Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Análises de Demonstrações Contábeis Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Dr. Mariano Yoshitake Revisão Textual: Prof. Ms. Claudio Brites Quocientes de Liquidez 5 • Introdução • Quoficientes de solvência ou liquidez · Nesta unidade, estudaremos o tema liquidez, também conhecido como solvência, por intermédio dos quocientes de liquidez. Caro(a) aluno(a), Estamos iniciando a primeira unidade da disciplina Análise das Demonstrações Contábeis que aborda o universo de análise, demonstrando quais são as principais técnicas e quem são os interessados nos resultados obtidos por meio do processo de análise. Outro item importante discutido e trabalhado nesta unidade se refere aos cuidados que devem ser tomados antes do processo de análise ser iniciado. Siga todas as etapas de estudos propostas no Ambiente Virtual de Aprendizagem, o Blackboard. Leia os textos, assista à apresentação narrada e realize todas as atividades propostas. Em caso de dúvidas, coloque-as no fórum de discussão Sanando Dúvidas, estaremos em contato permanente com você por meio do ambiente de aprendizagem virtual Blackboard. Forte abraço! Quocientes de liquidez 6 Unidade: Quocientes de Liquidez Contextualização Como os gerentes financeiros e contábeis avaliam o sucesso de sua empresa e o comparam ao dos concorrentes? Uma maneira de as empresas avaliarem seu desempenho e comunicar essa informação aos investidores é por meio de suas demonstrações contábeis. As empresas elaboram as demonstrações contábeis periodicamente para comunicar informações contábeis e financeiras à comunidade de investidores. A descrição detalhada da preparação e da análise desses demonstrativos é tão complicada que para lhe fazer justiça seria necessário um livro inteiro. Contudo, neste capítulo, analisaremos o assunto resumidamente, enfatizando o material de que os investidores e gerentes financeiros precisam para tomar as decisões financeiras que discutiremos nesta unidade. Discutiremos alguns dos índices financeiros que os investidores e analistas utilizam para avaliar o desempenho e o valor de uma empresa. As demonstrações contábeis são relatórios financeiros elaborados periodicamente pela empresa (mensal, trimestral, quadrimensal, semestral e anual) que contêm informações sobre seu desempenho. São ferramentas importantes pelas quais os investidores, analistas financeiros e outras partes interessadas externas obtêm informações sobre uma empresa. São úteis também para os gerentes da própria empresa como fonte de informações para as decisões financeiras. Tanto a prática como a literatura têm revelado que a análise financeira e de balanços é uma das tarefas mais difíceis e complexas, entre as inúmeras que os analistas financeiros possuem, para a missão de contribuir ao desenvolvimento das empresas. Dentro desse cenário, é possível sintetizar ainda algumas razões para realçar a importância dessa análise para as empresas: • Se bem manuseada, pode se constituir em um excelente e poderoso painel de controle da administração; • Se não for feita a partir de uma contabilidade criativa, pode trazer resultados bastante precisos; • É uma poderosa ferramenta à disposição das pessoas que se relacionam ou pretendem se relacionar com a empresa, ou seja, os usuários da informação contábil ou financeira, sejam eles internos ou externos; • Possibilita diagnosticar o empreendimento, revelando os pontos críticos, e apresenta um esboço das prioridades para a solução dos problemas; • Identifica a estratégia dos planos da empresa, bem como estima o seu futuro, suas limitações e suas potencialidades. Neste contexto, desenvolveremos os estudos da presente Unidade, enfatizando a importância das Demonstrações Contábeis na análise econômico-financeira para a melhor tomar decisões de investimento. É importante para o Gestor conhecer essa prática, por ser o principal agente decisório de investimentos. Forte Abraço! 7 Introdução Nesta unidade, aprenderemos os conceitos e fórmulas para se elaborar uma análise financeira de demonstrações contábeis de uma empresa. Essa análise reflete o desempenho competitivo de suas operações (produção e serviços) em um determinado período. O desempenho é medido pelas informações resultantes do sistema contábil empresarial. Veja que a demonstração contábil é o principal meio informativo utilizado pela empresa para obter informações financeiras sobre seus desempenhos em razão de representar a situação do patrimônio e dos resultados dela Com aplicação do recurso da análise financeira, iremos aprofundar nosso conhecimento sobre o desempenho empresarial por intermédio de três importantes instrumentos: Quocientes de solvência ou liquidez, Capital de giro e Quocientes de Atividade. As demonstrações contábeis são preparadas e apresentadas para usuários externos em geral, tendo em vista suas finalidades distintas e necessidades diversas. As demonstrações contábeis visam a fornecer informações que sejam úteis nas tomadas de decisões e avaliações por parte dos usuários em geral, não tendo o propósito de atender à finalidade ou necessidade específica de determinados grupos de usuários (Resolução do Conselho Federal de Contabilidade n. 1.121/2008). Para aprofundamento teórico sobre a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis, sugerimos a leitura das Normas Brasileiras de Contabilidade NBC T 1 – Estrutura conceitual para a elaboração e apresentação das demonstrações contábeis. Vide a seguir o link para acessar o referido material: http://www.informanet.com.br/Prodinfo/gcon/normas/resolucao_cfc_1121_2008.pdf Reflita As demonstrações contábeis constituem as bases para a análise financeira que se faz por meio de quocientes. Assim, a análise por quocientes é um processo de calcular a relação numérica entre dois elementos patrimoniais ou de resultado. Exemplo 1 Quociente = Elemento Patrimonial 1 = Estoques de Produtos Elemento Patrimonial 2 Fornecedores Entende-se por elementos patrimoniais as contas representativas das transações e eventos que são registrados na Contabilidade, como, por exemplo: as contas Caixa e Equivalentes de Caixa; Contas a Receber; Contas a Pagar; Investimentos e Imobilizado. São contas de resultados, por exemplo, as Receitas de Vendas, Custos e Despesas incorridas pela empresa. 8 Unidade: Quocientes de Liquidez Exemplo 2 Quociente = Elemento Patrimonial = Contas a Receber de Clientes Conta de Resultado Receitas de Vendas Como base na análise de demonstrações contábeis, os índices podem ser considerados a partir de: Índices normais ou médios são computáveis para amplas categorias de setores; Índices para firmas individuais podem ser comparados com aqueles da concorrência; Mudanças nos índices ao longo do tempo proporcionam discernimento com relação ao futuro (análise de tendências); Comparações de tendências nos índices da concorrência também podem ser úteis; Quais as utilidades dos índices contábeis? É preciso lembrar que os índices são utilizados para que se conheça as tendências de uma ou mais empresas, são importantes em razão de possibilitar a comparação entre as empresas e com a média do setor. Os índices permitem investigar as relações entre os componentes das informações contábeis. A análise de demonstrações contábeis é uma espécie de gestão por exceção, sendo complexa a utilização de uma empresa padrão (ou benchmark) para fins de comparação. Há problemas reais que podem surgir quando da análise das demonstrações contábeis como, por exemplo, a não comparabilidade entre empresas, principalmente em razão do uso de diferentes procedimentos contábeis ou uso de diferentes épocas de encerramento fiscal ou, ainda, ocorrência de eventos incomuns entre as empresas. Assim, os índices são úteispara considerações de Investimento, Avaliação de desempenho, Manutenção do emprego, Obtenção de crédito, Limitação de crédito e fornecimento de bens e serviços, informar o mercado de ações ou de capitais. Em suma, os indicadores são úteis como guia de referência sobre a situação financeira das empresas. Análise por Série Temporal É utilizada para acompanhar a evolução de determinado elemento patrimonial ou de resultado da empresa em determinado período de tempo. Série temporal é um conjunto de observações sobre uma variável, ordenado no tempo e registrado em períodos regulares. Temos como exemplos de séries temporais: Quocientes de liquidez dos últimos doze meses do ano; Vendas mensais de uma empresa; Valores mensais de despesas administrativas; Balanços patrimoniais de 20x5 e 20x6; Demonstração de resultados do ano de 20x4 comparados com 20x5. Análise Comparativa É a análise entre o real e um padrão; uma situação atual com a pretendida; entre quocientes ou entre valores históricos da contabilidade; entre orçamentos e previsões de curto prazo. O propósito das comparações é demonstrar a existência ou não de tendências ou benefícios esperados de um projeto, quer de situações reais ou projetadas. Como exemplos, temos as comparações de quocientes históricos comparados com padrões orçamentários e de previsões em curto prazo. 9 Quocientes de solvência ou liquidez Os quocientes contábeis comparam e investigam as relações entre as partes das informações contábeis contidas nas demonstrações contábeis. Os que refletem as medidas de liquidez são os quocientes de solvência (liquidez). As relações entre o ativo circulante e o passivo circulante mostram as tendências da capacidade de pagamento das empresas em curto prazo. Entre o stakeholders, o grupo de credores como bancos, fornecedores e o governo, tem maior interesse nos índices de liquidez ou solvência. Nesse sentido, o gestor financeiro-contábil preocupa-se em manter o equilíbrio entre o ativo circulante e o passivo circulante como norma de controle gerencial. O quociente de solvência ou liquidez mede a viabilidade do negócio em curto prazo, isto é, a capacidade da firma pagar suas obrigações a curto prazo e assim continuar as operações; avalia a tendência da capacidade de pagamento do passivo circulante, tais como: folha de pagamento do pessoal, impostos e taxas, fornecedores e bancos. Esse índice é utilizado pelos credores da empresa quando da concessão de créditos e para cálculo das probabilidades de recebimento de seus créditos. São índices de solvência: Quocientes de liquidez corrente; Quocientes de liquidez seca; Quociente de liquidez imediata; Quocientes de liquidez geral. Quociente de liquidez corrente – QLC O quociente de liquidez corrente é a medida frequentemente utilizada para solvência de curto prazo, ele relaciona os ativos circulantes com as solicitações de credores em curto prazo – é às vezes chamado de índice de capital de giro ou liquidez corrente. O quociente de liquidez corrente é um indicador de solvência de curto prazo, indica a proteção dos credores em curto prazo por ativos, onde há uma expectativa que esses possam ser convertidos em dinheiro rapidamente. A fórmula para se calcular o quociente de liquidez corrente é a seguinte: QLC = Ativo Circulante Passivo Circulante Se QLC > 1, significa que a empresa possui meios de pagar suas obrigações. Se QLC = 1, significa que os direitos e obrigações de curto prazo são iguais. Se QLC < 1, significa que os recursos são insuficientes para pagar as dividas. 10 Unidade: Quocientes de Liquidez Quociente de liquidez seca – QLS Mede a capacidade da firma de pagar suas dívidas de curto prazo a partir de seus ativos mais líquidos. O índice de liquidez seca visa a saldar as obrigações da empresa de curto prazo sem depender da venda de estoques para isso. A fórmula do quociente de liquidez seca é a seguinte: QLC = Ativo Circulante – Estoques Passivo Circulante Quociente de liquidez imediata – QLI O quociente de liquidez imediata é uma relação entre os valores disponíveis em caixa e equivalentes de caixa e seu passivo circulante ou dívidas de curto prazo. QLC = Caixa e Equivalentes de Caixa Passivo Circulante Quociente de liquidez geral – QLG O quociente de liquidez geral é um indicador de solvência tanto de curto prazo quanto de longo prazo. Ele indica que a cada R$1 que a empresa tem de dívida, o quanto ela possui de direitos e haveres no ativo circulante e no ativo não circulante. A fórmula para o quociente de liquidez geral é a seguinte: QLC = Ativo Circulante + Ativo Não Circulante Passivo Circulante + Passivo Não Circulante 11 Material Complementar Há sempre a necessidade de uma boa organização para melhor realizar os estudos, nesse sentido, indicamos material complementar para que você inicie a organização de sua rotina de estudos. Primeiramente indicamos alguns livros dos mais lidos pelos estudantes das áreas contábeis e administrativas. Você precisa ler atentamente os capítulos dos livros sobre Análise das Demonstrações Contábeis dos autores indicados aqui. Faça uma leitura crítica, relacione as principais técnicas de análise com as necessidades dos diversos usuários envolvidos nesse processo. Além da leitura desses livros, há também artigos e links interessantes sobre o assunto. Livros: MARTINS, Eliseu; DINIZ, Josedilton Alves; MIRANDA, Gilberto José. Análise avançada das demonstrações contábeis: uma abordagem crítica. São Paulo: Atlas, 2012. MARTINS, Eliseu; MIRANDA, Gilberto José; DINIZ, Josedilton Alves. Análise didática das demonstrações contábeis. São Paulo: Atlas, 2014. MARION, José Carlos. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade empresarial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2012. MATARAZZO, Dante C. Análise financeira de balanços: abordagem básica e gerencial (Livro-texto). 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010 Sites: Caderno de Estudos Print version ISSN 1413-9251 Cad. estud. no.12 São Paulo Sept. 1995 http://goo.gl/XSBM24 Divulgação em demonstrações financeiras de companhias abertas Análise das Demonstrações Contábeis: https://prezi.com/0yksmpcvmwgv/analise-das-demonstracoes-contabeis/ Analise Fundamentalista: http://wiki.advfn.com/pt/An%C3%A1lise_Fundamentalista Análise das demonstrações financeiras em avaliação de empresas https://goo.gl/QShw8V 12 Unidade: Quocientes de Liquidez Referências ASSAF NETO, Alexandre; SILVA, Cesar Augusto Tibúrcio. Administração de capital de giro. São Paulo: Atlas, 1995. CAMARGO, Camila. Planejamento financeiro. 2. ed. Curitiba: IBPEX, 2007. CHING, Hong Yuh, MARQUES, Fernando; PRADO, Lucilene. Contabilidade e finanças para não especialistas. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2007. GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira: essencial. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. HOJI, Masakazu. Administração financeira uma abordagem prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2001. YOSHITAKE, Mariano; HOJI, Masakazu. Gestão de Tesouraria – Controle e Análise de transações financeiras em moeda forte. São Paulo: Atlas, 1997. 13 Anotações
Compartilhar