedimentos de coleta e análise da rede. As redes sociais sóciocêntricas (totais) caracterizam-se por investigarem as interações existentes em um sistema social delimitado, que pode ser uma instituição, um setor, um grupo de estudantes, participantes de um time de futebol, entre outros. Os dados coletados neste modelo colhem dados a respeito de todos os alters, todos os membros da rede e suas relações diretas e/ou indiretas e segundo Pires (2017, p. 25) “com vistas a identificar a natureza dos vínculos desenvolvidos, a percepção dos membros acerca de suas relações e das relações travadas pelos outros membros, a presença ou inexistência de determinados padrões relacionais, as posições dos atores”. Já as redes sociais egocentradas, realizam análises que permeiam o ego, o sujeito focal. Ainda segundo Pires (2017, p. 25) “Nessas redes os dados inquiridos são a respeito dos atributos de um indivíduo específico, sobre as relações diretas que desenvolve com outros membros de sua rede denominados por alters e sobre os efeitos da rede do indivíduo sobre suas atitudes”. Nas redes sociais egocentradas, a percepção do indivíduo sobre sua própria rede é valorizada. Contudo, McCarty (2002, 2010) desenvolveu uma variação desses dois tipos de redes, as redes sociais pessoais. As redes sociais pessoais, apresentam características tanto de rede egocentrada quanto sociocêntrica, nesse sentido analisam as relações a partir da percepção de um indivíduo específico, mas aplica análises estruturaisà rede da pessoa entrevistada, peculiares de redes sóciocêntricas (Lazega e Higgins, 2014, McCarty, 2002, 2010). McCarty (2010) afirma que este tipo de rede investiga a percepção do indivíduo focal a respeito de suas relações, em outras palavras, é uma rede percebida, representando a realidade do ego em estudo. Na rede social pessoal coleta dados se utilizando dos relatos dos seus entrevistados, tal como se constata no trecho a seguir:. Na rede social pessoal os dados são coletados a partir dos relatos dos egos entrevistados. No entanto, essa coleta de informações não se restringe aos atributos do ego, mas se amplia na extração de dados de variáveis estruturais, que podem ser os tipos de relações, conteúdos, força e 17 intensidade das mesmas, entre outros, e de dados de variáveis de composição que medem atributos do ambiente social e dos atores como localização de residência, gênero, raça, fornecendo, assim, não somente informações relacionais entre o ego e seus alters mas também sobre as relações entre os alters (Pires, 2017, p. 27) Este tipo de rede será investigado na presente pesquisa. Como observado anteriormente, a ARS tem sido aplicada a diferentes tipos de fenômenos relacionais e a literatura da área tem apontado inúmeras interfaces entre redes sociais e diversas subáreas do conhecimento, contudo, muito pouco é conhecido sobre a relação entre as características das pessoas (atributos) e o seu padrão de rede. Particularmente pouco se sabe ainda sobre as relações presentes entre os transtornos psicológicos, neurobiológicos, psiquiátricos e seus padrões de redes, em especial à sua percepção de sua rede social, como por exemplo, as redes pessoais. Supõem-se que o posicionamento que tais perfis topológicos de rede criam laços de feedback retroalimentando as próprias características das pessoas. Especialmente no que compete a este trabalho, sobre a percepção que os adolescentes com características do TDAH possuem de suas redes de relacionamentos (redes sociais pessoais) como da forma por eles percebida. O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento muito frequente na infância, todavia seu diagnóstico pode perdurar às outras fases da vida, como a adolescência, e acarreta prejuízos acadêmicos, sociais e psicológicos em diversos contextos do desenvolvimento do indivíduo, afetando diretamente as relações sociais (Braun et al., 2019; Chou et al., 2014; Rodillo, 2015). O TDAH é caracterizado por conjuntos de sintomas de desatenção e/ou hiperatividade e impulsividade, podendo ser classificado em três principais tipologias: 1) desatenção; 2) hiperatividade/impulsividade e; 3) combinado. Não existem bioindicadores do transtorno e sua etiologia ainda não está bem definida na literatura científica, entretanto, estudos epidemiológicos, de genética molecular, neurofarmacologia e outras áreas da neurobiologia afirmam reconhecer forte associação genética e herdabilidade de 60-70% (Rodillo, 2015). Riscos ambientais 18 como prematuridade, exposição a adversidades significativas na infância e baixo peso no momento do nascimento se mostraram relevantes como características comuns de pessoas diagnosticadas com TDAH (Braun et al., 2019). Sem marcadores biológicos bem definidos, o diagnóstico para este transtorno é feito por análise clínica, sendo seu principal instrumento o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) na sua 5ª versão. Nele, os critérios são definidos por ocorrência (mínimo de 6 dos 9 sintomas para crianças e adolescentes menores de 17 anos e 5 dos 9 sintomas para adolescentes mais velhos - mais de 17 anos - e adultos) e duração das ocorrências (mínimo de 6 meses), ocasionando impacto negativo direto em atividades sociais e acadêmicas/profissionais. Segundo o próprio DSM-V (2013), a tipologia caracterizada pela desatenção se manifesta por desorganização, dificuldade em manter o foco, divagação em tarefas e falta de persistência. A tipologia qualificada como hiperatividade/impulsividade se expressa como atividade motora excessiva quando não necessária ou proibida, batucar, conversar em excesso, inquietude e ações precipitadas com potencial dano à pessoa. Por fim, a tipologia combinada refere-se à expressão simultânea dos critérios de desatenção e hiperatividade/impulsividade durante, no mínimo, 6 meses. Adolescentes, como citado previamente, estão mais vulneráveis a adversidades sociais, todavia adolescentes diagnosticados com TDAH são ainda mais propensos a relações sociais de menor qualidade e, segundo Chou et al (2018), são significativamente mais acometidos pela vitimização e perpetração de bullying. Neste trabalho, investigou-se as redes de relacionamento quanto à intensidade, durabilidade e frequência de contato de adolescentes com e sem indicativo de TDAH, bem como as características de seus pares, utilizando a Análise de Redes Sociais (ARS). 19 Considerando a ausência de literatura científica sobre redes sociais de adolescentes com e sem indicativo de TDAH, ter um estudo que compare redes sociais pessoais entre esses dois grupos pode iluminar algumas questões relativas à estrutura das redes de interação dos adolescentes, sintomas de TDAH e desenvolvimento. Sendo assim, este estudo se propôs a descrever os componentes estruturais das redes sociais pessoais de uma amostra de adolescentes com e sem indicativo do TDAH de uma escola pública estadual da cidade de Belém - Pará. Ao analisar as redes sociais pessoais dos adolescentes, acredita-se poder observar se a estrutura de suas relações tem alguma associação com a expressão dos sintomas do transtorno observados nos mesmos. 2 OBJETIVOS 2.1. Objetivo Geral Descrever, comparar e analisar os componentes estruturais das redes sociais pessoais de uma amostra de 60 adolescentes com e sem indicativo de TDAH, a fim de identificar possíveis associações entre o transtorno e os padrões de relacionamento. 2.2. Objetivos Específicos ● Descrever o perfil sociodemográfico dos participantes deste estudo. ● Identificar, por rastreio em ambiente escolar, adolescentes com indicativo de TDAH. ● Caracterizar as variáveis de atributos individuais dos egos e alters. ● Identificar as variáveis de composição e estruturais das redes sociais pessoais dos adolescentes. ● Desenvolver análises de redes sociais nos níveis de análise individual e relacional. 20 3 MÉTODO 3.1 Procedimentos éticos O trabalho fez parte de um projeto maior intitulado "Estresse, auto percepção e expectativas de futuro de adolescentes com e sem indicativos de TDAH" que foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Pará segundo parecer 3.352.152, conforme resolução 510/16 do Conselho Nacional de Saúde. A coleta de dados foi iniciada somente após parecer de aprovação do Comitê supracitado e autorização das instituições participantes, bem como permissão da escola, professores, responsáveis e assentimento dos adolescentes. 3.2 Participantes Do conjunto de participantes fizeram parte da amostra desta pesquisa 60 adolescentes pertencentes à faixa de idade de 12 aos 18 anos estudantes do ensino médio nas modalidades regular, Mundiar ou técnico integrado de uma escola da rede pública de ensino, do município de Belém/PA. Os alunos foram submetidos a testes e escalas de rastreio do TDAH e foram distribuídos em dois grupos: Grupo A: 30 alunos que apresentaram indicativo, características do TDAH. Grupo B: 30 alunos que não apresentaram indicativo, características do TDAH. Os critérios para inclusão no grupo A foi classificação “média superior” ou “superior” nos fatores Desatenção, Impulsividade e Hiperatividade. No grupo B foram incluídos os adolescentes que obtiverem a classificação “média inferior” ou “inferior” nos mesmos fatores citados. Classificação “média” não contemplava o requisitode rastreio. Vale ressaltar que rastreio não é diagnóstico do transtorno, significa que o adolescente, por intermédio de uma escala, apresentou características comuns de 21 pessoas diagnosticadas com TDAH segundo o DSM-5 (2013), para diagnóstico é necessário um laudo médico. O objetivo da pesquisa nunca foi diagnosticar adolescentes, mas rastrear sintomas e compreender seu efeito no desenvolvimento humano. A amostra foi definida por conveniência, o que significa que é uma amostra não probabilística, uma vez que a seleção dos participantes não foi direcionada por critérios estatísticos e sim pela acessibilidade do pesquisador. Para participar da pesquisa, os participantes foram compreendidos em dois critérios: ser aluno (a) efetivo (a) da escola e ter o aceite do (a) adolescente via assinatura do Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE) e de seu responsável por meio da assinatura e do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 3.3 O passo a passo da coleta de dados Passo 1: Contato com a instituição No primeiro momento do processo de coleta dos dados foi feito o contato com a instituição selecionada para o convite a participar da pesquisa. Passo 2: Contato com os pais e responsáveis Momento em que foram esclarecidos sobre os procedimentos e objetivos da pesquisa e convidados a autorizarem a participação dos adolescentes, através da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Passo 3: Contato com os professores das turmas Solicitação junto aos professores das turmas para liberarem seus alunos para participarem da pesquisa. 22 Passo 4: Aplicação do Questionário da Juventude Brasileira – Biosociodemográfico e da Escala ETDAH-AD. Os alunos, de acordo com a liberação dos professores e suas disponibilidades, eram encaminhados aos ambientes de coleta para responderem aos referidos instrumentos. Passo 5: Correção da Escala ETDAH-AD para rastreio do TDAH Os formulários de todos os alunos foram corrigidos de acordo com o manual instrucional da escala a fim de identificar os alunos que apresentaram características do TDAH e os alunos que não apresentaram tais características. Após a correção se pode categorizá-los em grupo A (30 alunos com indicativo de TDAH) e grupo B (30 alunos sem indicativo). Os critérios para inclusão no grupo A (com indicativo) se deu de acordo com a classificação da escala: “média superior” ou “superior” nos fatores Desatenção, Impulsividade e Hiperatividade e no grupo B os adolescentes que obtiveram a classificação “média inferior” ou “inferior” nos mesmos fatores citados, classificação “média” não contemplava o requisito de rastreio. (ver Tabela 1). Percentis para a classificação nos fatores do ETDAH Tabela 1: Escores de classificação de rastreio de TDAH Classificação Percentil Inferior 1, 5, 10, 15 e 20 Média Inferior 25, 30, 35 e 40 23 Média 45, 50, 55 e 60 Média Superior 65, 70, 75 e 80 Superior 85, 90, 95 e 99 Para o presente trabalho foram utilizados apenas os escores referentes a 3 dos 5 fatores avaliados: Desatenção, Impulsividade e Hiperatividade. Considerando tais fatores, os participantes que neles obtiveram classificação “inferior”, “média inferior” e “média” foram considerados com ausência de sintomas que possam caracterizar o rastreio do transtorno, enquanto os indivíduos que atingiram as classificações “média superior” ou “superior” em algum dos fatores foram considerados com a presença de sintomas para rastreio do transtorno, sendo selecionados 30 adolescentes que apresentam sintomas do transtorno e 30 adolescentes que não os apresentam. Passo 6: Aplicação do Questionário de Redes Sociais Pessoais Presenciais de Adolescentes com e sem indicativo de TDAH A última etapa da coleta de dados se constituiu na aplicação do questionário de rede social pessoal da escola com os 60 alunos divididos em grupo A (com indicativo) e grupo B (sem indicativo). Com uma pergunta geradora: “quem são as pessoas que você se relaciona, dentro e fora da escola?”, os 60 participantes revelavam um total 30 pessoas cada, de diversos contextos do seu desenvolvimento. 24 3.4 Delineamento A pesquisa teve caráter quantitativo, descritivo de delineamento exploratório e transversal. O tipo de amostra utilizada foi a não probabilística por conveniência. 3.5 Instrumentos e Materiais Para a coleta dos dados foram utilizados neste estudo: a) Questionário Juventude Brasileira; b) Formulários da Escala de ETDAH; c) Questionário de Redes Sociais Pessoais Presenciais de Adolescentes com e sem indicativo de TDAH. E para análise de dados foram utilizados os softwares: d) Programa Estatístico SPSS; e) Software Egonet; f) Software Ucinet 6.701. a) Questionário da Juventude Brasileira (Versão Fase II – Dell’Aglio, Koller, Cerqueira-Santos, & Colaço, 2011) Composto por 77 questões objetivas, sendo algumas em formato Likert, este questionário visa investigar comportamentos de risco, fatores de risco e proteção em adolescentes, abordando também aspectos biosociodemográficos (Zappe, & Dell'Aglio, 2016). Este questionário foi adaptado para esta pesquisa, sendo utilizados apenas os dados sociodemográficos. b) Formulários da Escala de ETDAH – Versão Adolescentes e Adultos (ETDAH– AD, Benczik, 2013) Desenvolvida especificamente para a população brasileira, apresenta excelente nível de precisão e de fidedignidade, conta com 69 itens e avalia cinco fatores:1) Desatenção, 2) Impulsividade, 3) Aspectos Emocionais, 4) Autorregulação da Atenção, da Motivação e da Ação e 5) Hiperatividade. 25 c) Questionário de Redes Sociais Pessoais Presenciais de Adolescentes com e sem indicativo de TDAH Elaborado pelo Laboratório de Pesquisa em Redes (LAR) do Programa de Pós- Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento do Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento da Universidade Federal do Pará (2019). Composto por três seções. Seção 1 coleta dados Sócio demográficos de atributos do ego (adolescente). Seção 2 recolhe dados de Rede Social Pessoal (não restrita à escola) e Seção 3 capta dados relacionais entre os alters: (alter pair), onde é possível qualificar a relação entre os alters. d) Programa Estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) Realiza diversos tipos de análises estatísticas, dos níveis mais simples aos mais complexos, além de elaborar tabelas e gráficos de diversas especificidades (Dancey & Reidy, 2007). e) Software Egonet Útil na elaboração de entrevistas/questionários, na organização, tratamento, análise dos dados e geração de grafos de redes egocentradas e pessoais (McCarty, 2002). f) Software Ucinet 6.701 Utilizado para análises de redes sociais (redes sociais pessoais, egocentradas ou sóciocêntricas). Esse software calcula inúmeras medidas de redes e gera grafos para visualização das mesmas (Borgatti, Everett & Freeman, 2002). 26 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Características dos egos e alters Tabela 2: Características sociodemográficas dos egos (participantes) VARIÁVEL Grupo A Grupo B n % n % Idade 12 a 18 anos 30 30 100 100 30 30 100 100 Série 1 ano regular 1 ano técnico 2 ano regular 2 ano técnico 3 ano regular 3 ano técnico Mundiar 08 14 00 00 01 01 06 30 26,7 46,7 00 00 3,3 3,3 20 100 04 14 03 02 02 01 04 30 13,4 46,7 10 6,6 6,6 3,3 13,4 100 Sexo Masculino Feminino Intersexo 15 15 00 30 50 50 00 100 15 15 00 30 50 50 00 100 Gênero Agênero Cisgênero Transgênero Gênero Fluido 00 30 00 00 30 00 100 00 00 100 00 30 00 00 30 00 100 00 00 100 Orientação Sexual Hetero Homossexual Bissexual Não declarado28 00 02 00 30 93,33 00 6,67 00 100 24 01 05 00 30 80 3,3 16,7 00 100 Núcleo Familiar Pais Mãe Pai Avós Tios Outros 15 10 01 03 00 01 30 50 33,4 3,3 10 00 3,3 100 16 08 01 02 01 02 30 53,33 26,66 3,333 6,67 3,333 6,67 100 Atividade Extraescolar Nenhuma Religião Esporte Projeto Social Trabalho 18 02 04 00 06 30 60 6,6 13,4 00 20 100 13 07 04 01 05 30 43,33 23,33 13,4 3,33 16,6 100 Nota.n: Frequência de respostas de uma determinada categoria de análise. %: porcentagens. 27 Tabela 3: Características dos alters (pessoas citadas pelos participantes) VARIÁVEL Grupo A Grupo B Média Média Idade 0 a 11 12 a 17 18 a 24 25 a 35 46 a 59 60+ 2,7 47,3 29,7 7,3 9 2,3 5,3 44,3 27,5 8,9 2,5 1,8 Sexo Masculino Feminino Intersexo 49,5 50,3 0,2 45,23 54,7 00 Gênero Agênero Cisgênero Transgênero Gênero Fluido 0,3 98,6 0,1 0,9 0,4 98,9 0,2 0,4 Orientação Sexual Hetero Homossexual Bissexual Não declarado 93,6 1,9 4,2 00 94,5 0,7 4,8 00 Nota. Média: média de todas as respostas dos participantes sobre uma determinada variável. É possível visualizar nas Tabelas 2 e 3 acima, sobre características dos participantes, que ambas as redes sociais pessoais possuem os mesmos atributos com mais frequência, ou seja, os participantes compartilham de características semelhantes com seus alters (sexo, identidade de gênero, orientação sexual, idade), isto pode nos demonstrar a constituição de uma seleção social por homofilia, onde as pessoas desenvolvem e mantém relações a partir de suas semelhanças. Os atributos como Heterossexualidade e Identidade Cisgênero são ainda mais realçadas por alcançarem médias próximas a 100, ressaltando sua predominância em ambos os sexos masculino e feminino. Na Tabela 3, nota-se a prevalência de adolescentes cisgêneros, heterossexuais com idade entre 12 e 17 na rede dos participantes de ambos os grupos. 28 A faixa etária tem sua predominância na mesma faixa de idade dos participantes (entre 12 e 18 anos) em ambos os grupos, entretanto, há importantes diferenças estatísticas entre grupos. No grupo A, a média é de 47,3, enquanto que no grupo B, 44,3, apresentando semelhança de idade como fator de desenvolvimento muito mais importante no grupo com indicativo. 4.2 Contextos de desenvolvimento das redes pessoais dos participantes No referente à composição da rede é possível observar na Figura 1 que os grupos divergem na predominância dos contextos de desenvolvimento. O grupo A mostra maior quantidade de vínculos na Escola (35,3), pondo este ambiente como de grande importância no desenvolvimento social dos adolescentes com rastreio de TDAH. O grupo B, apesar de apresentar a porcentagem de interação na Escola (34,5) próxima a do outro grupo supracitado, a Família (36,2) é priorizada como principal contexto de relação social. 29 Figura 1: Média dos ambientes de predominância nas redes pessoais dos participantes do Grupo A (com indicativo) e Grupo B (sem indicativo). 4.3 Frequência de contato Como pode-se observar na Figura 2 as diferenças entre os grupos parecem baixas a olho nu, entretanto, o grupo A (com indicativo) demonstra frequência de contato semanal como predominante (37,9) enquanto que o grupo B (sem indicativo) tem frequência de contato diário como mais significativo (42,4), percebe-se divergências estatísticas entre eles. O grupo A possui menor frequência diária que o grupo B, e em contrapartida, possui maior média na frequência semanal (37,9) contra grupo B (33,8), isso pode se dar ao contexto de desenvolvimento divergente entre os dois, como supracitado. As relações do grupo A se desenvolvem em maior parte no ambiente escolar enquanto o grupo B se mostra mais familiar, justificando seu grande percentual de contato diário. 30 Figura 2: Média da frequência de contato dos adolescentes do Grupo A (com indicativo) e Grupo B (sem indicativo). 4.4 Durabilidade das relações No que condiz à durabilidade das relações, de acordo com a Figura 3 no grupo com indicativo (A), podemos perceber que a durabilidade das relações apresenta variações das médias entre 10,7 a 28,11, enfatizando a importância do contexto escolar no desenvolvimento de suas relações, o que pode estar associado à durabilidade de relações de menor tempo que o outro grupo. O grupo B apresenta médias com variações de 3,76 a 37,06, isso se dá devido à composição estrutural das redes dos participantes desse grupo, onde a preferência relacional se encontra no tipo de vínculo familiar , justificando média maior na categoria durabilidade da relação Vida Toda (37,06). Figura 3: Média de durabilidade das relações entre Grupo A (com indicativo) e Grupo B (sem indicativo). 31 4.5 Intensidade das relações Já no referente à intensidade das relações, na Figura 4 pode-se verificar que, no grupo A, a intensidade predominante das relações é Moderada (40,9) seguida da Forte (30,5), no grupo B se vê o inverso, onde a intensidade Forte está com média de 39,8 e a Moderada, 36,6. Existem também mais relações Muito Fraca (8,1) e Fraca (20,5) no grupo com indicativo do que no grupo dos participantes sem indicativo, 7,4 e 16,1, respectivamente. Vê-se, então, maior intensidade das relações nas redes dos participantes do grupo B. Figura 4: Comparação das médias de intensidade das relações entre grupos A (com indicativo) e B (sem indicativo). 4.6 Métricas de redes sociais pessoais As informações dispostas a seguir descrevem as principais métricas de redes pessoais. Como se pode perceber em ambos os grupos, as redes se apresentam como fragmentadas, de baixa densidade, entretanto, o grupo dos adolescentes com indicativo 32 são ainda menos densas (0.279) em comparação às redes do grupo B (0.335), isso se dá porque os grupos citam alters de diversos contextos que não se conhecem, vide número de laços (243 para grupo A e 292, B), e as relações são muito restritas aos contextos por onde os adolescentes transitam. Quanto mais baixa é a densidade, menor é o índice de clusterização, ou seja, mais subgrupos a rede possui. Verifica-se que o grupo sem indicativo (0.794) possui mais subgrupos que o com rastreio (0.768), com cliques no limítrofe da semelhança (18,23 no grupo A e 18,26 no grupo B), e centralidade de intermediação próximos (21.92 e 18.84, respectivamente). As médias de transitividade também estiveram semelhantes, com 0.695 para o grupo A e 0.717 para o B. Tabela 4: Médias e desvios-padrão das métricas de rede. GRUPO A GRUPO B Métricas Média DP Média DP Dens 0,279 0,137 0,335 0,167 NLaco 243 119,720 292 145,654 Cluster 0,768 0,071 0,794 0,101 Clique 18,23 10,937 18,26 12,832 CInter 21,92 13,496 18,84 13,882 CGrau 0,3226 0,102 0,354 0,135 Trand 0,695 0,081 0,717 0,145 Legenda: Dens: densidade; NLaco: número de laços; Cluster: coeficiente de clustering; Clique: cliques; CInter: centralidade de intermediação; CGrau: centralidade de grau e; Trand: transitividade. 33 Vale ressaltar que ao mesmo tempo em que ter uma rede fragmentada pode parecer prejudicial ao desenvolvimento do adolescente, ter pessoas muito significativas em diversos contextos pode se mostrar vantajoso para alguns, elaborando novos ambientes de proteção. A título de exemplo apresentam-se as Figuras 5, 6, 7, 8, 9 e 10 a seguir, grafos das rede de participantes, sendo os três primeiros do grupo A e os três últimos do grupo B. Vê-se nessa rede uma densidade um pouco menor, representandoa média do grupo B, aqui percebe-se alters de vários contextos por onde o participante transita. Constata- se uma rede bastante fragmentada, pode-se observar um sujeito isolado, que não conhece e não é conhecido por ninguém entre os outros 29 atores (um componente) e, por si só, se estabelece como outro componente, totalizando dois componentes na rede. Apesar da rede parecer frágil por ser fragmentada, nela, o adolescente recebe diversos tipos de influência, suporte, informação e comunicação, podendo se configurar um fator protetivo já que, a diversidade da rede pode favorecer o desenvolvimento, estabelecendo condições de envolvimento em diferentes relações, em outras palavras, diferentes formas de apoio. 34 4.7 Grafos de participante do grupo A Figura 5: Grafo de Rede Pessoal de um adolescente do grupo A. Figura 6: Grafo de Centralidade de Grau de um adolescente do grupo A. 35 Figura 7: Grafo de Centralidade de Intermediação de um adolescente do grupo A. Legenda: azul: vínculos de escola; vermelho: família; amarelo: rua; verde água: igreja; preto: outros; verde: atividade extra escolares. As centralidades são melhor distribuídas com “pessoas-chave” em cada um desses contextos, percebe-se estas pessoas exercendo algum tipo de centralidade de grau, o alter mais central da rede é um familiar, que exerce muita influência nos nós dos outros ambientes do adolescente, seguido de um nó do tipo de vínculo “outros”, que também se mostra importante na rede de relacionamento do participante. 36 4.8 Grafos de participante do grupo B Figura 8: Grafo de Rede Pessoal de um adolescente do grupo B. Figura 9: Grafo de Centralidade de Grau de um adolescente do grupo B. 37 Figura 10: Grafo de Centralidade de Intermediação de um adolescente do grupo B. Vê-se aqui uma densidade um pouco maior, com bastante representação familiar e escolar, representando com fidedignidade os participantes do grupo B. O nó central pertence ao contexto familiar e conecta pessoas dos diferentes grandes clusters, tendo a maior centralidade de intermediação e de grau da rede, transitando entre o contexto familiar e escolar do participante. A maioria da rede se constitui por nós da escola e, é interessante notar que os nós familiares, apesar de estarem em menor número, permanecem conectados a esses nós do contexto escolar, garantindo ao adolescente apoio, recurso, comunicação e informação nesses dois principais contextos favorecendo o desenvolvimento. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Adolescentes de ambos os grupos se agruparam com base em suas semelhanças como sexo, idade, gênero e orientação sexual, indicando um agrupamento social por homofilia. Esta amostra permitiu visualizar como as redes desses adolescentes se estruturam, o grupo com indicativo mostrou maior preferência por relações no contexto Escola, com maior prevalência de relações de intensidade Moderada, refletindo tanto 38 frequência da interação, que é Semanal, quanto na durabilidade da mesma, apresentando menores variações nas médias entre os meses e anos, e menores médias de relações da vida toda (em comparação ao grupo B), sendo assim, suas relações estão restritas aos contextos em que o adolescente rotaciona, apresentando baixo número de laços, a mais baixa densidade e alta fragmentação das redes. Como discutido nos resultados, ter uma rede mais fragmentada, por mais frágil que pareça, pode se mostrar vantajosa para o adolescente em questão, exigindo análise individual. O grupo sem indicativo também apresentou densidade baixa e alta fragmentação da rede e, como supracitado, interações desenvolvidas por homofilia, entretanto os adolescentes deste grupo priorizaram o vínculo familiar como mais importante entre os outros, refletindo na frequência e durabilidade de interação como os de maiores médias entre as outras categorias. Este grupo também obteve as maiores médias de intensidade de relação Forte, seguida da Moderada, sugerindo a família como principal fator de apoio no desenvolvimento desses adolescentes. As informações acima demonstram que em ambos os grupos as redes são fragmentadas, de baixa densidade principalmente no grupo dos adolescentes com indicativo de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, por se tratar de uma amostra por conveniência, não probabilística, não é possível afirmar de forma estatística que as redes dos adolescentes que apresentam sintomas do transtorno terão menores densidades, maiores fragmentações e baixa intensidade nas relações, estas baixas, inclusive, podem se mostrar como fenômenos da própria adolescência. Sendo assim, novas pesquisas precisam ser feitas para iluminar a névoa que aos poucos vai se dissipando e abrindo mais espaço para as ciências de redes. Como próximo passo desse trabalho seria necessário, além de um aumento da amostra, um tratamento estatístico inferencial para distinguir se há relevância entre os 39 grupos estatisticamente significantes. Ademais, as análises aqui consideradas tratam de métricas do nível estrutural/relacional e individual, contudo essas métricas não estão cruzadas, de modo que não há uma identificação das relevâncias em termos relacionais no nível individual, esses são passos necessários para um maior aprofundamento desses dados. Deve-se destacar que essa rede é uma rede perceptual dos participantes, ou seja, que denota como eles veem suas relações e as relações entre as pessoas com as quais têm relações. A despeito da abordagem aqui ser essencialmente quantitativa, tal grau de detalhamento necessariamente sugere uma abordagem mais qualitativa, isso é possível de ser feito a partir de estudos de caso, um aspecto a ser explorado em trabalhos futuros. 40 6 REFERÊNCIAS Aeby, G. (2016). Who are my people? Strengths and limitations of ego-centered network analysis: A case illustration from the Family tiMes survey. FORS Working Paper Series, paper 2016-2. Lausanne: FORS. American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, Fifth Edition (DSM-V). Arlington, VA: American Psychiatric Association. Barabási, A. L. (2009). Linked: a nova ciência dos networks. São Paulo: Leopardo. Braun, K. C. R.; Marcilio, F. C. P.; Corrêa, M. A.; Dias, A. C. G. (2019). Terapia Cognitivo-Comportamental para adolescentes com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade: uma revisão sistemática de literatura. Contextos Clínicos – Vol. 12, n. 2 (mai./ago.) Chou, W.-J., Liu, T.-L., Yang, P., Yen, C.-F., & Hu, H.-F. (2014). Bullying Victimization and Perpetration and Their Correlates in Adolescents Clinically Diagnosed With ADHD. Journal of Attention Disorders, 22(1), 25–34. doi:10.1177/1087054714558874 Freeman, L. (2012). El desarrollo del Análisis del Redes Sociales: Un studio de sociologia de la ciência. [N. A., Valverde, Trad.]. Palibrio. Higgins, S. S. & Ribeiro, A. C. A. (2018). Análise de redes em Ciências Sociais. Disponível em: http://repositorio.enap.gov.br/handle/1/3337 Lazega, E. & Higgins, S. S. (2014). Redes sociais e estruturas relacionais. Ed Fino Traço. Pires, S. M. A. M. (2017). Redes pessoais de cuidadores de crianças com paralisia cerebral e desenvolvimento típico (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do Pará - UFPA, Belém, PA, Brasil. Prell, C. (2012). Social network analysis: history, theory & methodology. Ed. SAGE. Rodillo, E. (2015). Transtorno por Deficit de Atencion e Hiperactividade (TDAH) en Adolescentes. REV. MED. CLIN. CONDES; 26(1) 52-59. McCarty, C (2002). Measuring Structure in Personal Network, Journal of Social Structure 3:1. McCarty, C (2010). La estructura en las redes personales. Redes: revista hispana para el análisis de redes sociales, 19, 243-271. Recuperado de https://ddd.uab.cat/record/65160 41Wasserman, S, & Faust, K. (1994). Social Network Analysis: Methods and Applications. Cambridge, UK: Cambridge Univ. Press. Wasserman, S. & Faust, K. (1994). Social network analysis in the social and behavioral sciences. In S. Wasserman & K. Faust (Orgs.), Social network analysis: methods and applications (Cap 1, pp. 3-27). Press Syndicate of the University of Cambridge. 42 7 ANEXOS ANEXO I Questionário Juventude Brasileira FORMULÁRIO BIOSOCIODEMOGRÁFICO (Adaptado de Dell’Aglio, Koller, Cerqueira-Santos & Colaço, 2011) DATA: _____/______/_______ Turma: __________________________ 1. Nome: 2. Sexo: ( ) M ( ) F 3. Idade: ( ) 13 ( )14 ( ) 15 ( ) 16 ( )17 ( )18 ( ) 19 em diante 4. Endereço: 5. Telefone e nome do Responsável: 6. Naturalidade: 7. Nacionalidade: 8. Estado Civil: ( )Solteiro ( ) Casado ( ) Amigado ( ) Outros 9. Estado Civil dos pais: ( )Solteiros ( ) Casados ( ) Amigado ( ) Separados 10. Tem irmãos: ( ) sim ( ) Não. Quantos? 11. Profissão dos pais Mãe: Pai: 12. Cor, raça ou etnia: ( ) Branca ( ) Negra ( ) Parda ( ) Amarela ( ) Indígena 13. Com quem mora? ( ) Pais ( ) Pai ou Mãe ( ) Avós ( )Companheiro (a) ( ) Parente ( ) Sozinho ( ) outros 43 14. Quantas pessoas moram na sua casa? ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( )5 ( ) Mais de 5 pessoas 15. Quem mais contribui para o sustento da casa? ( ) pai ( ) ambos ( ) outros 16. Qual o total da renda mensal da sua família ( ) 1 salário mínimo ( ) de 2 a 3 salários mínimos ( ) mais de 3 salários mínimos ( ) não sabe 17. Você ou sua família recebe algum tipo de bolsa ou auxílio (bolsa auxílio, bolsa alimentação, etc.) ( ) Bolsa família ( ) Bolsa de Estudo ( ) Pró-Jovem ( ) Outro, qual? 18. Moradia: ( ) casa própria ( ) casa alugada ( ) casa de parentes ( ) outros 19. Religião: ( ) Católica ( ) Evangélica ( ) Adventista ( ) Sem religião ( ) Espírita ( ) Outra, qual? 20. Local onde estuda: ( ) Pública ( ) Particular 21. Ano/Série/ etapa escolar você está: 22. Qual turno você estuda: ( ) manhã ( ) tarde ( ) noite 23. Reprovação: ( ) Sim ( ) Não Quantas vezes? 24. Expulsão da escola: ( ) Sim ( ) Não. Quantas vezes? 25. Trabalha: ( ) Sim ( ) Não. Renda mensal do seu trabalho 26. Tem algum problema mental/psicológica ou dos nervos: ( ) Sim ( ) Não. Qual diagnóstico? 27. Sua Assistência a saúde é por meio de: ( ) SUS – Sistema Único de Saúde ( ) Plano de Saúde ( ) Atendimento Particular ( ) Outros 44 28. Com que frequência acessa o serviço de saúde: ( ) Não tenho acesso aos serviços de saúde ( ) de 1 a 3 vezes por mês ( ) 1 vez por mês ( ) de 2 a 4 vezes a cada seis meses ( ) 1 vez a cada seis meses ( ) 1 vez ao ano. 29. Você participa de alguma das atividades abaixo? ( ) Grêmio estudantil ou diretório acadêmico ( ) Grupo de escoteiros, bandeirantes ou desbravadores ( ) Grupo ou movimentos religiosos ( ) Grupos musicais (coral, bandas, etc.) ( ) Grupo de dança, teatro ou arte ( ) Grupos ou movimentos políticos ( ) Grupo de trabalho voluntário ( ) Equipe esportiva ( ) Não participa 45 ANEXO II Formulários da Escala de ETDAH (Parcial) 46 47 48 ANEXO III Questionário de Redes Sociais Pessoais Presenciais de Adolescentes com e sem indicativo de TDAH 49 50 51 52 53 54 55 ANEXO IV TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) Você está sendo convidado a participar da pesquisa intitulada “Estresse, autopercepção e expectativas de futuro em adolescentes com e sem TDAH: um estudo do desenvolvimento em rede”, realizada pelo Laboratório de Ecologia do Desenvolvimento, da Universidade Federal do Pará. A pesquisa tem como objetivo descrever o estresse, a autopercepção, as expectativas de futuro de adolescente com e sem TDAH e como se desenvolve sua rede de relacionamento de uma escola pública, na cidade de Belém/PA. Sua participação é voluntária, você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade. Caso decida aceitar o convite, você passará por momentos de preenchimento de questionários, com perguntas acerca do adolescente (dados sociodemograficos, entre outros), com duração média de 30 minutos. Além disso, informamos que o tempo estimado para realização da pesquisa é de 48 meses, sendo que o tempo de sua participação é restrito ao período de aplicação dos instrumentos. Há riscos de você se sentir fragilizado (a) por estar relatando as suas dificuldades. Portanto, caso necessário, você pode ser encaminhado (a) ao serviço de Psicologia da Clínica-Escola da UFPA. Não haverá benefícios diretos para você. Entretanto, esperamos que a pesquisa forneça dados importantes que possibilitarão traçar estratégias de manejo comportamental para adolescentes com TDAH. Todas as informações obtidas serão sigilosas e seus nomes não serão identificados em nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os participantes. Se houver algum gasto decorrente de sua participação na pesquisa, você será ressarcido, caso solicite. Em qualquer momento, se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será indenizado. Você ficará com uma cópia deste Termo. Caso você tenha dúvidas ou necessite de maiores esclarecimentos pode contatar os pesquisadores envolvidos neste estudo pelos telefones (91) 98809-8179 (supervisora – Profª. Dra. Simone Silva); (91) 98127-3050 / 98731-2472 (aluna de doutorado – Profa. Ma. Edimeire Tavernard) (91) 99280 - 9732 (aluna de mestrado – Profa. Rejane Godinho). Convido você a tomar parte da pesquisa apresentada. Ressalto que em qualquer momento da pesquisa, será possível interromper sua participação sem qualquer problema ou retaliação, solicita-se apenas que seja avisada sua desistência. Coordenadora da Pesquisa: Profa. Dra. Simone Souza da Costa Silva Endereço: R. Augusto Corrêa, 1 – Prédio NTPC (Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento), Portão 2 - Guamá, Belém - PA, 66075-110 _____________________________________________ Pesquisadora: Edimeire Pastori de Magalhães Tavernard Endereço: R. Augusto Corrêa, 1 – Prédio NTPC (Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento), Portão 2 - Guamá, Belém - PA, 66075-110 _____________________________________________________________________________________ CONSENTIMENTO PÓS- INFORMADO 56 Declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será realizada, os riscos e benefícios envolvidos e concordo na participação voluntaria do meu (minha) filho (a) ___________________________________________ da turma __________, consentindo que as entrevistas sejam registradas e os dados utilizados para análise e discussões científicas. Belém,_____/______/_______ ______________________________________ Assinatura do(a) Participante Comitê de Ética do Núcleo de Medicina Tropical/UFPA Generalíssimo Deodoro, 92. Umarizal. CEP: 66055-240 - Fone: 3201-6857 Belém / Brasil Email: secexec-nmt@ufpa.br _________________________________ Assinatura do (a) Participante ANEXO IV TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TALE) Você está sendo convidado a participar da pesquisa Estresse, autopercepção eexpectativas de futuro em adolescentes com e sem TDAH: um estudo do desenvolvimento em rede, coordenada pela pesquisadora Edimeire Pastori de Magalhães Tavernard, CPF 399.130.902-53. Seus pais permitiram que você participasse. Queremos saber se o estresse e a autopercepção que você pode sentir podem influenciar nas coisas que você espera para o futuro, como também conhecer sua rede de relacionamentos. Você só precisa participar da pesquisa se quiser. A pesquisa acontecerá em sua escola, sua participação é voluntária, você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade. Caso decida aceitar o convite, você passará por momentos de preenchimento de questionários que medem o estresse, a sua forma de se perceber e sobre o que você espera para o seu futuro, como também, por uma avalição de sua função atencional, com duração, em média de 40 minutos, sua participação encerra após responder os questionários. E essas escalas são consideradas seguras, mas é possível haver o risco de você se sentir fragilizado (a) por estar relatando as suas dificuldades ou cansado (a) pelo tempo em que ficará respondendo aos questionários. Portanto, caso necessário, você pode ser encaminhado (a) ao serviço de Psicologia da UFPA. Como benefício, ao final da pesquisa, será entregue ao seu responsável os resultados dos seus testes, que auxiliarão na compreensão dos seus sentimentos, suas funções atencionais, bem como, também será entregue ao setor psicopedagógico da escola o resultado dos achados da pesquisa, que poderão servir como base no acompanhamento psicopedagógico dos alunos participantes. Caso aconteça algo errado, você pode nos procurar pelo telefone/Whatsapp (91) 98127-3050. Os resultados desta pesquisa também servirão para ajudar outros adolescentes e profissionais de educação a lidar melhor com o período tão importante da vida que é a transição da adolescência para a juventude. É importante lembrar que todas as informações obtidas serão sigilosas, ninguém saberá que você está participando da pesquisa; não falaremos a outras pessoas, nem daremos a estranhos as 57 informações que você nos der. Os resultados da pesquisa vão ser publicados em revistas científicas, mas sem identificar nenhum dos adolescentes que participaram. Você ficará com uma cópia deste Termo. Caso você tenha dúvidas ou necessite de maiores esclarecimentos pode contatar os pesquisadores envolvidos neste estudo pelos telefones (91) 98809-8179 (supervisora – Profª. Dra. Simone Silva); (91) 98127-3050 / 98731-2472 (aluna de doutorado – Profa. Ma.. Edimeire Tavernard) e (91) 99280-9732 (aluna de mestrado – Profa. Rejane Godinho) _____________________________________________________________________________________ CONSENTIMENTO PÓS-INFORMADO Eu,_____________________________________________________________________________aceito participar da pesquisa “Estresse, autopercepção e expectativas de futuro em adolescentes com e sem TDAH: um estudo do desenvolvimento em rede”. Entendi as coisas ruins e as coisas boas que podem acontecer. Entendi que posso dizer “sim” e participar, mas que, a qualquer momento, posso dizer “não” e desistir e que ninguém vai ficar com raiva de mim. Os pesquisadores tiraram minhas dúvidas e conversaram com os meus responsáveis. Recebi uma cópia deste termo de assentimento e li e concordo em participar da pesquisa. Belém, _____ de ______________de _____________. Assinatura do Participante da Pesquisa: _________________________________________Turma:______ Assinatura do Pesquisador Responsável: ____________________________________________________ Profª Msc. Edimeire Tavernard Comitê de Ética em Pesquisa/ Núcleo de Medicina Tropical – CEP/UFPA Av. Generalíssimo Deodoro, 92 – Umarizal - 66055-240 - Fone: 3201-6857 Belém / Brasil – Email: secexec-nmt@ufpa.br
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