Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
6 – Água 6.1– Introdução Pode-se dizer que a água doce é o recurso mais importante da humanidade, em uma escala mundial, isso inibe a expansão da agricultura e o povoamento de grandes regiões do globo. Em escala local, isso pode determinar a localização de industrias, gerando energia! Além dos benefícios econômicos e sociais, outra razão para o alto grau de interferência humana no ciclo hidrológico é a facilidade com que se consegue realizar modificações de grande porte. O homem prefere intervir no sistema hidrológico nos pontos onde a relação custo benefício seja a melhor, empregando a tecnologia disponível. 1.6.2– O Ciclo Hidrológico – Pontos de Intervenção 6.2.1 – Introdução Ciclo hidrológico pode ser definido como uma serie de armazenagens de água ligadas por transferências. O homem pode alterar a capacidade e a eficiência de muitas das armazenagens e transferências. Se a interferência se der na superfície, isso pode causar uma reação em cadeia que causa mudanças em todo o resto. O homem pode alterar a capacidade e a eficiência de muitas das armazenagem e transferências. A interferências se der em transferência da superfície do solo, ou em armazenagens, é provável que uma reação em cadeia provoque mudanças em todos os depósitos e transferências. A diminuição da capacidade do solo para absorver as chuvas, devido a prováveis mudanças no uso da Terra, poderia afetar a distribuição de água por todos os trajetos anteriores, ao passo que a subtração da água subterrânea poderia afetar apenas o fluxo dos rios, os depósitos lacustres e a vazão para os oceanos. 6.2.2 – Armazenagens e Transferências de Superfície A água da chuva pode tomar variados rumos logo que chega à superfície terrestre. A vegetação, nesse estágio, desempenha importante papel na distribuição da água. A interceptação da chuva pelas folhas das plantas (com a provável re-evaporação de alguma água) varia de acordo com a densidade da vegetação e as espécies vegetais. Normalmente, o desmatamento ou o reflorestamento exerce considerável efeito nas perdas de água. A perda da cobertura arbórea, 2.17. a curto prazo, reduz a perda de água do solo por transpiração, pois as raízes Profundas das Árvores são arrancadas, bem como provoca maior escoamento das águas na superfície da terra, visto que a antiga manta amortecedora de folhas caídas foi substituída pela terra nua. O reflorestamento reduz o volume de precipitação pluviométrica que passa pelos sucessivos estágios do ciclo hidrológico. Particularmente nos trópicos tem-se feito tentativas para reduzir as perdas de água por transpiração, sem mexer no tipo de vegetação. Nas áreas revestidas de vegetação, em encostas moderadas e suaves, o mais provável é que o fluxo de água escoada diretamente para o rio seja pequeno, salvo no caso de pesadíssimos aguaceiros. O trabalho do homem https://image.slidesharecdn.com/fichamentodaviddrew-161020134805/95/processos-interativos-homemmeio-ambiente-david-drew-17-638.jpg?cb=1476971530 (por exemplo, a lavoura) às vezes deixa a terra nua, o que pode diminuir qualquer curso de água sobre a terra, devido a criação de uma superfície acidentada, acidentadas com inúmeros sulcos, que retém a água, até que ela se evapora ou infiltra no terreno. Nas áreas semiáridas ou de seca sazonal, efeitos de qualquer mudança no uso da Terra sobre a hidrologia são mais evidentes. O máximo de alteração no caráter das armazenagens e transferências de superfícies ocorre nas áreas urbanas, onde a maior parte da superfície está inteiramente impermeabilizada por concreto, asfalto ou telhado. 6.2.3 – Armazenagens e Transferências no Solo A milhares de anos que se vem tentando alterar as condições da água no solo. O sistema do solo é o pivô da parte terrestre do ciclo hidrológico, atuando como uma zona tampão entre os sistemas atmosférico e aquático. Se houve mudanças da hidrologia do solo, elas podem estender-se para cima, no sentido da atmosfera e para baixo, para a porção inferior do ciclo. A drenagem da terra traz consideráveis efeitos hidrológicos. Nas áreas de agricultura intensiva, de clima úmido, como Grã-Bretanha, quase todas elas já foram mais ou menos drenadas. O objetivo da drenagem da terra é duplo: serve para reduzir os níveis sazonais ou permanentes do nível freático e para remover o excesso de água por meio de canais artificiais, mais depressa do que em condições naturais. Dos 160 mil quilômetros de cursos d’agua da Grã-Bretanha, cerca de 90 mil quilômetros são valas artificiais e mil são canais. O impacto hidrológico da drenagem da terra aumenta muito a densidade de drenagem de uma dada área. Significa isso que a distância que um pingo de chuva tem de percorrer entre a saída no solo e o ponto de chegada a um canal é muito reduzida. 3.6.2.4 – Água Subterrânea Nas áreas que têm por base rochas permeáveis, parte da precipitação pluvial infiltra-se no solo e na rocha, água subterrânea. A água subterrânea serve para muitos fins. Pode ser bombeada para um rio a fim de aumentar o fluxo, o que é apenas acelera o processo natural de transferência, ou empregada na irrigação. É muito diferente a consequência se a água for extraída do lençol em taxas maiores de recarga. Podemos colocar como exemplo uma bacia: ao mesmo tempo que está sendo esgotada é enchida por uma torneira, se houver correspondência na saída e na entrada o nível se manterá constante se o esvaziamento for mais rápido o nível caíra. O rebaixamento do nível freático pode ser mínimo com um simples poço, mas se alastrará por larga extensão se, digamos, uma área urbana se abastece com água subterrânea. C A topografia do lençol aquífero subterrâneo sofrer alteração, assim mudará a direção do fluxo da água subterrânea. A extração de enormes quantidades de água dos depósitos subterrâneos acelerou-se em todo o mundo no século atual. O resultado foi a transferência dessa água para outros pontos do ciclo hidrológico. Já se discutiu que a elevação recente dos níveis da água do mar, assim como o aumento do volume do gelo polar, talvez represente a água subterrânea que foi deslocada para novos sistemas de armazenagem por evaporação e precipitação. 4.6.2.5 – Controle de Rios Ainda que a extração de água subterrânea esteja em rápida expansão, sobretudo nas regiões semiáridas, a manipulação direta de Rios ou mesmo de sistemas hidrográficos inteiros ainda representa o mais profundo Impacto que o homem provoca no ciclo hidrológico. Os rios são usados para várias finalidades, das quais o suprimento de água é apenas uma, e as maneiras como se tem procedido a sua alteração refletem essa diversidade de funções. A função natural dos cursos de água é a transmissão da água provinda de várias fontes para um nível de base regional ou seja o mar. Embora os fios sejam mecanismos de transferência também apresentam uma capacidade limitada de armazenamento que pode aumentar se no curso houverem Lagos naturais. A intervenção humana em Sistemas hidrográficos normalmente tem a ver com um ou mais dos seguintes motivos: regularização da descarga, armazenagem de água, aumento do fluxo total, extração de água ou alteração do canal dos rios. 6.3– Modificações em Grande Escala da Água Superficial 6.3.1 – Introdução 6.3.2 – O Projeto de Kielder O maior projeto britânico de controle e transferência de água trata da interligação dos grandes rios do Nordeste da Inglaterra: o Tyne, o Derwent, o Wear e o Tess, estão formando um grande reservatório, com uma capacidade de retenção de 200 milhões de metros cúbicos, que será empregada para manter um fluxo mínimo constante a jusante do Rio Tyne, Assim como para reduzir a severidade das cheias, pois o reservatório tem capacidade para receber a água de escoamentode precipitações na área superior da bacia hidrográfica. 6.3.3 – A Tennessee Valley Authority A agricultura de subsistência, o Pastoreio intensivo, o desmatamento e outros desacertos tinham exposto vastas extensões de terra a várias formas de erosão, desnudando a camada superficial do solo, aumentando a sedimentação nos rios e intensificando as cheias. O projeto da TVA abrange a múltiplos finalidade, desde a melhora da navegação a geração de energia hidrelétrica e a drenagem de pântanos. O trabalho de resgate envolveu o reflorestamento das encostas íngremes com Pinheiros, o plantio de Acácia Negra nas voçorocas para estabilizá-las e o desenvolvimento de técnicas agrícolas conservacionistas. Passados 10 anos, a produção agrícola da bacia havia duplicado, as cheias das tempestades de verão tinham se reduzido à metade e a quantidade de sedimentos nos rios diminuíra 65%. 6.3.4 – O Rio Nilo De todos os grandes rios do mundo, nenhum sofreu tão drásticas medidas de controle por tanto tempo como o Nilo. Ao longo de 6.700 km, o Nilo Drena 10% da superfície do continente africano. O Nilo Branco drenar uma área muito maior, mas contribui com menos de 30% do fluxo, dada a irregularidade do regime do rio no descurso do ano, objetivo primordial de todos os projetos de aproveitamento tem consistido em distribuir a descarga com maior uniformidade pelo calendário, ampliando o abastecimento em cada mês. No século XIX, os franceses e os Belgas construíram uma barragem ao Norte do Cairo, desviando água para 3 canais que irrigam Terras do Delta. Até hoje, o projeto mais ambicioso foi a construção da Grande Barragem de Assuã, na fronteira com o Sudão. O Lago Nasser, resultante da construção da barragem tem uma área de 5700 quilômetros quadrados. O efeito cumulativo dos reservatórios reguladores e dos projetos de irrigação no regime do Nilo foi profundo. Além da prováveis mudanças na vegetação, na vida selvagem na humana, é de supor que a contemplação dos solos argilosos que atualmente estão inundados na estação chuvosa produza uma paisagem de cômoros e buracos na sua maior parte. Ao contrário de muitos projetos anteriores, houveram sérias pesquisas sobre os prováveis efeitos ambientais do empreendimento. Sempre que possível, procura-se reduzir ao mínimo os efeitos adversos. 6.3.5 – Mudanças Hidrológicas Continentais na URSS Na Rússia vem se considerando a vários anos o desvio do curso dos rios que escoam para o Oceano Ártico, para que deságuem em direção ao sul, Através das terras semiáridas do Cazaquistão, no mar Cáspio. As terras de semeadura do Sul, potencialmente férteis, receberiam farta água de irrigação. Depois, os rios que correm para o Norte, cuja água quase não tem serventia, estariam sujeitos a cheias no final do inverno. Os benefícios em potencial do desvio dos rios, portanto, parecem grandes. No entanto, a escala do projeto é tão grande que as consequências poderiam ser sentidas no mundo inteiro. 6.4 – Novas Fontes de Água Uma forma extrema de intervenção humana no ciclo hidrológico é a introdução de Água Nova no sistema. Até agora, essa água nova é em quantidade insignificante, mas no futuro e principalmente nas regiões semiáridas, a água doce artificial talvez afete o funcionamento do ciclo hidrológico. A dessalinização de água salobra ou de água do mar, usando destilação por descarga ou métodos de membrana, está ficando muito comum, sobretudo nas regiões costeiras e nos países ricos.
Compartilhar