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104 Unidade IV Unidade IV As empresas que buscam oferecer produtos e serviços de qualidade precisam avaliar as soluções que vendem no mercado de forma a identificar os valores que estão gerando e qual reconhecimento os clientes atribuem ao seu trabalho. Os procedimentos de avaliação podem ser externos, como as pesquisas de opinião, ou internos, através dos indicadores de desempenho, desenvolvidos para aferir se um padrão de qualidade está em conformidade com as prescrições e monitorar os processos realizados. As avaliações devem incluir procedimentos quantitativos baseados nesses indicadores, que permitem aos gestores avaliar, comparar e decidir se as metas estão em conformidade com os objetivos. A rentabilidade, a competitividade e o atendimento aos clientes podem ser aperfeiçoados por meio de ações de controle (supervisão e auditoria), com redução de custos e implantação de projetos de melhoria e inovação. O CQ e os indicadores de desempenho inserem‑se, assim, em um conjunto de técnicas que visam medir o desempenho dos processos não somente nos aspectos operacional e de resultados, mas dos clientes e dos mercados. Inserem‑se também no contexto de diferenciação competitiva e de avanço da maturidade empresarial, alinhada ao planejamento estratégico em longo prazo (TOLEDO et al., 2012). O CQ e os processos devem ser avaliados constantemente, e os indicadores de desempenho devem ser criados a partir de três requisitos fundamentais: eficiência, eficácia e flexibilidade. Esses indicadores permitem às organizações direcionar e controlar os processos, comunicar as prioridades da diretoria, avaliar o desempenho profissional e coletivo, fundamentar as decisões e desenvolver o aprendizado e os próprios principais grupos de indicadores. Quadro 27 – Indicadores empresariais Grupos de indicadores das empresas Econômicos e financeiros Clientes e mercados Sociais Pessoas Qualidade e processos Fornecedores Adaptado de: FNQ (2011). A gestão de processos voltada para desempenho e resultado deve suportar a avaliação de desempenho com indicadores precisos dos processos‑chave e de apoio, que precisam estar incluídos nas seguintes premissas: 105 QUALIDADE E INDICADORES EM PROCESSOS LOGÍSTICOS • as operações devem ser planejadas com metas e objetivos definidos; • todos os funcionários devem participar da definição dos objetivos; • ter uma agenda de ajuste dos procedimentos e acompanhar os resultados; • respeito à cultura organizacional em seus valores originais. 7 INDICADORES OPERACIONAIS A partir do entendimento de que as organizações são um conjunto de processos interligados, precisamos avaliar o desempenho de cada processo, produto ou serviço da empresa, que podem ser elaborados por um único indicador ou consolidados por uma composição de informações, classificadas da seguinte forma: • indicadores estratégicos; • indicadores de processos (eficácia, eficiência e flexibilidade); • indicadores de projetos. Os indicadores de desempenho devem mostrar para os gestores as necessidades dos clientes internos e externos, proporcionar uma análise crítica dos resultados das ações tomadas para aperfeiçoar a operação e agilizar a tomada de decisão dentro das organizações, além de permitir uma análise comparativa dos resultados conquistados. 7.1 Especificações dos indicadores Os indicadores de desempenho organizacional devem ser criteriosamente definidos para permitir avaliar de forma simples e objetiva a performance da operação e da gestão de cada processo dentro das premissas de eficiência, eficácia e flexibilidade. Devem possuir: • adaptabilidade: capacidade de atender às exigências dos clientes e acompanhar as mudanças de comportamento do mercado; • representatividade: capacidade de ser calculado de forma sistemática e contínua, elaborados por pessoas qualificadas e de modo que permita avaliações qualitativas do comportamento dos clientes; • rastreabilidade: garantia de que mantêm dados confiáveis, que permitam conferir as fontes utilizadas e realizar comparações históricas em períodos longos; • disponibilidade: capacidade de serem ágeis e estar prontos para divulgação em curto período, permitindo rapidez na tomada de decisão dos gestores. 106 Unidade IV O controle de gestão e os resultados são condições fundamentais para definir e apurar os indicadores de desempenho das operações, o que permite aos gestores alterar metas e previsões dos resultados financeiros sem prescindir dos conceitos de melhoria contínua e inovação. 7.2 Indicadores de processos: eficiência, eficácia e flexibilidade As medidas que evidenciam como os produtos e serviços são produzidos e como os recursos organizacionais são geridos definem o conceito de eficiência, visto que é necessário racionalizar o uso dos recursos nas atividades operacionais, evitando desperdício, perdas e gasto de tempo em tarefas que não agregam valor. A eficiência pode ser medida por: • tempo de processo ou de ciclo, em que se mede o tempo total gasto na operação, bem como os recursos gastos por unidade produzida; • porcentagem de tempo gasto nas atividades que geram valor em relação às atividades que não geram valor; • custos e índices de desperdício, falta de materiais e retrabalhos; • tempo de atendimento efetivo e previsto dos pedidos dos clientes. A eficácia, por sua vez, é a medida que busca identificar como o produto ou serviço é percebido pelos clientes dentro dos padrões acordados. Para avaliar essa percepção, investe‑se em entrevistas, questionários e contatos diretos ou por e‑mail, a fim de avaliar as opiniões no pós‑venda. São padrões de eficácia: • produtividade: mede a quantidade de produtos prontos para venda e a quantidade de produção; • quantidade: diz respeito ao número de clientes que fizeram pedidos e quantos destes foram atendidos; • entrega: considera o prazo solicitado pelos clientes e os atrasos; • número de reclamações recebidas e atendidas: identifica produtos obsoletos ou fora do período de validade. Por fim, a flexibilidade demonstra a capacidade das organizações de se adaptar rapidamente às mudanças nas condições de operação de mercado. Envolve a disposição para delegar decisões, dar autonomia aos funcionários responsáveis e implementar a cultura da melhoria contínua em todos os níveis, banindo a cultura do erro e da recriminação. Com a flexibilidade podem ser quantificados o tempo de atendimento de pedidos especiais, fora do padrão e os pedidos perdidos de clientes em função dos prazos padronizados. 107 QUALIDADE E INDICADORES EM PROCESSOS LOGÍSTICOS Quadro 28 – Indicadores de eficácia, eficiência e satisfação Eficácia Eficiência Satisfação Tempo de espera nas filas dos caixas de supermercados Número de ligações por atendente Índice de fidelidade dos clientes Quantidade de produtos trocados dentro da garantia Quantidade de clientes atendidos por hora Índice de satisfação dos clientes Fonte: Nunes (2017, p. 49). A gestão de processos procura consumidores de forma ágil, rápida e flexível por meio da busca permanente por elevados padrões operacionais que visa atender a todos os clientes, e não apenas a maioria, como nos processos tradicionais. Promover uma cultura organizacional focada no cliente por meio dessa gestão demanda empenho contínuo por melhorias de atendimento e operação. Esse objetivo só é alcançado com a mobilização de todos os funcionários, de todo os processos, desde os mais simples até os mais complexos. Saiba mais Para compreender melhor o tema, sugerimos a seguinte leitura: COLLINS, J. C.; PORRAS, J. I. Feitas para durar: práticas bem‑sucedidas de empresas visionárias. Rio de Janeiro: Rocco, 1998. Vejamos um exemplo de gestão de processos alinhada aos objetivos e indicadores de desempenho definidos. Exemplo de aplicação Estudo de caso: empresa siderúrgica do ramo metalúrgico Missão da empresa: • em cinco anos, estar entre as três maiores companhias do setor siderúrgico no ramo metal‑mecânico, ser respeitadana sociedade em que atua e ter a qualidade de seus produtos/serviços reconhecida; • contribuir para o desenvolvimento industrial brasileiro com produtos inovadores, sustentáveis e que respeitem as condições ambientais; • atingir, em cinco anos, participação de 50% no mercado siderúrgico do Brasil; • ser conhecida como uma organização que atende ao mercado com produtos de qualidade, em contínuo processo de melhoria, inovação e a preços competitivos. 108 Unidade IV A implementação de melhorias nos processos organizacionais apresenta diferenças em relação aos processos de inovação. As melhorias são modificações baseadas no uso mais eficiente dos recursos atuais da organização, enquanto a inovação supõe a introdução de novos recursos ou tecnologias para elevar a produtividade organizacional. Adaptado de: Nunes (2017). A seguir, podemos verificar um quadro de indicadores de desempenho e de gestão integrada de processos. Quadro 29 – Indicadores do sistema de gestão Processo Objetivos Indicadores Metas Financeiro Resultados consistentes Rentabilidade/fluxo de caixa Rentabilidade > 16% Mercado Atender os clientes Orçado/realizado Satisfação > 90% Reclamações < 5% Processos Processos competitivos Não conformidade Despesa/faturamento < 5% Pessoas Capacitação/treinamento Capacitação/satisfação Satisfação > 90% Estrutura Melhorias contínuas Preventivas/corretivas Monitoramento Adaptado de: Nunes (2017). Os indicadores de desempenho da gestão podem ser criados segundo: • vendas/faturamento por mês; • custos fixos/faturamento por mês; • endividamento; • lucratividade; • reclamações por mês; • novos clientes por mês; • problemas com atrasos de fornecedores e qualidade; • produtividade e retrabalhos por mês; • horas extras necessárias e imprevistas; • devoluções e reclamações de clientes por mês; • não conformidades ou produtos vencidos. 109 QUALIDADE E INDICADORES EM PROCESSOS LOGÍSTICOS Lembrete Os objetivos de cada processo precisam estar alinhados aos objetivos da empresa para evitar desperdícios de recursos, que podem comprometer o atendimento das necessidades dos clientes e a sustentabilidade da empresa no mercado. 7.3 Indicadores de satisfação dos clientes Além de medir a eficácia, a eficiência e a flexibilidade, as organizações precisam avaliar o desempenho dos seus produtos e serviços a partir da percepção dos clientes externos, por meio de pesquisas periódicas. Após coletar os dados com o uso de questionários ou entrevistas estruturadas, que podem ser quantitativas ou qualitativas, as organizações procedem a uma tabulação com base em metodologia científica, que conduz a uma avaliação final. Entre os atributos mais valorizados pelos clientes externos, podemos citar qualidade, preço, acesso, estética, assistência técnica, disponibilidade de produto, conforto, cortesia, funcionalidade e confiabilidade. Quadro 30 – Avaliação dos clientes: aspectos comerciais Produto Preço Praça Promoção Linha de produtos Qualidade Design Marca Embalagem Garantias Preço alto ou baixo Descontos Prazos Condições de pagamento Canal de distribuição Pontos de venda Transporte e logística Propaganda Publicidade Marketing direto e merchandising Adaptado de: Nunes (2017). De forma geral, as organizações desenvolvem e implementam ferramentas tecnológicas para gerir os processos focados no atendimento. Essas ferramentas abrangem softwares de gestão de clientes – denominados customer relationship management –, SACs, departamentos de telemarketing ativo ou receptivo, aplicativos, portais interativos na internet e ouvidorias. Os processos fazem parte do universo da gestão da qualidade, pois permitem às organizações o crescente aprimoramento necessário para acompanhar a evolução dos mercados, que se transformam constantemente de forma radical e profunda. 7.4 Indicadores de gestão e desempenho As decisões gerenciais devem ser baseadas em avaliações precisas embasadas em conhecimentos e observações reais com suporte em dados e informações quantitativas e qualitativas (TOLEDO et al., 2012). 110 Unidade IV Os indicadores de gestão são os procedimentos ou regras que associam práticas a escalas e descrevem hierarquias ou ordens de preferência nos estudos do mundo. São ferramentas usadas para simplificar e assegurar a execução de determinadas atividades, de modo que o agente executor possa melhorar sua capacidade de trabalho, em termos de eficiência e eficácia, além de aumentar a produtividade (VALLE, 2012). Desempenho Lucratividade Efetividade Rentabilidade Eficácia Eficiência Orçamentalidade Rendimento Produtividade Utilização Figura 29 Adaptada de: Francischini e Francischini (2017). Segundo Faria e Costa (2012), é possível medir, comparar e avaliar a evolução dos processos e a incidência de erros e retrabalhos por meio de cinco tipos de indicadores: • estratégico: analisa o quanto a empresa está no caminho certo; • de produtividade: examina a eficiência operacional; • de qualidade: averigua os resultados das operações; • de efetividade: avalia como os processos são realizados; • de capacidade: determina a capacidade de reação a uma ocorrência. A elaboração dos indicadores de desempenho e gestão deve respeitar algumas especificações, como a relevante dos indicadores com foco no controle e monitoramento e a confiabilidade de sua estrutura baseada em informações reais e que sejam de fácil compreensão. 111 QUALIDADE E INDICADORES EM PROCESSOS LOGÍSTICOS Para podermos realizar ações corretivas e procurar a melhoria contínua dos serviços logísticos, é necessário que as empresas comparem o resultado planejado com o realizado, pois em mercados competitivos e com reduzidas margens de lucro é importante que as empresas estejam bem estruturadas e com desempenhos competitivos em prazos e entregas. Validade Mostra o que deseja medir Fiel ao estado do fenômeno Abrange as partes importantes Não redundante Expresso em números Simples e inteligível Passível de ações corretivas Leva ao foco do problema Correto e preciso Completo Único e mutuamente exclusivo Quantificável Compreensível Controlável Rastreável Figura 30 – Requisitos de indicadores Adaptado de: Francischini e Francischini (2017). Conforme Faria e Costa (2012), o desenvolvimento de ferramentas para medir e avaliar o desempenho de cada processo empresarial permite que as empresas melhorem a produtividade e a eficiência operacional com qualidade, visto que o monitoramento tende a estabilizar os resultados. Neste sentido, é necessário realizar uma avaliação técnica de cada processo. Para isso, deve‑se criar indicadores de desempenho que permitam monitorar a qualidade e os custos dos processos internos e externos dos parceiros envolvidos nos procedimentos, como os canais de distribuição, atacadistas, varejistas, representantes, distribuidores, transportadoras e demais integrantes da cadeia de suprimento. Os indicadores de desempenho podem ser divididos em dois grupos principais. O primeiro avalia o desempenho da empresa conforme o nível de atendimento aos clientes, e o segundo grupo avalia o desempenho da empresa em relação aos concorrentes (PIRES, 2005). Observação As empresas devem selecionar indicadores de desempenho que envolvam toda a organização e apontem melhorias e inovações nos processos. Esses indicadores precisam ser divulgados com regularidade para todos os colaboradores da empresa. 112 Unidade IV 7.5 Indicadores de desempenho interno Os indicadores de desempenho logístico podem ser internos e externos: • atendimento aos clientes; • gestão de estoques; • armazenagem; • entregas e transportes; • fornecedores. O quadro a seguir apresenta os principais indicadores de desempenho logístico interno. Quadro 31 – Indicadores de desempenho interno Indicador Descrição Cálculo Pedidos completos no prazo Entregas dentro do prazo e das especificações Entregas completas/total entregue Fill rate Porcentagem de pedidos entregues integralmentePorcentagem de pedidos integrais/entregas totais Acuracidade do inventário Saldo entre estoque físico e contábil Porcentagem de estoque físico/estoque no sistema Stock out Pedidos não atendidos por falta de estoque Valor da venda perdida por falta de estoque Baixo giro Produtos em estoque sem movimentação Porcentagem de estoque parado/estoque total Tempo de carga/descarga Tempo de espera de veículos no carregamento Tempo médio entre chegada e saída Pedidos atendidos por dia Número de pedidos expedidos Valores de volumes do dia/volume total Custo de transporte total Valor gasto por mês com fretes Gasto com fretes/gastos totais de logística Porcentagem de capacidade de carga Avalia a capacidade ociosa dos veículos Porcentagem de carga expedida/capacidade dos veículos Coleta no prazo Calcula a porcentagem de coletas dentro do prazo Coletas no prazo/coletas totais Avaria no transporte (damage) Mede o número total de avarias em transporte Avarias no transporte/total expedido (R$) Adaptado de: Nunes (2017). Conforme podemos notar no quadro, a medição precisa dos indicadores internos de logística permite às empresas gerenciar e controlar custos e a qualidade dos serviços prestados aos clientes. Confere ainda aos gestores amplas condições para monitorar e corrigir problemas conforme os dados apontados, que podem ser suportados por tecnologias de informação e sistemas on‑line. 113 QUALIDADE E INDICADORES EM PROCESSOS LOGÍSTICOS 7.6 Indicadores de desempenho externo Com relação ao monitoramento e controle dos procedimentos externos, as empresas precisam examinar os prazos e custos de seus prestadores de serviços, como transportadoras, fornecedores e bancos, e considerar a satisfação dos clientes como ponto central dos indicadores. Quadro 32 – Indicadores de desempenho externo Indicador Descrição Cálculo Entregas realizadas dentro do prazo Calcula a taxa de entrega realizada dentro do prazo com o fornecedor Número de entregas dentro do prazo/número de entregas totais Entregas devolvidas (parcial ou integral) Número de entregas devolvidas (total ou parcialmente) devido à falha do fornecedor Entregas devolvidas parcial ou integralmente/total de entregas recebidas (aceitas + devolvidas) Tempo de entrega dos produtos Tempo de entrega do fornecedor Data de solicitação do pedido ao fornecedor/data de entrega do pedido Recebimento dos pedidos dentro das especificações solicitadas Quantidade de produtos entregues dentro das especificações solicitadas Quantidade de entregas dentro das especificações/total de entregas aceitas Adaptado de: Nunes (2017). Algumas condições devem ser respeitadas pelas empresas que pretendem monitorar e controlar os processos logísticos externos. Deve‑se, por exemplo: manter prazos de medição curtos (diários ou semanais), de forma a permitir a rápida gestão e correção; envolver funcionários e prestadores de serviços na cultura de avaliação e controle; e abrir a possibilidade de participação colaborativa de todos, com planos de sugestões e melhorias. Conforme Nunes (2017), uma questão relevante na elaboração e gestão regular dos indicadores de desempenho é a confiabilidade e rapidez dos dados gerados pelo sistema de informações. Há três fases principais: • monitoramento, em que se avaliam falhas no desempenho das operações realizadas e se projetam mudanças e melhorias; • controle, em que se acompanham as operações conforme os tempos e objetivos determinados pelo sistema de indicadores; • direcionamento, em que se estabelecem ações para motivar o pessoal de modo a obter maior produtividade. Os indicadores de desempenho logístico são úteis para rastrear e otimizar todos os processos da área. Os resultados servem para dimensionar o nível de serviço em diferentes operações logísticas. Nesta área em especial, é necessário considerar os estoques, os meios de entrega e a segurança no transporte das mercadorias. 114 Unidade IV 8 NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE A normalização é uma metodologia de gestão focada em orientar as empresas a melhorar a qualidade dos processos. Por conseguinte, determina a padronização das atividades e tarefas, que devem ser continuamente aperfeiçoadas. Conforme define a ABNT (2000), normalização é a atividade que estabelece prescrições (comuns e repetitivas) relacionadas a problemas existentes ou potenciais a fim de obter excelência na condução dos processos. É uma metodologia consolidada e compartilhada com os interessados que promove competitividade, eficiência, traz confiança e permite reduzir riscos e possibilidades de erros na reprodução de um procedimento. Quadro 33 – Normalização/objetivos Economia Reduzir a variedade de produtos e procedimentos (simplificação) Comunicação Eficiência nas informações entre empresa/clientes e confiabilidade Segurança Proteger a vida humana e a saúde Consumidor Prover os consumidores com produtos/serviços de qualidade Barreiras Evitar normas conflitantes nos mercados e países Fonte: Nunes (2017, p. 74). Enquanto método de gestão de processos, a normalização permite às organizações uma série de benefícios, como: • utilização adequada dos recursos organizacionais, como equipamentos, materiais e pessoal; • padronização da produção, com ganhos de escala e escopo; • qualificação da mão de obra, com ganhos de produtividade; • redução do consumo e do desperdício de recursos; • estabelecimento de especificações comuns para insumos, matérias‑primas e equipamentos; • elevação da produtividade e maior controle de operação dos processos. A normalização estabelece regras que devem ser respeitadas pelos funcionários. Essas normas são elaboradas por meio de consenso e avaliação isenta e transparente, sem interesses pessoais, o que é melhor para as organizações. 115 QUALIDADE E INDICADORES EM PROCESSOS LOGÍSTICOS 8.1 Classificação das normas internacionais As normas são classificadas conforme a finalidade das organizações, que buscam melhorar a condução dos negócios e a gestão dos processos. Podem ser divididas nos seguintes tipos: • procedimento; • classificação; • terminologia; • especialização; • simbologia; • padronização; • ensaio. No mercado internacional, além de consultorias, existem organizações públicas e privadas especializadas na elaboração de normas técnicas com abrangência mundial, que são aprovadas por seus associados. Além das normas internacionais, diversos países elaboram suas próprias especificações técnicas, que regulam a produção e a comercialização de produtos e serviços em seu mercado consumidor. Entre os níveis organizacionais, as normas podem ser internacionais, regionais e nacionais (quadro a seguir). Quadro 34 – Tipos de normas Regionais Adotadas por organizações regionais com atividades normativas, como Mercosul e União Europeia Nacionais Adotadas por organizações nacionais de normalização, como ABNT (Brasil) e Ansi (Estados Unidos) Internacionais Adotada por organizações como ISO, International Electrotechnical Commission (IEC) e International Telecommunication Union (ITU) Adaptado de: ABNT (2012). As normas internacionais se destinam à utilização comum a vários países e são adotadas por empresas de portes variados, desde grandes organizações – tanto multinacionais quanto nacionais – até as PMEs industriais que buscam assegurar qualidade e padronização nas operações. As empresas adotam, em sua maioria, as normas prescritas pela ISO, que é uma organização não governamental fundada em 1947 na cidade de Genebra (Suíça), com reconhecida credibilidade e competência técnica na elaboração de normas de produção e sistemas de gestão, com presença em 167 países. 116 Unidade IV Lembrete A gestão da qualidade não é mais um diferencial competitivo, mas uma premissa administrativa que precisa ser considerada desde a definição do planejamento estratégico. Entre seus objetivos principais, a ISO busca difundir normas técnicas de produção e gestão que atendam grande número de empresas globais atuantesem vários países. Estabelece normativas nos contextos técnico, intelectual, científico e tecnológico das operações, de forma a permitir maior intercâmbio comercial dos produtos e serviços em um mercado globalizado. As normas ISO são elaboradas por comitês técnicos que se reúnem anualmente para redigir e alinhar objetivos e padrões normativos de produção, operação e gestão das organizações. A ISO mantém ainda convênios e intercâmbios com centenas de organizações internacionais de padronização. Essas normas tornaram‑se populares no mercado brasileiro com a criação da já mencionada série ISO 9000, que estabelece padrões para os processos de gestão da qualidade com diversos procedimentos normativos e operacionais de uso facultativo. As normas regionais, por sua vez, destinam‑se a um grupo de países que compõem determinada região econômica ou política. Entre seus elaboradores podemos citar o Comitê Europeu de Normalização e a Associação Mercosul de Normalização. Já as normas nacionais são determinadas pelas empresas de normalização de cada país, que podem ser públicas ou privadas, desde que sejam credenciadas e reconhecidamente capacitadas para elaborar normas técnicas. No Brasil, a ABNT, fundada em 1940, é uma associação privada, sem fins lucrativos e reconhecida pelo setor público como órgão responsável pela normalização no país. A ABNT tem reconhecida atuação e dá suporte às operações das empresas brasileiras. Suas funções envolvem: • reconhecer a propriedade intelectual com conhecimento sistematizado; • promover a competitividade sustentável das organizações; • contribuir para o desenvolvimento tecnológico e científico; • proteger o consumidor e defender o meio ambiente; • representar o Brasil em foros internacionais; • reconhecer as normas elaboradas por empresas internacionais. 117 QUALIDADE E INDICADORES EM PROCESSOS LOGÍSTICOS A ABNT representa com exclusividade a ISO e a IEC no Brasil e está organizada em comitês técnicos, que normalizam vários segmentos empresariais. O Comitê Brasileiro 25 da ABNT (ABNT/CB‑25) desenvolve a área de gestão da qualidade, compreendendo os sistemas de qualidade, a garantia da qualidade e as tecnologias de suporte. Saiba mais A normalização dos processos deve ser foco de contínua busca em termos de eficiência, eficácia e flexibilidade. Para conhecer melhor a ABNT e os comitês técnicos de normalização e gestão da qualidade, acesse o site oficial da Associação: Disponível em: www.abnt.org.br. Acesso em: 16 ago. 2022. As normas técnicas para funcionamento das organizações estão divididas em dois grupos principais: normas sobre Produtos e serviços para os consumidores; e normas de sistemas de gestão, que compreendem os processos organizacionais e os de fabricação. As normas redigidas pela ISO e autenticadas no Brasil pela ABNT são elaboradas com base nas melhores práticas técnicas, de reconhecida aceitação nas organizações para aplicação em nível internacional, e são voluntárias, ou seja, não são obrigatórias para as organizações associadas. 8.2 Sistemas de gestão da qualidade (SGQ) A implantação do SGQ é um tema central para a gestão dos processos. Um de seus objetivos é aumentar a produtividade dos processos organizacionais, o que pode criar um diferencial competitivo em relação aos concorrentes e garantir aos clientes que a empresa já possui uma gestão de qualidade que vai além das especificações dos produtos comercializados. Esse conceito começou a ser abordado com a edição das normas da família ISO 9000, lançada em 1987 e revisada em 1994, 2000, 2005, 2008 e 2015. A norma que intitula essa série estabelece os fundamentos e termos técnicos utilizados pelas normas que a compõem, as quais buscam apoiar as organizações na implantação e execução correta dos padrões e assegurar a introdução do SGQ com eficiência e efetividade. Quadro 35 – Normas de gestão da qualidade Norma Escopo ISO 9000 Fundamentos e vocabulário ISO 9001 Requisitos ISO 9004 Diretrizes das melhorias de desempenho Fonte: Marshall Junior et al. (2012, p. 76). 118 Unidade IV As normas citadas no quadro são complementadas ainda pela ISO 19011 (ABNT, 2002), que estabelece diretrizes para auditorias de SGQ, e ISO 10005 (ABNT, 2007a), que normatiza os planos de qualidade. 8.2.1 Objetivos e benefícios O objetivo central da série ISO 9000 é proporcionar às organizações normas que permitam atender e fidelizar as necessidades dos clientes em termos de especificações técnicas de produtos/serviços, assegurando qualidade na gestão dos processos, que devem ser executados conforme as normas do SGQ. O sistema de qualidade de uma empresa é composto de um manual de qualidade e procedimentos que orienta detalhadamente como as tarefas devem ser executadas, com a qualificação dos responsáveis por cada processo e a manutenção de controles e documentos (MARSHALL JUNIOR et al., 2012). As normas da família ISO 9000 têm os seguintes propósitos fundamentais: • resolver as dificuldades encontradas nas PMEs que não possuem especialistas em gestão de qualidade para implantar as normas; • ajustar as normas aos setores de serviços, como saúde, educação e tecnologia da informação, que possuem especificidades diferentes da versão original, mais industrial; • contemplar as necessidades dos clientes, as quais mudam constantemente; • adequar a estrutura da norma e o conteúdo dos requisitos à orientação voltada para os processos; • orientar a gestão das empresas visando a melhoria contínua; • permitir a integração com outras normas de gestão de processos. Responsabilidade da administração Gestão de recursos Medição, análise e melhoria Melhoria contínua do sistema de gestão da qualidade ProdutoEntrada Saída Clientes (ISO 9001) e outras partes interessadas (ISO 9004) Requisitos Clientes (ISO 9001) e outras partes interessadas (ISO 9004) Satisfação Realização do produto Figura 31 Fonte: Nunes (2017, p. 81). 119 QUALIDADE E INDICADORES EM PROCESSOS LOGÍSTICOS Entre os benefícios para as organizações que implantam o SGQ, como empresas certificadas, podemos destacar a fidelização de clientes, a melhoria da capacidade organizacional, a redução de custos, a otimização de recursos e a criação de uma imagem positiva no mercado. 8.3 A norma ISO 9001 A edição das normas ISO 9000 obteve forte adesão internacional, especialmente na área industrial, com a aceleração dos processos de expansão das empresas multinacionais para o mercado global, que trouxe a necessidade de garantir a qualidade dos produtos produzidos fora dos países desenvolvidos (MARSHALL JUNIOR et al., 2012). A ISO 9001 determina os requisitos que as organizações devem atender para implantar o SGQ. Quando a empresa obtém seu certificado ISO 9001, isso significa que a organização passou por uma auditoria que confirmou a implantação desse sistema. As normas ISO 9000 são fundamentadas em requisitos do SGQ que as organizações devem implantar. Os três primeiros requisitos abordam os objetivos da organização, fornecendo referências e definições dos termos utilizados, e os demais referem‑se à implantação do SGQ, que deverá ser aprovado pela diretoria e documentado no manual da qualidade com todas as operações, atividades e tarefas da organização. Além disso, depois de implantado, o sistema deve ser monitorado periodicamente. A seguir são apresentadas as diretrizes que devem nortear a implantação da norma: • documento com a definição da política e dos objetivos do SGQ, divulgado amplamente entre os funcionários; • elaboração do manual da qualidade, que é o resumo do SGQ; • registro de todos os procedimentos para fins de conhecimento e treinamento de novos funcionários; • documentação dos processos, para permitir as funções de planejamento, operação e controle; • registros do cumprimento dos procedimentos definidos no SGQ. A documentação do SGQ visa controlar e acompanhar os registros que embasam a implantação da norma, e permite registrar todas as modificações quedevem ser realizadas após a implantação. No manual da qualidade devem constar a estrutura do SGQ, com todos os registros das normas, e os procedimentos dos processos organizacionais. Quadro 36 – Documentação do sistema de gestão da qualidade Nível 1 Estratégico Manual da qualidade Nível 2 Tático Manual de procedimentos Nível 3 Operacional Instruções de trabalho Fonte: Nunes (2017, p. 82). 120 Unidade IV Um funcionário deve ser responsável pelo controle e pela atualização dos documentos que fazem parte do manual da qualidade. Esse colaborador precisa seguir um procedimento com regras específicas e manter os registros que evidenciam a conformidade com os requisitos e a efetiva atualização do SGQ. Observação As empresas que possuem um SGQ certificado garantem aos clientes, investidores e fornecedores que sua gestão de negócios se baseia em normas e procedimentos aprovados internacionalmente. Os oito fundamentos da ISO 9001:2015 são: • organização focada nos consumidores, buscando atender às suas necessidades de forma a garantir sua satisfação, pesquisando a percepção dos clientes em relação aos produtos e serviços para atender a esse requisito; • liderança comprometida com a efetiva implantação e cumprimento do SGQ, que realiza reuniões periódicas de acompanhamento e dá apoio motivacional e suporte às necessidades identificadas, disponibilizando ainda recursos financeiros, caso necessário; • funcionários engajados, pois precisam atuar de forma efetiva na execução das normas e dos procedimentos para a implantação do SGQ, além de ajudar na sua manutenção e atualização; • enfoque na gestão dos processos por meio de monitoramento permanente do desempenho dos processos‑chave e controle dos indicadores de desempenho; • visão holística do desempenho organizacional, com foco nos processos que permitem uma avaliação completa do SGQ; • difusão da necessidade de melhorias contínuas associadas a ações preventivas e corretivas por um sistema de divulgação de informações e ampla comunicação interna com os funcionários; • tomada de decisões efetivas e ágeis que impeçam atrasos e procrastinações, garantindo a efetividade do SGQ; • fornecedores envolvidos nos objetivos do SGQ e comprometidos com os requisitos das normas, assegurando qualidade, prazos e preços. Os requisitos estabelecem como as organizações devem gerir os processos para obter sucesso com a implantação do SGQ. Além de identificar e gerenciar os processos, constituem a base da certificação, que tem como objetivo recomendar o que as organizações precisam fazer para a efetividade do SGQ, sem determinar como deve ser sua execução. 121 QUALIDADE E INDICADORES EM PROCESSOS LOGÍSTICOS As organizações brasileiras que implementam os SGQ dividem‑se em algumas configurações, entre certificação, acreditação e premiação: • empresas que implantam métodos e práticas sem certificação, acreditação ou premiação e adotam a gestão da qualidade total e ferramentas 5S; • companhias que implantam métodos e práticas com premiação e reconhecimento, como o Modelo de Excelência da Gestão da FNQ; • organizações que implantam métodos e práticas com certificação ou acreditação, como a ISO 9000. A certificação da empresa interessada acontece mediante a realização da auditoria de certificação conduzida por um Organismo de Certificação Credenciado (OCC). No Brasil, esses organismos são empresas cadastradas e habilitadas pelo Inmetro a conduzir auditorias específicas para essa finalidade. Lembrete Certificação é um conjunto de atividades desenvolvidas por um organismo independente com o objetivo de atestar que determinado produto ou processo está em conformidade com os requisitos especificados. O processo de certificação pode envolver análise de documentos, realização de auditorias e inspeções na empresa, além da coleta de produtos com o objetivo de avaliar a sua conformidade e manutenção (MARSHALL JUNIOR et al., 2012). A certificação emitida por um OCC facilita o reconhecimento da qualidade dos produtos e serviços da organização certificada. Sem ela, esse procedimento poderia ser mais demorado e caro, exigindo a contratação de serviços especiais de consultoria e auditoria para cada caso. Uma pesquisa do ABNT/ CB‑25 (apud UJIHARA; CARDOSO; CHAVES, 2006) averiguou a percepção de empresas acerca das vantagens de obter a certificação. Entre os benefícios observados, podemos citar: Tabela 8 Tipo de melhoria Proporção de empresas que observaram a vantagem Melhorias internas 22% Melhoria na competitividade 12% Controle de processos 11% Confiabilidade dos clientes 11% Redução dos custos 9% Padronização interna 9% Adaptado de: Ujihara, Cardoso e Chaves (2006). 122 Unidade IV 8.4 Implantação da ISO 9001:2015 A implantação do SGQ tem início quando a organização define uma política de qualidade que inclua uma estratégia da empresa no mercado e os investimentos necessários. Visa melhorar a qualidade por meio de ações como capacitação dos funcionários, aquisição de novas tecnologias de informação e certificação do sistema de qualidade (COSTA NETO; CANUTO, 2010). 1987/1994 2000 2008 2015 Figura 32 Fonte: Gestão… (2019). A implantação do SGQ, com base nos oito requisitos normativos e visando a certificação, precisa seguir algumas etapas básicas: • firme decisão da diretoria quanto à adoção do SGQ; • definição de um gestor responsável pelo processo; • elaboração e divulgação da política de qualidade da empresa; • treinamento e comprometimento dos funcionários com o SGQ; • composição de uma equipe de auditores internos da qualidade; • realização de auditorias prévias com a empresa certificadora; • contratação de auditoria externa e certificação. Com a certificação, as organizações têm como benefícios a melhoria da gestão interna dos processos, efetivo controle administrativo, melhora no relacionamento com os clientes e aumento da motivação dos funcionários. 123 QUALIDADE E INDICADORES EM PROCESSOS LOGÍSTICOS Entre as dificuldades que as organizações enfrentam na implantação, destacamos o risco de acreditar que o SGQ é apenas um conjunto de regras burocráticas que custa caro, e também a dificuldade de criar um ambiente de efetivo comprometimento entre todos os funcionários. 8.4.1 Certificações internacionais ISO 9001 Os fatores de sucesso para a implantação da norma são o envolvimento e a efetiva participação da diretoria da organização, o comprometimento efetivo dos funcionários e a disponibilidade de profissionais competentes. Após a certificação, novas auditorias externas devem ser realizadas a cada ano e, depois de três anos, toda a certificação deverá ser reavaliada e revalidada. A certificação de um sistema de gestão acontece depois que uma entidade certificadora externa e independente, o já mencionado OCC, o avalia. Esse organismo precisa apresentar como qualificação o reconhecimento de sua qualidade no mercado e de sua competência internacional, além de comprovar a viabilidade de seus custos e sua capacidade de conduzir as auditorias combinadas. 8.4.2 Acreditação O conceito de acreditação está vinculado ao reconhecimento da entidade certificadora por algum órgão normativo legal e à confiança de que seus padrões de auditoria estão alinhados aos padrões internacionais. Isso gera benefícios para a organização à medida que reduz riscos, pois as entidades certificadoras são regularmente fiscalizadas. Solicitação Análise de documentação Avaliação do local Avaliação de desempenho Decisão da acreditação Figura 33 – Etapas do processo de acreditação de organismos de certificação Fonte: Nunes (2018, p. 59). As auditorias de certificação do sistema de gestão da qualidade e de gestão ambiental são realizadas conforme as diretrizes da série NBR ISO/IEC 17021, que regula os requisitos para organismos que fornecem auditoria e certificação de sistemas de gestão, podendo ser aplicáveis a qualquer sistema de 124 Unidade IV gestão. Cabe destacar que o OCC deve entender e adotarno trabalho de certificação os princípios de imparcialidade, competência, responsabilidade, transparência e confidencialidade. As alterações no processo de certificação a partir da NBR ISO 17021:2007 (ABNT, 2007b) são: realização da auditoria em duas fases na instalação da organização, registros de evidências suficientes e sustentáveis e, por fim, realização da recertificação antes do vencimento do certificado. Exemplo de aplicação Estudo de caso: certificação no Metrô de São Paulo A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) é uma sociedade de economia mista responsável por conceber, planejar, construir, operar e manter sistemas de transporte público na Região Metropolitana de São Paulo. Possui quatro linhas em operação: Linha 1‑Azul, Linha 2‑Verde, Linha 3‑Vermelha e Linha 15‑Prata. Juntas, elas percorrem cerca de 65 km e 66 estações, transportando por volta de 4 milhões de passageiros por dia. Figura 34 Fonte: Ribeiro Neto, Tavares e Hoffmann (2012, p. 279). Em 2000, a organização passou a buscar conformidade com as normas internacionais de qualidade em serviços, saúde e segurança, visando ao bem‑estar dos seus empregados e à mitigação de eventuais impactos de suas operações no meio ambiente. O Metrô implantou sistemas de gestão em todas as linhas, certificados com base nas normas ISO 9001 e ISO 14001 e na norma da Occupational Health and Safety Assessment Series (OHSAS) 18001. 125 QUALIDADE E INDICADORES EM PROCESSOS LOGÍSTICOS Quadro 37 – Certificações do Metrô de São Paulo Ano Certificação Escopo 2000 ISO 9002:1994 Manutenção de trens 2001 ISO 9002:1994 Processo de compras e licitações 2002 ISO 9001:2000 Linha 1‑Azul: operações 2005 ISO 9001:2000 Infraestrutura, segurança e informações 2006 OHSAS 18001:1999 Toda a empresa 2007 ISO 9001:2000 Linha 2‑Verde: gestão da construção 2008 ISO 9001:2000 Judicial, extrajudicial e consultoria Fonte: Ribeiro Neto, Tavares e Hoffmann (2012, p. 280). O sistema de gestão integrada do Metrô atende aos requisitos das normas ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001. Esse sistema está consolidado nas unidades de manutenção e operação – nas quais se encontram cerca de 80% dos funcionários da empresa – por meio da política integrada de qualidade, meio ambiente e segurança e saúde ocupacional. Os representantes da direção identificaram que podia ocorrer perda de eficácia e eficiência, em termos de qualidade, no modelo de gestão não integrado. Isso era possível, pois, além dos processos comuns, existiam diferenças entre os produtos, processos e equipes de gerenciamento. A decisão, então, foi integrar os sistemas de qualidade entre si e com os sistemas de gestão ambiental e saúde e segurança. Assim, criou‑se uma estrutura de sistemas de qualidade localizada, porém com algumas atividades centralizadas e padronizadas em modelos de processos, de forma a assegurar o alinhamento necessário. Essas mudanças tiveram como ponto de partida a explicitação dos macroprocessos que compõem as operações da empresa. Para regular essas novas relações, foi desenvolvido e implantado um novo processo, o Acordo de Nível de Serviço, que contém indicadores, metas e sistemáticas de acompanhamento. A política integrada do Metrô de São Paulo busca desenvolver a interação e a melhoria contínua dos processos, promover segurança e saúde ocupacional – prevenindo lesões e doenças relacionadas ao trabalho –, preservar o meio ambiente – prevenindo a poluição e otimizando o uso de recursos naturais – e, por fim, buscar atender aos requisitos legais aplicáveis e outros requisitos assumidos. A missão do Metrô é prover transporte público com sustentabilidade e inovação tecnológica, utilizando as melhores práticas de gestão de qualidade, perigos ocupacionais e aspectos ambientais. A missão visa atender às necessidades dos clientes, da comunidade e das demais partes interessadas. 126 Unidade IV Figura 35 Disponível em: https://bityli.com/dCdQtlY. Acesso em: 16 ago. 2022. A integração dos sistemas de qualidade com os de meio ambiente e segurança e saúde foi determinada a partir de duas linhas: integração dos direcionadores, com o estabelecimento de uma política integrada e alinhamento de objetivos; criação de soluções comuns para os procedimentos de sistema. Entre as consequências que surgiram em função dessas mudanças, destacam‑se: • contratação de um único OCC para todos os sistemas; • integração da estrutura documental e dos registros; • unificação do cronograma de auditorias, permitindo a realização conjunta de todos os sistemas certificados, com economia de tempo e de custos com auditorias; • implantação de procedimentos integrados diversos; • criação de uma política integrada de qualidade, meio ambiente, saúde e segurança em substituição às políticas isoladas. 127 QUALIDADE E INDICADORES EM PROCESSOS LOGÍSTICOS O Metrô de São Paulo formaliza seus objetivos com a qualidade dos serviços prestados e com a sustentabilidade em sua missão e visão, e o sistema integrado é visto como uma ferramenta estratégica para gerir as necessidades dos usuários e para a gerar melhorias no atendimento. Adaptado de: Ribeiro Neto, Tavares e Hoffmann (2012). Resumo Nesta unidade, abordamos os indicadores operacionais utilizados para avaliar o desempenho de cada processo, assim como os aspectos normativos e regulamentares que concedem às empresas as certificações necessárias à gestão da qualidade em suas atividades comerciais. Finalizamos, assim, este livro‑texto, em que aprendemos que o conceito de qualidade evoluiu conforme os métodos de produção se tornaram cada vez mais centrados em máquinas e equipamentos, movimentando grandes volumes de materiais e produtos pelo mundo. Com a integração entre empresas, os procedimentos de qualidade se difundiram e se estabeleceram, com foco nas necessidades comerciais dos mercados. 128 Unidade IV Exercícios Questão 1. Vimos, no livro‑texto, que os indicadores de desempenho organizacional devem apresentar as características a seguir: • adaptabilidade; • representatividade; • rastreabilidade; • disponibilidade. Em relação a essas características, avalie as descrições I, II, III e IV. I – Os indicadores de desempenho organizacional devem estar prontos para serem divulgados em curto período, a fim de permitir celeridade nas tomadas de decisão dos gestores. II – Os indicadores de desempenho organizacional devem atender às exigências dos clientes e acompanhar as variações de comportamento do mercado. III – Os indicadores de desempenho organizacional devem ser elaborados por pessoas qualificadas, a fim de possibilitar a avaliação qualitativa do comportamento dos clientes. IV – Os indicadores de desempenho organizacional devem conter dados confiáveis, a fim de possibilitar a conferência das fontes utilizadas e comparações históricas em períodos longos. As descrições I, II, III e IV referem‑se, respectivamente, às características: A) Adaptabilidade, representatividade, rastreabilidade e disponibilidade. B) Rastreabilidade, disponibilidade, adaptabilidade e representatividade. C) Rastreabilidade, representatividade, disponibilidade e adaptabilidade. D) Disponibilidade, adaptabilidade, representatividade e rastreabilidade. E) Representatividade, disponibilidade, adaptabilidade e rastreabilidade. Resposta correta: alternativa D. 129 QUALIDADE E INDICADORES EM PROCESSOS LOGÍSTICOS Análise da questão Observemos, a seguir, as descrições das características que os indicadores de desempenho organizacional devem apresentar, conforme visto no livro‑texto: • Adaptabilidade: os indicadores de desempenho organizacional devem atender às exigências dos clientes e acompanhar as variações de comportamento do mercado. • Representatividade: os indicadores de desempenho organizacional devem ser elaborados por pessoas qualificadas, de modo a possibilitar avaliações qualitativas do comportamento dos clientes. • Rastreabilidade: os indicadores de desempenho organizacional devem apresentardados confiáveis, que permitam conferir as fontes utilizadas e realizar comparações históricas em períodos longos. • Disponibilidade: os indicadores de desempenho organizacional devem estar prontos para serem divulgados em curto período, a fim de permitir celeridade na tomada de decisão dos gestores. Questão 2. Vimos, no livro‑texto, que os indicadores de processos envolvem eficiência, eficácia e flexibilidade. Em relação a esses termos, avalie as descrições I, II e III. I – Refere‑se à identificação de como o produto ou serviço é percebido pelos clientes, de acordo com os padrões acordados. II – Refere‑se à necessidade de racionalizar o uso dos recursos nas atividades operacionais, a fim de evitar desperdícios e gasto de tempo em tarefas que não agregam valor. III – Refere‑se à capacidade das organizações de se adaptar rapidamente às mudanças das condições de operação no mercado. As descrições I, II e III referem‑se, respectivamente, aos termos: A) Eficiência, eficácia e flexibilidade. B) Eficiência, flexibilidade e eficácia. C) Eficácia, eficiência e flexibilidade. D) Eficácia, flexibilidade e eficiência. E) Flexibilidade, eficiência e eficácia. Resposta correta: alternativa C. 130 Unidade IV Análise da questão Observemos, a seguir, as descrições de eficiência, eficácia e flexibilidade, conforme visto no livro‑texto: • Eficiência: refere‑se à necessidade de racionalizar a utilização dos recursos nas atividades operacionais, a fim de evitar desperdícios e gasto de tempo em tarefas que não agregam valor. • Eficácia: refere‑se à identificação de como o produto ou serviço é percebido pelos clientes, de acordo com os padrões acordados. • Flexibilidade: refere‑se à capacidade das organizações de se adaptar rapidamente às mudanças das condições de operação de mercado. 131 REFERÊNCIAS CANAIS de comunicação com o cliente nos quais você precisa estar presente. Plannea, [s.d.]. Disponível em: https://bit.ly/3v6kgFC. Acesso em: 21 jul. 2022. ABNT. São Paulo: ABNT, [s.d.]. Disponível em: www.abnt.org.br. Acesso em: 21 jul. 2022. ABNT. NBR ISO 9000: sistemas de gestão da qualidade: fundamentos e vocabulário. 3. ed. 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Ação preventiva: ato para eliminar a causa de uma potencial não conformidade ou situação indesejável. Alta direção: pessoa ou grupo de pessoas que controla uma organização no mais alto nível. Ambiente de trabalho: conjunto de condições sob as quais um trabalho é realizado. Análise crítica: atividade realizada para determinar a pertinência, adequação e eficácia do que está sendo examinado para alcançar os objetivos definidos. Análise crítica pela direção: avaliação formal, realizada pela alta administração, do estado e da adequação do sistema de qualidade em relação à política de qualidade e seus objetivos. Análise de requisitos: conjunto de atividades que permite identificar as necessidades do usuário de modo a definir claramente as características (requisitos) de um sistema. Esses atributos descrevem o produto em termos de funcionalidades, desempenho e níveis de qualidade esperados, restrições de projeto e interface com outros elementos do sistema. Aspecto ambiental: elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com o meio ambiente. Auditado: organização que está sendo auditada. Auditor: pessoa com a competência para realizar uma auditoria. Auditoria: processo sistemático, documentado e independente para obter e avaliar objetivamente evidências para determinar a extensão do atendimento aos critérios da auditoria. Avaliação: exame sistemático do grau em que um produto, processo ou serviço atende aos requisitos especificados. Avaliação de terceira parte ou independente: avaliação feita por pessoa ou organismo reconhecido como independente das partes envolvidas. Capacidade: aptidão de uma organização, sistema ou processo para confeccionar um produto que irá atender aos requisitos. 138 Característica: propriedade diferenciadora. Características da qualidade: atributos inerentes a um produto, processo ou sistema. Características metrológicas: propriedades distintas que podeminfluenciar os resultados de medição. Certificação: modo pelo qual uma terceira parte garante por escrito que um produto, processo ou serviço está em conformidade com os requisitos especificados. Classe: categoria ou classificação atribuída a diferentes requisitos da qualidade para produtos, processos ou sistemas que têm o mesmo uso funcional. Cliente: organização ou pessoa que recebe um produto. Cliente de auditoria: organização ou pessoa que solicitou uma auditoria. Competência: atributos pessoais e capacidade demonstrados para aplicar conhecimento e habilidades. Comprovação metrológica: conjunto de operações necessárias para assegurar que um equipamento de medição atende aos requisitos para seu uso pretendido. Concessão: permissão para usar ou liberar um produto que não atende aos requisitos especificados. Conclusão de auditoria: resultado de uma auditoria, apresentado pela equipe auditora após levar em consideração os objetivos da auditoria e todas as suas constatações. Conformidade: atendimento a um requisito. Constatações de auditoria: resultados da avaliação da evidência de auditoria coletada, comparada com os critérios de auditoria. Controle da qualidade: parte de gestão da qualidade focada no atendimento dos requisitos da qualidade. Correção: ação para eliminar uma não conformidade identificada. Critério de auditoria: conjunto de políticas, procedimentos ou requisitos usados como referência. Custos da qualidade: custos relacionados com as perdas em função da qualidade insuficiente de processos, produtos ou serviços (custos da não conformidade) ou com os investimentos em atividades que eliminem falhas ou elevem a qualidade de processos, produtos ou serviços (custos da conformidade). A identificação e a apropriação contábil desses custos permitem que o administrador analise o nível de qualidade de sua produção e tome decisões para melhorá‑lo. 139 Declaração de conformidade: declaração, emitida pelo fornecedor ou produtor de um software, assegurando que este opera em conformidade com certas normas ou especificações preestabelecidas. Defeito: não atendimento a um requisito relacionado a um uso pretendido ou especificado. Desempenho ambiental: resultados mensuráveis da gestão de uma organização sobre seus aspectos ambientais. Documento: informação e o meio no qual ela está contida. Eficácia: medida na qual atividades planejadas são realizadas e resultados planejados são alcançados. Eficiência: relação entre o resultado alcançado e os recursos usados. Empreendimento: processo único que consiste em um conjunto de atividades coordenadas e controladas, com datas de início e conclusão, realizado para atingir um objetivo em conformidade com requisitos especificados, incluindo as limitações de tempo, custo e recursos. Ensaio: determinação de uma ou mais características de acordo com um procedimento. Entidade certificadora: órgão que realiza a certificação de conformidade, a partir da garantia adequada de que um produto, processo ou serviço, devidamente identificado, atende a uma norma ou outro documento normativo especificado. Equipamento de medição: instrumento, programa de computador, padrão, material de referência ou dispositivo auxiliar – ou uma combinação deles – necessário para executar um processo de medição. Equipe de auditoria: um ou mais auditores que realizam uma auditoria, apoiados, se necessário, por especialistas. Escopo de auditoria: abrangência e limites de uma auditoria. Especialista: pessoa que tem conhecimento ou experiência específico no assunto a ser auditado. Especificação: documento que estabelece requisitos. Estrutura organizacional: conjunto de responsabilidades, autoridade e relação entre pessoas. Evidências de auditoria: registros, apresentação de fatos ou outras informações verificáveis e pertinentes aos critérios de auditoria. Evidência objetiva: dados que apoiam a existência ou a veracidade de alguma coisa. Fornecedor: organização ou pessoa que fornece um produto. 140 Função metrológica: função organizacional responsável por definir e implementar o sistema de controle de medição. Garantia da qualidade: parte da gestão da qualidade focada em assegurar que os requisitos da qualidade serão atendidos. Garantia de funcionamento: termo coletivo utilizado para descrever o desempenho da disponibilidade e seus fatores que influenciam o desempenho da confiabilidade, da manutenção e do apoio da manutenção. Gestão: atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização. Gestão da qualidade: atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização no que diz respeito à qualidade. Impacto ambiental: qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, dos aspectos ambientais da organização. Informação: dados significativos. Infraestrutura: sistema de instalações, equipamentos e serviços necessários para a operação de uma organização. Inspeção: avaliação da conformidade por observação e julgamento, acompanhada, se necessário, de medições, ensaios ou comparação com padrões. ISO: International Organization for Standardization (Organização Internacional de Normalização). Rede dos institutos nacionais de normas de 167 países, composta por um membro de cada país e uma secretaria central localizada em Genebra, Suíça, que coordena a rede. Trata‑se de uma organização não governamental, com membros dos setores público e privado. Lead assessor: certificação que qualifica um auditor a avaliar empresas segundo as normas ISO 9000 e ISO 14000. A obtenção desse título depende da participação em cursos e da realização de um número de horas de auditoria. Liberação: permissão para prosseguir para o próximo estágio de um processo. Manual da qualidade: documento que especifica o sistema de gestão da qualidade de uma organização. Medição: uso de uma métrica para atribuir um valor (que pode ser um número ou uma categoria), obtido a partir de uma escala, a um atributo de uma entidade. Meio ambiente: circunvizinhança em que a organização opera, incluindo‑se ar, água, solo, recursos naturais, flora, fauna, seres humanos e suas inter‑relações. 141 Melhoria contínua: atividade recorrente para aumentar a capacidade de atender requisitos. Melhoria da qualidade: parte da gestão da qualidade focada no aumento da capacidade de atender aos requisitos da qualidade. Meta ambiental: requisito de desempenho detalhado, aplicável à organização ou a parte dela, resultante dos objetivos ambientais e que necessita ser estabelecido e atendido para que tais objetivos sejam atingidos. Não conformidade: não atendimento de um requisito especificado. NBR ISO 9000: norma que descreve os fundamentos de sistemas de gestão da qualidade e estabelece sua terminologia. NBR ISO 9001: norma que especifica requisitos para um sistema de gestão da qualidade quando uma organização necessita demonstrar sua capacidade para fornecer de forma coerente produtos que atendam aos requisitos regulamentares aplicáveis e às especificações do cliente, cuja satisfação pretende aumentar por meio da efetiva aplicação do sistema, incluindo processos para sua melhoria contínua. NBR ISO 9004: norma que fornece orientação para um sistema de gestão da qualidade com objetivos mais amplos do que os da ISO 9001, especificamente no que tange à melhoria contínua do desempenho global de uma organização, assim como de sua eficiência e eficácia. NBR ISO/IEC 17025: requisitos gerais para a capacitação de laboratórios de calibração e de ensaios. Objetivo ambiental: propósito ambiental geral, decorrente da política ambiental, que uma organização se propõe a atingir. Objetivo da qualidade: aquilo que é buscado ou almejado, no que diz respeito à qualidade. Organização: grupo de instalações e pessoas com um conjunto de responsabilidades, autoridades ou relações. Parte interessada: pessoa ou grupo que tem interesse no desempenho ou no sucesso de uma organização. Permissão de desvio: permissão para desviar‑sedos requisitos originalmente especificados de um produto antes de sua realização. Planejamento da qualidade: parte da gestão da qualidade focada no estabelecimento de objetivos da qualidade e que especifica os recursos e processos operacionais necessários para atendê‑los. Plano da qualidade: documento que especifica os procedimentos e recursos que devem ser aplicados a um empreendimento, produto, processo ou contrato, além de indicar quem os deve aplicar e quando. 142 Plano de auditoria: descrição das atividades e arranjos para uma auditoria. Política ambiental: intenções e princípios gerais de uma organização em relação ao seu desempenho ambiental conforme formalmente expresso pela alta administração. Política da qualidade: intenções e diretrizes globais de uma organização relativas à qualidade, formalmente expressas pela alta direção. Prevenção de poluição: processos, práticas, técnicas ou tipo de energia utilizados para evitar, reduzir ou controlar (de forma separada ou combinada) a geração de poluentes. Procedimento: forma especificada de executar uma atividade ou um processo. Processo: conjunto de atividades inter‑relacionadas ou interativas que transforma insumos (entradas) em produtos (saídas). Processo de medição: conjunto de operações para determinar o valor de uma grandeza. Processo de qualificação: processo para demonstrar a capacidade de atender aos requisitos especificados. Produto: resultado de um processo. Programa de auditoria: conjunto de uma ou mais auditorias planejadas para um período específico e direcionado a um propósito específico. Projeto e desenvolvimento: conjunto de processos que transformam requisitos em características especificadas de um produto, processo ou sistema. Qualidade: grau no qual um conjunto de características inerentes satisfaz os requisitos. Pode se relacionar a uma atividade, um processo, um produto, uma organização ou uma combinação desses. Rastreabilidade: capacidade de recuperar o histórico, a aplicação ou a localização daquilo que está sendo considerado. Reclassificação: alteração da classe de um produto não conforme, a fim de torná‑lo conforme a requisitos diferentes daqueles inicialmente especificados. Refugo: ação sobre um produto não conforme, para impedir a sua utilização originalmente prevista. Registro: documento que apresenta resultados obtidos ou fornece evidências de atividades realizadas. Reparo: ação sobre um produto não conforme, a fim de torná‑lo aceitável para o uso pretendido. 143 Requisitos: necessidades básicas do cliente; condições de negócio no contrato com fornecedor, contendo características como funcionalidades, especificações técnicas, prazo de entrega e garantia que o cliente requer do produto. Trata‑se de necessidades ou expectativas que são expressas, geralmente, de forma implícita ou obrigatória. Retrabalho: ação sobre um produto não conforme, a fim de torná‑lo conforme aos requisitos. Satisfação do cliente: percepção do cliente sobre o grau em que seus requisitos foram atendidos. Sistema: conjunto de elementos inter‑relacionados ou interativos. Sistema de controle de medição: conjunto de elementos inter‑relacionados ou interativos necessários para alcançar a comprovação metrológica e o controle contínuo dos processos de medição. Sistema de gestão: sistema para estabelecer políticas e objetivos, e para atingir estes objetivos. Sistema de gestão ambiental: parte do sistema de gestão de uma organização utilizada para desenvolver e implementar sua política ambiental e para gerenciar seus aspectos ambientais. Sistema de gestão da qualidade: sistema de gestão para dirigir e controlar uma organização, no que diz respeito à qualidade. Validação: comprovação, através do fornecimento de evidência objetiva, de que os requisitos para uma aplicação ou uso específicos pretendidos foram atendidos. Verificação: comprovação, através de fornecimento de evidência objetiva, de que requisitos especificados foram atendidos. 144 Informações: www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000
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