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PRÁTICA PENAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Identificar o momento processual de apresentação das alegações finais.
 > Descrever o possível conteúdo das alegações finais.
 > Explicar a diferença entre os pedidos principais e os subsidiários.
Introdução
As alegações finais estão dispostas no art. 403 do Código de Processo Penal (CPP), 
podendo ser traduzidas como a última oportunidade que a defesa e a acusação 
têm de apresentarem seus argumentos antes de o juiz proferir a sentença. Os 
debates foram previstos pelo legislador para acontecerem durante a audiência 
de instrução e julgamento, após o interrogatório do acusado. Ademais, com a 
reforma do CPP de 2008, ocorreu a introdução da possibilidade de apresentação 
das alegações finais por memoriais, conforme a disposição do art. 403, § 3º (BRASIL, 
2008a). Havendo diligências, ou nos casos penais em que há complexidade ou 
expressivo número de acusados, o juiz pode conceder prazo de cinco dias para 
as partes apresentarem suas alegações finais por memoriais. 
As alegações finais representam, tanto na modalidade oral quanto por me-
moriais, momento processual de extrema importância, uma vez que é a fase em 
que podem ser apontadas as mais diversas teses para benefício do acusado. 
Dessa maneira, não apenas as teses principais, ou seja, aquelas voltadas para 
a absolvição do acusado ou a extinção do processo, por exemplo, devem ser 
alegadas, mas também devem constar os pedidos subsidiários, aqueles que não 
visam à absolvição, mas à apresentação de argumentos que sejam benéficos 
para o acusado quando da apreciação da peça pelo juiz. Ou seja, também é o 
momento de apresentar teses relacionadas com a dosimetria da pena, o regime 
de cumprimento, o sursis, a desclassificação, etc. 
Alegações finais
Karoline Freire
Neste capítulo, vamos identificar o momento processual de apresentação 
das alegações finais e verificar o possível conteúdo das alegações finais. Além 
disso, vamos analisar as diferenças entre os pedidos principais e os subsidiários.
Momento processual de apresentação 
das alegações finais
O rito ordinário é destinado para os delitos cuja pena máxima cominada for 
igual ou superior a quatro anos de pena privativa de liberdade, de acordo 
com o que está disposto entre os arts. 395 e 405 do CPP, com redação dada 
pela Lei nº 11.719, de 20 de junho de 2008 (LOPES JR., 2014). 
Inicialmente, é oferecida denúncia ou queixa, conforme dispõe o art. 396 
do CPP. Esse documento poderá ser rejeitado pelo juiz, caso seja denúncia ou 
queixa manifestamente inepta, se faltar pressuposto processual ou condição 
para o exercício da ação penal, de acordo com os incisos I, II e III do art. 395 
do CPP. Se o juiz não rejeitar a peça acusatória, determinará que o réu seja 
notificado para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 dias. O réu 
é notificado por uma das formas identificadas nos arts. 351 e seguintes do 
CPP. Notificado, terá dez dias para apresentar sua resposta, podendo arguir 
preliminares e alegar tudo que interesse a sua defesa, oferecer documentos 
e justificações, especificando provas pretendidas e arrolando testemunhas, 
qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário (BRASIL, 2008a). 
Após a resposta à acusação, o juiz pode absolver sumariamente o denun-
ciado, caso exista possibilidade legal para tanto, conforme prevê o art. 397 
do CPP, ou pode receber a denúncia ou queixa e designar dia e hora para a 
audiência de instrução e julgamento, ordenando a citação do acusado e a 
intimação de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante 
e do assistente, bem como da vítima e das testemunhas (BRASIL, 2008a). Caso 
o acusado esteja preso, será requisitado para comparecer ao interrogatório, 
devendo o poder público providenciar sua apresentação. Excepcionalmente, 
esse interrogatório pode ser realizado no cárcere, conforme previsto no art. 
185, § 1º, do CPP, ou de forma mais excepcional, por meio de videoconferência, 
nas hipóteses indicadas no art. 185, § 2º, do CPP (TOURINHO FILHO, 2014).
Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo 
de 60 dias, deve-se proceder com a tomada de declarações do ofendido e a 
inquirição de testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nessa ordem, 
ressalvado o disposto no art. 222 do CPP, bem como com os esclarecimentos dos 
peritos, as acareações e o reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, 
por último, o acusado, conforme está disposto no art. 400 CPP (BRASIL, 2008a). 
Alegações finais2
Ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o assistente, e, a 
seguir, o acusado podem requerer diligências cuja necessidade se origine de 
circunstâncias ou fatos apurados na instrução (TOURINHO FILHO, 2014). Quando 
não houver requerimento ou houver indeferimento do pedido de diligências, 
recebem a acusação 20 minutos, prorrogáveis por mais 10, o assistente, se hou-
ver, 10 minutos e, por último, a defesa o mesmo tempo que recebe a acusação 
para apresentarem alegações finais orais. Segundo Tourinho Filho (2014), depois 
de apresentadas as alegações orais pelas partes, o juiz profere a sentença.
Quando há maior complexidade no caso penal, ou havendo um número 
substancial de acusados, o juiz concede que as alegações finais sejam apre-
sentadas por meio de memoriais, no prazo sucessivo de cinco dias, e, no 
prazo de 10 dias, o juiz procede proferindo a sentença, conforme disposição 
do art. 403, § 3º, do CPP (BRASIL, 2008a).
É importante salientar que a audiência de instrução e julgamento e 
as alegações finais por memoriais, entre outros aspectos relativos 
a esse momento processual, foram introduzidas na legislação penal processual 
com o advento da reforma do CPP de 2008, por meio da entrada em vigor da 
Lei nº 11.719/2008. 
A audiência de instrução e julgamento passou a representar importantís-
simo ato do procedimento comum, uma vez que é o momento de produção e 
coleta de provas, sejam elas testemunhais, periciais ou documentais (LOPES 
JR., 2014). Dessa forma, conforme consta no § 1º do art. 400, “[...] as provas 
serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas 
irrelevantes, impertinentes ou protelatórias” (BRASIL, 2008a, documento on-
-line). Ademais, o interrogatório do acusado, após a implementação da Lei nº 
11.719/2008, passou a ser colocado tal qual último ato da instrução. É nesse 
momento que o réu tem o poder de exercer sua autodefesa, sendo obrigatória 
a presença da defesa, conforme o que se lê entre os arts. 185 e 196 do CPP. 
Ainda que a lei tenha desenhado um procedimento fundado na aglutinação 
de todos os atos de instrução em uma mesma audiência, essa regra é aplicável 
aos processos simples, mas inviável nos complexos, que necessitam de inúmeras 
audiências, “[...] ou pelo excessivo número de testemunhas ou porque, ao final da 
instrução, são postuladas e deferidas diligências (perícia, oitiva de testemunhas 
referidas, juntada de documentos, etc.) cuja necessidade se origine de circuns-
tâncias ou fatos apurados na instrução” (LOPES JR., 2014, p. 960). Para esses 
casos, não acontece o debate oral, mas alegações finais por memoriais, que:
Alegações finais 3
[...] constituem um momento crucial do processo, em que cada uma das partes fará 
uma minuciosa análise do material probatório e fará sua última manifestação no 
processo. Após elas, os autos irão conclusos para sentença do juiz. É a oportuni-
dade de desenvolver as teses acusatórias e defensivas, nas dimensões fáticas e 
jurídicas, buscando a captura psíquica do julgador. As alegações finais defensivas 
podem arguir questões preliminares e de mérito, fazendo, ao final, os respectivos 
pedidos (LOPES JR., 2014, p. 960). 
É importante observar que, quando há ordenação de diligência que é 
considerada imprescindível para o curso processual de ofício ou a requeri-
mento da parte, a audiência de instrução e julgamento é concluída sem as 
alegações finais, conforme dispõe o art. 404 doCPP. Depois, realizadas as 
diligências, as partes passam a apresentar, no prazo sucessivo de cinco dias, 
suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10 dias, o magistrado faz 
a proficiência da sentença (BRASIL, 2008a). 
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) indica que, nos casos 
em que a acusação se limita a reiterar os memoriais da acusação, realizando o 
pedido de condenação do acusado, e a defesa deixa de apresentar alegações 
finais por memoriais em benefício do acusado, traduz-se causa de nulidade do 
processo penal. Isso pelo fato de que as alegações finais se consubstanciam 
“[...] em termo essencial do processo penal, razão pela qual a sua ausência 
implica em vício insanável, que requer a sua declaração de nulidade, por 
ofensa aos princípios constitucionais da ampla defesa e do contraditório” 
(BRASIL, 2008b, documento on-line). 
Dessa maneira, a ausência de alegações finais não demonstra apenas 
mera deficiência do processo penal, mas real ausência de defesa, o que leva 
à nulidade do processo, conforme é possível extrair da Súmula 523 do STF, 
que indica que “[...] no processo penal, a falta da defesa constitui nulidade 
absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo 
do réu” (BRASIL, 2003, documento on-line). Logo, a não apresentação de 
alegações finais pela defesa leva à nulidade do processo desde a fase em 
que deveriam ter sido oferecidas.
Para além desses apontamentos, é mister comentar sobre a apresentação 
de memoriais pela defesa e pela acusação no rito sumário, ainda que não 
esteja expressa no texto processual penal. Com relação à temática, são 
interessantes as lições trazidas por Aury Lopes Jr. (2014, p. 962): 
Nota-se a falta de previsão de pedido de diligências ao final da audiência, como 
ocorre no rito ordinário (art. 402), e também de substituição dos memoriais por 
debates orais, tudo numa tentativa de aceleração procedimental. A despeito disso, 
não vemos obstáculos a que esses atos sejam realizados quando, no caso concreto, 
Alegações finais4
a complexidade da prova e das circunstâncias fáticas assim o exigir. O argumento 
de que isso implica uma “ordinarização” do procedimento é, ao mesmo tempo, 
procedente, mas pífio. Isso porque, efetivamente, as distinções entre os ritos são 
epidérmicas, resumindo-se a mera aglutinação de atos. 
No que diz respeito ao rito do tribunal do júri, inexiste previsão expressa 
em documento legal instituindo a possibilidade de alegações finais em 
memoriais. Por essa razão, de forma genérica, as alegações finais a serem 
apresentadas após a instrução probatória são realizadas oralmente, e cada 
uma das partes terá 20 minutos, prorrogáveis por mais 10, para concluir suas 
razões. Entretanto, o art. 394, § 5º, do CPP indica que as disposições do rito 
comum ordinário podem ser aplicadas de maneira subsidiária ao rito espe-
cial (BRASIL, 2008a). Desse modo, dentro das possibilidades legais, não há 
impedimento que o juiz conceda às partes à possibilidade de apresentarem 
alegações finais por memoriais, no prazo de cinco dias, após a audiência de 
instrução, a qual pode resultar na pronúncia, impronúncia, absolvição sumária 
ou desclassificação (LOPES JR., 2014). 
Audiência única: direito ao contraditório e à ampla 
defesa do acusado 
A Lei nº 11.719/2008 teve o propósito de acelerar a tramitação dos processos 
criminais. Assim, a primeira providência foi a concentração dos atos instrutó-
rios em uma única audiência, na qual se ouviriam o ofendido, as testemunhas, 
os peritos e os assistentes técnicos, encerrando-se com o interrogatório do 
acusado. Naturalmente, acareações e outras diligências, como o reconheci-
mento de pessoas, também seriam realizadas na mesma audiência, bem como 
atos postulatórios, casos de alegações finais, e decisórios, como a sentença. 
Tudo a ser realizado em uma única audiência (PACELLI, 2019). 
Segundo Pacelli (2019), não é um ato a ser aplaudido, pelo fato de que a rea-
lidade do processo penal tem revelado diversas dificuldades em cumprir todos 
os atos em uma única audiência: “[...] ausência de testemunhas, necessidades 
outras de adiamento, enfim, uma série de percalços processuais perturbam 
a instrução una e concentrada” (PACELLI, 2019, p. 717–718). O reconhecimento 
de alegações finais e de sentença orais em audiência segue idêntico caminho: 
“[...] do reconhecimento de seus méritos, ao lado da desconfiança quanto à 
sua aplicabilidade prática” (PACELLI, 2019, p. 718). 
Nesse sentido, as alegações finais no processo penal desempenham 
posição de sumária importância na estrutura do devido processo legal, es-
pecialmente no que diz respeito ao contraditório, mas, ainda mais, na ampla 
Alegações finais 5
defesa. Na maioria dos casos, na audiência de instrução e julgamento, não 
estão sendo discutidas apenas questões de direito: toda a instrução criminal 
é examinada exclusivamente na audiência única, incluindo aqueles objetos de 
provas técnicas. Até mesmo as questões meramente de direito têm comple-
xidade vinculada com a dogmática penal, exigindo uma apurada averiguação 
relativa à culpabilidade e aos pressupostos de punibilidade, o que faz cada 
caso ser analisado de maneira individualizada. Por isso, especialmente a 
defesa deve estar atenta à aplicação do contraditório e da ampla defesa do 
acusado, e, por essa razão, a audiência única acabou, na prática, por se tornar 
perigosa à preservação dos direitos do acusado, de acordo com Pacelli (2019). 
Conteúdo das alegações finais
As alegações finais orais representam importante ato processual, uma vez que 
consistem no último momento para a manifestação das partes em audiência 
ou para a apresentação de memoriais, conforme a disposição do art. 403, § 
3º, do CPP, antes que o juiz sentencie a questão penal (RANGEL, 2014). Assim, 
é em fase de alegações finais, sejam elas orais ou por memoriais, que devem 
ser abordadas todas as questões jurídicas e fáticas, procurando demonstrar 
o acerto de suas teses, trazendo para os autos do processo, além de apon-
tamentos legislativos, também textos da doutrina e decisões dos tribunais 
do país (RANGEL, 2014). 
A fase de alegações é essencial, particularmente à defesa, uma vez que 
é o momento de realizar a exposição, de forma mais profunda, das mais di-
versas e possíveis argumentações em relação ao direito aplicável, da mesma 
forma como se faz o confronto entre o material probatório produzido pela 
acusação e aquele produzido pela defesa, e em que se procura infirmar o 
quesito probatório valorativo das provas trazidas pela acusação na fase de 
instrução. Por essa razão, a ausência de oportunidade para oferecimento 
de alegações finais é passível de nulidade absoluta (PACELLI, 2019). É nessa 
fase que acusação e defesa devem arguir todas as nulidades sanáveis que 
existirem nos autos, sob pena de haver preclusão, conforme dispõem os arts. 
571, II, e 572, I, do CPP (BRASIL, 2008a). 
A nulidade é um vício do processo que advém da não observância de 
exigências legais, capaz de invalidar o processo total ou parcialmente. 
Dessa maneira, as nulidades impossibilitam o julgamento do mérito da causa 
e encontram guarida legal no art. 564 do CPP (PACELLI, 2019). 
Alegações finais6
Do âmbito das nulidades que podem ser arguidas nas alegações finais, 
destacam-se quatro hipóteses: 
1. irregularidade; 
2. nulidade relativa;
3. nulidade absoluta; 
4. ato inexistente. 
No que diz respeito à irregularidade, entende-se que é a inobservância 
das exigências formais sem relevância. Ou seja, se a “[...] inobservância não 
traz qualquer prejuízo, o processo não será anulado e o ato poderá produzir 
efeitos e atingir sua finalidade” (NUCCI, 2014, p. 1.584). Já a nulidade relativa 
pode ser alegada no sentido de que constitui uma violação de exigência 
fundada em legislação infraconstitucional. Nesse sentido, o mandamento é 
fundamental ao ato, uma vez que tem guarida de abrigar os interesses das 
partes no processo penal, de forma que sua violaçãoseja capaz de trazes 
prejuízos. Entretanto, o interesse contrariado diz respeito à parte, não à ordem 
pública, então a invalidação do ato depende do apontamento do prejuízo e 
da alegação do vício (NUCCI, 2014).
De outro diapasão, a nulidade absoluta é a quebra com a formalidade que 
afeta diretamente norma constitucional. De maneira mais específica, atinge 
princípios da Carta Magna, ou seja, o contraditório, a ampla defesa, o devido 
processo legal, o juiz natural, entre outros. Nesse aspecto, as inclinações são 
definidas em favor da ordem pública, e o ato processual infraconstitucional 
é nulo ou juridicamente inexistente. As nulidades absolutas são importantes 
teses a serem levantadas nas alegações finais, mas vale ressaltar que elas 
podem ser declaradas de ofício pelo juiz em qualquer momento do curso 
processual; ou seja, não há preclusão e não é exigido o requerimento das 
partes. Entretanto, para as nulidades absolutas, há uma exceção, apontada 
por meio da Súmula 160 do STF, que indica que “[...] é nula a decisão do Tri-
bunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso da acusação, 
ressalvados os casos de recurso de ofício” (BRASIL, 1963, documento on-line). 
Deve-se dar destaque à jurisprudência do STF quanto à inaplicabilidade da 
Súmula 160 em caso de incompetência para julgamento do feito: 
A competência penal em razão da matéria é de ordem pública, podendo ser ale-
gada ou reconhecida a qualquer momento, inclusive de ofício, não sendo sus-
cetível de convalidação. Ela decorre de uma ofensa a princípio constitucional 
do processo penal, no caso, o do juiz natural, sendo irrelevante o fato da parte 
sentir-se prejudicada, pois o interesse maior, consistente na proteção às normas 
Alegações finais 7
constitucionais, prevalece sobre o interesse pessoal. Consequentemente, não se 
lhe aplicam a regra do art. 571, I, do Código de Processo Penal, e a Súmula 160 do 
Supremo Tribunal (É nula a decisão do tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade 
não arguida no recurso da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício) 
(BRASIL, 2012, documento on-line). 
Outra questão vinculada às nulidades que merece destaque é o ato ine-
xistente, que consiste naquele que não tem os elementos fundamentais para 
ter existência como ato jurídico, como o que acontece nos casos de sentença 
sem dispositivo. Ademais, ainda é importante destacar como possível tese a 
ser oposta em sede de alegações finais a que mora no princípio pas de nullité 
sans grief. Esse princípio está disposto no art. 563 do CPP e prevê que “[...] 
nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para 
acusação ou para a defesa” (BRASIL, 2008, documento on-line), sendo aplicável 
às nulidades relativas, uma vez que as nulidades absolutas são admissíveis 
sem que haja necessidade de indicação de prejuízo (NUCCI, 2014). 
Quando oposta alguma nulidade nas alegações finais, o pedido deve ser 
pela anulação do processo até o ato viciado, sendo que, quando há vícios 
desde o início do processo, aplica-se a nulidade ab initio, ou seja, desde o 
início. Assim, deve-se requerer a anulação do processo, não a absolvição do 
acusado, baseada na nulidade (NUCCI, 2014).
As alegações finais também contemplam as denominadas teses de mé-
rito, cujo objetivo é a absolvição do réu com embasamento legal, conforme 
disposto no art. 386 do CPP: 
Art. 386.  O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde 
que reconheça:
I — estar provada a inexistência do fato;
II — não haver prova da existência do fato;
III — não constituir o fato infração penal;
IV — estar provado que o réu não concorreu para a infração penal;
V — não existir prova de ter o réu concorrido para a infração penal; 
VI — existirem circunstâncias que excluam o crime ou isentem o réu de pena (arts. 
20, 21, 22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código Penal), ou mesmo se houver 
fundada dúvida sobre sua existência;  
VII — não existir prova suficiente para a condenação (BRASIL, 2008a, documento 
on-line).
Nesse sentido, importante destaque deve ser dado à fundamentação 
baseada no art. 386 do CPP, sendo incorreta a aplicação do art. 397 do CPP 
em sede de alegações finais. O artigo 397 do CPP deve ser arguido quando da 
resposta à acusação, e as teses de mérito das alegações finais devem estar 
baseadas nos incisos do art. 386 do CPP (BRASIL, 2008a). 
Alegações finais8
Com relação ao conteúdo do art. 386, cabe destacar que o inciso I tra-
balha com a ausência de materialidade, então deve ser alegado que o ato 
criminoso não aconteceu. Quando da inexistência do delito, não há que ser 
almejar a condenação do acusado, mas seu pedido de absolvição (BRASIL, 
2008a). O inciso II do art. 386 do CPP refere-se aos casos em que inexistem 
provas suficientes e resolutas que possam comprovar que os fatos realmente 
aconteceram; logo, prepondera o princípio do in dubio pro reo (NUCCI, 2014). 
Por sua vez, o inciso III indica a inexistência de infração penal. Ou seja, nesses 
casos, o fato aconteceu, mas não é típico e, por não ser típico, falta-lhe um dos 
elementos que compõem a conduta criminosa: conduta típica, antijurídica e 
culpável. Alguns exemplos incluem incidência do princípio da insignificância 
(atipicidade material) e ausência de previsão legal (atipicidade formal). 
O inciso VI do mesmo artigo é aplicável às hipóteses de erro de tipo 
inevitável (pois afasta a tipicidade), erro de proibição inevitável (pois afasta 
a culpabilidade), coação moral irresistível ou obediência hierárquica (pois 
afastam a culpabilidade), excludentes de ilicitude ou caso de inimputabili-
dade por doença mental ou embriaguez completa acidental. Ou seja, está 
disposto para situações que excluem o crime ou desobriguem o acusado da 
pena (NUCCI, 2014). 
Outra tese que é possível de ser levantada nas alegações finais está vin-
culada com a extinção da punibilidade, disposta no art. 107 do Código Penal, 
a qual é alegável quando da morte do agente, da anistia, graça ou indulto, 
da retroatividade de lei que não mais considera o fato como criminoso, da 
prescrição, decadência ou perempção, da renúncia do direito de queixa ou 
pelo perdão aceito, nos crimes de ação privada, e da retratação do agente, 
quando a lei permite (BRASIL, 1984). Vejamos:
A punibilidade não é elemento do ilícito penal, mas uma consequência dele. Logo, 
a superveniência de causa extintiva da punibilidade faz desaparecer do mundo 
jurídico o jus puniendi do Estado, que não poderá mais punir o agente, mesmo 
existindo concretamente a infração penal. Todavia, existe uma exceção: o abolitio 
criminis, que consiste em causa de extinção da tipicidade, pois a nova lei torna 
atípico fato até então incriminado (NUCCI, 2014, p. 1.584). 
É mister indicar que o rol disposto no art. 107 do Código Penal não é 
taxativo, mas exemplificativo, devendo a defesa observar outras questões 
que estão vinculadas com a extinção da punibilidade que podem ser opostas 
nas alegações finais. 
Alegações finais 9
Desse modo, na alegação final da defesa, caso seja alegada nulidade 
preliminar processual, o pedido deve ser realizado com a finalidade de se 
alcançar anulação do processo. Nos casos de alegação de extinção da punibi-
lidade, preliminar de mérito, o pedido deve se valer da decretação da extinção 
da punibilidade. Finalmente, se forem alegadas teses de mérito, como, por 
exemplo, atipicidade da conduta, excludente de ilicitude e excludente de 
culpabilidade, o pedido deve ser de absolvição do denunciado, com base no 
art. 386, do Código de Processo Penal (BRASIL, 2008a). 
Quando as alegações finais são apresentadas no rito do tribunal do júri, 
cabe tese de ausência de justa causa, arguição de nulidades processuais, 
pedido de extinção da punibilidade e absolvição sumária do réu, com base 
na disposição do art. 415 do CPP. Nos casos de insuficiência de provas, por 
exemplo, é possível opor em alegações finais pedido de impronúncia, com 
fundamento no art. 414 do CPP. Aindaé possível requerer, nas alegações finais 
no rito do tribunal do júri, a desclassificação para outro crime, conforme a 
regra do art. 419 do CPP, como, por exemplo, nos casos de incompetência, 
como demonstrado no caput do art. 419 do CPP (BRASIL, 2008a). 
Para além dessas teses, há aquelas que, em caso de condenação, devem ser 
pleiteadas subsidiariamente em benefício do acusado. As teses subsidiárias, 
portanto, são aquelas que não geram a absolvição do acusado, mas devem 
ser apontadas nas alegações finais, uma vez que, caso o réu seja condenado, 
podem guiar o caminho para amenizar a punição a ele imputada. São teses 
subsidiárias (PACELLI, 2019): 
 � reconhecimento de causas de diminuição de pena e circunstâncias 
atenuantes; 
 � requisição de afastamento de qualificadora, causas de aumento de 
pena ou agravantes; 
 � desclassificação do crime para outro mais leve; 
 � fixação da pena mínima e início de cumprimento de pena em regime 
mais brando; 
 � pedido de substituição da pena privativa de liberdade por restritiva 
de direitos ou, ainda, o pedido de consentimento de sursis; 
 � da mesma forma, para os casos de requerimento do reconhecimento 
de algum privilégio. 
Alegações finais10
Salienta-se, finalmente, que as alegações finais, sejam apresentadas de 
maneira oral ou por memoriais, abarcam muitas teses que podem ser argu-
mentadas pela defesa. O leque é bastante variado, e a defesa deve sopesar, 
a partir da linhagem que acatar, os melhores argumentos para serem opostos 
nessa fase processual, visto que é a última oportunidade de manifestação da 
defesa (e, também, da acusação) antes da sentença pelo juiz (RANGEL, 2014).
A Súmula nº 523 do STF indica que “[...] no processo penal, a falta 
da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só 
o anulará se houver prova de prejuízo para o réu” (BRASIL, 2003, documento 
on-line). Dessa medida, são apresentados, a seguir, julgados proferidos pelas 
cortes superiores em relação à inaplicabilidade da referida súmula às alegações 
finais por memoriais. 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. CRIMES DOLOSOS CON-
TRA A VIDA. JUNTADA EXTEMPORÂNEA DOS MEMORIAIS DO MINISTÉRIO PÚBLICO. 
APRESENTAÇÃO TEMPESTIVA DAS ALEGAÇÕES FINAIS DEFENSIVAS. AUSÊNCIA DE 
COMPROVAÇÃO DOS PREJUÍZOS SUPORTADOS PELO ACUSADO. CONSTRANGIMENTO 
ILEGAL INEXISTENTE. DESPROVIMENTO DO RECLAMO.
1. Consolidou-se no âmbito dos Tribunais Superiores o entendimento de que apenas a 
falta de defesa constitui nulidade absoluta da ação penal, sendo certo que eventual 
alegação de sua deficiência, para ser apta a macular a prestação jurisdicional, deve 
ser acompanhada da demonstração de efetivo prejuízo para o acusado. Enunciado 
523 da Súmula do Supremo Tribunal Federal.
[...]
(BRASIL, 2017, documento on-line).
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. NULIDADE POR DEFICIÊNCIA 
NA DEFESA. ACUSADO ESTEVE ASSISTIDO POR ADVOGADO EM TODAS AS FASES DO 
PROCESSO. DEFESA PRÉVIA DE ACORDO COM O PRESCRITO NO ART. 396-A DO CPP. 
DEFESA ATIVA EM AUDIÊNCIA. ALEGAÇÕES FINAIS ORAIS. EXISTÊNCIA DE PREJUÍZO. MERA 
ESPECULAÇÃO. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DO ACERVO FÁTICO-PROBATÓRIO. 
DECISÃO MANTIDA. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO.
1. De acordo com o entendimento sumulado pelo Supremo Tribunal Federal, “no 
processo penal, a falta de defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência 
só o anulará se houver prova do prejuízo para o réu” (Súmula nº 523 do STF). 2. O 
STJ já decidiu: “A própria atuação plena da defesa técnica, intervindo em toda ação 
penal [...], afasta a ideia inicial de prejuízo, nos termos do art. 570 do CPP”. 
[...]
Alegações finais 11
3. No presente caso, não há como reconhecer a nulidade apontada, pois o Tribunal 
de origem registrou que o recorrente foi assistido por advogado em todos os atos do 
processo. Houve a apresentação regular de defesa prévia (elaborada nos termos do 
art. 396-A do CPP) e o réu esteve acompanhado de defensor na audiência de instrução 
e julgamento, na qual formulou perguntas à testemunha e ao acusado, bem como 
ofereceu as alegações finais oralmente. A referida Corte, também, acentuou não 
haver o insurgente demonstrado, concreta e objetivamente, que "as impugnações 
resultariam em desfecho favorável, não passando a alegação de prejuízo de mera 
especulação".
[...] 
(BRASIL, 2019, documento on-line).
Diferença entre pedidos principais 
e subsidiários
Desenvolver alegações finais é de sumária importância para a defesa do 
acusado. Dessa forma, as teses que podem ser abordadas nessa etapa pro-
cessual são infindáveis, uma vez que abraçam tanto questões relativas ao 
processo, sejam nulidades relativas ou absolutas, extinção da punibilidade 
ou atipicidade da conduta, quanto questões que geram a absolvição do 
acusado. Porém, a praxe da prática processual penal demonstra que, para 
a realização de uma defesa bastante satisfatória, além de pleitear a melhor 
condição para o acusado, ou seja, a absolvição, também devem ser requeridas 
as denominadas teses subsidiárias (NUCCI, 2014). 
Os pedidos subsidiários são aqueles que não visam à absolvição, mas 
devem ser alegados com a intenção de beneficiar a condição do acusado em 
caso de condenação. Assim, as teses subsidiárias são alternativas a melhores 
possibilidades de se conseguir o ótimo benefício para o acusado, de modo 
que ainda se está pleiteando condições mais satisfatórias para o cumprimento 
da pena (NUCCI, 2014). 
Sendo o objetivo da defesa buscar a absolvição do acusado por meio 
dos denominados pedidos principais, caso o juiz venha a compreender que 
não é o caso de absolvição ou de extinção do processo, ele não devolverá os 
autos à defesa com o objetivo de que, em uma segunda oportunidade, venha 
a rebater questões relacionadas ao cumprimento da pena. Ou seja, cabe à 
defesa levar teses subsidiárias nas alegações finais, as quais são marginais 
às teses principais, ou seja, são aquelas teses que estão em torno das teses 
principais. 
Alegações finais12
Assim, em sede de alegações finais, pode-se dizer que a tese principal é 
o pedido de absolvição, baseado no art. 386 do CPP (BRASIL, 2008a). Porém, 
também contempla outras teses principais, como (NUCCI, 2014): 
 � as teses de mérito; 
 � as teses processuais ou liminares; 
 � as nulidades; 
 � as excludentes da tipicidade.
Diz-se que as acima elencadas são teses principais pelo fato de que têm, 
como embasamento, a sentença mais favorável ao acusado: seja pela absol-
vição, seja pela extinção do processo. Nesses casos, ainda que haja possi-
bilidade recursal, a defesa alcançou seu principal objetivo. É o que se pode 
visualizar na seção dos pedidos das alegações finais: incialmente, a defesa 
pede pela absolvição do acusado e, no segundo momento, indica que, nos 
casos de condenação, subsidiariamente, vem a requerer outras questões que 
não estão vinculadas com a condenação do acusado, mas com a dosimetria 
da pena ou com o regime de cumprimento da pena, por exemplo. 
Quando não há absolvição do denunciado, trabalha-se com o pedido sub-
sidiário de dosimetria da pena, por exemplo, no sentido de buscar a redução 
da pena. Pleiteia-se essa redução por meio da requisição da aplicação da 
pena-base, explicando, ao magistrado, que a esta deve ser fixada no mínimo 
legal, com especial destaque à observação do que está disposto no art. 59 do 
Código Penal. Ademais, devem ser observados os antecedentes do acusado, 
questões relacionadas com a conduta social, personalidade, comportamento 
da vítima, entre outros. Ainda, outra questão importante a ser alegada está 
relacionada com as atenuantes, conforme os arts. 65 e 66 do Código Penal, 
pleiteando-as em favor do acusado (BRASIL, 1984). 
Para além das questões vinculadas com a dosimetria da pena, como 
pedido subsidiário, também pode haver pedidos relacionados com o regime 
de cumprimento da pena, uma vez que se pode pleitear, nas alegações finais, 
um regime menos gravoso que o fechado, especialmente naquelas situações 
em queo regime fechado é previsto na normativa legal como obrigatório 
inicialmente. Cabe aqui destaque para o entendimento do STF na tese de 
repercussão geral no sentido de que “[...] é inconstitucional a fixação ex lege, 
com base no artigo 2º, parágrafo 1º, da Lei nº 8.072/1990, do regime inicial 
Alegações finais 13
fechado, devendo o julgador, quando da condenação, ater-se aos parâmetros 
previstos no artigo 33 do Código Penal”, texto da Súmula Vinculante 26 do STF 
que dispõe sobre os crimes hediondos (BRASIL, 2009, documento on-line).
Outras teses subsidiárias que podem ser trabalhadas nas alegações finais 
incluem a desclassificação da conduta, como nos casos de desclassificação do 
crime de furto para apropriação indébita, ou a desclassificação de extorsão 
para constrangimento ilegal. Ou seja, o objetivo é desclassificar de um crime 
mais grave para um delito mais brando. Além disso, também cabe como tese 
subsidiária da principal a substituição da pena, com atenção para o texto 
do art. 44 do Código Penal, que indica a possibilidade de alteração de uma 
pena privativa de liberdade por uma pena privativa de direito, caso o delito 
tenha sido cometido sem grave ameaça ou violência à pessoa e a pena não 
ultrapasse quatro anos (BRASIL, 1998).
Ademais, cabe, como tese subsidiária, o sursis, ou seja, a suspensão da 
pena, previsto no art. 77 do Código Penal, que estabelece que, caso a pena 
não ultrapasse dois anos, o magistrado poderá suspendê-la. Ou seja, nos 
casos de sursis, não há substituição da pena, mas sua suspensão, de modo 
que o acusado não cumprirá a pena, ficando em um período de observação. 
Durante esse período, se o réu se comportar de acordo com o disposto pelo 
juiz, no momento que o período for finalizado, o juiz extinguirá o processo 
(BRASIL, 1984).
Dessa forma, apresentadas algumas das hipóteses cabíveis como pedi-
dos subsidiários para o rito ordinário, é importante destacar que a defesa 
tem argumentos inesgotáveis. Assim, a diferença entre pedido principal e 
subsidiário está no benefício do réu. Enquanto os principais se baseiam, 
majoritariamente, na absolvição do acusado, as teses subsidiárias devem 
ser alegadas para rebater questões importantes vinculadas com a condena-
ção. As teses subsidiárias, de forma antagônica às principais, não buscam a 
absolvição do réu, mas a atenuação do cumprimento da pena pelo acusado. 
Para ver um exemplo de estrutura-base de petição para alegações 
finais, digite “Alegações finais por memoriais no processo penal” 
em seu motor de busca preferido.
Alegações finais14
Referências
BRASIL. Lei nº 7.209, de 11 de julho de 1984. Altera dispositivos do Decreto-Lei nº 2.848, 
de 7 de dezembro de 1940 — Código Penal, e dá outras providências. Diário Oficial 
da União, Brasília, 11 jul. 1984. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
LEIS/1980-1988/L7209.htm#art107. Acesso em: 22 jun. 2021. 
BRASIL. Lei nº 9.714, de 25 de novembro de 1998. Altera dispositivos do Decreto-Lei nº 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 — Código Penal. Diário Oficial da União, Brasília, 26 
nov. 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9714.htm#art1. 
Acesso em: 22 jun. 2021.
BRASIL. Lei nº 11.719, de 20 de junho de 2008. Altera dispositivos do Decreto-Lei nº 
3.689, de 03 de outubro de 1941 — Código de Processo Penal, relativos à suspensão do 
processo, ementadio libelli, mutatio libelli e aos procedimentos. Diário Oficial da União, 
Brasília, 23 jun. 2008a. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-
2010/2008/Lei/L11719.htm#art3. Acesso em: 22 jun. 2021.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Agravo Regimental no Agravo em Recurso Espe-
cial 0376515-73.2015.8.19.0001 RJ 2018/0019879-4. Diário de Justiça, Brasília, 27 maio 
2019. Disponível em: https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/716202036/agravo-
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BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. AgRg no AREsp 719904 / SP. Diário de Justiça, Brasília, 
11 out. 2017. Disponível em: https://www.lexml.gov.br/urn/urn:lex:br:superior.tribunal.ju
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-es-2008-0115225-7. Acesso em: 24 jun. 2021.
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men Lúcia. Diário de Justiça, Brasília, 22 out. 2012. Disponível em: https://redir.stf.jus.
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Alegações finais 15
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Alegações finais16

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