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Ebook V SimpOsio Coaching GEC 2022

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Vamos
descobrir
caminhos?
V SIMPÓSIO DE COACHING e
mentoring
08 de novembro 2022
INTEGRANDO CARREIRA, LIDERANÇA
E QUALIDADE DE VIDA
 
Coaching e Mentoring são instrumentos essenciais para nos guiar pessoal e profissionalmente. São
importantes para minimizar os impactos destes tempos complexos, em que empregados e empregadores
precisam se reinventar para superarem a crise global gerada pela pandemia, seguida de guerra e das
questões ambientais. 
profissional, estão embasados
pela ética, respeito ao cliente e
seriedade no processo. 
Os conceitos a seguir são frutos
de estudos intensos realizados
pelos fundadores:
“Coaching é uma atividade
profissional que se dá num
processo confidencial,
estabelecido em uma relação de
parceria entre Coach e cliente,
visando o desenvolvimento
pessoal e profissional, apoiando
e instigando, com o objetivo de
atingir resultados previamente
estabelecidos”. 
“Mentoring é uma relação
orientativa, sistemática ou não,
na qual o mentor, com base em
suas experiências e maturidade
(profissional e pessoal), indica
linhas de atuação, facilitando,
estimulando e acompanhando o
desenvolvimento do indivíduo /
cliente”. 
Em síntese, Coaching e
Mentoring são instrumentos
essenciais para nos guiar
pessoal e profissionalmente.
São importantes para minimizar
os impactos destes tempos
complexos, em que empregados
e empregadores precisam se
reinventar para superarem a
crise global gerada pela
pandemia, seguida de guerra e
das questões ambientais. 
Em sua visão, o cenário
profissional, hoje, apresenta
mais ameaças ou
oportunidades?
Reflita por alguns minutos: o
quanto você está aberto ou
aberta a aprender, desaprender
e reaprender sobre a sua
carreira, sobre a profissão que
exerce? 
V Simpósio de Coaching -
Integrando Carreira,
Liderança e Qualidade de
Vida
O Simpósio de Coaching e
Mentoring faz parte do
calendário do Grupo de
Excelência em Coaching a
cada dois anos. O tema
central desta edição foi
resultado de discussões do
grupo a respeito dos
impactos profissionais nas
perspectivas: Hoje, Futuro e
possíveis Caminhos.
O Grupo de Excelência em
Coaching é formado por
coaches, mentores e outros
profissionais que não
atuam, necessariamente,
nessas áreas. Somos um
grupo diverso, incluindo
administradores,
psicólogos, publicitários
entre outras profissões.
O GEC-CRA-SP completou
15 anos! Estamos
orgulhosos por nossas
realizações até aqui e nos
sentimos estimulados a
seguirmos adiante, unidos
por esta causa:
“Contribuir rumo à
excelência da prática de
coaching e mentoring pelo
contínuo desenvolvimento
de conceitos, métodos e
processos, visando
beneficiar os interessados
na atividade, os
administradores e a
sociedade em geral."
Para nós, membros do
GREC-CRA-SP, os
significados de Coaching e
Mentoring vão além de
metodologias para
desenvolvimento pessoal e
mensagem da Adm. Noscilene Santos | Coordenadora do GEC-CRA-SP - gestão 2022 | 2024
Noscilene Santos A sua prontidão fará que você
enxergue as oportunidades que
estão surgindo no mercado de
trabalho. Novas profissões
estão emergindo dia após dia, e
você poderá escolher uma que
esteja alinhada com os seus
valores e com seu propósito
profissional. 
Vale destacar que o apagão
profissional já está
acontecendo, o índice de
desemprego ainda está alto, 
mas a busca por especialistas
em diversas áreas também é
crescente, em especial por
profissionais com habilidades
em tecnologias, incluindo
recrutadores de tecnologia da
informação. O mundo dos
negócios mudou e continuará
mudando. Esteja preparado
para se adaptar às novas
exigências profissionais.
Como você avalia este seu
momento profissional? Que
futuro você está projetando?
Agora, eu convido você a ler 
este e-book e praticar os três
exercícios propostos sobre:
Valores, Inteligência emocional
e Propósito, numa visão IKIGAI -
Razão de viver. 
Expressamos os nossos
agradecimentos ao Conselho
Regional de Administração de
São Paulo, ao Presidente Adm,
Alberto Whitaker, pelo apoio 
aos Grupos de Excelência,
proporcionando-nos a
oportunidade de
compartilharmos os nossos
conhecimentos com os
administradores e a sociedade
em geral.
Forte abraço
Noscilene Santos
PAINEL 1
HOJE, 
 O CENÁRIO 
ATUAL
 
 
VERA CECILIA M PEREIRA
ROSANA MARINARI 
Coach, Psicóloga,
consultora em temas
organizacionais,
coordenadora do PCJA,
Programa de Jovens
Administradores do 
CRA-SP.
Consultora e Coach
empresarial. Ajuda
líderes a conciliarem
pessoas e resultados. 
ANTONIO PRADO
Painelista
Painelista
JOÃO MACHADO
Administrador, coach e
mentor de carreiras,
liderança, grupos e
equipes, tendo como
base a Inteligência
Espiritual. 
Painelista
Consultor, Coach e
Mentor.
Desenvolvimento de
Liderança e Gestão de
Mudanças.
Moderador
PÁGINA 14
CARREIRA LÍQUIDA
QUALIDADE DE VIDA, O QUE É
ISTO?
ALINHAMENTO ENTRE
SOBREVIVÊNCIA E OS IDEAIS DE
CRESCIMENTO PROFISSIONAL
O PAPEL DA LIDERANÇA HOJE
EQUILÍBRIO ENTRE VIDA PESSOAL
E VIDA PROFISSIONAL
HOME OFFICE
AS MAIORES DORES E
PREOCUPAÇÕES DA LIDERANÇA 
VALORES E O QUE ESTÁ POR
TRÁS DA GRANDE RENÚNCIA
É SOBRE A CAPACIDADE DE
ADAPTAÇÃO E
RESSIGNIFICAÇÃO DAS
COISAS.
 O SER HUMANO, EM SUA
CONDIÇÃO DE VIDA E
SOBREVIVÊNCIA
HOJE, 
 O CENÁRIO ATUAL
V SIMPÓSIO DE COACH | 2022 | GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
FERRAMENTAS PARA VOCÊ:
VALORES 
 
Moderador
Antonio Prado
PÁGINA 05 V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
 
VERA: No cenário atual do mercado
de trabalho, vamos nos embrenhar em
várias vertentes, cujos resultados são
os paradoxos que estamos vendo nas
notícias: debandada de empregos, por
um lado. E, por outro, filas
quilométricas a qualquer aceno de
vagas a serem preenchidas; aumento
de número de questões envolvendo a
saúde mental e movimentação policial
frente a empregados em situações
similares à escravidão e outras tantas
situações.
O que vemos é a separação total das
três situações de embate: trabalho x
emprego x carreira - e, agora,
podemos claramente perceber que
são três instâncias distintas, que
podem ou não se sobrepor.
Do que estamos falando? Desde
meados dos anos 20 do século 
passado, temos discussões sobre
trabalho e de que maneira afeta as
pessoas, tanto individual como
coletivamente e a sociedade em geral.
Já observamos questões sobre
sobrevivência e desejos de maior
autonomia.
E aqui vale lembrar a genial
formulação de Maslow (1908-1970): a
hierarquia de necessidades, que se
alinha perfeitamente à sua pergunta.
Não vou me estender sobre ela, mas
quero lembrar que aprendemos essa
formulação como algo estático, mas,
principalmente em nosso tempo, ela é
algo absolutamente dinâmico.
E, evidentemente, as pessoas que
estão nos dois extratos da base da
pirâmide - aqui no brasil, milhões de
pessoas abaixo da linha da pobreza;
outros tantos milhões de
Vera, quando falamos de carreira, no cenário atual,
como você vê, no mercado de trabalho hoje, a
questão do alinhamento entre sobrevivência e os
ideais de crescimento profissional?
É um momento que vem exigindo grande
capacidade de adaptação e ressignificação das
coisas, não só na força de trabalho mas também
do ser humano, em sua condição de vida e
sobrevivência. 
É realmente um contexto de ameaças, mas que,
ironicamente, abre muitas oportunidades.
Neste primeiro painel, nós vamos dar destaque
ao que está acontecendo hoje no cenário atual,
trazendo para vocês uma visão que integra as
áreas de carreira, liderança e qualidade de vida
com base em nossa vivência profissional e
nossa atuação como coaches e mentores.
E, para enriquecer a realização deste primeiro
painel, trarão suas valiosas contribuições as
colegas Vera Cecilia Mota Pereira, Rosana
Marinari e o colega João Machado, todos
membros do grupo de excelência em
coaching/mentoring do conselho regional de
administração.
desempregados e desalentados –
lutando para manter sua cabeça
fora d’água, não estão e não podem
estar preocupados com carreira e
sim com qualquer possibilidade de
ter algum dinheiro para poder
comprar comida.
Em seguida, temos os empregados,
o que engloba aqueles comsituação
formal e os informais. As pressões
sobre esse segmento já eram
tremendas anteriormente à
pandemia, que acentuou as
distorções, com cada vez menos
pessoas fazendo mais unidades de
trabalho e por mais tempo. 
E agora? Como já dizia Lulu Santos:
“nada do que foi será, de novo,
como foi um dia” (Como uma Onda-
Lulu Santos / Nelson Motta). 
 
Vera Pereira
Como pensar em carreira nesse contexto atual?
A velocidade das mudanças em relação a carreiras
profissionais que somem ou tendem a desaparecer,
enquanto outras surgem.
Aquilo que conhecemos, um dia, em que uma
pessoa entrava numa empresa como office boy ou
estagiário e terminava presidente da empresa,
talvez esteja em seus últimos dias.
O que temos que levar em conta é que todos os
formatos estão acontecendo ao mesmo tempo: há
empresas de formato tradicional, com empregos
reconhecíveis, e empresas ultra novas, com
denominações novas e estruturações mais
horizontais e, entre elas, todas as possibilidades. 
Cada pessoa que possa irá cuidar de seu próprio
desenvolvimento. 
Às vezes, com ajuda. Nesse caso, uma possibilidade
é o coaching. Temos aqui no CRA-SP o programa
de coaching para jovens administradores – PCJA,
no qual já passaram cerca de 300 pessoas, recém-
formadas e/ou formandos.
O cuidado de cada um se coloca na forma de
observar seu próprio conhecimento, alinhando seus
valores àqueles do seu lugar de trabalho, bem como
tendo sempre em seu radar o que está acontecendo
com seu mundo imediato e distante. Não dá mais
para se alienar.
Mas a maioria, muitas vezes, enfrentará essa
situação caótica sem ajuda. Esse é o caminho agora. 
V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
"O cuidado de cada um se coloca na forma de observar seu próprio conhecimento,
alinhando seus valores àqueles do seu lugar de trabalho, bem como tendo sempre em seu
radar o que está acontecendo com seu mundo imediato e distante. 
Não dá mais para se alienar."
Vera Cecília Mota Pereira
Prado: Certamente que nesse cenário,
que a Vera citou, há um protagonista
com papel muito importante nas
decisões individuais, sobre planos e
desenvolvimento individual e de carreira,
que é a figura do líder, do gestor em
todos os níveis. 
Esta figura tem destaque especial pelo
efeito de sua função de liderança, sobre
os resultados dos colaboradores em
todos os níveis. 
Liderar nestes
momentos incertos...
PÁGINA 06
V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
 
ROSANA: Eu penso que a pandemia
precipitou uma série de coisas, e
estarmos em home office e em
isolamento social fez com que líderes
e liderados se sentissem perdidos. De
uma hora para outra nos vimos tendo
que lidar com a tecnologia, às vezes
em condições bastante precárias, e
percebemos que o líder sentiu um
esvaziamento, foi a perda do comando
e controle.
Embora a gente esteja em um
momento de transição, eu sinto que
tem uma luz no final do túnel. A
expectativa é termos uma liderança
em rede, mais colaborativa e
participativa. Mas ainda percebemos
que o comando e controle reina e
impera.
Eu me lembro que quando comecei a
liderar, muito jovem, fiz muitas
bobagens. Eu fui colocada numa
posição de líder e nem sabia o que
fazer. Naquela época nós tínhamos
alguns poucos treinamentos que
eram muito operacionais. Eu fiz o
"TWI", os mais veteranos conhecem, e
era a forma como a gente tinha de ter
acesso a como liderar. Muitas vezes no
grito e na imposição e no porquê sim!
Hoje temos muita informação e
conteúdo disponível, mas ainda
precisamos instrumentalizar o líder.
Quando falamos em comando e
controle, pensamos naquele estilo
autoritário, top down, pouco contexto e
participação. Tenho visto uma
transição em curso, mas para o modelo
no qual eu sou mais complacente,
bonzinho, faço por ele, mas eu não
ajudo a se desenvolver e ser
protagonista e auto-responsável.
Eu ainda exerço uma espécie de
comando e controle com mais
condescendência e, na tentativa de ser
participativo, acabo fazendo pelo
liderado. Esse novo jeito não instiga e
desafia o liderado a crescer e evoluir.
Não prepara para uma auto liderança. 
Vamos ouvir a contribuição da
Rosana Marinari, com sua
grande experiência como coach
de executivos e consultora em
programas de liderança, 
A Rosana Marinari é consultora
e coach empresarial. Ama o
ambiente empresarial e ajuda
líderes a conciliarem pessoas e
resultados. 
A ideia é que nós tenhamos líderes
que façam junto, que sejam
presentes, que estejam onde o
resultado é produzido e que
desenvolvam seus liderados.
 
Eu acredito que pode haver
qualidade de vida no trabalho.
Nós viemos de uma cultura de
que qualidade de vida estava
além do trabalho. E queremos
ver pessoas alinhadas com seu
trabalho e com os seus
valores. E que tenhamos
ambientes leves, saudáveis,
menos tóxicos, nos quais
possamos ser o que somos
sem medo de julgamento ou
retaliações.
Ela trará suas contribuições sobre liderança em nosso painel. 
Rosana, como você vê o envolvimento e o papel da liderança neste
contexto? 
Rosana Marinari 
PÁGINA 07
 
JOÃO: Primeiramente, acho que é
importante entender que qualidade de
vida é singular e depende muito do
que o profissional ou estudante está
passando. Recentemente, fizemos
uma enquete no GEC– Grupo de
Excelência em Coaching do CRA,
sobre o tema qualidade de vida, com
os clientes do grupo de coaches e
mentores. Tivemos resultados
interessante sobre as dores deste
momento de pandemia. O resultado
mostrou um desequilíbrio entre vida
pessoal e profissional. Tem gente que
gosta de pressão, outros preferem
focar nos relacionamentos, outras
priorizam a família, outros buscam
reconhecimento. São necessidades,
valores de cada um, que nos fazem
únicos!
Nos resultados da enquete, apareceu
muito fortemente a importância dos
nossos valores. Mas o que são
valores? Os valores fazem parte da
essência individual de cada ser, é o
que nos move, nos faz pular da cama
e ir trabalhar em um dia frio e
chuvoso; eles nos fortalecem e nos
auxiliam nas grandes escolhas na vida.
São as bases do que vamos escolher
para nossa vida.
Estão ligados à nossa identidade, à
nossa essência. Quanto mais claros
forem estes valores, mais foco
colocaremos em nossas vidas, em
nossas decisões! Minha filha de 21
anos está fazendo estágio na área de
nutrição, em diversos setores. O
último foi em um hospital onde ela
visitava os pacientes nos quartos. Ela 
João, com todo este contexto, no âmbito do mercado de trabalho, no
cenário hoje, como você está vendo o impacto na qualidade de vida
para o individuo no trabalho e para as organizações? 
Aproveitando o comentário sobre
qualidade de vida feito pela Rosana, vamos
ver como toda essa situação afeta a
qualidade de vida, tanto das pessoas
empregadas, como das que perderam seu
emprego, e também das que fizeram a
opção de se demitirem.
E, para falar sobre Qualidade de Vida neste
contexto, vou pedir ao João Machado que
nos traga seu conhecimento e
sensibilidade sobre este aspecto.
O João Machado é administrador, coach e
mentor de carreiras, liderança, grupos e
equipes, tem como base em seu trabalho, a
Inteligência espiritual e será o nosso
mentor em termos de qualidade de vida
aqui em nosso trabalho
é muito sensível e se envolvia
emocionalmente com os pacientes.
Se acontecia algo mais grave, ela
ficava muito abalada, às vezes até
chorava. Este sentimento estava
fazendo mal para ela. Para ela,
ajudar as pessoas é um valor. Como
ela não conseguia ajudar, se
abalava. Isto ajudou em sua escolha.
Vai continuar sendo nutricionista
em outra área que não a hospitalar.
Simples assim. Isto é
autoconhecimento. O que eu
gosto? O que tenho facilidade, o
que eu busco da vida? O que me
motiva? Quais são os meus
talentos? Quando estas
necessidades, motivações, valores e
talentos não são atendidas, temos o
desequilíbrio, que gera estresse e 
João Machado
V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
PÁGINA 08
Continuação...
sofrimento, afetando, em casos mais graves, a saúde
tanto física, comomental e emocional. Qualidade de
vida está em buscar equilíbrio desta nossa essência.
Trabalhar com o que faz nossos olhos brilharem. O que
tem acontecido é um desequilíbrio entre estes pontos
que abordamos. Excesso de pressão, metas irrealistas e
não atingíveis, muita sobrecarga de trabalho, medo de
desemprego, medo de pegar covid. Tudo isto impacta
negativamente muitas pessoas e acaba gerando
desconfortos, afetando tanto a saúde física como
emocional. Vivemos uma era de muito foco no ter: ter
coisas, ter poder, ter cargos. Em vez do foco no ser, na
nossa essência e valores.
Como falamos, quando estas necessidades humanas não
são atendidas, de bem-estar, saúde física, mental e
espiritual, acaba refletindo nas relações sociais,
familiares e profissionais. Eu sou administrador e na
faculdade escolhi a área de marketing. Pensava na parte
boa, fazer apresentações, participar de comerciais na tv.
 
V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
"Vivemos uma era de muito foco no ter: ter coisas, ter
poder, ter cargos. Em vez do foco no ser, nas nossa
essência e valores."
João Machado
Prado: Vera, com base no que o João citou
sobre a questão do equilíbrio entre vida
pessoal e vida profissional, como este
desalinhamento afeta a carreira das
pessoas no contexto atual pós pandemia?
E os modelos híbridos de home office, que
vêm sendo implantados, contribuem de
alguma forma nesse quadro? 
Home Office, modelo
Híbrido......
Fui estagiário na área e acabei sendo promovido na base
do esforço próprio. Tinha algumas tarefas de que eu não
gostava, as que tinham a ver com cálculos e números. Na
faculdade, eu tinha muita dificuldade as matérias exatas.
Estatística 1 e 2. Quando me formei, acabei entrando na
área em busca do meu sonho, do que eu imaginava ser
marketing. Quanto mais eu subia na carreira, mais
cálculo e fórmulas e modelos matemáticos eu precisava
usar. Era um estresse terrível antes de cada
apresentação. Dores de cabeça física e emocional, noites
mal dormidas. O estresse me fez mudar. A mudança vem
pelo amor ou pela dor. Acabei mudando pela dor.
Recomecei minha carreira na área de desenvolvimento
de pessoas, na qual os meus talentos e meus valores
agora são contemplados. Este exemplo mostra a
importância dos pontos que falamos há pouco na
qualidade de vida das pessoas. É tarefa sua, ninguém vai
fazer isto por você
PÁGINA 09
de crescimento profissional das
pessoas. 
Vemos uma carreira líquida, em
ambiente mutável e com mudanças
em velocidades ímpares. O futuro
parece estar ao alcance das mãos, 
mas não para todos – essa é a maior
ameaça, que acaba afetando até a
qualidade de vida das pessoas e está
assombrando aqueles que se
preocupam com o equilíbrio entre a
vida pessoal e profissional. Vemos,
agora, modelos de carreira antigos,
linearmente estruturados, em paralelo
a novas formatações e, mais ainda,
novas formatações como braço de
empresas hierarquicamente
estruturadas, mas que não se furtam a
enfrentar o novo, sem destruir o
modelo anterior, mas acoplando-o, o 
 
que dificulta ainda mais o
discernimento e as decisões
individuais de crescimento nesse
contexto. 
Já a questão do home office é peculiar.
Quem trabalha com a implantação do
sistema há anos, sofrendo toda sorte
de: agora não!, viu as empresas
adotarem o formato do dia para a
noite, sem nenhum preparo
estruturado para isso e, obviamente,
sem levar em conta nada do que está
na cartilha. Acrescenta-se essa
adaptação às outras questões que
mencionamos, levando ao aumento de
casos de estresse e burnout (que antes
se restringia a funcionários de UTI e
agora espraia-se para todos os
segmentos), agravando a qualidade de
vida e retardando o crescimento 
 
"Vemos, agora, modelos de carreira antigos, linearmente estruturados, em
paralelo a novas formatações e, mais ainda, novas formatações como braço de
empresas hierarquicamente estruturadas, mas que não se furtam a enfrentar o
novo, sem destruir o modelo anterior, mas acoplando-o." afirma Vera.
VERA: Eu penso que, nesse contexto, as
pressões na vida de todos envolvidos são
enormes, certamente refletindo na qualidade
de vida das pessoas, devido ao impacto até
na sua saúde física e mental, tanto do
empregado quanto do empregador. Tanto do
liderado quanto do líder, forçando todos a
buscarem soluções mais eficazes do que
temos observado até agora, começando pela
reflexão sobre a questão dos valores e sua
sinergia entre aqueles individuais e os da
empresa em que se trabalha ou naquela em
que se almeja estar.
E, para complicar ainda mais, são diversos os
modelos de carreira disponíveis, mas nada
que facilite um processo de discernimento
tão confortável como antes nas decisões
profissional das pessoas.
Definitivamente, é com olhar
humanizado e humanizador que a
questão poderá ser enfrentada, ou
seja, temos sempre que tentar sair
do piloto automático e observar
com amor e atenção a nós mesmos
e aos outros, porque, embora
incipiente, podemos detectar um
caminho na direção da colaboração.
Vera Pereira
PÁGINA 10 V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
 
ROSANA: Muita coisa aí, Prado, para
a gente comentar. A primeira coisa
que eu vejo é que a liderança é um
chamamento. Não é que o líder seja
alguém especial, mas ele precisa
desenvolver algumas habilidades para
que possa entregar coisas, além dos
seus colaboradores. Eu não acredito
no líder super-herói. Esse cara não
existe mais. E nem no líder robô. Mas
o líder ainda continua no presente
tendo que conviver com muitos “tem
quês”, e isso vem sobrecarregando
desumanamente a liderança, no
sentido de que ele tem que trazer
resultado, ela tem que bater a meta,
ela tem que cumprir com os objetivos
da organização, ela tem que engajar,
motivar, tem que prover, acompanhar,
delegar, tem que trazer perspectivas
de carreira, de qualidade de vida e tem
que ampliar o mindset de seu liderado,
discutindo, argumentando, trocando
ideias e percepções sobre trabalho e
sobre vida. Esses "tem quês” são suas
maiores dores.
A gente fala de uma liderança coach.
Ainda não estamos nesse estágio, mas
acredito que os líderes serão líderes
coaches. Ainda vemos com muita
frequência, em nossos atendimentos
em coaching executivo, que essa é a
grande questão que acomete
executivos, CEO's, empresários,
empreendedores. Muitas vezes este
líder quer ser participativo, mais
colaborativo, menos tóxico e diretivo.
Ele se controla para não atropelar,
mas acaba oscilando entre apoiar e
impor, deixando a equipe insegura e
desmotivada. Não ser autoritário e
não desrespeitar sua equipe é um
dilema que muitos líderes vivem. Esta
também é uma de suas dores.
Eu vou usar uma metáfora do líder /
CEO que quer ter liberdade,
autonomia. Quer poder sair de férias,
curtir um fim de semana prolongado,
mas ele acaba se nutrindo de uma
indisponibilidade. Então, ele diz assim:
“olha, Rosana, a minha equipe
pergunta tudo. Eles são dependentes,
a minha equipe sem mim não
funciona." 
E você, Rosana, o que percebe? Como especialista em liderança, quais são
as maiores dores e preocupações da liderança que você tem observado, e
como os líderes estão conseguindo equilibrar a preocupação de suas
empresas com resultados e, ao mesmo tempo, a gestão humanizada de
suas equipes neste contexto?
"Se eu não ponho a mão, o
resultado não acontece." Aqui tem
mais uma dor do líder: o dilema
entre dar espaço, ser um
desenvolvedor, que se opõe a essa
centralização e, por que não dizer,
arrogância. Eu costumo dizer que
ele é o "presidenter": ele precisa ter
controle e ter poder. Ele precisa ter
a última palavra, responder a todas
as questões. E aqui temos mais um
“tem quês” do líder, que acaba não
dando espaço para o time crescer,
atuar e ganhar “musculatura”.
Acaba por expulsar os bons
colaboradores que não aguentam
viver sob o jugo desse líder. Esse
movimento ficou maior depois da
pandemia, sob o nome de grande
renúncia. Um movimento que traz à
tona a importância de rever valores
e significado. Não dá mais para
estar em uma cultura que nosoprime e faz sofrer.
Esse tempo em que as pessoas
deixavam os líderes e não as
empresas têm que acabar! 
Eu não acredito no líder 
super-herói. Esse cara não existe
mais. E nem no líder robô. Mas o
líder ainda continua no presente
tendo que conviver com muitos
“tem quês”.
Rosana Marinari
Rosana Marinari 
PÁGINA 11 V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
 
JOÃO: A falta de equilíbrio entre vida
pessoal e profissional e a
inconsistência de valores pessoais e
organizacionais afetam a nossa
qualidade de vida. Agora há pouco
falamos da importância dos valores.
Se uma pessoa tem como valor
transparência, por exemplo, no
sentido de se falar a verdade sempre,
e ela descobre que alguém do seu
círculo não está falando a verdade,
tem a quebra da confiança, porque
transparência era algo importante
para esta pessoa. O mesmo acontece
na empresa. Se esta mesma pessoa
está em uma organização na qual a
transparência não é considerada, em
que o discurso é diferente da prática,
aparece o desconforto. Quebra-se a
confiança, afetando a qualidade de
vida do profissional. Devemos
considerar ainda que as empresas e os
indivíduos estavam acostumados com
um modelo que agora não funciona
mais. Isto acaba gerando estas
situações que nos afetam. Excesso de
informações, medo do novo.
Muitos desafios e excesso de
demanda. Na pandemia, temos mais
um agravante, que é um novo modelo:
trabalho em casa, trabalho no
escritório? E ainda não sabemos como
lidar com isso. As empresas e o
mundo corporativo também estão se
adaptando.
Como vimos, está existindo um
desalinhamento entre os valores
pessoais e organizacionais. A empresa
em que minha esposa trabalhava na
área de pesquisa e branding foi
vendida para um banco de
investimentos, que busca acima de
tudo lucratividade e estruturas
enxutas. O foco anterior era a
qualidade do atendimento, que é a
cultura e os valores da minha esposa.
Depois de 2 anos de muito
sofrimento, ela pediu para sair. Antes
ofereceram para ela o cargo de CEO
para a américa latina toda. Mesmo
assim, ela saiu. Um diretor,
subordinado dela, aceitou o cargo e
está superfeliz. E minha esposa,
João, de que maneira este contexto está impactando, no âmbito das
organizações, a Qualidade de Vida? 
E, caminhando para o final deste
bloco, eu gostaria de perguntar ao
João, ainda referente à qualidade
de vida, mas desta vez no âmbito
corporativo.
aliviada e grata pela decisão que
tomou! Eles tinham valores e
necessidades diferentes. Percebem,
sempre é uma questão de escolha,
às vezes não é fácil. Excesso de
pressão, o fazer mais com menos,
as dúvidas sobre o futuro. A perda
de amigos e entes queridos pela
Covid! Tudo isto impactou e ainda
impacta a qualidade de vida de
muitos de nós. É fundamental que
busquemos ouvir mais nossos
corações, a nossa essência. Se
alguma dessas situações
apresentadas está presente na vida
de vocês, busque ajuda. Pode ser
um coach, um mentor para te ajudar
a descobrir ou redescobrir a sua
essência. Quando temos dores no
corpo ou no dente, buscamos os
médicos, os dentistas. As dores
emocionais também podem ser
curadas com a ajuda de
profissionais capacitados para tal,
que podem ajudar a curar estas
dores.
João Machado
 "É fundamental que busquemos ouvir mais nossos
corações, a nossa essência. Se alguma dessas situações
apresentadas está presente na vida de vocês, busque
ajuda. Pode ser um coach, um mentor, para te ajudar a
descobrir ou redescobrir a sua essência.”
João Machado
PÁGINA 12 V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
Caros amigos, como perceberam, diante da
apresentação e das falas de meus colegas,
profissionais de coaching e mentoring atuantes
neste cenário, conhecer seus Valores para
nortear as suas ações e comportamentos é de
grande valia para este momento.
Será muito importante para um bom
planejamento de carreira, para a condução da
sua liderança e para sua qualidade de vida...
Por isso, gostaríamos de presentear vocês com
uma ferramenta que utilizamos para reflexão e
identificação de valores, durante os processos
que desenvolvemos aqui no PCJA do CRA-SP,
além da Pirâmide dos Níveis Lógicos da Mente
de Gregory Bateson.
Ficam aqui como presente, nas próximas
páginas, estes dois exercícios sobre Valores,
para que vocês possam refletir, após este
Simpósio.
Nosso muito obrigado!
 
Moderador
Antonio Prado
PALAVRAS FINAIS
V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
Meio Ambiente
Atividade
Capacidade
Valores
Identidade
Missão
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Base da Motivação,
Comprometimento,
Escolhas e Vínculos
Quem sou, como me sinto, como me
identifico?
Relacionado à minha Visão, Propósito
Para que e para quem faço e atuo?
Porque faço, o que me motiva, 
o que me realiza
Como faço? 
Minhas capacidades e
habilidades
O que faço? 
Meus comportamentos
Ameaças e 
Oportunidades Externas
Com quem, quando 
e onde atuo?
NÍVEIS LÓGICOS DA MENTE
Modelo Robert Dilts baseado no Conceito de
Gregory BatesonEmerson A Ciociorowski 2022
O gráfico acima foi desenvolvido a partir do conceito de Níveis
Lógicos da Mente do antropólogo Gregory Bateson e de Robert
Dilts. O principal conceito é que a mente se organiza em seis
níveis lógicos, sendo que o Meio Ambiente, Atividades e
Capacidades estão no Nível do Consciente, partindo de
referenciais "Externos". Enquanto isso, os Níveis de Valores,
Identidade e Missão ou Espiritualidade, no sentido não religioso,
mas daquilo que nos transcende, ficam no Nível do Inconsciente
e o Referencial é "Interno". 
Para nosso propósito neste Simpósio, cabe destacar que os
Valores são a base da Motivação e do Comprometimento, bem
como de nossas escolhas. Por isto a importância de
reconhecermos nossos valores mais profundos que são a fonte
de nossa realização pessoal e profissional. 
V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
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Quais são os 10 valores mais importantes na 
O que lhe motiva trabalhar?
Quais são suas necessidades atuais?
Quais são as 3 coisas mais importantes na sua vida hoje?
E no ambiente de trabalho? 
Algumas perguntas para refletir agora e depois do nosso
Simpósio:
 sua vida?
 
O que é importante para você? São perguntas que
em geral não fazemos e, a princípio, não temos
facilidade em responder. Vamos aproveitar o
momento para isso?
Qualidade de Vida: 
Certamente, neste curto espaço de tempo, não é possível descrever 10
valores. Após o Simpósio, continue este exercício, dando tempo para 
você, refletindo consigo mesmo ou com seus amigos e parceiros. Se
precisar de ajuda, procure um coach ou mentor. Eles poderão lhe auxiliar
nesta jornada. 
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Qualidade de Vida: 
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Qualidade de Vida: 
Agora, dos
Valores
elencados
na página
anterior,
escolha os 
Top 3
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PAINEL 2
 O CENÁRIO 
FUTURO
 
 
ROSANE SCHIKMANN
SANDRA PEREIRA
Mediadora de Conflitos,
Coach e Facilitadora em
Comunicação 
Não-Violenta
Coach, Mentora e
Educadora.
Especialista em
Psicologia Positiva e
Transpessoal
EMERSON
CIOCIOROWSKI
Painelista
Painelista
MARCEL FERRADA
Psicólogo e Dr. em
Psiquiatria. Membro
Fundador do GEC -
Grupo de Excelência
em Coaching
Painelista
Membro Fundador do
GEC, Coach, Mentor e
Consultor. Founder da
Stressbreak Qualidade
de Vida e do
Movimento Equilibrium
Moderador
PÁGINA 14
COMO ATUAR NO MUNDO BANI?
COMO O PROCESSO DE
COACHING E MENTORING PODE
CONTRIBUIR PARA QUE AS
PESSOAS AVANCEM NESTE
FUTURO
COMO PODEMOS PENSAR A
CARREIRA NO FUTURO
QUAL SERÁ O PAPEL DO LÍDER
NESTA TRAVESSIA 
QUE COMPETÊNCIAS OSLÍDERES
DEVEM DESENVOLVER
A GRANDE RENÚNCIA ESTÁ
DIRETAMENTE RELACIONADA
AOS VALORES, PROPÓSITO E
QUALIDADE DE VIDA
AQUI SE TRATA DE
GERENCIARMOS O DILEMA
DE CUIDAR DE SI OU CUIDAR
DA EMPRESA E DO 
GANHA PÃO
 
 
 
 O CENÁRIO FUTURO
V SIMPÓSIO DE COACH | 2022 | GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
MARTA 
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 
FERRAMENTAS PARA VOCÊ:
 
Moderador
Emerson Ciociorowski
 
Quero fazer um convite para vocês
irem fundo nesta questão e discutam
com aqueles que estão próximos de
vocês.
Com certeza, o auxílio de um coach
ou um mentor poderá lhe ajudar
muito nestas reflexões. Aqui no
Grupo de Excelência em Coach,
temos muita gente capacitada para
compartilhar esta sua jornada de
descoberta
Falar de futuro, hoje, nunca foi tão
difícil, pois as mudanças que sempre
existiram nunca foram tão rápidas,
disruptivas. É como tivéssemos que
agarrar um líquido em nossas mãos.
No próximo painel vamos procurar,
junto com vocês, Caminhos, não
soluções!
De que maneira a Inteligência Emocional passa a ser fundamental para lidarmos com
sua carreira e auto-liderança? E como isto afeta sua qualidade de vida? 
Sejam bem-vindos às reflexões sobre o futuro.
Tivemos no painel anterior uma boa foto do
momento presente, com todas as suas
dificuldades, que nos afetam no ambiente
pessoal e profissional.
Diante do momento em que vivemos, nunca foi
tão importante refletirmos no
autoconhecimento, nos nossos VALORES.
Refiro-me aos Valores mais profundos que
estão ligados à nossa ALMA. Afinal, os valores
são a base para nossas escolhas e vínculos.
Hoje estamos vivendo uma crise de valores na
sociedade, por isso o choque no campo da
política, do trabalho, das relações.
Logicamente, num seminário como este, ainda
não houve tempo para mergulhar em algo tão
profundo, como seus valores internos. 
Hoje estamos vivendo um momento
que foi batizado como "Great
Resignation" ou, em português, como
"A Grande Renúncia", ou seja, numa
onda de desemprego, as pessoas
estão pedindo demissão.
Um em cada três desligamentos no
Brasil foi a pedido do trabalhador.
Essas demissões são, em sua maioria,
entre as pessoas com maior
escolaridade e salários altos. Elas
estão colocando na balança fatores
como satisfação pessoal, propósito,
reconhecimento profissional, além de
ambiente de trabalho saudável, à
frente de salários. 
Mas o Mundo BANI está aí: frágil,
ansioso, não linear, incompreensível.
Temos muitas perguntas...
Como preparar nossa carreira para
o futuro? Como o jovem deve
construir sua carreira e como os
50, 60+ devem estruturar o seu
futuro? Plano de carreira faz
sentido hoje? Como os processos
de coaching e mentoring podem
ser ferramentas de auxílio para
uma busca de saídas? Que
competências devo desenvolver
para enfrentar um futuro em que
profissões estão acabando e
surgindo outras que nunca
existiram? De que maneira a
Inteligência Emocional passa a ser
fundamental para lidarmos com o
nosso dia a dia? De que maneira
tudo isto afeta a sua Qualidade de
Vida?
Sejam bem-vindos neste painel
sobre o FUTURO!
PÁGINA 20 V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
 
ROSANE: O futuro já é a partir de
Amanhã!!! Sabemos que o que
estamos fazendo hoje pode ter
repercussão imediata ou a mais longo
prazo. No imediato, às vezes, talvez
nem percebamos que haja algum
impacto em nossas vidas;
continuamos tocando no automático
nosso dia a dia e, às vezes, nem
vislumbramos que nossa vida esteja
sendo afetada.
Então, a primeira coisa à qual
precisamos estar atentos são as
mudanças que ocorrem no dia a dia,
refletindo sobre os possíveis impactos
dessas mudanças no futuro.
Olhando o passado recente em
perspectiva, como já apontaram
nossos colegas no painel anterior,
muitas coisas mudaram desde a
pandemia e elas trouxeram alertas
para as pessoas em relação à sua
qualidade de vida. As pessoas
descobriram a importância de
equilibrar sua vida pessoal e
profissional, de abrir espaço para 
cuidar de si e também da família. É
com essa nova condição que estamos
caminhando para o futuro, que, como
disse, pode ser de amanhã em diante.
Essas mudanças vieram para ficar,
pois o modelo mental das pessoas
está mudando.
Então, nos demos conta da
importância de nos
responsabilizarmos pela nossa
Qualidade de Vida; a mudança de
estilo de vida, incluindo esse olhar
para a saúde física e mental, para as
relações, para a nutrição, para os
causadores de estresse, entre outros.
Por outro lado, estamos tão
acostumados com nosso ‘tem que’,
nossas obrigações com o trabalho e a
pressão por resultados, que muitos de
nós vivemos num dilema - cuidar de si
ou cuidar da empresa e do ‘ganha
pão’. Nessa situação, é importante ter
um apoio na tomada de decisão sobre
as priorizações nas nossas vidas e
como fazer o equilíbrio entre essas
necessidades. 
Rosane, que futuro é esse e como o processo de Coaching e Mentoring
pode contribuir para que as pessoas avancem neste futuro?
Estamos falando de
FUTURO, mas sobre que
futuro estamos falando?
E nesse contexto é que entram os
processos de coaching/mentoring,
como instrumentos que estimulam
a reflexão e a ampliação da
consciência sobre diferentes pontos
de vista e possibilidades – tanto em
relação à Qualidade de Vida, quanto
a outros diversos temas em nossas
vidas. E para guiar este processo
reflexivo, é valiosa a participação de
um Coach, profissional preparado
para essa interlocução.
Rosane Schickmann
 "Estamos tão acostumados com nosso ‘tem que’, nossas obrigações
com o trabalho e a pressão por resultados, que muitos de nós vivemos
num dilema - cuidar de si ou cuidar da empresa e do ‘ganha pão’.”
Rosane Schickmann
PÁGINA 21 V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
atividades que requeiram
criatividade, como artistas e
músicos;
que envolvam resolução de
problemas;
psicólogos e profissões que
demandem um trabalho social;
professores;
trabalhadores da área da saúde;
cuidadores.
 
SANDRA: Como você disse, Emerson,
o Futuro é líquido e já está aqui e
agora, mas não para todos – muitas
empresas ainda reproduzem os
modelos mais tradicionais de carreira,
e isso tende a continuar no futuro. 
Já estamos vendo o surgimento de
novas carreiras, algumas ainda
incipientes. De qualquer forma, a
carreira do futuro tende a ser ligada à
tecnologia, por um lado, e, por outro,
ao desenvolvimento da saúde física e
mental e competências humanas
(comportamentais).
A adoção de novas tecnologias, junto
a tendências globais, como a questão
climática, mostra o crescimento de
uma demanda mista de habilidades
digitais e humanas para o futuro do
trabalho, com carreiras surgindo em
áreas diversas.
Segundo estudo realizado pela Dell
Technologies, 85% das profissões que
existirão em 2030 ainda nem foram
inventadas. Mas há uma tendência
que a maioria delas sejam:
A carreira linear tende a não existir
mais ou mudar significativamente
(como foi comentado no primeiro
painel).
De qualquer forma, hoje, o diploma, o
conhecimento acadêmico como o
conhecemos, embora seja muito
importante, já é só um ponto de
partida. E a tendência é que continue
assim.
Mais importantes serão as
competências e conhecimentos que
você venha a desenvolver, tanto na
formação tradicional quanto na
prática profissional, e como você
poderá transferi-las para outras
atividades que surjam com as
mudanças. 
Sobre carreira, podemos falar de
algumas tendências: carreira em
nuvem, proteana, em pente,
caleidoscópica etc.
Em nuvem (sem fronteiras e nômades
digitais) – possibilidade de trabalhar
de qualquer lugar. Basta um celular e
uma conexão de internet. Já estamos
vivendo isso. As pessoas querem mais
autonomia sobre onde, como e
quando trabalhar. Isso abre muitas
possibilidades de escolha.
Outra tendência que ficou mais forte
com as diferentes gerações e pela
pandemia, é que o profissional quer
ter impacto e relevância social e
também preservar um estilo de vida
que inclua igualmente a família, o
lazer, as causas sociais etc. 
É a chamada carreira proteana, que
inclui satisfação pessoal, propósito,reconhecimento profissional, além de
Sandra, Com as mudanças cada vez mais rápidas e complexas, como
podemos pensar a carreira no futuro? 
Autenticidade - ser fiel a si
mesmo e a seus valores, em
trabalhos com significado, em
sintonia com os seus princípios.
Balanço - equilíbrio entre a vida
pessoal e profissional, incluindo
contexto e relacionamentos
pessoais, como a família, por ex.:
Crescimento - evolução contínua
e superação de desafios
profissionais, trabalho
estimulante com foco no avanço
da carreira.
ambiente de trabalho saudável, à
frente de salários.
Para além das conhecidas carreiras
especialista ou generalista, a
tendência é tenhamos diversas
especialidades ao longo da vida,
conectadas entre si por
conhecimentos generalistas (a
chamada carreira em pente). Aí se
incluem facilmente os 50+ e 60+. 
Caleidoscópica – é considerada a
maior tendência para o futuro... Nela,
diferentes atividades e habilidades
podem ser combinadas em novos
formatos, conforme a necessidade do
trabalho, projeto etc. 
Assim como um caleidoscópio, que
produz imagens diferentes quando
seu tubo é rodado, você poderá
alterar o "mosaico" de sua vida,
conforme as necessidades,
combinando de modo diferente três
fatores: Autenticidade, Balanço e
Crescimento.
Sandra Pereira
PÁGINA 22 V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
"Caberá a você fazer a curadoria dos seus
conhecimentos e definir sua trajetória em termos de
carreira, ou seja, construir e manter sua relevância no
que se refere ao trabalho. 
Ser protagonista será elevado a um novo patamar.
Sandra Pereira
Continuação...
Quer um Exemplo?
Você pode começar trabalhando em uma empresa na
área administrativa, evoluir lá, depois mudar para
vendas, depois resolve investir num sonho, antigo ou
novo, e abre seu próprio negócio. De repente, muda
tudo, para ficar mais com a família. 
Isso é, por um lado, libertador, porque as nossas
possibilidades não se esgotam na primeira escolha
profissional. Por outro, aumenta o nível de incerteza e
de complexidade. E a nossa responsabilidade em gerir
nossas carreiras.
Na minha visão, com tudo isso junto e misturado e
independentemente do modelo de carreira, caberá a
você fazer a curadoria dos seus conhecimentos e definir
sua trajetória em termos de carreira, ou seja, construir e
manter sua relevância no que se refere ao trabalho. 
Ser protagonista será elevado a um novo patamar.
 
V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
e quanto à Liderança...
PÁGINA 23
MARCEL: Diria que a resposta vale 1
milhão de dólares – Se de fato
tivéssemos acesso e pudéssemos
antever os resultados das nossas
escolhas, sem dúvida que os caminhos
seriam outros – afinal, como vimos no
painel anterior, foram as nossas
escolhas que nos deixaram expostos
às vulnerabilidades do esgotamento
emocional na travessia da pandemia.
Uma frase do George Santayana
(poeta, filosofo espanhol) “Aqueles
que não podem lembrar do passado
estão condenados a repeti-lo”. 
No painel anterior, tivemos João
Machado trazendo uma experiência
própria na condução da carreira, como
profissional de Marketing, mas não se
sentia realizado, era infeliz, foi na área
de Recursos Humanos que ele se
encontrou. O segundo relato parece
que isso se repete com outra
profissional. É de competência do líder
ter também essa sensibilidade de
identificar habilidades, motivações,
interesses dos seus colaboradores. É 
de nosso conhecimento que nesta
pandemia uma empresa de bebidas
alcoólicas foi transformada para
produzir álcool gel, e isto fez muito
sentido para esses colaboradores, que
se sentiram chamados a atender a um
propósito de contribuir para além
daquilo que haviam sido contratados,
a responsabilidade social. Nesse caso,
o cérebro libera neurotransmissores
da felicidade como dopamina,
serotonina, endorfina e ocitocina.
É tarefa do líder desenvolver uma
cultura de aprendizagem que a
carreira caleidoscópica precisa. O líder
precisará permitir que esse
colaborador transite também por
outras áreas. Essa ideia de que o
colaborador é meu, é minha
propriedade, meu departamento, se
não mudou, terá que mudar. 
Essa ideia de promover confiança, de
estabelecer vínculos afetivos,
ambientes psicologicamente seguros
– Gostaria de citar uma frase “Mares
tranquilos não fazem bons
marinheiros”, mas, nas águas 
Diante de todo este cenário 
complexo que a Sandra acaba de descrever, pergunto ao Marcel: 
Qual será o papel do líder nesta travessia? 
Que competências devo desenvolver?
tranquilas, o líder deve aproveitar
para preparar os nossos marinheiros.
E é investindo nos relacionamentos,
se dando a conhecer, dizendo o que
pensa, mostrando o quanto conhece
do negócio e se colocando à
disposição para amparar, esclarecer,
apontar caminhos, que tem grande
possibilidade de conquistar
credibilidade. 
Não cabe mais o resultado a qualquer
custo. Está aí para quem quiser, a
grande renúncia e a demissão
silenciosa que, diga-se de passagem,
não são fenômenos novos, mas
novamente escancaram a dificuldade
de os líderes engajarem,
comprometerem. Já sabemos que
colaboradores felizes produzem mais.
O que estamos esperando para que o
Lider de fato e as empresas de direito
criem esses ambientes favoráveis para
a livre manifestação dos talentos, dos
interesses, das missões pessoais e do
legado que esses indivíduos desejam
realizar? Um pouco de humanidade
fará muito bem.
"Gostaria de citar uma frase :
Mares tranquilos não fazem bons
marinheiros, mas, nas águas
tranquilas, o líder deve aproveitar
para preparar os nossos
marinheiros"
Marcel Ferrada 
Marcel Ferrada
PÁGINA 24 V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
 
SANDRA: Temos que ter em mente
que a humanidade já ingressou em
uma nova era, caracterizada pela
junção de tecnologias e
procedimentos que modificaram
totalmente a forma como
trabalhamos. 
Um dos temas de que muito se fala é
o Metaverso, que tende a aumentar a
complexidade que já é grande.
Embora ainda seja cedo para saber
quais impactos o Metaverso trará,
várias empresas e atividades já estão
investindo fortemente para se inserir.
Você perguntou como é que eu me
preparo é para esse futuro que está
aí...
Em primeiro lugar, você precisa estar
preparado para aprender sempre:
sobre você, sobre novas tecnologias e
sobre as novas dinâmicas do mundo.
Tem vários nomes para isso por aí:
lifelong learning, sede de aprendizado,
educação continuada. 
A tendência é que você tenha muitas
carreiras ao longo da vida, ainda mais
com o aumento da longevidade. Por
isso, é importante não só aprender
sempre, mas também ter a capacidade
de fazer a transferência de
conhecimentos de uma atividade para
outra.
Além do conhecimento técnico de
uma determinada área, algumas
competências são essenciais para
você se manter um profissional ativo e
relevante, em qualquer cenário.
A primeira e mais importante é o
Autoconhecimento – que é a base 
Flexibilidade – ser adaptável, ser
capaz de conviver com as
mudanças e com as diferenças, de
uma maneira inclusiva.
Espírito colaborativo – ser capaz
de trabalhar em equipe e fazer
conexões entre diferentes
pessoas e competências. Ex.
cresce a Mentoria reversa nas
empresas.
Boa comunicação interpessoal:
saber se comunicar de maneira
clara e ouvir atentamente os
outros.
Inteligência emocional –
pressupõe autoconhecimento,
empatia, escuta, conexão efetiva
com você mesmo e com as
pessoas. E equilíbrio emocional ao
lidar com os muitos desafios. Essa
é uma competência fundamental,
da qual com certeza precisamos
falar muito mais.
Habilidades de liderança: mesmo
que o você ainda não ocupe uma
posição institucional de chefia, ter
habilidades, tais como saber
motivar e engajar equipes, é muito
importante para o seu
desenvolvimento profissional.
Visão estratégica e pensamento
crítico – Você deve estar sempre
sintonizado com tudo aquilo que
pode alterar positiva ou
negativamente a sua vida, sua 
para todo desenvolvimento humano
(inclui vida, profissão, carreira...)
Outras competênciasextremamente
importantes:
Sandra, como (eu profissional) me preparo para esse futuro 
que já está aí? 
carreira e as organizações. Prestar
atenção ao mundo e fazer uma
análise crítica dos possíveis impactos
na sua vida.
O mais importante, para mim, é
investir continuamente no seu
autoconhecimento e aprender a fazer
transferência do seu conhecimento
de uma atividade para a outra, ou
seja, ter flexibilidade competencial.
E sempre pensar a tecnologia
conectada à humanidade, o que
significa aprofundar a reflexão sobre
valores e ética, construindo e
preservando a coerência de valores,
que permite navegar nos diversos
níveis de complexidade, sem perder o
centro e a essência. 
Nesse cenário, atividades como
coaching e o mentoring vão se
manter fundamentais para apoiar os
profissionais nas suas reflexões sobre
seus caminhos de carreira e de vida.
Tem muita coisa para a gente se
preparar para esse futuro, mas estes
são os pontos que considero mais
importantes. 
Sandra Pereira
PÁGINA 25 V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
resgatando ou mudando seus
valores;
buscando definir ou redefinir seu
propósito;
abrindo espaços para a vida
pessoal, relacionamentos, família,
saúde física e mental, lazer, entre
outros.
 
ROSANE: As pessoas e as empresas e
suas lideranças estão percebendo que
as mudanças vieram para ficar. Neste
momento, estamos em estado de
transição pós-pandemia, em que ainda
temos dúvidas sobre como
construiremos o futuro, para uma
nova realidade, em que um novo
modelo mental está sendo forjado. O
que sabemos é que as pessoas e as
empresas estão:
Tudo isso influi na cultura e no jeito
de ser das pessoas e das empresas, e
parece que isso veio para ficar.
Exemplo disso é que, apesar da
importância dada até agora a um 
bom salário, muita gente tem
escolhido abrir mão de alguns
benefícios para ter uma vida mais
equilibrada entre o pessoal e
profissional. 
Por mais que seja importante o foco
em resultados, hoje também há que se
considerar o lado humano, das
pessoas que entregam os resultados.
Então, respondendo sobre balancear
as prioridades individuais e
organizacionais – eu digo que para
isso as PESSOAS E AS EMPRESAS
precisam desenvolver um olhar
empático para a mútua compreensão
de suas necessidades e para encontrar
uma composição possível que possa
contemplar aquilo que for mais
relevante para ambas as partes. 
Só para exemplificar, o tema
flexibilização entre o trabalho remoto
e o presencial ou o híbrido é uma das
pautas a serem tratadas com esse 
Rosane, dentro deste contexto, como balancear as prioridades individuais
e organizacionais? Como todo este quadro afeta a Qualidade de Vida? 
A Grande Renúncia está
diretamente relacionada
aos valores, propósito e
qualidade de vida
olhar empático, assim como tantas
outras como Diversidade, Inclusão,
Equidade, Saúde, Bem-estar. 
Essa abordagem impactará
positivamente a Qualidade de Vida
das pessoas, trazendo mais
satisfação para as pessoas no
ambiente de trabalho, e isso
reverterá também em benefício da
empresa, pois sabemos que
colaboradores satisfeitos e felizes
são mais produtivos e trazem
melhores resultados para a
empresa.
Rosane Schickmann
 "Apesar da
importância dada até
agora a um bom
salário, muita gente
tem escolhido abrir
mão de alguns
benefícios para ter
uma vida mais
equilibrada entre o
pessoal e
profissional". 
Rosane Schickmann
PÁGINA 26 V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
MARCEL: É uma questão interessante,
pertinente ao tempo que estamos
vivendo. O grupo anterior, no Painel
Hoje, trouxe essas questões da
dificuldade que as pessoas estão
enfrentando de não ter recursos
internos para fazer frente a todas
essas questões; quando o estresse /
pressão é grande, a pessoa tem mais
facilidade de espanar. Foi essa
realidade em que a Pandemia jogou
milhares de pessoas; ninguém foi
preparado, ninguém escolheu entrar
no olho do furacão, simplesmente
acordamos dentro dele. Essa
capacidade que tenho de reconhecer
em mim sentimentos, emoções, é
extremamente importante e se faz
necessária para entender como estou
agindo e reagindo a essas questões. E
caso eu não tenha acesso, por algum
motivo, se faz necessário ter pessoas
com quem conversar, chamemos de
rede de proteção. Isso também é
válido para o meu colaborador, como
ele está se sentindo, como está
reagindo a tudo isso, me colocar à
disposição ou criar uma estrutura para 
escuta, um espaço de conversa, é
sumamente importante. 
Reconhecer que não temos o controle
ou domínio de tudo traz um dado de
realidade que envolve transparência,
vamos buscar juntos soluções, não
tenho certeza, não sei se isso irá
funcionar, preciso do seu apoio,
preciso da sua colaboração, vamos
trabalhar juntos, o “eu nunca serei
mais forte do que todos nós juntos”.
Isso vale para o “conhece a ti mesmo”
A ideia de saber o que me mobiliza é
importante no sentido de que aquilo
que conheço e posso medir, posso
administrar; aliás, é uma das funções
básicas da administração. Isso precisa
acontecer também de tal maneira que
me lance caminhos para a busca e
tratamento dessas questões. Se eu
quiser tratar de maneira solitária a
questão do autoconhecimento, corro
o risco, por uma limitação humana, se
eu me olhar no espelho, de maneira
Narcísica, vou gostar da imagem 
refletida; na verdade estou sendo
condescendente comigo e tudo me 
Emerson: Marcel, qual será o papel do líder nesta travessia? Que
competências devem desenvolver?
parece perfeito, mas pode ser apenas
uma imagem distorcida. O mesmo é
válido para a pessoa extremamente
exigente consigo mesma e não gostar
do que vê, que pode também estar
distorcida, como, por exemplo, aquele
que sofre da síndrome do impostor. 
Se me falta a dose de equilíbrio para
separar o que é bom do que não é, a
melhor alternativa é procurar uma
pessoa qualificada, podendo ser um
psicólogo, um coach, um mentor ou
um colega que me forneça essas
informações sobre como eu os afeto,
da mesma forma posso ajudar os
outros, informando-os como me
afetam; por isso, é muito importante
trocar as lentes, para ter um outro
olhar. Não podemos olhar o futuro
com as lentes do passado, devo
trocar, adequar as lentes para esse
novo olhar.
Se eu não mudo a forma de ver as
coisas, farei sempre o mesmo e
estarei condenado a receber os
mesmos resultados.
"Se eu quiser tratar de maneira solitária a
questão do autoconhecimento, corro o risco,
por uma limitação humana, se eu me olhar no
espelho, de maneira Narcísica, vou gostar da
imagem refletida;
 na verdade, estou sendo condescendente
comigo"
Marcel Ferrada 
Marcel Ferrada
PÁGINA 27 V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
 
ROSANE: O caminho para o
autoconhecimento passa pela auto-
observação, no que eu chamo de uma
‘arqueologia interior’, ou seja, um
mergulho interno que possibilite
reflexões e que possa ajudar o
indivíduo a ressignificar sua existência
ou validá-la naquilo que está alinhado
com seu propósito.
Inclui também a revisão de objetivos,
valores e prioridades, a busca de seus
porquês, e o questionamento de
certezas cristalizadas, com o objetivo
de descobrir o que realmente importa. 
Além disso, implica assumir a
responsabilidade sobre os resultados 
das decisões tomadas, mudar a rota
quando necessário e se abrir para o
novo. Esse processo pode ser feito
pela própria pessoa, mas poderá ser
mais facilitado com a participação de
um coach, que é um profissional
capacitado para isso e que, por meio
de perguntas e provocação de
reflexões, ajudará o indivíduo a se
conhecer e se reconhecer e, ao
mesmo tempo, vislumbrar
possibilidades para redirecionamento,
se esse for o caso.
 
Rosane, estamos vendo o Quite Quitting, em que as pessoas estão
buscando mais significado no desenvolvimento do seu trabalho. De que
maneira a clareza de um propósito e projeto de vida, que na verdade é um
processo de autoconhecimento, é importante? E como desenvolver isto?
Ao mesmo tempo, como a ajuda de um profissional podefacilitar o
processo?
#QuietQuitting (ou “demissão silenciosa”, em
português). Um vídeo do TikTok sobre o assunto
publicado em julho pelo perfil @zkchillin (agora
@zaidleppelin) viralizou, e muitos usuários
responderam com suas opiniões e experiências.
O termo #QuietQuitting ganhou mais de 8
milhões de visualizações na plataforma apenas
em uma semana segundo a revista Forbes.
Rosane Schickmann
 "Um coach pode ajudar no
processo de
autoconhecimento, afinal é
um profissional capacitado
para isso e que, por meio de
perguntas e provocação de
reflexões, ajudará o
indivíduo a se conhecer e se
reconhecer e, ao mesmo
tempo, vislumbrar
possibilidades para
redirecionamentos". 
Rosane Schickmann
PÁGINA 27 V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
Dona MARTA
É uma figurinha muito interessante e extremamente
contributiva para termos acesso a uma série de
questões. Como vimos no painel anterior, a busca de
identificação e/ou tomada de consciência dos Valores
que me norteiam e sobre os quais decisões eu tomo,
consciente ou inconscientemente, já é uma linha de
ampliação de consciência, e o exercício MARTA é uma
ferramenta que ajuda muito. 
Na verdade, são os 5 sentimentos básicos do ser
humano: 
V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
Daniel Goleman descreve a inteligência 
emocional como a capacidade de uma 
pessoa de gerenciar seus sentimentos, de 
modo que eles sejam expressos de maneira apropriada e
eficaz. Segundo o psicólogo, o controle das emoções é
essencial para o desenvolvimento da inteligência de um
indivíduo.
Vamos apresentar a vocês, abaixo, uma ferramenta para ajudar no treino do
gerenciamento de sua inteligência emocional. Marcel, eu gostaria que você nos
apresentasse a personagem da MARTA!
Marcel Ferrada
Esses sentimentos interferem na nossa capacidade de
tomada de decisão, julgamento, na forma de atuação e
até no nosso aprendizado. Dependendo de como estou
me sentindo, posso não ter acesso e nem captar aquilo
que está sendo ensinado. Então, existem várias
maneiras de identificar certos gatilhos desses
sentimentos, e a MARTA é uma ferramenta que ajuda a
ter acesso a esses sentimentos. 
Tenho certeza de que o seu uso lhes irá dar acesso a
coisas que até então não tiveram.
M de medo – A de amor – R de raiva – T de tristeza – A de alegria
PÁGINA 28
https://www.napratica.org.br/como-lidar-com-suas-emocoes-no-trabalho/
MEDO
AMOR
RAIVA
TRISTEZA
ALEGRIA
 
F
E
R
R
A
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O
A
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I
N
G
Escreva numa folha de papel para cada dia da semana
quais os momentos em seu dia você sentiu:
Inteligência Emocional
Depois de 7 dias, você poderá identificar padrões, contextos e gatilhos
das emoções que você sente.
PÁGINA 29
Pois bem, se vocês não chegaram a grandes
conclusões após este exercício com a MARTA,
fiquem certos de que, com um pouco mais de
tempo, mais alguns dias refletindo sobre o
tema, TOMANDO NOTA, muita coisa vocês
vão descobrir sobre vocês mesmos. São
coisas que brotam de dentro de nós.
Quero agradecer a você, participante, a
audiência até aqui e agradecer aos nossos
painelistas, com a firme convicção de que
certamente teremos dias melhores. 
Os desafios estão aí para que possamos
evoluir.
 
A seguir, no próximo painel, você será
convidado a buscar novos caminhos com a
gente. Vamos juntos com Ângela Miranda?
Moderador
Emerson Ciociorowski
PALAVRAS FINAIS
V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
PAINEL 3
 VAMOS
DESCOBRIR
CAMINHOS? 
 
 
THAIS SILVA
Psicóloga, Diretora de RH,
coach e mentora com
especialidade em
Relações Humanas, Gestão
de Pessoas, Conflitos e
Mudanças. 
Executiva de
marketing, mentora e
coach de líderes.
ANGELA MIRANDA
Painelista
Painelista
Administrador,
Psicólogo, Coach e
Membro Fundador do
GEC 
Painelista
Coach, Mentora,
Escritora, Doutora em
Teologia, Professora e
Executiva de RH.
Moderadora
JOSÉ PASCOAL MUNIZ
LUCILA MARQUES
PÁGINA 14
VIDA DE QUALIDADE OU
QUALIDADE DE VIDA?
UMA DEMANDA GIGANTE POR
EMPATIA E FELICIDADE
DESCONSTRUIR LIDERANÇA PARA
RECONSTRUIR LIDERANÇA
"A IGNORÂNCIA É UMA BENÇÃO"
O AUTOCONHECIMENTO
CHEGOU PARA FICAR
COMO PERMANECER RELEVANTE
DO PONTO DE VISTA DE
CARREIRA
O TEMA ESTÁ RELACIONADO
EM COMO INTEGRAR
CARREIRA, LIDERANÇA E
QUALIDADE DE VIDA
 
DESCOBRINDO
CAMINHOS
V SIMPÓSIO DE COACH | 2022 | GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
RODA DA VIDA
IKIGAI 
FERRAMENTAS PARA VOCÊ:
 
Moderadora
Angela Miranda 
 
Iniciamos o simpósio com o Painel
sobre o Hoje com os profissionais
Rosana, Vera, João e Prado, que
apresentaram as variáveis que nos
trouxeram as condições em que nos
encontramos atualmente. Evoluímos,
não resta dúvida! A tecnologia está aí
para comprovar tamanha evolução…,
mas saúde e ambiente foram e são
bem impactados com tudo isso.
No Painel sobre nossa visão de
Futuro – ouvimos Rosane, Sandra,
Marcel e Emerson – que nos
apresentaram a necessidade do
autocuidado e do cuidado com o
outro, do estabelecimento de
ambientes emocionalmente seguros,
da confiança por meio da
comunicação aberta, franca e com
transparência e nas carreiras a
liberdade de 
Um em cada três desligamentos no Brasil foi a pedido do trabalhador –Essas demissões
são, em sua maioria, entre as pessoas com maior escolaridade e salários altos. Elas
estão colocando na balança fatores como satisfação pessoal, propósito,
reconhecimento profissional, além de ambiente de trabalho saudável, à frente de
salários. 
Todos temos uma MARTA dentro de nós!
Medo, Amor, Raiva, Tristeza e Alegria que
interferem e influenciam em nosso
aprendizado, memória, na atenção, no
julgamento e na nossa tomada de decisão.
Espero que exercitem, hein? É uma
ferramenta poderosa sobre inteligência
emocional! Estamos aqui no “V SIMPÓSIO
DE COACHING: INTEGRANDO CARREIRA,
LIDERANÇA E QUALIDADE DE VIDA –
VAMOS DESCOBRIR CAMINHOS?” uma
realização do GEC – GRUPO DE
EXCELÊNCIA EM COACHING E
MENTORING DO CRA-SP. Chegamos ao
último Painel e, como pudemos observar,
houve uma evolução na sequência da
apresentação dos colegas que vieram antes
de mim.
Realidade virtual
Metaverso
Adversidades globais
Uma demanda gigante por
empatia e felicidade
Vida de qualidade ou qualidade
de vida?
Trabalho de qualidade ou
qualidade de trabalho?
mobilidade para as áreas de interesse
e AMPLIAÇÃO das oportunidades de
aprendizado, com a importância de
fomentar o prazer de fazer parte…
Será que chegou o tempo de
equilibrar tudo isto? Neste último
painel, vamos falar de caminhos!!!
Como gosto de provocações, vamos
lá…pensem comigo nestas variáveis:
Desconstruir liderança para
reconstruir liderança?
É trabalhar de qualquer lugar?
Ressignificar o amanhã.
É online, é remoto, é híbrido!
ESG
É demissão silenciosa?
Como gerir pessoas à
distância?
Como se autogerir?
O líder pode falhar?
O que o coaching e a mentoria
tem a ver com isso?
Há respostas sempre? 
Como dar sentido a tudo isso?
Isso é simples?
O coach e o mentor tem
respostas sempre pra tudo?
PÁGINA 32 V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
LUCILA: Esse termo eu adoro “a
ignorância é uma benção”, até porque
quando não sabemos, não
conhecemos alguma coisa, podemos
tomar atitudes e ter alguns
comportamentos, sem o menor
compromisso, sem o menor problema;
mas quando sabemos, conhecemos,
temos consciência; aí a história muda,
não é mesmo?
Então vamos recapitular: no primeiro
Painel falou-se muito de valores, do
que é importante para cada um, como
pode fazer a diferença na hora de lidar
com a carreira e com a qualidade de
vida; no segundo, falamos das
competências e dos impactos que
toda essa tecnologia e metaverso
andam causando, das diversas
gerações em um mesmo ambiente de
trabalho e de como que o líder hoje
deve reagir. Até agora, muitos de
vocês não sabiam nada disso, não
tinham ideia de que cada um de tem
uma Marta dentro de si... Não sabiam
o quanto as emoções e sentimentospodem ser os responsáveis por tantas
situações; e mais, que essa tal de
inteligência emocional é a responsável
pelos comportamentos, então, meus
amigos e minhas amigas.... “a
ignorância é uma bênção”.
A partir de agora, vocês ficarão
atentos a tudo isso. Quando estava no
mundo corporativo, eu não conhecia
essa história da Marta, e porque eu
não conhecia e não tinha consciência
de quais eram as minhas limitações,
que eu tivesse muitas situações
complicadas, era como se estivesse
presa em minhas atitudes. Entender
os gatilhos e minhas emoções fez com
que eu pudesse ter um pouco mais de
visão e aí sim ter uma 
autoliderança, na verdade uma
liderança sustentável. Eu gosto muito
de usar uma máxima que é “A VIDA
COMO ELA É”, esse é meu lema, até
porque vivi muito no mundo
corporativo, o que me deu a
experiência e a vivência para entender
as angústias, quais são os empecilhos,
os obstáculos, o que atrapalha de
verdade, no dia a dia de um líder.
Quando eu digo “A VIDA COMO ELA
É”, estou falando de causa própria, do
que aprendi na prática. O que adianta
eu ter o autoconhecimento, conhecer 
minhas limitações, descobrir as
minhas qualidades, meus medos; o
que adianta eu descobrir tudo isso, se
eu não fizer nada com isso, com essa
informação; e então, aí vem a grande
reflexão…. Quando eu tenho todas
essas informações, eu posso usar tudo
isso ao meu favor, sobretudo para que
eu tenha sucesso na minha vida, tanto
pessoal quanto profissional.
De que forma? Criando estratégias
para lidar com essas emoções e com
esses sentimentos. Vou dar um
exemplo: durante muito tempo,
enquanto eu trabalhava no mundo
corporativo, eu achava que eu não
podia errar de jeito nenhum, que eu
tinha que ser boa e, aliás, eu tinha que
ser melhor ainda, porque sou uma
mulher, eu estava no mundo, que
posso dizer, que era praticamente
masculino; pra isso, eu achava que eu
devia me sobressair; então, estudei
muito, fui atrás, batalhei, mas eu
sempre sentia que estava um passo
atrás e isso me incomodava muito.
Por isso, na minha cabeça, para eu
sobreviver no mundo corporativo, na
área de marketing, um ambiente
prioritariamente masculino, eu tinha
que ser mais rígida, eu tinha que ser 
Ângela: Lucila, gostaria de ouvir a sua contribuição sobre a expressão "A
ignorância é uma benção". Ouço a expressão de vez em quando e gostaria
que você fizesse uma correlação com a liderança. 
mais firme no que eu falava, não
podia ter muito mimimi, porque eu
achava que eu devia ter uma postura
mais, posso até dizer masculinizada;
isso não é verdade, mas eu só
descobri isso depois de muito tempo
e entendi mesmo agora depois que eu
saí do mundo corporativo.
Não tem essa necessidade, muito pelo
contrário, quanto mais formos quem
somos de verdade, quanto mais
trazemos a nossa essência nas
relações, melhor serão nossas
conexões. Quanto mais estamos em
num estado vulnerável, mais
conexões temos com as outras
pessoas. Trabalhamos muito essa
vulnerabilidade em CNV
(comunicação não violenta), que é um
conceito fantástico para
relacionamentos e conflitos. A CNV
nos faz entender de forma prática os
sentimentos e emoções e como
utilizá-los em situações vulneráveis.
Entrar mais a fundo e conhecer mais
de CNV e inteligência emocional, para
ter resultados mais assertivos nos
relacionamentos é a minha dica
"O que adianta eu ter o
autoconhecimento,
conhecer 
minhas limitações,
descobrir as minhas
qualidades, meus medos;
o que adianta eu
descobrir tudo isso, se eu
não fizer nada com isso,
com essa informação"
Lucila Marques
Lucila Marques
PÁGINA 33
THAIS: Como vimos nos painéis anteriores, em meio a
um ambiente que muda o tempo todo e traz
circunstâncias imprevisíveis e caóticas, saber quem você
é ajuda a lidar melhor com o desconhecido e pode
pautar sua orientação na hora de fazer suas escolhas.
Quanto mais conhecer quais as camadas (iceberg) que
vão desde sua personalidade, sua identidade
profissional, valores e princípios você possui, mais
clareza terá para atuar com segurança e confiança.
V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
Tendo a Thais provocado a reflexão de que
evolução, ampliação de autoconhecimento
precisam nortear a carreira, quero trazer uma
provocação para você, Pascoal:
Ouvimos, há tempos, sobre sustentabilidade nas
organizações. Consegue trazer pra gente o papel
das organizações na qualidade de vida?
Thais, em carreira, qual a importância do autoconhecimento? Como desenvolver? 
Thais Silva
O aprofundamento do autoconhecimento é um
trabalho que ocorre ao longo da vida, até porque nós
também somos seres que mudam e evoluem. Os
processos de desenvolvimento (educação, coaching,
mentoria, treinamentos etc.) então partem da ampliação
do autoconhecimento para gerar as transformações que
são necessárias em novos ambientes, desafios e
cenários.
Angela Miranda
PÁGINA 34
PASCOAL: A organização, como o nome diz, constitui
também um organismo. E, como tal, tem suas
necessidades de sobrevivência (saúde financeira, saúde
dos colaboradores), de criar um ambiente de
pertencimento (cultura participativa), realização (sucesso
nos negócios, clientes, colaboradores) e cumprimento de
um propósito. Cada vez mais, de forma mais intensa,
percebemos o movimento rumo às práticas de ESG por
parte das empresas. Creio que um caminho importante
para as empresas colaborarem ativamente com seu
papel social é de fato criar e implementar práticas cada
vez mais centradas num propósito mais amplo,
utilizando o próprio ESG. Assim sendo, ficará muito mais
claro, tanto para a organização, seus colaboradores e a
sociedade, entender como os vários aspectos da
QUALIDADE DE VIDA podem ser alinhados.
V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
ESG = SUSTENTABILIDADE – sigla inglesa que reúne 3
pilares: Environmental (meio ambiente), Social (Social) e
Governance (Governança). Estes três pilares são
utilizados como critérios, para entender se uma
empresa possui sustentabilidade empresarial,
ampliando a perspectiva de análise do negócio para
além das métricas financeiras. SUSTENTABILIDADE
EMPRESARIAL é o conjunto de ações e políticas
empresariais economicamente sustentáveis e
socialmente responsáveis que garantam o
desenvolvimento sustentável.
Ambiental: gestão de resíduos, desmatamento, fontes
de energia renováveis, poluição do ar ou água etc. 
Praticar isso e exigir de seus fornecedores a prática.
Social: bem-estar dos funcionários, taxa de turnover,
políticas de incentivo a diversidade e inclusão,
declaração de missão da organização, relacionamento
com clientes e comunidade, programas de treinamento,
qualificação e desenvolvimento dos funcionários,
equilíbrio salarial interno e externo, benefícios e
vantagens oferecidas aos funcionários, envolvimento e
participação dos funcionários na gestão da empresa,
programas e políticas de responsabilidade social etc.
Governança: atender aos interesses dos funcionários,
acionistas e clientes, transparência financeira e contábil,
integridade e práticas anticorrupção, gestão de riscos,
práticas de compliance etc.
Avaliação constante do clima organizacional, com ações para satisfação da força de
trabalho
Investimento constante no treinamento e desenvolvimento da liderança e de seus
funcionários
Semana de 4 dias – muitas empresas adotando e sem queda da produtividade
Oportunidades para 50+ – cada vez mais adotado pelas empresas
Incentivo e adoção da diversidade – inclusão e equidade – cada vez mais amplo o
propósito das empresas, olhar holístico, saúde mental, saúde física etc. As empresas
têm procurado cada vez mais proporcionar meios. As grandes e médias empresas
entendem que as questões relacionadas às mudanças climáticas, diversidade e
compliance precisam ser implantadas e disseminadas com urgência. Por isso, muitos
são os projetos nesta direção.
Exemplos de ações empresariais:
Sustentabilidade vem norteando os nossos caminhos!
PÁGINA 35
José Pascoal Muniz
O significado de QUALIDADE DE
VIDA varia de pessoa para pessoa.
– Para aquele que dinheiro nãoé
problema, essa pessoa menciona
relacionamento ou um vazio que
não consegue explicar; – Para
quem tem boa saúde, bem-estar,
reclama que não tem acesso a
oportunidades de crescimento que
permitam experiências mais
ousadas; e por aí vai...
Não existe vida perfeita e não
existe QUALIDADE DE VIDA
perfeita. Então, é importante que
do ponto de vista individual
tenhamos nossos parâmetros de
QUALIDADE DE VIDA
estabelecidos. E podem mudar
conforme o período da vida
pessoal e profissional
 
PASCOAL: Vimos vários aspectos
desde a situação atual e possíveis
cenários do que o futuro nos reserva.
Teremos que fazer escolhas. E fazer
escolhas faz parte da difícil arte de
priorizar. Neste sentido, gostaria de
junto com você da audiência e dos
colegas aqui do painel, trazer algumas
reflexões e possibilidades.
No coaching, uma das
ferramentas que utilizamos é a
chamada Roda da Vida. Neste
instrumento, mapeamos, junto
com o cliente, os vários aspectos
ou dimensões importantes da
vida dele. 
RODA DA VIDA: é uma técnica
de coaching na qual se cria uma
representação visual dos esforços
do usuário em diversas áreas de
sua vida, como profissional,
pessoal e espiritual, permitindo
análises e reflexões pessoais
sobre áreas de sua vida que
necessitam de mais atenção.
Exemplos:
Saúde: física, mental.
Profissional: carreira, aprendizagem,
evolução, realização.
Financeira
Relacionamentos familiares, afetivos,
profissionais.
Hobbies
Dimensão espiritual, contribuição,
propósito.
Em nossa caminhada, precisamos entender que, mesmo com limitações, erros e
acertos, somos seres humanos! O relacionamento com o outro fica mais leve quando
o autoconhecimento é trabalhado e as emoções administradas. E seguimos
procurando caminhos!
Pascoal, qual o papel do indivíduo para uma qualidade de vida sustentável?
E a partir deste instrumento,
buscamos ajudar o cliente a fazer
escolhas do que é importante
priorizar para manter o conjunto
como um todo num nível que o
satisfaça. Essa é uma das maneiras de
definirmos uma régua que nos ajude
a desenhar o que representa
QUALIDADE DE VIDA para cada um
de nós, como um ponto de partida
para criar ações sustentáveis
Precisamos: Ter sonhos; Definir Visão, Missão, Valores, Autoconhecimento; carreiras
do futuro, competências, habilidades, ; Marta; Ikigai – propósito de vida, felicidade,
sensação de realização pessoal e profissional; Definir propósitos; Definir metas e
objetivos, direção, caminho; Protagonismo
Cuide de sua carreira e desenvolvimento, antes que ninguém o faça.
 
Já refletiu sobre
seu propósito de
vida? Você faz
exames médicos
periódicos? Porque
não investe no seu
desenvolvimento
com um mentor, ou
um coach?
 
PÁGINA 36 V SIMPÓSIO DE COACHING E MENTORING | 2022 | 
GEC - GRUPO DE EXCELÊNCIA EM COACHING
José Pascoal Muniz
LUCILA: Bem interessante essa sua
pergunta. Não, o líder não é
POLIVALENTE, não tem que ser
hipervigilante, ser assertivo 24 horas,
isso é uma ilusão, não existe mágica.
Estamos no mundo real, e, como disse
anteriormente, precisamos entender a
vida como ela é. Eu sei que no mundo
corporativo existe uma expectativa
que eu, como líder, tenho que ser
empática, motivadora, resiliente, ter
um controle da minha equipe, ser
produtiva, dar resultados e aí, ainda
assim, ter uma saúde mental e física.
No papel, isso é lindo demais, mas na
prática…. Não é bem assim!
Na realidade, eu preciso ter um olhar
pra dentro, ter um olhar interno, olhar
para minha essência e ser a mais
verdadeira possível. A partir do
momento em que eu conheço as
minhas habilidades e minhas
limitações, aí sim eu vou fazer uma
estratégia interessante para lidar com
tudo isso a meu favor e descobrir
quais são as possibilidades e quais são
as oportunidades que eu tenho diante
das minhas habilidades e das minhas
competências. É nesse momento que
entra a inteligência emocional, que
significa eu entender os gatilhos de
minhas emoções e ter uma gestão
sobre essas emoções. Uma ocasião
um cliente me confessou que ele tinha
muito medo de fazer apresentação
para o board da empresa; quando ele
entendeu essa limitação, ele tratou de
buscar uma estratégia para que isso
não o atrapalhasse profissionalmente.
Sabe o que ele fez? Cada vez que ele
tinha que fazer uma apresentação
para o board, ele convidava uma
pessoa de sua equipe para fazer a
apresentação, dessa forma ele não
precisou mais fazer as apresentações
e valorizou os colaboradores…. Boa
sacada, não é mesmo? Esse é um
exemplo de estratégia, nada muito
“cabeludo” não é mesmo, são
estratégias simples que trazem
resultado.
Sempre faço uma metáfora com a
palavra MEDO em inglês, que é FEAR
– Falsa Evidência de Algo Real – gosto
de usar esse acróstico para lembrar
que esse medo que temos nesse tipo
de situação não é aquele medo
eminente, de quando estamos à beira
de um precipício ou estamos sob uma
ameaça de um ladrão…. Estamos
falando de algo que nós mesmos
produzimos em nossas mentes,
lembrem-se, F E A R – falsa evidência
de algo real – vivemos isso o tempo
todo!
Nós criamos esse medo a partir de
nossas crenças, nossas experiências,
valores e vivências; e acreditamos que
é real…. O medo pode nos deixar
congelados para tomar uma atitude,
indecisos e mesmo entrar em estado
de “looping”, rodando em volta dele
mesmo, para isso precisamos
entender seu gatilho e ter uma gestão
sobre esse sentimento. E também,
acho muito importante ressaltar que
não somos polivalentes, que não
somos assertivos 100% do tempo,
somos seres humanos normais, somos
todos iguais…. Todo mundo acorda
com a cara amassada, todo mundo
tem um dia de mau humor, tem o dia
da preguiça, não é mesmo?
Isso acontece comigo, com você, com
o CEO da sua empresa e com a
faxineira….Costumo dizer que não
existe pessoa incompetente, e sim
pessoa que está no lugar errado, ela
pode não ser boa para uma coisa, mas,
com certeza, será boa em outra. Esse
é o grande desafio dos profissionais, a
maior descoberta é responder à
pergunta: em que área eu sou
competente? Não existe mágica, não
existe polivalência, não existe
assertividade 100%. As nossas
emoções interferem diretamente em
nossos comportamentos, são elas as
responsáveis por nossas tomadas de
decisão. E mais, preciso lembrar que
somos um ser humano integrado, no
sentido de pensamento, emoção e 
Lucila, falamos bastante
sobre empatia… isso quer
dizer que o líder é
polivalente, não falha e é
hipervigilante? 24h só de
assertividade?
ação, somos seres integrados, isso não
é negociável, nunca!
No passado, tinha uma frase que era
muito falada: quando você chegar no
trabalho, deixa os seus problemas da
porta para fora. E em casa era a
mesma coisa: deixa os seus problemas
do trabalho lá no trabalho. Gente, isso
é impossível, somos uma única
pessoa, então os problemas que eu
tenho em casa…. É Claro que vão
refletir e impactar no meu trabalho e
vice-versa. O que existe é…. Eu me
conhecer, entender quais são aos
meus valores, o que é importante para
mim, minhas emoções e como eu
posso lidar com elas a meu favor;
quais são as minhas limitações e criar
estratégias para que elas não me
atrapalhem. Não existe mágica,
entender minhas habilidades e com
toda essa informação me permitir ser
quem eu sou. Gente, isso parece
muito simples e pode até ser bem
simples, mas é muito profundo. A
partir do momento que eu me permito
ser eu mesma, ser um ser humano
normal, como todos os outros que
estão na minha volta, isso parece que
clareia tanto, me dá uma possibilidade
de eu ficar mais leve, mais flexível e
mais feliz.
O líder, a líder, não é um super-herói
ou uma super-heroína, é
simplesmente uma pessoa normal de
carne e osso, que tem seus defeitos,
que tem suas habilidades, que tem
seus erros, tem seus acertos, a partir
do momento que você entende que
você tem todas essas possibilidades e
se aceita, a sua liderança fica muito
mais leve.
Esse será o papel do líder do futuro,
que precisará se entender e entender
as outras pessoas cada vez mais. 
Lucila Marques
"Minha dica é…. Comece a
treinar desde já sua
inteligência emocional".
 
PÁGINA 37
F
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