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Slides PEBANE, IMPACTOS DA PESCA ARTESANAL

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1 
 
 
 
 
 
Calton André Amone 
 
Eduardo Meque Pascoal 
 
Elsa Justino Ubisse 
 
José Alexandre Júnior 
 
Miquey Zana António 
 
Silvia Letícia Cossa 
 
 
 
 
Impactos da Pesca Arsenal no distrito de Pebane na Província da Zambézia 
 
 
Licenciatura em ensino de geografia (L) 
 
Regime Laboral 
 
2º Semestre 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Universidade Pedagógica de Maputo 
Maputo 
2022 
 
 
 
2 
 
 
 
 
Calton André Amone 
 
Eduardo Meque Pascoal 
 
Elsa Justino Ubisse 
 
José Alexandre Júnior 
 
Miquey Zana António 
 
Silvia Letícia Cossa 
 
 
 
 Impactos da Pesca Arsenal no distrito de Pebane na Província da Zambézia 
 
 
Licenciatura em ensino de geografia (L) 
 
Regime Laboral 
 
2º Semestre 
 
 
Trabalho a ser apresentado no Departamento 
Pedagógico, na Faculdade de Ciências da Terra 
e Ambiente, na disciplina de Geografia de 
Moçambique, para efeitos de avaliação sob 
orientação do: 
 
 
 Docente: Professor-Doutor Luís Guevane 
 
 
Universidade Pedagógica de Maputo 
Maputo 
2022 
 
 
3 
 
Índice 
1. Introdução ................................................................................................................................ 4 
2. Objetivos .................................................................................................................................. 5 
2.1. Objectivo Geral ................................................................................................................. 5 
2.2. Objetivos Específicos ...................................................................................................... 5 
3. Metodologia ............................................................................................................................. 5 
4. História da Pesca .................................................................................................................... 6 
5. Definição Etimológica de Pesca .............................................................................................. 6 
6. Conceito de Pesca .................................................................................................................... 6 
7. Tipos de pesca ........................................................................................................................ 7 
7.1. Pesca Artesanal ................................................................................................................ 7 
7.2. Pesca Industrial ................................................................................................................ 7 
8. Gestão da actividade pesqueira em Moçambique .................................................................... 8 
9. Enquadramento Geográfico ..................................................................................................... 8 
10. A Pesca Artesanal no distrito de Pebane....................................................................... 9 
11. Embarcações ...................................................................................................................... 10 
12. Artes de Pesca .................................................................................................................... 13 
13. Composição Faunística das Capturas................................................................................. 13 
14. Comercialização e processamento do pescado .................................................................. 14 
16. Descrição da Arte de pesca chicocota ........................................................................... 15 
17. Medidas de gestão e Impactos ........................................................................................ 16 
18. Impactos positivos ............................................................................................................. 17 
19. Conclusão ........................................................................................................................... 18 
20. Referências Bibliográficas ................................................................................................ 19 
 
 
 
4 
 
1. Introdução 
 
A actividade pesqueira ocupa um lugar de destaque na economia de Moçambique, sendo hoje um 
dos principais contribuintes para a captação de divisas. O sector pesqueiro contribuiu, em 2004, 
com cerca de 2% do PIB e é, ainda, responsável pela criação de mais de 100 mil postos de 
trabalho entre formais e auto emprego (YUSSUF & BIQUIZA, 2007). 
Pelas suas características distinguem-se três tipos de pescarias em Moçambique: a pesca 
artesanal, a semi-industrial e a industrial. No distrito de Pebane três tipos de pescarias assumem 
uma grande importância no contexto nacional. A pesca artesanal envolve um grande número de 
pescadores tendo uma grande relevância socio-económica e está limitada às zonas estuarinas e 
costeiras. 
Estas pescarias estão interligadas na medida em que a pesca artesanal afecta o manancial adulto 
pela redução de juvenis e a pesca industrial reduz o número de juvenis pela exploração dos 
adultos com potencial reprodutivo. 
A pesca artesanal desenvolvida na região é essencialmente de subsistência e as populações 
costeiras são quase completamente dependentes desta actividade. Que logicamente tem como 
principais constrangimentos são os baixos rendimentos económicos resultantes da actividade e as 
limitações na comercialização e conservação do pescado. Os principais impactos são a utilização 
de redes mosquiteiras que capturam grandes quantidades de pescado ainda juvenil e a não 
participação na principal medida de gestão – o período de veda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
2. Objetivos 
 
2.1. Objectivo Geral 
 Compreender o Impactos da Pesca Arsenal no distrito de Pebane 
 
2.2. Objetivos Específicos 
 Caracterizar a pesca artesanal no distrito Pebane; 
 Descrever os impactos da pesca artesanal no distrito Pebane; 
 Discutir sobre a mitigação dos impactos negativos da pesca Artesanal 
 
 
3. Metodologia 
Recorremos algumas técnicas usadas para o alcance do objectivo do trabalho, desta forma 
adoptamos algumas técnicas de consulta bibliográfica que segundo LAKATOS & 
MARCONI (2003:202) são consideradas como conjunto de preceitos ou normas de 
obtenção dos seus propósitos de técnicas bibliográfica, esta técnica fundamentou-se no 
levantamento de documentos oficiais e da bibliografia disponível, em formas de livros, 
revistas, e publicações que versam sobre a Pesca. 
 
6 
 
4. História da Pesca 
 
Na história a humanidade, o homem subsistiu como colector dos recursos, naturais disponíveis 
até ao periodo do neolítico. A pesca foi também parte dessa atividade de subsistência e passou 
por vários aperfeiçoamenos. (ROCHA e DINIS, 2019) 
Desde a Pré-história que o homem pratica a pesca para a sua subsistência, porém, nas últimas 
décadas, essa atividade se expandiu muito rapidamente graças à crescente demanda da 
humanidade por alimentos e também pelo aumento no poder de captura do pescado – barcos com 
maior autonomia, profissionais qualificados, equipamentos modernos e apetrechos mais efi 
cientes (JENNINGS et al, 2001). 
 
5. Definição Etimológica de Pesca 
A palavra Pesca deriva do latim “Pescare” = pescar, de “Piscis” = peixe. Portanto significa 
prática de apanhar peixe. 
 
6. Conceito de Pesca 
A palavra pesca abarca um conceito vasto, apesar de, muitas vezes, serutilizada apenas com a 
significação de „pescaria‟. No sentido genérico, a pesca é a extração de organismos aquáticos do 
meio onde se desenvolveram para diversos fins, tais como a alimentação, a recreação (pesca 
recreativa ou pesca desportiva). De acordo com os dicionários de HOUAISS (2004) e 
FERREIRA (1999), pesca equivale à „ação de se apanhar, fisgar alguma coisa‟. 
Podemos entender que a pesca é “toda operação, ou ação ou ato tendente a extrair, colher, 
apanhar, apreender ou capturar recursos pesqueiros” 
O termo pesca refere-se ao próprio ato de capturar animais aquáticos, devido a ser uma 
atividade extrativa que explora espécies selvagens que se reproduzem por conta própria e sobre 
as quais se tem pouco ou nenhum controle. 
 
 
 
 
 
7 
 
7. Tipos de pesca 
 
7.1. Pesca Artesanal 
 
 É caracterizada pela sua produção em uma escala menor, é realizada com ou sem barco e 
encontra-se confinada às regiões costeiras próximas, aos lagos e rios ou até 10 milhas 
perto da costa. 
Os instrumentos usados são simples, como anzóis, linhas, redes, canoa, e pequenos 
barcos a motor entre as principais características da pesca artesanal podemos apontar o 
fato de que o pescado deve ser utilizado como forma de subsistência e, no máximo, em 
venda de comércio local. 
Normalmente, esse tipo de pesca é exercida pelos produtores autônomos, através das 
técnicas mais tradicionais de pesca em suas pequenas embarcações, apesar de apresentar 
baixo rendimento e lucro, essa prática é uma forma de contribuição para a alimentação 
de milhares de família. A permanência no mar é curta, pois, apesar do elevado número 
de embarcação estas são de pequenas dimensão. (DIAS NETO e DORNELLES, 1996. p. 23). 
 
7.2. Pesca Industrial 
 
Pesca Industrial é uma modalidade de pesca onde se tem mais tecnologia, geralmente os 
barcos são mais equipados, com redes mais potentes, utilizando embarcações de médio à 
grande porte. (DIAS NETO e DORNELLES, 1996. p. 24) 
Geralmente, é praticada no alto mar por grandes empresas pesqueiras; a produção é de 
grande escala, utiliza técnicas e métodos modernos especializando-se em uma ou em 
algumas espécies, o rendimento é muito elevado, é uma pesca virada para o mercado 
interno e internacional. (DIAS NETO e DORNELLES, 1996). 
 
 
 
 
 
8 
 
8. Gestão da actividade pesqueira em Moçambique 
 
 A gestão do sector pesqueiro é feita pelo Ministério das Pescas (MIPE), criado pelo Governo de 
Moçambique após as eleições no ano 2000. Entre 1994 e 1999, este sector esteve inserido no 
Ministério de Agricultura e Pescas. O MIPE abrange três Direcções Nacionais: Direcção 
Nacional de Administração Pesqueira (DNAP), Direcção de Recursos Humanos (DRH) e 
Direcção Nacional da Economia Pesqueira (DNEP), três Departamentos e quatro instituições 
financeiramente autónomas, nomeadamente, Fundo de Fomento Pesqueiro (FFP), Instituto 
Nacional de Investigação Pesqueira (IIP), Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca de 
Pequena Escala (IDPPE) e a Escola de Pesca (EP) (TEMBE, 2005). 
As artes de pesca artesanais estão sujeitas a uma taxa ou licença anual e não transmissível. As 
redes de arrasto para a praia pagam anualmente 600 Meticais. Não existe limite no número de 
licenças por província nem restrições que definam onde as artes podem operar (WILSON & 
ZITHA, 2007). 
 
9. Enquadramento Geográfico 
O Distrito de Pebane localiza-se na Província da Zambézia (ver Figura 5), apresentando como 
limites os indicados na (Tabela 1) a baixo. A área do Distrito de Pebane é de 10.182 km2. 
Distrito Distrito de Pebane 
Limites Norte Sul Este Oeste 
Distrito do Gilé Oceano Índico Distrito de 
Moma 
(Nampula) 
e Moma 
(Nampula) 
Distritos de Ile e 
Maganja da 
Costa 
Fonte: INE, 2010 
 
9 
 
Figura (5): Distritos costeiros na província da Zambézia, 
 
Fonte: elaborado pelos autores. 
 
10. A Pesca Artesanal no distrito de Pebane 
Na Província que Quelimane cerca de 42% dos pescadores estão em Pebane (IDPPE, 2004). As 
populações desta região são quase completamente dependentes da zona costeira e dos seus 
recursos (BALOI, 1998; WILSON & ZITHA, 2007). Além da pesca e da agricultura, não 
existem muitas outras alternativas geradoras de rendimentos. Para os agregados familiares a 
actividade pesqueira representa, em média, 52% dos rendimentos e a agricultura 41%. Estes 
valores mostram a grande dependência das comunidades nestas actividades e nos seus recursos 
naturais, estando sujeitas a uma grande vulnerabilidade aos factores ambientais que influenciam 
a pesca e a agricultura assim como em relação a medidas de gestão ou regulamentações impostas 
sobre as mesmas. 
 
ZAMBEZIA
NAMPULA
NIASSA
SOFALA
39°0'0"E38°0'0"E37°0'0"E36°0'0"E
15°0'0"S 15°0'0"S
16°0'0"S 16°0'0"S
17°0'0"S 17°0'0"S
18°0'0"S 18°0'0"S
19°0'0"S 19°0'0"S
LEGENDA
Namacura
Quelimane
Pebane
Mocubela
Maganja da Costa
Inhassuge
Chinde
O
 DISTRITOS COSTEIROS NA PROVĺNCIA DA ZAMBÉZIA
Oceano ĺndico 
0 60 12030 Km
1 cm no mapa = 30 Km no terreno 
Sistema de referência: MOZNET UTM ZONE 36S 
10 
 
 
Comparando os ciclos anuais destas duas actividades verifica-se que um pico de produção na 
agricultura durante os meses de Abril a Junho compensam a baixa produtividade na pesca 
durante o mesmo período (SANTOS, 2007). 
Da mesma forma, um pico de produção da actividade pesqueira durante os três primeiros meses 
do ano compensa a baixa produtividade agrícola durante o mesmo período. Nos meses de 
Outubro a Dezembro ocorrem picos de produtividade tanto na actividade pesqueira como na 
agrícola. (SANTOS, 2007). 
O primeiro trimestre constitui então o período crítico para a população em geral, pois as reservas 
de cereais e outros produtos agrícolas encontram-se no fim ou mesmo esgotadas. Durante este 
período crítico, a pesca constitui uma fonte de alimentos de grande importância não somente 
para as comunidades de pescadores mas igualmente para a população em geral (WILSON & 
ZITHA, 2007). 
 
11. Embarcações 
 
As embarcações artesanais são fabricadas localmente por carpinteiros (vide as figuras. 1, 2, 3). 
Existem na região as lanchas, almadias ou canoas tipo Moma, canoas tradicionais e chatas 
(TENREIRO DE ALMEIDA, 2006). 
A lancha é uma embarcação secular típica da costa oriental de África, também conhecida por 
“dhow”, com a sua característica vela triangular latina que permite a navegação à bolina. Este 
tipo de embarcação foi desenvolvido na região de Mossuril a partir de influências da construção 
naval árabe e portuguesa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
Figura (1): contrução de uma lancha 
 
 
 
Figura (2): Lancha 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Figura (3): Canoas tradicionais e Chatas 
 
 
 
Figura (4): Lancha Sacada 
 
 
 
13 
 
12. Artes de Pesca 
 
A arte de pesca que envolve maior número de pescadores e que produz maiores quantidades de 
pescado é o arrasto para a praia (Designação da FAO: Rede envolventearrastante de alar para a 
praia) (BALOI, 1998; WILSON & ZITHA, 2007). 
Em Pebane, esta é a arte mais utilizada onde se registaram 500 unidades, as outras artes 
utilizadas são a rede de emalhar fundeada de superfície, linha de mão e anzol, tarrafa ou rede 
mosquiteira (rede envolvente-arrastante de mão), tresmalhe, gamboa (armadilha de tipo 
barragem), armadilha tipo gaiola, cerco e a apanha à mão (BALOI et al., 1998; WILSON & 
ZITHA, 2007). A pesca com embarcações (arrasto, rede de emalhar e linha de mão) é 
tipicamente dominada pelos homens da comunidade. As mulheres encarregam-se, 
principalmente, do transporte e comercialização do pescado mas também praticam a pesca sem 
embarcação. A apanha à mão de invertebrados nas zonasintertidais e a pesca com tarrafas é 
praticada, quase exclusivamente, por mulheres e crianças. 
 
13. Composição Faunística das Capturas 
 
Em zonas estuarinas a diversidade de espécies é ainda maior, pois existem as espécies que 
utilizam o estuário permanentemente como habitat e as que o usam ocasionalmente para 
alimentação ou como zona de desova e crescimento (KING, 1995). 
As espécies alvo das redes de arrasto são os pequenos pelágicos como: Ocar, Cavala, assim 
como os camarões penaeídeos (WILSON & ZITHA, 2007). 
A pesca com linha de mão é a mais selectiva de todas as artes, estando em destaque: Pedra, 
Roncador, Serra, Xaréus, manteiga, Ladrões, Garoupas, Pargos, e ainda outras como bagre, 
pescadinha e marracho (SANTOS, 2007). 
 
Em Pebane, a captura da pesca á linha é na sua maioria formada por peixes pedra, bagres, 
corvinas, tubarões e raias, em relação às redes de emalhar de superfície a sua captura é, na 
maioria, composta por peixes pelágicos. Em Pebane as espécies dominantes são: Magumba, 
Bagre, Corvina, Peixe fita (SANTOS, 2007). 
14 
 
A presença de camarão nas capturas artesanais é extremamente importante, não tanto pela 
quantidade capturada, mas pelo seu alto valor comercial, a principal espécie de camarão 
capturada é o camarão branco, são também capturadas quantidades consideráveis de camarão 
fino ou “liwapa” e também camarões pandalides, embora a contribuição em peso das capturas de 
camarão na pesca artesanal seja baixa o número de indivíduos capturados é elevado. A grande 
maioria da captura é constituída por camarões juvenis . (MASQUINE et al., 2006). 
 
14. Comercialização e processamento do pescado 
 
Em toda a pesca artesanal da costa de Moçambique, praticamente todo o pescado capturado é 
vendido ou consumido. A maior parte é comercializado e consumido fresco localmente. As 
espécies com maior valor comercial (peixe de 1ª) e o camarão de maiores dimensões são 
transportados para os mercados dos centros urbanos, com ou sem gelo (SANTOS, 2007). 
 
O processamento mais utilizado é a secagem ao Sol com sal. Por vezes, também é empregue a 
fumagem para algumas espécies em específico. Durante a época das chuvas estes tipos de 
processamento estão limitados, ocasionando perdas de produto, O peixe depois de processado é 
então transportado para os centros urbanos do interior. Os principais mercados para este produto 
encontram-se no centro e norte do país (WILSON & ZITHA, 2007). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
15. Descrição da Arte de pesca chicocota 
 
A arte de chicocota em Moçambique terá sido introduzida por volta dos anos 80, a partir da 
província de Sofala concretamente na cidade da Beira na zona da Praia Nova, por pescadores 
chineses, que em tempos exerciam a sua actividade em águas moçambicanas (IIP. 2005) 
A partir da cidade da Beira, a arte expandiu-se de forma explosiva, sendo que na actualidade, 
pode ser encontrada em quase toda costa moçambicana, com maior destaque para as zonas 
estuarinas e os deltas dos rios das zonas centro, como é o caso do estuário dos bons sinais. 
A chicocota trata-se de uma arte de pesca fixa (passiva) que é construída de modo artesanal, com 
panos de redes já usadas na pesca industrial. O comprimento das redes, cuja forma é cónica ou 
piramidal, varia de 15 a 17 metros, sendo a malha de 2 polegadas. O saco, colocado na 
extremidade da rede, é construído com rede mosquiteira ou constituída com saco de ráfia. 
 (BALTAZAR, 2012) 
 
Figura (6). Representação esquemática da chicocota. Fonte: I.I.P. (2005) 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
16. Medidas de gestão e Impactos 
 
A principal medida de gestão na pesca artesanal é a aplicação de um período de veda que varia 
na sua extensão e período consoante as regiões. A veda é a proibição da pesca durante um certo 
tempo e numa determinada área. Visa reduzir a mortalidade por pesca nos exemplares jovens. 
Normalmente, tem uma duração de três a quatro meses, para determinadas zonas que os 
pescadores identificam como locais de crescimento ou reprodução de camarão. A implementação 
desta medida nem sempre é bem aceite pelos pescadores (SANTOS, 2007). 
 
O impacto mais negativo do arrasto para a praia segundo WILSON & ZITHA (2007) é a captura 
de peixe e camarão juvenil devido à utilização de redes mosquiteiras no saco (a parte interior da 
rede) ou com uma rede de malha inferior a 38 mm. 
Outro impacto é o elevado esforço de pesca que tem levado à deterioração dos mananciais. Os 
pescadores e as autoridades estão de acordo em que a produtividade das redes baixou nos últimos 
anos como resultado de excessivo esforço de pesca (WILSON & ZITHA, 2007). 
 
Segundo SANTOS (2007): 
 Duma forma geral os pescadores obtêm baixos rendimentos com a pesca sendo 
praticamente uma actividade de subsistência. 
 É capturado um elevado número de peixe e camarão juvenis pela utilização de redes de 
malha muito fina (redes mosquiteiras). (Vide a figura (8)) 
 A comercialização e conservação do pescado são limitadas. O peixe de primeira é 
dificilmente comercializado para os principais mercados. O peixe mais pequeno é mais 
fácil de preservar, mais barato e por isso mais acessível à maioria da população o que 
incentiva a utilização das redes mosquiteiras. 
 A principal medida de gestão – o período de veda – não é cumprido pelos pescadores. O 
principal motivo apontado é que a veda coincide com o pior período da actividade 
agrícola, não existindo outras actividades alternativas geradoras de rendimentos 
(SANTOS, 2007). 
 
17 
 
 
Figura (7): Mulheres usando a rede mosquiteira para pescar 
 
 
17. Impactos positivos 
 
Os pescadores podem migrar para outras localidades vizinhas onde se instalam temporariamente 
em acampamentos. É um factor importante a considerar na gestão do esforço de pesca (BALOI 
et al, 1998; WILSON & ZITHA, 2007). Sendo a comunidade a limitar o número de pescadores 
imigrantes até ao número máximo de 40 pescadores (LOPES & GERVÁSIO, 2000). 
 Sensibilização das comunidades pesqueiras, sobre os impactos que a chicocota tem 
para o meio ambiente e para o manancial pesqueiro; 
 Fortalecimento do papel dos CCPs na gestão dos recursos; 
 Concessão de créditos bonificados para aquisição de outros tipos de artes de pesca. 
 
 
 
18 
 
 
18. Conclusão 
 
Findo o presente trabalho concluimos que a prática de apanhar peixe, o Homem vem 
desenvolvendo desde a antiguidade, acompnhando a evolução do Homem no tempo e no espaço. 
Pudemos perceber que a pesca surgiu por conta do Homem ter a necessidade de subsistir, ou seja, 
a pesca surgiu com a finalidade de também fazer parte das condições que permitiam ao Homem a 
sua sobrevivência. 
A actividade pesqueira, no seu conjunto, ocupa um lugar de destaque ao nível social e 
económico em Moçambique. A região em estudo apresenta um particular interesse no contexto 
nacional. No distrito Pebane desenvolve-se uma intensa actividade pesqueira artesanal. Os 
números de pescadores, centros, embarcações e artes de pesca são elevados comparativamente a 
outros distritos costeiros. Os rendimentos (CPUE‟s) obtidos são também superiores em relação a 
outras regiões o que poderá indicar uma maior abundância de recursos nesta região. Para as 
populações locais a pesca artesanal é de extrema importância pela geração de empregos, 
rendimentos e fonte de proteínas animais. 
 
Desta forma estas pescarias estão interligadas na medida em que a pesca artesanal afecta o 
manancial adulto pela redução de juvenis e a pesca industrial reduz o número de juvenis pela 
exploração do camarão com potencial reprodutivo. As artes de pesca artesanais são responsáveis 
por uma “sobrepesca de crescimento” onde as espécies são capturadas ainda juvenis. 
Um importante factor que tem sido desenvolvido pelos projectos nesta regiãoé a constituição de 
associações de pescadores e a sua participação num modelo de cogestão. Este tipo de 
organização permite, por exemplo a implementação de programas de micro-créditos, a resolução 
de conflitos entre pescadores e a supervisão de medidas de gestão. 
 
Os principais constrangimentos são os baixos rendimentos económicos resultantes da actividade 
e as limitações na comercialização e conservação do pescado. Os principais impactos são a 
utilização de redes mosquiteiras que capturam grandes quantidades de pescado ainda juvenil e a 
não participação na principal medida de gestão – o período de veda. 
 
19 
 
19. Referências Bibliográficas 
 
ROCHA., Rui J. M., e DINIS., Maria Teresa., Aquacultura Sustentável: da subsistência à 
produção comercial, Ed: CAPTAR, volume 8, número 1, p.40-40, 2019 
 . 
JENNINGS, S.; KAISER, M. J.; REYNOLDS, J. D. Marine fisheries ecology. Blackwell 
Science. p.438., 2001. 
 
FERREIRA, A. B. H. Dicionário electrónico, Rio de Janeiro, 1999 
 
HOUAISS, Antônio, Dicionário, Rio de janeiro. Ed. Objetivo, 2014 
 
DIAS NETO, J.; DORNELLES, L. D. C. 1996. Diagnóstico da pesca marítima do Brasil. 
Brasília: Ed. IBAMA. 
 
MARCONI, Marina de Andrade & LAKATOS, Eva Maria., Fundamentos de metodologia 
científica. 5ª ed. – São Paulo: Atlas. 2003 
 
BALTAZAR, Leonardo. Estudo dos impactos ambientais e sócio-económicos resultantes do uso 
da arte de pesca chicocota, na pescaria artesanal. 2012. 
 
HONGUANE, A.M. Perfil diagnóstico da zona costeira de Moçambique. Universidade Eduardo 
Mondlane. Escola Superior de ciências Marinhas e Costeiras, Quelimane. Moçambique, 2007 
 
WILSON, J. & ZITHA, J. Social, economic and environmental impact of beach seining in 
Mozambique. Draft Report. FAO & IDPPE – Instituto Nacional de Desenvolvimento da Pesca 
de Pequena Escala, 2007. 
 
 
20 
 
TEMBE, H. Estudo de viabilidade sobre a contabilidade ambiental das pescas em Moçambique. 
Contas Satélite para o Meio Ambiente. União Mundial para a Natureza – IUCN Moçambique. 
Maputo. 29 pp. 2005. 
 
KING, M. Fisheries biology, assessment and management. Fishing News Books. 341 pp. 1995. 
 
LOPES, S. & GERVÁSRIO , H. Co-Management of Artisanal Fisheries in Mozambique: A case 
Study of Kwirikwidge Fishing Centre, Angoche District, Nampula Province. Proceedings of the 
International, 2000. 
 
 Workshop on Fisheries Co-management. IDPPE - Institute for the Development of Small-scale 
Fisheries. Ministry of Fisheries, Mozambique. 
Maputo. 50 pp. Ministério do Mar, Águas Interiores e Pescas. Balanço do plano Economico e 
social de 2017 
 
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