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INTRODUÇÃO À GERONTOLOGIA 6

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INTRODUÇÃO À 
GERONTOLOGIA 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Cristiano Caveião 
CONVERSA INICIAL 
GERONTOLOGIA E EDUCAÇÃO EM SAÚDE NO 
ENVELHECIMENTO HUMANO 
O objetivo deste encontro é apontar a importância da educação em saúde 
no âmbito do envelhecimento humano, assim, vamos discutir os principais 
pontos que se relacionam com a temática, conforme consta abaixo: 
1. Construção da gerontologia no Brasil 
2. Cursos de graduação 
3. Cursos de pós-graduação 
4. Educação e gerontologia 
5. Gerontologia educacional 
TEMA 1 – CONSTRUÇÃO DA GERONTOLOGIA NO 
BRASIL 
A gerontologia nasceu da necessidade que emergiu da sociedade, que, 
devido ao avanço tecnológico social e científico, provocou o aumento 
exponencial do número de idosos, fazendo com que o gráfico etário tenha um 
formato bem diferente daquele tradicional piramidal (onde a base é mais larga 
que a ponta). Atualmente, o gráfico está afunilando na base e mais largo no meio, 
o que denota que futuramente teremos uma pirâmide invertida, ou seja, 
constituída por mais idosos que as demais faixas etárias e o gerontólogo vem de 
encontro para atender essa crescente demanda da sociedade. 
Destaco que a gerontologia não surgiu nos últimos anos e que se faz 
presente no Brasil desde a década de 1950, quando “foram criados os primeiros 
grupos de estudo e as primeiras jornadas de Geriatria, no Hospital Estadual 
Miguel Couto e na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro” (Neri; Pavarini, 
2018). Apenas 10 anos depois desses atos de pioneirismo, foi fundada a 
Sociedade Brasileira de Geriatria (SBG), que se integrou à associação médico 
brasileira, em 1962. 
A missão da SBG nesse período era “convencer a sociedade de que o 
problema médico-social da velhice já era uma realidade e que este era um 
assunto digno de ser considerado pela ciência e pela Medicina” (Neri; Pavarini, 
2018), para isso, em 1962, abriu a possibilidade de outros profissionais (de 
diferentes áreas de formação) se filiarem à sociedade e, em 1968, acrescentou a 
área da gerontologia, tornando-se a SBGG (Sociedade Brasileira de Geriatria e 
Gerontologia). 
Nesse mesmo ano, a SBGG passou a conferir o certificado de especialista em 
geriatria e gerontologia social e, até o ano de 2015, despacharam mais de 993 
certificados, sendo 782 de geriatria e 211 de gerontologia. O título expedido pela 
SBGG requer que o profissional esteja aprovado no Concurso de Título de 
Especialista em Gerontologia (CTEGO), com normas determinadas em edital 
elaborado pela SBGG. 
Com a elevada demanda da sociedade, o número de profissionais com 
formação para cuidar dessa parcela da população mostra-se deficitário, visto que 
o ideal seria um geriatra para cada 1000 idosos e, atualmente, temos um quadro 
de mais de 12 mil idosos para cada geriatra, além disso, como agravante, temos 
ainda que a maior parte desses profissionais se encontram nos estados do sul e 
do sudeste do país, deixando uma grande parcela da população descoberta, 
conforme demonstra a imagem a seguir: 
Proporção de geriatras nos estados 
UF Geriatra: Idoso UF Geriatra: Idoso 
MA 1 para 57.714 RN 1 para 15.312 
PA 1 para 39.380 MT 1 para 14.884 
AC 1 para 35.000 RS 1 para 14.561 
RO 1 para 31.333 SC 1 para 13.158 
MS 1 para 29.916 PE 1 para 12.980 
CE 1 para 28.222 AP 1 para 12.500 
TO 1 para 26.714 RR 1 para 12.333 
BA 1 para 25.585 BRASIL 1 para 12.086 
PI 1 para 23.684 DF 1 para 11.300 
PB 1 para 23.500 ES 1 para 10.275 
AL 1 para 21.523 RJ 1 para 9.348 
SE 1 para 18.125 MG 1 para 8.795 
GO 1 para 16.218 SP 1 para 7.929 
PR 1 para 15.464 AM 1 para 3.666 
Fonte: Canhisares; Cury, 2017. 
A falta de profissionais pode ser suprida com a sensibilização da sociedade 
para a área, além da ampliação de acesso aos cursos de ensino superior 
(graduação/pós-graduação), profissionalizantes e outros. 
TEMA 2 – CURSOS DE GRADUAÇÃO 
Os cursos de graduação surgem para atender a demanda da sociedade, ou 
seja, percebe-se que uma determinada área encontra-se defasada de 
conhecimento e, então, as instituições de ensino passam a propor ao Ministério 
da Educação a oferta de um curso de graduação para atender aquele nicho. O 
Ministério da Educação, por sua vez, avaliará a necessidade e a justificativa dada 
pelas instituições de ensino, permitindo (ou não) a abertura de um curso 
inovador. 
Esse mesmo processo está sendo realizado com a Gerontologia, ou seja, 
tanto o curso de bacharelado quanto o curso de superior de tecnologia em 
gerontologia não estão disponíveis no Catálogo do MEC, dessa forma, são vistos 
como cursos experimentais, que, conforme expõe o Ministério da Educação, são 
cursos “inovadores, demandados pelo mundo do trabalho, que já estão sendo 
ofertados, mas ainda não integram o Catálogo, pois não foram analisados pelo 
MEC.” (MEC, S/D). O curso possui a mesma validade de qualquer outro que esteja 
presente no catálogo do MEC, pois ele foi previamente autorizado pelo Ministério 
para funcionar. 
Os cursos ainda não foram regulamentados porque é recente a criação dos primeiros cursos e a 
expansão da área. O primeiro curso superior de gerontologia surgiu em 2005 pela USP (Universidade 
de São Paulo) e, somente em 2009, é que uma Universidade Federal, a UFSCAR (universidade federal 
de São Carlos), passou a ofertar o referido curso e sua demanda surgiu devido à constatação do 
envelhecimento populacional e percepção da necessidade de se ampliar o conhecimento para atender 
a essa parcela populacional, conforme descrevem Neri e Pavarini (2018, p. 1594): 
Os cursos de graduação em Gerontologia são experiências relativamente 
recentes em todo o mundo. Foi estabelecida uma relação entre o número de 
cursos de graduação de um país e a razão dependência calculada para a sua 
população de 65 anos e mais. Quanto maior a razão de dependência da 
população com 65 anos ou mais, maior é o número de cursos de graduação em 
Gerontologia oferecidos pelos países, sugerindo que os cursos atendem a uma 
demanda das sociedades. 
O número de cursos superiores ativos cadastrados no e-MEC (site do 
Ministério da Educação que permite a situação dos cursos e Instituições de 
ensino: <https://emec.mec.gov.br/>) é de 28, dos quais 5 são bacharelados e 23 
de tecnologia. Desses 28 cursos, 11 abriram em 2021 e 8 ainda não iniciaram suas 
turmas, assim, restam apenas 9 cursos que foram abertos ao longo dos 16 anos 
desde a abertura do primeiro curso de Gerontologia. 
Isso demonstra que, apenas recentemente, a sociedade despertou para a 
necessidade desse profissional, com isso, fica evidente que há um nicho a ser 
ocupado, mas para isso faz-se necessária a regulamentação da profissão. Quanto 
a isso, atualmente, as Instituições de ensino, junto com os profissionais atuantes 
na gerontologia, realizam um movimento bem articulado para solicitar a 
aprovação da profissão e, quanto mais profissionais e discentes na área, mais 
fortalecida estará a área. Um dos principais motivos da solicitação de 
reconhecimento da profissão é o fato de os gerontólogos não possuírem um 
conselho de classe, ou seja, um órgão que regule a profissão. 
https://emec.mec.gov.br/
Agora que já sabemos o que motivou a abertura dos cursos e como isso 
ocorre, vamos falar sobre a diferença entre Bacharelado e o Tecnológico. A 
diferença entre um Curso Superior de Bacharelado e um Curso Superior de 
Tecnologia é que o primeiro possui um caráter mais generalista, ou seja, o 
profissional possui um conhecimento mais abrangente da área. 
Já o tecnólogo tem a característica de ser mais voltado à prática da profissão 
e, por isso, habilita o aluno para atividades mais específicas. Isso explica o fato de 
o curso de bacharelado ser mais longo (possui mais horas de curso) do que o 
tecnológico (é mais curto, pois possui uma carga horária menor), “já que a teoria 
fica em segundo plano e as disciplinas técnicas ganham destaque” (PUC, 2020). 
Podemos comparao bacharelado e tecnólogo como sendo uma piscina e um 
poço, o primeiro é mais abrangente e mais raso, já o segundo é menor (foco) e 
profundo. Agora que já conhecemos o curso de graduação, vamos falar sobre a 
pós-graduação em Gerontologia. 
TEMA 3 – CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO 
Conforme mencionamos anteriormente, uma das possibilidades de ampliar 
o quantitativo de profissionais que se dedicam ao cuidado dos idosos é por meio 
de cursos de pós-graduação, seja latu sensu (especialização), que visa o 
desenvolvimento de habilidades profissionais, ou stricto sensu (mestrado ou 
doutorado), que tem um maior direcionamento para a área acadêmica, como a 
docência ou pesquisa. 
Atualmente, existem 275 cursos de especialização em gerontologia 
cadastrados no e-MEC (site do Ministério da Educação que indica os cursos aptos 
para funcionamento) e 205 com a denominação de geriatria. Considerando que 
os cursos são ofertados em nível nacional, percebemos que não há uma oferta 
tão expressiva, pois ao compararmos com outras áreas da saúde, como a saúde 
pública, percebemos que a disparidade, uma vez que o número de cursos de 
especialização ativos dessa área cadastrados no Brasil ultrapassam 1.000, ou 
mesmo na área da enfermagem, que ultrapassa a marca de 4.000 cursos (e-MEC, 
2021). 
Mas há que se destacar que os últimos anos foram bem expressivos na oferta 
de cursos de gerontologia, visto que em 2015 havia apenas 82 cursos cadastrados 
no e-MEC com a denominação “gerontologia” e, destes, 20 não estavam com 
ofertas vigentes, ou seja, apenas 62 cursos em todo território nacional 
funcionavam. A gerontologia se destaca principalmente quando abordado de 
forma interdisciplinar, ou seja, atrelada a outras grandes áreas, como a biologia, 
a psicologia, ciências sociais e a medicina. 
É bem possível que a ampliação da oferta seja decorrente da percepção do 
envelhecimento populacional, mas a falta de iniciativa dos profissionais buscarem 
a especialização na área faz com que a oferta ainda seja tímida (Neri; Pavarini, 
2018). 
O fato de o número de cursos de pós-graduação ter aumentado 
expressivamente nos seis últimos anos é benéfico, uma vez que as pesquisas 
relativas à temática se ampliam, o que faz com que desperte na sociedade o 
interesse pelo tema do envelhecimento e amplie a discussão e as políticas 
públicas voltadas para o referido público. 
TEMA 4 – EDUCAÇÃO E GERONTOLOGIA 
A educação em escolas, como a conhecemos, surgiu ainda no período da 
Idade Média, com escolas religiosas que tinha o intuito de formar padres e 
religiosos. Posteriormente, o ensino passou a ser bem-visto pelos governantes 
que perceberam que, por meio da educação, seria possível capacitar seus súditos 
para executarem as atividades do governo. 
Com a expansão do ensino, iniciou-se o processo de reflexão de como 
ensinar, sobre as questões pedagógicas e, assim, a educação tornou-se uma 
ciência, mas que tinha como foco a educação para crianças e jovens, visto que o 
foco era capacitar para o trabalho. 
Somente em meados do século XX, é que a educação teve seu foco alterado 
e isso ocorreu devido a três importantes momentos históricos: a Segunda Guerra 
Mundial, momento em que a sociedade passou se perguntar como a educação 
de adultos poderia ajudar a sanar os estragos ocasionados no referido conflito; 
as bruscas mudanças do mercado de trabalho, percebeu-se que aquilo que foi 
apreendido enquanto criança e jovem não era o suficiente para manter um bom 
desempenho profissional por toda a vida; e “a percepção de que grande parte 
da população adulta e idosa era de analfabetos” (Doll, 2018), principalmente 
em países em desenvolvimento e, assim, iniciava-se a educação de adultos e 
idosos. 
As mudanças no mercado de trabalho perduram até os dias atuais, fazendo 
com que cada vez mais as pessoas idosas que buscam uma recolocação no 
mercado de trabalho ou mesmo progressão salarial busquem pela educação 
formal. A problemática dessa busca pela educação apenas por demanda do 
mercado de trabalho é que impede que o indivíduo busque uma educação para 
a terceira idade, que é o foco da gerontologia educacional, conforme veremos a 
seguir. 
TEMA 5 – GERONTOLOGIA EDUCACIONAL 
O debate sobre a gerontologia educacional é relativamente novo, tanto que 
nem mesmo conseguimos encontrá-la como uma subárea de conhecimento da 
gerontologia social. A gerontologia educacional define-se pelo processo ensino-
aprendizagem para pessoas na fase adulta, ou seja, é “como um interessante 
campo de trabalho profissional e acadêmico ligado ao estudo e à intervenção 
especializados dos fatores e elementos que conferem uma maior compreensão 
da dimensão educativa do envelhecimento e da velhice” (Lins, 2020, p. 50). 
Há que se destacar que existem três vertentes da educação para idosos, 
sendo a primeira denominada como gerontologia educacional, que remete à 
educação do idoso, a segunda que é a educação gerontológica, que “refere-se 
à formação de profissionais e recursos humanos para trabalhar com a população 
idosa”, e a terceira, que é “a educação do público em geral e específico sobre o(a) 
velho(a)”, denominada como gerontologia educativa (Lins, 2020, p. 51). 
Neste tema, vamos nos ater a discutir sobre a gerontologia educacional. Por 
anos, o Brasil pouco investiu e incentivou a educação de jovens e adultos, e uma 
grande parcela da população brasileira não teve a oportunidade de estudar 
durante os ciclos de vida denominados “normais” para essa atividade, assim, 
parte da população idosa tornou-se com baixa escolaridade. 
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), de 1996, não há 
nenhum direcionamento sobre a educação voltada para o público idoso, nem 
mesmo nos artigos que citam a educação voltada para Jovens e Adultos (EJA). 
Apenas em duas regulamentações brasileiras, encontramos a menção a educação 
para população idosa. A primeira que faz uma breve menção sobre a educação 
formal para idosos é a Política Nacional do Idoso, regulamentada pela Lei n. 8.842, 
de 4 de janeiro de 1994: 
Art. 10. Na implementação da política nacional do idoso, são competências 
dos órgãos e entidades públicos: 
[...] 
III - na área de educação: 
a. adequar currículos, metodologias e material didático aos programas 
educacionais destinados ao idoso; 
b. inserir nos currículos mínimos, nos diversos níveis do ensino formal, 
conteúdos voltados para o processo de envelhecimento, de forma a eliminar 
preconceitos e a produzir conhecimentos sobre o assunto; 
c. incluir a Gerontologia e a Geriatria como disciplinas curriculares nos cursos 
superiores; 
d. desenvolver programas educativos, especialmente nos meios de 
comunicação, a fim de informar a população sobre o processo de envelhecimento; 
e. desenvolver programas que adotem modalidades de ensino à distância, 
adequados às condições do idoso; 
f. apoiar a criação de universidade aberta para a terceira idade, como meio de 
universalizar o acesso às diferentes formas do saber. (Brasil, 1994) 
E o segundo instrumento é o estatuto do idoso, que aborda de forma clara 
e contundente a participação e a inclusão do idoso nos estabelecimentos de 
educação (Brasil, 2003): 
CAPÍTULO V 
Da Educação, Cultura, Esporte e Lazer 
Art. 20. O idoso tem direito a educação, cultura, esporte, lazer, diversões, espetáculos, produtos e 
serviços que respeitem sua peculiar condição de idade. 
Art. 21. O Poder Público criará oportunidades de acesso do idoso à educação, adequando currículos, 
metodologias e material didático aos programas educacionais a ele destinados. 
§ 1o Os cursos especiais para idosos incluirão conteúdo relativo às técnicas de comunicação, 
computação e demais avanços tecnológicos, para sua integração à vida moderna. 
§ 2o Os idosos participarão das comemorações de caráter cívico ou cultural, para transmissão de 
conhecimentos e vivências às demais gerações, no sentido da preservação damemória e da identidade 
culturais. 
Art. 22. Nos currículos mínimos dos diversos níveis de ensino formal serão inseridos conteúdos 
voltados ao processo de envelhecimento, ao respeito e à valorização do idoso, de forma a eliminar o 
preconceito e a produzir conhecimentos sobre a matéria. 
Art. 23. A participação dos idosos em atividades culturais e de lazer será proporcionada mediante 
descontos de pelo menos 50% (cinquenta por cento) nos ingressos para eventos artísticos, culturais, 
esportivos e de lazer, bem como o acesso preferencial aos respectivos locais. 
Art. 24. Os meios de comunicação manterão espaços ou horários especiais voltados aos idosos, com 
finalidade informativa, educativa, artística e cultural, e ao público sobre o processo de envelhecimento. 
Art. 25. As instituições de educação superior ofertarão às pessoas idosas, na perspectiva da educação 
ao longo da vida, cursos e programas de extensão, presenciais ou a distância, constituídos por 
atividades formais e não formais. (Brasil, 2017) 
Isso denota que o assunto não está em pauta, o que dificulta a ampliação do 
serviço para a população. O serviço que possuímos atualmente é ineficiente para 
atender as demandas advindas da referida população, é preciso capacitar os 
profissionais para atender os idosos e aplicar metodologias que possam ser 
absorvidas por essa população, além de um atendimento especializado e 
compreende-se como educação voltada para a terceira idade aquela que atua 
com três aspectos fundamentais: 
Figura 1 - Aspectos fundamentais para a educação do idoso 
Fonte: elaborado 
com base em Cachioni, et al, 2015. 
Isso demonstra que o processo de ensino-aprendizagem para o público 
idoso deve ser diferente daquele utilizado com outros públicos, as metodologias 
devem ser mais expositivas seguida de dinâmicas de grupo, visto que a interação 
com outras pessoas se torna mais atrativo e torna a assimilação mais fácil ao 
idoso. Além disso, o incentivo à participação e ao debate de ideias é outro ponto 
favorável (Cachioni et al, 2015). 
Diferentemente do que muitos acreditam, Araujo, Lanzarin e Medeiros (2015) 
defendem que os idosos podem e devem buscar a educação formal por meio da 
educação a distância e que, além de ser um benefício pelo conhecimento 
adquirido por meio do curso/treinamento realizado, há também as vantagens da 
inclusão digital em outras esferas da vida desse indivíduo, tal como na 
socialização e estímulos cognitivos, musculares e motores. 
Os autores destacam a importância de se remover as barreiras iniciais do 
idoso para com as novas tecnologias de informação e comunicação, para que, daí 
então, possam perceber os benefícios dessas ferramentas no seu dia a dia. 
É necessário sensibilizar a sociedade para a problemática da educação aos 
idosos, visto que o reflexo da falta de escolaridade está na dificuldade do idoso 
de se manter economicamente, tornando-o dependente de familiares e amigos. 
Essa falta de recursos tira a autonomia e poder de decisão do idoso e o torna 
mais vulnerável perante a sociedade. 
NA PRÁTICA 
A pirâmide etária de um país serve para fornecer informações sobre a sua 
população. Por meio dessa pirâmide, é possível saber a faixa etária da população, 
a taxa de natalidade e de longevidade. Nos últimos anos, a pirâmide etária do 
brasil teve alterações significativas. Desta forma, analise a imagem a seguir e 
reflita sobre a importância das pirâmides etárias como indicador social. 
Fonte: 
Elaborado com base em Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística –IBGE 
FINALIZANDO 
Nesta aula, vimos que a gerontologia nasceu de uma necessidade da 
sociedade, devido a um aumento exponencial do número de idosos, provocado 
pela melhora nas condições de saúde da população e evolução tecnológica. 
Compreendemos que, com a constatação do envelhecimento populacional, o 
gerontólogo surgiu para atender a essa necessidade, porém, o número de 
profissionais com formação nessa área ainda é deficitário. 
As instituições, percebendo a defasagem nessa área, passaram a ofertar 
cursos profissionalizantes, graduação e pós-graduação, visando ampliar o 
conhecimento e formação de profissionais para atender a essa parcela 
populacional. 
Por fim, destacamos a importância da sensibilização da sociedade para a 
problemática da educação aos idosos, visto que o reflexo da falta de escolaridade 
torna o idoso mais vulnerável perante a sociedade. 
REFERÊNCIAS 
ARAUJO, I. C.; LANZARIN, J.; MEDEIROS, L. F. Terceira idade na EaD: uma 
proposta para as instituições. In: Anais - 21° CIAED – Congresso Internacional 
ABED de educação à distância. Bento Gonçalves - RS, 2015. Disponível em: 
<http://www.abed.org.br/congresso2015/imprensa_CRUB_ago15.pdf>. Acesso 
em: 23 jan. 2022. 
BRASIL. Lei n. 10.741, de 1 de outubro de 2003. Dispõe sobre o estatuto do 
idoso e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 3. out. 2003. 
Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm>. 
Acesso em: 23 jan. 2022. 
BRASIL. Lei n. 8.842, de 4 de janeiro de 1994. Diário Oficial da União, Brasília, 
DF, 5. jan. 1994. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8842.htm>. Acesso em: 23 jan. 2022. 
BRASIL. Ministério da Educação. Catálogo Nacional de Cursos Técnicos: 
cursos em oferta experimental. [s/d]. Disponível em: 
<http://cnct.mec.gov.br/cursos/experimentais>. Acesso em: 23 jan. 2022. 
BRASIL. Ministério da Educação. Cadastro Nacional de Cursos e 
Instituições de Educação Superior: Cadastro e-MEC. 2021. Disponível em: 
<https://emec.mec.gov.br/>. Acesso em: 23 jan. 2022. 
CACHIONE, M. et al. Metodologias e Estratégias Pedagógicas utilizadas por 
Educadores de uma Universidade Aberta à Terceira Idade. Educação & 
Realidade, Porto Alegre, v. 40, n. 1, p. 81-103, jan./mar. 2015. 
CANHISARES, M.; CURY, T. Brasil tem déficit de 28.000 geriatras. 2017. 
Estadão. Disponível em: <https://infograficos.estadao.com.br/focas/planeje-sua-
vida/brasil-tem-deficit-de-28000-geriatras>. Acesso em: 23 jan. 2022. 
DOLL, J. A educação no processo de envelhecimento. In: FREITAS, E.V.; PY, 
L. Tratado de geriatria e gerontologia. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2018. 
LINS, T. Gerontologia educacional brasileira: causas e consequências do seu 
estado embrionário e das suas áreas majoritárias de atuação. Revista Interseção, 
Palmeira dos Índios/AL, v. 1., n. 1, p. 49-61. ago.2020. 
NERI, A. L.; PAVARINI, S. C. I. Formação de recursos humanos em 
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PUCPR. O que é bacharelado: como funciona e diferenças entre 
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