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CINEANTROPOMETRIA A Faculdade Multivix está presente de norte a sul do Estado do Espírito Santo, com unidades presenciais em Cachoeiro de Itapemirim, Cariacica, Castelo, Nova Venécia, São Mateus, Serra, Vila Velha e Vitória, e com a Educação a Distância presente em todo estado do Espírito Santo, e com polos distribuídos por todo o país. Desde 1999 atua no mercado capixaba, destacando-se pela oferta de cursos de graduação, técnico, pós-graduação e extensão, com qualidade nas quatro áreas do conhecimento: Agrárias, Exatas, Humanas e Saúde, sempre primando pela qualidade de seu ensino e pela formação de profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho. Atualmente, a Multivix está entre o seleto grupo de Instituições de Ensino Superior que possuem conceito de excelência junto ao Ministério da Educação (MEC). Das 2109 instituições avaliadas no Brasil, apenas 15% conquistaram notas 4 e 5, que são consideradas conceitos de excelência em ensino. Estes resultados acadêmicos colocam todas as unidades da Multivix entre as melhores do Estado do Espírito Santo e entre as 50 melhores do país. MISSÃO Formar profissionais com consciência cidadã para o mercado de trabalho, com elevado padrão de quali- dade, sempre mantendo a credibilidade, segurança e modernidade, visando à satisfação dos clientes e colaboradores. VISÃO Ser uma Instituição de Ensino Superior reconhecida nacionalmente como referência em qualidade educacional. R E I TO R GRUPO MULTIVIX R E I 2 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 3 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 BIBLIOTECA MULTIVIX (Dados de publicação na fonte) Daniel Vicentini de Oliveira Cineantropometria / Oliveira, de V.DA - Multivix, 2022 Catalogação: Biblioteca Central Multivix 2020 • Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da lei. 4 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE FIGURAS UNIDADE 1 Movimento do corpo 11 Tipos de testes 13 Flexão de braço 14 Teste de ergoespirometria 16 Avaliação 16 Avaliação 19 Escolha 22 Medição do tempo 23 Formas de medição 25 UNIDADE 2 Figura 1 – Crescimento físico 29 Figura 2 – Altura 31 Figura 3 – Turma de crianças 33 Figura 4 – Anamnese 35 Figura 5 – Desenvolvimento humano 37 Figura 6 – Desenvolvimento musculoesquelético do bebê 38 Figura 7 – Primeira infância 39 Figura 8 – Segunda infância 40 Figura 9 – Final da adolescência 41 Figura 10 – Maturação dental 43 Figura 11 – Criança pulando 45 UNIDADE 3 Figura 1 – Avaliação corporal 50 Figura 2 – Estatura 51 Figura 3 – Balança 53 Figura 4 – Gordural corporal e fatores de risco 54 5 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE FIGURAS UNIDADE 3 Figura 5 – Estrutura óssea 57 Figura 7 – Homem Vitruviano – medidas corporais 59 Figura 8 – Paquímetro 60 Figura 8 – Medindo circunferências 62 Figura 9 – Dobra cutânea 63 Figura 10 – medida da cintura 66 UNIDADE 4 Figura 1 – Prática de exercício físico 72 Figura 2 – Futebol de campo 73 Figura 3 – Futsal 74 Figura 4 – Basquetebol 75 Figura 5 – Ciclismo de estrada 76 Figura 6 – Natação 77 Figura 7 – Ergoespirometria 81 Figura 8 – Dinamômetro manual 86 UNIDADE 5 Figura 1 – Capacidade funcional do idoso e sua participação social. 94 Figura 2 – Exame de ressonância magnética do quadríceps de um triatleta de 70 anos e um homem sedentário de 74 anos 97 Figura 3 – Alongamento de membros inferiores 102 Figura 4 – Força de membros superiores 103 Figura 5 – Comunidade com 65 anos 105 6 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LISTA DE FIGURAS UNIDADE 6 Figura 1 – Modelos de gráficos 116 Figura 3 – Peso corporal 118 Figura 3 – Valores de referência para o IMC 121 Figura 4 – Estresse 124 7 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 1UNIDADE SUMÁRIO APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 9 1. INTRODUÇÃO À CINEANTROPOMETRIA: MEDIDAS DE AVALIAÇÃO 11 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 11 1.1 DEFINIÇÃO DE CINEANTROPOMETRIA 12 1.1 TESTAR 14 1.2 MEDIR 16 1.3 AVALIAR 17 2.1 MODALIDADES DE AVALIAÇÃO 20 2.2 VALIDADE 22 2.3 ERROS DE MEDIDAS E VALORES DE REFERÊNCIA 26 2 AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO FÍSICO E MATURAÇÃO BIOLÓGICA 30 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 30 2.1 CRESCIMENTO FÍSICO 30 2.2 MATURAÇÃO BIOLÓGICA 38 3 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA E COMPOSIÇÃO CORPORAL 50 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 50 3.1 MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS 50 3.2 MEDIDAS DE COMPOSIÇÃO CORPORAL 66 4 TESTES PARA DESEMPENHO FÍSICO 72 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 72 4.1 DESEMPENHO FÍSICO 72 4.2 COMO E O QUE AVALIAR EM ATLETAS? 80 5 AVALIAÇÃO FÍSICA E FUNCIONAL 94 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 94 5.1 CAPACIDADE FUNCIONAL 94 5.2 TESTES FUNCIONAIS 103 5.2.2 TESTES DE AGILIDADE E EQUILÍBRIO 106 6 APLICANDO OS DADOS OBTIDOS 112 INTRODUÇÃO DA UNIDADE 112 6.1 APLICABILIDADE DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES 112 6.2 APLICAÇÃO DOS RESULTADOS 118 2UNIDADE 3UNIDADE 4UNIDADE 5UNIDADE 5UNIDADE 8 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 ATENÇÃO PARA SABER SAIBA MAIS ONDE PESQUISAR DICAS LEITURA COMPLEMENTAR GLOSSÁRIO ATIVIDADES DE APRENDIZAGEM CURIOSIDADES QUESTÕES ÁUDIOSMÍDIAS INTEGRADAS ANOTAÇÕES EXEMPLOS CITAÇÕES DOWNLOADS ICONOGRAFIA 9 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA Caro aluno, seja bem-vindo à disciplina de Cineantropometria, na qual iremos nos aprofundar em conhecimentos sobre Formas de Medidas de Avaliação do curso de Educação Física da Faculdade Multivix. Para que seu estudo seja mais proveitoso e prazeroso, esta disciplina foi organizada em 6 unidades com temas e subtemas, atendendo aos objetivos do processo de ensino-aprendizagem. Dessa forma, a disciplina Cineantropometria, que trata da utilização da medida e estuda o tamanho, a forma, a proporção, a composição e a maturação do corpo humano, perpassará por temas como introdução à cineantropometria, avaliação do crescimento físico e maturação biológica, avaliação antropométrica e composição corporal, testes para desempenho físico, avaliação física e funcional e, por fim, aplicação dos dados obtidos por meio de testes. Esperamos realmente promover reflexões sobre o assunto e desejamos sucesso e bons estudos! UNIDADE 1 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 10 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA • Definir e diferenciar medidas, testes e avaliação. • Reconhecer a importância das medidas e avaliações na educação física.. 11 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA 1. INTRODUÇÃO À CINEANTROPOMETRIA: MEDIDAS DE AVALIAÇÃO INTRODUÇÃO DA UNIDADE Olá! Esta unidade introduzirá você ao universo da cineantropometria. Neste momento, iremos entender conceitos que definem esse tema. A cineantropometria envolve a utilização da medida no estudo do tamanho, da forma, da proporção, da composição e da maduração do corpo humano, com o objetivo de um melhor conhecimento do comportamento humano em relação ao crescimento, ao desenvolvimento e ao envelhecimento, à atividade física (exercício, rendimento) e ao estado nutricional. Para tanto, vamos compreender, definir e diferenciar o que são testes, medidas e avaliações. Esses três componentes são fundamentais para a cineantropometria, dando principal destaque sobre a avaliação. Iremos abordar ainda os tipos deavaliação e a importância da interpretação dos dados objetivos por meio de testes e medições. Além disso, vamos aprender sobre como a validade influencia a qualidade de um instrumento e quais são os critérios que definem a validade e a reprodutibilidade de uma medida. Por último, aprenderemos sobre os fatores que influenciam a avaliação, bem como os tipos de erros e como podemos mitigá-los. Para isso, o conteúdo está estruturado em dois tópicos: 1. Definição de cineantropometria, que contempla os subtópicos: testar, medir e avaliar. 2. Modalidades de avaliação, que contempla os subtópicos: modalidades de avaliação, validade e erros de medidas e valores de referência. 12 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 1.1 DEFINIÇÃO DE CINEANTROPOMETRIA A cineantropometria estuda “a forma, dimensão, proporção, composição, maturação e o desenvolvimento do corpo na ontogênese humana em relação ao crescimento, ao desporto, à atividade física e a nutrição” (SANTOS et al., 2011, p. 307). A cineantropometria está envolvida no teste, na medição e na avaliação de diferentes aspectos humanos em movimento, tais como suas características físicas, com o objetivo de estudar as variações inter-humanas. A cineantropometria não está somente envolvida nas características e qualidades de um indivíduo, mas também está interessada na variação encontrada dentro de uma população específica e nas modificações que ocorrem entre as populações ao longo do tempo (BEUNEN; BORMS, 1990). MOVIMENTO DO CORPO Fonte: Freepik (2022). #PraCegoVer: ilustração de três mulheres fazendo movimentos distintos com os braços e as pernas. Na Educação Física, ao longo dos anos, os termos biometria e antropometria foram lentamente substituídos por cineantropometria, incluindo os itens a seguir: Componentes da constituição corporal: Medidas corporais, proporções, forma, composição e maturação física; Qualidades físicas e neuromotoras: Força, flexibilidade, velocidade, equilíbrio, coordenação e características cardiorrespiratórias; 13 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA Medição do nível de atividade física: Atividade física diária e habilidades esportivas. Em geral, o tema central da cineantropometria é a medição do indivíduo em uma variedade de perspectivas morfológicas e sua aplicação ao movimento em suas variadas formas e aos fatores que influenciam o movimento. Vamos entender melhor como esse tema está relacionado a quatro aspectos? Confira o recurso a seguir: Identificação: Cineantropometria envolve os movimentos, o ser humano e a medição. Especificação: Para o estudo do ser humano, devemos conhecer o tamanho, a forma, a proporção, a composição, a maturação e a função. Aplicação: Nos ajuda a entender o crescimento, o exercício, a performance e a nutrição. 14 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Relevância: Há implicações da cineantropometria na medicina, na educação e até no governo. Uma vez que a cineantropometria cresceu a partir da antropometria e/ou biometria e como sua finalidade é também a construção e o aprimoramento de técnicas de medição para estudar a variação inter-humana, essas técnicas de medição devem ser aplicáveis em pesquisas populacionais. Isso quer dizer que as medições devem ser aplicáveis em situação de campo, fora do laboratório e devem permitir o estudo de grandes amostras de sujeitos de teste em um curto período de tempo (MICHELS, 2000). Para isso, a cineantropometria utiliza de testes, medidas e avaliações. Embora comumente os três termos sejam usados como sinônimos, deve-se estar atento ao seu uso, pois eles se referem a diferentes modos de interpretação. A seguir, iremos abordar cada um desses fatores e as diferenças entre si. 1.1 TESTAR Testar significa submeter a um teste ou experiência, ou seja, consiste em verificar o desempenho através de situações previamente organizadas chamadas testes. TIPOS DE TESTES Fonte: Freepik (2022). #PraCegoVer: ilustração de um homem e uma mulher que realizam. Ao lado deles está uma mulher pronta para treinar. 15 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA No campo da educação física, os testes são uma das principais formas de se obter se dados, pois são práticos e objetivos em relação à sua informação, resultado. Entretanto, os educadores devem ter em mente as limitações de seu uso, pois nem todos os resultados podem ser medidos ou verificados por meio de testes, por exemplo, alguns comportamentos desejados. Os testes têm protocolos específicos e podem ser de campo ou de laboratório. Os testes de campo são normalmente mais baratos e fáceis de administrar. Os testes de laboratório usualmente têm um custo mais elevado, dependendo de um ambiente controlado, sendo mais confiáveis e reprodutíveis. Alguns exemplos de testes são: teste de sentar-se e levantar da cadeira, teste de flexão de antebraço, teste de Cooper, ergoespirometria etc. FLEXÃO DE BRAÇO Fonte: Freepik (2022). #PraCegoVer: mulher fazendo flexão de braço com pés em uma escada de arquibancada e mãos no chão. 16 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 1.2 MEDIR Geralmente, sempre fazemos algum tipo de medição. O que de fato significa isso? Medir significa determinar a quantidade, a extensão ou o grau de algo, baseado em um sistema de unidades convencionais. A medição é encontrada em todos os processos de avaliação que visam compreender uma capacidade ou habilidade e é obtida através de um instrumento, procedimento ou técnica que atribuem um valor numérico. Em nossa vida diária, usamos constantemente unidades de medida, como metro, quilo, litro, unidades de tempo etc. O resultado de uma medida sempre é expresso em números, portanto, tem objetividade e precisão. Um exemplo de medida é o peso e a estatura, que utilizam um sistema convencional de medida, que são o quilograma e o metrô. Outros exemplos são o percurso realizado por um indivíduo no teste de Cooper e o número de repetições realizado no teste de flexão de cotovelo. É importante destacar que as medidas podem ser obtidas de forma direta ou indireta. Por exemplo, o consumo de oxigênio pode ser medido de forma direta pelo teste de ergoespirometria e indiretamente pelo percurso do indivíduo no teste de Cooper. 17 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA TESTE DE ERGOESPIROMETRIA Fonte: Freepik (2022). #PraCegoVer: homem fazendo teste no aparelho elíptico com uma máscara no rosto e eletrodos nos braços e peito. Ao seu lado há uma médica com um tablete. À frente há um monitor indicativo cardíaco e nível de oxigênio. 1.3 AVALIAR Avaliar é julgar ou apreciar alguém ou algo, base de uma escala de valores. A avaliação consiste, portanto, em coletar dados quantitativos e interpretar esses resultados de acordo com critérios definidos. Desse modo, não é suficiente somente testar e medir, pois os resultados obtidos através desses instrumentos devem ser interpretados em termos de avaliação. AVALIAÇÃO Fonte: Freepik (2022). #PraCegoVer: foto de uma mão segurando uma lapiseira sobre um papel. 18 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Assim, a avaliação é um processo interpretativo, sendo um meio mais abrangente, pois enquanto os testes e as medidas se limitam ao uso de dados e instrumentos quantitativos, a avaliação também requer o uso de dados e instrumentos qualitativos. Você sabe a diferença entre pesquisa e dados quantitativos e qualitativos? Clique nos títulos a seguir e descubra.Pesquisa qualitativa: Busca compreender os fenômenos humanos, para obter uma visão detalhada e complexa deles por meio da análise científica pelo pesquisador. Esse tipo de pesquisa está focado no significado e nos processos sociais e leva em conta as motivações, os valores e as representações que são encontradas nas relações sociais (KNECHTEL, 2014). Pesquisa quantitativa: É um tipo de pesquisa que atua sobre um problema humano ou social, baseia-se no teste de uma teoria e é composta por variáveis numéricas, que são analisadas por estatística, a fim de determinar se as generalizações previstas são verdadeiras ou não (KNECHTEL, 2014). Após vermos a diferença entre teste, medida e avaliação, podemos dizer que, enquanto a mensuração é basicamente um processo descritivo (pois consiste em descrever quantitativamente um fenômeno), a avaliação é um processo interpretativo, visto que consiste em um julgamento tendo como base padrões ou critérios. Em geral, os três termos não são sinônimos, embora seus respectivos se justaponham, sendo que seus conceitos se complementam, pois diferem na extensão de seu significado. Por exemplo, medição é um termo mais amplo do que teste, pois teste é uma das formas de medida. Já a avaliação apresenta um conceito mais amplo do que os outros dois, pois inclui o uso tanto de instrumentos quantitativos quanto de dados qualitativos. A figura a seguir mostra o escopo dos conceitos: 19 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA Fonte: Haydt (1998, p.291). Mas como aplicar e diferenciar esses conceitos? Vamos citar uma situação: O professor/técnico quer verificar se o aluno está atingindo os objetivos de um determinado treinamento/exercício, como um processo de aumento de força muscular. Para isso, ele aplica um teste físico, por exemplo, teste de 1 RM, teste de levantar e sentar da cadeira cinvo vezes. Após a aplicação, atribui um valor (kg ou tempo em segundos) de acordo com o desempenho do aluno. Esse é o processo de mensuração. Entretanto, ot professor não sabe o que esse valor isolado significa. Por isso, ele compara os resultados dos testes aplicados anteriormente com o mesmo aluno e de outros alunos e faz um julgamento sobre o seu rendimento, considerando-o bom, regular ou insuficiente. Isso é avaliar. Nesse sentido, percebemos que o importante não é o processo de testar, medir ou avaliar, mas, sim, determinar o progresso/status do indivíduo em relação a ele mesmo, a um grupo ou população. No próximo tópico, iremos aprofundar as formas de avaliações e validade dos testes e das medidas. 20 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 2. MEDIDAS E AVALIAÇÕES Como vimos no tópico anterior, a avaliação consiste na interpretação de dados qualitativos e quantitativos, fazendo um julgamento sobre os resultados de testes e medidas. Dessa forma, a avaliação pode ser útil para orientar tanto o aluno quanto o professor: fornece informações ao aluno para melhor sua performance e dá elementos ao professor para aperfeiçoar e ajustar procedimentos didáticos. 2.1 MODALIDADES DE AVALIAÇÃO Quando nos referimos à avaliação do processo de ensino-aprendizagem, tanto na área educacional quanto na área esportiva, estamos nos referindo à verificação do nível de aprendizagem ou performance de um aluno. Nesse sentido, a avaliação apresenta três funções: a de diagnosticar, a de controlar e a de classificar. Relacionada à sua função, existem três modalidades de avaliação: • Avaliação diagnóstica. • Avaliação formativa. • Avaliação somativa. AVALIAÇÃO Fonte: Plataforma Deduca (2022). #PraCegoVer: foto de uma pessoa preenchendo um papel com uma caneta. 21 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA A avaliação diagnóstica é aquela realizada no início de um curso, período letivo, unidade de ensino, protocolo de treinamento. Ela é realizada com a intenção de constatar se os alunos apresentam ou não os pré-requisitos necessários e se têm conhecimento e habilidades imprescindíveis para novas aprendizagens. É também utilizada para caracterizar uma amostra. No contexto escolar da Educação Física, um exemplo de avaliação diagnóstica é verificar, no início do período letivo, a forma de correr de cada aluno. No contexto do treinamento esportivo, um exemplo de avaliação diagnóstica é verificar, no início de um protocolo de treinamento, a força muscular para a aplicação de determinado exercício. Já a avaliação formativa tem a função de controle. Essa avaliação é realizada durante todo o decorrer do período letivo ou protocolo de treinamento, por exemplo. Tem o intuito de verificar se os alunos estão atingindo o objetivo previsto, isto é, quais resultados estão sendo alcançados durante o desenvolvimento das atividades. A avaliação formativa consegue controlar e orientar a prática do professor, a fim de acompanhar a evolução do aluno. Um exemplo no treinamento esportivo é a verificação da força muscular após um determinado período de tempo, a fim de verificar a evolução do aluno. Dessa forma, a avaliação formativa está relacionada ao mecanismo de feedback: “À medida que também permite ao professor detectar e identificar deficiências na forma de ensinar, possibilitando reformulação no seu trabalho didático, visando aperfeiçoá-lo” (HAYDT, 1988, p. 18). 22 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Feedback: A palavra feedback vem do inglês e representa a junção de feed (alimentar) e back (de volta), ou seja, essa tradução pode ser tida como o ato de realimentar, dar resposta a uma atitude ou comportamento. Por último, a avaliação somativa tem a função de classificar e normalmente realiza-se ao fim de um período (ano letivo, protocolo de treinamento). A avaliação somativa consiste em classificar os alunos de acordo com o sucesso ou limiares previamente estabelecidos, geralmente com o objetivo de avançar o aluno para o próximo nível. É fundamental enfatizar que essas três formas de avaliação, a avaliação diagnóstica, formativa e somativa, estão intimamente ligadas. E para garantir o sucesso do processo ensino-aprendizagem, o professor deve fazer uso combinado das três modalidades. Entretanto, apesar de haver diversos aspectos que possam ser avaliados e diversos instrumentos que tenham essa proposta, isso não significa que qualquer teste possa ser empregado e utilizado para qualquer medida. Portanto, é necessário que o profissional conheça o método que corresponde e melhor atende aos objetivos, estabelecendo critérios para isso. No tópico a seguir, você aprenderá mais sobre a validade de testes, medições e avaliações. 2.2 VALIDADE A fim de obter resultados mais precisos e corretos, o profissional deve determinar o que será testado e em quem será realizada a avaliação, para assim buscar o melhor teste para o objetivo em questão. Para a seleção do teste mais adequado, a escolha deve ser realizada baseada em três princípios: a validade, a fidedignidade ou confiabilidade e a objetividade ou reprodutibilidade. 23 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA ESCOLHA Fonte: Freepik (2022). #PraCegoVer: foto de uma mão com o indicador tocando um pequeno círculo dentre vários. Além da validade de medida, outro elemento essencial para avaliar a qualidade de um instrumento de medida é a fidelidade ou confiabilidade. Podemos definir a confiabilidade como a precisão e consistência alcançadas quando os instrumentos de medição são usados. Ou seja, verificar se o instrumento de medida é fiel ao que está medindo e que produz resultados semelhantes em circunstâncias comparáveis. Portanto, a fidelidade ou confiabilidadeé medida na forma do coeficiente de correlação (r) (SOUZA et al., 2015). A validade de um teste é o grau de precisão (garantia) com que o instrumento mede o que é suposto, ou seja, se um teste consegue medir o que se propõe a medir. 24 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A validade da medida depende da adequação do instrumento em relação àquilo que se quer medir, ou seja, a adequação do instrumento dependerá do uso pretendido. Por exemplo, existem vários instrumentos para medir o tempo: desde a posição do sol; o relógio de areia; os relógios que marcam horas, minutos e segundos até aqueles mais precisos que determinam frações de segundos. Bem, usar um ou outro dependerá do que será medido. Um jogo de futebol necessita de um relógio que assinale até segundos. Esse mesmo relógio não será suficiente para cronometrar uma competição de natação, que difere o ganhador por frações de segundos. Dessa forma, a validade de uma medida ou de instrumentos nunca é absoluta, mas sempre relativa, pois depende do que se quer medir. MEDIÇÃO DO TEMPO Fonte: Plataforma Deduca (2022). #PraCegoVer: foto de uma mão segurando um cronômetro. Em relação aos testes de aptidão física da Educação Física, a validade consiste na capacidade de um teste medir acuradamente, com o mínimo de erro, determinado componente da aptidão física. Segundo isso, Heyward (2013, p. 61) afirma: São utilizados métodos de referência ou de critério para obter medidas diretas de componentes da aptidão física. Contudo, alguns componentes da aptidão física nem sempre podem ser medidos diretamente, exigindo medidas indiretas para estimar o valor da medida de referência. Por exemplo, os fisiologistas do exercício 25 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA consideram a medição direta do V ̇ O2máx (a coleta e a análise de amostras de gás expirado) durante exercícios máximos a medida- padrão da aptidão cardiorrespiratória. A medição direta do V ̇O2máx, contudo, exige equipamento caro e considerável perícia técnica. Assim, em laboratório, o V ̇ O2máx é normalmente estimado por meio de fórmulas para converter a quantidade de trabalho produzida durante um TEP em consumo de oxigênio. Em testes de campo, são utilizadas equações de predição para estimar o V ̇ O2máx a partir da combinação de variáveis fisiológicas, demográficas e prognósticas de desempenho. Independentemente disso, existem quatro fatores que são utilizados para verificar se um instrumento é válido, sendo: a validade de conteúdo, a validade de critério, a validade de predição e a validade de construção. A validade de conteúdo refere-se ao grau em que cada elemento de um instrumento de medida é relevante e representativo de um específico constructo com um propósito particular de avaliação, baseado na larga utilização e opinião de especialistas. A validade de conteúdo é fundamental no processo de desenvolvimento e adaptação de instrumento de medida. A validade de critério refere-se ao resultado do instrumento por meio de meios estatísticos, comparando o resultado com outros testes já validados. Esse critério é um padrão com o qual se julga a validade do instrumento. Quanto mais os resultados do instrumento de medidas se relacionam com o padrão, maior é a sua validade de critério. A validade de predição está relacionada à capacidade de prever, em linhas gerais, o resultado obtido considerando o avaliado. Já a validade de construção representa a consistência teórica que sustenta o teste, também delimitando se ele é capaz de medir o que pretende. Além de considerar todas essas variáreis de validade na escolha de um teste, também precisamos estar atentos aos erros de medida de um instrumento válido. 26 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 2.3 ERROS DE MEDIDAS E VALORES DE REFERÊNCIA A precisão de um instrumento e de uma medida é fundamental para uma avaliação de qualidade. A imprecisão das informações influencia totalmente os resultados, a interpretação e a finalidade do teste. A precisão depende da exatidão dos instrumentos e da aplicação pelos avaliadores. Uma coleta de dados deve ser feita cuidadosamente, para que os resultados obtidos nos testes sejam úteis para efeito de análise. FORMAS DE MEDIÇÃO Fonte: Freepik (2022). PraCegoVer: ilustração de pessoas segurando instrumentos de medição, como haltere, fita métrica e balança. Entretanto, apesar dos cuidados na tentativa de obter medidas na melhor qualidade possível, erros de medidas de certa magnitude sempre deverão ocorrer com certa regularidade em qualquer levantamento de dados. Esses erros são devido às alterações que podem ocorrer em relação aos avaliadores, avaliados e aos instrumentos utilizados. Para tanto, sempre precisamos considerar esses três fatores (avaliadores, avaliados a instrumentos) a fim de reduzir os erros a níveis minimamente tolerados. 27 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA Erro de instrumento: Quando o instrumento não é adequado ao que se prepõe aferir ou o equipamento não está calibrado. Erro de avaliador: Quando o avaliador erra ou não consegue efetuar a leitura do resultado. Erro do avaliado: Quando o avaliado não coopera ou não consegue realizar o teste proposto. Exemplo: influência da dor ou humor. Os erros de medida podem ser classificados em erros sistemáticos e aleatórios. O erro sistemático é a parte previsível do erro correspondente ao erro médio. O erro sistemático não pode ser eliminado, podendo ser reduzido e/ou corrigido. Por outro lado, o erro aleatório é a parte imprevisível e vem de variações temporais ou espaciais. Ao contrário do erro sistemático, o erro aleatório não pode ser eliminado ou corrigido, mas geralmente reduzido. Erros sistemáticos são aqueles relacionados a diferenças biológicas ambientais, como aqueles relacionados ao tamanho, à flexibilidade ou à postura – variáveis que dependem do horário do dia. Nesse sentido, é importante compreender que a avaliação na Educação Física depende de diversos fatores, sendo um processo completo, que exigem o conhecimento de saberes técnicos que vão desde à compreensão de conceitos até procedimentos que envolvem a escolha, a aplicação e a interpretação de um teste. 28 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONCLUSÃO Caro aluno, esta unidade apresentou os conceitos básicos que envolvem a cineantropometria e os princípios das medidas de avaliação da Educação Física. Pudemos compreender que três termos aparecem com frequência quando nos referimos à cineantropometria: testar, medir e avaliar, sendo essencial compreender cada um deles individualmente. Compreendemos que cabe ao profissional escolher o melhor instrumento de avaliação de acordo com alguns critérios, como a validade e a especificidade da tarefa. Apesar do mesmo instrumento medir a mesma variável, dependendo do contexto, um instrumento será mais confiável que outro. UNIDADE 2 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 29 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA • apresentar diferentes parâmetros que visem a mensurar o prognóstico de desenvolvimento e crescimento de um indivíduo; • Rconhecer diferentes instrumentos que avaliem o crescimento e a maturação biológica. 30 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA 2 AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO FÍSICO E MATURAÇÃO BIOLÓGICA INTRODUÇÃO DA UNIDADE Chegou o momento de falarmos sobre crescimento e maturação biológica. Para tanto,nesta unidade, você compreenderá os parâmetros que visam a mensurar o prognóstico de desenvolvimento e crescimento de um indivíduo. Mas, afinal, o que é o crescimento físico? Essa e outras perguntas serão respondidas no decorrer da unidade. Aqui, você terá a oportunidade de conhecer os recursos utilizados na avaliação do crescimento físico, as medidas e suas análises, a maturação biológica e muito mais. 2.1 CRESCIMENTO FÍSICO Um dos indicadores de avaliação cineantropométrica que o profissional de educação física precisa levar em consideração, em sua prática profissional, é o crescimento físico. FIGURA 1 – CRESCIMENTO FÍSICO Fonte: Freepik (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração de crescimento de uma criança, desde bebê à terceira idade. 31 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O crescimento humano é o aumento de massa no corpo. Gallahue e Ozman (2006) apontam que o crescimento corresponde a medidas quantitativas do corpo ou de partes específicas dele em suas dimensões. RECURSOS UTILIZADOS NA AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO FÍSICO Entre os recursos utilizados na avaliação do crescimento físico, temos as curvas de crescimento. As curvas de crescimento humano são importantes medidores quantitativos sobre os mais variados tipos de crescimento do corpo humano. Elas podem aferir os diferentes tipos de crescimento. Veja-os a seguir. Crescimento geral: Altura e peso. Crescimento neural: Estruturas do Sistema Nervoso Central (SNC). Crescimento linfoide: Estruturas do sistema imunológico. Crescimento genital: Estruturas do sistema reprodutor. Agora, vamos entender algumas das curvas de crescimento humano e suas finalidades. Retomando o tema curvas, cabe dizer que são apontamentos gráficos de um determinado número de dados sobre diferentes medidas do corpo, que apresentam variabilidade. As curvas de crescimento servem para acompanhar o crescimento e o estado nutricional das crianças, sendo obtidas a partir do cálculo entre idade da criança e variáveis, como peso, altura e perímetro da cabeça. 32 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA FIGURA 2 – ALTURA Fonte: Freepik (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de uma criança em cima de um banquinho, com um livro, verificando a altura de outra criança, que está em pé, encostada no batente da porta. Os parâmetros utilizados são padronizados para qualquer criança, sendo o sexo a única variável. Por meio da curva, problemas como desnutrição, obesidade, sobrepeso são identificados; e estratégias podem ser elaboradas brevemente. As curvas utilizadas são as referendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo National Center for Health Statistics (NCHS). O material do NCHS foi organizado com base em dados da população americana, ao passo que o da OMS foi baseado em um estudo populacional realizado com crianças de até cinco anos em cinco países: Brasil, Gana, Índia, Omã e Estados Unidos. 33 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Essa curva é a indicada pelo Ministério da Saúde, pois corresponde à referência adequada para a avaliação nutricional das crianças e dos adolescentes, do nascimento aos 19 anos. Para construir uma curva de crescimento, é necessário se construir amostras, ou seja, fazer uma avaliação na/no criança/aluno para saber seus dados. Veja como essa curva é realizada no recurso a seguir. Novas medições: A partir do número medido, o professor irá fazer novas medições em um determinado tempo, em que serão adicionados novos pontos, construindo a curva. Os dados utilizados, para construir uma curva, são peso, estatura, Índice de Massa de Corporal (IMC) e perímetros. Análise do crescimento: A partir desses dados, o professor pode fazer uma análise do crescimento da sua turma, comparando o aluno consigo mesmo e com os demais, por meio de percentis, que, segundo a OMS, são dados analisados de crianças de todo o mundo, ao longo de anos, e que geraram uma média de peso, estatura e crescimento de bebês e crianças. As quedas nas curvas são interessantes em caso de sobrepeso, porém, uma queda brusca pode ser referente a aspectos de má-alimentação ou desnutrição. Para o professor construir um gráfico de curvas de crescimento com seus alunos, é importante realizar as medições com método rigoroso, para evitar erros. Para isso, é necessário fazer um acompanhamento que consista em torno 34 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA de três a quatro medições ao ano, para que se tenha dados observáveis sobre os percentis e para construir a linha. Os resultados podem ser comparados do aluno com ele mesmo, fazendo uma análise individual do aluno, com a turma, o que dará um retrato geral, e, ainda, podem ser feitas análises comparativas com os dados da OMS. FIGURA 3 – TURMA DE CRIANÇAS Fonte: Freepik (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de cinco crianças em frente à lousa, sorrindo e dando risada. 2.1.2 MEDIDAS E SUAS ANÁLISES Uma das medidas de análise de crescimento físico é a perimetria óssea e muscular. A perimetria é um tipo de avaliação física na qual é avaliada, em centímetros, a circunferência dos segmentos corporais. Pode se ramificar em segmentos ósseos e musculares. Outra medida é o peso corporal, uma medida antropométrica de massa, considerado um termo coloquial, que é utilizado para explicitar quanto um indivíduo equivale em quilogramas. 35 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Nessa medida, não é possível discriminar quanto desse peso corporal seria de massa magra, de gordura ou de massa óssea. Já a massa corporal é uma medida que engloba os três segmentos da composição corporal: músculo, osso e gordura. A partir de medidas de massa corporal, é possível averiguar qual o percentual ou a quantidade de quilogramas que o indivíduo apresenta de massa óssea, massa magra ou massa adiposa. A estatura é uma medida de dimensão corporal, especificamente classificada como uma medida antropométrica longitudinal, na qual é especificado, em centímetros, quanto um indivíduo mede, do ponto mais elevado do crânio até os pés. A envergadura é uma medida antropométrica transversal, que consiste na avaliação, em centímetros, da máxima distância entre as extremidades dos dedos médios da mão esquerda e direita, com os ombros abduzidos a 90° durante a medição. Esses indicadores cineantropométricos mencionados são alguns dos elementos que o futuro profissional de educação física poderá aplicar em sua prática profissional. 36 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA 2.1.3 REFERENCIAIS NORMATIVOS Neste tópico, examinaremos ferramentas e diferentes protocolos de avaliação cineantropométrica que o profissional de educação f ísica poderá aplicar em diferentes setores de prática profissional, da saúde ao lazer, do esporte à escola. Há, de fato, uma gama de ferramentas, referenciais marcas e modelos, bem como protocolos para avaliação cineantropométrica. FIGURA 4 – ANAMNESE Fonte: Freepik (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de uma mãe segurando uma caneta sobre um formulário. Vamos começar abordando a anamnese. É um questionário que pode ser padronizado pelo estabelecimento no qual o profissional de educação física atua, e pode ser adaptado de acordo com a especificidade da amostra a ser avaliada. Em geral, o questionário de anamnese contém um cabeçalho, identificando o instrumento, seguido de alguns campos dedicados ao preenchimento de informações pessoais e contatos do avaliado. 37 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIXEAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Dependendo da necessidade e dos propósitos da avaliação física, a anamnese poderá ser composta por questões relacionadas à condição socioeconômica do avaliado, ao histórico familiar de doenças, à escolaridade, aos hábitos alimentares, ao uso contínuo de medicamentos, às cirurgias ou às próteses até às preferências ou às restrições a exercícios físicos. Em termos de aplicação, a anamnese pode acontecer em formato de entrevista entre o avaliador e o avaliado; ou até mesmo ser preenchida manualmente pelo avaliado. As questões poderão ser abertas ou fechadas, com múltipla escolha, mas sempre é preciso testar a aplicabilidade. É fundamental o indicador cineantropométrico escolhido estar alinhado às especificidades do aluno e/ou cliente, bem como do desporto a ser avaliado. Há, de fato, uma gama de medidas cineantropométricas que você poderá empregar em diferentes setores de sua prática profissional. Em geral, na linha de frente, marcam presença, em quase todas as avaliações cineantropométricas, as medidas de peso corporal e de estatura, assim como as medidas de perimetria óssea e muscular, além da envergadura. E, mesmo entre essas medidas básicas, há uma variedade de métodos e protocolos que podem ser adaptados, frente à sua realidade de prática profissional. O peso corporal de jovens nadadores, por exemplo, pode ficar acima da média em termos de faixa etária e estatura, mas isso, nem de longe, determina que estejam acima do peso, pois, com a natação, há um desenvolvimento 38 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA acentuado da musculatura esquelética, principalmente de membro superior, fato que poderá repercutir no ganho de peso corporal. 2.2 MATURAÇÃO BIOLÓGICA O processo maturacional é utilizado para descrever os eventos que marcam o início e o fim do desenvolvimento humano, apresenta-se sequencialmente ordenado e o conduz ao estado adulto (ou maduro). FIGURA 5 – DESENVOLVIMENTO HUMANO Fonte: Freepik (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa uma ilustração de crescimento de uma criança, desde bebê à terceira idade. Observa-se que ela possui uma ordem de eventos, pela qual todas as pessoas passam, não havendo variações individuais quanto a isso — apenas em relação ao ritmo de passagem por essa ordem sequencial. Assim, há indivíduos que apresentam um ritmo normal; outros, com ritmo precoce (acelerado); e alguns, com ritmo tardio (lento) de maturação. Esse processo de maturação é regulado geneticamente, mas sofre influência do meio ambiente, sendo, portanto, resultado da interação entre genética e meio ambiente. 39 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A partir do nascimento, inicia-se uma complexa relação entre o bebê e o ambiente que o cerca, cujas estruturas neurológicas já estão razoavelmente bem formadas, sobretudo o cérebro e as funções sensoriais exteroceptivas (visão, audição, tato, paladar e olfato), possibilitando a sua interação com o seu entorno. Do nascimento aos dois anos, um período também chamado de lactância, a maior preocupação dos pais se refere às anomalias reais ou presumidas do desenvolvimento neuromotor ou musculoesquelético. Nesse contexto, alguns movimentos reflexos são próprios da idade e ocorrem em quase todos os bebês, sendo inibidos nos meses subsequentes, devido, principalmente, ao amadurecimento do cerebelo e do córtex frontal, iniciando-se, assim, o surgimento de movimentos voluntários e mais organizados, como a locomoção, a manipulação de objetos e o controle postural. FIGURA 6 – DESENVOLVIMENTO MUSCULOESQUELÉTICO DO BEBÊ Fonte: Freepik (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto das pernas de um bebê pisando em um tapete. 40 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA Já o desenvolvimento neural apresenta uma rápida evolução (anatômica, estrutural e funcional) no início da vida, de modo que, por volta dos três anos, o cérebro e suas estruturas relacionadas já atingiram aproximadamente 70% do seu tamanho na idade adulta. Dos dois aos cinco anos, um período chamado de primeira infância, a criança tem os primeiros contatos com a creche/escola. Em relação ao processo de maturação, ela passa por acentuadas mudanças em sua composição corporal (a gordura e a massa magra crescem gradativamente, com o aumento do tamanho corporal) e melhora seus padrões de marcha e as habilidades motoras. FIGURA 7 – PRIMEIRA INFÂNCIA Fonte: Pixabay (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de duas crianças na primeira infância de mãos dadas. Já no período chamado de segunda e terceira infâncias, que compreende a faixa entre seis e 12 anos, o crescimento das crianças é lento e estável, quanto à estatura e ao peso corporal. A maturação começa a diferenciar meninos e meninas, à medida que estas se tornam mais altas e robustas do que os meninos da mesma idade, uma vez que a puberdade acontece mais cedo nelas. Já a composição corporal sofre poucas modificações, havendo discreta redução na gordura corporal ou se mantendo inalterada, com as meninas tendo valores superiores aos meninos. O corpo apresenta ajustes referentes à sua proporcionalidade, sendo observado um aumento maior nos membros do que no tronco. 41 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 8 – SEGUNDA INFÂNCIA Fonte: Pixabay (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de duas crianças na segunda infância, em frente a um notebook. A fase entre 13 e 15 anos, conhecida como início da adolescência, trata-se daquelas cujas características maturacionais mais expressivas incluem o acelerado aumento nas dimensões corporais — ou estirão do crescimento — e a maturação sexual do adolescente. Contudo, a idade, a duração e a intensidade em que ocorrem são geneticamente predeterminadas, apresentando grande variação entre os jovens. Há também mudanças na composição corporal, evidenciadas por um aumento considerável da massa muscular (maior que em qualquer outra fase da vida), com incremento mais discreto da gordura corporal. Todas essas características terão influências importantes no desempenho em atividades físicas e esportes dos jovens. 42 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA Por fim, no período subsequente, conhecido como final da adolescência (dos 16 aos 20 anos), a maioria dos jovens já atingiu a maturação completa. Seus níveis hormonais, que tiveram pico de produção na fase anterior (início da adolescência), estão em processo de estabilização, já sua taxa de crescimento diminui consideravelmente. FIGURA 9 – FINAL DA ADOLESCÊNCIA Fonte: Pixabay (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de uma adolescente com shorts alaranjado e uma camiseta branca. Desse modo, suas grandes diferenças de estatura, muito comuns no período anterior, tendem a desaparecer. 43 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 As crianças com história de maturação ou crescimento físico tardio podem estar seguras de que se equipararão aos seus colegas nessa fase final da adolescência. 2.2.1 IDADE CRONOLÓGICA X IDADE BIOLÓGICA O corpo humano tem duas idades diferentes: a idade biológica e a idade cronológica. A idade biológica funcional é a idade do sistema corporal. Dada a grande complexidade das diversas partes que interagem na composição e fisiologia corporal, não é uma “idade” simples de calcular, até porque cada sistema corporal pode apresentar “idades biológicas” diferentes. A idade cronológica é marcada pelo tempo de vida da pessoa,geralmente em anos. 2.2.2 MEDIDAS PARA ESTIMAR IDADE BIOLÓGICA A avaliação da maturação biológica é importante por diversos motivos, por exemplo, para verificar se um comportamento motor está ocorrendo em uma fase maturacional esperada, precoce ou tardia. 44 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA Entre os instrumentos avaliativos mais utilizados, estão maturação sexual (aparecimento das características sexuais secundárias), maturação morfológica (alcance de diferentes proporções em relação à estatura adulta), maturação dental (erupção de dentes temporários e permanentes) e maturação esquelética (ossificação e fusões epifisiais). Entre essas técnicas de avaliação do processo de maturação biológica adequadas para se usar durante a fase da puberdade, a mais difundida tem sido a da maturação sexual, de acordo com estágios. FIGURA 10 – MATURAÇÃO DENTAL Fonte: Freepik (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de menina com o dedo indicador no dente sorrindo. Há uma relação razoavelmente linear entre o desenvolvimento das características sexuais secundárias e o estágio de maturação biológica em que o jovem se está. Na prática, isso significa que um adolescente precoce para o desenvolvimento dessas características também o será em sua curva de crescimento de estatura, assim, quanto mais adiantado for o desenvolvimento genital, mais adiantado e próximo da estatura adulta o sujeito estará e vice-versa. Dessa forma, a partir da relação entre a curva de crescimento e o desenvolvimento de genitais, foi proposta uma classificação em cinco estágios indicativos da maturação biológica. 45 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Em muitos casos, gera-se também um constrangimento, devido à necessidade de se apresentar nu diante do avaliador. Contudo, ela é muito importante e pode ser realizada com maior aceitabilidade pelos jovens, quando o avaliador assume uma postura mais profissional. Em suma, o processo de maturação biológica, que tem início antes mesmo do nascimento, compreende um conjunto de transformações qualitativas no organismo, refletindo um desenvolvimento funcional aprimorado e ocorrendo eventos maturacionais diferentes em cada fase da vida até a adulta. 2.2.3 TESTES FÍSICOS UTILIZADOS PARA ACOMPANHAMENTO DO DESEMPENHO MOTOR A literatura abrange uma série de instrumentos e escalas para a avaliação de crianças na pré-infância e no início da infância. Entre eles, destacam-se a Escala motora de Peabody e o Teste Motoriktest für vier- bis sechsjährige Kinder (MOT 4-6). Vamos conhecê-los no recurso a seguir. Escala motora de Peabody: É um instrumento amplamente utilizado para avaliar o desenvolvimento motor fino e global de bebês e das crianças até os sete anos. Esse instrumento é composto de cinco subtestes, que avaliam a preensão fina, a integração visomotora, o controle postural, a locomoção e a manipulação de objetos. Cada um é constituído por tarefas motoras ajustadas à idade e colocadas em uma sequência crescente de dificuldades. 46 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA Teste MOT 4-6: Foi criado pelos alemães Zimmer e Volkamer, em 1987, para avaliar as habilidades motoras fundamentais de crianças entre quatro e seis anos. Seu resultado possibilita detectar também o seu atraso ou a sua deficiência. O teste demora em torno de 15 e 20 minutos por criança e apresenta 18 itens avaliativos, que incluem a locomoção, a estabilidade, o controle de objetos e a motricidade fina, para os quais a escala de classificação vai de zero (habilidade não dominada) até dois (habilidade dominada). Dezenas de testes foram criados para a avaliação das habilidades em crianças e adolescentes. Entre eles, os mais utilizados são o de Desenvolvimento motor grosso, o de Movimento-ABC, o de proficiência motora de Bruininks-Oseretsky e o instrumento de avaliação de padrões motores fundamentais. O Teste de desenvolvimento motor grosso mede o desempenho do movimento de coordenação motora grossa de crianças entre três e 10 anos, é administrado em 15 a 20 minutos e inclui habilidades de locomoção (correr, galopar, pular, saltar, saltar em distância e deslizar) e controle de objetos (golpear uma bola parada, drible estacionário, pegar, chutar, arremessar sobre o ombro e rolar) — sendo que o avaliado deve executar cada item duas vezes. Quando o desempenho está correto, assinala-se a pontuação um; já se a performance é incorreta, assinala-se zero, e a soma de ambos representa a pontuação final para cada item. FIGURA 11 – CRIANÇA PULANDO Fonte: Freepik (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de um menino pulando com braços e pernas estendidas. 47 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A bateria de avaliação de movimento para crianças (Teste de movimento- ABC) avalia o desempenho nas habilidades motoras com foco na detecção de atraso ou deficiência no desenvolvimento de crianças entre quatro e 12 anos. Ele é composto de 32 itens, subdivididos em quatro faixas etárias, nas quais se realiza oito itens que avaliam destreza manual, habilidades de manipulação de bola e equilíbrio — avalia-se cada um deles em uma escala de classificação de zero (melhor desempenho) a cinco (desempenho mais fraco). A aplicação do teste dura em torno de 20 a 30 minutos. O teste de proficiência motora de Bruininks-Oseretsky pode ser aplicado em crianças de quatro a 14 anos e fornece informações sobre a motricidade do sujeito avaliado, por meio de seu desempenho em determinadas habilidades motoras. A partir disso, estima-se seu padrão de desenvolvimento motor, comparando seu desempenho com tabelas normativas. O teste apresenta duas versões, a bateria completa (46 tarefas) e a forma curta (14 tarefas derivadas da bateria completa). As duas versões são compostas de oito subtestes, que avaliam velocidade de corrida, de resposta e dos membros superiores, agilidade, equilíbrio, coordenação bilateral, força, coordenação dos membros superiores, controle visuomotor e destreza. O instrumento de avaliação de padrões motores fundamentais, proposto por McClenaghan e Gallahue, em 1976, é utilizado para avaliar o desenvolvimento das habilidades motoras fundamentais, as quais são adquiridas dos dois aos sete anos, aproximadamente. Por isso, ele permite apenas comparar o seu desenvolvimento em diferentes momentos de avaliações, e não com outras crianças. A sua versão original permite avaliar o padrão de cinco habilidades motoras: correr, saltar, arremessar, receber e chutar; já a versão expandida é projetada para avaliar mais 20 habilidades fundamentais. 48 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA CONCLUSÃO Chegamos ao final de mais uma unidade. Aqui, você pôde entender melhor sobre o crescimento físico e, mais especificamente, sobre a curva de crescimento físico. Entendemos também sobre maturação biológica e as formas de avaliá-la. Por fim, estudamos sobre as formas de se avaliar o desenvolvimento motor, por meio de escalas e testes específicos, além de termos conhecido mais profundamente alguns deles. UNIDADE 3 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 49 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA • apresentar técnicas de avaliação de medidas antropométricas; • conhecer diferentes técnicas de medidas de composição corporal. 50 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA 3 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA E COMPOSIÇÃO CORPORAL INTRODUÇÃO DA UNIDADE Boas-vindas a maisuma unidade de nossa disciplina. Aqui, você irá apreender mais sobre o universo da cineantropometria, com enfoque na avaliação antropométrica e composição corporal. Para isso, esse e-book será subdividido em dois tópicos principais: avaliação antropométrica e composição corporal. No primeiro momento, serão apresentadas as técnicas de avaliação das medidas antropométricas, bem como sua importância e aplicação. Você será introduzido às medidas de estrutura, massa e Índice de Massa Corporal (IMC), seus instrumentos e protocolos de avaliação. Além disso, você aprenderá sobre técnicas de mensuração de diâmetros (distância entre duas extremidades ósseas) e comprimentos (distâncias projetadas entre dois pontos de referência anatômica, estabelecidas paralelamente ao eixo longitudinal do segmento). Por fim, você será apresentado aos perímetros e às dobras cutâneas. Em um segundo momento, compreenderemos as medidas de composição corporal. A composição corporal é um instrumento muito válido para diagnosticar diversas doenças, então, você aprenderá sobre algumas formas de avaliação, equações preditivas e implicações para a prática clínica. 3.1 MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS As medidas antropométricas são medidas corporais quantitativas não invasivas. De acordo com os centros de controle e prevenção de doenças, a antropometria é uma avaliação valiosa do estado nutricional de crianças e adultos. Em crianças, as medidas antropométricas são usadas normalmente para avaliar a saúde geral, sua adequação e seu padrão de crescimento e desenvolvimento e servem de referência para monitorar a saúde e o bem- estar. Em adultos, as medidas corporais podem ajudar no estado de saúde, na dieta e no risco de doenças futuras. As medidas também podem ser usadas para determinar a composição corporal em adultos, para ajudar a determinar o estado nutricional subjacente e diagnosticar a obesidade. 51 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 1 – AVALIAÇÃO CORPORAL Fonte: Freepik (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração de uma prancheta ao fundo, com uma mulher avaliando dois sujeitos. Os elementos centrais da antropometria são altura, peso, circunferência da cabeça, IMC e circunferências do corpo, para avaliar a adiposidade e dobras cutâneas. De acordo com a American Academy of Pediatrics and the Child Health and Disability Prevention Program Health Assessment Guidelines, medições antropométricas seriadas precisas podem ajudar a identificar problemas médicos, nutricionais ou sociais subjacentes em crianças. As medidas antropométricas também podem avaliar a composição corporal em atletas. Foi demonstrado que isso otimiza o desempenho competitivo de atletas e ajuda a identificar problemas médicos subjacentes, como distúrbios alimentares. Medidas antropométricas também são utilizadas para avaliar a condição de gestantes e avaliar pacientes obesos. Entretanto, medidas confiáveis e reprodutíveis são necessárias para obter dados significativos de medidas antropométricas. Para isso, o profissional deve garantir o uso de equipamentos de qualidade e bem calibrados, que sejam verificados regularmente quanto à precisão. A lista de equipamentos típicos necessários para obter medições antropométricas inclui: balança de peso, estadiômetro., paquímetros e fita métrica. 52 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA 3.1.1 ALTURA, MASSA E ÍNDICE DE MASSA CORPORAL A estatura é o maior indicador do corpo geral e reflete o comprimento total do corpo. Conhecer a estatura de uma pessoa serve para vários propósitos: crescimento de adolescente para verificação do estado nutricional, para a seleção de atletas para determinadas modalidades de esporte e para o diagnóstico de doenças e dosagem de determinados medicamentos. FIGURA 2 – ESTATURA Fonte: Freepik (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de uma mulher segurando uma fita métrica esticada. O estadiômetro é o equipamento que é utilizado para medir a estatura de um sujeito. Existem vários modelos de estadiômetro, entretanto, todos possuem características semelhantes: deve ser de material firme (madeira ou metal), possuir uma base fixa acima da cabeça, para fazer a aferição correta, e possuir uma fita métrica. Além disso, o equipamento deve ter altura suficiente, para que possa ser usado em indivíduos com estatura elevada, ou seja, com, pelo menos, dois metros de altura. Existem alguns procedimentos para realizar a medida correta da estatura de um indivíduo. 53 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Primeiro: O avaliado deve estar descalço ou usando meias finas, além de estar vestindo pouca roupa. O avaliado deve permanecer em pé, na base do estadiômetro, posicionando-se de costas para o aparelho e tocando as costas, glúteos e os calcanhares no suporte vertical do aparelho. Segundo: A cabeça deverá estar posicionada no plano de Frankfurt e o olhar deve estar fixo para o horizonte, para que a parte móvel do equipamento possa ser posicionada corretamente, e o peso deverá estar distribuído igualmente em ambos os pés. Terceiro: O avaliado deverá permanecer imóvel, respirando normalmente. A parte móvel do estadiômetro deverá tocar a parte superior da cabetta. O avaliador deverá fazer uma compressão, suficiente para pressionar o cabelo até tocar a caixa craniana. Para uma medida ter boa acurácia, devem ser realizadas duas ou três medidas consecutivas, com o indivíduo que está sendo avaliado se movendo para fora do aparelho e retornando imediatamente. Esse processo dará maior exatidão da medida, não podendo ultrapassar um centímetro. Casa ocorra uma diferença maior que um centímetro, uma nova medida deverá ser realizada. Deverá ser realizada uma média das três medidas e esse valor deverá ser registrado. É essencial que esse procedimento seja realizado, principalmente em casos de acompanhamento de variações de crescimento de crianças e adolescentes ou para pessoas que recebam algum suporte nutricional ou medicamentoso. A medida é registrada com precisão de 0,1 centímetro. A massa corporal é a medida antropométrica usualmente mais mensurada. Também deve ser mensurada com extremo rigor, principalmente em casos de dosagem de medicamentos. 54 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA FIGURA 3 – BALANÇA Fonte: Freepik (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de pés de uma pessoa em cima de uma balança. A balança é o equipamento utilizado para a mensuração da massa corporal. Em geral, existem dois modelos de balança: com pêndulos móveis e balança digital. Em ambas as balanças, a precisão deve ser de 0,1 quilograma. É importante ressaltar que há uma variação da medida de massa corporal entre balanças, devendo ser realizada sempre no mesmo aparelho, para maior exatidão da medida. Para a realização da medida, alguns procedimentos devem ser tomados: 1. o avaliado deve estar descalço e com o menor número de roupa pos- sível. Recomenda-se uma padronização no tipo de roupa para maior acurácia da medida; 2. o avaliado deverá se posicionar de frente ou de costas para o marca- dor; 3. o peso deverá estar distribuído em ambos os pés. Para a correta men- suração da medida, deve-se realizar duas medidas consecutivas (CORTEZ; MARTINS, 2012) 55 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Caso ocorra diferença superior a 1,0 quilograma, medidas sucessivas deverão ser realizadas. O valor médio das duas medidas com diferença inferior a 1,0 quilograma será registrado. O IMC é uma medida valiosa para a classificação da obesidade; e suas vantagens são amplamente exploradas e utilizadas,para avaliar o estado nutricional em estudos populacionais na prática clínica. Os principais fatores para a sua ampla utilização se referem ao seu baixo custo, à facilidade de treinamento e à forte associação com a gordura corporal e com fatores de riscos ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e metabólicas. FIGURA 4 – GORDURAL CORPORAL E FATORES DE RISCO Fonte: Freepik (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração de um médico segurando uma prancheta e uma mulher em uma balança. Ao lado dela, há ícones com elementos de risco de obesidade, como coração, fígado, sangue e osso. 56 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA Para a obtenção do IMC, é realizada o seguinte cálculo: IMC = massa corporal(kg)/ estatura(m)² O resultado desse cálculo é usado para verificar se estes apresentam peso adequado, sobrepeso ou obesidade. A tabela abaixo apresenta os valores de referência para a classificação de acordo com o cálculo do IMC. TABELA 1 – CLASSIFICAÇÃO DA OBESIDADE A PARTIR DO IMC Classificação simplificada a partir do IMC (estabelecida para adultos acima de 20 anos) Valor do IMC Classificação Menor do que 18,5 Baixo peso ou magreza Entre 18,5 e 24,9 Normal Entre 25 e 29,9 Sobrepeso, obesidade grau I Entre 30 e 39,9 Obesidade grau II 40 ou mais Obesidade grau III Fonte: Adaptado de Mitchell et al. (2011, p. 21). Entretanto, como todas as medidas antropométricas, o IMC é apenas uma medida subjetiva da gordura corporal e possui algumas desvantagens, como mostra o exemplo abaixo. 57 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Como muitos americanos, Jermaine Mayberry, de 27 anos, tem um alto IMC. Com 39,6 kg/m², ele se classifica com obesidade Grau II, com associação muito grave de comorbidades. Se olharmos somente para o IMC, poderíamos dizer que Jermaine está correndo um grave risco de saúde e é obeso. O fato é que Jermaine é um jogador de futebol americano de sucesso da National Football League (NFL), do Philadelphia Eagles. Ele pesa 148 quilogramas e tem 1,93 metros de altura. Sua massa corporal magra é de ≈120 quilogramas e seu teor de gordura corporal é provavelmente inferior a 20%. Isso está substancialmente abaixo dos 40 + % que seriam previstos para o homem médio com um IMC tão alto quanto seu. Esse simples exemplo serve para nos lembrar que as três formas mais comuns de avaliar a obesidade – peso, IMC e circunferência da cintura – não medem a gordura corporal; e essa medida deve ser realizada com cautela, considerando outros fatores. 3.1.2 DIÂMETROS E COMPRIMENTOS Os diâmetros ósseos correspondem à distância entre duas extremidades ósseas. Normalmente são utilizados para avaliar a estrutura corporal e o componente de mesomorfia do somatotipo, para fins ergonômico, assimetrias aplicadas à área esportiva, acompanhar o crescimento e a proporcionalidade. Os instrumentos utilizados, para a medição dos diâmetros, são o paquímetro e o antropômetro (MEDEIROS et al., 2015). 58 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA FIGURA 5 – ESTRUTURA ÓSSEA Fonte: Freepik (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração da estrutura óssea das costas. É importante destacar que os diâmetros podem ser realizados em ambos os lados, mas se prefere que a medida seja realizada no lado direito do corpo do avaliado. As protuberâncias ósseas podem ser identificadas pelas pontas dos dedos indicadores e demarcados com lápis dermatográfico, seguido do posicionamento do equipamento paquímetro/antropômetro. As pontas dos equipamentos devem pressionar a região medida, sem grande interferência dos demais tecidos. Além disso, destaca-se que as medidas de diâmetros devem ser realizadas pelo menos três vezes seguidas; e o valor mediano das três medidas deve ser considerado. Os principais diâmetros utilizados estão elencados a seguir. 59 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Biacromial: Para essa medida, o sujeito deve posicionar em pé, de forma ereta. O avaliador deve se posicionar atrás do indivíduo avaliado, para melhor localização dos pontos de reparo. A medida biacromial corresponde “[...] à distância entre as bordas que mais se projetam lateralmente dos processos acromiais direito e esquerdo das escápulas.” (GUEDES; GUEDES, 2006, p. 43). Bicrista-ilíaca: Para essa medida, o sujeito deve se posicionar em pé, de forma ereta. O avaliador deve se posicionar em frente ao indivíduo avaliado. A medida bicrista-ilíaca corresponde “[...] à distância dos pontos mais salientes e projetados lateralmente da crista do ilíaco.” (GUEDES; GUEDES, 2006, p. 44). Biepicondilar do fêmur: Para essa medida, o indivíduo avaliado deve se posicionar sentado, com os joelhos flexionados a 90 graus, com os pés apoiados no chão. O avaliador deve se posicionar agachado, de frente para o avaliado. A medida biepicondilar do fêmur corresponde “[...] à distância projetada entre os epicôndilos medial e lateral do fêmur.” (GUEDES; GUEDES, 2006, p. 45). Bimaleolar: Para essa medida, o indivíduo avaliado deve se sentar, com os pés afastados e apoiados no chão. O avaliador deve se posicionar agachado, de frente para o avaliado. A medida corresponde “[...] à distância entre as projeções mais salientes dos maléolos fibular e tibial.” (GUEDES; GUEDES, 2006, p. 45). 60 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA Biepicondilar do úmero: Para essa medida, o indivíduo avaliado deve estar sentado, com os braços estendidos horizontalmente à frente, na altura dos ombros, os antebraços elevados com cotovelos e ombros em flexão de 90 graus, com as mãos em posição de supinação. O avaliador deve se posicionar em frente ao indivíduo avaliado. A medida corresponde “[...] à distância projetada entre as bordas mais extremas dos epicôndilos medial e lateral do úmero.” (GUEDES; GUEDES, 2006, p. 45). Biestiloide: Para essa medida, o sujeito deve se posicionar em pé, de forma ereta. O avaliador deve se posicionar em frente ao indivíduo avaliado. A medida corresponde “[...] à distância projetada entre as apófises do rádio e da ulna.” (GUEDES; GUEDES, 2006, p. 46). Comprimentos corporais podem ser definidos como “[...] distâncias projetadas entre dois pontos de referência anatômica, estabelecidas paralelamente ao eixo longitudinal do segmento.” (GUEDES; GUEDES, 2006, p. 46). FIGURA 7 – HOMEM VITRUVIANO – MEDIDAS CORPORAIS Fonte: Freepik (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração do homem vitruviano de Da Vinci, com braços e pernas esticados. 61 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Os comprimentos corporais podem ser muito úteis em diversos seguimentos, como ergonomia, arquitetura e engenharia. Na área esportiva, os comprimentos corporais ajudam a entender o melhor desempenho em determinados esportes, como, por exemplo, de atletas que apresentam maior comprimento de membros superiores e apresentam melhores resultados na natação, basquete e voleibol; ou atletas com maior comprimento de membros inferiores, que se destacam em esportes, como corrida com barreira. Dessa forma, os comprimentos corporais são muito utilizados nas análises biomecânicas. FIGURA 8 – PAQUÍMETRO Fonte: Pixabay (2022). #TodosVerem: a imagem representa a foto de um paquímetro. A técnica de mensuração dos comprimentos é bem próxima da dos diâmetros: pode ser realizada em ambos os membros, mas se recomenda a preferência para o lado direito do avaliado. Além disso, recomenda-se que sejam realizadas duas medidas; e, no caso de elas diferirem, que seja realizada uma terceiramedida, considerando a média das três. Também se recomenda a marcação dos pontos anatômicas com caneta hidrográfica. O equipamento utilizado, para a realização das medições do comprimento, é o antropômetro. Os principais comprimentos utilizados são: membros inferiores, coxa, perna, membros superiores, braço e antebraço. Para todas as mensurações, o avaliado deve se posicionar em pé, na posição ereta e com peso distribuído nos dois pés. Conheça as técnicas de medições a seguir. 62 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA Técnica de medição membros inferiores: A referência anatômica utilizada é a distância entre o trocânter maior e a planta dos pés. O protocolo de Guedes e Guedes considera o comprimento do membro inferior do trocânter até o solo (GUEDES; GUEDES, 2006). Técnica de medição da coxa: A referência anatômica utilizada é a distância entre o maior e a protuberância da tíbia. Técnica de medição da perna: A referência anatômica utilizada é a distância entre a protuberância da tíbia e o maléolo lateral. Técnica de medição de membros superiores: A referência anatômica utilizada é a distância entre processo acromial e o ponto dáctilo. Técnica de medição do braço: A referência anatômica utilizada é a distância entre processo acromial e o processo olecrano. Técnica de medição do antebraço: A referência anatômica utilizada é a distância entre a superfície posterior do olecrano e o processo estiloide do rádio. 3.1.3 PERÍMETROS E DOBRAS CUTÂNEAS Os perímetros corporais podem ser definidos como medidas circulares (circunferências) de segmentos específicos, obtidos no plano horizontal, perpendicularmente ao eixo longitudinal do corpo. Para realizar a medida das 63 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 circunferências, é utilizada uma fita métrica, expressa em milímetros. FIGURA 8 – MEDINDO CIRCUNFERÊNCIAS Fonte: Freepik (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de uma mulher medindo circunferência abdominal com fita métrica. Em relação ao procedimento de coleta, a fita métrica deve circundar o segmento que será medido. É importante destacar o cuidado com a correta posição da fita, de maneira horizontal ao plano definido. A pressão da fita também deve ser controlada, sendo realizada sobre a pele nua, sem interferência de tecidos. Recomenda-se realizar duas vezes a medida do perímetro. E, caso os resultados dessas duas medidas forem diferentes, sugere-se realizar uma terceira medida e considerar a média das três. 64 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA • Perímetro do braço: circunferência obtida na distância média entre a borda mais lateral do acrômio e o olecrano; • Perímetro do antebraço: circunferência obtida no ponto de maior volume identificado nesse segmento anatômico; • Perímetro da coxa: circunferência obtida na distância média entre os pontos trocantérico e tibial lateral; • Perímetro da perna medial: circunferência obtida no ponto de maior volume geminal; • Perímetro da cintura: circunferência obtida no menor ponto de volume da região abdominal; • Perímetro do quadril: circunferência obtida no maior volume da região do glúteo, sobre os trocânteres. Em relação às dobras cutâneas, elas podem ser definidas como “[...] as medidas da espessura das dobras cutâneas correspondem às medidas de uma camada dupla de pele e de tecidos subcutâneos destacados em pontos anatômicos específicos.” (GUEDES; GUEDES, 2066, p. 52). FIGURA 9 – DOBRA CUTÂNEA Fonte: Freepik (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de uma mulher de costas, segurando dobra cutânea, logo abaixo do sutiã. 65 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 As medidas de espessura de dobras cutâneas são os indicadores mais utilizados, entretanto, certos cuidados devem ser tomados no uso dessa técnica, para garantir a precisão de suas medidas, como a necessidade de estabelecer uma localização do ponto anatômico a ser medido; e de o avaliador dominar perfeitamente a medição e o uso de medidores de um tipo específico com calibração constante. Além disso, devido às características das medidas de espessura de dobras cutâneas, os vieses intra e interexaminadores geralmente se tornam altos, comprometendo a exatidão e a precisão dos valores de gordura corporal. O instrumento de medida das dobras cutâneas é realizado por meio de compassos específicos, com características específicas para essa finalidade. Para a correta medição das dobras cutâneas, deve-se estar atento à sua forma de coleta: a definição das dobras deve ser realizada com os dedos polegar e indicador da mão esquerda na região que será medida, com uma distância aproximada de seis a oito centímetros. Sem desprender da dobra cutânea, o compasso deve ser posicionado a um centímetro abaixo dos dedos do avaliados e com profundidade idêntica à que se encontra o dedo polegar do avaliador. Devem ser realizadas três medidas sucessivas no mesmo local e se considera o valor mediano como medida representativa. As principais dobras cutâneas são: tricipital, subescapular, suprailíaca, abdominal, axilar média, coxa média e panturrilha medial (MACHADO, 2008). Mais detalhes sobre procedimentos de mensuração das dobras cutâneas podem ser encontrados no artigo: MACHADO, F. Dobras cutâneas: localização e procedimentos. Motricidade, v. 4, n. 2, 2008. p. 42- 46. Disponível em: https://www.redalyc.org/ pdf/2730/273020552005.pdf. Acesso em: 22 jun. 2022. https://www.redalyc.org/pdf/2730/273020552005.pdf https://www.redalyc.org/pdf/2730/273020552005.pdf 66 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA 3.2 MEDIDAS DE COMPOSIÇÃO CORPORAL A composição corporal é conhecida por estar associada a diversas doenças, como doenças cardiovasculares, diabetes, câncer, osteoporose e osteoartrite; e são úteis para verificar a eficácia de intervenções nutricionais e para monitorar as mudanças associadas ao crescimento e ao desenvolvimento de doença. As alterações, na composição corporal, ocorrem quando há um descompasso entre a ingestão de nutrientes, como em casos de desnutrição ou supernutrição, que leva à obesidade. Podemos definir a composição corporal por técnicas chamadas unicamente indireta ou duplamente indireta. As técnicas unicamente indiretas são as que dependem somente de uma medida, como a pesagem hidrostática ou o deslocamento do ar. As técnicas duplamente indiretas consistem em medidas antropométricas, como dobras, circunferências, diâmetros; ou na impedância elétrica do corpo. E, dessa forma, por meio de equações, estima-se a densidade. É importante destacar que as técnicas com menor número de estimativas têm maior precisão. A seguir, serão apresentadas algumas técnicas. 3.2.1 TÉCNICAS DE MEDIDA Existem basicamente dois tipos de métodos para a realização da mensuração da composição corporal: métodos de campo e métodos de laboratório. Os métodos de campo são mais baratos e fáceis de aplicar. Em contrapartida, os métodos de laboratório possuem alto custo e necessitam de pessoal especializado para a sua aplicação. Entretanto, métodos de laboratório são mais confiáveis quando comparados a métodos de campo. 67 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Conheça os métodos de campo. • Antropometria: as medidas antropométricas não são invasivas e auxiliam na avaliação do estado nutricional, identificando indivíduos de risco, monitorando a eficácia de uma intervenção nutricional e fornecendo informações sobre os estoques de gordura e músculo do corpo (KURIYAN, 2018); • IMC: é amplamente utilizadopara estimar a gordura corporal por ser simples e barato. A classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é comumente utilizada para categorizar o IMC (KURIYAN, 2018); • Circunferência da cintura: a circunferência da cintura é usada em crianças e adultos como indicador de gordura intra-abdominal. Os indicadores de risco baseados na circunferência da cintura são ≥102 centímetros em homens e ≥88 centímetros em mulheres (KURIYAN, 2018); FIGURA 10 – MEDIDA DA CINTURA Fonte: Freepik (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de uma mulher segurando uma fita métrica em volta da cintura. • Relação cintura-quadril: a relação cintura-quadril é usada como uma medida substituta da distribuição de gordura corporal inferior e superior e mede onde a gordura corporal é armazenada. Uma alta relação cintura-quadril sugere risco aumentado de problemas de saúde relacionados à obesidade. A 68 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA precisão da relação cintura-quadril, na avaliação da gordura visceral, diminui com o aumento dos níveis de gordura. A relação cintura-quadril é calculada pela divisão da circunferência da cintura pela circunferência do quadril e os indicadores de risco são ≥1,0 para homens e ≥0,85 para mulheres (KURIYAN, 2018); • Medidas de dobras cutâneas: a técnica de dobras cutâneas é uma medida de gordura subcutânea, estimando a densidade corporal para derivar a porcentagem de gordura corporal. As medidas são feitas em locais como bíceps, tríceps, subescapular e suprailíaco, que são utilizados em equações específicas para idade e sexo, para chegar a valores de densidade corporal. A gordura corporal é obtida a partir de densidade corporal, usando uma fórmula de conversão específica da população (KURIYAN, 2018); • Análise de impedância bioelétrica (BIA): a técnica de análise de impedância bioelétrica é usada para prever a composição corporal com base nas propriedades condutoras elétricas do corpo. O instrumento BIA é portátil, seguro, fácil de usar, custo relativamente baixo com carga mínima do participante, tornando-se assim uma ferramenta útil para grandes estudos (KURIYAN, 2018). Já os métodos de laboratório incluem a hidrodensitometria (pesagem subaquática), a pletismografia de deslocamento de ar, o método de diluição de isótopos (hidrometria), a absorciometria de raios X de dupla energia (DEXA), a tomografia computadorizada, a ressonância magnética e o contador de potássio de corpo inteiro (KURIYAN, 2018). 3.2.2 EQUAÇÕES PREDITIVAS A escolha das equações preditivas, para avaliar a composição corporal, deve levar alguns fatores em consideração: população, etnia, idade, sexo, populações especiais (obesos, atletas, pessoas saudáveis). Cada grupo e população possui suas especificidades. Portanto, a equação escolhida deve ter validade científica, caso contrário, os resultados obtidos podem subestimar ou sobrestimar o percentual de gordura corporal (LANCHA JUNIOR; LANCHA, 2016). 69 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 LANCHA JUNIOR, A. H.; LANCHA, L. O. P. (Org.). Avaliação e prescrição de exercícios físicos: normas e diretrizes. Barueri: Manole, 2016. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/ books/9788520451656. Acesso em: 29 jan. 2022. O capítulo 3, “Composição corporal”, apresenta diversas equações preditivas para estimar a massa adiposa e a densidade corporal para ambos os sexos. Para saber mais sobre todas as equações preditivas, acesse o livro: 3.2.3 IMPLICAÇÕES A escolha da melhor técnica para a validação da composição corporal deve levar em consideração a população para qual foi desenvolvida, além de ter uma padronização das meninas a serem feitas, podendo utilizar essas medidas para comparações em momentos diferentes (LANCHA JUNIOR; LANCHA, 2016). Destaca-se a importância do uso de equipamentos adequados e um bom treinamento, pois estes são aspectos fundamentais para uma boa validade e reprodutibilidade das avaliações. 70 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA CONCLUSÃO Esta unidade objetivo apresentar as técnicas de avaliação de medidas antropométricas e as diferentes técnicas de medidas de composição corporal. Ao final desta unidade, esperamos que você tenha aprendido a escolher a melhor técnica de acordo com cada especificidade. UNIDADE 4 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 71 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA • compreender a importância da avaliação para o desempenho físico de atletas e a diferenciação entre modalidades esportivas;; • verificar os principais testes aplicados para avaliação da resistência cardiorrespiratória, força, resistência e potência muscular. 72 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA 4 TESTES PARA DESEMPENHO FÍSICO INTRODUÇÃO DA UNIDADE Agora, chegou a hora de falarmos sobre alguns testes para avaliação do desempenho físico. Para tanto, nesta unidade, você compreenderá sobre desempenho físico e suas variáveis em diferentes modalidades esportivas, além de por que e como avaliar essas variáveis tão importantes. 4.1 DESEMPENHO FÍSICO O desempenho físico, ou melhor, a melhora do desempenho físico, é muito amplo. Esse tema está associado a alterações benéficas, devido ao estímulo proveniente de exercícios e de esportes específicos em diferentes sistemas que causarão melhorias ao indivíduo. A importância de bons níveis de desempenho físico, para a manutenção da saúde, do rendimento e da qualidade de vida, está cada vez sendo mais discutida pelos órgãos de saúde. A atividade física e a prática orientada de exercícios físicos podem ser utilizadas como uma ferramenta para a promoção da saúde e, consequentemente, para a adoção de um estilo de vida ativo e saudável. 73 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 1 – PRÁTICA DE EXERCÍCIO FÍSICO Fonte: Plataforma Pixabay (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de uma atleta de ginástica praticando exercício físico de alongamento. A prática habitual de atividade física proporciona ao indivíduo uma aptidão física que se relaciona a duas abordagens: ao desempenho esportivo, que evidencia a agilidade, o equilíbrio, a velocidade e a resistência anaeróbica; e à saúde, que evidencia a força e a resistência muscular, a flexibilidade, a resistência aeróbica e a composição corporal. Vejamos um pouco mais sobre o desempenho físico e como avaliá-lo. DIFERENTES MODALIDADES ESPORTIVAS - CAPACIDADE FÍSICA As modalidades esportivas possuem demandas diferentes no que se refere a capacidades físicas. Nesse sentido, analisar as demandas específicas de determinado esporte é de suma importância para o desenvolvimento de um programa de treinamento físico (BOMPA; HAFF, 2012). 74 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA É preciso conhecer a modalidade a ser trabalhada, para que um programa de treinamento seja desenvolvido de maneira eficiente, levando em consideração todas as valências físicas envolvidas, sobretudo as prioritárias, com o objetivo de melhorar o desempenho. Entre as principais capacidades físicas envolvidas nos esportes, podemos destacar a resistência cardiorrespiratória, a força muscular (e suas variáveis), a agilidade, a flexibilidade e a velocidade. A partir delas, podemos analisar as modalidades esportivas em relação à sua especificidade (BOMPA; HAFF, 2012). Para exemplificar algumas modalidades coletivas, comecemos com o caso do futebol de campo. É importante destacarque se trata de uma modalidade mista, que envolve, de maneira importante, a força, a velocidade e a resistência. FIGURA 2 – FUTEBOL DE CAMPO Fonte: Plataforma Pixabay (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de dois atletas jogando futebol de campo. 75 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 De todo modo, trata-se de um esporte considerado predominantemente de resistência, devido à duração de cada partida — 90 minutos, divididos em dois tempos de 45 minutos corridos, com intervalo de 15 minutos entre eles — e pelo fato de 37,7% e 31,4% do volume total realizado pelos atletas estarem relacionados a permanecerem parados ou caminhando (0 a 6,0 km/h) e trotando (6,1 a 12,0 km/h), respectivamente. Apesar disso, são as ações em curto espaço de tempo envolvendo força e velocidade — bem como o produto das duas, denominado potência — que normalmente definem o resultado das partidas, como na realização de aceleração máxima, no atingimento e na manutenção de alta velocidade durante o sprint de um atacante para chegar à bola antes do marcador e conseguir finalizar a jogada; ou até mesmo nos saltos realizados por defensores e atacantes durante disputas de bolas aéreas após cobrança de escanteio. No que tange ao futsal, sobretudo devido às dimensões reduzidas do campo de jogo, ao menor tempo de partida — 40 minutos, divididos em dois tempos de 20 minutos não corridos, com 10 minutos de intervalo entre eles — e à possibilidade de se fazer várias substituições durante uma partida, inclusive com o mesmo atleta podendo sair e voltar para o jogo minutos depois, o que se sobressai é a necessidade de velocidade e força em relação à resistência, se comparado ao futebol de campo, por exigir maiores ações de aceleração, desaceleração e deslocamento em alta intensidade durante a partida. FIGURA 3 – FUTSAL Fonte: Plataforma Pixabay (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de quatro atletas jogando futsal. 76 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA O mesmo pode ser observado em relação ao basquete, em que o cronômetro também para quando a bola não está em jogo e o tempo total de disputa é de 40 minutos, disposto em quatro tempos de 10 minutos com intervalos de dois minutos entre o primeiro e segundo quartos e entre o terceiro e o quarto quartos, bem como 15 minutos de intervalo entre o segundo e terceiro quartos. FIGURA 4 – BASQUETEBOL Fonte: Plataforma Pixabay (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de atletas jogando basquetebol. Além disso, entre as ações físicas demandadas na modalidade, assim como no futsal, pode-se destacar a aceleração, a desaceleração e a mudança de direção, porém com maior importância para os saltos. Nesse sentido, o perfil morfológico e físico dos atletas difere de maneira importante, sendo mais altos, pesados e fortes do que os atletas do futsal, devido à alta demanda de contato corporal entre os jogadores durante a competição, sobretudo durante os bloqueios e as disputas de bola aéreas, como se vê em um rebote disputado por dois pivôs. Vejamos alguns exemplos de modalidades individuais. Quando analisamos a modalidade de ciclismo estrada ou de rua na categoria elite masculina, caracterizada por distâncias acima de 100 quilômetros, podemos considerar a maior importância da resistência em relação à força e à velocidade. 77 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 5 – CICLISMO DE ESTRADA Fonte: Plataforma Pixabay (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de diversos atletas pedalando em uma rua. De todo modo, não se pode ignorar as valências físicas de força e velocidade no programa de treinamento para essa modalidade, pois tais capacidades são, de fato, importantes em alguns momentos da prova, sobretudo em trechos de subida e sprint final. Ainda em relação ao ciclismo, no caso da prova de 200 metros em pista, observamos maior demanda de velocidade e força e menor demanda de resistência, devido à sua curta duração. De modo similar, podemos observar diferenças em provas dentro de uma mesma modalidade. Assim, a prova de 100 metros livres, na natação, apresenta maior prevalência das capacidades físicas de força e velocidade em relação à resistência. Porém, quando comparamos com a prova de 800 metros, observamos maior importância da resistência. Nesse caso, o treinamento de resistência predominante e necessário para o desempenho na prova de 800 metros trará bem pouca ou nenhuma vantagem se aplicado no atleta que compete na prova de 200 metros. 78 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA FIGURA 6 – NATAÇÃO Fonte: Plataforma Pixabay (2013). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de um atleta nadando na piscina. O mesmo vale para as modalidades de corrida de 100 metros rasos e maratona, em que, na primeira, há predominância quase que exclusiva da velocidade, devido à sua brevíssima duração (na casa dos nove e 10 segundos para homens e mulheres de categoria elite mundial, respectivamente), e a segunda está relacionada predominantemente à resistência, devido à longa distância a ser percorrida (42,195 quilômetros) e ao longo tempo de duração (pouco mais de duas horas de duração para indivíduos de elite mundial) (BOMPA; HAFF, 2012). Já ao analisar a modalidade de levantamento de peso olímpico, podemos observar especificidade quase que exclusiva da capacidade física de força em relação à velocidade e à resistência. Mas vale lembrar que a velocidade específica, para a realização dos movimentos de arranque e de arremesso, é importante para o desempenho e, por isso, precisa ser inclusa no treinamento. IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO FÍSICO EM ATLETAS A cobrança pelo desempenho em alto nível de equipes e atletas, alimentada pela expectativa de investidores, financiadores, empresários, dirigentes e torcedores, resulta a evolução, cada vez maior, do treinamento físico, técnico, tático e psicológico daqueles envolvidos com o esporte. 79 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 O alto nível de competitividade faz com que diferentes estratégias sejam adotadas, com o intuito de servir como diferencial em um contexto equilibrado. Nos últimos anos, vem ganhando importância a análise de desempenho, ferramenta que permite avaliar tanto o adversário, como a própria equipe. A análise de desempenho permite analisar elementos técnicos, físicos e táticos, individuais e coletivos, seja da própria equipe, do atleta ou do adversário. Diante disso, é possível adotar estratégias para buscar o melhor rendimento da equipe, dos jogadores e dos atletas, assim como para explorar os pontos fracos do adversário. A análise de desempenho permite reunir informações diversas sobre o comportamento do adversário, como a forma de correr ou jogar, por exemplo, de que maneira este normalmente atua, além de analisar e corrigir possíveis questões da própria equipe ou do atleta, sendo utilizada tanto em partidas quanto em treinamentos. 4.1.3 TESTES DIRETOS E INDIRETOS Existem diferentes métodos para realizar a análise de desempenho, sendo possível agrupar esses métodos de forma simplificada. De forma direta: Possibilidade de análise in loco; recolhimento direto dos dados; oportunidade de conhecimento do adversário; oportunidade de conhecimento das condições externas ao jogo; e observação realizada por scouters/observadores. 80 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA De forma indireta: P possibilidade de análise em vídeo; recolhimento de dados sistematizados relativos à equipe adversária, ao atletaadversário e aos jogadores; utilização de ferramentas tecnológicas; e possibilidade de utilização de informações complementares à observação direta. O processo de observação inerente à análise de desempenho evoluiu com o passar dos anos, já que, inicialmente, costumava ser feito com simples anotações assistemáticas e subjetivas em cadernetas, passando pela anotação associada ao relato gravado pelo observador, com um pequeno aparelho gravador, evoluindo para gravações com câmeras de vídeo, que registravam e armazenavam a competição, até finalmente chegar aos softwares específicos de aquisição e análise de competições. 4.2 COMO E O QUE AVALIAR EM ATLETAS? 4.2.1 TESTES DE RESISTÊNCIA CARDIORRESPIRATÓRIA A resistência cardiorrespiratória é um elemento fundamental para o ser humano. Sem ela, o indivíduo não conseguiria resistir às demandas e às atividades realizadas no dia a dia, muito menos em modalidades esportivas que necessitam dessa capacidade física. Para isso, é necessário o bom funcionamento do Sistema Nervoso Central (SNC), do sistema circulatório e muscular e do sistema respiratório. Na educação física, a resistência cardiorrespiratória se torna mais importante a partir do momento em que é um sustentáculo para a prática correta dos exercícios, evitando que a fadiga chegue de forma imediata. Além disso, o exercício contínuo passa a ser um estimulador da resistência, aprimorando e fazendo com que o aluno/atleta alcance melhores resultados. 81 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Este tópico abordará testes que têm por objetivo mensurar a capacidade cardiorrespiratória. Hoje em dia, há diversos testes que possibilitam a avaliação dessa capacidade; e estes podem ser executados de várias formas, há: os testes de campo ou exames indiretos (considerados todos os testes feitos fora do ambiente laboratorial ou em laboratórios}; e os exames diretos. Para a realização desses testes, duas variáveis são extremamente importantes, pois estão ligadas à capacidade cardiorrespiratória, assim como à prescrição e ao controle do exercício: a Frequência Cardíaca (FC). Sugere-se que deva ser medida antes do teste. A FC mede a quantidade de pulsações que o coração faz por minuto. Preferencialmente, deve ser medida com os medidores adequados conhecidos como frequencímetros, relógios, pulseira ou cinta cardíaca. Caso não se tenha, pode ser feito por palpação. Indica-se que o indivíduo seja avaliado em repouso, antes do teste e imediatamente após o final do teste. Voltando aos testes, o mais importante método de avaliação da capacidade cardiorrespiratória é a ergoespirometria. Esse teste é realizado em laboratórios e infere: a integridade dos sistemas respiratório e cardiovascular e muscular; e ainda suas adaptações após um período de treinamento físico ou após outras intervenções sobre esses sistemas. 82 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA FIGURA 7 – ERGOESPIROMETRIA Fonte: Plataforma Wikimedia (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de uma mulher realizando teste de ergoespirometria. Nesse teste, o indivíduo usa uma máscara e um cabo de coleta, que darão informações sobre os parâmetros respiratórios, tais como: do VO2, do limiar anaeróbico, do limiar de compensação respiratória, da produção de gás carbônico, da ventilação pulmonar e da frequência respiratória. A ergoespirometria permite uma completa avaliação de atletas, indivíduos fisicamente ativos, sedentários, cardiopatas, pneumopatas etc. Esse é um teste considerado padrão-ouro, ou seja, serve de comparação para outros testes, pois é feita de medida direta. Entre os principais protocolos da ergoespirometria, estão os seguintes: 83 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Incremental: Nesse teste, após um aquecimento de três minutos a 5 km/h, o princípio se inicia com 9 km/h, incrementando 1 km/h a cada três minutos e pausas de 20 segundos entre os estágios, sendo o teste mantido até a exaustão voluntária. Rampa: Esse teste não tem estágios, pois o incremento da carga se dá de maneira contínua durante todo o tempo de esforço. O tempo geralmente varia entre oito e 12 minutos. O protocolo desse teste sugere uma velocidade inicial e final, assim como uma inclinação inicial e final, buscando atingir o VO2 proposto no tempo desejado. Bruce: Esse teste inicia com o testado caminhando a uma velocidade de 2,74 km/h, com a esteira inclinada a 10%. A cada estágio, que muda a cada três minutos, modifica-se a velocidade e a inclinação. Bruce modificado: Esse teste estabelece o primeiro estágio com a velocidade de 1,7 MPH ou 2,7 km/h, igual à do Bruce original, porém, sem inclinação, por três minutos. O segundo estágio se constitui da velocidade de 2,7 km/h, com inclinação de 5%. Segue-se o protocolo original a partir do terceiro estágio. Além dos testes laboratoriais, há os testes que não necessitam de equipamentos especializados, são os chamados testes de campo. Agora, abordaremos, neste tópico, os testes que não necessitam de grandes aparelhos e os testes de campos, que podem ser facilmente adaptados a outros locais. Vejamos alguns testes. • Teste de milha: foi desenvolvido por Dr. Rippe et al., no ano de 1986, e é indicado para indivíduos de 20 a 69 anos. O teste consiste em realizar uma caminhada rápida de 1.609 metros (uma milha) e é especialmente usado para 84 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA pessoas sedentárias ou idosas. Consiste em ver quanto tempo a pessoa leva para caminhar a distância proposta. Esse teste é baseado na determinada da FC em determinado nível de esforço (tempo que leva para realizar a caminhada). É recomendado que, antes do teste, faça-se um exame médico e a verificação da FC. Ao final do teste, aplica-se a seguinte equação: Em que: • P = peso em kg; • I = idade; • S = sexo (0 para feminino e 1 para masculino); • T = tempo (em minutos e centésimos de minutos); • FC = frequência cardíaca (após o teste). • Teste de 12 minutos (Cooper): esse teste foi idealizado pelo médico e preparador físico americano Kenneth Cooper, em 1968, e tinha como objetivo inicial usar para testar a aptidão das forças armadas. Consiste em correr a maior distância possível em 12 minutos. O teste deve ser realizado em superfície plana e pode ser realizado a partir dos 13 anos por ambos os sexos. Ao final do teste, o avaliador apitará e os avaliados devem parar de correr no ponto em que estiverem. É recomendado que, antes do teste, faça- se a verificação da FC. Em que: • D = distância em metros. • Teste de caminhada 1.200 metros (Canadian Aerobic Fites Test): é realizado em indivíduos de baixa aptidão física (VO2máx. inferior a 30 mlkg.min-1). Antes da aplicação do teste, é preciso coletar os dados do avaliado referente ao seu peso corporal e à sua idade. A caminhada de 1.200 metros deve ser 85 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 feita com o tempo cronometrado. Após o final do teste, deve-se, o mais rápido possível, fazer a medição da FC, durante 15 segundos, e o resultado é multiplicado por quatro, para obter a FC do minuto. A fórmula é: Em que: • P = peso (kg); • I = idade (ano mais próximo); • S = (1) masculino, ou (0) feminino; • T = tempo gasto na caminhada (min.); • FC = frequência cardíaca da última volta. 4.2.2 TESTES DE FORÇA/RESISTÊNCIA A força mede a potência com a qual as unidades miotendíneas atuam por meio do sistema osso-articulação/alavanca-braço para a produção de movimentos ativos ou para resistir passivamente contra gravidade e resistências variáveis. A força muscular é definida comoforça exercida por um músculo ou mesmo por um grupo de músculos, para vencer uma certa resistência em um esforço máximo, sendo os principais métodos para mensurá-la o teste manual e a avaliação instrumental com equipamentos, como dinamômetros. Além da diferença no método de avaliação, também é possível avaliar a força muscular em diferentes situações de contração muscular, ou seja, a avaliação da força pode ocorrer durante o movimento isométrico ou durante o movimento isocinético. 86 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA O teste manual, ou Teste Muscular Manual (TMM), visa a testar e graduar a força muscular com base no arco do movimento, na gravidade e na resistência aplicada manualmente pelo profissional. Nele, a força é medida pela avaliação isométrica, sendo o avaliado posicionado de modo que o músculo ou o grupo muscular a ser testado precise se manter ou se mover contra a resistência da gravidade. Se for possível realizar esse movimento, testa-se outro grau de força, ou seja, o avaliador aplica resistência manual gradualmente até a região distal da parte do corpo em que o músculo está localizado e na direção oposta ao torque produzido pelo músculo sendo testado. Embora essa avaliação seja de fácil aplicação e sem custo direto, ela é subjetiva e dependente do conhecimento e da quantificação de resistência do profissional. Uma alternativa mais objetiva e confiável, para a medir a força muscular, é a utilização de equipamentos que mensurem, de forma numérica, essa força. O aparelho chamado dinamômetro contempla essa mensuração, permitindo medir e quantificar a força aplicada em um sistema que se baseia em células de carga. O aparelho é colocado em contato com o membro que está realizando o movimento e, dessa forma, irá indicar a força muscular gerada neste. A dinamometria é um método de verificar a capacidade de resistência dos músculos, aferindo a força máxima da região corpórea desejada (por exemplo, ombro, joelho e região lombar). Os dinamômetros são divididos nos tipos de análise de movimento isométrico (estático), como o dinamômetro de preensão manual; ou isocinético (velocidade constante), como o dinamômetro isocinético. O dinamômetro de preensão manual é um dos tipos mais utilizados para realizar avaliação isométrica, uma vez que é barato e fácil de manusear e seus resultados são bem aceitos em pesquisas e avaliações clínicas. 87 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 8 – DINAMÔMETRO MANUAL Fonte: Wikimedia Commons (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de um dinamômetro de preensão manual. O dinamômetro isocinético, por outro lado, carece de equipamento caro e de difícil operação, além de exigir recursos humanos treinados, no entanto, ele apresenta maior confiabilidade, segurança, desempenho e reprodutibilidade, pois fornece dados sobre biomecânica, como torque, trabalho e potência, os quais são úteis para avaliar músculos fortes. Há diversos tipos de equipamentos de dinamometria isométricos, os quais podem ser analógicos (Figura 7) ou digitais. A unidade de força utilizada no Sistema Internacional de Unidades é a Newton (N), no entanto, na prática, geralmente se usa quilograma-força (kgf). Algumas das limitações relacionadas a essa técnica são: uso limitado, quando não é possível executar movimento contra a resistência; necessidade de melhor padronização das posições testadas (sentado ou em posição supina) em doentes críticos; posição do membro e ângulo articular do grupo muscular testado; bem como tempo de contração e de encorajamento verbal. 88 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA O dinamômetro isocinético é um dispositivo computadorizado eletromecânico estacionário, que controla a velocidade de um segmento corporal em movimento, variando a resistência de acordo com a quantidade de força pelo arco do movimento. Dessa forma, o avaliador seleciona o segmento que será avaliado e estabelece uma velocidade angular. O equipamento mede o esforço do avaliado, de modo que o segmento não acelera além da velocidade angular preestabelecida, ou seja, independentemente de quanta força o indivíduo avaliado aplique, a velocidade não irá variar. A partir disso, o equipamento mede o torque muscular de forma objetiva e reprodutível. Esse método pode ser usado para mensurar, principalmente, o desempenho muscular (torque) e a amplitude de movimento em função do tempo, bem como o trabalho e a potência. O torque é a medida que corresponde à força muscular vezes a distância percorrida; e varia de acordo com o arco de movimento e a alavanca exercida pelo músculo. Ele é produzido durante as contrações isométricas, as concêntricas e as excêntricas (sendo essa última apenas em alguns modelos), já que o aparelho permite avaliar a força, de forma mais ampla, em diferentes tipos de contração. É possível observar, portanto, medidas de desempenho muscular, de trabalho e de potência, sendo a principal variável em relação ao primeiro o pico de torque (torque máximo). A relação da atividade muscular de músculos agonistas e antagonistas, como isquiotibiais/quadríceps e rotadores externos/internos do ombro; e o Índice Excêntrico/Concêntrico (Índice EC) e a comparação com o lado oposto também têm sido observados, a fim de avaliar o equilíbrio de forças entre os dois lados. A resistência também pode ser medida ao analisar o tempo necessário para o pico de torque diminuir em torno de 50%. A relação agonista/antagonista é uma forma de normalizar os dados, considerando a necessidade de equilíbrio entre a ação do músculo agonista 89 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 (contração concêntrica) e antagonista (contração excêntrica) sobre uma articulação. Essa variável auxilia na detecção de desequilíbrios na ação muscular e permite a prescrição de exercícios específicos e adequados para a necessidade do indivíduo. O Índice EC é expresso pelo torque máximo excêntrico dividido pelo torque máximo concêntrico, sendo diretamente proporcional à velocidade do movimento. Esse índice diminui na presença de doenças e pode indicar lesão por falha do controle neuromotor. Os testes de carga máxima são altamente precisos no direcionamento do programa de treinamento físico, mesmo que representem a maior força de, apenas, um grupo muscular ou de uma região corporal. O teste de uma Repetição Máxima (1RM) pode ser realizado utilizando máquinas, pesos livres ou uma estação apropriada. Seu principal objetivo é determinar o peso máximo que o indivíduo é capaz de levantar de uma vez (PITANGA, 2008). Permite, ainda, que vários grupos musculares sejam avaliados, como nas atividades mencionadas a seguir: agachamento e/ou leg press: extensores do joelho; mesa ou cadeira flexora: flexores do joelho; supino: peitoral, tríceps, deltoides; e rosca direta: bíceps braquial. 4.2.3 TESTES DE POTÊNCIA A potência muscular se define como a contração do músculo no menor tempo possível, o que combina esforço com velocidade e coordenação dos movimentos. A potência muscular pode ser avaliada por meio dos testes: impulsão vertical e impulsão horizontal (para os membros inferiores); e arremesso de medicine ball (para os membros superiores). A avaliação de impulsão vertical e horizontal fornece um indicador da potência do corpo como um todo, mas principalmente dos membros inferiores, 90 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA sendo comumente utilizado pela comunidade desportiva e esportiva. Para a realização do teste de impulsão vertical, deve-se utilizar um quadro ou uma cartolina fixada em uma parede. Os avaliados devemcolocar pó de giz nos dedos e permanecer em pé de lado para o quadro ou para a cartolina. Eles devem permanecer com os braços totalmente estendidos e acima da cabeça, sempre o mais alto possível; e manter as plantas dos pés em contato com o solo. Uma medida deve ser feita conforme a marca dos dedos na posição mais alta que elas alcançaram. Nós chamamos essa medida de baseline. Esse teste consiste em a pessoa saltar o mais alto possível, sendo permitidos a flexão dos membros inferiores e o balanço dos braços. O resultado deve ser computado em centímetros, subtraindo a marca mais alta do salto da medida de baseline. Devem ser realizadas três tentativas, com intervalo de cinco minutos, sendo anotado o melhor desempenho. Teste de impulsão horizontal: Para a realização do teste de impulsão horizontal, deve ser utilizada uma fita adesiva (ou qualquer marcação), que delimita a linha de partida de onde o avaliado deve saltar; além de uma trena metálica, para medir a distância do salto, conforme recomendado pelo protocolo. Avaliado: O avaliado deverá, partindo da posição ortostática, com seus pés paralelos e um afastamento lateral pequeno (não ultrapassando a largura dos ombros), saltar a maior distância possível à frente, realizando uma flexão e extensão dos joelhos e dos quadris, podendo utilizar o balanço dos braços. Resultado: O resultado será computado em centímetros, a partir da distância entre a linha de partida (o início do salto) e o calcâneo (a aterrissagem). 91 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Protocolo: Segundo o protocolo, devem ser realizadas três tentativas, com um intervalo de cinco minutos entre elas, sendo anotado o melhor desempenho. O teste de arremesso de medicine avalia a potência muscular de membros superiores. A execução deste consiste em três tentativas de arremessar uma bola de medicine ball de três quilogramas com as duas mãos, partindo da posição sentado, com a bola colocada na altura do peito, abaixo do queixo, com os cotovelos próximos ao corpo. O teste geralmente é realizado com o indivíduo sentado no chão, mas pode também ser com ele sentado em uma cadeira, com o avaliador sustentando-o com uma faixa elástica. 92 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA CONCLUSÃO Chegamos ao final demais uma unidade da disciplina Cineantropometria. Aqui você pôde entender melhor sobre a importância do desempenho físico em modalidades esportivas e, principalmente, como avaliar algumas variáveis desse desempenho: resistência cardiorrespiratória, força muscular e potência. UNIDADE 5 OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 93 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA • conhecer os diferentes níveis de função física e a aplicabilidade de testes para cada nível; • apresentar diferentes testes funcionais para avaliar a força muscular, o equilíbrio, a agilidade e a flexibilidade. 94 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA 5 AVALIAÇÃO FÍSICA E FUNCIONAL INTRODUÇÃO DA UNIDADE Nesta unidade, vamos conhecer os diferentes níveis de função física, suas peculiaridades e algumas baterias de testes funcionais. Em adição, conheceremos diferentes testes de campo para avaliar a força muscular, o equilíbrio, a flexibilidade e a marcha muscular. Com o processo de envelhecimento, as alterações, nos processos biológicos e fisiológicos, acarretam diminuição na força muscular, no equilíbrio, na marcha, na flexibilidade e na agilidade. Todos esses fatores influenciam diretamente a capacidade funcional dos idosos e sua qualidade de vida. A capacidade funcional, por sua vez, é a habilidade para a realização de atividades básicas e instrumentais da vida diária, que garantem independência e autonomia ao idoso. Conhecer e saber a aplicabilidade dos testes, para a avaliação da capacidade funcional, é imprescindível, para evitar futuros déficits e/ou corrigir alterações físicas previamente. 5.1 CAPACIDADE FUNCIONAL “O envelhecimento é um processo caracterizado por alterações morfológicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas que levam a uma diminuição da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio ambiente.” (SPIRDUSO, 2005, [n. p.]). Essas alterações levam a declínios na função física, aumento do risco de incapacidade física e perda de independência funcional, que, em conjunto, levam o idosos a desenvolver maior risco de hospitalização, institucionalização, quedas e morte. Entender quais são as alterações na capacidade funcional, na funcionalidade e na independência de idosos e como avaliá-lo, para, então, propor uma intervenção, é fundamental, para mitigar os efeitos do envelhecimento na pessoa idosa e, assim, garantir sua plena autonomia. 95 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 5.1.1 CONCEITO DE CAPACIDADE FUNCIONAL X FUNCIONALIDADE X INDEPENDÊNCIA Os conceitos de capacidade funcional, funcionalidade e independência muitas vezes se confundem, apesar de se integrarem de diversas formas. FIGURA 1 – CAPACIDADE FUNCIONAL DO IDOSO E SUA PARTICIPAÇÃO SOCIAL. Fonte: Plataforma Pexels (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração de quatro desenhos de idosos realizando diferentes atividades: assistindo TV e fazendo crochê, sentando conversando, jogando bingo e fazendo atividades físicas de lazer. A capacidade funcional pode ser definida como a habilidade para realizar atividades que possibilitam à pessoa cuidar de si mesmo e viver de forma independente. Além disso, pode ser dividida em dois aspectos: aspecto relacionado às Atividades Básicas da Vida Diária (ABVD); e aspectos relacionados às Atividades Instrumentais da Vida Diária (AIVD) (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2005, [n. p.]). 96 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA As ABVD são referentes ao autocuidado, como, por exemplo, tomar banho, andar pela casa, vestir-se, alimentar-se ou usar o banheiro. As AIVD são referentes às ações mais complexas, como, por exemplo, realizar trabalhos domésticos, fazer compras, usar o telefone, preparar refeições ou dirigir e usar meios de transporte coletivo. A independência é entendida como a habilidade de executar funções relacionadas à vida diária, isto é, a capacidade de viver, independentemente, na comunidade, com alguma ou nenhuma ajuda dos outros (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2005, [n. p.]). Já funcionalidade é um termo que abrange todas as funções do corpo, atividades e participação. O termo funcionalidade faz parte da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), que consiste em duas listas: uma lista de funções e estruturas do corpo e uma lista de domínios de atividade e participação (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2005). Nesse sentido, a capacidade está relacionada à capacidade de o indivíduo realizar atividades básicas e instrumentais da vida diária, a independência está relacionada ao grau de autonomia para realizar essas atividades e a funcionalidade perpassa esses dois conceitos, principalmente em relação à execução de tarefas físicas e motoras. Outros conceitos importantes que merecem destaque e que fazem parte da capacidade funcional são: Autonomia: É a habilidade “[...] de controlar, lidar e tomar decisões pessoais sobre como se deve viver diariamente, de acordo com suas próprias preferências.” (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2005, [n. p.]). 97 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Qualidade de vida: É a “[...] percepção que o indivíduo tem de sua posição na vidadentro do contexto de sua cultura e do sistema de valores que vive, e em relação a seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. É um conceito muito amplo que incorpora de uma maneira complexa a saúde física de uma pessoa, seu estado psicológico, seu nível de dependência, suas relações sociais, suas crenças e sua relação com características proeminentes no ambiente.” (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2005, [n. p.]). Expectativa de vida saudável/sem incapacidades físicas: “Enquanto a expectativa de vida ao nascer permanece uma medida importante do envelhecimento da população, o tempo de vida que as pessoas podem esperar viver sem precisar de cuidados especiais é extremamente importante para uma população em processo de envelhecimento.” (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2005, [n. p.]). 5.1.2 NÍVEIS DE FUNÇÃO FÍSICA EM IDOSOS O funcionamento físico dos idosos e do muito idosos pode ser categorizado em cinco níveis de função física: fisicamente dependente, fisicamente frágil, fisicamente independente, fisicamente condicionado e a elite física (SPIRDUSO, 2005). Embora cada nível de função física forneça descrição das capacidades individuais, essas categorias foram criadas para trazer organização sobre o entendimento da função física de idosos, em que as capacidades se diferem muito. A imagem abaixo exemplifica a diferença de massa muscular e a infiltração de gordura em dois indivíduos idosos de faixa etárias bem próximas, 70 e 74 anos. Observando a imagem, supomos que a capacidade funcional desses dois indivíduos é muito diferente: o primeiro é inativo, com grande infiltração de gordura e pouca massa muscular; o segundo, fisicamente ativo durante sua vida e conseguiu manter níveis excelentes de massa muscular. Observe a diferença visual significativa entre o homem sedentário versus atletas masters. 98 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA FIGURA 2 – EXAME DE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO QUADRÍCEPS DE UM TRIATLETA DE 70 ANOS E UM HOMEM SEDENTÁRIO DE 74 ANOS Fonte: Wroblewski et al. (2011, [n. p.]). #PraTodosVerem: a imagem representa duas fotos do corte de uma ressonância magnética do músculo da coxa. A primeira imagem é composta por pouco músculo e muita gordura. A segunda imagem é composta por grande tecido muscular. Homem sedentário de 74 anos Triatleta de 74 anos Homem sedentário de 74 anos Triatleta de 74 anos 99 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Nesse sentido, compreender os diferentes níveis de função física é fundamental para escolher os testes funcionais mais adequados para cada nível. O quadro abaixo exemplifica as capacidades físicas realizadas por cada nível. QUADRO 1 – HIERARQUIA DA FUNÇÃO FÍSICA DOS IDOSOS Grupo Atividades realizadas Elite física Esportes de competição, Olimpíadas Sênior Esportes de alto risco e potência (ex.: asa delta e levantamento de peso) Fisicamente condicionados Trabalho físico moderado Todos os esportes de resistência A maioria dos hobbies Fisicamente independentes Trabalho físico muito leve; hobbies (ex.: caminhadas, jardinagem) Atividades de baixa demanda física (ex.: golfe, dança de salão, trabalhos manuais, viagens e dirigir automóveis) Realiza todas as AIVD Fisicamente frágeis Trabalhos domésticos leves Preparo de refeição Compra de mantimentos Realiza todas as AIVD e algumas ABVD Fisicamente dependentes Não realiza algumas ou todas as ABVD: caminhar, tomar banho, vestir-se, alimentar-se se transferir Precisa de cuidados, em casa ou em instituições Fonte: Adaptado de Spirduso (2005, p. 382). Dessa forma, conhecer o nível de função física é fundamental para a escola adequada de instrumentos que consigam avaliar a sua capacidade física. Por exemplo, não faz sentido aplicar uma avaliação que verifica a execução de ABVD em uma pessoafisicamente independente, condicionado ou classificado como elite física. Da mesma forma, não faz sentido aplicar um protocolo de Blake, que se refere ao consumo de oxigênio por meio de teste de esteira, em uma pessoa fisicamente dependente, que não consegue tomar banho sem assistência. 100 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA Nesse sentido, é fundamental a avaliação da capacidade, independentemente do seu nível de função física, pois a avaliação se torna necessária para: a. predizer se o indivíduo está sob risco de se tornar funcionalmente dependente e quais devem ser os cuidados para mitigar ou reverter esse estado; b. estender a expectativa de vida quanto for possível; c. fornecer uma base de função pela qual a efetividade de programas de prevenção e reabilitação possa ser avaliada. No próximo tópico, iremos discorrer sobre baterias de testes de desempenho. 5.1.3 BATERIA DE TESTES Algumas baterias de testes funcionais são amplamente utilizadas e aplicadas para a avaliação da função físic. Essas baterias são compostas por testes que podem ser realizados em campo, com pouco ou nenhum material. Alguns exemplos são: Short Physical Performance Battery (SPPB): A SPPB é um instrumento prático e eficaz para a avaliação do desempenho físico e o rastreamento de riscos futuros de incapacidades (NAKANO, 2007) . Senior Fitness Test (SFT): o SFT é uma bateria de testes criada para avaliar a aptidão física (RIKLI; JONES, 2011). American Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance (AAHPERD): A AAHPERDé uma bateria utilizada para a avaliação da aptidão funcional, composta de cinco testes físicos, e avalia os componentes da aptidão funcional: agilidade/equilíbrio dinâmico; coordenação; flexibilidade de membros inferiores; força dos membros superiores; resistência aeróbia geral; e habilidade de andar. 101 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A bateria de testes usualmente mais utilizada por pesquisadores na área da saúde é a Senior Fitness Test (SFT) de Rikli e Jones (2001). A bateria é composta pelos testes de levantar e sentar da cadeira, teste de flexão de antebraço, teste de sentar e alcançar, teste Timed Up and Go (TUG), teste de alcançar atrás das costas e caminhada de seis minutos. A bateria motora STF é extremamente utilizada na literatura nacional e internacional, pois é uma bateria de fácil aplicação e de baixo custo; e possui valores normativos para a população brasileira. Outro ponto importante é que a SFT é composta por testes que verificam capacidades físicas essenciais para a manutenção da saúde, como força de membros inferiores, agilidade, equilíbrio e velocidade da marcha. A seguir, cada teste da bateria será apresentado e descrito. Teste de flexão de antebraço: “O teste de flexão de antebraço avalia a força e resistência do membro superior. O participante inicia o teste na posição sentada e segura um halter (2kg para mulheres e 4 kg para homens) com o braço estendido perto da cadeira e perpendicular ao chão. Ao sinal, o participante gira sua palma para cima enquanto flexiona o braço em amplitude total de movimento e então retorna o braço para uma posição completamente estendida. Na posição inicial, o peso deve retornar para a posição de empunhadura de aperto de mão. O avaliado é encorajado a executar tantas repetições quanto possível em 30 segundos. O número total de flexões corretas é anotado.” (RIKLI; JONES, 2011, [n. p.]). 102 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA Teste sentar e alcançar: O teste sentar e alcançar avalia a flexibilidade dos membros inferiores. O participante é orientado a encostar na cadeira somente o glúteo, manter uma perna flexionada, com o pé no chão e os joelhos paralelos, voltados para frente. A outra perda deverá ser estendidaà frente do quadril, com o calcanhar no chão e com dorsiflexão plantar a aproximadamente 90º. Com a perna estendida, o participante deverá se inclinar lentamente para a frente, mantendo a coluna o mais ereta possível e a cabeça alinhada à coluna (RIKLI; JONES, 2011). Teste TUG: O teste TUG avalia a mobilidade funcional e equilíbrio dinâmico. O protocolo consiste no voluntário se levantar de uma cadeira, caminhar até uma linha no chão a 2,44 metros de distância, virar, voltar pelo mesmo percurso e sentar na cadeira novamente, em um ritmo confortável e seguro. O tempo em segundos gastos para completar o teste é registrado (PODSIADLO; RICHARDSON, 1991). Teste alcançar atrás das costas: O teste alcançar atrás das costas avalia a flexibilidade dos membros superiores. Em pé, o participante coloca a mão de preferência sobre o mesmo ombro, com a palma aberta e os dedos estendidos, alcança o meio das costas tanto quanto possível. A mão do outro braço será colocada atrás das costas e irá tentar tocar ou sobrepor os dedos médios estendidos de ambas as mãos (RIKLI; JONES, 2011). Teste de caminhada de seis minutos: O teste de caminhada de seis minutos avalia a capacidade cardiorrespiratória do indivíduo. O participante é instruído a caminhar, por seis minutos, a maior distância possível, em terreno plano, em velocidade habitual. Ao final dos seis minutos, o avaliador mede a distância total percorrida (RIKLI; JONES, 2011). 103 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 3 – ALONGAMENTO DE MEMBROS INFERIORES Fonte: Plataforma Pexels (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de um senhor de cabelo branco sentado no chão, com pernas e braços estendidos e com as mãos em direção aos pés. 5.2 TESTES FUNCIONAIS 5.2.1 TESTES DE FORÇA DE MEMBROS INFERIORES E SUPERIORES A força de membros superiores é crucial para a execução das AVD, como carregar mantimentos, levantar uma mala, realizar tarefas domésticas e pegar netos. Além disso, os indivíduos que realizavam mais atividades físicas diárias (trabalhos de casa, caminhar e jardinagem) mantêm maiores níveis de força, o que contribui para a independência física e funcional dessas pessoas (LANCHA JUNIOR; LANCHA, 2016). A deterioração, em qualquer uma das funções do braço, mas principalmente naquelas que envolvem a flexão do cotovelo, pode causar incapacidade de realizar AVD. Dessa forma, é fundamental identificar declínios relacionados à idade na força e resistência dos músculos do braço, para o rastreamento de possíveis declínios na capacidade funcional. 104 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA A maioria dos testes de membros superiores inclui componentes de força e resistência. O American College of Sports Medicine sugere protocolos de força isotônico de 1 Repetição Máxima (1RM) e 6 a 8RM, utilizando máquinas e pesos livres. No entanto, esse método carece de portabilidade e pode ser inadequado com alguns grupos de idosos funcionalmente limitados. Sendo assim, outros testes podem ser utilizados para a aferição da força, como a flexão de antebraço por 30 segundos e a força de preensão manual (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICE, 2009). FIGURA 4 – FORÇA DE MEMBROS SUPERIORES Fonte: Plataforma Pexels (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de um homem idoso segurando pesos. Teste de 1RM: O teste se constitui pela maior carga que pode ser movida por uma amplitude de movimento, sendo feita uma única vez e por meio da execução correta. Ele é um dos principais guias, para prescrever o treinamento resistido, tendo em vista cada objetivo, além disso, ele tem ampla aplicação na investigação científica, para se determinar os níveis de força das pessoas em pré e pós-treinamento. No entanto, alguns autores ressaltam a contraindicação do teste de 1RM à população idosa, assim como a crianças e a cardiopatas e sugerem dezenas de fórmulas indiretas, para a determinação do seu valor, sem a necessidade de realização do esforço máximo. 105 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Teste de preensão manual: Entre todos os testes de função muscular, a mensuração da força de preensão manual tem ganhado destaque como um instrumento para mensuração de força de membros superiores simples e não invasivos, bem adequado para uso clínico. Como mensurar a força de preensão manual: A força de membros superiores deve ser avaliada por meio do dinamômetro de preensão manual, com escala de medida variando de zero a 100 quilogramas força (kgf). O teste deve ser realizado com o sujeito em posição sentada, com o ombro levemente aduzido, cotovelo posicionado a 90° de flexão e antebraço e punho em posição neutra. Após o posicionamento, devem ser realizados três movimentos máximos de preensão, com um minuto de intervalo de recuperação, sendo utilizada a média das três tentativas (FERNANDES; MARINS, 2011, [n. p.]). Teste de flexão de cotovelo: A explicação da realização desse teste foi realizada no tópico anterior. Membros inferiores: A manutenção da integridade muscular dos membros inferiores é importante, para prevenir e retardar o aparecimento de incapacidade, fragilidade física e dependência; e está associada à deterioração de variáveis de desempenho, como marcha, subir escadas, levantar de uma cadeira e equilíbrio. Os principais testes utilizados, para verificar a força de membros inferiores, são: teste de 1RM e 6 a 8RM, teste de sentar e levantar da cadeira cinco vezes em 30 segundos e teste de flexão e extensão de joelho no dinamômetro isocinético. 106 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA Outros testes incluem: • dinamômetro portátil; • célula de carga: força isométrica máxima e taxa de desenvolvimento de força; • teste muscular manual: por meio da escala de graduação; • teste de 1RM; • teste de 10RM. 5.2.2 TESTES DE AGILIDADE E EQUILÍBRIO As alterações do equilíbrio, da postura e da locomoção levam a importantes limitações na realização das AVD, sendo as principais causas de queda. As quedas são a principal causa de morbidade e mortalidade em idosos, por exemplo. Aproximadamente uma em cada três pessoas da comunidade com 65 anos ou mais cairá, pelo menos, uma vez por ano; e o risco de queda aumenta com a idade. FIGURA 5 – COMUNIDADE COM 65 ANOS Fonte: Plataforma Pexels (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a foto de uma mulher idosa sob uma perna só. 107 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Dessa forma, é essencial avaliar a agilidade e o equilíbrio da população, principalmente de idosos. O equilíbrio pode ser definido como a capacidade de manter a posição do corpo sobre sua base, seja essa base estacionária ou móvel. Diversas escalas são utilizadas para a avaliação funcional do equilíbrio, como a Performance Oriented Mobility Assessment (POMA), o Balance Evaluation Systems Test (BESTest), a Short Physical Performance Battery (SPPB) e a Berg Balance Scale (BBS). Esses instrumentos avaliam diferentes tarefas de controle postural, incluindo estratégias sensoriais, estabilidade, alinhamento postural e ajustes posturais antecipatórios. • TUG: avalia a mobilidade funcional e o equilíbrio dinâmico. A descrição do protocolo de avaliação desse teste foi apresentada anteriormente. Entretanto, podemos adicionar que a realização do teste em um tempo mais rápido indica um melhor desempenho funcional e a pontuação de ≥13,5 segundos é usada como ponto de corte, para identificar aqueles com maior risco de quedas no ambiente comunitário. No entanto, os valores de limiar relatados variam de 10 a 33 segundos na literatura. • Berg Balance Scale (BBS):A escala de equilíbrio de Berg foi desenvolvida em 1989, para mensurar o equilíbrio. A escala é composta por 14 itens, pontuados de zero a quatro, que são somados para um escore total entre zero e 56, em que uma pontuação mais alta indica melhor equilíbrio. Os itens variam em dificuldade – desde sentar em uma cadeira até ficar de pé em uma perna. A escala de equilíbrio de Berg leva aproximadamente 10 a 15 minutos para ser concluída. Requer uma cadeira, um cronômetro, uma régua e um degrau. • Tinetti Performance Oriented Mobility Assessment (POMA): O POMA é uma medida clínica amplamente utilizada, que fornece uma visão sobre as anormalidades no equilíbrio e na march;, e que tem a capacidade de prever o risco de queda. 108 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA Para saber mais sobre a bateria POMA, leia o artigo: “Aplicação do teste de Poma para avaliar risco de quedas em idosos” (LIMA; FARENSENA, 2005), disponível no link: https://cdn.publisher.gn1.link/ ggaging.com/pdf/v6n2a11.pdf. 5.2.3 TESTES DE FLEXIBILIDADE Flexibilidade pode ser definida como a máxima variação da Amplitude De Movimento (ADM) de uma ou de várias articulações, sendo também definida como a relação entre a alteração do comprimento e da tensão do músculo, quando este é passivamente alongado. Em geral, a flexibilidade é maior na mulher do que no homem, ao longo de toda vida, e atinge o auge aos 10 anos e diminui ao longo da vida. A flexibilidade pode ser aferida de diversas formas: • teste do terceiro dedo solo; • teste de flexibilidade global; • índice de Stibor (flexibilidade da coluna vertebral); • avaliação da flexibilidade geral no banco de Wells; • teste de flexibilidade de isquiotibiais; • teste de alcançar atrás das costas; • teste de flexibilidade de membros inferiores (teste de sentar e alcançar). A marcha é caracterizada por uma sequência de movimentos, que permite o deslocamento do homem de um local ao outro. Pode-se considerar que uma das características mais evidentes do envelhecimento se refere à velocidade da caminhada das pessoas idosas. O processo de envelhecimento faz com que haja uma resposta mais lenta a estímulos e, dessa forma, os idosos planejam e executam os movimentos coordenados da marcha mais lentamente, refletindo uma velocidade de caminhada mais lenta. https://cdn.publisher.gn1.link/ggaging.com/pdf/v6n2a11.pdf https://cdn.publisher.gn1.link/ggaging.com/pdf/v6n2a11.pdf 109 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 É importante destacar que a velocidade da marcha tem sido destacada como uma ferramenta de triagem potencialmente adequada para a identificação precoce de indivíduos com risco aumentado de queda. Tanto a baixa quanto a alta velocidade da marcha se associam a quedas. A alta velocidade da marcha está associada a quedas ao ar livre e a níveis mais altos de atividade; e a baixa velocidade da marcha está associada a quedas em ambientes fechados e declínio na saúde (KYRDALEN et al., 2019). Diversos protocolos de velocidade da marcha são utilizados. Entre os mais comuns, estão: • velocidade de marcha usual de quatro metros; • teste de velocidade máxima da marcha de 10 metros; • velocidade da marcha usual e máxima com dupla tarefa – cálculo da dupla tarefa. A lentidão na marcha em dupla tarefa, também conhecida como custo de dupla tarefa, pode ser interpretada como o aumento do custo de envolvimentos dos processos de atenção cortical, durante a caminhada; e podem levar ao aumento do risco de quedas. Independentemente do tamanho do percurso (quatro ou 10 metros), o teste sempre deve ser realizado com dois metros de aceleração e desaceleração. Por exemplo, se o teste de velocidade da marcha de quatro metros for realizado, o procedimento será o seguinte: o indivíduo percorrerá, em linha reta, um percurso de oito metros, havendo cones, demarcando o ponto inicial e final; será cronometrado o tempo percorrido nos quatro metros intermediários; o indivíduo será orientado a caminhar de um cone ao outro na sua velocidade usual, como se estivesse caminhando normalmente na rua. 110 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA CONCLUSÃO Nesta unidade, aprendemos sobre conceitos importantes de capacidade funcional, independência e funcionalidade; e sobre instrumentos para avaliação das aptidões físicas que envolvem a função física. A capacidade funcional é um conceito importante, visto o aumento do número de indivíduos com incapacidades físicas. O envelhecimento populacional é um fenômeno generalizado e sem precedentes em quase todos os países, independentemente do seu desenvolvimento. Nesse sentido, compreender as mudanças relacionadas à idade fisiológica e suas consequências é essencial, para o desenvolvimento de estratégias para o cuidado da saúde da população. Além disso, é essencial entender e compreender quais são os testes físicos que podem ser aplicados nessa população. Ao final desta unidade, pôde-se identificar e ser capaz de aplicar diferentes baterias de testes funcionais ou testes específicos para avaliação de uma valência física. OBJETIVO Ao final desta unidade, esperamos que possa: 111 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA UNIDADE 6 • interpretar os dados obtidos por meio das medidas e das avaliações; • compreender como realizar a aplicabilidade dos resultados obtidos. . 112 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA 6 APLICANDO OS DADOS OBTIDOS INTRODUÇÃO DA UNIDADE Nesta unidade, abordaremos a aplicação dos dados obtidos nas avaliações cineantropométricas. Afinal, de nada adianta avaliarmos, se não soubermos colocar em prática os dados coletados. Estudaremos sobre a aplicabilidade das medidas e avaliações em cineatropometria, com foco na coleta, na organização e na análise dos dados obtidos. 6.1 APLICABILIDADE DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES Sabemos que não é de hoje que o ato de medir e estimar, a fim de antever resultados e possibilidades de rendimento, está inserido na rotina do profissional de educação física. Todavia, quando o assunto em debate é a cineantropometria, não é somente a medida estática o foco da análise, mas há também espaço para o componente dinâmico ou cinemático atrelado ao movimento corporal. De forma geral, a cineantropometria é uma área científica emergente da antropometria, que estuda especificamente a forma, a dimensão e a proporção do corpo humano. 113 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Uma vez aplicada na área da educação física, como instrumento de trabalho, a cineantropometria engloba, por exemplo, as medidas de composição corporal, a maturação e o desenvolvimento do corpo em relação ao seu crescimento, assim como o engajamento em diferentes desportos. Diante disso, qual é o “melhor” método de avaliação, a fim de otimizar o desempenho físico? O “melhor” parâmetro é aquele que é o mais adequado para responder aos propósitos da investigação, levando em consideração a especificidade da amostra. Da saúde à doença, do esporte à escola, eis uma gama de possibilidades de prática profissional que você, futuro profissional de Educação Física, poderá se aventurar, tendo como base esse horizonte formativo da cineantropometria. E o que também se faz importante é: como aplicar as avaliações e as medidas encontradas? A avaliação cineantropométrica é um dos conteúdos contemplados na formação do profissional de educação física, pois, no final das contas, tanto na escola, quanto na academia, avaliar o crescimento e o desenvolvimento ou o desempenho físico faz parte da rotina doprofessor de educação física ou poderia agregar na sua prática profissional. Em termos práticos, o que muda é o foco que a avaliação cineantropométrica acaba recebendo, a fim de adaptar os meios aos fins almejados, tendo em vista as limitações e facilidades do ambiente em que o protocolo será conduzido. É claro que a educação física escolar não está a serviço do rendimento desportivo; porém, visa a avaliar o estado nutricional dos alunos, a fim de dar feedback à gestão escolar e aos pais ou responsáveis. Já nas academias, nos clubes e nos centros de reabilitação, nos quais a avaliação cineantropométrica é a porta de entrada para iniciar a prática de exercícios físicos, faz-se necessário conduzir a avaliação física antes, durante e após um determinado programa de intervenção. 114 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA 6.1.1 ORGANIZAÇÃO DOS DADOS Após coletarmos os dados brutos em uma avaliação, é preciso organizá-los e apresentá-los de maneira correta e adequada, para serem, depois, analisados e para se realizar a conclusão. Organizar os dados deve ser realizado por meio de critérios de classificação, sendo em ordem alfabética, nos casos de dados qualitativos; ou em ordem crescente, nos casos de dados quantitativos. Para facilitar a análise, é importante dispor corretamente os dados. Isso também inibirá que o erro aconteça ou que algum dado não seja considerado. Depois de organizados, os dados precisam ser apresentados em forma de gráficos, tabelas ou até mesmo de histogramas, pois, dessa forma, ficarão mais evidentes para análise. Os dados quantitativos, por exemplo, permitem a análise por meio de medidas descritivas que constituem uma síntese das características analisadas. Os principais exemplos dessas medidas são as médias e as medidas de dispersão. Estas correspondem a uma maneira generalizada de notar o conjunto de elementos como um todo, classificando- os descritivamente quando possível. 6.1.2 ANÁLISE DOS DADOS As médias são as medidas de tendência central mais populares para representar e analisar dados quantitativos. Entretanto, vale destacar que existem diferentes tipos de média, como a média aritmética simples, a média aritmética ponderada, a média harmônica e a média geométrica (DANCEY; REIDY; ROWE, 2017). Embora seja amplamente utilizada, a média é uma medida de tendência central que, por uniformizar os valores de um conjunto de observações, não representa bem os conjuntos de valores extremos, ou seja, com valores muito 115 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 altos ou muito baixos. A média aritmética é a medida de tendência central mais frequente e popular nas representações de um conjunto de observações. A média simples de um conjunto de observações corresponde à soma de todos os dados da amostra, dividida pelo número de elementos da amostra, conforme demonstra a fórmula a seguir. Média=Soma dos dados (valores observados) / Número total de observações Veja um exemplo prático: a partir da Tabela 1, calcule a média aritmética da massa corporal dos estudantes de enfermagem de uma faculdade. TABELA 1 – MASSA CORPORAL DOS ESTUDANTES DE UMA TURMA DO ENSINO MÉDIO DE UM COLÉGIO ESTADUAL Alunos (massa corporal) Frequência 45 2 50 2 78 2 80 1 85 1 Total 8 Fonte: Elaborada pelo autor (2022). • Resolução: 6.1.3 RESULTADOS Neste tópico, aprenderemos como podemos representar as informações obtidas de determinado banco de dados (que pode ser de seus futuros clientes/alunos), identificando quando podemos utilizar tabelas e/ou gráficos para representar os seus achados. É de extrema importância ficar atento aos conceitos, porque, por meio deles, podemos compreender melhor a 116 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA apresentação de tabelas e gráficos encontrados em jornais, revistas, artigos e outros, podendo, assim, analisar e interpretar as informações transmitidas. Tabulação e organização: É comum, no universo das avaliações, que os profissionais, em sua maioria, não destinem muito tempo e muita atenção para o processo de tabulação e organização dos dados. Tabelas: Uma das melhores formas de organizar e apresentar os dados coletados é por meio de tabelas, embora, em inúmeras vezes, as tabelas não sejam utilizadas da maneira adequada. As tabelas podem ser definidas como: quadros (sem que se fechem por completo as linhas e as colunas, pois, caso contrário, seria uma grade), organizados em formas de linhas e colunas, que procuram, de forma clara e simples, expor alguma informação. Veja um exemplo na Tabela 1, apresentada anteriormente. Outra forma de representação de resultados muito famosa corresponde aos gráficos, que são representações visuais, cuja finalidade é a representação de dados quantitativos ou qualitativos de determinada amostragem, possuindo uma aplicação variada no cenário científico e na sociedade como um todo. A apresentação dos resultados de um banco de dados por meio de gráficos é considerada uma forma complementar e importante da apresentação tabular. Quando comparados às tabelas, os gráficos apresentam as mesmas informações, mas de uma maneira mais simples, clara e dinâmica, promovendo uma rápida visualização das distribuições dos valores ou da frequência. 117 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Dessa forma, é de suma importância que a apresentação dos resultados apresente uma ordem básica, para que os dados apresentados sejam relevantes. Primeiro ponto: um gráfico não deve conter informações e traços desnecessários. Essa estratégia é muito útil para minimizar o excesso de informações. Segundo: o gráfico deve representar, de forma correta e adequada, os dados estatísticos do fenômeno investigado. Por fim, um gráfico deve expressar informações verídicas a respeito do fenômeno estudado. Além disso, todo gráfico deve possuir um título e uma escala, para que seus valores sejam interpretados corretamente. O gráfico de linhas tem como objetivo apresentar as tendências e os progressos ao longo de determinado tempo. Esse tipo de gráfico é muito utilizado quando se quer representar séries temporais que cobrem grande período. Assim, o gráfico de linhas pode ser mais adequado para apresentação de dados contínuos e que possuem diferentes categorias. O gráfico de linhas pode ser usado para mostrar a evolução de crescimento físico dos alunos, por exemplo. Veja, abaixo, alguns exemplos de gráficos. FIGURA 1 – MODELOS DE GRÁFICOS Fonte: Freepik (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração de diferentes modelos de gráficos. 118 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA O gráfico em colunas visa a representar uma série estatística por meio de retângulos organizados em colunas verticais. Vale destacar que esse tipo de representação chama mais atenção, uma vez que as colunas verticais podem ter grande espessura, sem que se perca a precisão na leitura e na interpretação dos dados. O gráfico em barras apresenta características semelhantes às do gráfico de colunas, mas a principal diferença se refere à disposição das barras, que devem estar na horizontal, no gráfico de barras. O gráfico de barras é mais adequado para o realce da variação (mínimo e máximo) de duas ou mais variáveis no eixo vertical. O gráfico em setores, conhecido popularmente como gráfico de pizza, possui simples representação dos dados, além de ser claro e objetivo, uma vez que representa uma série estatística em um círculo por meio de setores com ângulos centrais proporcionais às frequências observadas. Esse gráfico apresenta mais de uma função, podendo representar tanto frequênciasabsolutas, como também percentuais. Esse tipo de gráfico é representado, em sua maioria, em séries geográficas e específicas e em categorias em nível nominal, desde que não apresentem muitas categorias (no máximo sete). 6.2 APLICAÇÃO DOS RESULTADOS Após realizada a coleta dos dados, por meio de avaliações corporais (sejam físicas ou fisiológicas), é necessário compreender os valores de referência de cada variável (caso haja) e, é claro, saber o que fazer com os dados coletados. 6.2.1 VALORES DE REFERÊNCIA Os valores de referência, ou intervalos de referência, compreendem indicadores que servem para apontar níveis de determinada condição esperada dentro de uma análise. Por exemplo, para que possamos indicar os níveis positivos de crescimento de uma criança, em uma determinada idade, há valores de referência da maioria da população mundial (ou mesmo brasileira), da mesma idade dessa criança. Outro exemplo são valores de referência para exames laboratoriais, para o Índice de Massa Corporal (IMC), o peso, a Relação Cintura Quadril (RCQ), as dobras cutâneas, a força muscular, a potência muscular, a flexibilidade etc. 119 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 FIGURA 3 – PESO CORPORAL Fonte: Pixabay (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração dos valores de referência para o índice de massa corporal. Determinar-se o valor de referência por meio de uma média verificada dentro de uma amostra populacional considerada saudável, geralmente mundial, mas há também valores de referência para cada país, como o Brasil. Dos resultados dessa amostragem, obtêm-se os números dessa média, correspondendo ao valor de referência. 120 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA Os valores de referência são utilizados na indicação das faixas de normalidade esperadas para o resultado de avaliação de diferentes variáveis 6.2.2 PLANO DE AÇÃO - O QUE FAZER COM OS DADOS OBTIDOS Na cineantropometria, há a avaliação de muitas variáveis; e precisamos saber o que fazer com os dados obtidos, principalmente após organizarmos e analisarmos. As variáveis da aptidão física, por exemplo, são recorrentemente avaliadas. A aptidão física voltada à saúde se refere à complexa relação de adaptação fisiológica à necessidade que cada um de nós tem para exercer nossas tarefas diariamente. Isso significa que a aptidão física não está relacionada apenas à capacidade/habilidade/potencialidade de exercer determinadas tarefas. Para melhor compreender as relações da aptidão física relacionadas à saúde, há dois objetivos bastante claros: • desenvolver capacidade, habilidade e potencialidade de realizar tarefas necessárias e presentes no cotidiano; • demonstrar traços e capacidades associados ao baixo desenvolvimento de distúrbios orgânicos que podem ser provocados por baixa ou nenhuma realização de atividade física. 121 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 A aptidão física está relacionada aos componentes que estão diretamente ligados ao bem-estar obtido por meio da atividade física A aptidão física está relacionada a quatro dimensões corporais: a dimensão morfológica, a dimensão funcional-motora, a dimensão fisiológica e a dimensão corporal. Cada uma dessas dimensões engloba componentes que estão relacionados ao estado de bem-estar e à capacidade/habilidade/ potencialidade de exercer tarefas cotidianas. Os diferentes componentes são indissociáveis para atingir o estado de bem- estar e, muitas vezes, estão diretamente relacionados. Ou seja, as alterações, na dimensão morfológica, como a obesidade, por exemplo, podem provocar alterações na função cardiorrespiratória, na pressão sanguínea e, por consequência, na tolerância ao estresse. Portanto, é importante destacar que o corpo humano não deve ser visto de forma dicotomizada, em que o privilégio de uma dimensão sustentaria as demais. A dimensão morfológica é composta pela composição corporal e pela distribuição da gordura corporal. Em tese, a composição corporal é obtida pelo fracionamento do peso corporal a partir de quatro elementos – gordura, ossos, músculos e resíduos – e pode ser definida como a proporção entre a massa corporal magra e a gorda (GALLAHUE; OZMUN, 2013). Os valores, para a composição corporal, são obtidos, em grande parte das vezes, por meio da razão entre as variáveis de altura e do peso corporal, isto é, o IMC (IMC = kg/ m²). 122 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA FIGURA 3 – VALORES DE REFERÊNCIA PARA O IMC Fonte: Wikimedia Commons (2021). #PraTodosVerem: a imagem representa a ilustração de uma balança e de uma fita métrica. Por sua vez, a distribuição da gordura corporal compreende a prevalência de tecidos adiposos em determinadas zonas corporais, como, por exemplo, a incidência de gordura no abdome, nos braços (gordura subcutânea) ou nos órgãos, como o coração e o fígado (gordura visceral). Já é bastante conhecido que o excesso de gordura corporal compromete a saúde e pode ocasionar o desenvolvimento de diversas doenças, entre as quais se destacam as doenças coronarianas, como a insuficiência cardíaca; o acidente vascular cerebral; a elevação da pressão arterial sistólica; a elevação dos níveis de colesterol; a intolerância à glicose; e a presença de hipertrofia ventricular esquerda. 123 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 Muitas dessas doenças citadas, como a obesidade e a insuficiência cardíaca, se não forem tratadas, e não tiverem seus quadros revertidos, são associadas à mortalidade. A obesidade e o excesso de gordura corporal estão diretamente relacionados às dietas hipercalóricas e à falta de atividade física cotidiana. Ou seja, o tecido adiposo, em muitos dos casos de excesso, está relacionado a uma ingestão de calorias maior do que o dispêndio energético diário. Nessa perspectiva, aliados ao consumo de uma alimentação balanceada, as atividades físicas e os programas de treinamento demonstram ser muito efetivos no controle e na diminuição de peso e de gordura corporal, possibilitando uma vida saudável. A dimensão funcional-motora envolve as capacidades de consumo máximo de oxigênio, de força, de resistência muscular e de flexibilidade. O consumo máximo de oxigênio (VO2 max) é a capacidade máxima que cada indivíduo tem de captar, de transportar e de metabolizar o oxigênio no corpo humano (WILMORE; COSTILL; KENNY, 2015). A força pode ser entendida como o esforço que os músculos exercem sobre uma massa, resultando movimento, cessação do movimento ou resistência em relação a um corpo. A resistência muscular se trata da capacidade do músculo ou de um grupo de músculos de realizar um trabalho de forma repetida, contra uma resistência moderada. Flexibilidade: A flexibilidade consiste na capacidade das várias articulações do corpo de ir até o fim da sua amplitude de movimento (GALLAHUE; OZMUN, 2013). Atividades diárias: Essas capacidades, como podemos imaginar, são necessárias para realizar as inúmeras atividades diárias, como trabalhar, utilizar o transporte público, vestir-se ou realizar compras, por exemplo. 124 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA Com o passar dos anos, a ausência de atividades físicas resulta um declínio gradual dessas capacidades e, consequentemente, a perda de tempo de reação, de equilíbrio e, inclusive, de caminhar. Nesse aspecto, as atividades físicas, sobretudo as que são realizadas por meio de exercícios físicos, são fundamentais para a manutenção dessas capacidades. A dimensão fisiológica envolve a pressão sanguínea, a tolerânciaà glicose e a sensibilidade à insulina, a oxidação de substratos e dos níveis de lipídeos sanguíneos e o perfil de lipoproteínas. A pressão sanguínea é resultante da interação entre o trabalho do músculo cardíaco e a elasticidade dos vasos sanguíneos. A tolerância à glicose e a sensibilidade insulínica correspondem ao transporte de moléculas de glicose para o interior das membranas celulares. A oxidação de substratos se refere à metabolização de substratos energéticos, em especial os lipídeos e os carboidratos, com vistas à sua transformação em energia pelas células. Esse fator está ligado aos níveis de lipídeos sanguíneos e ao perfil de lipoproteínas, que, por sua vez, estão relacionados aos acúmulos de gordura corporal. As taxas inadequadas dessas variáveis podem levar a consequências negativas sobre a saúde dos indivíduos, como problemas relacionados a aterosclerose, hipertensão, diabetes melito e maior acúmulo de gordura corporal no abdome e no quadril. Dessa forma, os programas voltados à atividade física têm se mostrado eficientes quanto à manutenção e à promoção da saúde, impedindo a variação negativa desses indicadores e até mesmo a reversão de índices negativos. A dimensão comportamental envolve a tolerância ao estresse, que pode ser entendido como a reação do organismo, com componentes físicos e/ou psicológicos, causada por alterações psicofisiológicas que ocorrem quando uma pessoa se confronta com uma situação que, de um modo ou de 125 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 outro, irrite-a, amedronte-a, excite-a ou a confunda, ou mesmo que a faça imensamente feliz. FIGURA 4 – ESTRESSE Fonte: Freepik (2022). #PraTodosVerem: a imagem representa uma trabalhadora massageando a ponte nasal na mesa de trabalho do escritório. Ela parece exausta e estressada com o dia de trabalho. Esses sintomas estão relacionados às incidências de risco de doenças cardíacas. Indivíduos estressados têm maior facilidade em aderir a hábitos de vida prejudiciais à saúde, como o uso de drogas, o excesso de consumo de bebidas alcoólicas e a ingestão exagerada de alimentos. Nessa perspectiva, a atividade física regular pode contribuir com a diminuição de níveis de estresse, uma vez que, ao se exercitar, o organismo produz hormônios capazes de produzir uma sensação de relaxamento e de bem-estar. Além disso, a atividade física pressupõe uma mudança nos hábitos, sobretudo quando orientada por um profissional e praticada em contextos sociais que adotam hábitos saudáveis. Assim, podemos reconhecer que a avaliação exerce um papel fundamental na busca e na manutenção da aptidão física em suas diversas dimensões e componentes; e que é essencial aos cuidados para a saúde dos avaliados. Evidentemente, nem todas essas variáveis são bastante visíveis, tendo a atenção dos setores da saúde e do próprio indivíduo somente quando apresentam 126 MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CINEANTROPOMETRIA sinais e sintomas muito evidentes, já necessitando de uma intervenção, como é o caso da hipertensão, por exemplo. Nesse sentido, o profissional de educação física deve entender: Qual é o papel do profissional de educação física? É a promoção da saúde e a prevenção de doenças, incentivando os indivíduos, desde muito cedo, a terem hábitos saudáveis e a se engajarem em atividades físicas e em programas de exercícios físicos, sendo a avaliação o primeiro passo para a concretização desses processos. Como promover o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas? As ações, quando conduzidas de modo que respeitem as individualidades e atendam às necessidades de cada pessoa, contribuem para a condução dos sujeitos a uma vida de pleno estado de bem-estar e de qualidade. 6.2.3 QUANDO REALIZAR A REAVALIAÇÃO? Na cineantropometria, a reavaliação se faz necessária sempre que um indivíduo aparentar melhorias físicas e fisiológicas e/ou quando desejamos conhecer seu estado de saúde física, no momento. Com a reavaliação física, é possível mensurar e detectar o estágio de condicionamento desse indivíduo e suas capacidades físicas atuais, além de verificar se a intervenção com exercício físico está surgindo efeitos no indivíduo. De forma geral, uma reavaliação pode ser realizada a qualquer momento e sempre que o profissional achar necessário. Não adianta fazer reavaliações o tempo todo, sem que o organismo do indivíduo tenha tempo suficiente de ter ganhos. 127 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 CONCLUSÃO Chegamos ao final de mais uma unidade da disciplina Cineantropometria. Aqui, você pôde entender melhor sobre a importância de saber como organizar os dados coletados em uma avaliação. Além disso, foi importante compreendermos quando realizamos uma reavaliação. Nesta disciplina, foi possível estudarmos a definição de cineantropometria; e as medidas e avaliações utilizadas nessa área. Vimos algumas modalidades de avaliação, além de sua validade, de erros de medidas e de valores de referência. Compreendemos o crescimento físico, os recursos utilizados na avaliação do crescimento físico, as medidas e suas análises, além de referenciais normativos, tão importantes para a atuação na cineantropometria. Estudamos sobre maturação biológica, idade cronológica x idade biológica, medidas para estimar idade biológica, testes físicos utilizados para acompanhamento do desempenho motor, medidas antropométricas, como altura, massa e IMC. Também aprofundamos o conhecimento sobre diâmetros, comprimentos, perímetros, dobras cutâneas, medidas de composição corporal, técnicas de medida e equações preditivas, Em um outro momento, estudamos sobre a capacidade física nas diferentes modalidades esportivas, a importância da avaliação do desempenho físico em atletas, os testes diretos e indiretos e como e o que avaliar em atletas. Testes de resistência cardiorrespiratória, força/resistência, potência, capacidade funcional, níveis de função física em idosos, bateria de testes, testes funcionais, testes de força de membros inferiores e superiores, de agilidade e equilíbrio e de flexibilidade foram abordados também. Por fim, compreendemos melhor sobre a aplicabilidade das medidas e das avaliações, a organização dos dados, a análise dos dados e a aplicação dos resultados. 128 CINEANTROPOMETRIA MULTIVIX EAD Credenciada pela portaria MEC nº 767, de 22/06/2017, Publicada no D.O.U em 23/06/2017 REFERÊNCIAS AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICE. Exercise and physical activity for older adults. Medi- cine and Science in Sports and Exercise, v. 41, n. 7, 2009. p. 1510-1530. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Avaliação da aptidão física relacionada à saúde. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007. BEUNEN, G.; BORMS, J. Kinanthropometry: Roots, developments and future. Journal of Sports Sciences, v. 8, n. 1, p. 1-15, 1990. BOMPA, T. D.; HAFF, G. G. Teoria e metodologia do treinamento: periodização. 5. ed. São Paulo: Phorte, 2012. BÖHME, M. T. S. (Org.). Avaliação do desempenho em educação física e esporte. Barueri: Manole, 2018. BÖHME, M. T. S. (Org.). Avaliação do desempenho em educação física e esporte. 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EAD.MULTIVIX.EDU.BR CONHEÇA TAMBÉM NOSSOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA NAS ÁREAS DE: SAÚDE • EDUCAÇÃO • DIREITO • GESTÃO E NEGÓCIOS Movimento do corpo Tipos de testes Flexão de braço Teste de ergoespirometria Avaliação Avaliação Escolha Medição do tempo Formas de medição Figura 1 – Crescimento físico Figura 2 – Altura Figura 3 – Turma de crianças Figura 4 – Anamnese Figura 5 – Desenvolvimento humano Figura 6 – Desenvolvimento musculoesquelético do bebê Figura 7 – Primeira infância Figura 8 – Segunda infância Figura 9 – Final da adolescência Figura 10 – Maturação dental Figura 11 – Criança pulando Figura 1 – Avaliação corporal Figura 2 – Estatura Figura 3 – Balança Figura 4 – Gordural corporal e fatores de risco Figura 5 – Estrutura óssea Figura 7 – Homem Vitruviano – medidas corporais Figura 8 – Paquímetro Figura 8 – Medindo circunferências Figura 9 – Dobra cutânea Figura 10 – medida da cintura Figura 1 – Prática de exercício físico Figura 2 – Futebol de campo Figura 3 – Futsal Figura 4 – Basquetebol Figura 4 – Ciclismo de estrada Figura 5 – Natação Figura 6 – Ergoespirometria Figura 7 – Dinamômetro manual Figura 1 – Capacidade funcional do idoso e sua participação social. Figura 2 – Exame de ressonância magnética do quadríceps de um triatleta de 70 anos e um homem sedentário de 74 anos Figura 3 – Alongamento de membros inferiores Figura 4 – Força de membros superiores Figura 5 – Comunidade com 65 anos Figura 1 – Modelos de gráficos Figura 3 – Peso corporal Figura 3 – Valores de referência para o IMC Figura 4 – Estresse Apresentação da disciplina 1. INTRODUÇÃO À CINEANTROPOMETRIA: MEDIDAS DE AVALIAÇÃO INTRODUÇÃO DA UNIDADE 1.1 DEFINIÇÃO DE CINEANTROPOMETRIA 1.1 TESTAR 1.2 MEDIR 1.3 AVALIAR 2.3 ERROS DE MEDIDAS E VALORES DE REFERÊNCIA 2.2 VALIDADE 2.1 MODALIDADES DE AVALIAÇÃO 2 AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO FÍSICO E MATURAÇÃO BIOLÓGICA INTRODUÇÃO DA UNIDADE 2.1 CRESCIMENTO FÍSICO 2.2 MATURAÇÃO BIOLÓGICA 3 AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA E COMPOSIÇÃO CORPORAL INTRODUÇÃO DA UNIDADE 3.1 MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS 3.2 MEDIDAS DE COMPOSIÇÃO CORPORAL 4 TESTES PARA DESEMPENHO FÍSICO INTRODUÇÃO DA UNIDADE 4.1 DESEMPENHO FÍSICO 4.2 COMO E O QUE AVALIAR EM ATLETAS? 5 AVALIAÇÃO FÍSICA E FUNCIONAL INTRODUÇÃO DA UNIDADE 5.1 CAPACIDADE FUNCIONAL 5.2 TESTES FUNCIONAIS 5.2.2 TESTES DE AGILIDADE E EQUILÍBRIO 6 APLICANDO OS DADOS OBTIDOS INTRODUÇÃO DA UNIDADE 6.1 APLICABILIDADE DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES 6.2 APLICAÇÃO DOS RESULTADOS _heading=h.gjdgxs