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1 Calton André Amone Eduardo Meque Pascoal Elsa Justino Ubisse José Alexandre Júnior Miquey Zana António Silvia Letícia Cossa Impactos da Pesca Arsenal no distrito de Pebane na Província da Zambézia Licenciatura em ensino de geografia (L) Regime Laboral 2º Semestre Universidade Pedagógica de Maputo Maputo 2022 2 Calton André Amone Eduardo Meque Pascoal Elsa Justino Ubisse José Alexandre Júnior Miquey Zana António Silvia Letícia Cossa Impactos da Pesca Arsenal no distrito de Pebane na Província da Zambézia Licenciatura em ensino de geografia (L) Regime Laboral 2º Semestre Trabalho a ser apresentado no Departamento Pedagógico, na Faculdade de Ciências da Terra e Ambiente, na disciplina de Geografia de Moçambique, para efeitos de avaliação sob orientação do: Docente: Professor-Doutor Luís Guevane Universidade Pedagógica de Maputo Maputo 2022 3 Índice 1. Introdução ................................................................................................................................ 4 2. Objetivos .................................................................................................................................. 5 2.1. Objectivo Geral ................................................................................................................. 5 2.2. Objetivos Específicos ...................................................................................................... 5 3. Metodologia ............................................................................................................................. 5 4. História da Pesca .................................................................................................................... 6 5. Definição Etimológica de Pesca .............................................................................................. 6 6. Conceito de Pesca .................................................................................................................... 6 7. Tipos de pesca ........................................................................................................................ 7 7.1. Pesca Artesanal ................................................................................................................ 7 7.2. Pesca Industrial ................................................................................................................ 7 8. Gestão da actividade pesqueira em Moçambique .................................................................... 8 9. Enquadramento Geográfico ..................................................................................................... 8 10. A Pesca Artesanal no distrito de Pebane....................................................................... 9 11. Embarcações ...................................................................................................................... 10 12. Artes de Pesca .................................................................................................................... 13 13. Composição Faunística das Capturas................................................................................. 13 14. Comercialização e processamento do pescado .................................................................. 14 16. Descrição da Arte de pesca chicocota ........................................................................... 15 17. Medidas de gestão e Impactos ........................................................................................ 16 18. Impactos positivos ............................................................................................................. 17 19. Conclusão ........................................................................................................................... 18 20. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 19 4 1. Introdução A actividade pesqueira ocupa um lugar de destaque na economia de Moçambique, sendo hoje um dos principais contribuintes para a captação de divisas. O sector pesqueiro contribuiu, em 2004, com cerca de 2% do PIB e é, ainda, responsável pela criação de mais de 100 mil postos de trabalho entre formais e auto emprego (YUSSUF & BIQUIZA, 2007). Pelas suas características distinguem-se três tipos de pescarias em Moçambique: a pesca artesanal, a semi-industrial e a industrial. No distrito de Pebane três tipos de pescarias assumem uma grande importância no contexto nacional. A pesca artesanal envolve um grande número de pescadores tendo uma grande relevância socio-económica e está limitada às zonas estuarinas e costeiras. Estas pescarias estão interligadas na medida em que a pesca artesanal afecta o manancial adulto pela redução de juvenis e a pesca industrial reduz o número de juvenis pela exploração dos adultos com potencial reprodutivo. A pesca artesanal desenvolvida na região é essencialmente de subsistência e as populações costeiras são quase completamente dependentes desta actividade. Que logicamente tem como principais constrangimentos são os baixos rendimentos económicos resultantes da actividade e as limitações na comercialização e conservação do pescado. Os principais impactos são a utilização de redes mosquiteiras que capturam grandes quantidades de pescado ainda juvenil e a não participação na principal medida de gestão – o período de veda. 5 2. Objetivos 2.1. Objectivo Geral Compreender o Impactos da Pesca Arsenal no distrito de Pebane 2.2. Objetivos Específicos Caracterizar a pesca artesanal no distrito Pebane; Descrever os impactos da pesca artesanal no distrito Pebane; Discutir sobre a mitigação dos impactos negativos da pesca Artesanal 3. Metodologia Recorremos algumas técnicas usadas para o alcance do objectivo do trabalho, desta forma adoptamos algumas técnicas de consulta bibliográfica que segundo LAKATOS & MARCONI (2003:202) são consideradas como conjunto de preceitos ou normas de obtenção dos seus propósitos de técnicas bibliográfica, esta técnica fundamentou-se no levantamento de documentos oficiais e da bibliografia disponível, em formas de livros, revistas, e publicações que versam sobre a Pesca. 6 4. História da Pesca Na história a humanidade, o homem subsistiu como colector dos recursos, naturais disponíveis até ao periodo do neolítico. A pesca foi também parte dessa atividade de subsistência e passou por vários aperfeiçoamenos. (ROCHA e DINIS, 2019) Desde a Pré-história que o homem pratica a pesca para a sua subsistência, porém, nas últimas décadas, essa atividade se expandiu muito rapidamente graças à crescente demanda da humanidade por alimentos e também pelo aumento no poder de captura do pescado – barcos com maior autonomia, profissionais qualificados, equipamentos modernos e apetrechos mais efi cientes (JENNINGS et al, 2001). 5. Definição Etimológica de Pesca A palavra Pesca deriva do latim “Pescare” = pescar, de “Piscis” = peixe. Portanto significa prática de apanhar peixe. 6. Conceito de Pesca A palavra pesca abarca um conceito vasto, apesar de, muitas vezes, serutilizada apenas com a significação de „pescaria‟. No sentido genérico, a pesca é a extração de organismos aquáticos do meio onde se desenvolveram para diversos fins, tais como a alimentação, a recreação (pesca recreativa ou pesca desportiva). De acordo com os dicionários de HOUAISS (2004) e FERREIRA (1999), pesca equivale à „ação de se apanhar, fisgar alguma coisa‟. Podemos entender que a pesca é “toda operação, ou ação ou ato tendente a extrair, colher, apanhar, apreender ou capturar recursos pesqueiros” O termo pesca refere-se ao próprio ato de capturar animais aquáticos, devido a ser uma atividade extrativa que explora espécies selvagens que se reproduzem por conta própria e sobre as quais se tem pouco ou nenhum controle. 7 7. Tipos de pesca 7.1. Pesca Artesanal É caracterizada pela sua produção em uma escala menor, é realizada com ou sem barco e encontra-se confinada às regiões costeiras próximas, aos lagos e rios ou até 10 milhas perto da costa. Os instrumentos usados são simples, como anzóis, linhas, redes, canoa, e pequenos barcos a motor entre as principais características da pesca artesanal podemos apontar o fato de que o pescado deve ser utilizado como forma de subsistência e, no máximo, em venda de comércio local. Normalmente, esse tipo de pesca é exercida pelos produtores autônomos, através das técnicas mais tradicionais de pesca em suas pequenas embarcações, apesar de apresentar baixo rendimento e lucro, essa prática é uma forma de contribuição para a alimentação de milhares de família. A permanência no mar é curta, pois, apesar do elevado número de embarcação estas são de pequenas dimensão. (DIAS NETO e DORNELLES, 1996. p. 23). 7.2. Pesca Industrial Pesca Industrial é uma modalidade de pesca onde se tem mais tecnologia, geralmente os barcos são mais equipados, com redes mais potentes, utilizando embarcações de médio à grande porte. (DIAS NETO e DORNELLES, 1996. p. 24) Geralmente, é praticada no alto mar por grandes empresas pesqueiras; a produção é de grande escala, utiliza técnicas e métodos modernos especializando-se em uma ou em algumas espécies, o rendimento é muito elevado, é uma pesca virada para o mercado interno e internacional. (DIAS NETO e DORNELLES, 1996). 8 8. Gestão da actividade pesqueira em Moçambique A gestão do sector pesqueiro é feita pelo Ministério das Pescas (MIPE), criado pelo Governo de Moçambique após as eleições no ano 2000. Entre 1994 e 1999, este sector esteve inserido no Ministério de Agricultura e Pescas. O MIPE abrange três Direcções Nacionais: Direcção Nacional de Administração Pesqueira (DNAP), Direcção de Recursos Humanos (DRH) e Direcção Nacional da Economia Pesqueira (DNEP), três Departamentos e quatro instituições financeiramente autónomas, nomeadamente, Fundo de Fomento Pesqueiro (FFP), Instituto Nacional de Investigação Pesqueira (IIP), Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca de Pequena Escala (IDPPE) e a Escola de Pesca (EP) (TEMBE, 2005). As artes de pesca artesanais estão sujeitas a uma taxa ou licença anual e não transmissível. As redes de arrasto para a praia pagam anualmente 600 Meticais. Não existe limite no número de licenças por província nem restrições que definam onde as artes podem operar (WILSON & ZITHA, 2007). 9. Enquadramento Geográfico O Distrito de Pebane localiza-se na Província da Zambézia (ver Figura 5), apresentando como limites os indicados na (Tabela 1) a baixo. A área do Distrito de Pebane é de 10.182 km2. Distrito Distrito de Pebane Limites Norte Sul Este Oeste Distrito do Gilé Oceano Índico Distrito de Moma (Nampula) e Moma (Nampula) Distritos de Ile e Maganja da Costa Fonte: INE, 2010 9 Figura (5): Distritos costeiros na província da Zambézia, Fonte: elaborado pelos autores. 10. A Pesca Artesanal no distrito de Pebane Na Província que Quelimane cerca de 42% dos pescadores estão em Pebane (IDPPE, 2004). As populações desta região são quase completamente dependentes da zona costeira e dos seus recursos (BALOI, 1998; WILSON & ZITHA, 2007). Além da pesca e da agricultura, não existem muitas outras alternativas geradoras de rendimentos. Para os agregados familiares a actividade pesqueira representa, em média, 52% dos rendimentos e a agricultura 41%. Estes valores mostram a grande dependência das comunidades nestas actividades e nos seus recursos naturais, estando sujeitas a uma grande vulnerabilidade aos factores ambientais que influenciam a pesca e a agricultura assim como em relação a medidas de gestão ou regulamentações impostas sobre as mesmas. ZAMBEZIA NAMPULA NIASSA SOFALA 39°0'0"E38°0'0"E37°0'0"E36°0'0"E 15°0'0"S 15°0'0"S 16°0'0"S 16°0'0"S 17°0'0"S 17°0'0"S 18°0'0"S 18°0'0"S 19°0'0"S 19°0'0"S LEGENDA Namacura Quelimane Pebane Mocubela Maganja da Costa Inhassuge Chinde O DISTRITOS COSTEIROS NA PROVĺNCIA DA ZAMBÉZIA Oceano ĺndico 0 60 12030 Km 1 cm no mapa = 30 Km no terreno Sistema de referência: MOZNET UTM ZONE 36S 10 Comparando os ciclos anuais destas duas actividades verifica-se que um pico de produção na agricultura durante os meses de Abril a Junho compensam a baixa produtividade na pesca durante o mesmo período (SANTOS, 2007). Da mesma forma, um pico de produção da actividade pesqueira durante os três primeiros meses do ano compensa a baixa produtividade agrícola durante o mesmo período. Nos meses de Outubro a Dezembro ocorrem picos de produtividade tanto na actividade pesqueira como na agrícola. (SANTOS, 2007). O primeiro trimestre constitui então o período crítico para a população em geral, pois as reservas de cereais e outros produtos agrícolas encontram-se no fim ou mesmo esgotadas. Durante este período crítico, a pesca constitui uma fonte de alimentos de grande importância não somente para as comunidades de pescadores mas igualmente para a população em geral (WILSON & ZITHA, 2007). 11. Embarcações As embarcações artesanais são fabricadas localmente por carpinteiros (vide as figuras. 1, 2, 3). Existem na região as lanchas, almadias ou canoas tipo Moma, canoas tradicionais e chatas (TENREIRO DE ALMEIDA, 2006). A lancha é uma embarcação secular típica da costa oriental de África, também conhecida por “dhow”, com a sua característica vela triangular latina que permite a navegação à bolina. Este tipo de embarcação foi desenvolvido na região de Mossuril a partir de influências da construção naval árabe e portuguesa. 11 Figura (1): contrução de uma lancha Figura (2): Lancha 12 Figura (3): Canoas tradicionais e Chatas Figura (4): Lancha Sacada 13 12. Artes de Pesca A arte de pesca que envolve maior número de pescadores e que produz maiores quantidades de pescado é o arrasto para a praia (Designação da FAO: Rede envolventearrastante de alar para a praia) (BALOI, 1998; WILSON & ZITHA, 2007). Em Pebane, esta é a arte mais utilizada onde se registaram 500 unidades, as outras artes utilizadas são a rede de emalhar fundeada de superfície, linha de mão e anzol, tarrafa ou rede mosquiteira (rede envolvente-arrastante de mão), tresmalhe, gamboa (armadilha de tipo barragem), armadilha tipo gaiola, cerco e a apanha à mão (BALOI et al., 1998; WILSON & ZITHA, 2007). A pesca com embarcações (arrasto, rede de emalhar e linha de mão) é tipicamente dominada pelos homens da comunidade. As mulheres encarregam-se, principalmente, do transporte e comercialização do pescado mas também praticam a pesca sem embarcação. A apanha à mão de invertebrados nas zonasintertidais e a pesca com tarrafas é praticada, quase exclusivamente, por mulheres e crianças. 13. Composição Faunística das Capturas Em zonas estuarinas a diversidade de espécies é ainda maior, pois existem as espécies que utilizam o estuário permanentemente como habitat e as que o usam ocasionalmente para alimentação ou como zona de desova e crescimento (KING, 1995). As espécies alvo das redes de arrasto são os pequenos pelágicos como: Ocar, Cavala, assim como os camarões penaeídeos (WILSON & ZITHA, 2007). A pesca com linha de mão é a mais selectiva de todas as artes, estando em destaque: Pedra, Roncador, Serra, Xaréus, manteiga, Ladrões, Garoupas, Pargos, e ainda outras como bagre, pescadinha e marracho (SANTOS, 2007). Em Pebane, a captura da pesca á linha é na sua maioria formada por peixes pedra, bagres, corvinas, tubarões e raias, em relação às redes de emalhar de superfície a sua captura é, na maioria, composta por peixes pelágicos. Em Pebane as espécies dominantes são: Magumba, Bagre, Corvina, Peixe fita (SANTOS, 2007). 14 A presença de camarão nas capturas artesanais é extremamente importante, não tanto pela quantidade capturada, mas pelo seu alto valor comercial, a principal espécie de camarão capturada é o camarão branco, são também capturadas quantidades consideráveis de camarão fino ou “liwapa” e também camarões pandalides, embora a contribuição em peso das capturas de camarão na pesca artesanal seja baixa o número de indivíduos capturados é elevado. A grande maioria da captura é constituída por camarões juvenis . (MASQUINE et al., 2006). 14. Comercialização e processamento do pescado Em toda a pesca artesanal da costa de Moçambique, praticamente todo o pescado capturado é vendido ou consumido. A maior parte é comercializado e consumido fresco localmente. As espécies com maior valor comercial (peixe de 1ª) e o camarão de maiores dimensões são transportados para os mercados dos centros urbanos, com ou sem gelo (SANTOS, 2007). O processamento mais utilizado é a secagem ao Sol com sal. Por vezes, também é empregue a fumagem para algumas espécies em específico. Durante a época das chuvas estes tipos de processamento estão limitados, ocasionando perdas de produto, O peixe depois de processado é então transportado para os centros urbanos do interior. Os principais mercados para este produto encontram-se no centro e norte do país (WILSON & ZITHA, 2007). 15 15. Descrição da Arte de pesca chicocota A arte de chicocota em Moçambique terá sido introduzida por volta dos anos 80, a partir da província de Sofala concretamente na cidade da Beira na zona da Praia Nova, por pescadores chineses, que em tempos exerciam a sua actividade em águas moçambicanas (IIP. 2005) A partir da cidade da Beira, a arte expandiu-se de forma explosiva, sendo que na actualidade, pode ser encontrada em quase toda costa moçambicana, com maior destaque para as zonas estuarinas e os deltas dos rios das zonas centro, como é o caso do estuário dos bons sinais. A chicocota trata-se de uma arte de pesca fixa (passiva) que é construída de modo artesanal, com panos de redes já usadas na pesca industrial. O comprimento das redes, cuja forma é cónica ou piramidal, varia de 15 a 17 metros, sendo a malha de 2 polegadas. O saco, colocado na extremidade da rede, é construído com rede mosquiteira ou constituída com saco de ráfia. (BALTAZAR, 2012) Figura (6). Representação esquemática da chicocota. Fonte: I.I.P. (2005) 16 16. Medidas de gestão e Impactos A principal medida de gestão na pesca artesanal é a aplicação de um período de veda que varia na sua extensão e período consoante as regiões. A veda é a proibição da pesca durante um certo tempo e numa determinada área. Visa reduzir a mortalidade por pesca nos exemplares jovens. Normalmente, tem uma duração de três a quatro meses, para determinadas zonas que os pescadores identificam como locais de crescimento ou reprodução de camarão. A implementação desta medida nem sempre é bem aceite pelos pescadores (SANTOS, 2007). O impacto mais negativo do arrasto para a praia segundo WILSON & ZITHA (2007) é a captura de peixe e camarão juvenil devido à utilização de redes mosquiteiras no saco (a parte interior da rede) ou com uma rede de malha inferior a 38 mm. Outro impacto é o elevado esforço de pesca que tem levado à deterioração dos mananciais. Os pescadores e as autoridades estão de acordo em que a produtividade das redes baixou nos últimos anos como resultado de excessivo esforço de pesca (WILSON & ZITHA, 2007). Segundo SANTOS (2007): Duma forma geral os pescadores obtêm baixos rendimentos com a pesca sendo praticamente uma actividade de subsistência. É capturado um elevado número de peixe e camarão juvenis pela utilização de redes de malha muito fina (redes mosquiteiras). (Vide a figura (8)) A comercialização e conservação do pescado são limitadas. O peixe de primeira é dificilmente comercializado para os principais mercados. O peixe mais pequeno é mais fácil de preservar, mais barato e por isso mais acessível à maioria da população o que incentiva a utilização das redes mosquiteiras. A principal medida de gestão – o período de veda – não é cumprido pelos pescadores. O principal motivo apontado é que a veda coincide com o pior período da actividade agrícola, não existindo outras actividades alternativas geradoras de rendimentos (SANTOS, 2007). 17 Figura (7): Mulheres usando a rede mosquiteira para pescar 17. Impactos positivos Os pescadores podem migrar para outras localidades vizinhas onde se instalam temporariamente em acampamentos. É um factor importante a considerar na gestão do esforço de pesca (BALOI et al, 1998; WILSON & ZITHA, 2007). Sendo a comunidade a limitar o número de pescadores imigrantes até ao número máximo de 40 pescadores (LOPES & GERVÁSIO, 2000). Sensibilização das comunidades pesqueiras, sobre os impactos que a chicocota tem para o meio ambiente e para o manancial pesqueiro; Fortalecimento do papel dos CCPs na gestão dos recursos; Concessão de créditos bonificados para aquisição de outros tipos de artes de pesca. 18 18. Conclusão Findo o presente trabalho concluimos que a prática de apanhar peixe, o Homem vem desenvolvendo desde a antiguidade, acompnhando a evolução do Homem no tempo e no espaço. Pudemos perceber que a pesca surgiu por conta do Homem ter a necessidade de subsistir, ou seja, a pesca surgiu com a finalidade de também fazer parte das condições que permitiam ao Homem a sua sobrevivência. A actividade pesqueira, no seu conjunto, ocupa um lugar de destaque ao nível social e económico em Moçambique. A região em estudo apresenta um particular interesse no contexto nacional. No distrito Pebane desenvolve-se uma intensa actividade pesqueira artesanal. Os números de pescadores, centros, embarcações e artes de pesca são elevados comparativamente a outros distritos costeiros. Os rendimentos (CPUE‟s) obtidos são também superiores em relação a outras regiões o que poderá indicar uma maior abundância de recursos nesta região. Para as populações locais a pesca artesanal é de extrema importância pela geração de empregos, rendimentos e fonte de proteínas animais. Desta forma estas pescarias estão interligadas na medida em que a pesca artesanal afecta o manancial adulto pela redução de juvenis e a pesca industrial reduz o número de juvenis pela exploração do camarão com potencial reprodutivo. As artes de pesca artesanais são responsáveis por uma “sobrepesca de crescimento” onde as espécies são capturadas ainda juvenis. Um importante factor que tem sido desenvolvido pelos projectos nesta regiãoé a constituição de associações de pescadores e a sua participação num modelo de cogestão. Este tipo de organização permite, por exemplo a implementação de programas de micro-créditos, a resolução de conflitos entre pescadores e a supervisão de medidas de gestão. Os principais constrangimentos são os baixos rendimentos económicos resultantes da actividade e as limitações na comercialização e conservação do pescado. Os principais impactos são a utilização de redes mosquiteiras que capturam grandes quantidades de pescado ainda juvenil e a não participação na principal medida de gestão – o período de veda. 19 19. Referências Bibliográficas ROCHA., Rui J. M., e DINIS., Maria Teresa., Aquacultura Sustentável: da subsistência à produção comercial, Ed: CAPTAR, volume 8, número 1, p.40-40, 2019 . JENNINGS, S.; KAISER, M. J.; REYNOLDS, J. D. Marine fisheries ecology. Blackwell Science. p.438., 2001. FERREIRA, A. B. H. Dicionário electrónico, Rio de Janeiro, 1999 HOUAISS, Antônio, Dicionário, Rio de janeiro. Ed. Objetivo, 2014 DIAS NETO, J.; DORNELLES, L. D. C. 1996. Diagnóstico da pesca marítima do Brasil. Brasília: Ed. IBAMA. MARCONI, Marina de Andrade & LAKATOS, Eva Maria., Fundamentos de metodologia científica. 5ª ed. – São Paulo: Atlas. 2003 BALTAZAR, Leonardo. Estudo dos impactos ambientais e sócio-económicos resultantes do uso da arte de pesca chicocota, na pescaria artesanal. 2012. HONGUANE, A.M. Perfil diagnóstico da zona costeira de Moçambique. Universidade Eduardo Mondlane. Escola Superior de ciências Marinhas e Costeiras, Quelimane. Moçambique, 2007 WILSON, J. & ZITHA, J. Social, economic and environmental impact of beach seining in Mozambique. Draft Report. FAO & IDPPE – Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca de Pequena Escala, 2007. 20 TEMBE, H. Estudo de viabilidade sobre a contabilidade ambiental das pescas em Moçambique. Contas Satélite para o Meio Ambiente. União Mundial para a Natureza – IUCN Moçambique. Maputo. 29 pp. 2005. KING, M. Fisheries biology, assessment and management. Fishing News Books. 341 pp. 1995. LOPES, S. & GERVÁSRIO , H. Co-Management of Artisanal Fisheries in Mozambique: A case Study of Kwirikwidge Fishing Centre, Angoche District, Nampula Province. Proceedings of the International, 2000. Workshop on Fisheries Co-management. IDPPE - Institute for the Development of Small-scale Fisheries. Ministry of Fisheries, Mozambique. Maputo. 50 pp. Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas. Balanço do plano Economico e social de 2017 WILSON, J. & ZITHA, J. Social, economic and environmental impact of beach seining in Mozambique. Draft Report. FAO & IDPPE – Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca de Pequena Escala. Maputo. 50 pp. 2007. YUSSUF , I. & BIQUIZA, L. Análise Sectorial: Pescas in 100 maiores empresas de Moçambique em 2006. KPMG. Maputo. 147 pp. 2007. TENREIRO de ALMEIDA., As pescas marítimas em Moçambique. Em preparação. 2006. BALOI, A.; DE PREMEGI, N.; VAN DE ELST, R. & GOVENDER, A. Towards sustainable development. The artisanal fisheries of the Southern part of Nampula Province. IIP – Instituto Nacional de Investigação Pesqueira. Maputo. 65 pp., 1998. 21 IIP. Relatório Anual 2003. IIP - Instituto Nacional de Investigação Pesqueira. 2005. MASQUINE, Z.; Inácio, A.; Torres, R.; Chaúca, I. & Loureiro, N. Estatísticas da pesca artesanal em Moçambique: 2004. IIP – Instituto Nacional de Investigação Pesqueira. Maputo. 2006. IDPPE Relatório do Censo Nacional das Aguas Marítimas 2002 da Pesca Artesanal. Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca de Pequena Escala. Maputo. 44 pp. 2004. INE Estatísticas do Distrito de Pebane – 2008 (2010). SANTOS., Rodrigo. Atividade pesqueira nos Distritos de Angoche, Moma e Pebane: uma caracterizaçao Preliminar, Maputo, 2007.
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