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Beatriz Cunta – @biaemedicina PRINCIPAIS PROBLEMAS Diante de um paciente instável, podemos encontrar as principais síndromes: Síndrome de Instabilidade Hemodinâmica (Choque) Síndrome de Insuficiência Respiratória Alteração do nível de consciência CHOQUE Definido como estado de hipoperfusão tecidual. Pressão de perfusão tecidual = [Débito Cardíaco] x [Resist. Vascular Perif.] O débito cardíaco, por sua vez, depende do volume de sangue e do funcionamento cardíaco. Já a resistência vascular sistêmica depende das arteríolas. TIPOS DE CHOQUE: Os choques hipodinâmicos são caracterizados por baixo débito cardíaco e alta resistência vascular periférica. Choque hipovolêmico Exemplos: hemorragia, desidratação. Choque cardiogênico Exemplos: IAM, valvopatia, miocardite. Choque obstrutivo Exemplos: tamponamento cardíaco, TEP, pneumotórax. Os choques hiperdinâmicos são caracterizados por alto débito cardíaco, e baixa resistência vascular sistêmica. Choque distributivo Exemplos: sepse, anafilaxia, neurogênico. O último (como no trauma raquimedular) determina uma lesão no sistema simpático, prejudicando o tônus adrenérgico, de modo que o paciente faz vasodilatação. OBS – Choque misto, quando o paciente tem mais de um componente anterior. MONITORIZAÇÃO HEMODINÂMICA Usava-se o cateter de Swan-Ganz para obter os parâmetros de avaliação hemodinâmica, mas hoje é menos visto. PRINCIPAIS PARÂMETROS: Pressão Venosa Central: Pressão do átrio direito, que reflete a volemia. Se PVC vem baixa, pensamos em hipovolemia. Se PVC vem alta, pensamos em hipervolemia. OBS – Paciente com sobrecarga ventricular podem promover um aumento dessa pressão. Pressão capilar pulmonar (Pcap ou PoAP) É a pressão do átrio esquerdo, refletindo congestão ou sobrecarga ventricular esquerda. Ventrículo e vasos O ventrículo é avaliado a partir do débito cardíaco. OBS – Quando relacionamos o DC à área de superfície corpórea, obtemos o índice cardíaco! As arteríolas também podem ser avaliadas e refletem a resistência vascular sistêmica (IRVS). PARÂMETROS NO CHOQUE: Hipovolêmico: ↓PVC e Pcap Cardiogênico: ↑PVC e Pcap Beatriz Cunta – @biaemedicina Obstrutivo (TEP): ↑PVC e Pcap N/↓ (pode mudar em outras causas de choque obstrutivo; e o IAM de VD se comporta como TEP). Distributivo: ↓PVC e Pcap N/↓. OBS: Esses parâmetros não definem a gravidade do choque, mas sim a perfusão tecidual. Pode-se avaliar com: Débito urinário Hiperlactatemia Saturação venosa mista (SvO2) ou Saturação venosa central (SvcO2) < 70% TRATAMENTO DO CHOQUE Sempre que houver possibilidade, é importante abordar a causa do choque. Choque Hipovolêmico Repor líquido com cristaloides (SF 0,9%; Ringer Lactato). Pode-se até fazer coloides (albumina), mas para paciente que já recebeu muito volume, para mantê-lo nos vasos. Ainda pode-se transfundir hemoconcentrado para pacientes que perderam muito sangue. Choques Cardiogênico/Obstrutivo Utilizar inotrópicos (estimulação de receptores beta-1-adrenérgicos), como dobutamina (beta- adrenérgicos). Pode-se ainda usar dopamina, se dose 3-10µg/Kg/min (efeito varia com dose). Em casos de pacientes usando betabloqueadores, pode-se usar a milrinona (inibidor de fosfodiesterase) e a levosimendana (sensibilidade de canais de cálcio), que aumentam a contratilidade cardíaca por outros mecanismos. OBS: Pode adicionar noradrenalina em casos de hipotensão. Dispositivos que também podem ser usados: suporte circulatório externo e balão intra- aórtico, que podem estabilizar temporariamente o paciente, até realizar um procedimento mais definitivo. Choque distributivo Usar vasopressores, como a noradrenalina (alfa- adrenérgico). Na falta de noradrenalina, pode-se usar dopamina (efeito alfa-adrenérgico se dose > 10µg/Kg/min). Em casos refratários à noradrenalina, pode-se associar à vasopressina (receptor V1 vascular) para somar efeitos vasoconstritores. OBS – Adrenalina = 1ª escolha na ANAFILAXIA!
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