Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Doenças Hepáticas Avaliar todos os componentes e montar o quebra-cabeça diagnóstico. · Alterações hematológicas; · Sinais clínicos; · Imagem; Padrões gerais das doenças hepáticas · Colestase; · Inflamação; · Infecção; · Necrose; · Fibrose; · Anomalias vasculares; · Degeneração; Sintomas gerais · Vomito; · Diarréia; · Ascite; · Encefalopatia; · Desnutrição; · Coagulopatias; · Icterícia; Alterações bioquímicas · Enzimas de extravasamento – ALT/AST; · Enzimas colestáticas – FA/GGT; · Albumina; · Ácidos biliares; · Bilirrubinas; · Glicemia; Nem sempre é significativo, pois em alteração crônica o tecido é substituído por tecido fibroso, que não produz enzima, portanto não ocorre alteração enzimática ALT* · Hepato – específica; · Indica problema no fígado; AST* · Fígado; · Músculo; *hepatócito* FA* · Fígado; · Tecido ósseo / crescimento / neoplasia; · Cão – medicamento (fenob, corticóide); · Gato meia vida de 8h, difícil coleta; GGT* · Vários tecidos; *ductos biliares* Albumina · Doença hepática avançada / crônica; · Ascite; Ácidos biliares · Produzidos no fígado a partir do colesterol; · Secretados na bile e armazenado na VB; · Contração da VB e liberação no duodeno; · Reabsorção 95% AB pela veia porta; Medido quando já possui indicativo de lesão hepática · Indicativo de circulação biliar; · Veia porta desvia, ↑ ácido na circulação (indicativo de shunt); · Fígado não capta ácido biliar (cirrose); Bilirrubinas · B. total (conjugada + livre); · ↑ bilirrubina livre – destruição de hemácias; · ↑ bilirrubina conjugada – doença hepática; Dosar quando o animal está ictérico · Fezes acólicas (brancas) – hepatopatia grave; Glicose · Fígado armazena glicogênio – controle nível de açúcar no sangue; · Ocorre alteração em doenças hepáticas graves – animal hipoglicêmico, não tem de onde tirar o açúcar; Principais doenças hepáticas caninas · Hepatites tóxicas; · Hepatopatias vacuolares; · Hepatite crônica linfoplasmocítica; · Cirrose; · Shunts; · Neoplasias; Hepatopatias tóxicas · Medicamentosa – fenobarbital, lomustina, carprofeno, paracetamol; · Plantas – Palmeira Cica (raíz e semente); · Produtos de limpeza; · Infecções secundárias – Erlichia, Babesia, Lepto; Sintomas · Apatia / hiporexia; · Vômito; · Diarréia; · Icterícia; · Lesão hepática – ALT > FA; Cirrose hepática associada à ingestão de Cycas resoluta em canino: Tratamento · Tratamento de suporte; · Fluidoterapia; · Antioxidante – acetilcisteína, SAME, silimarina; · Suporte gástrico / náusea – maropitant; · Carvão ativado – redução da absorção do agente tóxico; Hepatopatias vacuolares Em humanos é comum pela ingestão de álcool. Em cães é por conta da degeneração gordurosa dos hepatócitos. · Distúrbio no metabolismo de gordura – acúmulo; · Não gera inflamação nem cirrose; · Comum em animais que fazem uso crônico de cortisona, possuem HAC (hipertiroidismo) ou são obesos; Sinais clínicos · USG – hepatomegalia + hipercogenicidade (mais branco); · FA >>>>>> ALT; · Ácidos biliares normais; · Aumento dos triglicérides, +/- colesterol; Tratamento · Ácido Ursodesoxicólico (Ursacol) – função antioxidante e colerética; · Benzafibrato – reduz triglicérides hepático, aumenta excreção de carboidrato pela bile; · Ômega 3; · Redução da obesidade – dietas de obesidade; Encefalopatia hepática A encefalopatia hepática (EH) é um distúrbio metabólico secundário que aparece como complicação em cães com lesões hepáticas graves. · Incapacidade de realizar o ciclo da uréia; · Conjunto de sintomas – diversas doenças; Ciclo da ureia · Poteínas > amônia > uréia; · A ausência ou inativação de qualquer uma das enzimas presentes no ciclo pode causar uma deficiência na desintoxicação do organismo; · Amônia é uma molécula neurotóxica e o acúmulo é denominado hiperamonemia; Intoxicação por amônia > sintoma neurológico Sinais clínicos · Apatia; · Sialorréia intensa; · Neuro – ataxia, convulsão, head pressing, andar em círculos, redução do nível da consciência, coma; Diagnóstico · Clínico; · Hiperamonemia – exame difícil, não realiza; · Uréia – não serve para fechar diagnóstico; Tratamento · Dieta com ração hepática – redução de proteína; · Metronidazol 7 mg/kg – diminuir bactéria intestinal produtora de amônia; · Lactulona (enema / oral) – torna o pH do intestino ácido, bactéria não gosta; Reduzir amônia circulante!! Shunt Comunicação entre a veia porta e a circulação venosa sistêmica. · Desvio portasistêmico; · Mais comum em cães do que em gatos; · Raças predispostas – York, Maltes, Pug, Schnauzer, Persa, British Shorthair; · Sangue portal carrega hormônios tróficos, nutrientes, produtos bacterianos, toxinas vindas do intestino; Caminho normal do sangue: · Sangue venoso (baço, pâncreas, estômago e intestino) entra na veia porta > perfunde o fígado pelos sinusóides > veia cava caudal; Shunt: · Essa anomalia vascular da veia portal faz com que o sangue, que deveria ser filtrado pelo fígado, seja desviado para a corrente sanguínea com todas as impurezas e toxinas; Essa ↓ fluxo sanguíneo gera: · ↓ aporte de fatores tróficos – fígado não se desenvolve; · ↓ atividade metabólica; Congênito · Hipoplasia / aplasia de veia porta; · Shunt intra-hepático; · Shunt extra-hepático; Congênito – extra hepático: · Fígado fetal – função limitada de detoxificação; · Ducto venoso – shunt fetal; · Localizado lado esquerdo do fígado fetal; · Fecha de 3 – 10 dias de vida; · Se não fechar origina o shunt extra-hepático; Adquirido – hipertensão portal · Por conta da fibrose hepática, o sangue precisa de uma pressão muito alta para conseguir vencer a resistência da fibrose, com isso há formação de novos vasos que desviarão o sangue para a circulação sistêmica; Sintomas - neurológicos · Encefalopatia hepática; · Sialorréia; · Convulsões; · Agressividade; · “Olhar de boneca”; · Ataxia; · Cegueira / Tremores; Sintomas – outros · TGI – êmese, diarréia; · Urinário – litíase por biurato de amônio, poliúria, polidpsia, alteração da hipertonicidade medular renal, urina transparente; · Crescimento reduzido; · Demora para recuperação anestésica; Diagnóstico · USG – visualização do vaso anômalo (resultados negativos não excluem); · Tomografia; · ↑ Ácidos biliares; Pré prandial – jejum 12h; Pós prandial – 2h após alimentação Tratamento – clínico · Alimentação (ração hepática ou renal) – restrição protéica, chega menos proteína na circulação entero-hepática = menor produção de amônia; · Metronidazol; · Lactulona – VO ou enema; Tratamento – cirúrgico · Correção do shunt; Lipidose hepática – Felinos Hepatopatia mais comum no Brasil, EUA e Japão. · Relação direta com animais em sobrepeso / obesidade; · Gatos adultos – média 7 anos; · Gatos obesos – ECC 4-5/5; · Sem predilação racial / sexual; · Diminuição em 50% ingestão – predisposição lipidose; Gatos são carnívoros estritos. · Necessidade proteica 2 – 3 x > cães; · Alto requerimento de aminoácidos essenciais e ácidos graxos – arginina, taurina, metionina, carnitina; Habilidade limitada de adaptação do metabolismo proteico para conservar nitrogênio · Gato não metaboliza gordura; Pq diminuiu a ingestão? Aminoácidos Arginina · Essencial para o funcionamento do ciclo da uréia; · Sem ela, amônia não vira uréia; Carnitina · Permite a entrada dos ácidos graxos na mitocôndria para realização da beta-oxidação; · Sem carnitina – sem beta-oxidação; Metionina e Taurina · Necessárias para realização da esterificação; Lipidose – periférica Jejum prolongado + obesidade + stress = lipidose periférica. · ↑ Triglicérides e ácidos graxos não esterificados na circulação; · Captação dos AG pelo hepatócito – tentativa de produção de energia; · Beta oxidação; · Esterificação; Lipidose · Acúmulo de triglicérides nos hepatócitos; · Interferência no metabolismo hepatócito; · Colestase por compressão > insuficiência hepática aguda; Causas · Aumento da mobilização dos lipídeos sistêmicos + falta de PT para sua conjugação + falta de PT para sua oxidação (eliminação); Sinais clínicos · Anorexia; · Perda de peso; · Desidratação; ·TGI – vômito 38%, diarréia, icterícia 70%, hepatomegalia não dolorosa e macia a palpação, sialorreia, náusea, encefalopatia hepática; Diagnóstico – bioquímicos FA ++++ · Colestase; ALT ++ · Extravasamento por lesão membrana; AST +++ · Extravasamento por lesão membrana; · Aumento do catabolismo proteico; GGT · Normal ou +; Ureia · Normal ou -; Diagnóstico – outros USG · Não é patognomônico; · Fígado hiperecogênico; · Hepatomegalia; Definitivo · Citologia ou biópsia; · Preenchimento de > 60% do citoplasma hepatócito por vacúolos de gordura; Tratamento Suporte nutricional · Sonda naso ou esofágica; · RED = +/= 70 kcal/kd/dia dividido em 4x a 5x; Reintrodução gradativa · Risco de síndrome da realimentação; · Insulina > glicose + P para dentro da célula; · Redução abrupta do P sérico – fragilidade osmótica levando a hemólise intravascular; · Controle da náusea – onda ou maropitant; Fluidoterapia e correção eletrolítica · Reposição de K; · Correção da desidratação; Corrigir causa de base!! Sarnas Parasitas artrópodes - ácaros · Sarcoptes scabiei – sarna sarcóptica; · Notoedres cati - sarna notoédrica; · Otodectes cynotis - sarna otodécica; · Demodex canis - sarna demodécica; Sarna sarcóptica - Escabiose Canina Etiologia · Sarcoptes scabiei var. canis; · Zoonose; · Ácaros microscópicos arredondados, patas curtas, cavam galerias na epiderme; · Ciclo de vida de 3 semanas; · Transmissão – cães, gatos, homem por contato direto ou fômites (partículas); · Comum em cães jovens, de abriga ou resgate; · Animais imunossuprimidos; · Ciclo ocorre todo na pele; · Fêmea bota os ovos na camada da córnea (+ superficial) em túneis; · Movimentação do parasita nesses túneis causa coceira; Sintomas · Prurido intenso (coceira), lesões iniciando extremidades de pavilhões auriculares e cotovelos; · Reflexo otopodal; · Eritema, crosta, pápulas (sólida), pústulas (pus), escoriações, alopecia; · Coceira 10; Coceira · Grau? 0 – 10; · Local?; · Calor faz parasita andar – coça; · Elástico de roupa – coça; Saber a doença no homem ajuda no diagnóstico Pústulas · Lembrar de bactérias; · S. pseudintermedius · Aumentam o grau de coceira; · Piodermite superficial; Diagnóstico Clínico · Parasitológico raspado cutâneo – sucesso 50 – 60%; Terapêutico Tratamento 1. Shampoo antibacterianos / queratolíticos · Peróxido de benzoica 2,5%; · Auxilia no tratamento das pústulas; 2. Acaricidas · Ivermectina SC (Ivomec) ou VO (Mectimax) dose 0,2 – 0,4 mg/kg, 2 doses no intervalo de 15 dias (Raças sensíveis*); · Moxidectina (Dectin) SC ou VO dose 0,2 mg/kg/semana, durante 3 semanas (Raças sensíveis*); · Selamectina (Revolution) SPOT ON – 2 aplicações, intervalo de 15 – 30 dias; · Moxidectina (Advocate) SPOT ON – 2 aplicações, intervalo de 15-30 dias; Acaricidas - outros · Isoxazolinas / Fluraner (Bravecto) – cão e gato; · Sarolaner (Simparic); · Afoxolaner (Nexgard); · Lorilaner (Credeli); 3. Redução prurido · Prednisolona VO 0,5 – 1 mg/kg SID 7 dias; *Raças sensíveis: Collie, Border collie, Pastor shetland, Old e. sheepdog, pastor australiano (raças de pastoreiro)* É necessário tratar os contactantes Sarna Notoédrica – Escabiose felina · Notoedres cati; · “Sarna da cabeça” · Zoonose; · Ciclo 3 – 4 semanas (é o mesmo); · Oviposição túneis na camada córnea; Sinais clínicos · Prurido intenso – nível 10; · Lesões em orelhas – MARGENS, cabeça, face, pálpebras, cervical, períneo, membros pélvicos; · Hiperqueratose (pele grossa), alopecia, liquenificação (aspecto irrugado); Diagnóstico · Histórico / distribuição lesional; · EPRC – encontro de ovos / ácaros adultos; · Citologia – fita adesiva; Tratamento · O mesmo da outra sarna; · Não fazer banhos; Contactantes · Ivermectina 0,2 – 0,3 mg/kg; · Selamectina (Revolution); · Doramectina (Dorax) 0,2 – 0,3 mg/kg; · Moxidectina (Advocate); · Fluralaner (Bravecto); · Prednisolona 1 – 2 mg/kg SID durante 7 dias; Sarna Otodécica · Otodectes cynotis; · “Sarna de ouvido”; · Não é zoonose; · Ácaros grandes, visíveis a olho nú, retangulares, patas longas, não cavam galerias; · Presente nas orelhas de cães e gatos e ocasionalmente na pele; Sintomas · Prurido ótico intenso (coceira); · Meneios cefálicos – balanço de cabeça; · Cerume enegrecido com eritema meato; · Pode desenvolver otohematomas; Gatos podem ser portadores sãos – não coçam Diagnóstico · Otoscopia; · Parasitológico cerume – quase 100% sucesso; Tratamento 1. Ceruminolíticos · CeruClean; 2. Acaricidas · Ivermectina; · Selamectina; · Moxidectina; · Fipronil; · Isoxazolinas; Tratar contactantes!
Compartilhar