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44-Texto do artigo-96-2-10-20191128

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ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO: UM ESTUDO DE CASO EM 
UMA INDÚSTRIA MOVELEIRA DA CIDADE DE PASSOS-MG 
 
Nájylla Cecília Pereira Costa1 
Edson Martins2 
 
RESUMO 
O setor moveleiro é considerado um dos setores que representam maior perigo e insegurança para seus 
colaboradores, uma vez que a atividade deste setor é capaz de causar acidentes graves, além de expor os 
colaboradores a quantidades significantes de riscos químicos e ergonômicos. Diante de tais fatos, este 
trabalho tem como principal objetivo efetuar uma análise do processo produtivo a fim de encontrar e 
identificar os principais riscos existentes e propor melhorias por meio da aplicação das ferramentas de 
APR (análise preliminar de riscos) e como objetivos específicos, efetuar o levantamento de dados do 
processo produtivo, bem como identificar os riscos e assim propor melhorias no processo. Para 
investigar o problema, adotou-se uma pesquisa de caráter descritivo e abordagem quantitativa e 
qualitativa, empregando como procedimento técnico o estudo de caso. A partir das observações feitas 
no local de trabalho, verificaram-se alguns problemas como: a falta de organização, higiene e limpeza, 
e químicos. Diante de tais riscos e problemas encontrados, foi proposta a empresa a implantação de 
Mapa de Riscos por todo o ambiente de trabalho bem como a aplicação da metodologia APR e a 
adequação da empresa a NR12. 
 
Palavra-chave: Segurança do Trabalho, Indústria Moveleira, Riscos, ·. 
 
INTRODUÇÃO 
 
 O setor moveleiro é considerado um dos setores que representam maior perigo e 
insegurança para seus colaboradores, uma vez que a atividade deste setor é capaz de causar 
acidentes graves, além de expor os colaboradores a quantidades significantes de riscos 
químicos e ergonômicos. Ainda que as grandes empresas deste setor invistam em tecnologias 
avançadas para tratar destes riscos, somente as de grande porte são capazes de investir o valor 
necessário para torna-las mais seguras. Porém, a sua grande maioria é considera micro e 
pequena empresa, as quais, ainda atuam com maquinários obsoletos e segurança inadequada 
aos seus colaboradores (CARDOSO, 2012). 
1 Engenheira de Produção e Segurança do Trabalho Universidade do Estado de Minas Gerais Campus Passos 
- UEMG, najylla_cecilia@hotmail.com 
2 Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente UEMG, Especialista em Gestão de Pessoas FGV, 
Administração de Empresas - UEMG e Professor da Universidade do Estado de Minas Gerais - MG, 
edson.martins@uemg.br 
 Corroborando com isso, Souza (2004) afirma que as indústrias moveleiras expõemos 
seus colaboradores aos mesmos riscos a riscos mais elevados de acidentes como laceração 
e/ou perda de membros, destacados na Figura 1. 
 
Figura 2: Acidentes em marcenarias 
 
Fonte: Revista Sob Medida p. 31Ed. 105 (2017) 
 
 Segundo dados retirados do Observatório Digital de Saúde e Segurança no Trabalho, 
projeto do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da OIT, a cada 52 segundos é emitido um 
comunicado de acidente de trabalho, sendo um fatal a cada 3 horas e 51 minutos. Lideram os 
acidentes: corte/laceração (20,96%),fratura (17,34%), contusão/esmagamento (5,2%), 
amputação/enucleação (1,03%) (SOB MEDIDA MOBILE, p. 30 ed.105,2017). Corroborando 
com isso, Salim (2007) afirma por meio de uma pesquisa realizada nas principais cidades 
consideradas polos moveleiros, já ocorreram entre os anos de 2002 a 2004, cerca de 3.357 casos 
de acidentes de trabalho acompanhados e registrados pelo INSS, destes 1426 referiam-se a 
micro e pequenas empresas, ou seja, cerca de 42,5% dos acidentes registrados ocorreram nas 
indústrias moveleiras de pequeno porte, contudo, ainda há vários casos de dimensões menores 
ou envolvendo colaboradores irregulares que geralmente não são registrados pelo INSS, uma 
vez que não há perda ou afastamento do colaborador. 
 Diversas pesquisas realizadas em todo o mundo demonstram que o ambiente de trabalho 
das micro e pequenas empresas são considerados cada vez mais perigosos se comparado com 
as indústrias de grande porte, uma vez que as práticas de gestão de risco nestas indústrias não 
tem apresentado eficiência perante as demais, já que a quantidade de recursos disponíveis para 
esta gestão são relativamente menores (GARNICA, 2017). 
 Diante de tais fatos, este trabalho tem como principal objetivo efetuar uma análise do 
processo produtivo a fim de encontrar e identificar os principais riscos existentes e propor 
melhorias por meio da aplicação das ferramentas de APR (análise preliminar de riscos) e como 
objetivos específicos, efetuar o levantamento de dados do processo produtivo, bem como 
identificar os riscos e assim propor melhorias no processo. 
Este trabalho justifica-se por demonstrar a realidade encontrada dos colaboradores 
brasileiros quanto à falta de segurança e comodidade fornecida aos mesmos neste setor 
industrial, principalmente nas indústrias de pequeno e médio porte, onde a falta de investimento 
em maquinários e EPIS adequados, expõe o colaborador a riscos cada vez maiores. 
 Sendo assim, busca-se demonstrar aos proprietários e principais envolvidos a 
importância de uma gestão de riscos eficiente dentro das organizações de pequeno e médio 
porte evitando assim, os acidentes de trabalho. 
 
REFERENCIAL TEÓRICO 
 
A Segurança do Trabalho, segundo Barsano e Barbosa (2018) é a ciência que estuda as 
possíveis causas dos acidentes e incidentes ocorridos durante a atividade do trabalhador, tendo 
como principal objetivo, prevenir que outros acidentes, doenças ocupacionais e outras formas 
de agravo à saúde do trabalhador voltem a acontecer. 
Ele afirma ainda que cabe à segurança do Trabalho e outras áreas afins, como medicina 
do trabalho, ergonomia, saúde ocupacional, entre outras, identificar quais os fatores de riscos 
encontrados no ambiente estudado e seus efeitos a saúde do trabalhador a fim de descobrir e 
propor medidas de intervenção para tais riscos (BARSANO E BARBOSA 2018, apud, 
MATIAS et al. 2011). 
Existem diversos conceitos a respeito da definição de risco. Alguns autores costumam 
definir como a possibilidade de ocorrência de um evento adverso que possa afetar 
negativamente a capacidade de uma organização para alcançar seus objetivos. 
Ruppenthal (2013) afirma que a palavrarisco pode ter pelo menos três significados, 
sendo eles: 
 
Hazard condições de uma variável com potencial necessário para causar 
danos como lesões pessoais, danos a equipamentos e instalações, danos aomeio-ambiente, 
perda de material em processo ou redução da capacidade 
de produção. A existência do risco implica na possibilidade de existência 
de efeitos adversos; 
 
 expressa uma probabilidade de possíveis danos de um período específico de tempo ou 
número de ciclos operacionais, podendo ser indicado 
pela probabilidade de um acidente multiplicado pelo dano em valores 
monetários, vidas ou unidades operacionais; 
 
 Incerteza quanto à ocorrência de um determinado acidente. 
Para a segurança do trabalho, o risco expressa uma probabilidade de possíveis danos dentro de 
um período específico de tempo ou número de ciclos 
operacionais, ou seja, representa o potencial de ocorrência de consequências 
indesejáveis. 
Os conceitos de risco têm sido utilizados em diversas ciências e ramos do conhecimento 
e adap
constantemente associado a potencial, susceptibilidade, vulnerabilidade, sensibilidade ou danos 
potenciais (JUNIOR,DAGNINO, 2010). 
Já Amaro (2005) afirma que o risco é função da 
natureza do perigo, acessibilidade ou via de contato, características da população exposta, 
probabilidade de ocorrência e magnitude das consequências. Em outras palavras o autor expõe 
que apesar dos diversos conceitos existentes, todos reconhecem o risco. 
Os riscos ocupacionais ocorrem em sua grande maioria devido às condições precária do 
ambiente ou processo operacional existentes em diversas atividades profissionais. Estas 
condiçõessão capazes de afetar não só a saúde, mas também a segurança e bem-estar dos 
trabalhadores e seus familiares, podendo causar doenças ocupacionais 
(RODRIGUES;SANTANA, 2010). 
 
RISCOS 
Os riscos ocupacionais são classificados em 5 tipos: químicos, físicos, biológicos, ergo
nômicos e mecânicos. 
Os Riscos Químicos são todas as substâncias ou produtos na forma de poeiras, fumos, 
neblinas, gases, vapores e substâncias compostas ou produtos químicos e no geral capazes de 
causar problemas à saúde do colaborador. Estes agentes podem ser absorvidos por três vias 
distintas: via digestiva, cutânea ou respiratória (SAMWAYS; MICHALOSKI, 2017). 
Já os riscos físicos são considerados agentes que se manifestam em forma de energia, 
como ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, frio, calor, pressão e umidade 
(MIRANDA 1998; MOURA et al. 2015). 
Outro tipo de risco bastante conhecido é o Risco Biológico, o qual considera-se como agente, 
os seres vivos como vírus, bactérias, parasitas, protozoários, fungos, 
bacilosentre outros microrganismos ou 
suas partes com potencial de causar qualquer tipo de infecção, alergias ou toxicidade no corpo
 humano (SAMWAYS; MICHALOSKI, 2017). 
 Riscos Ergonômicos são todo e qualquer fator que possa interferir nas características 
psicofisiológicasdo trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de 
risco ergonômico: levantamento de peso, ritmo de trabalho excessivo,monotonia, 
repetitividade, postura inadequada, etc. (BRASIL, 1995). 
 
SETOR MOVELEIRO 
 A indústria moveleira que utiliza como principal matéria-prima a madeira, tem como 
principal atividade o trabalho de transformar a madeira em um objeto útil (móvel) ou decoração. 
Esta atividade evoluiu da carpintaria, a qual possui a mesma finalidade, porém com esforços 
integralmente manuais, utilizando a criatividade para produzir móveis a partir da madeira em 
sua forma original, muitas vezes sinuosas. 
 Este tipo de produção se retesou por anos até meados do século XX, quando segundo 
Coutinho et al. (2001) a cidade de São Paulo e seus municípios limítrofes Santo André, São 
Caetano e São Bernardo assistiram ao surgimento de pequenas marcenarias de artesãos 
italianos, ocasionado pelo grande número de fluxo migratório. A indústria moveleira surgia, 
então, agregada ao primeiro estágio de desenvolvimento da indústria em São Paulo, com grande 
parte da produção norteada para o mercado popular em formação. Neste mesmo período, 
embasados por idêntica motivação, surgiram também às primeiras indústrias moveleiras no Rio 
Grande do Sul e em Santa Cantarina. 
 Desde então, a quantidade de indústrias moveleiras no Brasil vem aumentando 
progressivamente, garantindo o seu espaço não só no comércio nacional mais também no setor 
de exportações. Este crescimento deve-se em parte aos fatores geográficos e climáticos do país, 
uma vez que propicia à sua população, uma demasiada quantidade de matéria-prima florestal. 
 Segundo dados da ABIMÓVEL Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário, 
em 2003 o setor moveleiro era constituído por cerca de 13.500 micros, pequenas e médias 
empresas. Entretanto, este número só vem aumentando no decorrer dos anos, em 2014 segundo 
Passos (2015), o Brasil já contava com 19.308 empresas (293.817 colaboradores), sendo 99,5% 
delas distribuídas entre micro, pequenas e médias. Ele afirma ainda que embora não haja dados 
consolidados do ranking mundial de produção de 2014, há cinco anos o Brasil ocupa a quinta 
colocação (com 3,7% do total produzido), ficando atrás da Itália (4,4%), Alemanha (4,9%), 
Estados Unidos (10%) e China (40,7%). A expectativa do IEMI Inteligência de Mercado, 
responsável pelo levantamento dos números, é que permaneça na posição, apesar de dados 
preliminares apontarem para que, pela primeira vez, a fabricação registra queda ante o ano 
anterior, de 2,8%, totalizando 463 milhões de peças acabadas em 2014. O valor da produção, 
porém, cresceu 1,4%, para R$ 36,5 bilhões. 
 De acordo com a AMP - Associação Moveleira de Passos (2017), o seguimento vem 
se consolidando no município há 40 anos e cresce anualmente, se destacando em todo o país e 
também no exterior. Atualmente o setor envolve aproximadamente 200 indústrias na cidade e 
gera em torno de 4 mil empregos diretos e indiretos, além de estimular outras áreas do comércio 
através da aquisição maquinários, equipamentos e matéria-prima. Por ser fabricada com 
madeira reutilizada, cada peça produzida ganha uma identidade única e vem ganhando espaço 
nos mais variados tipos de ambientes, integrando, inclusive, cenários de novelas e filmes pelo 
mundo afora. 
 
FATORES DE RISCO NO SETOR MOVELEIRO 
 Diversos são os fatores de riscos ocupacionais encontrados no processo produtivo de 
uma indústria moveleira, podendo ser subdivididos em riscos de operação, como a perda de 
membros por causa das máquinas de corte, retrocesso das ferramentas, entre outros, e os riscos 
causados pelo ambiente de trabalho, como riscos químicos, físicos, biológicos e ergonômicos 
(GIMENEZ, 2010). 
 Consideram-se agentes físicos o clima, a iluminação, a vibração e o ruído; sendo assim, 
faz se necessário analisar o ambiente de trabalho quanto à temperatura do ar, excesso e/ou falta 
de iluminação, vibrações que podem causar fadiga e/ou irritação e a intensidade dos ruídos 
presentes. (GIMENEZ, 2010).Deve-se dar uma atenção especial aos ruídos, pois em indústrias 
movelarias existem máquinas como serra circular,serra de fita, desengrossofuradeira, lixadeira, 
grampeador e tupia que costumam provocar intenso barulho durante o seu funcionamento 
(Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI, 2008). 
 Os agentes químicos considerados no local de trabalho são todos e qualquer substância 
resultante de uma operação de trabalho capaz de penetrar no organismo pela via respiratória, 
como por exemplo, a poeira, o fumo, a névoa, a neblina, os gases, os vapores (GIMENEZ, 
2010). Dentro destes riscos, o instrutor do SENAI destaca que o pó do cavaco é uma grave 
ameaça aos marceneiros. A Agência Internacional de Pesquisa sobre o câncer (Iarc) afirma que 
existem evidências de carcinogênese (produção de câncer) da serragem para os seres humanos 
uma vez que algumas madeiras utilizadas em seu processo produtivo são consideradas mais 
patógenas, ou seja, liberam substâncias que causam enfermidades, como reações alérgicas, 
transtornos pulmonares e até mesmo intoxicação. Sendo assim, para que esse risco seja evitado, 
as indústrias devem adotar medidas para eliminar o excesso de serragem produzida, o que pode 
ser feito por meio de um sistema de extração local, exaustores, limpeza constante além de 
forn
MEDIDA MOBILE, ed.105, 2017). 
 Os agentes biológicos podem ser: vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas e 
bacilos. Enquanto os ergonômicos podem ser causados por esforço físico intenso, levantamento 
e transporte manual de peso, exigência de postura inadequada, jornada de trabalho prolongada, 
monotonia entre outros fatores (GIMENEZ, 2010). 
METODOLOGIA 
 Este trabalho constitui-se em uma pesquisa de caráter descritivo e abordagem 
quantitativa e qualitativa, uma vez que todos os dados foram coletados nas condições normais 
de trabalho, sem interferência do pesquisador. 
 O estudo de caso em questão teve como objeto de estudo uma indústria moveleira de 
pequeno porte localizada na cidade de Passos-MG. Ele consiste em uma análise de riscos com 
a finalidade de identificar os principais riscos presentes no ambiente de trabalho. Para isso, 
foram realizadas diversas visitas ao local objeto de estudo a fim de conhecer primeiramente o 
ambiente, o maquinário utilizado, bem como o processo produtivo como um todo. 
 Com esse conhecimento, foi possível acompanhar e observar cada etapa do processo 
produtivo, buscando identificar detalhes e ouvir as opiniões dos trabalhadores a respeito de suastarefas e suas condições de trabalho. Em seguida, foram identificados e determinados os riscos 
presentes em cada atividade para que assim, possam ser feitas as recomendações capazes de 
reduzir e/ou eliminar os riscos identificados para que a empresa possa tornar o seu ambiente de 
trabalho cada vez mais seguro para os seus colaboradores. 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Durante as visitas realizadas na empresa objeto de estudo, pode-se observar a empresa 
como um todo, permitindo observar diversas falhas quanto à segurança da empresa e de seus 
colaboradores, como a falta de organização, higiene e limpeza, ausência de proteção no 
 
 
RISCOS FISICOS, QUIMICOS E BIOLÓGICOS. 
 
RISCOS FÍSICOS 
 Foram feitas diversas avaliações quanto aos riscos físicos encontrados na empresa 
objeto de estudo a fim de mensurar a quantidade a qual o colaborador está exposto considerando 
um dia normal de trabalho de 8h, para que comparado às normas regulamentadores possa ser 
confirmado à presença ou não do risco ao colaborador. Dentre as avaliações realizadas, está a 
análise do nível de pressão sonora, conhecida como dosimetria, a qual teve seus resultados 
representados pela Tabela 1. 
Tabela 1 - Resultados da dosimetria 
 
Fonte: Arquivos Empresa 
 
 Segundo a N.B.R 10.152, são considerados níveis de desconforto, os níveis de ruído 
entre 65 e 85dB, podendo causar problemas nos colaboradores, tais como: estresse, fadiga, 
dores de cabeça ou até mesmo, lesões e perdas auditivas em casos de longos períodos de 
exposição. De acordo com a dosimetria realizada, a empresa em questão possui um ambiente 
de trabalho com maquinários capazes de produzir níveis elevados de ruído, ultrapassando o 
limite de tolerância permitido pela NR, sendo então, recomendado que os colaboradores 
utilizem protetores auriculares sempre que entrarem em contato com estes maquinários que 
ultrapassam o nível de ação (dose de ruído 0,5 = 80dB). 
 
RISCOS QUÍMICOS 
 Quanto aos riscos químicos, foram encontrados dois agentes dentro do ambiente de 
trabalho, sendo eles a Poeira e os hidrocarbonetos aromáticos e alifáticos, conhecidos como 
o 
e industrialização da madeira, podendo causar enfermidades, como reações alérgicas, 
transtornos pulmonares e até mesmo intoxicação. A fim de confirmar se a quantidade de poeira 
inalada pelos colaboradores é ou não considerada tóxica, foi realizado uma avaliação por meio 
do coletor gravimétrico Gilian com ciclone, uma amostra tipo cassete, com tempo de 480 
minutos, vazão de 1,7 LPM resultando em uma avaliação quantitativa de 0,34 mg/m³em um 
limite de tolerância de 4,00 mg/m³ de acordo com a metodologia NIOSH 0600 poeira 
respirável. De acordo com a avaliação quantitativa realizada, com as tecnologias de controle, 
tanto coletivas como individuas, pode-se constatar que o ambiente está adequado e garante a 
integridade dos colaboradores, sendo, estes mecanismos satisfatórios e efetivos para o 
desenvolvimento das atividades. 
 Já os hidrocarbonetos são utilizados em menor escala na limpeza, higienização e 
finalização do processo de acabamento, sendo então considerado de baixa gravidade uma vez 
que o contato do colaborador com estes materiais ocorre em baixa frequência. Porém, mesmo 
em baixa frequência de utilização, recomenda-se que o colaborador ao entrar em contato com 
proteção. 
 
RISCOS BIOLÓGICOS 
 Não foi encontrado nenhum agente de risco biológico no ambiente de trabalho da 
empresa objeto de estudo. 
 
 
 Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) são acessórios de uso fundamental e 
obrigatório criados para evitar maiores danos à saúde e integridade do trabalhador. Eles não 
evitam o acidente em si, mas impedem que o colaborador seja afetado diretamente. Por isso, o 
cientização do uso 
correto dos equipamentos e treinamentos de segurança (SOB MEDIDA MOBILE, ed.105, 
2017). 
 Segunda a NR 6 considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo 
dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de 
riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho (NR6). 
 Para os marceneiros, função de maior risco dentro de uma indústria moveleira, se faz 
 
Figura 3 : EPI's de uso obrigatório aos colaboradores de uma indústria moveleira 
 
Fonte: Revista Sob Medida p. 32 Ed. 105 (2017) 
 
 Por meio das observações e consulta ao material disponibilizado pela empresa, notou-
se que a mesma 
acompanhamento e distribuição dos mesmos. Porém, no decorrer do expediente de trabalho, 
notou-se também, que alguns colaboradores, mesmo recebendo o EPI necessário, não o estava 
utilizando enquanto outros utilizavam porem de forma inadequada. Diante de tais fatos, propõe 
a empresa, implementar uma gestão de segurança do trabalho responsável por monitorar e 
realizar reciclagem dos treinamentos aos colaboradores quanto à manutenção, armazenamento 
e utilização dos equipamentos de proteção individual. 
 
 
 Os Equipamentos de Proteção Coletiva EPC são dispositivos e sistemas utilizados 
para auxiliar na segurança do trabalhador dentro do local da empresa. Em sua grande maioria 
são conhecidos como proteção de máquinas e equipamentos capazes de evitar acidentes com as 
partes móveis e/ ou perfuro cortantes das máquinas e ferramentas. 
 A grande maioria dos acidentes ocorridos dentro deste segmento de trabalho consistem 
em perda parcial de membros, corte/laceração, fratura contusão/esmagamento ou até mesmo 
amputação/enucleação causados pela falha mecânica e/ou contato direto do colaborador com as 
partes perfuro cortantes do maquinário. Tais acidentes poderiam ser evitados com a se as 
empresas seguissem a NR 12, que trata da proteção de máquinas e equipamentos para evitar 
este tipo de acidente. Corroborando com isto, Souza (2004) explica que, para garantir o trabalho 
em condições seguras, há necessidade de proteções diversificadas e adequadas a cada máquina 
utilizada no processo produtivo, e de trabalhadores orientados para utilizá-las corretamente a 
cada operação a ser executada. 
 Na empresa em questão notou-se que a grande maioria de seus maquinários, são bastante 
antigos e não possuem as proteções adequadas, sendo assim, propõe-se aos gestores da mesma, 
a adequação de todo o seu maquinário de acordo com a NR12. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 O presente artigo buscou observar e encontrar os riscos presentes no ambiente de 
trabalho de uma indústria moveleira sendo eles químicos, físicos e biológicos, além de mais 
proteção nas máquinas usadas pela empresa. 
 A grande maioria dos riscos encontrados já estavam sendo controlados pela empresa por 
-se a falta de informação aos colaboradores 
quanto aos riscos que os mesmos se encontram expostos, sendo proposto então como um 
trabalho futuro, a elaboração de mapas de riscos bem como o controle dos mesmos por meio da 
metodologia de Análise Preliminar de Riscos, conhecida como APR. 
 De maneira geral, as indústrias desse ramo, em especial as pequenas e médias, 
apresentam condições de trabalho em sua grande maioria escassas, podendo aprimoradas sem 
grandes investimentos, a partir do reconhecimento de suas inadequações e da implantação de 
medidas de controle necessárias, além da utilização de técnicas mais modernas de gestão, 
incluindo às de segurança no trabalho. 
 Enfim, a segurança do trabalho no setor moveleiro precisa ser melhorada, visto que, a 
qualidade de vida dos seres humanos está diretamente relacionada a melhores condições de 
trabalho. 
 
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Material didático. Disponível em: <http://www.segurancaetrabalho.com.br/download/marcenarias-
telmo.pdf>. Acesso em: 13 de Abril 2019.

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