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Redes Sociais Pessoais de Adolescentes TDAH

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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS 
CURSO DE PSICOLOGIA 
 
 
 
JAIR DEIVISON FREIRE AMORAS 
 
 
 
 
 
REDES SOCIAIS PESSOAIS DE UMA AMOSTRA DE ADOLESCENTES COM E 
SEM INDICATIVO DO TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E 
HIPERATIVIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belém – PA 
2022 
 
 
 
JAIR DEIVISON FREIRE AMORAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
REDES SOCIAIS PESSOAIS DE UMA AMOSTRA DE ADOLESCENTES COM E 
SEM INDICATIVO DO TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E 
HIPERATIVIDADE 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
Faculdade de Psicologia como parte dos requisitos 
necessários para a obtenção do título de Bacharel em 
Psicologia pela Universidade Federal do Pará. 
Orientador: Prof. Dr. Fernando Augusto Ramos 
Pontes. 
Trabalho financiado pelo CNPQ, por meio de bolsa 
de Iniciação Científica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belém – PA 
2022
 
 
Faculdade de Psicologia – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Universidade Federal do 
Pará - Campus Universitário do Guamá. Av. Augusto Correa, s/nº - telefone: (91) 3201-7695 – 
Belém - PA 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ 
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS 
FACULDADE DE PSICOLOGIA 
 
 
ATA DE DEFESA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
(FORMAÇÃO DO PSICÓLOGO) 
 
A BANCA AVALIADORA, composta pelas (os) professoras(es): DR. FERNANDO 
AUGUSTO RAMOS PONTES, DRA. NEUZELI MARIA DE ALMEIDA PINTO, MA 
SAMIA MÁRCIA ARAÚJO MONTEIRO PIRES; atribuem ao aluno JAIR DEIVISON 
FREIRE AMORAS, nº de matrícula: 201710740013, o conceito Excelente, pelo 
Trabalho de Conclusão do Curso Formação de Psicólogo, apresentado no dia 04 de 
fevereiro de 2022, e intitulado: “REDES SOCIAIS PESSOAIS DE UMA AMOSTRA 
DE ADOLESCENTES COM E SEM INDICATIVO DO TRANSTORNO DE 
DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE”. 
 
 
Belém, 04 de fevereiro de 2022. 
 
Assinaturas: 
 
1º Membro (orientador): Fernando Augusto Ramos Pontes 
 
2º Membro: Samia Márcia Araújo Monteiro Pires 
 
3º Membro: Neuzeli Maria De Almeida Pinto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À minha mãe, Elizabete, meu maior 
presente. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 Agradeço primeiramente à minha mãe, Elizabete Bezerra Freire, que me apoiou 
desde minha primeira decisão em cursar Psicologia e assim seguir meu sonho, sendo a 
pessoa que mais se alegrou a me ver dando os primeiros passos na Universidade Federal 
do Pará e, ao me tornar o que sou hoje, tenho certeza que só estou aqui por sua luta, 
sempre fomos eu e ela, a dupla inabalável. Mãe, esta não é nossa primeira conquista e 
com certeza não será nossa última. 
 À minha família sou grato pelo incentivo acadêmico e pelo acolhimento nas 
maiores e mais difíceis situações que tive ao longo da minha trajetória, sei que estarão 
sempre ao meu lado, e eu ao de vocês. Um agradecimento especial para minha prima 
Karina, que cuidou de mim desde a sua adolescência, tenho certeza que seus filhos Elisa 
e Josué estão tendo amor e incentivo de sobra em suas vidas. 
 Admito que seja afortunado por ter cruzado com pessoas tão especiais como 
Luana, Ícaro e Karla, minha saúde mental não seria razoavelmente aceitável sem vocês 
em meu percurso e agradeço por todas as palavras, gestos e atitudes que sempre me 
impulsionaram no caminho certo, os amo do fundo do coração e nunca os esquecerei. 
 À família que encontrei no Laboratório de Ecologia do Desenvolvimento, onde 
sempre me senti acolhido, desde voluntário com a professora Simone a bolsista com o 
professor, que hoje é meu orientador, Fernando. Sou muito grato à nova família que fiz 
e pelas coletas, análises e reuniões que nos renderam ótimas memórias. 
 Finalmente, aos meus grandes amigos, que estiveram comigo na alegria e na 
tristeza, compartilhando dos melhores momentos e assim sendo fundamentais no meu 
crescimento em todos os aspectos, novos caminhos se abrirão e continuaremos juntos e 
de mãos dadas. 
 
 
 
Amoras, J. D. F. Redes Sociais Pessoais de uma Amostra de Adolescentes com e sem 
Indicativo do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. Trabalho de 
Conclusão de Curso. Curso de Bacharelado em Psicologia (Formação do Psicólogo). 
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas. Universidade Federal do Pará, 2022. 
RESUMO 
O grande acúmulo de dados e a capacidade dos computadores e softwares de tratar tais 
dados possibilitou o surgimento de um novo campo científico, com uma epistemologia 
própria, a “ciência de redes”, pode-se dizer que a mais marcante, em termos de 
influência, é a Análise de Redes Sociais (ARS). A noção de Rede Social se baseia nas 
relações sociais ou relações entre atores. A ARS pode ser entendida como uma técnica 
de análise de dados, que, por intermédio da teoria dos grafos, estuda as relações sociais. 
ARS lida, essencialmente, com dados de natureza relacional, tal como relações entre 
objetos, indivíduos ou grupos e, especialmente, no que compete a este trabalho, a 
percepção que os adolescentes com características do TDAH possuem de suas redes de 
relacionamentos (redes sociais pessoais). O principal objetivo desta pesquisa foi 
descrever, comparar e analisar os componentes estruturais das redes sociais pessoais de 
uma amostra de 60 adolescentes de uma escola pública no município de Belém/PA 
divididos em grupos com e sem indicativo de TDAH, a fim de identificar possíveis 
associações entre o transtorno e os padrões de relacionamento. Para a coleta dos dados 
neste estudo foram utilizados três instrumentos: Questionário Juventude Brasileira; 
Formulários da Escala de ETDAH-AD; Questionário de Redes Sociais Pessoais 
Presenciais de Adolescentes com e sem indicativo de TDAH. Observou-se que 
adolescentes de ambos os grupos se agruparam com base em suas semelhanças como 
sexo, idade, gênero e orientação sexual, indicando um agrupamento social por 
homofilia. O grupo com indicativo mostrou maior preferência por relações no contexto 
Escola, com maior prevalência de relações de intensidade Moderada, com frequência 
Semanal. Quanto à durabilidade da mesma, apresentou menores médias entre o “meses” 
e “anos”, e menores médias de relações na categoria vida toda (em comparação ao 
grupo sem rastreio). Apresentou, ainda, baixo número de laços, baixa densidade e alta 
fragmentação das redes. O grupo sem indicativo também apresentou densidade baixa e 
alta fragmentação da rede, adolescentes deste grupo priorizaram o tipo de vínculo 
Familiar como mais importante entre os outros, maior frequência de contato diário e 
durabilidade de relações de vida toda atingiu maiores médias. Este grupo também 
obteve as maiores médias de intensidade de relação Forte, seguida da Moderada, 
sugerindo a família como principal fator de apoio no desenvolvimento desses 
adolescentes. Os resultados demonstram redes pessoais com baixo índice de densidades, 
topologicamente fragmentadas, e intensidade das relações predominantemente do tipo 
Moderada nas redes do grupo dos adolescentes com indicativo do transtorno e Forte 
nas redes dos adolescentes sem indicativo. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Análise de Redes Sociais; Redes Sociais Pessoais; 
Adolescentes; Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade; TDAH. 
 
 
 
 
 
 
 
Amoras, J. D. F. Personal Social Networks of a Sample of Adolescents with and without 
Attention Deficit Hyperactivity Disorder Characteristics. (Psychologist Formation). 
Philosophy and Human Sciences Institute. Federal University of Pará, 2022. 
 
ABSTRACT 
 
The large accumulation of data and the ability of computers and softwares to process it 
enabled the emergence of a new scientific field, with its own epistemology, the 
“network science”, it can be said that the most striking in terms of influence is the 
Social Network Analysis (SNA). The notion of Social Network is based on social 
relationsor relations between actors. SNA can be understood as a data analysis 
technique, which, through graph theory, studies social relations. SNA deals, essentially, 
with data of a relational nature, such as correlations between objects, individuals or 
groups and, especially for this research, the perception that adolescents with ADHD 
characteristics have of their relationship networks (personal social networks). The main 
objective of this research was to describe, compare and analyze the structural 
components of the personal social networks of a sample of 60 adolescents from a public 
school in the city of Belém/PA, divided into groups with and without an indication of 
ADHD, in order to identify possible associations between the disorder and relationship 
patterns. For data collection in this study, three instruments were used: Brazilian Youth 
Questionnaire; ETDAH-AD Scale Forms; Personal Social Networks Questionnaire for 
Adolescents with and without ADHD. It was observed that adolescents from both 
groups were grouped based on their similarities such as sex, age, gender and sexual 
orientation, indicating a social grouping by homophily. It was observed that adolescents 
from both groups were grouped based on their similarities such as sex, age, gender and 
sexual orientation, indicating a social grouping by homophily. The group with 
indicative of ADHD showed a greater preference for relationships in the School context, 
with a higher prevalence of relationships of Moderate intensity, with a weekly 
frequency. As for its durability, it presented lower means between “months” and 
“years”, and lower means of relationships in the whole life category (compared to the 
group without indicative of ADHD). It also presented a low number of loops, low 
density and high network fragmentation. The group without ADHD characteristics also 
presented low density and high network fragmentation, adolescents in this group 
prioritized the type of family bond as the most important among the others, greater 
frequency of daily contact and durability of lifelong relationships reached higher 
averages. This group also obtained the highest mean intensity of relationship Strong, 
followed by Moderate, suggesting the family as the main factor of support in the 
development of these adolescents. The results demonstrate personal networks with a 
low density index, topologically fragmented, and intensity of relationships 
predominantly of the Moderate type in the networks of the group of adolescents with 
indicative of the disorder and Strong in the networks of adolescents without indicative. 
 
 
KEYWORDS: Social Network Analysis; Personal Social Networks; Adolescents; 
Attention Deficit Hyperactivity Disorder. ADHD. 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Quadro 1: Definição das principais métricas em ARS................................................ 14 
Figura 1: Média dos ambientes de predominância nas redes pessoais dos 
participantes do Grupo A (com indicativo) e Grupo B (sem indicativo)..................... 28 
Figura 2: Média da frequência de contato dos adolescentes do Grupo A 
 (com indicativo) e Grupo B (sem indicativo)............................................................. 29 
Figura 3: Média de durabilidade das relações entre Grupo A 
(com indicativo) e Grupo B (sem indicativo).............................................................. 30 
Figura 4: Comparação das médias de intensidade das relações entre 
grupos A (com indicativo) e B (sem indicativo).......................................................... 31 
Figura 5: Grafo de Rede Pessoal de um adolescente do grupo A............................... 34 
Figura 6: Grafo de Centralidade de Grau de um adolescente do grupo A.................. 34 
Figura 7: Grafo de Centralidade de Intermediação de um adolescente do grupo A... 35 
Figura 8: Grafo de Rede Pessoal de um adolescente do grupo B................................ 36 
Figura 9: Grafo de Centralidade de Grau de um adolescente do grupo B................... 36 
Figura 10: Grafo de Centralidade de Intermediação de um adolescente do grupo......37 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1: Escores de classificação de rastreio de TDAH............................................ 22 
Tabela 2: Características sociodemográficas dos egos (participantes)........................ 26 
Tabela 3: Características dos alters (pessoas citadas pelos participantes)................... 27 
Tabela 4: Médias e desvios-padrão das métricas de rede............................................ 32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ADHD Attention Deficit Hyperactivity Disorder 
Alter Pessoa citada pelo participante 
ARS Análise de Redes Sociais 
CGrau Centralidade de Grau 
CInter Centralidade de Intermediação 
Clique Cliques 
Cluster Coeficiente de clustering 
Dens Densidade 
DP Desvio padrão 
DSM-V Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5.ª edição 
Ego Adolescente participante 
NLaco Número de laços 
NTPC Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento 
PPGTPC Programa de Pós Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento 
SNA Social Network Analysis 
SPSS Statistical Package for the Social Sciences 
TALE Termo de Assentimento Livre e Esclarecido 
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
TDAH Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade 
Trand Transitividade 
UEMA Universidade do Estado do Maranhão 
UFPA Universidade Federal do Pará 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 12 
2 OBJETIVOS............................................................................................................ 19 
2.1. Objetivo Geral ......................................................................................................... 19 
2.2. Objetivos Específicos .............................................................................................. 19 
3 MÉTODO ................................................................................................................ 20 
3.1 Procedimentos éticos ............................................................................................... 20 
3.2 Participantes ............................................................................................................ 20 
3.3 O passo a passo da coleta de dados ......................................................................... 21 
3.4 Delineamento .......................................................................................................... 24 
3.5 Instrumentos e Materiais ......................................................................................... 24 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 26 
4.1 Características dos egos e alters .............................................................................. 26 
4.2 Contextos de desenvolvimento das redes pessoais dos participantes ..................... 28 
4.3 Frequência de contato.............................................................................................. 29 
4.4 Durabilidade das relações........................................................................................ 30 
4.5 Intensidade das relações .......................................................................................... 31 
4.6 Métricas de redes sociais pessoais .......................................................................... 31 
4.7 Grafos de participante do grupo A .......................................................................... 34 
4.8 Grafos de participante do grupo B .......................................................................... 36 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................37 
6 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 40 
7 ANEXOS ................................................................................................................. 42 
 
 
 
 
12 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
O grande acúmulo de dados e a capacidade dos computadores e softwares em 
tratar tais dados possibilitou o surgimento de um novo campo científico, com uma 
epistemologia própria, a “ciência de redes” (Barabási, 2009). Das diversas áreas que 
esse novo campo se desenvolveu, pode-se dizer que a mais marcante em termos de 
influência é a Análise de Redes Sociais. 
Os estudos sobre Análise de Redes Sociais vêm se intensificando ao longo da 
última década. Embora sua epistemologia se dê em grande parte nas ciências exatas 
como matemática, estatística e computação, sua integração à sociometria foi inovadora 
a ponto de despertar interesse de cientistas de fenômenos sociais e comportamentais, 
propiciando através de suas métricas e análises, respostas precisas às questões das áreas 
supracitadas (Wasserman & Faust, 1994). 
A noção de Rede Social se baseia nas relações sociais ou relações entre atores 
em um determinado sistema. O conceito de rede social pode ser operacionalmente 
descrito como um tipo específico de rede em que os nós ou atores são pessoas ou grupos 
em uma população (Pires, 2017). As redes sociais denotam pontes que conectam os 
indivíduos, o posicionamento dos sujeitos especifica uma topologia de rede que 
estabelece um perfil de determinado sub agrupamento e para cada sujeito componente 
define seu acesso a informações onde fluem recursos de diferentes naturezas (Aeby, 
2016). 
De fato, as origens da análise de redes sociais estão situadas nos trabalhos 
clássicos de Moreno em que delineia a sociometria (Freeman, 2012), os campos 
relacionados à psicologia, especialmente à psicologia do desenvolvimento e social, 
pouco se apropriaram das decorrências técnicas e epistemológicas que lhe seguiram, 
 
13 
 
particularmente conhecidas como Análise de Redes Sociais (ARS). A ARS pode ser 
entendida como uma técnica de análise de dados, que por intermédio da teoria dos 
grafos, estuda as relações sociais. ARS lida, essencialmente, com dados de natureza 
relacional (Wasserman & Faust, 1994), tal como relações entre objetos, indivíduos ou 
grupos. 
A ARS se configura em uma abordagem metodológica que pode ser aplicada a 
diferentes tipos de redes com a finalidade de explicar como a estrutura das redes, as 
relações e os atributos dos seus membros se relacionam (Aeby, 2016). O enfoque da 
análise de redes sociais baseia-se no pressuposto de que o emaranhado de relações que 
constituem a rede social de um indivíduo proporciona consequências sociais relevantes 
a este (Freeman, 2012). A unidade de análise é “uma entidade constituída por uma 
coleção de indivíduos e a ligação entre eles” (Wasserman & Faust, 1994, p. 5). Essa 
abordagem se opõe àquelas que um enfoque está em uma característica intrapsíquica ou 
que, por outro lado, situam-se no “endereço social”. 
Existem três níveis ou unidades básicos de análises a serem considerados em 
pesquisas na ARS: o estrutural/relacional, o (comportamental) e o individual (Higgins 
& Ribeiro, 2018). No nível estrutural/relacional procura-se descrever conjuntos inteiros, 
identificar subconjuntos, seu grau de coesão, etc, por meio do tipo de relações estão 
acontecendo dentro da rede. No nível comportamental, são avaliados os 
comportamentos influenciados pela posição ocupada pelos membros da rede. Por final, 
no nível individual são considerados os atributos e as características dos agentes 
(exemplos: o gênero, idade, nível socioeconômico). Essas unidades de análises são 
derivadas do conhecimento da estrutura relacional do sistema (Higgins & Ribeiro, 
2018), O modelo é essencialmente um modelo relacional, e em princípio todas as 
unidades são derivadas da análise das relações entre os indivíduos. A ARS se utiliza de 
 
14 
 
algumas métricas que permitem dissecar esses níveis de análise, o quadro 1 a seguir 
sintetiza algumas das principais métricas utilizadas. 
 
Quadro 1: Definição das principais métricas em ARS 
Sigla Métricas Conceito 
Dens Densidade informa a proporção entre os laços existentes e o 
número de laços possíveis de existirem em uma 
rede social 
NLaco Número de Laços número de ligações presentes na rede. 
Cluste
r 
Coeficiente de clustering permite medir o grau no qual os atores tendem a se 
agrupar (cluster), informando o quanto a rede é 
coesa. Quanto maior for o coeficiente de clustering 
de uma rede, mais curta é a distância entre um ator 
e outro. 
Clique Cliques informa a quantidade de subgrupos presentes na 
rede, onde todos os membros estão diretamente 
conectados. 
CInter Centralidade de 
Intermediação 
informa o número de vezes que um membro da rede 
social atua como ponte, como intermediário entre 
dois outros membros. 
CGrau Centralidade de Grau indica o número de laços existentes sobre um ator, 
em outras palavras, o número de relações adjacentes 
 
15 
 
a um ator. 
Trand Transitividade informa sobre a conectividade dos membros de uma 
rede social a partir da presença das tríades, nas 
quais seus membros estão diretamente conectados. 
Homof
ilia 
Homofilia tipo de agrupamento social com base nas 
semelhanças. 
(Prell, 2012, Pires, 2017). 
Como derivados desses níveis de análise, em termos da representação em forma 
de grafos, alguns dos principais conceitos utilizados podem ser resumidamente descritos 
a seguir: 
1. Ego: o nó que está em foco em uma rede. 
2. Alters: os nós com os quais o Ego está ligado. 
3. Arestas: linhas que ligam um nó a outro em uma rede, podendo ser classificada 
com intensidades à interesse do(a) pesquisador(a). 
4. Relação: representada pelas arestas presentes entre os nós. 
5. Atributos dos nós: características dos atores na rede (idade, gênero, orientação 
sexual, entre outros). 
6. Redes sociais: metáfora do sistema de relações que revelam fenômenos 
relacionais presentes no mundo real. As redes sociais apresentam os atores e as 
relações entre eles nesse sistema e podem ser representadas em forma de grafos. 
Alguns dos principais delineamentos de análise de redes sociais são as redes 
sociais totais ou sociocêntricas e as egocêntricas. Diferenciam-se esses delineamentos 
 
16 
 
pelos procedimentos de coleta e análise da rede. As redes sociais sóciocêntricas (totais) 
caracterizam-se por investigarem as interações existentes em um sistema social 
delimitado, que pode ser uma instituição, um setor, um grupo de estudantes, 
participantes de um time de futebol, entre outros. Os dados coletados neste modelo 
colhem dados a respeito de todos os alters, todos os membros da rede e suas relações 
diretas e/ou indiretas e segundo Pires (2017, p. 25) “com vistas a identificar a natureza 
dos vínculos desenvolvidos, a percepção dos membros acerca de suas relações e das 
relações travadas pelos outros membros, a presença ou inexistência de determinados 
padrões relacionais, as posições dos atores”. Já as redes sociais egocentradas, realizam 
análises que permeiam o ego, o sujeito focal. Ainda segundo Pires (2017, p. 25) “Nessas 
redes os dados inquiridos são a respeito dos atributos de um indivíduo específico, sobre 
as relações diretas que desenvolve com outros membros de sua rede denominados por 
alters e sobre os efeitos da rede do indivíduo sobre suas atitudes”. Nas redes sociais 
egocentradas, a percepção do indivíduo sobre sua própria rede é valorizada. 
Contudo, McCarty (2002, 2010) desenvolveu uma variação desses dois tipos de 
redes, as redes sociais pessoais. As redes sociais pessoais, apresentam características 
tanto de rede egocentrada quanto sociocêntrica, nesse sentido analisam as relações a 
partir da percepção de um indivíduo específico, mas aplica análises estruturaisà rede da 
pessoa entrevistada, peculiares de redes sóciocêntricas (Lazega e Higgins, 2014, 
McCarty, 2002, 2010). McCarty (2010) afirma que este tipo de rede investiga a 
percepção do indivíduo focal a respeito de suas relações, em outras palavras, é uma rede 
percebida, representando a realidade do ego em estudo. 
Na rede social pessoal coleta dados se utilizando dos relatos dos seus 
entrevistados, tal como se constata no trecho a seguir:. 
Na rede social pessoal os dados são coletados a partir dos relatos dos egos entrevistados. No 
entanto, essa coleta de informações não se restringe aos atributos do ego, mas se amplia na 
extração de dados de variáveis estruturais, que podem ser os tipos de relações, conteúdos, força e 
 
17 
 
intensidade das mesmas, entre outros, e de dados de variáveis de composição que medem 
atributos do ambiente social e dos atores como localização de residência, gênero, raça, 
fornecendo, assim, não somente informações relacionais entre o ego e seus alters mas também 
sobre as relações entre os alters (Pires, 2017, p. 27) 
Este tipo de rede será investigado na presente pesquisa. Como observado 
anteriormente, a ARS tem sido aplicada a diferentes tipos de fenômenos relacionais e a 
literatura da área tem apontado inúmeras interfaces entre redes sociais e diversas 
subáreas do conhecimento, contudo, muito pouco é conhecido sobre a relação entre as 
características das pessoas (atributos) e o seu padrão de rede. Particularmente pouco se 
sabe ainda sobre as relações presentes entre os transtornos psicológicos, 
neurobiológicos, psiquiátricos e seus padrões de redes, em especial à sua percepção de 
sua rede social, como por exemplo, as redes pessoais. Supõem-se que o posicionamento 
que tais perfis topológicos de rede criam laços de feedback retroalimentando as próprias 
características das pessoas. Especialmente no que compete a este trabalho, sobre a 
percepção que os adolescentes com características do TDAH possuem de suas redes de 
relacionamentos (redes sociais pessoais) como da forma por eles percebida. 
O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento muito frequente na infância, 
todavia seu diagnóstico pode perdurar às outras fases da vida, como a adolescência, e 
acarreta prejuízos acadêmicos, sociais e psicológicos em diversos contextos do 
desenvolvimento do indivíduo, afetando diretamente as relações sociais (Braun et al., 
2019; Chou et al., 2014; Rodillo, 2015). O TDAH é caracterizado por conjuntos de 
sintomas de desatenção e/ou hiperatividade e impulsividade, podendo ser classificado 
em três principais tipologias: 1) desatenção; 2) hiperatividade/impulsividade e; 3) 
combinado. 
Não existem bioindicadores do transtorno e sua etiologia ainda não está bem 
definida na literatura científica, entretanto, estudos epidemiológicos, de genética 
molecular, neurofarmacologia e outras áreas da neurobiologia afirmam reconhecer forte 
associação genética e herdabilidade de 60-70% (Rodillo, 2015). Riscos ambientais 
 
18 
 
como prematuridade, exposição a adversidades significativas na infância e baixo peso 
no momento do nascimento se mostraram relevantes como características comuns de 
pessoas diagnosticadas com TDAH (Braun et al., 2019). Sem marcadores biológicos 
bem definidos, o diagnóstico para este transtorno é feito por análise clínica, sendo seu 
principal instrumento o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 
(DSM-V) na sua 5ª versão. Nele, os critérios são definidos por ocorrência (mínimo de 6 
dos 9 sintomas para crianças e adolescentes menores de 17 anos e 5 dos 9 sintomas para 
adolescentes mais velhos - mais de 17 anos - e adultos) e duração das ocorrências 
(mínimo de 6 meses), ocasionando impacto negativo direto em atividades sociais e 
acadêmicas/profissionais. 
Segundo o próprio DSM-V (2013), a tipologia caracterizada pela desatenção se 
manifesta por desorganização, dificuldade em manter o foco, divagação em tarefas e 
falta de persistência. A tipologia qualificada como hiperatividade/impulsividade se 
expressa como atividade motora excessiva quando não necessária ou proibida, batucar, 
conversar em excesso, inquietude e ações precipitadas com potencial dano à pessoa. Por 
fim, a tipologia combinada refere-se à expressão simultânea dos critérios de desatenção 
e hiperatividade/impulsividade durante, no mínimo, 6 meses. 
Adolescentes, como citado previamente, estão mais vulneráveis a adversidades 
sociais, todavia adolescentes diagnosticados com TDAH são ainda mais propensos a 
relações sociais de menor qualidade e, segundo Chou et al (2018), são 
significativamente mais acometidos pela vitimização e perpetração de bullying. Neste 
trabalho, investigou-se as redes de relacionamento quanto à intensidade, durabilidade e 
frequência de contato de adolescentes com e sem indicativo de TDAH, bem como as 
características de seus pares, utilizando a Análise de Redes Sociais (ARS). 
 
19 
 
Considerando a ausência de literatura científica sobre redes sociais de 
adolescentes com e sem indicativo de TDAH, ter um estudo que compare redes sociais 
pessoais entre esses dois grupos pode iluminar algumas questões relativas à estrutura 
das redes de interação dos adolescentes, sintomas de TDAH e desenvolvimento. Sendo 
assim, este estudo se propôs a descrever os componentes estruturais das redes sociais 
pessoais de uma amostra de adolescentes com e sem indicativo do TDAH de uma escola 
pública estadual da cidade de Belém - Pará. Ao analisar as redes sociais pessoais dos 
adolescentes, acredita-se poder observar se a estrutura de suas relações tem alguma 
associação com a expressão dos sintomas do transtorno observados nos mesmos. 
2 OBJETIVOS 
2.1. Objetivo Geral 
Descrever, comparar e analisar os componentes estruturais das redes sociais 
pessoais de uma amostra de 60 adolescentes com e sem indicativo de TDAH, a fim 
de identificar possíveis associações entre o transtorno e os padrões de 
relacionamento. 
2.2. Objetivos Específicos 
● Descrever o perfil sociodemográfico dos participantes deste estudo. 
● Identificar, por rastreio em ambiente escolar, adolescentes com indicativo de 
TDAH. 
● Caracterizar as variáveis de atributos individuais dos egos e alters. 
● Identificar as variáveis de composição e estruturais das redes sociais pessoais 
dos adolescentes. 
● Desenvolver análises de redes sociais nos níveis de análise individual e 
relacional. 
 
20 
 
3 MÉTODO 
3.1 Procedimentos éticos 
O trabalho fez parte de um projeto maior intitulado "Estresse, auto percepção e 
expectativas de futuro de adolescentes com e sem indicativos de TDAH" que foi 
submetido e aprovado pelo Comitê de Ética do Núcleo de Medicina Tropical da 
Universidade Federal do Pará segundo parecer 3.352.152, conforme resolução 510/16 
do Conselho Nacional de Saúde. A coleta de dados foi iniciada somente após parecer de 
aprovação do Comitê supracitado e autorização das instituições participantes, bem como 
permissão da escola, professores, responsáveis e assentimento dos adolescentes. 
3.2 Participantes 
Do conjunto de participantes fizeram parte da amostra desta pesquisa 60 
adolescentes pertencentes à faixa de idade de 12 aos 18 anos estudantes do ensino 
médio nas modalidades regular, Mundiar ou técnico integrado de uma escola da rede 
pública de ensino, do município de Belém/PA. Os alunos foram submetidos a testes e 
escalas de rastreio do TDAH e foram distribuídos em dois grupos: 
Grupo A: 30 alunos que apresentaram indicativo, características do TDAH. 
Grupo B: 30 alunos que não apresentaram indicativo, características do TDAH. 
Os critérios para inclusão no grupo A foi classificação “média superior” ou 
“superior” nos fatores Desatenção, Impulsividade e Hiperatividade. No grupo B foram 
incluídos os adolescentes que obtiverem a classificação “média inferior” ou “inferior” 
nos mesmos fatores citados. Classificação “média” não contemplava o requisitode 
rastreio. 
Vale ressaltar que rastreio não é diagnóstico do transtorno, significa que o 
adolescente, por intermédio de uma escala, apresentou características comuns de 
 
21 
 
pessoas diagnosticadas com TDAH segundo o DSM-5 (2013), para diagnóstico é 
necessário um laudo médico. O objetivo da pesquisa nunca foi diagnosticar 
adolescentes, mas rastrear sintomas e compreender seu efeito no desenvolvimento 
humano. 
A amostra foi definida por conveniência, o que significa que é uma amostra não 
probabilística, uma vez que a seleção dos participantes não foi direcionada por critérios 
estatísticos e sim pela acessibilidade do pesquisador. 
Para participar da pesquisa, os participantes foram compreendidos em dois 
critérios: ser aluno (a) efetivo (a) da escola e ter o aceite do (a) adolescente via 
assinatura do Termo de Assentimento Livre e Esclarecido (TALE) e de seu responsável 
por meio da assinatura e do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 
3.3 O passo a passo da coleta de dados 
Passo 1: Contato com a instituição 
No primeiro momento do processo de coleta dos dados foi feito o contato com a 
instituição selecionada para o convite a participar da pesquisa. 
Passo 2: Contato com os pais e responsáveis 
Momento em que foram esclarecidos sobre os procedimentos e objetivos da 
pesquisa e convidados a autorizarem a participação dos adolescentes, através da 
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 
Passo 3: Contato com os professores das turmas 
Solicitação junto aos professores das turmas para liberarem seus alunos para 
participarem da pesquisa. 
 
22 
 
Passo 4: Aplicação do Questionário da Juventude Brasileira – 
Biosociodemográfico e da Escala ETDAH-AD. 
Os alunos, de acordo com a liberação dos professores e suas disponibilidades, 
eram encaminhados aos ambientes de coleta para responderem aos referidos 
instrumentos. 
Passo 5: Correção da Escala ETDAH-AD para rastreio do TDAH 
Os formulários de todos os alunos foram corrigidos de acordo com o manual 
instrucional da escala a fim de identificar os alunos que apresentaram características do 
TDAH e os alunos que não apresentaram tais características. Após a correção se pode 
categorizá-los em grupo A (30 alunos com indicativo de TDAH) e grupo B (30 alunos 
sem indicativo). 
Os critérios para inclusão no grupo A (com indicativo) se deu de acordo com a 
classificação da escala: “média superior” ou “superior” nos fatores Desatenção, 
Impulsividade e Hiperatividade e no grupo B os adolescentes que obtiveram a 
classificação “média inferior” ou “inferior” nos mesmos fatores citados, classificação 
“média” não contemplava o requisito de rastreio. (ver Tabela 1). 
Percentis para a classificação nos fatores do ETDAH 
Tabela 1: Escores de classificação de rastreio de TDAH 
Classificação Percentil 
Inferior 1, 5, 10, 15 e 20 
Média Inferior 25, 30, 35 e 40 
 
23 
 
Média 45, 50, 55 e 60 
Média Superior 65, 70, 75 e 80 
Superior 85, 90, 95 e 99 
 
Para o presente trabalho foram utilizados apenas os escores referentes a 3 dos 5 
fatores avaliados: Desatenção, Impulsividade e Hiperatividade. Considerando tais 
fatores, os participantes que neles obtiveram classificação “inferior”, “média inferior” e 
“média” foram considerados com ausência de sintomas que possam caracterizar o 
rastreio do transtorno, enquanto os indivíduos que atingiram as classificações “média 
superior” ou “superior” em algum dos fatores foram considerados com a presença de 
sintomas para rastreio do transtorno, sendo selecionados 30 adolescentes que 
apresentam sintomas do transtorno e 30 adolescentes que não os apresentam. 
Passo 6: Aplicação do Questionário de Redes Sociais Pessoais Presenciais de 
Adolescentes com e sem indicativo de TDAH 
A última etapa da coleta de dados se constituiu na aplicação do questionário de 
rede social pessoal da escola com os 60 alunos divididos em grupo A (com indicativo) e 
grupo B (sem indicativo). 
Com uma pergunta geradora: “quem são as pessoas que você se relaciona, dentro 
e fora da escola?”, os 60 participantes revelavam um total 30 pessoas cada, de diversos 
contextos do seu desenvolvimento. 
 
24 
 
3.4 Delineamento 
A pesquisa teve caráter quantitativo, descritivo de delineamento exploratório e 
transversal. O tipo de amostra utilizada foi a não probabilística por conveniência. 
3.5 Instrumentos e Materiais 
Para a coleta dos dados foram utilizados neste estudo: a) Questionário Juventude 
Brasileira; b) Formulários da Escala de ETDAH; c) Questionário de Redes Sociais 
Pessoais Presenciais de Adolescentes com e sem indicativo de TDAH. E para análise de 
dados foram utilizados os softwares: d) Programa Estatístico SPSS; e) Software Egonet; 
f) Software Ucinet 6.701. 
a) Questionário da Juventude Brasileira (Versão Fase II – Dell’Aglio, Koller, 
Cerqueira-Santos, & Colaço, 2011) 
Composto por 77 questões objetivas, sendo algumas em formato Likert, este 
questionário visa investigar comportamentos de risco, fatores de risco e proteção em 
adolescentes, abordando também aspectos biosociodemográficos (Zappe, & Dell'Aglio, 
2016). Este questionário foi adaptado para esta pesquisa, sendo utilizados apenas os 
dados sociodemográficos. 
b) Formulários da Escala de ETDAH – Versão Adolescentes e Adultos (ETDAH–
AD, Benczik, 2013) 
Desenvolvida especificamente para a população brasileira, apresenta excelente 
nível de precisão e de fidedignidade, conta com 69 itens e avalia cinco fatores:1) 
Desatenção, 2) Impulsividade, 3) Aspectos Emocionais, 4) Autorregulação da Atenção, 
da Motivação e da Ação e 5) Hiperatividade. 
 
25 
 
c) Questionário de Redes Sociais Pessoais Presenciais de Adolescentes com e sem 
indicativo de TDAH 
Elaborado pelo Laboratório de Pesquisa em Redes (LAR) do Programa de Pós-
Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento do Núcleo de Teoria e Pesquisa do 
Comportamento da Universidade Federal do Pará (2019). Composto por três seções. 
Seção 1 coleta dados Sócio demográficos de atributos do ego (adolescente). Seção 2 
recolhe dados de Rede Social Pessoal (não restrita à escola) e Seção 3 capta dados 
relacionais entre os alters: (alter pair), onde é possível qualificar a relação entre os 
alters. 
d) Programa Estatístico SPSS (Statistical Package for the Social Sciences) 
Realiza diversos tipos de análises estatísticas, dos níveis mais simples aos mais 
complexos, além de elaborar tabelas e gráficos de diversas especificidades (Dancey & 
Reidy, 2007). 
e) Software Egonet 
Útil na elaboração de entrevistas/questionários, na organização, tratamento, 
análise dos dados e geração de grafos de redes egocentradas e pessoais (McCarty, 
2002). 
f) Software Ucinet 6.701 
Utilizado para análises de redes sociais (redes sociais pessoais, egocentradas ou 
sóciocêntricas). Esse software calcula inúmeras medidas de redes e gera grafos para 
visualização das mesmas (Borgatti, Everett & Freeman, 2002). 
 
26 
 
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
4.1 Características dos egos e alters 
Tabela 2: Características sociodemográficas dos egos (participantes) 
VARIÁVEL Grupo A Grupo B 
 n % n % 
Idade 
12 a 18 anos 
 
 
 
30 
30 
 
100 
100 
 
30 
30 
 
100 
100 
Série 
1 ano regular 
1 ano técnico 
2 ano regular 
2 ano técnico 
3 ano regular 
3 ano técnico 
Mundiar 
 
 
08 
14 
00 
00 
01 
01 
06 
30 
 
26,7 
46,7 
00 
00 
3,3 
3,3 
20 
100 
 
04 
14 
03 
02 
02 
01 
04 
30 
 
13,4 
46,7 
10 
6,6 
6,6 
3,3 
13,4 
100 
 
Sexo 
Masculino 
Feminino 
Intersexo 
 
 
15 
15 
00 
30 
 
 
50 
50 
00 
100 
 
 
15 
15 
00 
30 
 
 
50 
50 
00 
100 
Gênero 
Agênero 
Cisgênero 
Transgênero 
Gênero Fluido 
 
 
 
00 
30 
00 
00 
30 
 
00 
100 
00 
00 
100 
 
00 
30 
00 
00 
30 
 
00 
100 
00 
00 
100 
 
Orientação Sexual 
Hetero 
Homossexual 
Bissexual 
Não declarado28 
00 
02 
00 
30 
 
93,33 
00 
6,67 
00 
100 
 
24 
01 
05 
00 
30 
 
80 
3,3 
16,7 
00 
100 
 
Núcleo Familiar 
Pais 
Mãe 
Pai 
Avós 
Tios 
Outros 
 
 
15 
10 
01 
03 
00 
01 
30 
 
50 
33,4 
3,3 
10 
00 
3,3 
100 
 
16 
08 
01 
02 
01 
02 
30 
 
53,33 
26,66 
3,333 
6,67 
3,333 
6,67 
100 
Atividade Extraescolar 
Nenhuma 
Religião 
Esporte 
Projeto Social 
Trabalho 
 
 
18 
02 
04 
00 
06 
30 
 
60 
6,6 
13,4 
00 
20 
100 
 
13 
07 
04 
01 
05 
30 
 
43,33 
23,33 
13,4 
3,33 
16,6 
100 
 Nota.n: Frequência de respostas de uma determinada categoria de análise. 
 %: porcentagens. 
 
 
27 
 
Tabela 3: Características dos alters (pessoas citadas pelos participantes) 
VARIÁVEL Grupo A Grupo B 
 Média Média 
Idade 
0 a 11 
12 a 17 
18 a 24 
25 a 35 
46 a 59 
60+ 
 
2,7 
47,3 
29,7 
7,3 
9 
2,3 
 
 
5,3 
44,3 
27,5 
8,9 
2,5 
1,8 
 
Sexo 
Masculino 
Feminino 
Intersexo 
 
 
49,5 
50,3 
0,2 
 
 
 
45,23 
54,7 
00 
 
Gênero 
Agênero 
Cisgênero 
Transgênero 
Gênero Fluido 
 
 
0,3 
98,6 
0,1 
0,9 
 
0,4 
98,9 
0,2 
0,4 
Orientação Sexual 
Hetero 
Homossexual 
Bissexual 
Não declarado 
 
93,6 
1,9 
4,2 
00 
 
 
94,5 
0,7 
4,8 
00 
 
 
 Nota. Média: média de todas as respostas dos participantes sobre uma determinada variável. 
 
É possível visualizar nas Tabelas 2 e 3 acima, sobre características dos 
participantes, que ambas as redes sociais pessoais possuem os mesmos atributos com 
mais frequência, ou seja, os participantes compartilham de características semelhantes 
com seus alters (sexo, identidade de gênero, orientação sexual, idade), isto pode nos 
demonstrar a constituição de uma seleção social por homofilia, onde as pessoas 
desenvolvem e mantém relações a partir de suas semelhanças. Os atributos como 
Heterossexualidade e Identidade Cisgênero são ainda mais realçadas por alcançarem 
médias próximas a 100, ressaltando sua predominância em ambos os sexos masculino e 
feminino. 
Na Tabela 3, nota-se a prevalência de adolescentes cisgêneros, heterossexuais 
com idade entre 12 e 17 na rede dos participantes de ambos os grupos. 
 
28 
 
A faixa etária tem sua predominância na mesma faixa de idade dos participantes 
(entre 12 e 18 anos) em ambos os grupos, entretanto, há importantes diferenças 
estatísticas entre grupos. No grupo A, a média é de 47,3, enquanto que no grupo B, 
44,3, apresentando semelhança de idade como fator de desenvolvimento muito mais 
importante no grupo com indicativo. 
4.2 Contextos de desenvolvimento das redes pessoais dos participantes 
No referente à composição da rede é possível observar na Figura 1 que os 
grupos divergem na predominância dos contextos de desenvolvimento. O grupo A 
mostra maior quantidade de vínculos na Escola (35,3), pondo este ambiente como de 
grande importância no desenvolvimento social dos adolescentes com rastreio de TDAH. 
O grupo B, apesar de apresentar a porcentagem de interação na Escola (34,5) próxima a 
do outro grupo supracitado, a Família (36,2) é priorizada como principal contexto de 
relação social. 
 
 
29 
 
Figura 1: Média dos ambientes de predominância nas redes pessoais dos 
participantes do Grupo A (com indicativo) e Grupo B (sem indicativo). 
4.3 Frequência de contato 
Como pode-se observar na Figura 2 as diferenças entre os grupos parecem 
baixas a olho nu, entretanto, o grupo A (com indicativo) demonstra frequência de 
contato semanal como predominante (37,9) enquanto que o grupo B (sem indicativo) 
tem frequência de contato diário como mais significativo (42,4), percebe-se 
divergências estatísticas entre eles. O grupo A possui menor frequência diária que o 
grupo B, e em contrapartida, possui maior média na frequência semanal (37,9) contra 
grupo B (33,8), isso pode se dar ao contexto de desenvolvimento divergente entre os 
dois, como supracitado. As relações do grupo A se desenvolvem em maior parte no 
ambiente escolar enquanto o grupo B se mostra mais familiar, justificando seu grande 
percentual de contato diário. 
 
 
30 
 
Figura 2: Média da frequência de contato dos adolescentes do Grupo A (com 
indicativo) e Grupo B (sem indicativo). 
4.4 Durabilidade das relações 
No que condiz à durabilidade das relações, de acordo com a Figura 3 no grupo 
com indicativo (A), podemos perceber que a durabilidade das relações apresenta 
variações das médias entre 10,7 a 28,11, enfatizando a importância do contexto escolar 
no desenvolvimento de suas relações, o que pode estar associado à durabilidade de 
relações de menor tempo que o outro grupo. O grupo B apresenta médias com variações 
de 3,76 a 37,06, isso se dá devido à composição estrutural das redes dos participantes 
desse grupo, onde a preferência relacional se encontra no tipo de vínculo familiar , 
justificando média maior na categoria durabilidade da relação Vida Toda (37,06). 
 
Figura 3: Média de durabilidade das relações entre Grupo A (com indicativo) e 
Grupo B (sem indicativo). 
 
31 
 
4.5 Intensidade das relações 
Já no referente à intensidade das relações, na Figura 4 pode-se verificar que, no 
grupo A, a intensidade predominante das relações é Moderada (40,9) seguida da Forte 
(30,5), no grupo B se vê o inverso, onde a intensidade Forte está com média de 39,8 e a 
Moderada, 36,6. Existem também mais relações Muito Fraca (8,1) e Fraca (20,5) no 
grupo com indicativo do que no grupo dos participantes sem indicativo, 7,4 e 16,1, 
respectivamente. Vê-se, então, maior intensidade das relações nas redes dos 
participantes do grupo B. 
 
Figura 4: Comparação das médias de intensidade das relações entre grupos A (com 
indicativo) e B (sem indicativo). 
4.6 Métricas de redes sociais pessoais 
As informações dispostas a seguir descrevem as principais métricas de redes 
pessoais. Como se pode perceber em ambos os grupos, as redes se apresentam como 
fragmentadas, de baixa densidade, entretanto, o grupo dos adolescentes com indicativo 
 
32 
 
são ainda menos densas (0.279) em comparação às redes do grupo B (0.335), isso se dá 
porque os grupos citam alters de diversos contextos que não se conhecem, vide número 
de laços (243 para grupo A e 292, B), e as relações são muito restritas aos contextos por 
onde os adolescentes transitam. 
Quanto mais baixa é a densidade, menor é o índice de clusterização, ou seja, 
mais subgrupos a rede possui. Verifica-se que o grupo sem indicativo (0.794) possui 
mais subgrupos que o com rastreio (0.768), com cliques no limítrofe da semelhança 
(18,23 no grupo A e 18,26 no grupo B), e centralidade de intermediação próximos 
(21.92 e 18.84, respectivamente). As médias de transitividade também estiveram 
semelhantes, com 0.695 para o grupo A e 0.717 para o B. 
Tabela 4: Médias e desvios-padrão das métricas de rede. 
 
GRUPO A GRUPO B 
Métricas Média DP Média DP 
Dens 0,279 0,137 0,335 0,167 
NLaco 243 119,720 292 145,654 
Cluster 0,768 0,071 0,794 0,101 
Clique 18,23 10,937 18,26 12,832 
CInter 21,92 13,496 18,84 13,882 
CGrau 0,3226 0,102 0,354 0,135 
Trand 0,695 0,081 0,717 0,145 
Legenda: Dens: densidade; NLaco: número de laços; Cluster: coeficiente de clustering; 
Clique: cliques; CInter: centralidade de intermediação; CGrau: centralidade de grau e; 
Trand: transitividade. 
 
33 
 
Vale ressaltar que ao mesmo tempo em que ter uma rede fragmentada pode 
parecer prejudicial ao desenvolvimento do adolescente, ter pessoas muito significativas 
em diversos contextos pode se mostrar vantajoso para alguns, elaborando novos 
ambientes de proteção. 
A título de exemplo apresentam-se as Figuras 5, 6, 7, 8, 9 e 10 a seguir, grafos 
das rede de participantes, sendo os três primeiros do grupo A e os três últimos do grupo 
B. Vê-se nessa rede uma densidade um pouco menor, representandoa média do grupo 
B, aqui percebe-se alters de vários contextos por onde o participante transita. Constata-
se uma rede bastante fragmentada, pode-se observar um sujeito isolado, que não 
conhece e não é conhecido por ninguém entre os outros 29 atores (um componente) e, 
por si só, se estabelece como outro componente, totalizando dois componentes na rede. 
Apesar da rede parecer frágil por ser fragmentada, nela, o adolescente recebe diversos 
tipos de influência, suporte, informação e comunicação, podendo se configurar um fator 
protetivo já que, a diversidade da rede pode favorecer o desenvolvimento, estabelecendo 
condições de envolvimento em diferentes relações, em outras palavras, diferentes 
formas de apoio. 
 
34 
 
4.7 Grafos de participante do grupo A 
 
Figura 5: Grafo de Rede Pessoal de um adolescente do grupo A. 
 
Figura 6: Grafo de Centralidade de Grau de um adolescente do grupo A. 
 
35 
 
 
Figura 7: Grafo de Centralidade de Intermediação de um adolescente do grupo 
A. 
Legenda: azul: vínculos de escola; vermelho: família; amarelo: rua; verde água: igreja; 
preto: outros; verde: atividade extra escolares. 
As centralidades são melhor distribuídas com “pessoas-chave” em cada um 
desses contextos, percebe-se estas pessoas exercendo algum tipo de centralidade de 
grau, o alter mais central da rede é um familiar, que exerce muita influência nos nós dos 
outros ambientes do adolescente, seguido de um nó do tipo de vínculo “outros”, que 
também se mostra importante na rede de relacionamento do participante. 
 
36 
 
4.8 Grafos de participante do grupo B 
 
Figura 8: Grafo de Rede Pessoal de um adolescente do grupo B. 
 
Figura 9: Grafo de Centralidade de Grau de um adolescente do grupo B. 
 
37 
 
 
Figura 10: Grafo de Centralidade de Intermediação de um adolescente do grupo 
B. 
Vê-se aqui uma densidade um pouco maior, com bastante representação familiar 
e escolar, representando com fidedignidade os participantes do grupo B. O nó central 
pertence ao contexto familiar e conecta pessoas dos diferentes grandes clusters, tendo a 
maior centralidade de intermediação e de grau da rede, transitando entre o contexto 
familiar e escolar do participante. A maioria da rede se constitui por nós da escola e, é 
interessante notar que os nós familiares, apesar de estarem em menor número, 
permanecem conectados a esses nós do contexto escolar, garantindo ao adolescente 
apoio, recurso, comunicação e informação nesses dois principais contextos favorecendo 
o desenvolvimento. 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Adolescentes de ambos os grupos se agruparam com base em suas semelhanças 
como sexo, idade, gênero e orientação sexual, indicando um agrupamento social por 
homofilia. Esta amostra permitiu visualizar como as redes desses adolescentes se 
estruturam, o grupo com indicativo mostrou maior preferência por relações no contexto 
Escola, com maior prevalência de relações de intensidade Moderada, refletindo tanto 
 
38 
 
frequência da interação, que é Semanal, quanto na durabilidade da mesma, apresentando 
menores variações nas médias entre os meses e anos, e menores médias de relações da 
vida toda (em comparação ao grupo B), sendo assim, suas relações estão restritas aos 
contextos em que o adolescente rotaciona, apresentando baixo número de laços, a mais 
baixa densidade e alta fragmentação das redes. Como discutido nos resultados, ter uma 
rede mais fragmentada, por mais frágil que pareça, pode se mostrar vantajosa para o 
adolescente em questão, exigindo análise individual. 
O grupo sem indicativo também apresentou densidade baixa e alta fragmentação 
da rede e, como supracitado, interações desenvolvidas por homofilia, entretanto os 
adolescentes deste grupo priorizaram o vínculo familiar como mais importante entre os 
outros, refletindo na frequência e durabilidade de interação como os de maiores médias 
entre as outras categorias. Este grupo também obteve as maiores médias de intensidade 
de relação Forte, seguida da Moderada, sugerindo a família como principal fator de 
apoio no desenvolvimento desses adolescentes. 
 As informações acima demonstram que em ambos os grupos as redes são 
fragmentadas, de baixa densidade principalmente no grupo dos adolescentes com 
indicativo de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade, por se tratar de uma 
amostra por conveniência, não probabilística, não é possível afirmar de forma estatística 
que as redes dos adolescentes que apresentam sintomas do transtorno terão menores 
densidades, maiores fragmentações e baixa intensidade nas relações, estas baixas, 
inclusive, podem se mostrar como fenômenos da própria adolescência. Sendo assim, 
novas pesquisas precisam ser feitas para iluminar a névoa que aos poucos vai se 
dissipando e abrindo mais espaço para as ciências de redes. 
Como próximo passo desse trabalho seria necessário, além de um aumento da 
amostra, um tratamento estatístico inferencial para distinguir se há relevância entre os 
 
39 
 
grupos estatisticamente significantes. Ademais, as análises aqui consideradas tratam de 
métricas do nível estrutural/relacional e individual, contudo essas métricas não estão 
cruzadas, de modo que não há uma identificação das relevâncias em termos relacionais 
no nível individual, esses são passos necessários para um maior aprofundamento desses 
dados. 
Deve-se destacar que essa rede é uma rede perceptual dos participantes, ou seja, 
que denota como eles veem suas relações e as relações entre as pessoas com as quais 
têm relações. A despeito da abordagem aqui ser essencialmente quantitativa, tal grau de 
detalhamento necessariamente sugere uma abordagem mais qualitativa, isso é possível 
de ser feito a partir de estudos de caso, um aspecto a ser explorado em trabalhos futuros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
6 REFERÊNCIAS 
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network analysis: A case illustration from the Family tiMes survey. FORS 
Working Paper Series, paper 2016-2. Lausanne: FORS. 
American Psychiatric Association. (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental 
Disorders, Fifth Edition (DSM-V). Arlington, VA: American Psychiatric 
Association. 
Barabási, A. L. (2009). Linked: a nova ciência dos networks. São Paulo: Leopardo. 
Braun, K. C. R.; Marcilio, F. C. P.; Corrêa, M. A.; Dias, A. C. G. (2019). Terapia 
Cognitivo-Comportamental para adolescentes com Transtorno de Déficit de 
Atenção e Hiperatividade: uma revisão sistemática de literatura. Contextos 
Clínicos – Vol. 12, n. 2 (mai./ago.) 
Chou, W.-J., Liu, T.-L., Yang, P., Yen, C.-F., & Hu, H.-F. (2014). Bullying 
Victimization and Perpetration and Their Correlates in Adolescents Clinically 
Diagnosed With ADHD. Journal of Attention Disorders, 22(1), 25–34. 
doi:10.1177/1087054714558874 
Freeman, L. (2012). El desarrollo del Análisis del Redes Sociales: Un studio de 
sociologia de la ciência. [N. A., Valverde, Trad.]. Palibrio. 
Higgins, S. S. & Ribeiro, A. C. A. (2018). Análise de redes em Ciências Sociais. 
Disponível em: http://repositorio.enap.gov.br/handle/1/3337 
Lazega, E. & Higgins, S. S. (2014). Redes sociais e estruturas relacionais. Ed Fino 
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Pires, S. M. A. M. (2017). Redes pessoais de cuidadores de crianças com paralisia 
cerebral e desenvolvimento típico (Dissertação de Mestrado). Universidade 
Federal do Pará - UFPA, Belém, PA, Brasil. 
Prell, C. (2012). Social network analysis: history, theory & methodology. Ed. SAGE. 
Rodillo, E. (2015). Transtorno por Deficit de Atencion e Hiperactividade (TDAH) en 
Adolescentes. REV. MED. CLIN. CONDES; 26(1) 52-59. 
McCarty, C (2002). Measuring Structure in Personal Network, Journal of Social 
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McCarty, C (2010). La estructura en las redes personales. Redes: revista hispana para el 
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41Wasserman, S, & Faust, K. (1994). Social Network Analysis: Methods and 
Applications. Cambridge, UK: Cambridge Univ. Press. 
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and applications (Cap 1, pp. 3-27). Press Syndicate of the University of 
Cambridge. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
7 ANEXOS 
ANEXO I 
Questionário Juventude Brasileira 
FORMULÁRIO BIOSOCIODEMOGRÁFICO 
(Adaptado de Dell’Aglio, Koller, Cerqueira-Santos & Colaço, 2011) 
 
DATA: _____/______/_______ Turma: 
__________________________ 
1. Nome: 
2. Sexo: ( ) M ( ) F 3. Idade: ( ) 13 ( )14 ( ) 15 ( ) 16 ( )17 ( )18 ( ) 19 
em diante 
4. Endereço: 
5. Telefone e nome do Responsável: 
6. Naturalidade: 7. Nacionalidade: 
8. Estado Civil: ( )Solteiro ( ) Casado ( ) Amigado ( ) Outros 
9. Estado Civil dos pais: ( )Solteiros ( ) Casados ( ) Amigado ( 
) Separados 
10. Tem irmãos: ( ) sim ( ) Não. Quantos? 
11. Profissão dos pais 
Mãe: Pai: 
12. Cor, raça ou etnia: ( ) Branca ( ) Negra ( ) Parda ( ) Amarela ( ) Indígena 
13. Com quem mora? ( ) Pais ( ) Pai ou Mãe ( ) Avós ( )Companheiro (a) 
 ( ) Parente ( ) Sozinho ( ) outros 
 
43 
 
14. Quantas pessoas moram na sua casa? ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( )5 ( ) Mais de 5 
pessoas 
15. Quem mais contribui para o sustento da casa? ( ) pai ( ) ambos ( ) outros 
16. Qual o total da renda mensal da sua família 
( ) 1 salário mínimo ( ) de 2 a 3 salários mínimos ( ) mais de 3 salários mínimos ( ) 
não sabe 
17. Você ou sua família recebe algum tipo de bolsa ou auxílio (bolsa auxílio, bolsa 
alimentação, etc.) 
( ) Bolsa família ( ) Bolsa de Estudo ( ) Pró-Jovem ( ) Outro, qual? 
18. Moradia: ( ) casa própria ( ) casa alugada ( ) casa de parentes ( ) outros 
19. Religião: ( ) Católica ( ) Evangélica ( ) Adventista ( ) Sem religião ( ) 
Espírita 
 ( ) Outra, qual? 
20. Local onde estuda: ( ) Pública ( ) Particular 
21. Ano/Série/ etapa escolar você está: 
22. Qual turno você estuda: ( ) manhã ( ) tarde ( ) noite 
23. Reprovação: ( ) Sim ( ) Não Quantas vezes? 
24. Expulsão da escola: ( ) Sim ( ) Não. Quantas vezes? 
25. Trabalha: ( ) Sim ( ) Não. Renda mensal do seu trabalho 
26. Tem algum problema mental/psicológica ou dos nervos: ( ) Sim ( ) Não. 
Qual diagnóstico? 
 
27. Sua Assistência a saúde é por meio de: ( ) SUS – Sistema Único de Saúde 
( ) Plano de Saúde ( ) Atendimento Particular ( ) Outros 
 
44 
 
28. Com que frequência acessa o serviço de saúde: ( ) Não tenho acesso aos serviços 
de saúde ( ) de 1 a 3 vezes por mês ( ) 1 vez por mês ( ) de 2 a 4 vezes a cada seis 
meses ( ) 1 vez a cada seis meses ( ) 1 vez 
ao ano. 
29. Você participa de alguma das atividades abaixo? 
( ) Grêmio estudantil ou diretório acadêmico 
( ) Grupo de escoteiros, bandeirantes ou desbravadores 
( ) Grupo ou movimentos religiosos 
( ) Grupos musicais (coral, bandas, etc.) 
( ) Grupo de dança, teatro ou arte 
( ) Grupos ou movimentos políticos 
( ) Grupo de trabalho voluntário 
( ) Equipe esportiva 
( ) Não participa 
 
 
45 
 
ANEXO II 
Formulários da Escala de ETDAH (Parcial) 
 
46 
 
 
47 
 
 
 
48 
 
ANEXO III 
Questionário de Redes Sociais Pessoais Presenciais de Adolescentes com e sem 
indicativo de TDAH
 
 
49 
 
 
 
50 
 
 
 
51 
 
 
 
52 
 
 
 
53 
 
 
 
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55 
 
ANEXO IV 
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TCLE) 
Você está sendo convidado a participar da pesquisa intitulada “Estresse, autopercepção e expectativas 
de futuro em adolescentes com e sem TDAH: um estudo do desenvolvimento em rede”, realizada 
pelo Laboratório de Ecologia do Desenvolvimento, da Universidade Federal do Pará. A pesquisa tem 
como objetivo descrever o estresse, a autopercepção, as expectativas de futuro de adolescente com e sem 
TDAH e como se desenvolve sua rede de relacionamento de uma escola pública, na cidade de Belém/PA. 
Sua participação é voluntária, você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, 
sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade. Caso decida aceitar o convite, você passará por 
momentos de preenchimento de questionários, com perguntas acerca do adolescente (dados 
sociodemograficos, entre outros), com duração média de 30 minutos. Além disso, informamos que o 
tempo estimado para realização da pesquisa é de 48 meses, sendo que o tempo de sua participação é 
restrito ao período de aplicação dos instrumentos. 
Há riscos de você se sentir fragilizado (a) por estar relatando as suas dificuldades. Portanto, caso 
necessário, você pode ser encaminhado (a) ao serviço de Psicologia da Clínica-Escola da UFPA. Não 
haverá benefícios diretos para você. Entretanto, esperamos que a pesquisa forneça dados importantes que 
possibilitarão traçar estratégias de manejo comportamental para adolescentes com TDAH. Todas as 
informações obtidas serão sigilosas e seus nomes não serão identificados em nenhum momento. Os dados 
serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os 
participantes. Se houver algum gasto decorrente de sua participação na pesquisa, você será ressarcido, 
caso solicite. Em qualquer momento, se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta 
pesquisa, você será indenizado. 
Você ficará com uma cópia deste Termo. Caso você tenha dúvidas ou necessite de maiores 
esclarecimentos pode contatar os pesquisadores envolvidos neste estudo pelos telefones (91) 98809-8179 
(supervisora – Profª. Dra. Simone Silva); (91) 98127-3050 / 98731-2472 (aluna de doutorado – Profa. Ma. 
Edimeire Tavernard) (91) 99280 - 9732 (aluna de mestrado – Profa. Rejane Godinho). 
Convido você a tomar parte da pesquisa apresentada. Ressalto que em qualquer momento da pesquisa, 
será possível interromper sua participação sem qualquer problema ou retaliação, solicita-se apenas que 
seja avisada sua desistência. 
Coordenadora da Pesquisa: Profa. Dra. Simone Souza da Costa Silva 
Endereço: R. Augusto Corrêa, 1 – Prédio NTPC (Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento), 
Portão 2 - Guamá, Belém - PA, 66075-110 
 
_____________________________________________ 
Pesquisadora: Edimeire Pastori de Magalhães Tavernard 
Endereço: R. Augusto Corrêa, 1 – Prédio NTPC (Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento), 
Portão 2 - Guamá, Belém - PA, 66075-110 
_____________________________________________________________________________________ 
CONSENTIMENTO PÓS- INFORMADO 
 
56 
 
Declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será realizada, os riscos e benefícios 
envolvidos e concordo na participação voluntaria do meu (minha) filho (a) 
___________________________________________ da turma __________, consentindo que as 
entrevistas sejam registradas e os dados utilizados para análise e discussões científicas. 
 
Belém,_____/______/_______ 
 ______________________________________ 
 Assinatura do(a) Participante 
Comitê de Ética do Núcleo de Medicina Tropical/UFPA 
 Generalíssimo Deodoro, 92. Umarizal. CEP: 66055-240 - Fone: 3201-6857 Belém / Brasil 
 Email: secexec-nmt@ufpa.br 
 
_________________________________ 
Assinatura do (a) Participante 
 
 
ANEXO IV 
TERMO DE ASSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (TALE) 
Você está sendo convidado a participar da pesquisa Estresse, autopercepção eexpectativas de 
futuro em adolescentes com e sem TDAH: um estudo do desenvolvimento em rede, coordenada pela 
pesquisadora Edimeire Pastori de Magalhães Tavernard, CPF 399.130.902-53. Seus pais permitiram que 
você participasse. Queremos saber se o estresse e a autopercepção que você pode sentir podem influenciar 
nas coisas que você espera para o futuro, como também conhecer sua rede de relacionamentos. Você só 
precisa participar da pesquisa se quiser. 
A pesquisa acontecerá em sua escola, sua participação é voluntária, você poderá desistir a 
qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade. 
Caso decida aceitar o convite, você passará por momentos de preenchimento de questionários que medem 
o estresse, a sua forma de se perceber e sobre o que você espera para o seu futuro, como também, por uma 
avalição de sua função atencional, com duração, em média de 40 minutos, sua participação encerra após 
responder os questionários. 
E essas escalas são consideradas seguras, mas é possível haver o risco de você se sentir 
fragilizado (a) por estar relatando as suas dificuldades ou cansado (a) pelo tempo em que ficará 
respondendo aos questionários. Portanto, caso necessário, você pode ser encaminhado (a) ao serviço de 
Psicologia da UFPA. Como benefício, ao final da pesquisa, será entregue ao seu responsável os resultados 
dos seus testes, que auxiliarão na compreensão dos seus sentimentos, suas funções atencionais, bem 
como, também será entregue ao setor psicopedagógico da escola o resultado dos achados da pesquisa, que 
poderão servir como base no acompanhamento psicopedagógico dos alunos participantes. Caso aconteça 
algo errado, você pode nos procurar pelo telefone/Whatsapp (91) 98127-3050. 
Os resultados desta pesquisa também servirão para ajudar outros adolescentes e profissionais de 
educação a lidar melhor com o período tão importante da vida que é a transição da adolescência para a 
juventude. É importante lembrar que todas as informações obtidas serão sigilosas, ninguém saberá que 
você está participando da pesquisa; não falaremos a outras pessoas, nem daremos a estranhos as 
 
57 
 
informações que você nos der. Os resultados da pesquisa vão ser publicados em revistas científicas, mas 
sem identificar nenhum dos adolescentes que participaram. 
Você ficará com uma cópia deste Termo. Caso você tenha dúvidas ou necessite de maiores 
esclarecimentos pode contatar os pesquisadores envolvidos neste estudo pelos telefones (91) 98809-8179 
(supervisora – Profª. Dra. Simone Silva); (91) 98127-3050 / 98731-2472 (aluna de doutorado – Profa. 
Ma.. Edimeire Tavernard) e (91) 99280-9732 (aluna de mestrado – Profa. Rejane Godinho) 
_____________________________________________________________________________________ 
CONSENTIMENTO PÓS-INFORMADO 
 
Eu,_____________________________________________________________________________aceito 
participar da pesquisa “Estresse, autopercepção e expectativas de futuro em adolescentes com e sem 
TDAH: um estudo do desenvolvimento em rede”. Entendi as coisas ruins e as coisas boas que podem 
acontecer. Entendi que posso dizer “sim” e participar, mas que, a qualquer momento, posso dizer “não” e 
desistir e que ninguém vai ficar com raiva de mim. Os pesquisadores tiraram minhas dúvidas e 
conversaram com os meus responsáveis. Recebi uma cópia deste termo de assentimento e li e concordo 
em participar da pesquisa. 
Belém, _____ de ______________de _____________. 
 
Assinatura do Participante da Pesquisa: _________________________________________Turma:______ 
 
Assinatura do Pesquisador Responsável: ____________________________________________________ 
 Profª Msc. Edimeire Tavernard 
Comitê de Ética em Pesquisa/ Núcleo de Medicina Tropical – CEP/UFPA 
Av. Generalíssimo Deodoro, 92 – Umarizal - 66055-240 - Fone: 3201-6857 
Belém / Brasil – Email: secexec-nmt@ufpa.br

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