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ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO: UM ESTUDO DE CASO EM UMA INDÚSTRIA MOVELEIRA DA CIDADE DE PASSOS-MG Nájylla Cecília Pereira Costa1 Edson Martins2 RESUMO O setor moveleiro é considerado um dos setores que representam maior perigo e insegurança para seus colaboradores, uma vez que a atividade deste setor é capaz de causar acidentes graves, além de expor os colaboradores a quantidades significantes de riscos químicos e ergonômicos. Diante de tais fatos, este trabalho tem como principal objetivo efetuar uma análise do processo produtivo a fim de encontrar e identificar os principais riscos existentes e propor melhorias por meio da aplicação das ferramentas de APR (análise preliminar de riscos) e como objetivos específicos, efetuar o levantamento de dados do processo produtivo, bem como identificar os riscos e assim propor melhorias no processo. Para investigar o problema, adotou-se uma pesquisa de caráter descritivo e abordagem quantitativa e qualitativa, empregando como procedimento técnico o estudo de caso. A partir das observações feitas no local de trabalho, verificaram-se alguns problemas como: a falta de organização, higiene e limpeza, e químicos. Diante de tais riscos e problemas encontrados, foi proposta a empresa a implantação de Mapa de Riscos por todo o ambiente de trabalho bem como a aplicação da metodologia APR e a adequação da empresa a NR12. Palavra-chave: Segurança do Trabalho, Indústria Moveleira, Riscos, ·. INTRODUÇÃO O setor moveleiro é considerado um dos setores que representam maior perigo e insegurança para seus colaboradores, uma vez que a atividade deste setor é capaz de causar acidentes graves, além de expor os colaboradores a quantidades significantes de riscos químicos e ergonômicos. Ainda que as grandes empresas deste setor invistam em tecnologias avançadas para tratar destes riscos, somente as de grande porte são capazes de investir o valor necessário para torna-las mais seguras. Porém, a sua grande maioria é considera micro e pequena empresa, as quais, ainda atuam com maquinários obsoletos e segurança inadequada aos seus colaboradores (CARDOSO, 2012). 1 Engenheira de Produção e Segurança do Trabalho Universidade do Estado de Minas Gerais Campus Passos - UEMG, najylla_cecilia@hotmail.com 2 Mestre em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente UEMG, Especialista em Gestão de Pessoas FGV, Administração de Empresas - UEMG e Professor da Universidade do Estado de Minas Gerais - MG, edson.martins@uemg.br Corroborando com isso, Souza (2004) afirma que as indústrias moveleiras expõemos seus colaboradores aos mesmos riscos a riscos mais elevados de acidentes como laceração e/ou perda de membros, destacados na Figura 1. Figura 2: Acidentes em marcenarias Fonte: Revista Sob Medida p. 31Ed. 105 (2017) Segundo dados retirados do Observatório Digital de Saúde e Segurança no Trabalho, projeto do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da OIT, a cada 52 segundos é emitido um comunicado de acidente de trabalho, sendo um fatal a cada 3 horas e 51 minutos. Lideram os acidentes: corte/laceração (20,96%),fratura (17,34%), contusão/esmagamento (5,2%), amputação/enucleação (1,03%) (SOB MEDIDA MOBILE, p. 30 ed.105,2017). Corroborando com isso, Salim (2007) afirma por meio de uma pesquisa realizada nas principais cidades consideradas polos moveleiros, já ocorreram entre os anos de 2002 a 2004, cerca de 3.357 casos de acidentes de trabalho acompanhados e registrados pelo INSS, destes 1426 referiam-se a micro e pequenas empresas, ou seja, cerca de 42,5% dos acidentes registrados ocorreram nas indústrias moveleiras de pequeno porte, contudo, ainda há vários casos de dimensões menores ou envolvendo colaboradores irregulares que geralmente não são registrados pelo INSS, uma vez que não há perda ou afastamento do colaborador. Diversas pesquisas realizadas em todo o mundo demonstram que o ambiente de trabalho das micro e pequenas empresas são considerados cada vez mais perigosos se comparado com as indústrias de grande porte, uma vez que as práticas de gestão de risco nestas indústrias não tem apresentado eficiência perante as demais, já que a quantidade de recursos disponíveis para esta gestão são relativamente menores (GARNICA, 2017). Diante de tais fatos, este trabalho tem como principal objetivo efetuar uma análise do processo produtivo a fim de encontrar e identificar os principais riscos existentes e propor melhorias por meio da aplicação das ferramentas de APR (análise preliminar de riscos) e como objetivos específicos, efetuar o levantamento de dados do processo produtivo, bem como identificar os riscos e assim propor melhorias no processo. Este trabalho justifica-se por demonstrar a realidade encontrada dos colaboradores brasileiros quanto à falta de segurança e comodidade fornecida aos mesmos neste setor industrial, principalmente nas indústrias de pequeno e médio porte, onde a falta de investimento em maquinários e EPIS adequados, expõe o colaborador a riscos cada vez maiores. Sendo assim, busca-se demonstrar aos proprietários e principais envolvidos a importância de uma gestão de riscos eficiente dentro das organizações de pequeno e médio porte evitando assim, os acidentes de trabalho. REFERENCIAL TEÓRICO A Segurança do Trabalho, segundo Barsano e Barbosa (2018) é a ciência que estuda as possíveis causas dos acidentes e incidentes ocorridos durante a atividade do trabalhador, tendo como principal objetivo, prevenir que outros acidentes, doenças ocupacionais e outras formas de agravo à saúde do trabalhador voltem a acontecer. Ele afirma ainda que cabe à segurança do Trabalho e outras áreas afins, como medicina do trabalho, ergonomia, saúde ocupacional, entre outras, identificar quais os fatores de riscos encontrados no ambiente estudado e seus efeitos a saúde do trabalhador a fim de descobrir e propor medidas de intervenção para tais riscos (BARSANO E BARBOSA 2018, apud, MATIAS et al. 2011). Existem diversos conceitos a respeito da definição de risco. Alguns autores costumam definir como a possibilidade de ocorrência de um evento adverso que possa afetar negativamente a capacidade de uma organização para alcançar seus objetivos. Ruppenthal (2013) afirma que a palavrarisco pode ter pelo menos três significados, sendo eles: Hazard condições de uma variável com potencial necessário para causar danos como lesões pessoais, danos a equipamentos e instalações, danos aomeio-ambiente, perda de material em processo ou redução da capacidade de produção. A existência do risco implica na possibilidade de existência de efeitos adversos; expressa uma probabilidade de possíveis danos de um período específico de tempo ou número de ciclos operacionais, podendo ser indicado pela probabilidade de um acidente multiplicado pelo dano em valores monetários, vidas ou unidades operacionais; Incerteza quanto à ocorrência de um determinado acidente. Para a segurança do trabalho, o risco expressa uma probabilidade de possíveis danos dentro de um período específico de tempo ou número de ciclos operacionais, ou seja, representa o potencial de ocorrência de consequências indesejáveis. Os conceitos de risco têm sido utilizados em diversas ciências e ramos do conhecimento e adap constantemente associado a potencial, susceptibilidade, vulnerabilidade, sensibilidade ou danos potenciais (JUNIOR,DAGNINO, 2010). Já Amaro (2005) afirma que o risco é função da natureza do perigo, acessibilidade ou via de contato, características da população exposta, probabilidade de ocorrência e magnitude das consequências. Em outras palavras o autor expõe que apesar dos diversos conceitos existentes, todos reconhecem o risco. Os riscos ocupacionais ocorrem em sua grande maioria devido às condições precária do ambiente ou processo operacional existentes em diversas atividades profissionais. Estas condiçõessão capazes de afetar não só a saúde, mas também a segurança e bem-estar dos trabalhadores e seus familiares, podendo causar doenças ocupacionais (RODRIGUES;SANTANA, 2010). RISCOS Os riscos ocupacionais são classificados em 5 tipos: químicos, físicos, biológicos, ergo nômicos e mecânicos. Os Riscos Químicos são todas as substâncias ou produtos na forma de poeiras, fumos, neblinas, gases, vapores e substâncias compostas ou produtos químicos e no geral capazes de causar problemas à saúde do colaborador. Estes agentes podem ser absorvidos por três vias distintas: via digestiva, cutânea ou respiratória (SAMWAYS; MICHALOSKI, 2017). Já os riscos físicos são considerados agentes que se manifestam em forma de energia, como ruídos, vibrações, radiações ionizantes e não ionizantes, frio, calor, pressão e umidade (MIRANDA 1998; MOURA et al. 2015). Outro tipo de risco bastante conhecido é o Risco Biológico, o qual considera-se como agente, os seres vivos como vírus, bactérias, parasitas, protozoários, fungos, bacilosentre outros microrganismos ou suas partes com potencial de causar qualquer tipo de infecção, alergias ou toxicidade no corpo humano (SAMWAYS; MICHALOSKI, 2017). Riscos Ergonômicos são todo e qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicasdo trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: levantamento de peso, ritmo de trabalho excessivo,monotonia, repetitividade, postura inadequada, etc. (BRASIL, 1995). SETOR MOVELEIRO A indústria moveleira que utiliza como principal matéria-prima a madeira, tem como principal atividade o trabalho de transformar a madeira em um objeto útil (móvel) ou decoração. Esta atividade evoluiu da carpintaria, a qual possui a mesma finalidade, porém com esforços integralmente manuais, utilizando a criatividade para produzir móveis a partir da madeira em sua forma original, muitas vezes sinuosas. Este tipo de produção se retesou por anos até meados do século XX, quando segundo Coutinho et al. (2001) a cidade de São Paulo e seus municípios limítrofes Santo André, São Caetano e São Bernardo assistiram ao surgimento de pequenas marcenarias de artesãos italianos, ocasionado pelo grande número de fluxo migratório. A indústria moveleira surgia, então, agregada ao primeiro estágio de desenvolvimento da indústria em São Paulo, com grande parte da produção norteada para o mercado popular em formação. Neste mesmo período, embasados por idêntica motivação, surgiram também às primeiras indústrias moveleiras no Rio Grande do Sul e em Santa Cantarina. Desde então, a quantidade de indústrias moveleiras no Brasil vem aumentando progressivamente, garantindo o seu espaço não só no comércio nacional mais também no setor de exportações. Este crescimento deve-se em parte aos fatores geográficos e climáticos do país, uma vez que propicia à sua população, uma demasiada quantidade de matéria-prima florestal. Segundo dados da ABIMÓVEL Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário, em 2003 o setor moveleiro era constituído por cerca de 13.500 micros, pequenas e médias empresas. Entretanto, este número só vem aumentando no decorrer dos anos, em 2014 segundo Passos (2015), o Brasil já contava com 19.308 empresas (293.817 colaboradores), sendo 99,5% delas distribuídas entre micro, pequenas e médias. Ele afirma ainda que embora não haja dados consolidados do ranking mundial de produção de 2014, há cinco anos o Brasil ocupa a quinta colocação (com 3,7% do total produzido), ficando atrás da Itália (4,4%), Alemanha (4,9%), Estados Unidos (10%) e China (40,7%). A expectativa do IEMI Inteligência de Mercado, responsável pelo levantamento dos números, é que permaneça na posição, apesar de dados preliminares apontarem para que, pela primeira vez, a fabricação registra queda ante o ano anterior, de 2,8%, totalizando 463 milhões de peças acabadas em 2014. O valor da produção, porém, cresceu 1,4%, para R$ 36,5 bilhões. De acordo com a AMP - Associação Moveleira de Passos (2017), o seguimento vem se consolidando no município há 40 anos e cresce anualmente, se destacando em todo o país e também no exterior. Atualmente o setor envolve aproximadamente 200 indústrias na cidade e gera em torno de 4 mil empregos diretos e indiretos, além de estimular outras áreas do comércio através da aquisição maquinários, equipamentos e matéria-prima. Por ser fabricada com madeira reutilizada, cada peça produzida ganha uma identidade única e vem ganhando espaço nos mais variados tipos de ambientes, integrando, inclusive, cenários de novelas e filmes pelo mundo afora. FATORES DE RISCO NO SETOR MOVELEIRO Diversos são os fatores de riscos ocupacionais encontrados no processo produtivo de uma indústria moveleira, podendo ser subdivididos em riscos de operação, como a perda de membros por causa das máquinas de corte, retrocesso das ferramentas, entre outros, e os riscos causados pelo ambiente de trabalho, como riscos químicos, físicos, biológicos e ergonômicos (GIMENEZ, 2010). Consideram-se agentes físicos o clima, a iluminação, a vibração e o ruído; sendo assim, faz se necessário analisar o ambiente de trabalho quanto à temperatura do ar, excesso e/ou falta de iluminação, vibrações que podem causar fadiga e/ou irritação e a intensidade dos ruídos presentes. (GIMENEZ, 2010).Deve-se dar uma atenção especial aos ruídos, pois em indústrias movelarias existem máquinas como serra circular,serra de fita, desengrossofuradeira, lixadeira, grampeador e tupia que costumam provocar intenso barulho durante o seu funcionamento (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI, 2008). Os agentes químicos considerados no local de trabalho são todos e qualquer substância resultante de uma operação de trabalho capaz de penetrar no organismo pela via respiratória, como por exemplo, a poeira, o fumo, a névoa, a neblina, os gases, os vapores (GIMENEZ, 2010). Dentro destes riscos, o instrutor do SENAI destaca que o pó do cavaco é uma grave ameaça aos marceneiros. A Agência Internacional de Pesquisa sobre o câncer (Iarc) afirma que existem evidências de carcinogênese (produção de câncer) da serragem para os seres humanos uma vez que algumas madeiras utilizadas em seu processo produtivo são consideradas mais patógenas, ou seja, liberam substâncias que causam enfermidades, como reações alérgicas, transtornos pulmonares e até mesmo intoxicação. Sendo assim, para que esse risco seja evitado, as indústrias devem adotar medidas para eliminar o excesso de serragem produzida, o que pode ser feito por meio de um sistema de extração local, exaustores, limpeza constante além de forn MEDIDA MOBILE, ed.105, 2017). Os agentes biológicos podem ser: vírus, bactérias, protozoários, fungos, parasitas e bacilos. Enquanto os ergonômicos podem ser causados por esforço físico intenso, levantamento e transporte manual de peso, exigência de postura inadequada, jornada de trabalho prolongada, monotonia entre outros fatores (GIMENEZ, 2010). METODOLOGIA Este trabalho constitui-se em uma pesquisa de caráter descritivo e abordagem quantitativa e qualitativa, uma vez que todos os dados foram coletados nas condições normais de trabalho, sem interferência do pesquisador. O estudo de caso em questão teve como objeto de estudo uma indústria moveleira de pequeno porte localizada na cidade de Passos-MG. Ele consiste em uma análise de riscos com a finalidade de identificar os principais riscos presentes no ambiente de trabalho. Para isso, foram realizadas diversas visitas ao local objeto de estudo a fim de conhecer primeiramente o ambiente, o maquinário utilizado, bem como o processo produtivo como um todo. Com esse conhecimento, foi possível acompanhar e observar cada etapa do processo produtivo, buscando identificar detalhes e ouvir as opiniões dos trabalhadores a respeito de suastarefas e suas condições de trabalho. Em seguida, foram identificados e determinados os riscos presentes em cada atividade para que assim, possam ser feitas as recomendações capazes de reduzir e/ou eliminar os riscos identificados para que a empresa possa tornar o seu ambiente de trabalho cada vez mais seguro para os seus colaboradores. RESULTADOS E DISCUSSÃO Durante as visitas realizadas na empresa objeto de estudo, pode-se observar a empresa como um todo, permitindo observar diversas falhas quanto à segurança da empresa e de seus colaboradores, como a falta de organização, higiene e limpeza, ausência de proteção no RISCOS FISICOS, QUIMICOS E BIOLÓGICOS. RISCOS FÍSICOS Foram feitas diversas avaliações quanto aos riscos físicos encontrados na empresa objeto de estudo a fim de mensurar a quantidade a qual o colaborador está exposto considerando um dia normal de trabalho de 8h, para que comparado às normas regulamentadores possa ser confirmado à presença ou não do risco ao colaborador. Dentre as avaliações realizadas, está a análise do nível de pressão sonora, conhecida como dosimetria, a qual teve seus resultados representados pela Tabela 1. Tabela 1 - Resultados da dosimetria Fonte: Arquivos Empresa Segundo a N.B.R 10.152, são considerados níveis de desconforto, os níveis de ruído entre 65 e 85dB, podendo causar problemas nos colaboradores, tais como: estresse, fadiga, dores de cabeça ou até mesmo, lesões e perdas auditivas em casos de longos períodos de exposição. De acordo com a dosimetria realizada, a empresa em questão possui um ambiente de trabalho com maquinários capazes de produzir níveis elevados de ruído, ultrapassando o limite de tolerância permitido pela NR, sendo então, recomendado que os colaboradores utilizem protetores auriculares sempre que entrarem em contato com estes maquinários que ultrapassam o nível de ação (dose de ruído 0,5 = 80dB). RISCOS QUÍMICOS Quanto aos riscos químicos, foram encontrados dois agentes dentro do ambiente de trabalho, sendo eles a Poeira e os hidrocarbonetos aromáticos e alifáticos, conhecidos como o e industrialização da madeira, podendo causar enfermidades, como reações alérgicas, transtornos pulmonares e até mesmo intoxicação. A fim de confirmar se a quantidade de poeira inalada pelos colaboradores é ou não considerada tóxica, foi realizado uma avaliação por meio do coletor gravimétrico Gilian com ciclone, uma amostra tipo cassete, com tempo de 480 minutos, vazão de 1,7 LPM resultando em uma avaliação quantitativa de 0,34 mg/m³em um limite de tolerância de 4,00 mg/m³ de acordo com a metodologia NIOSH 0600 poeira respirável. De acordo com a avaliação quantitativa realizada, com as tecnologias de controle, tanto coletivas como individuas, pode-se constatar que o ambiente está adequado e garante a integridade dos colaboradores, sendo, estes mecanismos satisfatórios e efetivos para o desenvolvimento das atividades. Já os hidrocarbonetos são utilizados em menor escala na limpeza, higienização e finalização do processo de acabamento, sendo então considerado de baixa gravidade uma vez que o contato do colaborador com estes materiais ocorre em baixa frequência. Porém, mesmo em baixa frequência de utilização, recomenda-se que o colaborador ao entrar em contato com proteção. RISCOS BIOLÓGICOS Não foi encontrado nenhum agente de risco biológico no ambiente de trabalho da empresa objeto de estudo. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) são acessórios de uso fundamental e obrigatório criados para evitar maiores danos à saúde e integridade do trabalhador. Eles não evitam o acidente em si, mas impedem que o colaborador seja afetado diretamente. Por isso, o cientização do uso correto dos equipamentos e treinamentos de segurança (SOB MEDIDA MOBILE, ed.105, 2017). Segunda a NR 6 considera-se Equipamento de Proteção Individual - EPI, todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho (NR6). Para os marceneiros, função de maior risco dentro de uma indústria moveleira, se faz Figura 3 : EPI's de uso obrigatório aos colaboradores de uma indústria moveleira Fonte: Revista Sob Medida p. 32 Ed. 105 (2017) Por meio das observações e consulta ao material disponibilizado pela empresa, notou- se que a mesma acompanhamento e distribuição dos mesmos. Porém, no decorrer do expediente de trabalho, notou-se também, que alguns colaboradores, mesmo recebendo o EPI necessário, não o estava utilizando enquanto outros utilizavam porem de forma inadequada. Diante de tais fatos, propõe a empresa, implementar uma gestão de segurança do trabalho responsável por monitorar e realizar reciclagem dos treinamentos aos colaboradores quanto à manutenção, armazenamento e utilização dos equipamentos de proteção individual. Os Equipamentos de Proteção Coletiva EPC são dispositivos e sistemas utilizados para auxiliar na segurança do trabalhador dentro do local da empresa. Em sua grande maioria são conhecidos como proteção de máquinas e equipamentos capazes de evitar acidentes com as partes móveis e/ ou perfuro cortantes das máquinas e ferramentas. A grande maioria dos acidentes ocorridos dentro deste segmento de trabalho consistem em perda parcial de membros, corte/laceração, fratura contusão/esmagamento ou até mesmo amputação/enucleação causados pela falha mecânica e/ou contato direto do colaborador com as partes perfuro cortantes do maquinário. Tais acidentes poderiam ser evitados com a se as empresas seguissem a NR 12, que trata da proteção de máquinas e equipamentos para evitar este tipo de acidente. Corroborando com isto, Souza (2004) explica que, para garantir o trabalho em condições seguras, há necessidade de proteções diversificadas e adequadas a cada máquina utilizada no processo produtivo, e de trabalhadores orientados para utilizá-las corretamente a cada operação a ser executada. Na empresa em questão notou-se que a grande maioria de seus maquinários, são bastante antigos e não possuem as proteções adequadas, sendo assim, propõe-se aos gestores da mesma, a adequação de todo o seu maquinário de acordo com a NR12. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente artigo buscou observar e encontrar os riscos presentes no ambiente de trabalho de uma indústria moveleira sendo eles químicos, físicos e biológicos, além de mais proteção nas máquinas usadas pela empresa. A grande maioria dos riscos encontrados já estavam sendo controlados pela empresa por -se a falta de informação aos colaboradores quanto aos riscos que os mesmos se encontram expostos, sendo proposto então como um trabalho futuro, a elaboração de mapas de riscos bem como o controle dos mesmos por meio da metodologia de Análise Preliminar de Riscos, conhecida como APR. De maneira geral, as indústrias desse ramo, em especial as pequenas e médias, apresentam condições de trabalho em sua grande maioria escassas, podendo aprimoradas sem grandes investimentos, a partir do reconhecimento de suas inadequações e da implantação de medidas de controle necessárias, além da utilização de técnicas mais modernas de gestão, incluindo às de segurança no trabalho. Enfim, a segurança do trabalho no setor moveleiro precisa ser melhorada, visto que, a qualidade de vida dos seres humanos está diretamente relacionada a melhores condições de trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABIMÓVEL Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário. Disponível em: <www.abimovel.org.br> Acessado em: 10/04/2019. AMARO, A. Consciência e cultura do risco nas organizações. Territorium, Coimbra, n. 12, p. 5-9, 2005. AMP- ASSOCIAÇÃO MOVELEIRA DE PASSOS.Primeira Feira de Móveis Rústicos de Passos. Passos MG. Maio 2017. Disponível em: <http://www.acipassos.com.br/index.php/35-acip/capa/735-vem-ai-a-1-feira-de-moveis-rusticos-de-passos> Acessado em: 03/04/2019. BARSANO, P.R. BARBOSA, R. P. Segurança do Trabalho guia prático e didático. 2ª Edição. Editora Saraiva. São Paulo, 2018. BRASIL. Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978 NR - 5. Comissão Interna de Prevenção de Acidentes. In: SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. 29. ed. São Paulo: Atlas, 1995. 489 p. 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