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Aluno (a): Maria Alice de Souza Faria Leal / matrícula: 20222ENGM019 Turma: ENGMINAS 1º Período INTRODUÇÃO A ENG. DE MINAS - 2022.2– PARTE DA TERCEIRA AVALIAÇÃO DATA: 22/11/2022 PROFESSOR: GILBERTO RANGEL VALOR: 100 PONTOS Mulheres na mineração – um estudo sobre os desafios da participação feminina na área de mineração ao longo da história. Embora seja essencial para o desenvolvimento econômico do Brasil e, consequentemente, de todos os brasileiros, o setor mineral ainda se constituí em um espaço predominantemente masculino. Segundo pesquisas indicadoras fomentadas pela WIN – Woman in Mining – Brasil, em outubro de 2021, o número de mulheres na mineração brasileira é de aproximadamente 15%, e apenas 12% dos investimentos em iniciativas de impacto são direcionados a este público. A presença femina em conselhos executivos da área é de 11% e nos administrativos, o índice é de 16%. O primeiro Relatório de Progresso do Plano de Ação para o Avanço das Mulheres na Indústria de Mineração contou com dados colhidos em janeiro de 2021, em 16 empresas signatárias do WIM Brasil, e avaliou tópicos como Estratégia e Oportunidade de Carreira, Ética e Autonomia, Desenvolvimento e Capacitação e Impacto social. Além do mais, o documento apontou um crescimento de 2% em comparação aos levantamentos de 2020, e, por mais que seja um indicio positivo, ainda é muito pouco considerando que as mulheres representam mais de 50% da população do país (IBGE – 2021). Ainda que o estigma sociohistórico de que a mineração é “trabalho de homem” siga dificultando a participação das mulheres, registros arqueológicos denotam a presença feminina no setor desde as antiguidades egípcias, europeias e as do Império Romano. Atuando em garimpos e até mesmo acampamentos mineiros, elas realizavam trabalhos de lavra e o transporte de minérios e gemas, e, além disso, na civilização do antigo Egito, mulheres foram retratadas com significativo conhecimento sobre a arte dos metais e mineirais. Na idade média, as mulheres estavam ativamente presentes em sítios mineiros de extração de ouro e prata em regiões africanas e na América Central e do Sul (mesmo que seu trabalho tenha sido reconhecido como somente um auxílio aos homens). Contudo, varías superstições globais sobre o azar que a presença de mulheres trazia as áreas de garimpo e minas surgiram, resultando em diversos países do mundo sancionando leis que proibiam as mulheres de trabalharem, ou até mesmo entrarem, em minas. Essa realidade só mudou na era moderna, na qual o trabalho das mulheres na mineração voltou a ser solicitado e considerado mais importante, devido a Revolução Industrial, a inauguração do conceito de “mercado de trabalho”, e por influencia das Grandes Guerras, que diminuíram a força de trabalho masculina, principalmente em minas de extração de carvão. Foi neste período entre as guerras que surgiu Emily Hanh, a primeira mulher formada na faculdade de Engenharia de Minas, e, portanto, a ingressar profissionalmente, de maneira reconhecida, no setor de mineração, em 1926. Atualmente, mesmo com empresas possuíndo a preocupação com a equidade de gênero e a representatividade feminina em suas pautas, o setor de mineração está entre as indústrias com a mais baixa ação de mulheres no mercado de trabalho, com índices de contratação de apenas 37%. Esse valor vai contra a média de 48% para todas as indústrias, de acordo com o relatório de 2018 da McKinsey Diversidade e Inclusão de Gênero da Mineração. Os desafios para mulheres se consagrarem no setor mineral são diversos, e percolam desde a falta de oportunidade para ingressar em empresas, até a dificuldade para ascender em cargos quando já estão dentro delas. O mesmo relatório de 2018 constata que simplesmente 22% das mulheres na mineração conseguem conquistar cargos superiores e, após o feito, ainda precisam permanecer provando sua competência incessantemente, tão somente por serem vistas como intelectualmente inferiores, independentemente de que componham a maioria das formações no ensino superior e no nível de preparação profissional, segundo o relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), divulgado em 2019. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Ipsos em 2019, mostrou que, no Brasil, três entre dez pessoas se sentem desconfortáveis em ter uma mulher como chefe. Em compensação, a Organização Internacional do Trabalho (OIT), desenvolveu outro estudo no mesmo ano que comprovou que as maiorias das empresas que promovem a diversidade de gênero em cargos de direção dizem ter obtido aumento de até 20% nos lucros. Ou seja, a ausência de mulheres em cargos superiores na mineração não é uma questão de falta de competência ou habilidade, e sim do machismo e da hierarquização patriarcal no mercado de trabalho. Mesmo depois de inseridas no setor, as mulheres ainda precisam lidar com adversidades salariais; a respeito da maternidade – visto que, algumas empresas vetam oportunidades, utilizando erroneamente o discurso de que isso irá influenciar de maneira negativa no desempenho profissional das mesmas; e com o assédio moral e sexual continuamente. É periódico que, assim como em outras áreas profissionais, o salário feminino seja inferior na mineração, ainda que exerçam função semelhante. Em 2018, o IBGE apontou que as mulheres ainda ganhavam, em média, 20,5% menos que os homens. Para enfrentar esses desafios e garantir que o percentual de mulheres na indústria mineral siga aumentando, é preciso que sejam realizadas medidas no próprio ambiente coorporativo, optando por políticas que promovam maior representatividade, diversidade e equidade de gênero. Para Patrícia Procópio, presidente do WIMBrasil, ainda há muito que se desenvolver para que o setor de minério seja descrito como um viabilizador de condições necessárias para as aspirações profissionais femininas. Ela analisa que é preciso estimular um olhar de respeito às mulheres em todos os níveis do ambiente de trabalho, assim como valorizar a participação destas como fontes de expertise técnica, excelência operacional e inovação para promoção de um ambiente profissional plural, além de mais produtivo e sustentável. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS IDOETA, Ana Paula Adamo. Mulheres são maioria nas universidades brasileiras, mas têm mais dificuldades em encontrar emprego. Artigo publicado pela BBC News Brasil, em 10 de setembro de 2019. Disponível em: < https://www.bbc.com/portuguese/geral-49639664> IBGE Educa. Quantidade de Homens e Mulheres. Disponível em: <https://educa.ibge.gov.br/jovens/conheca-o-brasil/populacao/18320-quantidade-de-homens-e- mulheres.html> MARQUES, Millena Menezes. Mulheres na mineração. Artigo publicado no portal Minas Júnior Consultoria Mineral, há dois anos. Disponível em: < https://www.minasjr.com.br/mulheres-na- mineracao/> IBRAM – Instituto Brasileiro de Mineração. Avanço da participação feminina na mineração é destaque na celebração do Dia Internacional da Mulher. Publicado em: 08 de março de 2022. Disponível em: < https://ibram.org.br/noticia/avanco-da-participacao-feminina-na- mineracao-e-destaque-na-celebracao-do-dia-internacional-da-mulher/> https://www.bbc.com/portuguese/geral-49639664 https://www.minasjr.com.br/mulheres-na-mineracao/ https://www.minasjr.com.br/mulheres-na-mineracao/ https://ibram.org.br/noticia/avanco-da-participacao-feminina-na-mineracao-e-destaque-na-celebracao-do-dia-internacional-da-mulher/ https://ibram.org.br/noticia/avanco-da-participacao-feminina-na-mineracao-e-destaque-na-celebracao-do-dia-internacional-da-mulher/
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