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Autor: Prof. Antônio Palmeira de Araújo Neto Colaborador: Prof. José Carlos Morilla Infraestrutura de TI Professor conteudista: Antônio Palmeira de Araújo Neto Mestre em Engenharia de Produção pela UNIP (2013), especialista em Gestão da Tecnologia da Informação pelo Centro Universitário Uninassau em Pernambuco (2010) e engenheiro de Telecomunicações pela Universidade de Pernambuco (2008). Professor e coordenador geral do curso superior de Tecnologia em Gestão de TI na UNIP, leciona também em outros cursos na modalidade presencial e a distância. É ainda professor e coordenador do curso técnico de Telecomunicações da Fundação Instituto de Educação de Barueri. Tem experiência de mais de dez anos em Gestão e Governança de TI e na prestação de serviços de TI a empresas do segmento financeiro e concessionárias de serviços de telecomunicações. © Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Universidade Paulista. Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) A663i Araújo Neto, Antônio Palmeira de. Infraestrutura de TI / Antônio Palmeira de Araújo Neto. São Paulo: Editora Sol, 2020. 152 p., il. Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230. 1. Sistemas de informação. 2. Inteligência artificial. 3. Infraestrutura. I. Título. CDU 681.3 U508.04 – 20 Prof. Dr. João Carlos Di Genio Reitor Prof. Fábio Romeu de Carvalho Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças Profa. Melânia Dalla Torre Vice-Reitora de Unidades Universitárias Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez Vice-Reitora de Graduação Unip Interativa – EaD Profa. Elisabete Brihy Prof. Marcello Vannini Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar Prof. Ivan Daliberto Frugoli Material Didático – EaD Comissão editorial: Dra. Angélica L. Carlini (UNIP) Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR) Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT) Apoio: Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos Projeto gráfico: Prof. Alexandre Ponzetto Revisão: Talita Lo Ré Vitor Andrade Sumário Infraestrutura de TI APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9 INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9 Unidade I 1 INFRAESTRUTURA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO ................................................................... 11 1.1 Componentes da infraestrutura de TI .......................................................................................... 11 1.1.1 Introdução ..................................................................................................................................................11 1.1.2 Os processos e a infraestrutura de TI .............................................................................................. 12 1.1.3 Arquitetura de TI ..................................................................................................................................... 14 1.1.4 Evolução da infraestrutura de TI ...................................................................................................... 15 1.1.5 Maturidade da infraestrutura de TI ................................................................................................. 19 1.2 Hardware e software ........................................................................................................................... 19 1.2.1 Hardware .................................................................................................................................................... 19 1.2.2 Sistema computacional básico .......................................................................................................... 20 1.2.3 Software ..................................................................................................................................................... 23 1.2.4 Tipos de computadores ........................................................................................................................ 25 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ....................................................................................................................... 27 2.1 Introdução ............................................................................................................................................... 27 2.1.1 Conceitos e classificação ..................................................................................................................... 27 2.1.2 Sistemas de processamento de transações .................................................................................. 30 2.1.3 A falta de integração e a existência de silos ............................................................................... 31 2.2 ERP ............................................................................................................................................................. 32 2.2.1 Conceitos e histórico ............................................................................................................................. 32 2.2.2 Arquitetura e operação de um ERP ................................................................................................. 34 2.2.3 Vantagens e desvantagens de um ERP .......................................................................................... 34 2.3 Banco de dados ..................................................................................................................................... 35 2.3.1 Conceitos .................................................................................................................................................... 35 2.3.2 Projeto de banco de dados ................................................................................................................. 37 2.3.3 Business intelligence ............................................................................................................................. 38 2.3.4 Data mining .............................................................................................................................................. 39 2.3.5 Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados ........................................................................ 39 Unidade II 3 TOMADA DE DECISÃO E INTELIGÊNCIA ARTIFICAL ............................................................................ 44 3.1 Sistemas de suporte a decisão ........................................................................................................ 44 3.1.1 Decisões: conceitos e tipos ................................................................................................................. 44 3.1.2 Processo de tomada de decisão ........................................................................................................ 46 3.1.3 Sistemas de Informação Gerencial (SIG) ....................................................................................... 47 3.1.4 Características e aspectos funcionais de um SIG ...................................................................... 50 3.1.5 Sistema de Apoio à Decisão (SAD) ................................................................................................... 54 3.2 Inteligência artificial ........................................................................................................................... 56 3.2.1 Especialidades da inteligência artificial .........................................................................................57 4 INFRAESTRUTURA DE REDES DE COMPUTADORES ........................................................................... 58 4.1 Componentes da infraestrutura de redes................................................................................... 58 4.1.1 Telecomunicações ................................................................................................................................... 58 4.1.2 Redes de computadores ....................................................................................................................... 59 4.1.3 Meios físicos .............................................................................................................................................. 60 4.1.4 Classificação das redes de computadores..................................................................................... 61 4.1.5 Topologias de rede .................................................................................................................................. 62 4.2 Infraestrutura de cabeamento estruturado ............................................................................... 64 4.2.1 Cabeamento estruturado..................................................................................................................... 64 4.2.2 Subsistemas do cabeamento estruturado .................................................................................... 65 4.2.3 Subsistemas do cabeamento horizontal ....................................................................................... 66 4.2.4 Subsistemas do cabeamento de backbone ................................................................................... 70 4.2.5 Espaços em um sistema de cabeamento estruturado ............................................................. 74 4.2.6 Sala de telecomunicações ................................................................................................................... 78 4.2.7 Sala de equipamentos........................................................................................................................... 81 4.2.8 Infraestrutura de entrada .................................................................................................................... 83 4.2.9 Requisitos importantes nos espaços de telecomunicações .................................................. 85 Unidade III 5 DATA CENTERS E SERVIDORES................................................................................................................... 89 5.1 Servidores e infraestrutura de armazenamento de dados .................................................. 89 5.1.1 Servidor ....................................................................................................................................................... 89 5.1.2 Componentes de um servidor ........................................................................................................... 90 5.1.3 Tipos de servidores ................................................................................................................................. 91 5.1.4 Infraestrutura de armazenamento de dados............................................................................... 92 5.2 Data center ............................................................................................................................................. 93 5.2.1 Introdução ................................................................................................................................................. 93 5.2.2 Componentes da arquitetura do data center ............................................................................. 95 5.2.3 Tipos e classificações dos data centers .......................................................................................... 97 5.2.4 Custos de implementação e operação de um data center .................................................... 98 5.2.5 Data center em contêiner ................................................................................................................... 99 5.2.6 Gestão do data center ........................................................................................................................100 5.2.7 Virtualização ...........................................................................................................................................101 6 INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS ................................................................................................................103 6.1 Serviços ..................................................................................................................................................103 6.1.1 Conceito de serviço ..............................................................................................................................103 6.1.2 Diferenças entre produtos e serviços ...........................................................................................103 6.1.3 Qualidade em serviços ........................................................................................................................104 6.2 Transição da infraestrutura para serviços ................................................................................104 6.2.1 Serviços de TI ..........................................................................................................................................104 6.2.2 Infraestrutura de TI e a computação em nuvem .....................................................................105 6.2.3 Arquitetura orientada a serviço ......................................................................................................107 Unidade IV 7 COMPUTAÇÃO EM NUVEM E GERENCIAMENTO DA INFRAESTRUTURA .................................111 7.1 Computação em nuvem ..................................................................................................................111 7.1.1 Infraestrutura como serviço (IaaS) .................................................................................................111 7.1.2 Plataforma como serviço (PaaS) ..................................................................................................... 113 7.1.3 Software como serviço (SaaS) ......................................................................................................... 115 7.2 Gerenciamento da infraestrutura de TI .....................................................................................117 7.2.1 Evolução da administração da TI nas corporações ................................................................. 117 7.2.2 Gerenciamento da infraestrutura de TI ....................................................................................... 119 7.2.3 Introdução ao gerenciamento de serviços de TI ..................................................................... 120 7.2.4 Conceitos básicos em gerenciamento de serviços de TI .......................................................121 7.2.5 Frameworks de gerenciamento de serviços de TI ....................................................................121 7.2.6 Histórico e evolução do ITIL ............................................................................................................ 122 8 ADMINISTRAÇÃO DE REDES E GOVERNANÇA DE TI .......................................................................123 8.1 Gerenciamento e administração da infraestrutura de redes ............................................123 8.1.1 Administração de redes ..................................................................................................................... 123 8.1.2 Ferramentas de gerenciamento de redes ................................................................................... 129 8.1.3 Protocolo simples de gerenciamento de redes ........................................................................ 130 8.2 Governança de TI ................................................................................................................................1328.2.1 Conceitos básicos em governança de TI ..................................................................................... 132 8.2.2 Decisões em governança de TI ....................................................................................................... 133 9 APRESENTAÇÃO O objetivo desta disciplina é conhecer os componentes da infraestrutura de Tecnologia da Informação (TI), bem como seus mecanismos e relações dentro de uma organização e na vida das pessoas. O recorte bem definido deste livro abrange a infraestrutura de TI, incluindo hardware, software, banco de dados e redes de computadores, apresentando as suas subdivisões e o seu uso nas organizações, na vida das pessoas e na sociedade de forma geral. Ao ler este livro-texto, espera-se que o aluno compreenda toda a complexidade que envolve a arquitetura e a infraestrutura de TI. Nele são apresentados os seguintes temas: conceitos sobre a infraestrutura de TI (abrangendo os seus componentes e com ênfase em hardware e software) e de sistemas de informação (por meio de uma abordagem histórica e moderna, com ênfase no ERP); infraestrutura de redes de computadores (abordando os seus componentes e a infraestrutura de cabeamento estruturado) e sistemas de tomada de decisão e de inteligência artificial; conceitos mais modernos de infraestrutura relacionados a data center, servidores, infraestrutura de armazenamento de dados e a relação entre infraestrutura e serviços; computação na nuvem (seja na infraestrutura, na plataforma ou em software), além de uma abordagem introdutória ao gerenciamento da infraestrutura de TI. Espero que você tenha uma boa leitura e se sinta motivado a ler e conhecer mais sobre infraestrutura de TI. Bons estudos! INTRODUÇÃO Praticamente utilizada por todas as pessoas que vivem em sociedade, a TI, ao longo de anos, vem ganhando grande importância nas nossas vidas, tanto no profissional como no pessoal. Hoje, podemos afirmar com certeza que a dependência que temos da TI é fruto da modificação provocada por ela nos nossos processos de trabalho e no fluxo de informação do nosso cotidiano. É possível também perceber que as soluções de TI, antes vistas como etéreas (no sentido poético da palavra), distantes e destinadas a um público específico, passam cada vez mais a serem ubíquas, desmistificadas e bastante acessíveis a todas as pessoas na forma de ferramentas com um grau de dificuldade baixo no seu uso. No entanto, longe do conhecimento de muitos, todo o aparato que sustenta as soluções e aplicações de TI não é tão simples nem tão desmitificado. A esse aparato damos o nome de infraestrutura de TI, a qual, por meio de recursos de hardware, recursos de software, recursos de banco de dados, recursos de redes de computadores, suporta as operações de negócio e o uso pessoal das ferramentas de tecnologia na vida das pessoas. A solidez e a efetiva operação da infraestrutura de TI e dos seus recursos são cruciais para o bom desempenho do negócio e para que as organizações alcancem os seus objetivos estratégicos. 11 INFRAESTRUTURA DE TI Unidade I 1 INFRAESTRUTURA DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO 1.1 Componentes da infraestrutura de TI 1.1.1 Introdução Partindo de uma visão de simples usuários da tecnologia, não temos a percepção de todo o aparato que sustenta ações tão triviais como fazer um simples pedido de refeição utilizando um aplicativo em smartphone ou ler informações em um site de notícias por meio de um navegador de internet nos computadores das organizações que trabalhamos. A esse aparato que suporta uma multiplicidade de ações e processos do nosso dia a dia, envolvendo tecnologia, damos o nome de infraestrutura de TI. É graças ao desenvolvimento e crescimento dessa infraestrutura que cada vez mais experimentamos mudanças drásticas na forma de trabalhar, na forma de adquirir informações, na maneira como nos divertimos, enfim, na forma como vivemos. E tudo isso tem contribuído para um ambiente de inovação, sustentando a criação de novas soluções para organizações e pessoas, além de recriar processos de negócios. Quando se deu o surgimento da informática na sociedade, não era clara a ideia de infraestrutura de TI, resultando numa confusão dos conceitos de informática, TI e de infraestrutura de TI. Por isso, convém dizer que, ao mencionar TI, estamos automaticamente nos remetendo a um mundo e um contexto tecnológico que envolvem um conjunto de ferramentas computacionais. Já a infraestrutura é justamente esse ferramental (conjunto de ferramentas) tecnológico. Segundo Weill e Ross (2006), a infraestrutura de TI é o fundamento (no sentido de base) planejado de TI em toda a sua capacidade disponibilizada por meio de serviços compartilhados e confiáveis para toda organização e utilizado por aplicações múltiplas. A infraestrutura de TI suporta soluções e aplicações desejadas pelas áreas de negócios das empresas. São essas aplicações que suportam os processos de negócios. Por exemplo, uma empresa que deseja comercializar produtos pela internet necessita de uma infraestrutura de TI para o funcionamento dos sistemas de internet, que, por sua vez, vão sustentar o processo de venda de produtos por meio do e-commerce ou até do m-commerce. Observação E-commerce pode ser compreendido como comércio eletrônico de produtos via internet. Quando a transação ocorre por meio de smartphones, essa operação é também conhecida como m-commerce. 12 Unidade I A partir da teoria de sistemas de informação, é possível dizer que infraestrutura de TI é um conjunto de itens compartilhados (hardware, software, bancos de dados e telecomunicações) que formam a base de funcionamento dos sistemas de informação e dos processos de negócio (STAIR; REYNOLDS, 2011). A figura a seguir denota o conceito de infraestrutura de TI que sustenta as aplicações de negócio. Aplicações de negócio Aplicações de TI compartilhadas e padronizadas Infraestrutura de TI Serviços compartilhados de tecnologia da informação Recursos humanos Componentes de TI Figura 1 – Infraestrutura de TI e o suporte das aplicações de negócio Observação É importante destacar que tanto a infraestrutura de TI quanto os sistemas de informações e as aplicações de TI, de forma geral, estão a serviço dos processos de negócio. 1.1.2 Os processos e a infraestrutura de TI O termo processo pode ser definido como um conjunto de recursos organizados utilizados na transformação de insumos em produtos e serviços de forma a atender as expectativas de pessoas e organizações. Dessa forma, um processo possui as entradas e a saídas, conhecidas respectivamente pelos seus nomes em inglês input e output. 13 INFRAESTRUTURA DE TI Em muitas situações, as entradas e saídas de um processo são as informações, hoje consideradas como um dos recursos mais estratégicos das empresas. As informações são oriundas de diversas fontes, processadas por sistemas e armazenadas na infraestrutura tecnológica das organizações. Por exemplo, em um hospital, o processo de cadastramento de um paciente utiliza informações que estão contidas em sistemas de armazenamento de dados e são processadas por sistemas de informações. E não é apenas por meio de entradas e saídas que os processos se relacionam à infraestrutura de TI, mas na própria execução, fornecendo ferramentas que contribuem para a eficácia e a eficiência em todo o ambiente organizacional. Claro que tudo isso gera uma dependência dos negócios em relação à TI, conferindo grande importância à infraestrutura de TI e às decisões que, de forma geral, remetem ao ambiente tecnológico. A figura a seguir apresenta essa ideia de integração proporcionada pela área de TI. Contas a receber Caixa/bancos Estoque Fornecedores Vendas Compras Clientes Contas a pagar Nota fiscal Ordem de compra Pedido de compra Nota fiscal TI Figura 2 – TI promovendo a integração do negócio Os processos, quando associados à infraestrutura de TI, podem proporcionar a integração de áreas internasde uma empresa e a integração entre empresas, gerando o que conhecemos por redes interorganizacionais, por meio das quais dados e informações fluem entre diversas partes interessadas circunscritas a esses ambientes empresariais. A figura a seguir retrata essa ideia de integração e de redes interorganizacionais. 14 Unidade I Matéria-prima Fornecedor Empresa Distribuidor Cliente final Figura 3 – Integração desde a fase da matéria-prima até o cliente final proporcionada pela TI Essa integração interna da empresa associada a redes interorganizacionais é possível graças às aplicações de TI e à própria infraestrutura de TI. A figura a seguir representa essa associação. Matéria-prima Fornecedor Empresa Aplicações de TI Distribuidor Cliente final Infraestrutura de TI Figura 4 – Aplicações de TI e infraestrutura de TI que sustentam os negócios 1.1.3 Arquitetura de TI Antes de pensar em infraestrutura de TI propriamente dita, é necessário compreender o que vem a ser a arquitetura de TI. Entende-se por arquitetura de TI a visão macro e sistêmica de como os componentes físicos e lógicos da infraestrutura de TI funcionam de forma integrada para disponibilizar um ou mais serviços de TI. Segundo Weill e Ross (2006, p. 32), “A arquitetura de TI é a organização lógica dos dados, aplicações e infraestruturas, definida a partir de um conjunto de políticas, relacionamentos e opções técnicas adotadas para obter a padronização e a integração técnicas e de negócio desejadas”. Dessa forma, a arquitetura de TI pode ser classificada em: • arquitetura de processos: desenho dos componentes tecnológicos dos processos de negócios que utilizam TI; • arquitetura de aplicação: desenho das aplicações individuais e as interfaces que permitem a sua utilização; 15 INFRAESTRUTURA DE TI • arquitetura tecnológica: desenhos dos padrões tecnológicos que os serviços de infraestrutura devem utilizar e nos quais devem se basear. A arquitetura de TI também é chamada de projeto estrutural da TI, apresentando plataformas de hardware e software que devem ser utilizadas, além de modelos e padrões diversos de TI. As principais questões que envolvem a arquitetura de TI como um passo que antecede a infraestrutura de TI são: confiabilidade, escalabilidade, desempenho e sustentabilidade. Observação As decisões de arquitetura de TI antecedem as decisões de infraestrutura de TI, fornecendo subsídios para as escolhas que precisam ser feitas em matéria de infraestrutura. 1.1.4 Evolução da infraestrutura de TI A infraestrutura de TI passou por pelos menos dois grandes momentos antes de chegarmos ao que observamos nos dias de hoje: era dos mainframes e era da arquitetura cliente-servidor. Por volta de 1960 surgiu um tipo de computador conhecido como mainframe, de grande porte e com alta capacidade de processamento, que praticamente inaugurou o primeiro grande momento da infraestrutura de TI nas empresas (esse modelo de infraestrutura também é conhecido como primeira plataforma). Nesse momento surgiram os grandes centros de processamento de dados (CPD), estabelecendo a ideia de processamento centralizado, mantendo a conectividade entre terminais de usuário e o mainframe (que estava situado no CPD). Os terminais usuários eram conhecidos como terminais burros, porque não possuíam capacidades de processamento e armazenamento, funcionando como um ponto de acesso ao computador central (mainframe). Era por meio dos terminais burros que o usuário fazia a entrada de dados e também consultava informações. Com a evolução da engenharia eletrônica e o desenvolvimento de componentes como diodos, transistores e circuitos integrados, os computadores foram diminuindo de tamanho, possibilitando o surgimento dos computadores de mesa, também conhecidos como desktops. A partir daí os antigos terminais burros começaram a dar lugar aos desktops, e os mainframes começaram a dar lugar aos servidores (bem menores em tamanho, mas com capacidade de processamento ainda considerável), inaugurando um segundo momento na infraestrutura de TI (modelo conhecido por segunda plataforma ou cliente-servidor). As infraestruturas baseadas na arquitetura cliente-servidor são caracterizadas pela presença de um servidor, responsável pelo controle e pelo compartilhamento de recursos de uma rede de computadores. Nesse modelo, o processamento de informações é segmentado por processos que consistem em 16 Unidade I solicitações de computadores clientes para computadores servidores e respostas dos computadores servidores para computadores clientes. A figura a seguir apresenta a ideia do modelo cliente-servidor. Cliente Cliente Cliente Cliente Cliente Servidor Figura 5 – Modelo cliente-servidor Os usuários locais, que utilizam os computadores clientes, possuem recursos locais e também acessam serviços remotos. A grande diferença dos antigos terminais burros (além da ausência de recursos de processamento e armazenamento inexistentes no momento anterior) é a interface de usuário (apresentação), conhecida como front-end, que é muito mais simpática que as telas escuras dos terminais burros. Os servidores, por sua vez, entregam diversos serviços como: banco de dados, impressão e acesso a internet. O servidor executa estas funções por meio de processos conhecidos como back-end. Toda essa arquitetura é montada a partir das regras de negócio associadas à lógica de aplicação, que responde de acordo com as necessidades dos usuários. A arquitetura cliente-servidor pode ocorrer de três formas: modelo em duas camadas, modelo em três camadas e modelo em quatro camadas. Elas diferem quanto às três principais funções em uma rede cliente-servidor: apresentação ou interface do usuário; lógica da aplicação e regra de negócio; armazenamento dos dados. No modelo em duas camadas, os computadores clientes estabelecem a comunicação diretamente com o servidor. O armazenamento de dados se dá no servidor, mas as regras do negócio, a lógica de aplicação e os padrões de interfaces de usuário estão armazenadas no cliente. Assim, quando ocorre uma mudança na aplicação, os bancos de dados e as aplicações contidas no cliente também sofrem alteração. A figura a seguir apresenta a ideia do modelo cliente-servidor em duas camadas. 17 INFRAESTRUTURA DE TI Cliente Cliente Servidor de banco de dados Cliente Figura 6 – Modelo cliente-servidor em duas camadas No modelo em três camadas existe uma camada intermediária contendo um servidor de aplicação. É nesse servidor que são armazenadas as regras de negócios e a lógica da aplicação, de forma que, quando há uma alteração (em regras de negócios e lógica de aplicação), ela é executada nesse servidor, sendo assumida automaticamente por todos os clientes. No modelo em três camadas, todo acesso ao servidor de banco de dados é feito pelo servidor de aplicação, que, por sua vez, já determina as regras de acesso, gerando um aumento na segurança e no controle do acesso de dados, além de garantir uma melhoria na flexibilidade para mudanças nas aplicações. Há uma única desvantagem do modelo em três camadas, a qual está relacionada às atualizações na interface do usuário, que precisam ainda ser feitas em todos os clientes. A figura a seguir apresenta a ideia do modelo em três camadas. Server-PT servidor de banco de dados Switch-PT Switch 0 Server-PT servidor de aplicação PC-PT Cliente 1 PC-PT Cliente 2 Figura 7 – Modelo cliente-servidor em três camadas 18 Unidade I O modelo em quatro camadas é caracterizado pela presença de um servidor web. Ele surge da necessidade de centralizar a apresentação do cliente. Não há mais a necessidade de se instalar o programa (aplicação) em cada cliente, bastando apenas que o usuário tenha um navegador de internet (também conhecido como browser) para carregar a aplicação. Nesse modelo também encontramos os servidores de aplicação e banco de dados com as mesmas funcionalidades dos modelos anteriores. A figura a seguir mostra um modelo emquatro camadas. Cliente ClienteCliente Servidor de banco de dados Servidor de aplicação Servidor WEB Cliente Figura 8 – Modelo cliente-servidor em quatro camadas Observação A criação e a implementação de aplicações são facilitadas quando a infraestrutura construída opera em uma arquitetura em camadas, proporcionando escalabilidade. Começando na 1ª plataforma (mainframes), passamos pela 2ª plataforma (arquitetura cliente-servidor) e chegamos à 3ª plataforma, com uma verdadeira combinação de tecnologias. As principais causas dessa revolução na infraestrutura de TI são: • aumento exponencial da quantidade de dados gerados e armazenados a partir das tecnologias de big data; • crescimento das tecnologias de internet das coisas, proporcionando a interligação em redes de objetos, sensores e equipamentos e gerando alto fluxo de informações; • evolução das infraestruturas de redes de telecomunicações e aumento da velocidade e largura de banda dos links de comunicação de dados; 19 INFRAESTRUTURA DE TI • computação em nuvem promovendo a eficiência no uso de recursos computacionais de hardware e software; • inclusão digital cada vez mais presente na sociedade de forma geral. Esses motivadores, associados às rápidas e diárias mudanças tecnológicas, têm levado a sociedade a experimentar uma infraestrutura cada vez mais moderna e adaptada às necessidades dos negócios. Exemplo de aplicação Pesquise sobre a utilização da internet das coisas e a computação das nuvens no dia a dia das organizações. 1.1.5 Maturidade da infraestrutura de TI Analisar a maturidade da infraestrutura de TI nos permite verificar a situação do seu uso nos processos e nas organizações como um todo. Assim, é possível descobrir onde estamos e para onde queremos ir, possibilitando atingir altos níveis de uso da TI, de forma a agregar valor aos negócios e na vida das pessoas. Podemos considerar quatro níveis de maturidade na infraestrutura que nos apresentam visões que as organizações possuem da infraestrutura. Eles são descritos a seguir. • Nível 0 (inexistente): não há investimentos em infraestrutura de TI e não há percepção da necessidade de implementação de uma infraestrutura que sustente os negócios da organização. • Nível 1 (utilitário): há investimentos em infraestrutura de TI, mas muito baixos quando comparados com a concorrência e de forma centralizada. Aqui, a TI é considerada como um recurso organizacional. • Nível 2 (dependente): os investimentos em infraestrutura de TI se assemelham às médias observadas no mercado. O negócio possui grande dependência da TI, mas ainda não a considera como recurso estratégico. • Nível 3 (facilitadora): o investimento em infraestrutura de TI é superior às medias observadas no mercado. O negócio percebe a importância estratégica da TI e de seu contínuo alinhamento. 1.2 Hardware e software 1.2.1 Hardware Considerado um dos componentes mais importantes da infraestrutura de TI, o hardware nos remete a toda parte física do computador. Stair e Reynolds (2011) afirmam que hardware é qualquer maquinário (utilizando circuitos digitais) que auxilia tarefas de entrada, saída, processamento e armazenamento de um sistema computacional. 20 Unidade I Observação O hardware é um dos dispositivos mais importantes nesse assunto, demandando os maiores investimentos na área de TI e até na vida das pessoas. Com o intuito de gerar uma infraestrutura de TI robusta, a ideia do hardware (parte física do computador) é apresentar algo tangível que execute o máximo de tarefas em substituição a uma pessoa, de forma que cada vez mais serviços braçais sejam feitos por máquinas. Passando pelos mais diversos setores da economia, podemos recorrer a inúmeros exemplos de processos que foram automatizados e melhorados a partir da implementação de hardwares. No entanto, as ações com o objetivo de substituir gradativamente pessoas por hardwares têm esbarrado nas grandes diferenças entre homens e máquinas. A primeira grande diferença é que uma máquina computacional executa todas as suas atividades a partir de informações que foram anteriormente prestadas. Ou seja, se não dissermos à máquina o que ela precisa fazer, ela não fará. Outra grande diferença está no entendimento e na compreensão de números. Nós, humanos, trabalhamos com a base de numeração decimal, já as máquinas operam na base de numeração binária, compreendendo bits e bytes. Observação Quando mencionamos máquina computacional, estamos nos referindo ao computador. Um bit é a representação de um dígito numérico no sistema de numeração binário. Ou seja, um bit pode ser representando pelo número 1(um) ou pelo número 0 (zero). Um byte é um conjunto de oito bits. A partir destes bits e bytes são formados as instruções primitivas e os códigos que fazem o computador funcionar. Esses códigos formam os softwares que o computador utiliza. 1.2.2 Sistema computacional básico O sistema computacional básico reúne os componentes que formam de maneira simplificada o hardware do computador. São eles: unidade central de processamento; memórias; dispositivos de entrada e saída; e barramentos. O primeiro item do sistema computacional a ser mencionado é o processador ou unidade central de processamento (UCP) – conhecida também como CPU, que é o seu acrônimo em inglês. É o processador, o coração de todo o sistema, sendo responsável pela execução das instruções dos programas de computador. 21 INFRAESTRUTURA DE TI A função básica da CPU é executar programas por meio da busca de: instrução na memória; interpretação da instrução; busca de dados; processamento de dados e escrita de dados. De forma geral, a CPU é formada por três componentes: unidade lógica e aritmética (ULA), unidade de controle e, finalmente, registradores. A unidade de controle é responsável por buscar informações na memória principal. A unidade lógica e aritmética é responsável por realizar os cálculos e a comparação entre os valores. Os registradores compõem uma memória de alta velocidade (interna à CPU) utilizada para armazenar resultados temporários e para o controle do fluxo de informações. Observação De forma errada, algumas pessoas se referem ao gabinete do computador (artefato metálico onde se situam todas as placas e componentes de hardware) como CPU: a CPU é um circuito integrado (chip). O segundo componente do sistema computacional é a memória. Considerada como um item da estrutura interna do computador, ela armazena programas e dados, apresentando-se sob diversos tipos quanto a hierarquia, proximidade da CPU e características próprias. Entre todas as características das memórias, duas são fundamentais para o bom funcionamento do computador: tempo de acesso e capacidade de armazenamento. O tempo de acesso, também conhecido como latência, é o tempo gasto para realizar uma operação de leitura e escrita. A operação de leitura nada mais é do que copiar algo da memória, já a operação de escrita corresponde a copiar algo na memória. Outra característica importante é a capacidade de armazenamento, que expressa a quantidade de bytes que podem ser armazenados na memória. Os principais tipos de memórias são descritos a seguir. • Armazenamento temporário: conhecidas como memórias RAM (de random access memory, ou seja, memória de acesso aleatório). Quando o computador é desligado, tudo que estava na memória é apagado. • Apenas de leitura: conhecidas como memórias ROM (de read only memory, ou seja, memória apenas de leitura). Quando o computador é desligado, nada do que estava na memória é perdido. O terceiro elemento do sistema computacional é o barramento. O barramento constitui o caminho elétrico que provê a ligação de dois ou mais dispositivos. Na história da computação, existiram diversos tipos de barramentos, alguns já estão em desuso, enquanto outros continuam sendo utilizados por diversas placas. Os principais barramentos são: ISA (industry standard architecture); PCI (peripheral component interconnect); AGP(accelerated graphics port); AMR (audio modem riser); CNR (communications and network riser); ACR (advanced communications riser); SATA (serial advanced technology attachment); SCSI (small computer system interface); USB (universal serial bus). 22 Unidade I A USB é a tecnologia que permitiu o avanço da comunicação do computador com memórias secundárias. De uma forma mais rápida e simples, possibilitou a qualquer usuário acoplar dispositivos no computador e utilizá-los. O quarto componente do sistema computacional é o conjunto de dispositivos de entrada e saída, responsáveis por fazer a interface do sistema com o mundo exterior, ou seja, com o usuário. Os dispositivos de entrada e saída, conhecidos como periféricos, são conectados ao restante do sistema computacional por meio de barramentos e portas de comunicação. Entre os principais dispositivos de entrada e saída, podemos citar: teclado, mouse, scanner, leitores de código de barras e microfones. O teclado constitui um dos dispositivos de entrada mais antigos e é composto por teclas que representam um sinal único quando pressionadas. Essas teclas estão associadas a códigos alfanuméricos e assumem diversas configurações e tipos. O mouse é um outro dispositivo de entrada que permite realizar atividades não relacionadas a digitação, funcionando como um apontador para selecionar opções, compor desenhos etc. Ele surgiu com os computadores que funcionam com interface gráfica. Atualmente, os mouses podem ter ou não fio, ou apresentarem-se na forma touchpad (comum em notebooks como uma superfície sensível ao toque). Outros importantes dispositivos de entrada e saída são: • scanner: realiza a digitalização de documentos, estando hoje muitas vezes integrado a impressoras (que recebem o nome de multifuncional); • leitor de código de barras: dispositivo que efetua a leitura de código de barras a partir da utilização de feixes de laser; • câmera: utilizada para capturar imagens estáticas ou em movimento; • microfone: utilizado para captação de ondas sonoras; • monitores de vídeo: utilizados para apresentar o resultado de um processamento por meio de uma imagem e, em suas versões touch screen, servem como dispositivo de entrada; • impressora: dispositivo que apresenta resultado de processamento em documentos impressos; • dispositivos de armazenamento externo: responsável por armazenar dados externamente em memórias principais e secundárias do computador (como os gravadores de fita magnética, de DVD/CD e os dispositivos de memória USB). Cada dispositivo de E/S é composto de duas partes: o dispositivo em si e o seu controlador. A função principal do controlador é monitorar seu dispositivo de entrada e saída, garantindo o acesso ao barramento. 23 INFRAESTRUTURA DE TI 1.2.3 Software Na infraestrutura de TI, o software é considerado a parte lógica que faz o sistema computacional funcionar. Trata-se de programas que comandam a operação do computador e disponibilizam para o usuário aplicações para serem utilizadas em suas tarefas diárias. Esses programas são um conjunto de instruções que dizem o quê, quando e como devem ser realizadas as operações pelo sistema computacional. O software despontou praticamente junto com o hardware, quando este foi entendido como algo além de um instrumento para fazer cálculos. O primeiro programa surgiu por volta de 1800, criado por uma jovem de nome Ada Augusta Lovelace, considerada a primeira programadora do mundo. Seu uso destinava-se ao instrumento computacional criado por Charles Babbage. No entanto, é importante ressaltar que este programa tem pouca relação com o que se conhece pelo mesmo nome nos dias de hoje. Por volta de 1950, o que se compreendia sobre software eram os poucos programas disponíveis no mercado, feitos especificamente para cada sistema computacional. Tratava-se de um conjunto de instruções agrupadas em lotes para processamento. Foi só em 1960 que os softwares, com as características conhecidas nos dias de hoje, foram concebidos. Claro que, com o desenvolvimento de forma artesanal, com linguagens muito próximas das linguagens de máquina, os softwares eram praticamente voltados para a automação de tarefas manuais, principalmente administrativas e financeiras. Nessa época a ideia de processamento em tempo real (ao contrário do processamento batch, por lote) começa a ser percebida como algo importante. Na década de 1970, os sistemas de informação (primeiras aplicações estruturadas) surgem de forma marcante nas empresas, fomentando o desenvolvimento de softwares, bem como as exigências em relação aos produtos construídos. Os desenvolvedores passaram a considerar os conceitos de desenvolvimento organizacional e seus papéis como pontos estratégicos para a organização e o melhor desenvolvimento de softwares. Vale destacar que a redução de custos com a aquisição de computadores nessa época favoreceu o aumento do uso de softwares. Dessa era artesanal passamos para a década de 1980, com o uso dos sistemas ERP (Planejamento de Recursos Empresariais) e sistemas CRM (Gerenciamento do Relacionamento com o Cliente) até chegar ao momento vivido hoje: a era da qualidade do software. Com o aumento da capacidade de processamento dos computadores, surgem diversas tecnologias para desenvolvimento de softwares, favorecendo a grande disseminação de seu uso na operação, na tomada de decisão, nas estratégias etc. De forma geral, os softwares são classificados em software de sistemas e software de aplicação. Os softwares de sistemas comandam o hardware, gerenciando e coordenando as suas funcionalidades, fazendo a interface entre as aplicações (software de aplicação) e todo o aparato de hardware. O melhor exemplo de software de sistemas são os sistemas operacionais: o sistema operacional é um conjunto de programas que controla o hardware do computador, os recursos de entrada e saída, os recursos de armazenagem dos programas e de dados, agindo, assim, como interface com os softwares aplicativos. Normalmente o sistema operacional está armazenado em um disco, onde, logo após a inicialização do sistema computacional, partes do sistema operacional são carregadas na memória do computador. 24 Unidade I A efetividade do computador está diretamente ligada à atuação do sistema operacional, por isso é de suma importância a escolha de um sistema operacional alinhado ao sistema computacional, de forma que as necessidades, tanto de hardware quanto de software, estejam aderentes. Os sistemas operacionais mais conhecidos e mais utilizados, tanto para desktop quanto notebooks, são os da Microsoft (Windows). Para smartphones e tablets, os mais utilizados são os da Apple (IOS) e os da Google (Android). Os softwares também podem ser considerados como softwares de aplicação. Nesse caso, eles auxiliam na execução das tarefas de negócios, ou seja, são voltados para expectativas específicas dos usuários atendendo finalidades gerais e específicas. Entre os exemplos de software de aplicação estão processadores de texto, planilhas eletrônicas, softwares de e-mail, geradores de apresentação etc. Segundo Stair e Reynolds (2011), os softwares de aplicação interagem com os softwares de sistemas para utilizar os recursos de hardware necessários a sua operação e, assim, exercer as suas funcionalidades. Os softwares de aplicação podem ser divididos em: software vertical e software horizontal. Os softwares verticais executam tarefas comuns a um determinado ramo de negócio, já os softwares horizontais são dedicados a todos os ramos de negócio, por automatizarem processos comuns a todas as indústrias. Os softwares de aplicação também podem se dividir em softwares proprietários e softwares de prateleira. O software proprietário é desenvolvido para atender a uma necessidade específica da organização. Pode ser desenvolvido internamente (pelos profissionais de TI) ou por empresas terceirizadas. Quando esse desenvolvimento ocorre internamente na organização, tem-se um maior controlesobre os processos de desenvolvimento e, consequentemente, sobre os resultados. As principais vantagens do software proprietário são: obter exatamente o que se quer e ter uma maior facilidade na eventual modificação de algumas características. Já as principais desvantagens do software proprietário são: consumo de tempo (que costuma ser alto) e risco potencial de desempenho limitado. Os softwares de prateleira são adquiridos diretamente da prateleira da loja, por meio de empresas especializadas que desenvolvem soluções-padrão e pré-formatadas com as melhores práticas e costumes das organizações para apoio aos processos de negócios. As principais vantagens do software de prateleira são: custo inicial de desenvolvimento mais baixo e alta qualidade. Já as principais desvantagens são o pagamento por características não requisitadas e a ausência de algumas características importantes (exigindo futuras modificações ou personalizações). Os softwares também podem ser classificados em: • freeware: distribuído gratuitamente, mas sem o código fonte; • free software: pode ser ou não distribuído gratuitamente, havendo permissão para modificação e redistribuição; • open source: distribuído sob licença, com código fonte de domínio público ou com copyright (nesse caso, o código fonte pode ser modificado); 25 INFRAESTRUTURA DE TI • shareware: distribuído gratuitamente, com uso gratuito por período limitado, após o qual exige-se pagamento pela utilização; • adware: distribuído gratuitamente sob a concordância do usuário de visualizar propagandas; • domínio público: distribuído sem copyright e gratuitamente. 1.2.4 Tipos de computadores Os computadores podem ser classificados em: microcomputadores, computadores portáteis, mainframes, supercomputadores ou servidores. Eles diferem em termos de tamanho, capacidade de processamento e mobilidade, entre diversos outros aspectos. Os microcomputadores têm a sua história iniciada na década de 1980 com um mercado bastante explorado pelas empresas IBM, Dell, HP e Apple, entre outras, que investiram muito trabalho na fabricação dos mais diversos modelos. São considerados de pequeno porte e criados especificamente para serem utilizados em mesas (por isso muitas vezes são chamados de desktops). Como a popularização e o crescimento do uso da informática na década de 1990, a utilização de microcomputadores se intensificou tanto nas empresas como no uso pessoal (por usuários domésticos) para as mais diversas aplicações. No entanto, observa-se um declínio gradual de tais números: atualmente os usuários têm optado (principalmente os usuários domésticos) pela utilização de computadores portáteis, motivando, assim, a aplicação dos microcomputadores para finalidades específicas, como os jogos digitais. Observação Nas organizações ainda se observa muito o uso dos microcomputadores e as razões para isso estão relacionadas ao custo, uma vez que investir em hardware é ainda muito caro. Assim, atendendo ao desejo de mobilidade, tão atual, os microcomputadores estão gradativamente sendo substituídos por computadores portáteis, sejam eles notebooks, netbooks, tablets ou smartphones. Os notebooks, também conhecidos como laptops, receberam esse nome em razão de sua semelhança com um livro. Normalmente, eles dispõem de gabinetes dobráveis e com capacidade muito semelhante aos microcomputadores. O fato de serem menores que um microcomputador acarreta um aumento de preço, que é compensado pelo benefício da mobilidade, favorecendo a execução de tarefas em qualquer lugar, bastando apenas de uma mochila para carregá-lo. Já os netbooks são computadores portáteis ainda menores e em praticamente todos os sentidos: capacidade, desempenho e dimensões. Embora sejam considerados uma evolução dos notebooks, os netbooks não tiveram tanta aceitação e estão praticamente fora do mercado de informática. Um dos 26 Unidade I motivos que levaram à pouca aceitação dos netbooks está justamente relacionado à sua posição como um meio-termo entre o notebook e o smartphone. Os usuários aceitam bem o uso de notebooks, assim como o dos smartphone, mas isso não tem valido para os netbooks. Os tablets também são ferramentas jovens na área, com pouco mais de 25 anos de vida. O primeiro foi lançado em 1994 pela Acorn Computers e recebeu o nome de Newspad. Seu auge, quanto ao uso, ocorreu com o lançamento do IPAD pela Apple, em 2010, mesmo momento em que apareceu no mercado o Galaxy Tab, lançado pela Samsung. No entanto, hoje, mesmo com versões de diversos outros fabricantes (Huawei, Lenovo, LG e AOC, entre outros), verifica-se uma diminuição consistente na venda de tablets, sinalizando novamente a opção do usuário, quando o principal critério é mobilidade, pelo smartphone ou pelo notebook. Os smartphones são resultado do desejo de se estabelecer uma solução que envolvesse computação e telefonia. O primeiro modelo data de 1994, criado pela IBM, com o nome de Simon. No entanto, ele não teve sucesso comercial, embora dispusesse de tela sensível ao toque e permitisse o envio e o recebimento de e-mails. Ainda na década de 1990, os smartphones eram chamados de PDA; apenas perto dos anos 2000 a Ericsson se referiu ao seu PDA pela primeira vez como smartphone, cunhando o termo. Após isso, os smartphones começaram a se popularizar com soluções bastante conhecidas (Blackberry, Apple, Nokia e HTC, entre outros). Vale lembrar que a explosão da telefonia móvel celular no mundo ocorrida nesse milênio impulsionou ainda mais o uso dos smartphones, fazendo com que eles fossem um instrumento importantíssimo e bastante presente no dia a dia das pessoas. Saindo um pouco daquilo que é mais acessível à maior parte das pessoas, o mundo dos mainframes, supercomputadores e servidores é bem fascinante e traz uma série de curiosidades. Comecemos pelo mais antigo entre os três, o mainframe. Os mainframes, em outras palavras, os computadores de grande porte utilizados nos primeiros tempos da TI nas organizações, eram caracterizados por um alto desempenho e capacidade. A empresa IBM foi uma das primeiras a fabricá-los e a comercializá-los para diferentes corporações, como bancos, empresas públicas e indústrias. Após algum tempo, a IBM passou a sofrer forte concorrência de outras empresas, como a Unisys e a HP. Hoje, o mainframe é mais restrito a um número menor de modelos de negócios. Os supercomputadores também são bastante potentes, com altíssimo desempenho, mas, diferentemente dos mainframes, são utilizados em aplicações específicas que exigem capacidades computacionais extensas e rápidas. Entre as aplicações dos supercomputadores, encontram-se pesquisas militares, previsão de desastres naturais e pesquisas nas áreas de saúde, entre outras. Os primeiros supercomputadores foram desenvolvidos pela empresa Cray Research, a qual permaneceu durante muito tempo como a principal fabricante desse tipo de tecnologia. Entretanto, com o passar do tempo, ela foi perdendo mercado para outras empresas como IBM e Dell. 27 INFRAESTRUTURA DE TI Observação As características dos supercomputadores deixam qualquer um impressionado. Por exemplo, o supercomputador mais potente do mundo, segundo a lista Top500, disponível no site https://www.top500.org/lists/, possui aproximadamente mais de 2 milhões de core (núcleos). Outra curiosidade é o consumo de energia elétrica, da ordem de mais de 10 Megawatt (um valor bem maior que o consumo de algumas cidades do Brasil). Saiba mais Acessando o site indicado a seguir, você conhecerá a lista dos mais potentes supercomputadores do mundo. LISTS. Top 500, [s.d.]. Disponível em: https://www.top500.org/lists/. Acesso em: 30 abr. 2020. Já os servidores são computadores utilizados em redes com arquitetura cliente-servidor. Eles têm a função de controlar recursos de redes de computadores e prover uma maior gestão de comunicação de dados e de uso de aplicações. 2 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO 2.1 Introdução 2.1.1 Conceitos e classificaçãoPara compreendermos adequadamente o que significa sistemas de informação, precisamos primeiro entender melhor o conceito de sistema. Define-se sistema como: um conjunto de elementos interconectados de modo a formar um todo organizado. Assim, muito mais do que apenas um software, o sistema de informação mostra-se um conjunto inter-relacionado de pessoas, hardwares, softwares, redes de computadores e recursos de armazenamento de dados que coletam, transformam e disseminam informações em uma organização. Assim, partindo da compreensão de que um sistema de informação é um software, podemos defini-lo como um sistema de computador utilizado em uma empresa, uma entidade, ou seja, por um conjunto de pessoas dentro de uma organização. Entre seus principais papéis, é possível mencionar o fornecimento de soluções para processos utilizados na operação de negócio, processos de tomada de decisão e no suporte de estratégias para se obter vantagens competitivas. Dessa forma, os sistemas de informação são vistos a partir de três perspectivas distintas: organizacional, tecnológica e humana. 28 Unidade I Tal tríade segue a ideia da entrega de uma solução em informática que considera processos, pessoas e ferramentas como itens relacionados. Vamos à primeira perspectiva: organizacional. Precisamos compreender que são as organizações que utilizam e precisam dos sistemas de informações para deixar os seus processos mais robustos; não há como desenvolver e implementar um sistema sem considerar a importância do processo em que ele será inserido. Lembrete Um processo é um conjunto de tarefas determinado em vista de um objetivo. A segunda perspectiva, a humana, aponta para a importância do público-alvo quando pensamos, concebemos ou utilizamos os sistemas de informação. Não é necessário procurar muito para encontrar, ainda nos dias de hoje, sistemas de informação que não consideram o público-alvo, ou seja, o usuário que deve utilizá-lo. Como última perspectiva, há a tecnologia, que nos remete ao ferramental adequado que automatiza os sistemas de informação e agrega os recursos de TI: banco de dados, redes de computadores, hardware e software. Os sistemas de informação favorecem o aumento da excelência operacional, a melhoria na qualidade do processo de tomada de decisão e o aprimoramento das relações com clientes e fornecedores, além de cooperar para a sustentabilidade dos negócios. Eles podem fazer a diferença entre tomar uma decisão acertada ou uma decisão com consequências desastrosas. Quanto à abrangência, os sistemas de informação podem ser divididos em três tipos: sistemas departamentais, sistemas integrados e sistemas interorganizacionais. Essa classificação pode ser vista na figura a seguir. Sistemas de informação empresariais Departamentais (funcionais) Integrados (ERPs) Interorganizacionais (IOSs) Quanto à abrangência Destinam-se a suprir as demandas de um departamento específico Integram as informações de todas as áreas de uma organização Integram informações de várias empresas Figura 9 – Classificação dos sistemas de informação quanto à sua abrangência A fim de atender uma determinada área ou departamento, os sistemas departamentais são implementados, de forma isolada, atendo-se à demanda de processos específicos. Esses sistemas têm os seus próprios bancos de dados, que não são compartilhados com outros sistemas. 29 INFRAESTRUTURA DE TI Já os sistemas integrados são aqueles que servem diversos departamentos de forma integrada, com um mesmo banco de dados. Eles são conhecidos pelo seu acrônimo ERP (Entrerprise Resource Planning) ou como sistemas de Planejamento de Recursos Empresariais (PRE). A ideia do ERP é fornecer um acesso totalmente integrado e de forma automatizada para os departamentos por meio de módulos de softwares específicos. Por fim, os sistemas interorganizacionais são aqueles utilizados de forma conjunta por mais de uma organização, com titularidades e gerências independentes. Quanto ao nível decisório, os sistemas podem ser classificados em: operacional, tático e estratégico. A figura a seguir ilustra tal classificação. Sistemas de informação empresariais Sistemas de processamento de transições (SPTs) Sistemas de informações gerenciais (SIGs) Sistemas de informações estratégicas (SISs) Sistemas de apoio à decisão (SADs) Sistemas de apoio aos executivos (SAEs) Quanto ao nível decisório Registro dos dados produzidos pela operação Informações gerenciais, planejamento e gestão da operação Apoio às decisões complexas, simulações, modelagem de problemas Visão estratégica dos negócios, indicadores críticos de desempenho Figura 10 – Classificação dos sistemas de informação quanto ao nível decisório Na figura a seguir, pode-se observar a disposição desses sistemas considerando a pirâmide do conhecimento. Sistemas de apoio à decisão Sistemas de informações gerenciais Sistemas de processamento de transações Sistemas de Sistemas de apoio aos apoio aos executivosexecutivos SPTs SIGs SADs SAEs Alta gestão Gerência sênior Gerência intermediária Nível operacional Nível estratégico SISs Conhecimento Informações Dados Figura 11 – Pirâmide do conhecimento e os sistemas de informação 30 Unidade I Lembrete Os sistemas de informação são sustentados pela infraestrutura de tecnologia da informação das organizações. 2.1.2 Sistemas de processamento de transações Os Sistema de Processamento de Transações (SPT), também conhecidos por seu acrônimo em inglês TPS (Transation Processing System), são sistemas de informação responsáveis pelo processamento de uma transação em um processo organizacional. Cabe aos SPTs coletar, guardar, modificar e recuperar as transações de uma organização; tais transações podem ser acordos, comunicações, movimentos ou qualquer ação realizada entre entidades diferentes ou objetos, muitas vezes envolvendo a troca de itens de valor, como informações, bens, serviços e dinheiro. Os principais componentes de um SPT podem ser vistos a seguir. Armazenamento Entrada de dados Processamento Documentos e relatórios Figura 12 – Sistema de processamento de transações A entrada de dados ocorre a partir da digitação do usuário e os documentos/relatórios são as saídas. Também é possível ocorrer o armazenamento no banco de dados. A necessidade de tecnologia da informação que as organizações tinham no início do desenvolvimento da informática era provida por esses sistemas, que atendiam processos específicos dos departamentos e das áreas. Como bom exemplo, pode-se citar a área financeira e seus sistemas de contas a pagar (ou sistemas de contas a receber), considerados sistemas que processavam transações. Os SPTs podem ser classificados em batch e online. Os SPTs batch processam as suas atualizações em lote, não apresentando resultados em tempo real. Já os SPTs online processam dados de forma simultânea e imediata, ou seja, em tempo real. É importante também dizer que os SPTs batch não 31 INFRAESTRUTURA DE TI acessam o seu banco de dados em tempo real, diferentemente do que se dá com os SPTs online, que o fazem, permitindo uma maior rapidez e precisão nos resultados. Os SPTs têm um caráter departamental (funcional), ou seja, são implementados tendo em vista um processo de um departamento ou área, com o seu banco de dados específico. Assim, no início da era da informática, o departamento financeiro tinha o seu STP, como todos os outros departamentos. Lembrete Os sistemas departamentais são implementados em uma organização de forma isolada, atendendo a demanda de processos específicos, com seus próprios bancos de dados, que não são compartilhados com outros sistemas. 2.1.3 A falta de integração e a existência de silos Com o tempo, as organizações foram percebendo a importância da TI e dos sistemas de informação. Assim, tornou-se comum a utilização de muitas aplicações com suas próprias bases de dados, sem uma integração entre departamentos e setores,de forma que a multiplicidade de sistemas reinava em uma mesma empresa. Entretanto, uma tomada de decisão eficiente envolvendo mais de uma área dentro do ambiente organizacional gerava a necessidade dos mais variados dados relacionados a diversos SPTs. Esses dados, em muitas situações, não apresentavam consistência, além de serem imprecisos, resultando em um material inadequado para a tomada de decisão. É nesse contexto de falta de integração entre sistemas que se menciona o conceito de silos organizacionais como entidades isoladas e sem comunicação. Há vários tipos de silos que acabam limitando as tarefas das organizações, comprometendo, assim, o alcance dos objetivos de negócio. Por natureza, os silos apresentam-se como verticais, numa perspectiva totalmente diferente do atendimento a qualquer cliente, que requer uma visão horizontal. As organizações precisam combater tais silos percebidos na falta de integração tecnológica. Dessa forma, elas podem se tornar mais ágeis, flexíveis, resilientes e eficazes, além de promoverem de forma efetiva o relacionamento entre clientes, usuários e outros atores envolvidos nos processos. Nos dias de hoje não são mais concebíveis aplicações isoladas. A exigência de interface entre as aplicações para atender uma necessidade de negócios tornou-se algo imperativo, requerendo uma comunicação (ou seja, uma integração) capaz de lidar com diversos desafios. Entre os desafios, podemos citar como exemplos: redes de comunicação com baixa confiabilidade e lentidão; aplicações desenvolvidas em diferentes formatos e linguagens e plataformas que não atendem as necessidades de negócio. Tudo isso torna a integração da empresa por meio de um sistema de informação uma tarefa complexa. 32 Unidade I Saiba mais Para conhecer um pouco mais sobre sistemas de informação, leia os capítulos iniciais do livro indicado a seguir. STAIR, R. M.; REYNOLDS, G. W. Princípios de sistemas de informação. São Paulo: Cengage Learning, 2011. 2.2 ERP 2.2.1 Conceitos e histórico Diante do contexto exposto, convém dizer ainda que três grandes problemas surgem em consequência da falta de integração: redundância de dados, retrabalho e falta de integridade de informações. A redundância de dados é verificada quando da existência de diversas bases de dados repetidas devido a vários processos de negócios operando com os mais diversos STPs. Assim, por exemplo, informações que estão nos sistemas da área financeira também se encontram nos sistemas de recursos humanos. O retrabalho é uma consequência direta de processos interligados e sistemas independentes. Isso porque a saída de um sistema precisa ser digitada como entrada do outro sistema, gerando o retrabalho e o consumo de uma mão de obra que poderia ser substituída por uma integração eficiente. A falta de integridade de informações surge a partir da redundância e do retrabalho mencionados, como o problema mais crítico. A sua criticidade reside no desencontro e na inconsistência das informações utilizadas pelos processos de negócios. A fim de resolver todos esses problemas, pode-se recorrer ao desenvolvimento dos sistemas integrados de gestão, sistemas que trazem diversos benefícios tangíveis e intangíveis. Entre os benefícios tangíveis, temos: redução de pessoal, aumento de produtividade, aumento de receitas/ lucros e entregas pontuais. Entre os benefícios intangíveis, podemos destacar: aprimoramento e padronização dos processos, flexibilidade e agilidade. Os sistemas integrados de gestão também são conhecidos como sistemas de Planejamento de Recursos Empresariais (ou pelo seu acrônimo em inglês ERP, que significa Enterprise Resource Planning). Os sistemas ERP são um conjunto integrado de programas que gerenciam as operações vitais dos negócios de uma empresa para uma organização global com múltiplas localizações. O ERP é uma solução capaz de gerar uma integração de toda a corporação, com um banco de dados único, abrangendo todos os setores e os processos vitais do negócio. Ele se fundamenta em um conjunto de módulos de software integrados e dedicados a cada uma das áreas do ambiente organizacional. A figura a seguir apresenta essa ideia de integração. 33 INFRAESTRUTURA DE TI Vendas e marketing Finanças e contabilidade Manufatura e produções Recursos humanos Dinheiro em caixa Contas a receber Crédito ao cliente Receita Matérias-primas Programações de produção Datas de expedição Capacidade de produção Compras Horas trabalhadas Custo do trabalho Requisitos de cada cargo Banco de dados centralizado Pedidos Previsões de vendas Pedidos de devolução Alterações de preço Figura 13 – Arquitetura de um ERP A integração promovida pelos sistemas ERP pode ser vista sob a perspectiva funcional (sistemas de finanças, contabilidade, recursos humanos, fabricação, marketing, vendas, compras etc.) e sob a perspectiva sistêmica (sistema de processamento de transações, sistemas de informações gerenciais, sistemas de apoio à decisão etc.). Os sistemas ERP começaram a ser utilizados mundialmente no início da década de 1990. No Brasil, as primeiras implementações ocorreram por volta de 1997 e 1998. Em razão do alto valor, eram viáveis apenas para grandes corporações e multinacionais. Podemos caracterizar os sistemas ERP como uma evolução do MRP – Material Requirement Planning, cuja principal função é calcular as necessidades de materiais em manufatura, e dos MRP II – Material Resource Planning, que envolvem o planejamento de recursos de manufatura, abrangendo todos os processos de produção (CAIÇARA JÚNIOR, 2015, p. 98). O conceito integrativo que cerca o ERP foi desenvolvido pela empresa alemã SAP quando lançou o seu primeiro produto chamado de R/2 na década de 1990 (posteriormente atualizado para o R/3, dotado de arquitetura mais moderna). 34 Unidade I 2.2.2 Arquitetura e operação de um ERP O ERP opera com uma arquitetura cliente-servidor dividida em três camadas: camada de apresentação, camada de aplicação e base de dados. A camada de apresentação provê a interação com o usuário por meio de um software de interface simpática que permite a inserção de dados, a consulta e a exclusão de dados do sistema. A camada de aplicação possibilita a integração de módulos e o seu adequado processamento. A base de dados é responsável pelo gerenciamento de dados armazenados no banco. A fim de atender a integração de dados em tempo real, o ERP trabalha com um único banco de dados, compartilhado por todos os módulos, conforme perfis de acesso configurados pelo administrador do sistema. O ERP é formado por módulos de software para atender às mais diversas demandas de processamento e de integração de dados e informação em uma organização. Entretanto, a composição de um ERP varia de empresa para empresa, ainda que sejam do mesmo ramo de negócio, isso porque em geral demandam funcionalidades e apresentam processos operacionais, administrativos e produtivos diferentes entre si. Os módulos do ERP são agrupamentos de funcionalidades e podem se dividir em dois tipos distintos: • módulos horizontais: são os módulos básicos comuns a todos os ramos de negócios (bons exemplos seriam os módulos financeiro, de compras e de produção); • módulos verticais: são os módulos específicos de cada ramo de negócio (bons exemplos seriam os módulos de empresas de call center, de empresas de agronegócio e universidades). Na implementação de um ERP é possível que uma corporação comece com a implantação de módulos básicos de vendas, contabilidade e finanças. Quando o sistema e a organização ganham maturidade em seu uso, outros módulos podem ser implantados sem prejuízo para os módulos em operação e sem grandes atropelos para a corporação. 2.2.3 Vantagens e desvantagens de um ERP As principais vantagens encontradas na implementação de sistemas ERP são: • acesso aprimorado de dados que fornecem subsídio para a tomada de decisão operacional devido ao uso de um banco de dados integrado que produzconsistência nas informações que auxiliam as operações de negócio; • supressão de sistemas de processamento de transação legados e inflexíveis, que geram aumentos avassaladores de custos; 35 INFRAESTRUTURA DE TI • aperfeiçoamento dos processos de operacionais de negócio devido ao desenho dos módulos ser aderente às melhores práticas de mercado; • modernização da infraestrutura de tecnologia da informação de que os sistemas ERP precisam para serem implantados. Os sistemas ERP também apresentam algumas desvantagens, entre elas: • custos de implantação muito altos que, em muitos casos, não são bem traduzidos em matéria de investimento pelos gestores de TI; • longo período para ser implementado por completo (até a maturidade desejada pelas corporações); • dificuldade em implantar mudanças devido a questões de cultura organizacional e problemas de dimensão humana; • dificuldade de interação com outros sistemas de processamento de transação legados; • risco de falha na implantação. 2.3 Banco de dados 2.3.1 Conceitos Os dados representam a matéria-prima para a geração da informação completa e precisa. Eles podem se apresentar de diversas formas obedecendo a uma hierarquia que se inicia na menor porção de dados manipulável por um sistema computacional: o bit. Lembrete O bit corresponde a um sinal digital, 0 ou 1, que representa, respectivamente, a ausência ou a presença de um sinal elétrico. Um conjunto de oito bits formam um byte. Um banco de dados, também conhecido por base de dados, é uma coleção organizada de fatos e informações, consistindo em dois ou mais arquivos de dados relacionados. Eles auxiliam as empresas a gerir informações para reduzir custos, aumentar lucros, acompanhar atividades anteriores do negócio e criar novas oportunidades de negócios. 36 Unidade I Lembrete Nos sistemas legados e antigos, cada aplicação tinha o seu arquivo de dados. Essa abordagem tradicional contrasta com a de hoje, chamada de abordagem integrada. As principais vantagens dos bancos de dados são: • utilização estratégica aperfeiçoada dos dados corporativos; • redução na redundância de dados; • melhoria na integridade dos dados; • modificação e atualização mais fáceis; • independência dos programas; • melhor acesso a dados e informações; • padronização no acesso de dados; • estrutura para desenvolvimento de programas; • melhor proteção dos dados; • compartilhamento do recurso de dados. A eficiente tomada de decisões em uma corporação precisa ser baseada em dados, e não em palpites ou opiniões subjetivas sem embasamento técnico. É justamente no banco de dados que se encontra este “ouro” das corporações. O entendimento da importância que os dados têm para as corporações pode e deve gerar sua maior valorização. No entanto, trabalhar com todos os dados de forma bruta e com todo o conjunto de informações que os acompanham pode limitar as ações do processo de tomada de decisão em vez de ajudar. Dessa necessidade emerge o conceito de Data Warehouse (DW), que nada mais é que um subconjunto de dados correntes e históricos de potencial interesse para os tomadores de decisão de toda a empresa. Os DW podem ainda ser mais segmentados, em grupos menores chamados de Data Mart, que é um subconjunto do DW. Uma vez que os dados foram colhidos e estão disponíveis nos Data Warehouse e Data Mart, tornam-se disponíveis para análises dentro do contexto da estratégia de negócios. Para isso, há uma série de ferramentas, as chamadas ferramentas de inteligência de negócios. 37 INFRAESTRUTURA DE TI A inteligência de negócios, também conhecida por seu nome em inglês business intelligence (BI), é um conjunto de ferramentas que consolidam, analisam e acessam vastas quantidades de dados para ajudar os usuários a tomar as melhores decisões empresariais. As principais ferramentas de BI são: • Processamento Analítico Online (OLAP): uma ferramenta não orientada a descoberta que permite a análise multidimensional de dados, de forma que os usuários vejam os mesmos dados de diferentes maneiras, pois usa múltipla dimensão; • Data Mining (mineração de dados): uma ferramenta orientada a descoberta, fornecendo percepções dos dados corporativos que não podem ser obtidas com o OLAP, descobrindo padrões e relacionamentos ocultos em grandes bancos de dados e inferindo regras a partir deles para prever comportamentos futuros. 2.3.2 Projeto de banco de dados O desenvolvimento de um sistema de informação envolve a análise e o projeto de dois componentes: os dados e os processos. O projeto de dados é considerado a parte estática do sistema, uma vez que diz respeito a um universo persistente de características que dificilmente sofrem modificações após a sua definição. O projeto de processos, por sua vez, é chamado de parte dinâmica, uma vez que as tarefas a serem realizadas sobre os dados podem variar conforme ocorre a evolução do sistema. Considera-se projeto de um banco de dados a análise, o projeto e a implementação dos dados persistentes de uma aplicação levando em conta a determinação da sua semântica (abstração dos dados de uma realidade) e, posteriormente, o modelo de dados e o Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD) a serem adotados. O projeto de um banco de dados é composto das seguintes etapas: descrição de requisito, projeto conceitual, projeto lógico e projeto físico. A descrição de requisitos é a etapa em que são coletadas informações sobre os dados de interesse da aplicação e seu uso, ou seja, as operações de manipulação sobre elas e suas relações. Para a realização da etapa de descrição de requisitos, são necessárias tarefas como entrevistas com os futuros usuários do sistema, análise de documentações disponíveis, arquivos, relatórios etc. O resultado normalmente é uma descrição dos requisitos da aplicação o mais detalhada e clara possível. O projeto conceitual pode ser considerado a fase de análise dos dados ou requisitos capturados na etapa anterior. Nessa etapa, realiza-se o que chamamos de modelagem conceitual: são analisados os fatos de interesse, isto é, as entidades ou conjunto de ocorrências de dados e seus relacionamentos, juntamente com seus atributos e propriedades ou características, e construída uma notação gráfica para facilitar o entendimento dos dados e suas relações, tanto para os analistas quanto para os futuros usuários. 38 Unidade I A etapa de projeto conceitual resulta em um modelo conceitual em que a semântica da realidade deve estar correta. A ferramenta mais usada nessa etapa é o diagrama Entidade-Relacionamento (ER). O projeto lógico é considerado a fase de projeto dos dados. Nessa etapa, o desenvolvimento do banco de dados começa a se voltar para o ambiente de implementação, uma vez que é feita a conversão do modelo conceitual para um modelo de dados de um banco de dados (modelo lógico). Esse modelo de dados pode ser relacional, orientado a objetos ou dimensional, por exemplo. O projeto lógico se baseia no uso de regras de mapeamento de um tipo de diagrama de acordo com o modelo de dados definido. Pode ser um diagrama ER ou um diagrama de classes, entre outros. O resultado é uma estrutura lógica, como um conjunto de tabelas relacionadas. A última etapa é o projeto físico, responsável pela adequação do modelo lógico gerado na etapa anterior ao formato de representação de dados do SGBD escolhido para a implementação. Na realização dessa etapa, devem-se conhecer os elementos e o funcionamento do SGBD para a criação da estrutura lógica definida no modelo. O resultado é a especificação do esquema da aplicação e na execução das restrições de integridade. 2.3.3 Business intelligence Business intelligence corresponde à inteligência do negócio, e seu objetivo é o aumento da vantagem competitiva do empreendimento. Para isso, utiliza-se uma combinação de processos e ferramentas bem estruturadas para trabalhar os dados de forma inteligente a fim de obter uma tomada de decisão rápida e da melhor maneirapossível. Como em qualquer projeto, para construir um BI deve-se desenvolver um plano no qual os seguintes temas sejam tratados: • estabelecer a aplicação de negócios para o BI; • realizar a estimativa de orçamento; • realizar a aprovação do orçamento estimado; • identificar os indicadores a serem utilizados; • garantir que os indicadores escolhidos medirão com sucesso. Com esse plano, o BI se posiciona de acordo com o objetivo da organização, identifica componentes que necessitam pertencer ao grupo, elabora um orçamento para aquisição de hardware, software e treinamentos necessários para o projeto e ainda estabelece os indicadores para medir o sucesso da implantação desses itens. 39 INFRAESTRUTURA DE TI Para a implantação do plano de BI, é preciso identificar quais informações são importantes para o processo de tomada de decisão, promover uma cultura de troca de conhecimentos e informações, elaborar e arquitetar sistemas para automatizar a retenção das informações e, por fim, implementar um sistema simplificado de acesso a essas informações e conhecimentos, sistema esse que deve propiciar um acesso prático e rápido. 2.3.4 Data mining Considerado uma ferramenta de BI, o data mining é uma tecnologia de mineração que funciona por meio de uma seleção de ferramentas que se utilizam de algoritmos de aprendizagem, redes neurais e estatística, explorando grande número de dados a fim de extrair deles conhecimento e hipóteses. O objetivo é gerar validade para os dados existentes e transformá-los em conhecimento e informação. As empresas guardam grandes valores de conhecimento e, muitas vezes, esses dados são transferidos para os bancos de dados. É nesses bancos de dados, cheios de informações e histórico da organização, conhecimento sobre as vendas, contas a pagar, negociações etc., que garimparemos a melhor informação. Em contrapartida, muitas informações não têm a devida atenção nas organizações. Por isso, é importante ter em mente que pode valer muito a pena ter o trabalho extra de colocar todas as informações em um banco de dados seguro para que elas possam ser utilizadas no futuro. Além disso, há a dificuldade de se utilizarem todos os dados armazenados em banco de dados porque algumas organizações acreditam que eles não têm importância, afinal, estão lá já há muito tempo. Com a utilização da tecnologia data mining (DM), é possível selecionar, entre diversos dados, o mais relevante para gerar uma informação importante para a organização. Essa ferramenta é capaz de fazer simulações, hipóteses e deduções com dados que aparentemente não teriam qualquer ligação entre si. Assim, ela gera informações importantes ao gestor da organização. O data mining pode ser aplicado nos modelos de sistemas de informação gerencial/tático e estratégico. 2.3.5 Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados Um SGBD é um software específico usado para criar, armazenar, organizar e acessar dados a partir de um banco de dados. Ele é responsável pelo gerenciamento do acesso simultâneo aos dados e por providenciar a execução de comandos de leitura e gravação no banco de dados por meio da linguagem padrão. Segundo Stair e Reynolds (2011), os SGBDs variam de pacotes de software de menor porte e custo até os mais modernos e sofisticados sistemas com altíssimos custos. O objetivo é que o SGBD funcione como uma interface entre a base de dados e as aplicações que necessitam de acesso ao banco de dados. A figura a seguir trata dessa ideia. 40 Unidade I Aplicação 1 SGBD Aplicação 1 Aplicação 1 Banco de dados Figura 14 – Funcionamento do SGBD Resumo Destacamos o fundamento da infraestrutura da tecnologia da informação, além de apresentarmos os elementos que compõem a infraestrutura de TI (hardware, software, banco de dados e redes de computadores/telecomunicações). Posteriormente, deu-se ênfase aos componentes hardware e softwares, como o objetivo de apresentar o computador como componente vital na infraestrutura de TI. Mencionou-se ainda a relação entre processos, arquitetura e infraestrutura. Estudou-se a temática dos sistemas de informação com detalhes. Foram apresentados os conceitos de sistemas de informação, bem como a sua classificação e o seu processo evolutivo, partindo dos sistemas de processamento de transação, passando pelos sistemas ERP, até a chegada nos sistemas de suporte à tomada de decisão. Por fim, tratou-se de banco de dados, apresentando a sua importância para as organizações, principalmente associado às ferramentas de inteligência de negócios, com ênfase no data mining. 41 INFRAESTRUTURA DE TI Exercícios Questão 1. (Sanasa 2019) A solução completa possui diversos módulos que podem ser parametrizados de acordo com as necessidades da empresa de saneamento e com o número de usuários. A solução permite: a) gerenciamento de projetos, tais como obras de manutenção e de infraestrutura de estações de tratamento; b) gerenciamento das diversas fases dos processos para o tratamento da água bruta e de controle de qualidade para a produção da água tratada a ser disponibilizada na rede de distribuição; c) integração com o sistema de controle de perdas, permitindo replanejamentos preventivos e corretivos dos recursos e insumos envolvidos nos processos de produção de água tratada; d) gerenciamento de hidrômetros; e) integração com controles físicos e financeiros, disponibilizando históricos funcionais de manutenção, estatísticas de consumo etc. O texto refere-se a um sistema: A) de apoio à decisão do tipo OLAP. B) Data Minig. C) Business intelligence. D) SPT. E) ERP. Resposta correta: alternativa E. Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: OLAP é uma ferramenta não orientada a descoberta que permite a análise multidimensional de dados, de forma que os usuários vejam os mesmos dados de diferentes maneiras, pois usa múltipla dimensão. B) Alternativa incorreta. Justificativa: Data Mining é uma ferramenta orientada a descoberta, fornecendo percepções dos dados corporativos que não podem ser obtidos com o OLAP, descobrindo padrões e relacionamentos ocultos em grandes bancos de dados e inferindo regras, a partir deles, para prever comportamentos futuros. 42 Unidade I C) Alternativa incorreta. Justificativa: Business intelligence corresponde à inteligência do negócio e seu objetivo é o aumento da vantagem competitiva do empreendimento. Para isso, utiliza-se uma combinação de processos e ferramentas bem estruturadas para trabalhar os dados de forma inteligente a fim de obter uma tomada de decisão rápida e da melhor maneira possível. D) Alternativa incorreta. Justificativa: o Sistema de Processamento de Transações (SPT), também conhecido por seu acrônimo em inglês TPS (Transation Processing System), é um sistema de informação responsável pelo processamento de uma transação em um processo organizacional. E) Alternativa correta. Justificativa: os sistemas integrados de gestão também são conhecidos como sistemas de Planejamento de Recursos Empresariais (ou pelo seu acrônimo em inglês ERP, que significa Enterprise Resource Planning). Os sistemas ERP são um conjunto integrado de programas que gerenciam as operações vitais dos negócios de uma empresa para uma organização global com múltiplas localizações. Questão 2. (Fundação Cesgranrio 2018) O SAP-ERP foi desenvolvido e aprimorado durante décadas, tendo como princípio básico as melhores práticas de processos existentes no mercado. Essas melhores práticas têm o objetivo de propiciar às empresas: A) Aumento da complexidade dos processos, em função dos diversos módulos, transformando-as em empresas de grande porte. B) Redução do número de processos e, consequentemente, diminuição da complexidade das rotinas diárias, gerando 30% de aumento de receita. C) Maximização das integrações entre as áreas/departamentos, eliminando redundâncias de processos na tentativa de reduzir os custos. D) Integrações entre as áreas/departamentos, mantendo as redundânciasde processos na tentativa de reduzir os custos. E) Eliminação de todas as áreas/departamentos, já que se trata de um único sistema integrado capaz de realizar as operações de todas as áreas. Resposta correta: alternativa C. 43 INFRAESTRUTURA DE TI Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: os ERPs têm o objetivo de reduzir a complexidade dos processos. B) Alternativa incorreta. Justificativa: o número de processos depende da empresa; o ERP faz a integração desses processos. C) Alternativa correta. Justificativa: a fim de atender a integração de dados em tempo real, o ERP trabalha com um único banco de dados, compartilhado por todos os módulos, conforme perfis de acesso configurados pelo administrador do sistema. O ERP é formado por módulos de software para atender às mais diversas demandas de processamento e de integração de dados e informação em uma organização. Entretanto, a composição de um ERP varia de empresa para empresa, mesmo que elas sejam do mesmo ramo de negócio, isso porque empresas diferentes demandam funcionalidades e processos operacionais, administrativos e produtivos diferentes. D) Alternativa incorreta. Justificativa: o ERP faz a integração dos processos eliminando as redundâncias. E) Alternativa incorreta. Justificativa: os ERPs não alteram a estrutura organizacional da empresa. Eles fazem a integração dos dados, e não a integração dos departamentos. 44 Unidade II Unidade II 3 TOMADA DE DECISÃO E INTELIGÊNCIA ARTIFICAL 3.1 Sistemas de suporte a decisão 3.1.1 Decisões: conceitos e tipos Sobre a tomada de decisão, Costa Neto (2007, p. 1) afirma que: Decidir é uma ação à qual pessoas e entidades estão permanentemente submetidas. As decisões podem variar das mais simples, como “que camisa usarei hoje”, às mais complexas, como a de uma grande organização que deve optar se compra ou não os ativos de uma outra empresa, com todas as vantagens e dificuldades que isso pode representar. A este respeito, dois pontos devem ser comentados desde já. O primeiro diz respeito à tendência que muitos executivos têm de confiar cegamente na sua capacidade de decidir com base na experiência ou na intuição, sem levar em conta informações e metodologias que lhes permitam ter muito mais clareza e eficácia naquilo sobre o que decidem. É evidente que, em muitos desses casos, o resultado pode ser adverso, para desagradável surpresa dessas sumidades. O segundo ponto a deixar claro é que nem sempre a melhor decisão conduz ao melhor resultado. Isto decorre de que, muitas vezes, há informações e realidades que não estão disponíveis ao decisor no momento em que faz a sua opção. Ou seja, em geral influi no resultado de uma decisão o famoso “fator sorte”, que pode agir positiva ou negativamente, e que, em última análise, embute os efeitos de diversos fatores desconhecidos, devido às causas ditas aleatórias, impedindo uma tomada de decisão perfeita e isenta de erros. Não se deve, portanto, avaliar a qualidade de uma decisão e do método em que foi baseada apenas em consequência dos seus resultados. Uma coisa, entretanto, se pode afirmar: é muito mais provável que se colham melhores resultados com decisões tomadas com o amparo de técnicas adequadas, em condições favoráveis, do que através daquelas feitas sem esses devidos cuidados. Cada nível hierárquico dentro de uma corporação demanda um tipo de decisão diferente, tendo como base os diversos tipos de informação resultante dos sistemas de informação. A figura a seguir mostra os níveis hierárquicos de uma corporação. 45 INFRAESTRUTURA DE TI Nível estratégico Nível tático ou gerencial Nível operacional Figura 15 – Níveis hierárquicos na tomada de decisão Para cada nível hierárquico há um tipo de decisão diferente. Para o nível estratégico (mais alto de gerência), temos as decisões não estruturadas. Para o nível tático, temos as decisões semiestruturadas. Para o nível operacional (mais baixo de gerência), temos as decisões estruturadas. As decisões não estruturadas em geral são inusitadas, importantes e não rotineiras. A classificação não estruturada quer dizer que os problemas enfrentados ao tomar essa decisão são aqueles em que pouco se conhece sobre suas causas e relações. Por isso ela é mais comum aos níveis mais altos de gerência, uma área normalmente estratégica. Observação O nível estratégico sempre nos remete ao futuro e a questões de longo prazo. As decisões estruturadas são normalmente repetitivas e rotineiras. Elas sempre envolvem procedimentos predefinidos e bem comuns aos níveis mais baixos de gerência. Essas decisões relacionam‑se à resolução de problemas estruturados, ou seja, aqueles em que se conhecem causas e efeitos. Já as decisões semiestruturadas têm características das estruturadas e das não estruturadas, sendo associadas aos níveis táticos. As decisões precisam também ser baseadas em fatos e dados, em vez de palpites ou opiniões subjetivas sem qualquer embasamento técnico. No processo de tomada de decisão é importante transformar os dados em informações, bem como transformar as informações em conhecimento. É justamente daí que nasce a necessidade dos sistemas que suportam as decisões para tomar as melhores decisões, resolver problemas e ajudar as corporações a atingir os seus objetivos. O desempenho desses sistemas depende da qualidade das decisões e da complexidade dos problemas. 46 Unidade II Os sistemas de apoio à decisão são ferramentas vitais para a evolução do processo de tomada de decisão dentro dessa nova realidade empresarial, pois as atividades empresariais e as necessidades dos clientes estão em constante mutação, o que torna as decisões um fator de suma importância. Os sistemas de suporte a decisão podem se dividir em dois tipos, descritos a seguir. • Sistema de Informação Gerencial (SIG): um conjunto integrado de pessoas, procedimentos, bancos de dados e dispositivos que fornece aos gerentes e aos tomadores de decisão informações que ajudam a alcançar os objetivos organizacionais. É projetado para problemas estruturados. • Sistema de Apoio à Decisão (SAD): é semelhante ao SIG, mas é projetado para decisões não estruturadas. 3.1.2 Processo de tomada de decisão A tomada de decisão não é algo fácil, trata‑se de um processo efetuado de modo racional, em que devem ser utilizadas técnicas por meio das quais se pode atingir os objetivos organizacionais. Alguns fatores devem ser considerados para que as decisões sejam tomadas com alto grau de qualidade. Por isso, Costa Neto (2007) estabelece que as decisões precisam ser tomadas de forma racional, como fruto de um cuidadoso processo de reflexão, baseadas na experiência, visando ao futuro, fundamentando‑se em indicadores e sem deixar de ser criativas e inovadoras. A presteza na tomada de decisão mostra‑se fundamental no dia a dia de um empreendedor devido a toda incerteza associada aos cenários com os quais ele se depara. Por isso o processo de tomada de decisão e resolução de problemas deve acontecer em cinco fases. • Primeira fase (inteligência): consiste em descobrir, identificar e entender os problemas (organizacionais, tecnológicos e humanos) que estão ocorrendo na organização. • Segunda fase (projeto): envolve a identificação e investigação das várias soluções possíveis para o problema. • Terceira fase (escolha): consiste em escolher uma das alternativas de solução. • Quarta fase (implementação): envolve fazer a alternativa escolhida funcionar. • Quinta fase (monitoração): envolve o monitoramento da solução escolhida. A figura a seguir apresenta a ideia desse processo. 47 INFRAESTRUTURA DE TI Inteligência Projeto Escolha Implantação Monitoração Solução do problema Tomada de decisão Figura 16 – Processos de tomada de decisão Saiba mais Para conhecer um pouco mais sobre o processo de tomada de decisão, estude os dois primeiros capítulos do livro indicado a seguir. COSTA NETO, O. P. L. de (coord.). Qualidade e competêncianas decisões. São Paulo: Blucher, 2007. 3.1.3 Sistemas de Informação Gerencial (SIG) Sobre os Sistemas de Informação Gerencial (SIG), destaca‑se o seguinte: O propósito principal do Sistema de Informação Gerencial é auxiliar uma organização a alcançar seus objetivos, fornecendo aos gestores uma percepção detalhada das operações regulares da organização para que possam controlar, organizar e planejar de forma eficaz (STAIR; REYNOLDS, 2011, p. 443). Os SIGs representam um grande apoio à gestão empresarial, fazendo parte do processo de tomada de decisão tática. É comum alguns autores se referirem aos SIGs pelo seu acrônimo em inglês MIS (Management Information System), de forma a ser possível utilizar de forma indiscriminada SIG ou MIS para expressar o mesmo tipo de sistema. 48 Unidade II A figura a seguir mostra o papel dos SIGs, além do seu fluxo de informações de uma organização. Relatórios detalhados Relatórios de exceções Relatórios solicitados Relatórios sobre os indicadores‑chave Relatórios agendados Inserções e listas de erros Fornecedores e outros interessados Funcionários Sistemas de apoio às informações executivas Sistemas de informações especializadas Extranet corporativa Intranet corporativa Banco de dados de aplicativos Banco de dados operacional Banco de dados externos Banco de dados internos corporativos Banco de dados com transações válidas Cadeia de fornecimento e transações empresariais Sistemas de informação Sistemas ERP e TPSs Sistemas de apoio à decisão Figura 17 – Sistema de Informação Gerencial As informações utilizadas e geradas pelo SIG para a tomada de decisão da organização são estruturadas com base nas informações recebidas da operação e alinhadas à estratégia empresarial. Os dados e as transações do nível operacional são processados e se transformam em informações gerenciais e/ou táticas que serão utilizadas principalmente pela alta direção. Esses sistemas utilizam dados sintetizados ou de forma agrupada das funções empresariais da organização e dos setores ou departamentos da organização, estando em sinergia com as demais unidades de negócio caso a organização tenha filiais ou departamentos separados que trabalhem de forma individualizada. É comum afirmar que os SIGs auxiliam a média gerencial justamente por estar no nível tático, que está entre o estratégico e o operacional, trazendo, assim, o suporte para tomada de decisão estruturada (sendo a decisão estruturada para problemas estruturados). 49 INFRAESTRUTURA DE TI Esse suporte ocorre a partir de relatórios gerados que mostram o desempenho da empresa, nas mais diversas áreas ou setores, a fim de se controlar e monitorar melhor a performance da operação do negócio como um todo, atuando de maneira proativa. Os SIGs se interligam aos sistemas que trabalham no nível de operação (um sistema de processamento de transações, por exemplo) ou podem estar diretamente ligados ao ERP. As saídas dos sistemas que se situam na camada de operação são entradas utilizadas pelos SIGs, que podem possuir um banco de dados próprio. Para a entrada, os SIGs também se utilizam de fontes externas de informações, incluindo clientes, fornecedores, concorrentes e acionistas, além de outros dados que não são entregues pelos STPs e pelo ERP. Como saída, os SIGs fornecem um conjunto de relatórios para os gestores. Observação É possível que o leitor se pergunte: se o gerente precisa de uma informação, por que não a colher diretamente no sistema de processo de transações ou no ERP? O problema é que os relatórios fornecidos por esses sistemas apresentam vastas informações, algumas necessárias e outras desnecessárias, retardando, assim, a tomada de decisão. Entre os principais benefícios dos SIGs, é possível citar: • relatórios que proporcionam à organização analisar melhor as suas forças e fraquezas a partir da análise dos seus recursos, identificando aspectos que podem ajudar a empresa a melhorar seus processos de negócios e operações. • disponibilidade dos dados do cliente e feedback, auxiliando a empresa a alinhar seus processos de negócio de acordo com as necessidades dos clientes. • eficácia e eficiência na gestão de dados, contribuindo com o trabalho de diversas áreas da estrutura organizacional. • velocidade na tomada de decisões táticas, contribuindo para a boa definição das ações operacionais e suportando as estratégias de negócios. Os relatórios produzidos pelos SIGs podem ser classificados em: • programados: produzidos numa periodicidade diária, semanal ou mensal; • indicadores-chaves: resumem as tarefas fundamentais do dia anterior e estão disponíveis no início de cada dia de trabalho; • sob demanda: criados para o fornecimento de informações requisitadas; 50 Unidade II • de exceção: automaticamente gerados ao ocorrer uma situação incomum ou se requerer uma ação de gestão; • detalhados: gerados para detalhar situações particulares. 3.1.4 Características e aspectos funcionais de um SIG Entre as principais características de um SIG, vale citar a emissão de relatórios em formatos fixos, padronizados tanto em forma digital quanto em papel. Outra função interessante do SIG é o uso de dados internos (alojados nos sistemas computacionais) e externos (oriundos de fora do negócio). Devido à própria característica dos ambientes organizacionais, os SIGs podem ser divididos segundo aspectos funcionais: por exemplo, nas áreas financeiras, de produção, comercial e de recursos humanos. Os relatórios desses SIGs são adaptados às funções individuais da organização. A figura a seguir apresenta os SIGs a partir de seus aspectos funcionais. Relatórios detalhados Relatórios de exceções Relatórios sob demanda Relatórios sobre os indicadores‑chave Relatórios programados Relatórios detalhados Relatórios de exceções Relatórios sob demanda Relatórios sobre os indicadores‑chave Relatórios programados Relatórios detalhados Relatórios de exceções Relatórios sob demanda Relatórios sobre os indicadores‑chave Relatórios programados Relatórios detalhados Relatórios de exceções Relatórios sob demanda Relatórios sobre os indicadores‑chave Relatórios programados Relatórios detalhados Relatórios de exceções Relatórios sob demanda Relatórios sobre os indicadores‑chave Relatórios programados Extranet Internet Banco de dados externos Banco de dados com transações válidas Sistemas ERP e TPSs Cadeia de suprimentos e transações empresariais Cadeia de suprimentos e transações empresariais Cadeia de suprimentos e transações empresariais MIS financeiro MIS financeiro MIS comercial MIS de recursos humanos Outros MISs O MIS de uma organização Figura 18 – SIGs 51 INFRAESTRUTURA DE TI Não por acaso, mas alinhado à maturidade percebida na gestão das finanças das organizações, o SIG financeiro é um dos mais importantes, pois fornece informações financeiras para as partes interessadas de forma geral na empresa. Os relatórios gerados por esse SIG podem auxiliar em pedidos de compras, pedidos de vendas, decisões simples relativas a investimentos e ofertas de ações, entre outras situações. Segundo Stair e Reynolds (2011), o SIG financeiro executa tarefas como: • integração de informações financeiras e operacionais das mais variadas origens; • fornecimento de acesso facilitado a informações financeiras para os mais diversos usuários especializados ou não na área financeira, reduzindo o tempo de análise de dados; • monitoramento e controle de informações relativas a fundos numa linha do tempo; • disponibilidade imediata de dados financeiros, permitindo análises multidimensionais. A figura a seguir apresenta a ideia de um SIG financeiro. Demonstrativos financeiros Utilização e gestão de fundos Estatísticas financeiras para controle GSS financeiro Sistemas especializados de informações financeiras Internet ou extranet Banco de dados de aplicação financeira Banco de dados operacionalBanco de dados externos Banco de dados internos corporativo adicional Banco de dados com transações válidas de cada TPS Cadeia de fornecimento e transações empresariais Cadeia de fornecimento e transações empresariais Cadeia de fornecimento e transações empresariais MIS financeiro Sistemas ERP e TPSs DSS financeiros Clientes e fornecedores Sistemas de custo e lucro/perda Auditoria Utilização e gestão de fundos Contas a receber Contas a pagar Ativo Gestão do faturamento Livro‑razão Figura 19 – SIG financeiro 52 Unidade II Os principais relatórios fornecidos pelo SIG financeiro são: demonstrativos financeiros, utilização e gestão de fundos e estatísticas financeiras para controle. Os principais subsistemas desse SIG são: custo e lucro/preço, auditoria, utilização e gestão de fundos. Outro tipo de SIG é o que se dedica à fabricação de produtos, conhecido como SIG de fabricação. Esses são dedicados ao monitoramento e ao controle de fluxo de materiais, produtos e serviços por toda a organização. A figura a seguir apresenta a ideia de um SIG de fabricação. Relatórios do controle de qualidade Controle de processo Relatórios JIT Relatórios MRP Programação de produção Produção de CAD ESS da fabricação Sistemas de informações especializadas para fabricação Intranet ou extranet Banco de dados de aplicativos da fabricação Banco de dados operacional Banco de dados externos Banco de dados internos Transações de negócios e TPSs de transações válidas de cada TPS Cadeia de fornecimento e transações empresariais Cadeia de fornecimento e transações empresariais MIS fabricação Sistemas ERP e TPSs DSS de fabricação Clientes e fornecedores Projeto e engenharia Programação de produção Controle de estoque MRP (Sistema de planejamento de pedidos de materal) e MRP II Just‑in‑time Controle de processo Controle de qualidade Recepção e inspeção de estoque Pessoal Produção Processamento do pedido Figura 20 – SIG de fabricação Os principais subsistemas do SIG de fabricação são: projeto e engenharia, cronograma mestre da produção, controle de estoque, requisição de material, controle de processo, controle de qualidade e testes. Os principais relatórios fornecidos por esse SIG são: relatórios de controle de qualidade, controle de processo, just‑in‑time, MRP, programação de produção e produção de CAD. 53 INFRAESTRUTURA DE TI Com grande importância nos dias de hoje, o SIG de marketing, também conhecido como SIG comercial, é aquele que apoia tarefas relativas a administração no desenvolvimento do produto e decisões de preços, além de medir a eficácia da publicidade realizada pela organização. A figura a seguir mostra um SIG comercial. Vendas por cliente Vendas por vendedor Vendas por produto Relatório de preços Total de camadas de serviço Satisfação do cliente GSS comercial Sistemas especializados de informações comerciais Banco de dados de aplicativos comerciais Banco de dados operacional Banco de dados externos Banco de dados internos Bases de dados de transações válidas de cada TPS Cadeia de fornecimento e transações empresariais MIS comercial Sistemas ERP e TPSs DSS comercial Pesquisa comercial Desenvolvimento do produto Promoção e publicidade do produto Preços de produtos Sistemas de processamento de pedidos Figura 21 – SIG comercial Os subsistemas do SIG comercial são: pesquisa comercial, desenvolvimento do produto, promoção e publicidade do produto e preços de produtos. Os relatórios gerados por esse SIG são: vendas por cliente, vendas por vendedor, vendas por produto, preços, satisfação do cliente e total de camadas de serviço. Complementando os SIG por aspectos funcionais, tem‑se o SIG de recursos humanos, também conhecido como SIG de pessoal, que está relacionado a tarefas da área de RH e de departamento pessoal. A figura a seguir apresenta a visão geral de um SIG de recursos humanos. 54 Unidade II Relatório de benefícios Pesquisas salariais Relatório de programas Treinamento para marcação de testes Perfis de solicitação de trabalho Relatórios de necessidades e planejamento GSS recursos humanos Sistemas especializados de informações para recursos humanos Banco de dados para os recursos humanos Banco de dados operacional Banco de dados externos Banco de dados internos Bases de dados de transações válidas de cada TPS Cadeia de fornecimento e transações empresariais MIS recursos humanos Sistemas ERP e TPSs DSS recursos humanos Necessidades e avaliações de planejamento Recrutamento Desenvolvimento de treinamentos e habilidades Programação e designação Benefícios do funcionário Recolocação Folha de pagamento Sistemas de processamento de pedidos Pessoal Figura 22 – SIG de recursos humanos 3.1.5 Sistema de Apoio à Decisão (SAD) Embora seja um pouco parecido com os SIGs, os Sistemas de Apoio à Decisão (SADs) suportam decisões estratégicas de negócio, contribuindo para a solução de problemas não estruturados e não rotineiros, ou seja, aqueles em relação aos quais não se conhece bem os relacionamentos e as consequências. As entradas utilizadas nesses sistemas são provenientes de SIGs e de STPs, além de dados e informações oriundas do ambiente externo da organização, combinando, assim, fatores endógenos e exógenos ao negócio. Os SADs atuam na resolução de problemas únicos e que sofrem alterações rápidas. Esses problemas não têm uma solução preconcebida, sendo justamente esse o motivo de sua utilização. 55 INFRAESTRUTURA DE TI A figura a seguir apresenta o exemplo de um SAD de estimativa de transportes de uma subsidiária de grande empresa global. Banco de dados de modelos analíticos Consultas online Arquivo sobre o navio (por exemplo, capacidade de carga e velocidade) Arquivo de restrições de atracamento Arquivo de custos de consumo de combustível Arquivo de histórico de custo de fretamento do navio Arquivo de aduana Figura 23 – SAD de estimativa de transportes A empresa que utiliza o SAD descrito na figura anterior opera com transporte de cargas a granel de carvão, petróleo, minérios e produtos acabados para a empresa‑mãe. Esse exemplo está descrito em Laudon e Laudon (2013, p. 45), que mostra o SAD responsável pelos detalhes financeiros e técnicos do transporte, incluindo uma relação de custo por navio/período de fretamento e taxas de frete para cada tipo de carga. A operação desse SAD utiliza um computador potente interligado ao banco de dados de modelos analíticos que colhem informações sobre navios, restrições de atracamento, custos de consumo de combustível, histórico de custo de fretamento do navio e de aduana. De forma geral, para cumprir o seu papel, os SADs precisam de regras de negócio e funções bem definidas no processo de tomada de decisão, além de necessitarem de contextos adequados para as decisões específicas. O SAD opera com uma base de conhecimento, também conhecida como base de modelos, que contém informações, subprogramas administrativos e sistemas geradores de relatórios. 56 Unidade II 3.2 Inteligência artificial Inicialmente, destacamos o seguinte: Desde que o termo inteligência artificial foi definido nos anos de 1950, especialistas discordam sobre a diferença entre a inteligência natural e a artificial. Os computadores podem ser programados para ter bom senso? Diferenças profundas separam a inteligência natural da artificial, mas elas declinaram em número. Uma das forças motoras da pesquisa em inteligência artificial é a tentativa de entender como as pessoas realmente raciocinam e pensam. Criar máquinas que possam raciocinar é possível somente quando entendermos realmente nossos processos de raciocínio (STAIR; REYNOLDS, 2011, p. 419). Todos os sistemas e soluções em tecnologias de informação capazes de simular ou duplicar as funções do cérebro humano, além de comportamentos e padrões humanos, são conhecidos como sistemas deinteligência artificial. A ideia dessas soluções é apresentar plataformas tecnológicas que demonstrem características inteligentes. As principais características do comportamento inteligente que os sistemas de inteligência artificial tentam reproduzir com muitas dificuldades são: • aprender com a experiência e fazer a aplicação de conhecimentos adquirido da experiência; • lidar com problemas e resolver situações complexas; • resolver problemas, mesmo que faltem informações; • determinar o que é importante; • reagir rápida e corretamente diante de novas situações; • entender imagens; • interpretar e manipular símbolos; • ser criativo e imaginativo. O quadro a seguir apresenta uma comparação entre a inteligência natural (humana) e a inteligência artificial (sistemas computacionais). 57 INFRAESTRUTURA DE TI Quadro 1 – Relação entre a inteligência natural e a inteligência artificial Capacidade Inteligência natural Inteligência artificial Baixa Alta Baixa Alta Usar sensores x x Ser criativo e imaginativo x x Aprender com a experiência x x Adaptar‑se a novas situações x x Arcar com o custo de adquirir informação x x Adquirir um grande volume de informações externas x x Usar uma variedade de fontes de informações x x Fazer cálculos complexos e rápidos x x Transferir informações x x Fazer cálculos rapidamente e com precisão x x Fonte: Stair e Reynolds (2011, p. 420). 3.2.1 Especialidades da inteligência artificial A inteligência artificial envolve diversas especialidades, sendo por isso uma área bastante multidisciplinar. Os principais ramos da inteligência artificial são: robótica, sistemas de visão, processamento da linguagem natural, reconhecimento de voz, sistemas de aprendizagem, sistemas de lógica difusa, algoritmos genéticos, redes neurais e o machine learning. A robótica é o ramo que trata do desenvolvimento de dispositivos mecânicos ou computacionais que desempenham tarefas humanas, ramo em que é exigido alto grau de precisão, com atividades rotineiras e perigosas para as pessoas que a desempenham. Os sistemas de visão são compostos por hardware e software que permitem a captura, o armazenamento e a manipulação de imagens por parte de um sistema computacional. Os sistemas de processamento de linguagem natural e reconhecimento de voz são aqueles que permitem que um computador compreenda e reaja a declarações e comandos feitos em uma linguagem própria dos humanos. Normalmente, o processamento de linguagem natural corrige erros de soletração, converte abreviações e comandos. Os sistemas de aprendizagem são aqueles que combinam hardware e software, permitindo ao computador mudar seu modo de funcionamento ou reagir a situações com base na realimentação que recebe. Os sistemas de lógica difusa são tecnologias baseadas em regras próprias para trabalho com imprecisões, descrevendo um processo de modo linguístico e depois representando por meio de regras. 58 Unidade II Os algoritmos genéticos são sistemas que encontram soluções ideais de um problema específico baseando‑se em métodos inspirados na biologia evolucionária, nas mutações e nos cruzamentos. As redes neurais são sistemas computacionais que simulam o funcionamento de um cérebro humano. Esses tipos de sistemas utilizam um alto poder de processamento paralelo numa arquitetura própria parecida com a estrutura cerebral das pessoas. As redes neurais são utilizadas para resolver problemas complexos, com o uso de grande quantidade de dados, por meio do aprendizado de padrões e modelos. Por fim, o machine learning corresponde a um conjunto de algoritmos que processam enormes quantidades de dados de forma a permitir que um determinado sistema tome decisões de forma autônoma. 4 INFRAESTRUTURA DE REDES DE COMPUTADORES 4.1 Componentes da infraestrutura de redes 4.1.1 Telecomunicações Sem qualquer dúvida, as redes de computadores e as telecomunicações revolucionaram nas últimas duas décadas o uso da tecnologia da informação nas corporações. Desde o surgimento da internet, os processos de negócios não são mais os mesmos. As redes criaram uma nova comunidade global, aproximando tantas pessoas até então tão distantes, possibilitando amizades e relacionamentos com pessoas do outro lado do mundo, sem qualquer atraso. Isso é possível graças os recursos que funcionam suportados pelas redes. Hoje a veiculação de notícias ocorre numa velocidade impressionante, nunca antes vista. Estando no Brasil é possível acompanhar, online, fatos que se sucedem no Japão e vice‑versa. São tantas notícias e informações novas o tempo todo que às vezes torna‑se trabalhoso lidar com tantos dados que chegam até nós. Suportadas pelas redes de computadores, as redes sociais têm causado uma verdadeira revolução no modo como as pessoas se relacionam, criando ambientes e comunidades colaborativas em que não apenas o fluxo de informação é importante, mas também voz e imagem. As telecomunicações também impactaram intensamente o modo como se presta serviços. Um bom exemplo a ser citado é o modo como os bancos comerciais operam: não há mais tanta necessidade de ter a prestação de serviço bancário presencial (a não ser para se fazer saques em dinheiro), porque, por meio da internet, é possível fazer quase tudo (como pagamentos de boletos, transferências de fundos, aplicações em ações ou qualquer outro investimento). Pode‑se definir telecomunicação como a transmissão efetuada entre duas entidades distantes por meio de sinais de comunicação, processo que permite às organizações realizar seus processos e tarefas por meio de redes efetivas de comunicação. 59 INFRAESTRUTURA DE TI 4.1.2 Redes de computadores Uma rede de computadores significa um conjunto de componentes capaz de favorecer a troca de informações e o compartilhamento de recursos, interligados por um sistema de comunicação. As redes de computadores baseiam‑se nos princípios de uma rede de informações que, por meio de hardware e software, torna‑a mais dinâmica para atender as suas necessidades de comunicação. Os componentes de uma rede de computadores são: protocolos, meios de comunicação, mensagens e dispositivos. Os protocolos representam as regras que regem o processo de comunicação entre os dispositivos. Eles normalmente são criados em um contexto descrito por um modelo ou padrão, não operando de forma isolada, mas totalmente interligados entre si, formando uma pilha de protocolos. Isso porque os computadores não somente utilizam um protocolo para se comunicar, mas vários. Em redes de computadores, os principais modelos que agrupam protocolos são os modelos OSI (acrônimo do inglês Open System Interconnection) e TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol). Desenvolvido entre o final da década de 1970 e o ano de 1984, a fim de interconectar sistemas abertos e segmentar a problemática das redes de computador em camadas, o modelo OSI foi criado pela ISO (International Organization for Standardization), uma das maiores organizações internacionais de padronização, atuando em diversas áreas de desenvolvimento tecnológico. O modelo TCP/IP, também conhecido como Modelo DoD (Departamento de Defesa Norte‑Americano), foi criado para atender a necessidade de criação da rede de computadores da ARPA (Agência de Pesquisas e Projetos Avançados do Departamento de Defesa). Trata‑se de um modelo aberto e relativamente simples concebido como projeto em 1970, que traduz toda a problemática das redes em camadas, da mesma forma que o modelo OSI. Outro modelo de protocolos, pouco conhecido e obsoleto, é o modelo SNA (Systems Network Architecture). Desenvolvido pela IBM em 1974, define o conjunto de protocolos de comunicação que utilizam os mainframes fabricados pela IBM. Ele agrupa os seus protocolos em sete camadas: controle físico, controle lógico do enlace, controle do caminho, controle de transmissão, controle de fluxo de dados, serviços de apresentação e serviços de transação. Os meios de comunicação são os meios de transporteque permitem a transmissão de dados. Também são conhecidos como canais de comunicação. Eles dividem‑se em: • meios confinados (ou guiados): quando o sinal está confinado em um cabo; • meios não confinados (ou não guiados): quando o sinal se propaga pelo ar, por meio de ondas eletromagnéticas. A mensagem é aquilo que se deseja transmitir entre a origem e o destino. A formação, a codificação e a formatação da mensagem obedecem a regras, conhecidas como protocolos. 60 Unidade II Os dispositivos são os elementos responsáveis pela transmissão, pela recepção e pelo encaminhamento de dados. Eles estão divididos em: • dispositivos finais: formam a interface entre os usuários e a rede de comunicação subjacente; • dispositivos intermediários: conectam os hosts individuais à rede e podem conectar várias redes individuais para formar uma rede interconectada. 4.1.3 Meios físicos Os meios físicos têm um papel fundamental nas redes de computadores: eles interligam origem e destino. A escolha/utilização de um determinado meio vai depender da velocidade desejada, do custo, da capacidade e desempenho oferecidos. Um dos mais conhecidos meios físicos é o cabo de pares trançados, que consiste num conjunto de fios agrupados em pares metálicos com uma capa plástica e com um trançamento entre eles (a fim de evitar a interferência eletromagnética de um par no outro). Trata‑se do meio físico mais utilizado nas redes de computadores e em telecomunicações, tendo aplicações na telefonia, nas redes locais e também nas redes de longa distância. Outro meio físico é o cabo de fibra óptica, que consiste num cabo contendo uma fibra de vidro transparente e bem fina que transporta a informação por meio de um sinal de luz na fibra. Menos utilizado quando comparado a outros meios físicos, o cabo coaxial é composto de um condutor interno com blindagem metálica, sendo empregado em transmissões digitais e sinais de televisão. O quadro a seguir mostra as diferenças entre os três cabos que são considerados meios guiados. Quadro 2 – Diferenças entre meios físicos Meio físico Descrição Vantagens Desvantagens Cabo de pares Trançado Metálico Pares trançados de fios de cobre blindados ou não Utilizado para serviços telefônicos e redes locais Limitações na velocidade de transmissão e na distância Cabo coaxial Fio condutor interno cercado de isolamento Transmissão com menos interferência que o cado de pares metálicos trançados Custo maior que o cabo de pares metálicos trançados Cabo de fibra óptica Fio extremamente finos de vidro revestido de uma capa plástica Diâmetro bem menor que as outras soluções, além de maior velocidade Elevado custo, tanto para aquisição como para instalação Adaptado de: Stair e Reynolds (2011, p. 211). Os meios físicos não confinados são todos aqueles que operam por meio de um sinal de rádio enviado pelo ar. Entre os sistemas de transmissão que operam em longa distância através do ar, estão 61 INFRAESTRUTURA DE TI os sistemas de comunicação via satélite, a telefonia móvel celular, os sistemas de radiovisibilidade e radiodifusão de broadcast. As redes locais que utilizam comunicação através do ar por meio de sinal de rádio são chamadas de WLAN ou wif‑fi. Nessas redes trabalha‑se com um concentrador dotado de uma antena que recebe o nome de acess point (ponto de acesso), com todos os computadores, notebooks e smartphones que possuem um adaptador de rede sem fio se conectando a ele. Saiba mais Para conhecer um pouco mais sobre os fundamentos das redes de computadores, leia os capítulos iniciais da obra indicada a seguir. TANENBAUM, A. S.; WETHERALL, D. J. Redes de computadores. Rio de Janeiro: Pearson Prentice Hall, 2011. 4.1.4 Classificação das redes de computadores Quanto à abrangência, as redes de computadores podem, de forma geral, ser classificadas em: • LAN (Local Area Network): rede relativamente pequena de computadores de limitada abrangência; • MAN (Metropolitan Area Network): rede de alta velocidade composta de LANs numa mesma região metropolitana; • WAN (Wide Area Network): rede que conecta LANs situadas em diferentes áreas metropolitanas. Em uma LAN, dispositivos finais de interconexão de LANs estão em uma área limitada, como uma casa, uma escola, um edifício de escritórios ou um campus. Uma LAN é geralmente administrada por uma única organização ou uma única pessoa. O controle administrativo que rege as políticas de segurança e o controle de acesso é executado no nível de rede. As LANs fornecem largura de banda de alta velocidade aos dispositivos finais internos e aos dispositivos intermediários. As MANs conectam LANs dentro de uma região metropolitana, alcançando extensões inferiores às permitidas pelas WANs. As principais características das MANs são: interconexão de locais espalhados em uma cidade, conexões dotadas de velocidades intermediárias entre LAN e WAN e conectividade de outros serviços, como o de TV, por exemplo. As WANS interconectam as LANs em grandes áreas geográficas, como entre cidades, estados, províncias, países ou continentes. As WANs são geralmente administradas por vários prestadores de serviço e geralmente fornecem links de velocidade mais lenta entre as LANs. 62 Unidade II Redes WAN são gerenciadas por ISPs (Internet Service Provider), classificados em três níveis. No nível 1 estão os ISPs responsáveis pelas conexões nacionais e internacionais, dando forma à internet. No nível 2 estão os ISPs de serviços regionais que conectam‑se ao nível 1; nesse nível são vendidos serviços de rede WAN. Por fim, no nível 3 estão os provedores locais, normalmente para usuários domésticos. O protocolo utilizado dentro do ISP não é o mesmo protocolo disponibilizado no loop local dos clientes finais. A rede interna do ISP utiliza padrões de comunicação mais eficientes, como o ATM (Asynchronous Transfer Mode). Os quadros dos protocolos de enlace WAN são muito semelhantes, representando sinais que indicam inicialização, endereços, controles, dados, checagem de bits e finalização do quadro. Embora tenham semelhanças, os algoritmos desses protocolos trazem funcionalidades diferentes em seus campos. Os principais dispositivos de WAN são: modem, CSU/DSU, servidor de acesso, switch WAN, roteador e roteador de backbone. Existem outras classificações quanto à abrangência. São elas: • PAN (Personal Area Network): redes de curta distância (alguns poucos metros), caso da tecnologia bluetooth; • CAN (Campus Area Network): redes que interligam um campus (um área de dimensões inferiores a uma MAN e maiores que uma LAN); • VLAN (Virtual Local Area Network): rede local virtual que surge da segmentação de uma LAN em redes menores; • WLAN (Wireless Local Area Network): rede local sem fio. 4.1.5 Topologias de rede A topologia de uma rede descreve sua estrutura e o modo como são feitas as conexões entre os dispositivos. A topologia de rede se divide em: • topologia física: descrição da configuração dos meios físicos que interconectam os dispositivos em uma rede; • topologia lógica: define o modo como os dispositivos se comunicam e os dados se propagam na rede. As topologias físicas têm o papel de identificar a disposição física dos componentes de rede. Nelas encontramos os dispositivos, os meios físicos e a forma como ocorrem as interligações. A figura a seguir apresenta o exemplo de um diagrama de topologia física. 63 INFRAESTRUTURA DE TI Hub de sala de aula Hub de sala de aula Hub de sala de administrador Escritório de administração Switch Ethernet Servidor de arquivos Servidor web Servidor de e‑mail Roteador Hub de sala de aula Sala de aula 3 Sala de aula 2 Sala de aula 1 Internet Figura 24 – Diagrama de topologia física As topologias físicas podem ser classificadas em: topologia física em estrela, topologia física em barramento e topologia física em anel. Na topologia física em estrela, todos os componentes estão interligados a um equipamento concentrador,que é o núcleo central de uma rede. Nas redes locais modernas é muito comum o uso dessa topologia, em que o equipamento concentrador é normalmente um hub ou um switch. Na topologia física em barramento, cada um dos componentes está interligado a um barramento físico: por exemplo, um cabo coaxial, muito utilizado como barramento de redes locais. Na topologia física em anel, há um meio físico interligando os componentes um por um, formando um anel físico. A grande fragilidade dessa rede está no ponto de falha que cada componente representa. A topologia lógica de rede tem o objetivo de identificar como se dá o processo de comunicação de dados, com informações como endereços de rede, portas, interfaces e dispositivos. A figura a seguir apresenta o diagrama de uma topologia lógica de rede. 64 Unidade II Ethernet 192.168.2.0 Ethernet 192.168.1.0 Figura 25 – Diagrama de topologia lógica As topologias lógicas podem ser classificadas em: topologia lógica em barramento e topologia lógica em anel. Na topologia lógica em barramento, utiliza‑se o método de contenção, um processo de acesso ao canal de comunicação com acesso múltiplo e verificação de portadora. A maior parte das redes locais opera com essa topologia e esse método, porque trabalham com a tecnologia Ethernet. Nas redes Ethernet a topologia física utilizada pode ser estrela ou barramento, mas a topologia lógica é um barramento. Ou seja, todos enxergam, literalmente, uma estrela ou um barramento, mas os dados trafegam como em um barramento lógico. Na topologia lógica em anel, utiliza‑se o método de acesso controlado, de forma que os dispositivos podem utilizar o canal de comunicação de modo controlado e revezado. Nesse método, usa‑se o processo de passagem do token, que é passado entre os dispositivos de forma que aqueles detentores momentâneos do token possam utilizar o meio físico. Bons exemplos são as redes Token Ring, FDDI e o Token Bus. 4.2 Infraestrutura de cabeamento estruturado 4.2.1 Cabeamento estruturado Na segunda metade da década de 1980, impulsionado pelo desenvolvimento das redes de computadores, começou‑se a estabelecer um padrão para infraestrutura de cabeamento. Isso se deu a partir de todo um trabalho de instituições padronizadoras norte‑americanas e também foi algo incentivado pela International Standard Organization (ISO). Um dos padrões mais conhecidos em cabeamento foi desenvolvido exatamente pela ISO, conhecido como norma 14.565, que logo foi traduzida para o português e padronizada pela NBR, chamando‑se NBR‑14565:2013. 65 INFRAESTRUTURA DE TI Também é importante destacar o ano de 1991 como um marco para o cabeamento estruturado, quando foi lançado um documento inicial com as normas de cabeamento geral para clientes, chamado de TIA/EIA‑568. Esse documento foi atualizado a partir de mudanças sofridas pela indústria de telecomunicações, revisado em 1995 e lançado como norma TIA/EIA‑568‑A. Houve mais duas atualizações, a primeira em 2000, quando a norma recebeu o nome de TIA/EIA‑568‑B, a outra revisão ocorreu em 2006, com um relançamento da norma sob o nome de TIA/EIA‑568‑C. O cabeamento estruturado, que antes era conhecido como cabeamento de rede local de computadores ou cabeamento predial, compõe‑se de um conjunto de recursos e tecnologias que envolvem cabos e hardwares de conexão para voz e para dados, definido por normas, em vista do atendimento das necessidades dos usuários de telecomunicações e TI. A ideia de estruturar o sistema de cabeamento, totalmente baseado em normas, é criar um padrão não específico de uma indústria, favorecendo a interoperabilidade no processo de comunicação da informação. Observação O projeto de cabeamento estruturado deve propiciar tomadas de telecomunicações (também conhecidos como pontos de rede) disponíveis para qualquer tipo de aplicação (voz, dados ou imagens). As principais vantagens ao se adotar um sistema de cabeamento estruturado são: • aumento da confiabilidade no cabeamento de redes a partir da garantia do desempenho projetado; • perceptível redução nos custos com a implementação do cabeamento (incluindo a mão de obra); • escalabilidade e flexibilidade para execução de diferentes aplicações; • imediato atendimento das necessidades apresentadas pelos usuários; • possibilidade de integrar diferentes aplicações em uma única solução de cabeamento; • padrão de cabeamento interoperável, independentemente do fornecedor utilizado; • maior vida útil para o sistema de cabeamento. 4.2.2 Subsistemas do cabeamento estruturado A infraestrutura do cabeamento estruturado é compreendida como um sistema dividido em dois subsistemas: subsistema de cabeamento horizontal e subsistema de cabeamento de backbone. A figura a seguir mostra esses subsistemas. 66 Unidade II CD BD FD CP TO TE Subsistema de cabeamento de backbone de campus Subsistema de cabeamento de backbone de edifício Subsistema de cabeamento horizontal Subsistema de cabeamento genérico Cordão de área de trabalho Figura 26 – Subsistemas do cabeamento estruturado Conforme descrito na figura anterior, existem alguns elementos funcionais no sistema de cabeamento estruturado. São eles: distribuidor de campus (CD), distribuidor de edifício (BD), distribuidor de piso (FD), ponto de consolidação (CP), tomada de telecomunicações (TO), backbone de campus, backbone de edifício. Além desses elementos e dos subsistemas, as normas especificam os espaços (locais) de telecomunicações relacionados ao cabeamento estruturado. São eles: área de trabalho (WA), sala de telecomunicações (TR), sala de equipamentos (ER) e infraestrutura de entrada (EF). Observação Para cada elemento funcional e espaço relacionado ao cabeamento estruturado, há uma sigla entre parênteses representando seu nome. Nas próximas seções, veremos com mais detalhes cada um deles. 4.2.3 Subsistemas do cabeamento horizontal Para entender bem o subsistema de cabeamento horizontal é necessário antes conhecer alguns elementos relacionados a ele. O primeiro elemento é a tomada de telecomunicações, conhecida pelo seu nome em inglês Telecommunication Outllet (TO). A TO é também conhecida como ponto de rede e, segundo a ABNT (2013), é o hardware de conexão no qual o cabo horizontal é terminado na área de trabalho. O segundo elemento importante é distribuidor de piso, também conhecido como Floor Distributor (FD), que, segundo a ABNT (2013), corresponde ao hardware de conexão a partir do qual se origina o cabeamento horizontal. Compreendidos esses dois elementos, é possível definir o subsistema de cabeamento horizontal como aquele que interliga um distribuidor de piso até a tomada de telecomunicações. A figura a seguir apresenta a ideia do cabeamento horizontal. Distribuidor de piso (FD) Patch panel Cabo horizontal Tomada de telecomunicações (TO) Figura 27 – Subsistema de cabeamento horizontal 67 INFRAESTRUTURA DE TI O termo horizontal advém do fato de os lançamentos dos cabos ocorrerem de forma horizontal entre as áreas de trabalho e as salas de telecomunicações. A área de trabalho é o espaço onde o usuário que acessa serviços de telecomunicações está situado. A sala de telecomunicações é o espaço onde está situado o distribuidor de piso, podendo também abrigar alguns equipamentos de redes. Esses cabos podem ser lançados em tubulações embutidas em pisos, em eletrocalhas ou em bandejas suspensas. As normas ISO/IEC 18010:2002 e ANSI/TIA‑569‑C apresentam as técnicas e métodos aplicados no encaminhamento de cabeamento horizontal, contendo especificações e recomendações importantes que garantem os padrões aceitáveis de mercado. A norma NBR 14.565 apresenta (ABNT, 2013) os seguintes componentes do subsistema de cabeamento horizontal: • cabos horizontais; • jumpers e patch cords no distribuidor de piso; • terminações mecânicas dos cabos horizontais nas tomadas de telecomunicações; • terminações mecânicas dos cabos horizontais nos distribuidores de piso, incluindo o hardwarede conexão (por exemplo, as interconexões ou conexões cruzadas); • ponto de consolidação; • tomadas de telecomunicações. A figura a seguir apresenta um subsistema de cabeamento horizontal contendo grande parte desses componentes. Área de trabalho (WA) Cabeamento horizontal (90 m, máximo) Distribuidor de piso Sala de telecomunicações (TR) A + B + D = 10 m (máximo) A + B + C + D = 100 m (máximo) Patch cord B A C D Cordão de equipamento Cordão de usuário TO Figura 28 – Componentes do cabeamento horizontal 68 Unidade II A topologia física verificada na figura anterior é estrela, possuindo assim um lance (segmento) de cabo reservado interligando cada porta do distribuidor de piso a sua respectiva tomada de telecomunicações na área de trabalho. Duas outras importantes informações contidas na figura anterior referem‑se ao comprimento dos cabos. Para o segmento de cabos horizontais especifica‑se um comprimento máximo de 90 metros para o lance de cabos horizontais. O somatório do comprimento dos cordões de equipamento, patch cords do distribuidor de piso e patch cords da área de trabalho não podem ser superiores a 10 metros. Assim o comprimento total de cabos e cordões de manobra não superará 100 metros (limite máximo para que não haja atenuação significativa em cabos de pares metálicos). Observação Os patch cords (ou cordões de manobra) são os cabos que interligam os computadores e as tomadas de telecomunicações. Eles também podem interligar concentradores de cabos e dispositivos de rede. A figura a seguir apresenta uma distribuição real de cabos, incluindo o distribuidor de piso (patch panels) e um switch (concentrador de rede). Patch panels Switches Ethernet Figura 29 – Distribuidor de piso e o switch Além dos cabos de pares trançados metálicos blindados ou não blindados, as principais normas de cabeamento estruturado também permitem o uso de alguns tipos de cabos ópticos. Não obstante, convém afirmar que, devido à relação custo/benefício, não é comum o uso de cabos de fibra óptica em segmentos de cabos horizontais. Os cabos de fibra óptica utilizados são: • cabo óptico multimodo de 50/125 micrômetros (OM‑3 e OM‑4); • cabo óptico multimodo de 62,5/125 micrômetros (OM‑1 e OM‑2). 69 INFRAESTRUTURA DE TI Existem duas formas básicas, autorizadas pelas normas, para a interconexão dos equipamentos ativos de rede, tais como switches e hubs, aos cabos horizontais: interconexão ou cruzada. No método de interconexão, os equipamentos ativos de rede são diretamente ligados ao distribuidor (patch panel) por meio de cordões de manobra (patch cords), dispensando o espalhamento utilizado no método anteriormente explicado. Devido a sua relação de custo/benefício, esse método é amplamente utilizado. A figura a seguir apresenta o método de interconexão. Patch panels Área de trabalho (WA) Área de trabalho (WA) Patch cords de interconexão Cabeamento horizontal Cabeamento horizontal TO TO TO TO Equipamentos ativos Figura 30 – Método de interconexão No método de conexão cruzada, constrói‑se um espelhamento entre saídas do switch e do patch panel. A grande vantagem desse método é a separação entre distribuidores e equipamentos ativos de rede, favorecendo a segurança para equipamentos de rede, que, livres de qualquer ligação diretamente do cabeamento, podem ficar isolados em seus racks, impedindo assim o acesso de terceiros não autorizados. A figura a seguir apresenta o método de conexão cruzada. Patch cords Conexão cruzada Cordões de equipamentos Área de trabalho (WA) Cabeamento horizontal TO TO Equipamentos ativos Figura 31 – Método de conexão cruzada 70 Unidade II 4.2.4 Subsistemas do cabeamento de backbone O subsistema de cabeamento vertical também é conhecido como subsistema de cabeamento de backbone ou subsistema de cabeamento tronco. Tem como sua principal função interconectar as salas de telecomunicações, sala de equipamentos e infraestrutura de entrada de um prédio. A figura a seguir apresenta a ideia do subsistema de cabeamento de backbone. TR TR TR TR ER EF Cabeamento horizontal Cabeamento horizontal Cabeamento horizontal Cabeamento horizontal TO TO TO TO Área de trabalho (WA) Área de trabalho (WA) Área de trabalho (WA) Área de trabalho (WA) TO TO TO TO Subsistema de backbone TR: Sala de telecomunicações ER: Sala de equipamentos EF: Infraestrutura de entrada Figura 32 – Cabeamento de backbone O backbone é um dos mais importantes componentes do sistema de cabeamento estruturado. A própria palavra backbone já carrega consigo uma grande importância, porque significa “espinha dorsal”. A figura a seguir apresenta o susbsistema de cabeamento de backbone dividido em subsistema de cabeamento de backbone de edifício e subsistema de cabeamento de backbone de campus. 71 INFRAESTRUTURA DE TI FD1 BD 1 CD BD 2 FD2 FD2 FD3FD1 TO CP CP CP Campus Edifício 1 Edifício 2 Subsistema de cabeamento de backbone de campus Subsistema de cabeamento de backbone de edifício Subsistema de cabeamento horizontal TO TOTO TO TO TO TO TO Figura 33 – Divisões do cabeamento de backbone É perceptível que a implementação de um backbone se dá sempre em uma topologia física em estrela com esses dois níveis hierárquicos apresentados na figura anterior (campus e edifício). Observe também que a topologia favorece um arranjo hierárquico, encontrando‑se no topo o distribuidor de campus (CD), logo depois o distribuidor de edifício (BD), terminando com o distribuidor de piso (FD). Observação O distribuidor de edifício está situado na sala de equipamentos principal do edifício e em cada andar (piso) do edifício está um distribuidor de piso. É aconselhável que os distribuidores de piso e edifício tenham entre eles redundância, a fim de que o sistema de cabeamento estruturado seja tolerante a falhas. Da mesma forma, com o objetivo de alcançar maior tolerância a falhas, os distribuidores de edifício também podem estar interligados. Outra consideração importante é a interligação dos distribuidores de campus e os distribuidores de piso sem a passagem por um distribuidor de edifício, que pode ocorrer quando o distribuidor de campus e o distribuidor de piso estiverem no mesmo prédio. No entanto, vale ressaltar, essa consideração não vale quando o distribuidor de piso e o distribuidor de edifício estiverem em prédios diferentes. As normas de cabeamento estruturado também permitem a interligação de um distribuidor de edifício a uma tomada de telecomunicações em uma área de trabalho apenas quando houver um cabeamento óptico centralizado, conforme visto anteriormente. 72 Unidade II As normas de cabeamento estruturado reconhecem os seguintes cabos para o subsistema de cabeamento de backbone: • cabo UTP de quatro pares, 100 ohm; • cabo F/UTP de quatro pares, 100 ohm; • cabo multipares sem blindagem (utilizados apenas para voz); • cabo óptico multimodo 62,5/125 micrômetros, 50/125 micrômetros e multimodo otimizado para transmissão em laser (OM‑3 e OM‑4); • cabo óptico monomodo. A fim de interligar pavimentos diferentes, implementa‑se o cabeamento de backbone de edifício, ou seja, interligando a sala de equipamentos (ER) à sala de telecomunicações (TR) em cada pavimento. A figura a seguir apresenta o backbone de edifício. TR TR TR TR ER Backbone de edifício (dentro do edifício) TR: Sala de telecomunicações ER: Sala de equipamentos Figura 34 – Backbone de edifício 73 INFRAESTRUTURA DE TI O subsistema de cabeamento de backbone de edifício, segundo a norma NBR 14.565 (ABNT, 2013), é composto de: • cabos de backbone de edifício; • jumpers e patch cords no distribuidor de edifício; • hardware de conexão utilizado para a terminação dos cabos. A norma NBR 14.565 (ABNT, 2013) também define as distâncias máximas que podem ser estabelecidas entre o distribuidor de campus e o distribuidor de piso. A tabela a seguir apresenta essa distribuição. Tabela 1 – Distâncias máximas doscabos Tipo de cabo Distância (m) Aplicação Fibras monomodo OS‑1 2.000 10 GbE Fibras monomodo OS‑2 10.000 10 GbE Fibras multimodo OM‑1 2.000 Fast Ethernet Fibras multimodo OM‑2 800 Gigabit Ethernet Fibras multimodo OM‑3 1.000 Gigabit Ethernet Fibras multimodo OM‑4 550 10 GbE Cabos balanceados Classe A 2.000 Voz, PABX (até 100 kHz) Cabos balanceados Classe B 200 RDSI (até 1 MHz) Cabos balanceados Classe C, D, E e F 100 Alta velocidade (até 600 MHz) Fonte: Marin (2013, p. 55). Observação As distâncias apresentadas na tabela anterior não se baseiam na capacidade do meio físico, mas, sim, nas necessidades de aplicação. Quando mais de um edifício integra um campus, é necessária a implementação do subsistema de cabeamento de backbone de campus, responsável pela interconexão de prédios. Para esse tipo de cabeamento, é aconselhável o uso de cabos de fibra óptica no tráfego de dados e cabos de pares trançados multipares para tráfego de voz. A figura a seguir apresenta a ideia do backbone de campus. 74 Unidade II FD FD FD FD FD FD FD BD Backbone de campus (entre edifícios) Edifício 2 Edifício 1 CD: Distribuidor de campus BD: Distribuidor de edifício FD: Distribuidor de piso Figura 35 – Backbone de campus De maneira similar ao subsistema de cabeamento horizontal, no subsistema de cabeamento de backbone de campus é possível utilizar dois tipos de métodos de conexão: cruzada ou interconexão. Exemplo de aplicação A fim de testar um pouco seus conhecimentos, visite uma empresa e verifique se o sistema de cabeamento é estruturado. 4.2.5 Espaços em um sistema de cabeamento estruturado Os principais espaços em sistemas de cabeamento estruturado são as áreas de trabalho e os espaços de telecomunicações. Os espaços de telecomunicações encontrados nas organizações são: sala de telecomunicações, sala de equipamentos e infraestrutura de entrada. 75 INFRAESTRUTURA DE TI Os espaços de telecomunicações são definidos como aqueles destinados a abrigar os distribuidores do sistema de cabeamento estruturado, bem como equipamentos ativos de redes. Os espaços de telecomunicações devem ser dedicados aos sistemas de telecomunicações e não podem ser compartilhados com outros sistemas do edifício. Algumas normas técnicas que se aplicam a encaminhamentos e espaços para sistemas de cabeamento estruturado em edifícios comerciais utilizam uma nomenclatura comum a todos os espaços de telecomunicações e outros utilizam termos específicos para cada espaço (sala de telecomunicações, sala de equipamentos etc.) (MARIN, 2013, p. 61). A figura a seguir apresenta os espaços em sistemas de cabeamento estruturado. Entrada de antena Infraestrutura do edifício para cabos Infraestrutura do edifício para cabos Infraestrutura do edifício para cabos Infraestrutura do edifício para cabos Sala de telecomunicações Sala de equipamentos Sala de telecomunicações Infraestrutura do edifício para cabos Infraestrutura para rede do campus Infraestrutura de entrada Entrada principal Entrada alternativa Tomada de telecomunicações (TO) Área de trabalho (WA) Pavimento do edifício Figura 36 – Espaços em um sistema de cabeamento estruturado 76 Unidade II A área de trabalho é muito conhecida pelo seu acrônimo em inglês WA, que significa Work Area. Ela corresponde aos espaços onde o usuário está situado no edifício comercial e onde está disponível a conectividade necessária para que as suas aplicações funcionem. Sob o aspecto técnico, é considerada um espaço do sistema de cabeamento estruturado, porque é lá que o usuário consegue utilizar o seu computador em rede ou fazer uma chamada de voz pelo seu telefone. A norma NBR 14.565 (ABNT, 2013, p. 4) define a área de trabalho “como espaço do edifício no qual seus ocupantes interagem com os serviços disponibilizados pelo cabeamento estruturado.” O cabeamento que chega até a área de trabalho é normalmente oriundo do distribuidor de piso, situado na sala de telecomunicações. Conforme já mencionado, esse cabeamento é conhecido por horizontal, sendo terminado em uma tomada de telecomunicações (TO). Lembrete O cabeamento estruturado é composto por dois subsistemas: subsistema de cabeamento horizontal e subsistema de cabeamento de backbone. A figura a seguir apresenta uma área de trabalho típica. WA TO Área de trabalho Cabos U/UTP, F/UTP categoria 5e ou superior Cabeamento horizontal Figura 37 – Área de trabalho Uma tomada de telecomunicações normalmente obedece ao padrão RJ‑45. A figura a seguir apresenta a imagem de um conector fêmea RJ‑45. 77 INFRAESTRUTURA DE TI Figura 38 – Conector RJ‑45 fêmea Como todo e qualquer espaço ou subsistema do cabeamento estruturado, a área de trabalho obedece a uma série de especificações estabelecidas pela norma NBR 14.565 (ABNT, 2013). A primeira especificação, que parece até um pouco controversa em comparação com o cabeamento não estruturado, é a exigência de instalação de duas tomadas de telecomunicações por área de trabalho. Essas tomadas obrigatoriamente são terminadas em conectores RJ‑45, onde é conectado o cabo de par trançado categoria 5e ou superior, podendo ser ou não blindadas. Observação Caso o subsistema de cabeamento horizontal seja provido por cabos ópticos multimodo de 50/125 micrômetros ou 62,5/125 micrômetros, é recomendável que apenas uma das tomadas seja terminada em conectores ópticos. Dessa forma, conserva‑se uma das tomadas provida por cabo de par trançado. Outra importante determinação diz respeito aos espelhos das tomadas de telecomunicações. Eles devem ser no padrão 4 x 2” ou 4 x 4”, montados em caixas de piso, caixas de superfície ou fixados no próprio mobiliário de escritório. Uma área de trabalho deve ter pelo menos um tamanho de 5 metros quadrados, podendo chegar a 10 metros quadrados. Não obstante, nada impede que, a partir do conhecimento do projeto físico e do layout da edificação, as áreas de trabalho sejam menores que 5 metros quadrados, atendendo, é claro, às necessidades do usuário. O cabeamento horizontal deve ser encaminhado na área de trabalho pelo piso e/ou pelo teto, utilizando também caminhos adequados na própria mobília presente na área de trabalho. Ao utilizar‑se o mobiliário como caminho de passagem do cabo, é necessário ter em mente a possibilidade de alterações no cabeamento estruturado, quando ocorrerem mudanças de layout ou mobília no escritório. Uma regra de ouro na instalação de tomadas de telecomunicações em uma área de trabalho indica que tal instalação deve se dar em locais de fácil acesso, sem se descuidar da segurança e considerando a sua devida conservação. Um bom exemplo seria a instalação de tomadas de telecomunicações em pisos frios, que estão sujeitas a problemas com eventuais lavagens do piso e poeira frequente, fatores que podem danificar os contatos metálicos dos conectores RJ‑45 fêmea. 78 Unidade II Quando instaladas em quaisquer outros lugares sujeitos a ação de agentes químicos de limpeza, poeira etc., recomenda‑se que essas tomadas disponham de protetores. 4.2.6 Sala de telecomunicações A sala de telecomunicações também é conhecida pelo seu acrônimo em inglês TR (Telecommunications Room). Trata‑se de um espaço de telecomunicações dentro do edifício comercial destinado à interligação do subsistema de cabeamento horizontal ao subsistema de cabeamento vertical por meio do distribuidor de piso. A norma NBR 14.565 (ABNT, 2013) especifica que a sala de telecomunicações é o espaço que abriga o distribuidor de piso e que pode também abrir o distribuidor de edifício e equipamentos de redes destinados ao atendimento dos usuários do pavimento em que se situa a sala de telecomunicações. Nas salas de telecomunicações é importante que haja toda uma facilidade quanto a espaço, alimentação elétrica e controles do ambiente, entre outros fatores destinados à instalação de componentes passivos. As principais normas de cabeamento estruturado recomendam a implantação de uma sala detelecomunicações por andar de um edifício comercial, a fim de atender todas áreas de trabalho daquele pavimento. A figura a seguir situa a sala de telecomunicações no sistema de cabeamento estruturado. Cabeamento de backbone Cabeamento horizontal TR: Sala de telecomunicações TR TR TR TR ER TO TO TO TO Figura 39 – Sala de telecomunicações 79 INFRAESTRUTURA DE TI Observação Quando não é possível a implementação de uma sala de telecomunicações em um pavimento, as áreas de trabalho podem ser interligadas à sala de telecomunicações de um pavimento adjacente. Além norma NBR 14.565, as normas ANSI/TIA‑569‑C, ISO/IEC 14.763‑2, ISO/IEC 18.010 fazem uma série recomendações sobre as dimensões da sala de telecomunicações, baseando‑se no número de tomadas de telecomunicações atendidas pelo distribuidor de piso da sala. A tabela a seguir apresenta esse dimensionamento recomendado pela norma ANSI/TIA‑569‑C. Tabela 2 – Dimensionamento da sala de telecomunicações Tomadas de telecomunicações (TO) Área aproximada da sala de telecomunicações (m²) Dimensões da sala (m) Até 200 15 3 x 5 Entre 201 e 800 36 6 x 6 Entre 801 e 1.600 72 6 x 12 Entre 1.601 e 2.400 108 9 x 12 Fonte: Marin (2013, p. 55). As normas ISO/IEC 14.763‑2 e ISO/IEC 18.010 recomendam que a menor sala de telecomunicações não tenha uma área inferior a 9,6 metros quadrados (com dimensões de 3 metros x 3,2 metros) para até quinhentas tomadas de telecomunicações. A figura a seguir apresenta uma sala de telecomunicações com essas dimensões (MARIN, 2013). 1,6 m 3,0 m 3, 2 m Figura 40 – Dimensões de uma sala de telecomunicações para até quinhentas tomadas de telecomunicações 80 Unidade II Essas mesmas normas (ISO/IEC 14.763‑2 e ISO/IEC 18.010) também recomendam que até mil tomadas de telecomunicações sejam atendidas por uma sala de telecomunicações de área 14,72 metros quadrados (com dimensões 3,2 metros x 4,6 metros). A figura a seguir apresenta a sala de telecomunicações com essas dimensões. 1,6 m1,6 m 4,6 m 3, 2 m Figura 41 – Dimensões de uma sala de telecomunicações para até mil tomadas de telecomunicações A partir de mil tomadas de telecomunicações, o adicionamento de quinhentas tomadas de telecomunicações aumenta uma de suas dimensões em 1,6 metro. É comum também considerar a área do pavimento para a tomada de decisão sobre as dimensões da sala de telecomunicações. Não obstante, essa não pode ser a base para a definição das dimensões da sala de telecomunicações. A figura a seguir apresenta um exemplo de uma sala de telecomunicações. Eletroduto Luminárias Luminárias Esteira de cabos Barramento de terra Eletroduto Prancha de madeira Prancha de madeira Shaft Quadro elétrico Tomada elétrica Eletroduto Duto de ar Duto de ar Figura 42 – Exemplo de uma sala de telecomunicações 81 INFRAESTRUTURA DE TI As normas ainda recomendam, para a sala de telecomunicações, que: • caso haja equipamentos instalados, seja provido um sistema de climatização 24 horas/dia, 365 dias por ano, com temperaturas variando entre 18 ºC e 24 ºC e uma umidade entre 30% e 55%; • a iluminação deve possuir pelo menos 540 lux, de forma que não haja problemas na manutenção do cabeamento; • o aterramento deve ser ligado ao sistema de aterramento do prédio; • a porta de acesso da sala deve ter, no mínimo, 910 mm x 2.000 mm; • deve haver um ambiente controlado, fechado e com acesso limitado para pessoas autorizadas; • deve estar situada em uma área do pavimento cujo acesso não dependa do acesso a outros espaços; • deve haver uma distribuição aérea do cabeamento, evitando uso de teto falso. Em edifícios e pavimentos onde não seja exequível a construção de uma sala com as dimensões outrora especificadas, pode‑se utilizar um espaço menor. A norma ANSI/TIA‑569‑C recomenda que a menor sala de telecomunicações tenha dimensões mínimas de 1,3 metro x 1,3 metro. Se nem esse espaço estiver disponível, é possível instalar um armário de telecomunicações no shaft do edifício (MARIN, 2013). 4.2.7 Sala de equipamentos A norma NBR 14565 (ABNT, 2013) define que a sala de equipamentos é o espaço de telecomunicações destinado a abrigar os equipamentos de uso comum em toda a rede, a terminação de cabos e os distribuidores do sistema de cabeamento estruturado. A sala de equipamentos também é conhecida pelo seu acrônimo em inglês ER (Equipment Room), atendendo um edifício inteiro ou todo um campus. Assim, a sala de equipamentos, como o local mais importante do sistema de cabeamento estruturado, pode conter um distribuidor de campus e/ou distribuidor de edifício, concentrando o cabeamento horizontal e o cabeamento de backbone. Na sala de equipamentos podem ser instalados equipamentos ativos de redes, (switches, roteadores, hubs e servidores), de telefonia (central telefônica e outros equipamentos de gerenciamento de sistemas de voz), de telecomunicações (modens, rádios, multiplexadores etc.) e demais equipamentos de informática. Justamente pelo fato de a sala de equipamentos conter dispositivos tão cruciais para o funcionamento das redes, há a necessidade de um controle de temperatura do ambiente (18 ºC a 24 ºC) a fim de não prejudicar a operação dos equipamentos. O controle de acesso e questões de segurança relacionadas à 82 Unidade II sala de equipamentos também precisam ser observadas. A iluminação precisa ser uniforme, na faixa de 500 lux medidos a 1 metro do chão. As funções da sala de telecomunicações podem ser absorvidas pela sala de equipamentos quando as duas forem projetadas no mesmo pavimento. Assim, em um mesmo andar não há necessidade das duas. Lembrete A sala de telecomunicações tem a finalidade atender apenas um pavimento (no máximo, pavimento adjacente). A figura a seguir apresenta a sala de equipamentos e os elementos de cabeamentos interligados a ela. TR (FD) TR (FD) TR (FD) TR (FD) ER CD/BD Backbone de campus Backbone de edifício TR: Sala de telecomunicações ER: Sala de equipamentos CD: Distribuidor de campus BD: Distribuidor de edifício FD: Distribuidor de piso Figura 43 – Sala de equipamentos e os elementos a ela interligados Em um edifício é de grande importância determinar a localização da sala de equipamentos no prédio, de forma a otimizar a interligação entre ela e os outros elementos do cabeamento estruturado. Convém dizer que as normas não mencionam qual é o local de implementação da sala de equipamentos. 83 INFRAESTRUTURA DE TI As principais normas que mencionam especificações para a sala de equipamentos são: ANSI/TIA‑569‑C e ISO/IEC 14.763‑2. Sobre o dimensionamento essas normas seguem caminhos distintos. A ANSI/TIA‑569‑C aponta que a sala de equipamentos deve dispor de um espaço mínimo de: 10 metros quadrados, caso abrigue um distribuidor de edifício, e 12 metros quadrados, caso abrigue um distribuidor de campus. Caso a área provida pelo distribuidor de campus seja 50 mil metros quadrados, para cada 10 mil metros quadrados, aumenta‑se o tamanho da sala de equipamentos em 1 metro quadrado (MARIN, 2013) A ISO/IEC 14.763‑2 trata o tamanho da sala de equipamentos da mesma forma que trata a sala de telecomunicações (MARIN, 2013). Lembrete Até mil tomadas de telecomunicações podem ser atendidas por uma sala de telecomunicações de área 14,72 metros quadrados (com dimensões 3,2 metros x 4,6 metros). A partir de mil tomadas, o adicionamento de quinhentas tomadas de telecomunicações aumenta uma de suas dimensões em 1,6 metro. 4.2.8 Infraestrutura de entrada A infraestrutura de entrada é conhecida pelo seu acrônimo EF (Entrance Facility). A norma NBR 14.565 (ABNT, 2013) define que a infraestrutura de entrada é o local de entrada de todos os serviços de telecomunicações do edifício, incluindo a interface de rede externa. A infraestrutura de entrada é interligação do sistema de cabeamento estruturado com o mundo externo. Observação Esse espaço de cabeamento estruturado é chamado popularmente de facilidades ou de facilidadede entrada. É normalmente na infraestrutura de entrada que se encontra o demarc (também conhecido como ponto de demarcação), que separa o cabeamento externo do cabeamento interno, ou seja, quando se encerra a responsabilidade do provedor de serviços e se inicia a responsabilidade da rede interna. A figura a seguir situa a infraestrutura de entrada no sistema de cabeamento estruturado. 84 Unidade II TR TR TR TR ER EF Cabeamento horizontal Cabeamento horizontal Cabeamento horizontal Cabeamento horizontal TO TO TO TO Área de trabalho (WA) Área de trabalho (WA) Área de trabalho (WA) Área de trabalho (WA) TO TO TO TO Infraestrutura de entrada Figura 44 – Infraestrutura de entrada e suas interligações Na infraestrutura de entrada encontra‑se o DG (Distribuidor Geral), o DID (Distribuidor Intermediário Digital) e o DGO (Distribuidor Geral Óptico). No DG encontram‑se terminados os cabos de pares de telefonia oriundos da operadora de telefonia pública. No DID encontram‑se as conexões que utilizam cabos coaxiais em links E1 e T1. No DGO encontram‑se as fibras ópticas entregues pela operadora no demarc. A figura a seguir representa um DG. 85 INFRAESTRUTURA DE TI Figura 45 – Exemplo de um DG A localização da infraestrutura de entrada é um aspecto de grande importância. A ideia é implementar esse espaço em local seco, livre de inundações e o mais próximo possível da entrada de energia elétrica do edifício, de forma a garantir uma agilidade na interligação do aterramento. A norma ANSI/TIA‑569‑C especifica as dimensões da infraestrutura de entrada de modo similar à sala de equipamentos que abriga um distribuidor de campus, de forma que o espaço mínimo é restrito a 12 m² para uma área de edifício de 50.000 m². Para cada 10.000 m², acrescenta‑se 1 m² ao tamanho do espaço da infraestrutura de entrada (MARIN, 2013). A norma ISO/IEC 14.763‑2 dá uma tratativa diferenciada no que tange às dimensões da infraestrutura. Essa norma informa recomenda, para efeitos de dimensionamento, que a infraestrutura de entrada seja como uma sala de telecomunicações de baixa densidade. 4.2.9 Requisitos importantes nos espaços de telecomunicações A partir de um apanhado geral das normas para espaços de telecomunicações, destacam‑se alguns pontos primordiais de forma resumida para o perfeito funcionamento do sistema de cabeamento estruturado. São eles: • segurança: as normas reforçam a importância da segurança física das instalações de forma que o controle de acesso seja restrito ao pessoal autorizado, havendo também um plano de segurança do edifício; 86 Unidade II • localização: é preciso valorizar os locais onde os espaços serão implementados, atentando para a possibilidade de expansão e a facilidade de acesso (inclusive para permitir a locomoção com grandes e pesados equipamentos); • altura: as normas especificam que a altura entre o piso acabado e o teto do espaço seja de, pelo menos, 2,4 metros, além do vão entre as lajes de pavimentos sejam de pelo menos 3 metros; • piso/parede/teto: claros e antiestéticos, devem ser tratados de forma a acumular o mínimo possível de poeira; cabe também mencionar a importância de não haver infiltrações; • climatização: os espaços de telecomunicações precisam ter um controle de temperatura e umidade, de forma a não prejudicar a operação dos dispositivos ativos de rede. Saiba mais Para conhecer um pouco mais sobre cabeamento estruturado, leia os capítulos inicias da obra indicada a seguir. MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo, do projeto à instalação. São Paulo: Érica, 2013. Resumo Aprofundamos o estudo sobre sistemas de informação, mencionando os sistemas de suporte a decisão, sejam elas decisões estruturadas, sejam elas não estruturadas. Também foram abordados os sistemas de inteligência artificial e as especialidades encontradas. Viu‑se o início das infraestruturas de redes de computadores, com ênfase no cabeamento estruturado. Foram apresentados os subsistemas de cabeamento estruturado horizontal e vertical, bem como suas características. Por fim, foram apresentados os espaços de telecomunicações e de cabeamento estruturado, contemplando as áreas de trabalho, as salas de telecomunicações, as salas de equipamentos e a infraestrutura de entrada, que contém o ponto de demarcação que limita a responsabilidade da operadora de telecomunicações e a organização propriamente dita. 87 INFRAESTRUTURA DE TI Exercícios Questão 1. (IBFC 2019) Quanto aos meios de transmissão de uma rede de computadores, relacione as colunas a seguir. Quadro 3 Coluna 1 Coluna 2 I. Rede por cabo II. Rede sem fios A. Rádio B. Fibra óptica C. Coaxial D. Par trançado Assinale a alternativa que apresenta a relação correta. A) I‑A; I‑B; I‑C; I‑D B) I‑A; I‑C; II‑B; II‑D C) I‑A; II‑B; II‑C; II‑D D) I‑B; I‑C; I‑D; II‑A E) I‑A; II‑C; II‑C; II‑D Resposta correta: alternativa D. Análise da questão As redes por cabo são feitas por meios físicos. Isso significa que a rede por cabo (I) pode se relacionar com fibra ótica (B), cabo coaxial (C) e par trançado (D). Nas redes sem fio, como o nome indica, não existe meio físico de conexão: isso significa que a a rede sem fio (II) se relaciona com a transmissão por rádio (A). Questão 2. (IF Sertão‑PE 2016) Levando em consideração os conceitos acerca de cabeamento estruturado, marque o item cuja afirmação está incorreta. A) A sala de equipamentos é o local mais importante da rede no que diz respeito aos equipamentos ativos. Pode concentrar todos os cabos do backbone e os cabeamentos horizontais do mesmo piso e da sala de entrada do edifício (EE). 88 Unidade II B) Pela NBR 14565:2013, há a exigência de instalação de duas tomadas de telecomunicações por área de trabalho. C) Cross‑cable ou cabo cruzado é uma estrutura de rede local que tem como função interconectar áreas verticais distintas utilizando um patch painel. D) A sala de telecomunicações é a área que pode ser substituída por armário de telecomunicações e é responsável pelas distribuições do cabeamento através dos andares. E) Patch cord é um segmento de cabo que pode ser de par trançado ou fibra óptica. É utilizado para conexão entre tomada de telecomunicações e computador ou entre patch painel. Resposta correta: alternativa C. Análise das alternativas A) Alternativa correta. Justificativa: a sala de equipamentos é o espaço de telecomunicações destinado a abrigar os equipamentos de uso comum em toda a rede, terminação de cabos e os distribuidores do sistema de cabeamento estruturado. Ela é o local mais importante do sistema de cabeamento estruturado, pode conter um distribuidor de campus e/ou distribuidor de edifício, concentrando o cabeamento horizontal e o cabeamento de backbone. B) Alternativa correta. Justificativa: a primeira especificação que aparece na NBR 14565:2013 é a exigência de instalação de duas tomadas de telecomunicações por área de trabalho. Essas tomadas, obrigatoriamente, são terminadas em conectores RJ‑45, onde são conectados cabos de par trançado categoria 5e ou superior. C) Alternativa incorreta. Justificativa: o cabo crossover ou cruzado é um cabo simples como o par trançado, com geralmente o padrão de categoria 5. Ele é um cabo que geralmente possui uma cobertura de plástico azul ou preta. D) Alternativa correta. Justificativa: em edifícios e pavimentos onde não seja exequível a construção de uma sala de comunicações, pode‑se utilizar um espaço menor. Uma das alternativas é a instalação de um armário de telecomunicações no shaft do edifício. E) Alternativa correta. Justificativa: o patch cord é um pedaço de cabo, que pode ser de par trançado ou fibra óptica, usado na conexão entre a tomada de telecomunicações e o computador. 89 INFRAESTRUTURA DE TI Unidade III 5 DATA CENTERS E SERVIDORES 5.1 Servidores e infraestrutura de armazenamento de dados 5.1.1 Servidor Como já é de nosso conhecimento, o servidor é um computador com funçõesde controle, armazenamento e compartilhamento de recursos tecnológicos dentro de uma rede de computadores. Ele se comporta como um elemento central no funcionamento das aplicações dentro de uma arquitetura de TI que utiliza o modelo cliente-servidor, seja qual for o nível de segmentação de camadas. Lembrete Na arquitetura de TI, utilizando o modelo cliente-servidor, encontramos arranjos que utilizam duas, três e quatro camadas que determinam a forma como as aplicações funcionam em rede. As principais atividades desenvolvidas por servidores nas organizações envolvem: compartilhamento e gerenciamento de arquivos, serviços de domínio, armazenamento de dados, conexão remota, hospedagem de aplicações, backup de dados e interligação entre periféricos. Essas atividades ditam os tipos de servidores que encontramos no mercado, determinando as tarefas que são executadas nas redes de computadores. Assim, podemos classificá-los em: servidor de arquivos, servidor de banco de dados, servidor de e-mail, servidor de impressão, servidor web, servidor de aplicação, servidor de Domain Name System (DNS), servidor proxy e servidor de File Transfer Protocol (FTP). O primeiro servidor mais encontrado é o servidor de arquivos, responsável pela tarefa de armazenar e compartilhar arquivos em uma rede de computadores. Ele opera como um ponto central dentro da infraestrutura contribuindo com a redução de custos com backup de dados, além de oferecer segurança na salvaguarda de arquivos, dispensando a necessidade de armazenamento local em computadores clientes. O próximo servidor a ser entendido é o de banco de dados, que oferece um armazenamento adequado de registros para que o SGBD de dados execute as suas funções. 90 Unidade III Lembrete Conforme visto anteriormente, um sistema de gerenciamento de bancos de dados (SGBD) é um software específico usado para criar, armazenar, organizar e acessar dados a partir de um banco de dados. O servidor de e-mail é utilizado em conjunto com aplicações que gerenciam o envio e a recepção de mensagens eletrônicas. Funcionam a partir da utilização do Simple Mail Transfer Protocol (SMTP). Nesse servidor estão armazenados os e-mails de uma organização. Outro servidor interessante é o servidor web, que opera a partir do Hiper Text Transfer Protocol (HTTP) provendo a operação, o carregamento e o controle das páginas de internet nos navegadores utilizados em uma organização. Tudo isso facilita a programação de sistemas que utilizem a interface WEB. O servidor de aplicação efetua um controle das aplicações dos usuários, provendo um ambiente adequado para programação e desenvolvimento de software, de forma a garantir a segurança, a disponibilidade e diversas outras necessidades. Os outros três tipos de servidores têm relação muito forte com protocolos de aplicação WEB. O primeiro deles é o servidor DNS, que provê a tradução de nomes para endereços IP. O segundo é o proxy, que provê a conexão efetiva a internet. O terceiro é o FTP, que provê a transferência de arquivos de forma confiável. 5.1.2 Componentes de um servidor Os detalhes construtivos do hardware de um servidor não se distanciam muito dos computadores comuns no que tange aos seus componentes. A principal diferença é na capacidade de funcionamento desses recursos, além da gestão implementada na operação dos mesmos. Os principais componentes de um servidor são: • placa‑mãe: é o local (placa) onde estão instalados os principais componentes do servidor; • placa de rede: é a placa responsável pelo estabelecimento da comunicação entre o servidor e os computadores clientes; • CPU: é o componente responsável pelo processamento dos dados e informações dentro de um servidor; • memória: é a responsável pelo armazenamento dos dados, de forma temporária ou permanente; • disco rígido: é o componente responsável também pelo armazenamento, mas de forma permanente e com capacidade maior que as memórias comuns. 91 INFRAESTRUTURA DE TI 5.1.3 Tipos de servidores É comum classificar os servidores de acordo com a função que eles exercem (DNS, proxy, FTP, entre outros). No entanto, encontramos a tipificação dos servidores também de acordo com o gabinete utilizado, como torre, rack e blade. O servidor torre, também conhecido como tower, é caracterizado por ter um gabinete instalado de forma vertical, muito semelhante aos desktops. Corresponde, normalmente, aos modelos mais simples e mais acessíveis financeiramente falando, apresentando-se como a porta de entrada no uso de servidores em pequenas em médias empresas. Outra característica interessante do servidor torre é que ele possui menor consumo de energia e baixo ruído emitido como fruto de sua operação. Saiba mais Por meio do link indicado a seguir, você pode observar um servidor da fabricante Dell em uma visão frontal e traseira, além de uma outra visão lateral com a tampa do gabinete removido. DELL. PowerEdge T140 | 1HD de 1TB | 8GB. [s.d.]. Disponível em: https:// deals.dell.com/pt-br/work/productdetail/35k4. Acesso em: 10 fev. 2020. Considerado uma solução mais robusta, o servidor rack apresenta-se com uma configuração que possui uma maior flexibilidade e escalabilidade. Isso porque o servidor rack possui uma série de slots de expansão que permite a instalação de placas e discos de armazenamento de dados, gerando a possibilidade de aumento do número de servidores. Observação Em um servidor rack é possível a instalação de novas placas de expansão sem a necessidade do desligamento da fonte de alimentação do equipamento. Saiba mais Você pode observar alguns servidores rack do fabricante Lenovo por meio do link indicado a seguir. LENOVO. ThinkSystem SR670. [s.d.]. Disponível em: https://www. lenovo.com/br/pt/data-center/servers/rack-servers/Thinksystem- SR670/p/77XX7SRSR67. Acesso em: 10 fev. 2020. 92 Unidade III Uma questão importante sobre servidores rack é o resfriamento e, consequentemente, do controle da temperatura, pois esses servidores são instalados próximos uns dos outros, provocando aumento na temperatura nos racks próximos. O último tipo de servidor é o blade, que se parece com caixas (gavetas) montadas em um chassi. A solução com servidores blade proporciona um menor uso de espaço e menor necessidade de resfriamento, além de um custo mais baixo que as soluções de servidor rack. Saiba mais Por meio do link indicado a seguir, você pode ver uma solução de servidor blade do fabricante HPE. HPE. Blade de servidor HPE ProLiant e910. [s.d.]. Disponível em: https://buy. hpe.com/br/pt/servers/proliant-server-blades/proliant-e910-server-blades/ hpe-proliant-e910-server-blade/p/1011632916. Acesso em: 10 fev. 2020. 5.1.4 Infraestrutura de armazenamento de dados O valor de uma organização está, em muitas situações, associado aos dados que ela possui. Vamos pensar em uma instituição bancária: quantos dados de clientes, de operações e de cadastros estão armazenados em seus bancos de dados? Estendendo essa compreensão para todo tipo de empresa ou organização, percebe-se que é grande o volume de dados gerados pelos seus sistemas, bem como a capacidade de processar todos esses dados de forma a atender as expectativas daqueles que dependem da TI. A princípio, o armazenamento desses dados era feito em memórias RAM, insuficientes para toda demanda. Assim, surgiu o disco rígido, também conhecido como HD, bem como outros dispositivos de armazenamento como o Compact Disk (CD), o Digital Versatile Disc (DVD), a fita magnética e diversos outros dispositivos de estado sólido. Lembrete As memórias RAM não conseguem armazenar dados quando o sistema computacional está desenergizado. A partir disso, criou-se a ideia de storage, que funciona como um grande repositório de dados de uma organização, operando de forma centralizada em uma rede local e funcionando como servidor de arquivos ou até mesmo backup de dados, com funções de compartilhamento e colaboração. 93 INFRAESTRUTURA DE TI O storage pode serclassificado de três formas distintas: • Direct Attached Storage (DAS): conhecido como armazenamento direto vinculado, funciona apenas como um dispositivo externo, operando como um disco opcional externo para armazenamento de dados; • Network Attached Storage (NAS): conhecido como armazenamento direto em rede, funciona como um servidor dotado de um sistema operacional, responsável por armazenar arquivos e gerenciar informações; • Storage Area Network (SAN): conhecido como rede de área de armazenamento, opera como uma rede contendo servidores e storages dedicados ao armazenamento de alto desempenho, disponibilidade e segurança. Para que o armazenamento de dados ocorra dentro de um processo seguro, é necessário que se estabeleça uma rotina de backup, com uma forma bem definida, visando à salvaguarda dos arquivos utilizados pela organização. O backup pode ser compreendido como uma cópia dos arquivos utilizados pela empresa para outra mídia (disco ou fita), de forma a garantir a disponibilidade e a integridade em caso de incidente ou outra necessidade verificada pela organização. Os processos de backup podem ser classificados em três tipos: • backup full: também conhecido como backup completo, processa uma cópia todas as informações (alteradas ou não); • backup incremental: nesse processo, copiam-se as informações alteradas desde o fim do último backup executado; • backup diferencial: aqui executa-se a cópia total dos arquivos uma primeira vez, copiando-se depois apenas as alterações que surgirem desde o último backup full. 5.2 Data center 5.2.1 Introdução O data center, também conhecido como centro de processamento de dados, é um local onde está implementada uma infraestrutura de TI com componentes de alta capacidade, tendo por objetivo o processamento e armazenamento de dados e o fornecimento de serviços tecnológicos. No data center é comum haver a instalação de servidores, storages, equipamentos de redes (switches e roteadores, entre outros). 94 Unidade III A ideia é que o data center consiga oferecer serviços de TI de alto desempenho e disponibilidade, além da escalabilidade necessária para atender os requisitos de negócios, sempre prezando por critérios de segurança da informação, tão importantes para as organizações e sua gestão. Assim, os elementos que compõem um data center são: as instalações, o gerenciamento e os recursos de TI. O primeiro elemento engloba as próprias instalações físicas, o fornecimento de energia elétrica e os equipamentos de refrigeração. O segundo elemento está relacionado às questões que envolvem a gestão do data center. O terceiro elemento, por fim, trata dos recursos de TI utilizados no data center. A figura a seguir apresenta cada um desses elementos. Data center Instalações físicas Energização Refrigeração TI Energia Telecomunicações Upload e download Gerenciamento Figura 46 – Elementos do data center Entre os diversos serviços entregues pelo data center, é possível citar: redes, segurança, processamento, armazenamento, fornecimento de aplicações, alta disponibilidade, automação, gerenciamento da TI, recuperação de desastres e virtualização (este último serviço pode ser considerado um dos mais importantes por se tratar do oferecimento dos recursos de hardware otimizados para as organizações). A figura a seguir apresenta os serviços entregues pelo data center. Serviços de alta disponibilidade e recuperação a desastres Data center Serviços de segurança Serviços de aplicação Serviços de processamento Serviços de rede Serviços de armazenamento Serviços de virtualização Serviços de automação e gerenciamento da TI Figura 47 – Serviços de um data center 95 INFRAESTRUTURA DE TI Dessa forma, o data center tem um papel fundamental na sustentação dos requisitos de negócio, seja nas aplicações utilizadas no ambiente operacional, seja na elaboração das estratégias competitivas. Assim, é possível perceber o data center situado na base da infraestrutura de TI, que sustenta aplicações, que, por sua vez, sustentam os processos de usuário. Veja a figura a seguir. Aplicações Processos (usuário) Serviços de data center Componentes do data center Serviços de infraestutura Nível de serviço Nível de serviço Figura 48 – Serviços de infraestrutura de TI e serviços de data center 5.2.2 Componentes da arquitetura do data center Considerando as normas vigentes em redes de computadores, cabeamento estrutura e outras de TI, de forma geral, é possível encontramos uma arquitetura de data center descrita na figura a seguir. ER MDA HDA EDA EDA HDA EDA HDA ZDA Provedor(es) de acesso Sala de suporte e centro de operações Sala de telecomunicações Cabeamento horizontal Cabeamento backbone Sala dos computadores Figura 49 – Arquitetura de um data center 96 Unidade III O primeiro componente a ser compreendido é a ER-Entrance Room (traduzida como sala de entrada), onde está situado o ponto de contato entre o cabeamento oriundo da operadora de telecomunicações e o sistema de cabeamento estruturado do data center. O próximo componente é o MDA-Main Distribution Area (traduzido como área de distribuição principal), onde encontra-se a core de conexões do data center, além dos roteadores e do backbone da rede. Os subsistemas de cabeamento estruturado são interligados ao MDA. As HDA (Horizontal Distribution Area) e EDA (Equipment Distribution Area) alojam, respectivamente, a interconexão do subsistema de cabeamento horizontal e equipamentos terminais do data center (como servidores, storages e unidades de fita). A ZDA (Zone Distribution Area) tem a sua implementação opcional com intuito de gerar maior flexibilidade para o subsistema de cabeamento horizontal, situando-se entre o HDA e o EDA. A redes de comunicação de dados de um data center também devem seguir uma arquitetura estabelecida segundo normas e padrões internacionais. Assim, é comum o estabelecimento de uma arquitetura de rede no data center em três camadas distintas e hierarquicamente estabelecidas: núcleo, agregação e acesso. A figura a seguir apresenta esta arquitetura de redes em camadas. Núcleo Agregação Acesso Figura 50 – Arquitetura de redes em camadas A primeira camada é a núcleo, composta de switches de alta velocidade que favorecem um grande e rápido fluxo de dados. A interligações entre esses switches precisa ser feita com cabeamento de categoria 6 ou 6A, no mínimo, ou até fibras ópticas multimodo e monomodo. A camada de agregação também é composta de switches, mas esses com a função de integrar serviços de rede e de segurança da informação. Já a camada de acesso é composta de switches que são interligados aos servidores. 97 INFRAESTRUTURA DE TI Saiba mais Para conhecer um pouco mais sobre data center, leia os primeiros três capítulos do livro indicado a seguir. VERAS, M. Virtualização: tecnologia central do datacenter. Rio de Janeiro: Brasport, 2016. 5.2.3 Tipos e classificações dos data centers Existem dois tipos diferente de data centers: data center empresarial e data center de internet. O primeiro tipo de data center (empresarial) é utilizado quando uma organização deseja um data center próprio construído no mesmo prédio, onde estão situadas todas as outras atividades inerentes ao negócio. Claro que esse tipo de data center só tem a sua implementação exequível quando há um espaço adequado para sua construção, dotado de toda segurança possível para a sua operação. O segundo data center (internet) tem o papel de fornecer uma infraestrutura de armazenamento e processamento de dados críticos para o negócio, envolvendo todas as necessidades de segurança (redundância, disponibilidade e integridade) via internet (na nuvem). Para a existência desse primeiro tipo, é necessário um prédio apenas para as funções e os serviços de um data center. Sobre a classificação dos data centers, é comum estabelecê-la em quatro segmentações, conhecidas como tiers (traduzido como camadas) colocadas em níveis.O primeiro nível (ou tier 1) é o mais básico de todos, não contemplando redundâncias em rotas físicas e lógicas. Assim, quaisquer falhas na alimentação elétrica do data center, por exemplo, podem acarretar uma indisponibilidade (total ou parcial). É comum afirmarmos que, nesse primeiro nível, o percentual de disponibilidade é de 99,671%, ou seja, em um ano, o serviço pode ficar até 28,8 horas indisponível. O segundo nível (ou tier 2) é caracterizado pela existência de componentes redundantes no âmbito interno. O projeto dessa classificação de data center deve contemplar a lógica N+1 para equipamentos, cabeamento interno e sistema de ar-condicionado, além da operação contínua 24 x 7 (24 horas durante os sete dias da semana). Nesse nível, a disponibilidade mínima deve ser de 99,749%, ou seja, em um ano, o serviço pode ficar indisponível por até 22 horas. Observação A lógica N+1 prevê sempre o uso de mais um equipamento para fornecimento de redundância. Por exemplo, um data center tier 2 deve ter, além do cabeamento de backbone em operação, um cabeamento redundante pronto para ser utilizado em caso de desastre com o cabeamento principal. 98 Unidade III O terceiro nível (ou tier 3) é conhecido por ter manutenções que não acarretam paradas no serviço. Nessa classificação, o data center opera na lógica N+1 tanto para questões internas quanto para os serviços prestados pela operadora de telecomunicações (é necessário dispor de duas operadoras de telecomunicações prestando serviços para o data center), além de possuir duas ERs. O tier 3 (assim como os outros níveis) opera com apenas uma MDA. Nesse nível, a disponibilidade mínima esperada é de 99,82%, ou seja, em um ano, detecta-se apenas 1,6 hora de indisponibilidade. O quarto e último nível (ou tier 4) é conhecido por sua tolerância a falhas, operando com a lógica N+1 para todos os recursos, inclusive oferecendo uma MDA secundária e também o uso de duas alimentações elétricas de empresas diferentes. O objetivo é que, nessa classificação, a disponibilidade alcance 99,995%, ou seja, apenas 24 minutos de indisponibilidade por ano. 5.2.4 Custos de implementação e operação de um data center Muitas são as questões a serem consideradas na implementação de um data center, pensando desde o projeto até a instalação e a construção propriamente dita. Uma primeira questão envolve o fator financeiro, isso por conta não somente dos custos com a implementação, mas também do Custo Total de Propriedade (conhecido pela sigla TCO, que se refere ao termo em inglês Total Coast Ownership). O TCO é o custo associado ao fato de apenas utilizarmos ou termos propriedade sobre um determinado recurso. Exemplo de aplicação Para compreendermos melhor o que vem a ser o TCO, pensemos na aquisição de um computador pessoal que normalmente tem um TCO que representa três vezes o custo com a sua aquisição. E por quê? Porque há custos com energia elétrica, manutenção e instalação, entre outros. Para Magalhães e Pinheiro (2007, p. 81): A avaliação do TCO é importante para uma organização priorizar seus investimentos na área de TI, compreender os seus custos atuais e tomar decisões tecnologicamente viáveis. A implementação de metodologia de apuração do TCO deixou de ser restrita a poucos iniciados para se tornar uma necessidade na área de gerenciamento de serviços de TI. No panorama atual em constantes mudanças, como poderá uma organização suportar os custos relacionados à infraestrutura de TI? Paralelamente ao crescimento quase diário do grau de dependência dos negócios em relação aos serviços de TI, também crescem os custos das atividades a eles relacionadas, tais como: aprovisionamento, instalação, utilização e modificação. Geralmente, à medida que a organização passa de sistemas desenvolvidos para sistemas emergentes, verifica-se uma mudança de processos e custos de TI bem pensados para estruturas de custos, processos e estratégias de gerenciamento pobres. 99 INFRAESTRUTURA DE TI Esses são os maiores riscos para uma boa administração dos serviços de TI. As ferramentas e metodologias de apuração do TCO ajudam os gestores da área de TI a planejar cuidadosamente o orçamento e os recursos que serão necessários, identificando oportunidades e satisfazendo as exigências da área de TI e das áreas dos clientes dos seus serviços. Quando o administrador de TI utiliza o TCO, ele tem condições de: • auditar os resultados para apontar pontos fortes e fracos dos custos de TI; • criar uma estrutura ideal de TI, com base em custos aderentes às estratégias de negócios; • fornecer simulação de custos e benefícios dos recursos de TI; • conhecer os conceitos de apuração de custos; • explorar situações e variáveis ligadas aos custos com infraestrutura de TI; • reduzir custos; • desenvolver orçamentos confiáveis; • quantificar e priorizar alternativas de infraestrutura de TI. Na implementação de um data center, existem custos na execução do sistema de alimentação elétrica, na construção da sala, na aquisição de equipamentos, na implementação e montagem dos sistemas de cabeamento estruturado e na instalação de todo o sistema de refrigeração. Claro que tudo isso está relacionado à classificação do data center, ou seja, em qual nível ele vai operar (tier 1 até o tier 2) e ao tamanho das áreas onde os equipamentos e o sistema de cabeamento estruturado serão alojados. Sobre o TCO do data center, é possível identificar pelo menos dois fatores que o influenciam: depreciação e o custo operacional. A depreciação nos remete à desvalorização dos equipamentos e consequente redução de valor de mercado, acompanhada da redução do desempenho quando comparado às necessidades de negócio. O custo operacional engloba os gastos com operadores de telecomunicações e fornecimento de energia elétrica, além de questões que envolvem manutenção preventiva. 5.2.5 Data center em contêiner Os servidores de uma determinada organização podem ser perfeitamente instalados em contêineres, propiciando maior flexibilidade e escalabilidade. Assim, de modo rápido, é possível implementar soluções de data center em eventos contingenciais e também (por que não?) como data center principal. 100 Unidade III O seu principal ponto positivo reside no uso mais inteligente da energia elétrica, produzindo uma maior eficiência energética que os data center tradicionais. O quadro a seguir apresenta uma comparação entre os data centers tradicionais e data centers em contêiner. Quadro 4 – Comparação entre data center tradicional e container Atributos primários Tradicional Contêiner Tempo para implementar Longo (tipicamente dois anos) Meses Custo de capital Muito alto Mais baixo Custo de operação Variável Similar ao melhor tradicional Adaptado de: Veras (2015, p. 98). A questão de escalabilidade precisa ser considerada também ao compararmos o data center tradicional e o contêiner. A figura a seguir apresenta um comparativo. 3 6 Tempo (anos) Requisitos de capacidade Data center em contêiner (CDC) Data center tradicional (TDC) Capacidade de processamento 9 Figura 51 – Comparativo de escalabilidade do data center tradicional e do data center em contêiner Para obter sucesso no uso de data center em contêiner, é necessário selecionar bem a solução, devendo-se considerar os requisitos dos equipamentos de TI utilizados, contemplando espaço inicial e futuro para os racks. Questões de eficiência energética e de refrigeração precisam ser checadas, além, é claro, dos requisitos de segurança, que é sempre algo crítico. 5.2.6 Gestão do data center Diante de todas as particularidades que circundam os data centers, surge sempre uma pergunta: como fazer para que a sua operação transcorra da melhor forma e a mais alinhada possível às necessidades de negócios? A resposta reside na adequada gestão do data center. Nesse sentido, grande importância é 101 INFRAESTRUTURA DE TI conferida normalmente a uma equipe que faz a gestão das operações do data center,responsável pelo monitoramento dos recursos utilizados pelo data center. Observação Em algumas organizações essa equipe é terceirizada. A gestão da infraestrutura do data center deve ser provida de um sistema que necessariamente abranja: emissão de relatórios, utilização de dashboards e cenários, controle e gerenciamento e, por fim, visualização. Outro aspecto bem crítico da gestão a ser considerado relaciona-se à segurança física do data center. O acesso precisa ser bem controlado, considerando níveis apropriados de perfis e proximidade das instalações. E não só o acesso, mas também as questões relacionadas a desastres, incluindo plano para mitigar riscos, bem como gerar respostas diante das mais diversas situações. Ainda no quesito segurança, é preciso conferir importância à gestão relacionada a refrigeração, umidade e energia em um data center, sob pena de paradas não programadas e consequências imediatas para o negócio. 5.2.7 Virtualização Veras (2016, p. 47) menciona que: A ideia de virtualização iniciou com a publicação do artigo “Time Sharing Processing in Large Fast Computer”, por Christopher Strachey, cientista da computação na Conferência Internacional de Processamento de Informação realizada em Nova York em 1959. Sua publicação tratou do uso da multiprogramação em tempo compartilhado e estabeleceu um novo conceito de utilização de máquinas de grande porte. Essas máquinas de grande porte poderiam agora utilizar melhor os recursos de hardware. Baseado no trabalho inicial de Strachey, o MIT desenvolveu o padrão CTSS (Compatible Time Sharing System), utilizado como referência por diversas empresas que fabricavam máquinas de grande porte. A IBM posteriormente introduziu o multiprocessamento nos mainframes, baseado na evolução do padrão CTTS, que permitiu que várias unidades de processamento trabalhassem como uma só, antecipando o conceito de virtualização. Esses mainframes introduziram o conceito de memória virtual (também chamado de storage virtual) como parte do sistema operacional. Essa opção possibilitou a abstração e o mapeamento de memória real para a memória virtual e a especificação de partições ou espaços de endereçamento que eram utilizados por programas diferentes. Surgiam as primeiras formas de fazer virtualização. 102 Unidade III Conforme já mencionado, a virtualização é o principal serviço de TI entregue por um data center, exercendo grande impacto nos outros serviços prestados. Na virtualização, é possível a segmentação de um servidor físico em diversos servidores lógicos, em que aplicações utilizam sistemas operacionais diferentes. A virtualização permite a criação de um data center virtual que pode oferecer recursos de processamento, armazenamento e conectividade, de forma que todo o potencial de hardware instalado seja aproveitado, reduzindo a ociosidade de recursos computacionais. A partir disso, é possível mencionar a existência de máquinas virtuais alojadas nos servidores físicos lastreadas em políticas estabelecidas pelo administrador do sistema. As máquinas virtuais operam como uma camada de abstração entre o hardware e software, isolando aplicações e sistemas operacionais do hardware do servidor físico. Assim, com a implementação de máquinas virtuais, podemos criar um servidor virtual. A figura a seguir apresenta essa ideia de virtualização. Servidor 1 Servidor 2 Servidor 3 Servidor 4 Servidor 5 Máquina virtual 1 Servidor virtualizado 5:1 Máquina virtual 2 Máquina virtual 3 Máquina virtual 4 Máquina virtual 5 Figura 52 – Virtualização A virtualização gera uma série benefícios, podendo-se citar: • melhoria no aproveitamento da infraestrutura já implementada na organização; • maior utilização do hardware, propiciando uma redução na quantidade de máquinas existentes; • gerenciamento centralizado dos recursos de infraestrutura de TI; • rápida implementação e disponibilização de aplicações tecnológicas; • grande variedade de plataformas; • disponibilização de ambientes dedicados a testes sem prejuízos dos sistemas operando em produção; • maior confiabilidade e segurança; • processos de atualização e migração mais fáceis de serem executados. 103 INFRAESTRUTURA DE TI 6 INFRAESTRUTURA E SERVIÇOS 6.1 Serviços 6.1.1 Conceito de serviço Embora tão aplicado comumente em diversas áreas de conhecimento e em muitas organizações, o termo serviço é frequentemente confundido com o conceito de produto, principalmente na área de TI. Freitas (2013) afirma que serviço é uma forma de entregar algo, de valor percebido pelo cliente, com o objetivo de alcançar os resultados que eles, os clientes, esperam, de forma a não se responsabilizar com a propriedade de determinados custos e riscos. Os clientes desejam serviços porque esses serviços possuem valor agregado, ou seja, entregam benefícios que são percebidos. No entanto, o valor é mensurado não somente em matéria de benefícios, mas também por meio dos custos e riscos envolvidos. Na entrega de um serviço, há mais do que os custos de produção envolvidos: há o custo de negociação e decisão, o custo de oportunidade e o custo de governança. Dessa forma, em muitas situações o valor agregado de um serviço pode, sim, diminuir devido aos altos custos associados. Também associado ao valor, encontram-se os riscos que permitem descobrir, quando mensurados, os requisitos de disponibilidade de um serviço, assim como equilibrá-lo com os custos associados, tornando, dessa forma, viável a aquisição de um serviço e sua execução. 6.1.2 Diferenças entre produtos e serviços Há grandes diferenças entre produtos e serviços. Imaginemos que a área de suporte de TI de uma empresa receba uma solicitação para instalar um novo computador na área comercial. O computador a ser instalado é, de fato, um produto, mas a instalação e o funcionamento do próprio computador são considerados como serviço. Observe que o cliente está interessado no serviço muito mais do que no produto. É possível afirmar que, pelo menos em cinco características, produtos diferem dos serviços. São elas: a intangibilidade, a indivisibilidade, a variabilidade, perecibilidade e o critério de satisfação. Sobre a intangibilidade dos serviços, pode-se dizer que não há como prová-los, apalpá-los, ouvi-los ou cheirá-los, ao contrário do que ocorre com um produto. Claro que há uma tendência em mensurar a qualidade de um serviço a partir do que se tangibiliza como produto: por exemplo, um serviço prestado pelo responsável de um buffet pode ser mensurado a partir da comida servida, no entanto, o serviço não se resume a tal aspecto. A indivisibilidade poder ser verificada pela impossibilidade de se separar prestador do serviço, o modo como é percebido e o profissionalismo do próprio serviço. E essa indivisibilidade não envolve apenas pessoas. 104 Unidade III Sobre a variabilidade, Magalhães e Pinheiro (2007) afirmam que ela advém da qualidade dos serviços prestados, os quais são inseparáveis das pessoas, enquanto a qualidade, por sua vez, pode variar. Como um prestador de serviço normalmente vende o seu desempenho, não podendo ser armazenado para venda ou utilização posterior, pode-se observar a característica da perecebilidade, diferentemente do que se dá com grande parte dos produtos. 6.1.3 Qualidade em serviços Aos poucos os conceitos de qualidade de produtos foram sendo estendidos para serviços, ainda que com as devidas adaptações, justamente por terem, serviços e produtos, características diferentes e, sob determinados aspectos, serem praticamente disjuntos. Primeiro, sobre a dimensão da tangibilidade, a qualidade em serviços pode ser percebida por meio de evidências físicas dos serviços, ou seja, na aparência das instalações utilizadas, pessoas envolvidas, materiais e objetos utilizados. Outro aspecto é a confiabilidade, que está relacionada à capacidade de entregar os serviços sempre de forma confiável e precisa, contribuindo para o aumento da percepção positiva do serviçopor parte do cliente. É possível citar ainda outros fatores que influenciam na qualidade dos serviços, como flexibilidade, cordialidade, integridade, responsividade e segurança. Saiba mais Para conhecer um pouco mais sobre qualidade em TI, leia o livro indicado a seguir. COSTA, I. et al. Qualidade em Tecnologia da Informação: conceitos de qualidade nos processos, produtos, normas, modelos e testes de software no apoio às estratégias empresariais. São Paulo: Atlas, 2012. 6.2 Transição da infraestrutura para serviços 6.2.1 Serviços de TI Sobre esse tema, Magalhães e Pinheiro (2007, p. 54) acentuam: As necessidades e expectativas dos clientes frequentemente são muito diferentes. Na maioria dos casos, as necessidades são muito mais fáceis de satisfazer do que as expectativas. Os clientes tendem a comunicar e a preparar as suas especificações de serviços e produtos de TI a serem adquiridos baseados em suas necessidades, mas medem o desempenho da área de TI que os atende 105 INFRAESTRUTURA DE TI baseando-se em suas expectativas. Por exemplo, quando se pergunta a um cliente o que ele precisa em um determinado serviço de e-mail, ele irá responder que necessita da disponibilidade e da sua capacidade de armazenamento de mensagens, mas o que ele espera, além disso, é velocidade no acesso, rápido suporte técnico em caso de necessidade de ajuda e um baixo tempo de reparo, quando se fizer necessária uma ação corretiva, não importando se no ambiente do servidor ou em sua estação local, independentemente de onde estejam localizados. O atendimento das necessidades é frequentemente verificado pela criação de indicadores de desempenho associados às variáveis de desempenho importantes para as necessidades existentes, fixando-se metas com uma faixa de variação determinada, mas o que realmente deseja o cliente é que todas as interações estejam próximas da média estabelecida, e não apenas dentro da faixa de tolerância, garantindo a uniformidade de resposta a sucessivas interações, o que pode ser traduzido como previsibilidade. Cada vez mais a TI tem experimentado uma verdadeira evolução, passando de uma provedora de infraestrutura de TI para uma provedora de serviços de TI. Um serviço de TI é a entrega de valor, por meio de ferramentas e recursos de infraestrutura de TI em vista da satisfação dos clientes. Bons exemplos de serviços de TI são os atendimentos de suporte de qualquer nível, automação de escritórios, serviços de acesso à internet e serviços de integração via ERP, entre outros. Esses serviços são prestados normalmente por provedores de serviços de TI, que podem ser terceirizados ou internalizados, executados por uma área de TI interna das empresas. Esses provedores possuem um portfólio de serviços que são colocados como disponíveis aos clientes. 6.2.2 Infraestrutura de TI e a computação em nuvem Esse contexto de transição da infraestrutura de TI para a TI de serviços gerou uma infraestrutura de TI percebida como serviço, ou, como alguns especialistas chamam, uma Infraestrutura de TI como Serviço (IaaS). Impulsionadas pela internet associada à ideia de serviços de TI, as organizações estão cada vez mais interligadas por meio da TI, causando uma mudança nas empresas totalmente alicerçada na TI. Antes, as empresas tinham apenas tráfego de dados em redes internas, agora, a interligação é quase que total, gerando os sistemas interorganizacionais. Veras (2016, p. 32) afirma que: O surgimento da internet e a consequente redução dos custos de interligação, o avanço da padronização de protocolos de comunicação e a disponibilidade de banda ocorreram muito rapidamente. Um efeito positivo do exagero com os negócios na internet, por volta do ano 2000, possibilitou 106 Unidade III tornar a opção de interligar redes de diferentes organizações uma realidade. Sistemas Interorganizacionais são agora baseados nessas redes que utilizam a internet como espinha dorsal. As fronteiras organizacionais não são claras nesse novo modelo organizacional, e a TI acaba por deixar mais difícil saber quais os limites existentes entre essas organizações. A nova organização, agora, é uma combinação de diversas organizações, composta por células interconectadas com diversos pontos de acesso propiciados pela infraestrutura de TI. A figura a seguir apresenta essa ideia de mudança e de quebra de paradigma proporcionada pela TI. s s s s s c c c c c c c c T TT T T T Mainframe Organização TI Figura 53 – Mudança organizacional promovida pela TI A figura anterior nos introduz a uma ideia de nuvem, ou seja, organizações com as suas conexões sendo percebidas como pontos nessa nuvem, cujo elemento central é o data center. Tudo isso contribui para um novo tipo de centralização em grandes estruturas de data center, com uma ideia diferente da computação centralizada marcante no início da TI do século passado. Essa é a ideia principal da computação na nuvem, habilitada pelo crescimento da internet e do entendimento da TI como um serviço. Inicialmente com a ideia de centralizar o processamento de aplicações e o seu armazenamento fora do ambiente das empresas, a computação em nuvem nos remete, nos dias de hoje, a uma infraestrutura de hardware, software e serviços, disponíveis de forma dinâmica, baseada em acordos de nível de serviço. 107 INFRAESTRUTURA DE TI Com a computação em nuvem, cria-se a ideia de que o recurso computacional é infinito e conciliado com eliminação do comprometimento prévio de capacidade. Assim, paga-se pelo custo do que se usa, de forma real, dos serviços acordados. As principais características da computação em nuvem são: oferecimento de serviços sob demanda, disponibilidade ampla de serviços de redes de comunicação de dados, disponibilidade de um pool de recursos, rápida elasticidade e serviços que podem ser medidos. Os três principais modelos de serviços para computação em nuvem são: infraestrutura como um serviço, software como um serviço e plataforma como um serviço. No que tange a modelos de desenvolvimento, a computação em nuvem pode ser classificada de quatro formas diferentes: • Nuvem pública: computação em nuvem com infraestrutura operada e gerenciada por empresas públicas ou grandes grupos industriais; • Nuvem privada: computação em nuvem com infraestrutura operada e gerenciada pelo cliente; • Nuvem comunitária: computação em nuvem com infraestrutura operada e gerenciada por várias organizações suportando uma comunidade que possui interesses comuns; • Nuvem híbrida: combinação de duas ou mais nuvens (pública, privada, comunitária). 6.2.3 Arquitetura orientada a serviço A arquitetura orientada a serviço, também conhecida pelo seu acrônimo em inglês SOA (Service Oriented Architecture), é uma filosofia de arquitetura de TI que implementa princípios da orientação a serviço em vista da aproximação da relação entre os sistemas de informação que suportam o negócio e as organizações. A orientação a serviço é um método que visa a integrar uma corporação como seus serviços interconectados, de modo que um aplicativo possa chamar uma função de outro aplicativo como serviço. O objetivo primordial da SOA é concretizar a possibilidade de conectar uma diversidade de sistemas de informação sem que haja a necessidade de descartar sistemas existentes. Em SOA, há o conceito de aplicações compostas, que provê a execução de serviços integrados que apoiam a empresa, de modo a facilitar e agilizar ajustes demandados pelos negócios. No entanto, para que esse modelo funcione, é necessário evitar grande interdependência entre serviços individuais, também conhecidos como baixo acoplamento, de modo a criar uma flexibilidade. Essa integração proposta pela orientação a passa por uma série de desafios, como: redes de computadores não confiáveis e lentas, aplicativos programados nas mais diversas linguagens, formato de dados diferente, plataformas de execução e mudanças que são inevitáveis. Esses 108 Unidade III desafiospodem ser percebidos por meio de quatro itens: segurança, comunicação, formatação de dados e manutenção. Por isso, para que uma arquitetura de TI seja totalmente integrada de modo a atender as demandas de negócios, é necessário considerar a presença dos seguintes componentes: • sistemas: aplicativos que trocarão informação entre si; • dados: informação que trafegará entre os aplicativos; • interface: formato de envio e recebimento de informações entre os aplicativos; • comunicação: forma de comunicação entre os aplicativos. Esses componentes podem prover as necessidades de integração tão desejadas pelas aplicações de negócio. Entre elas, encontram-se: transferência de arquivos, base de dados compartilhada e chamada de procedimentos remotos, além de troca de informações e mensagens contendo instruções sobre o que deve ser feito com os dados enviados. Os principais benefícios, não somente da arquitetura orientada a serviço, mas de toda a computação orientada a serviço, são: • maior interoperabilidade intrínseca: é uma característica que as aplicações possuem de serem capazes de se comunicar (entre si) para compartilhar dados; • maior federação: é a capacidade de estabelecer a união entre coisas diferentes para que elas possam agir como se fossem apenas uma; • mais opções de diversificação de fornecedores: é a capacidade de conseguir escolher uma entre diversas soluções apresentadas, além de ser possível o uso conjunto de recursos; • maior alinhamento do domínio de negócio e de tecnologia: possível graças ao paradigma de design, que promove a abstração em vários níveis; • maior retorno sobre o investimento (ROI): há um grande retorno sob o investimento em arquiteturas reusáveis e componíveis; • maior agilidade organizacional: essa agilidade relaciona-se à eficiência com que a empresa responde às mudanças de mercado; • menor carga de trabalho de TI: o uso da orientação a serviços ao longo do tempo significa menor desperdício e redundância, além de um reduzido tamanho e custo operacional e menos despesas indiretas ligadas à governança e evolução. 109 INFRAESTRUTURA DE TI Resumo Foram vistos os temas: servidores, infraestrutura de armazenamento de dados, data center, virtualização e serviços. Apresentaram-se todos os conceitos de servidores, além de suas classificações, tipos, funções e aplicabilidade, cobrindo questões sobre o armazenamento de dados e os data centers. Abordou-se a mudança da concepção de infraestrutura compreendida como serviço, sendo introduzido o conceito de computação em nuvem nas suas três formas: infraestrutura com serviço, plataforma como serviço e software como serviço. Foram apresentados também conceitos básicos de serviço e da arquitetura orientada a serviços. Exercícios Questão 1. (AOCP 2018) O data center é um ambiente projetado para abrigar servidores e outros componentes ativos de rede. Sobre data center, é correto afirmar que: A) Storages são softwares projetados especificamente para exclusão de dados. B) Storages são equipamentos de rede projetados especificamente para configuração de dados no data center. C) Storages são dispositivos projetados especificamente para armazenamento de dados. D) Storages são softwares projetados especificamente para edição do projeto de dados do data center. E) Storages são equipamentos projetados especificamente para envio de dados para o data center. Resposta correta: alternativa C. Análise da questão O data center é um local onde está implementado uma infraestrutura de TI com componentes de alta capacidade, cujo objetivo é o processamento, armazenamento de dados e fornecimento de serviços tecnológicos. No data center é comum a instalação de servidores, storages, equipamentos de redes (switches, roteadores, entre outros). 110 Unidade III Um storage é onde são centralizados os dados da rede local e que pode assumir outras funções e ser usado, por exemplo, como servidor de arquivos, backup, área de compartilhamento e colaboração, ou seja, ele pode ser utilizado em tudo que envolve a administração e o processamento de dados armazenados. Questão 2. (IBFC 2019) Ao se elaborar um projeto de rede desejando-se um ambiente com total redundância da infraestrutura do data center (elétrica, climatização, rede), deve-se optar por um: A) Data Center Tier 1 ou Data Center Tier 2. B) Data Center Tier 2 ou Data Center Tier 4. C) Data Center Tier 1 ou Data Center Tier 3. D) Data Center Tier 3 ou Data Center Tier 4. E) Data Center Tier 1 ou Data Center Tier 4. Resposta correta: alternativa D. Análise da questão Sobre a classificação dos data centers, é comum estabelecê-la em quatro segmentações, conhecidas como tiers (traduzido como camadas) colocadas em níveis. O primeiro nível (ou tier 1) é o mais básico de todos, não contemplando redundâncias em rotas físicas e lógicas. Assim, quaisquer falhas na alimentação elétrica do data center, por exemplo, podem acarretar indisponibilidade, que pode ser total ou parcial. O segundo nível (ou tier 2) é caracterizado pela existência de componentes redundantes no âmbito interno. No projeto desta classificação de data center a redundância deve contemplar a lógica N+1 para equipamentos, cabeamento interno e sistema de ar-condicionado, além da operação contínua. O terceiro nível (ou tier 3) é conhecido por ter manutenções que não acarretam paradas no serviço. Nesta classificação, o data center opera na lógica N+1 tanto para questões internas quanto para os serviços prestados pela operadora de telecomunicações, além de possuir duas ERs. O quarto e último nível (ou tier 4) é conhecido por sua tolerância a falhas, operando com a lógica N+1 para todos os recursos, inclusive oferecendo uma MDA secundária e também o uso de duas alimentações elétricas de empresas diferentes. Assim, os níveis que apresentam redundância na infraestrutura elétrica, de climatização e de rede são os níveis 3 e 4. 111 INFRAESTRUTURA DE TI Unidade IV 7 COMPUTAÇÃO EM NUVEM E GERENCIAMENTO DA INFRAESTRUTURA 7.1 Computação em nuvem 7.1.1 Infraestrutura como serviço (IaaS) A infraestrutura como serviço, conhecida pelo acrônimo IaaS (Infrastructure as a Service), é uma tecnologia que fornece a infraestrutura de processamento e armazenamento como um serviço habilitado pela computação em nuvem. Nessa tecnologia, o usuário possui o controle de mecanismos virtuais e não físicos, totalmente baseada em conexões com a internet. Nas soluções de IaaS, os clientes do serviço implantam as suas soluções baseadas em um hardware físico controlado por uma organização terceirizada, denominada provedor de serviços. Assim, questões que envolvem escalabilidade, configurações e manutenção tornam-se responsabilidade do provedor de serviços, que zela pela qualidade e alinhamento com o negócio. As funções anteriormente administradas pela própria organização e novas funções em nuvem que passaram a ser (como uma IaaS) gerenciadas pelo provedor de serviços na nuvem são: armazenamento, corretor de nuvem, recursos de hardware, gerenciamento de serviços, processos de backup e rede de fornecimento de conteúdo. Os principais componentes da infraestrutura como um serviço são: recursos de hardware, recurso de redes, storage, serviço de banco de dados e gerenciamento da infraestrutura de serviços. O primeiro componente é também conhecido como compute e nos remete as capacidades computacionais de armazenamento e processamento de todos os seus dispositivos físicos. Os recursos de hardware e a sua operação próxima do perfeito são fundamentais para o atendimento aos requisitos de negócios, principalmente os de segurança. O segundo componente é o recurso de redes, que possibilita a comunicação intra, inter e extranuvem. É considerado crítico devido às suas implicações na segurança, que, por meio do isolamento, separa instâncias de computação, evitando comunicação não autorizada. O terceiro componente é o storage, que é implementado como unidades de discos virtuais que realizamarmazenamento em bloco de dados sobre: máquinas virtuais, definições de redes e informações de gerenciamento da nuvem. 112 Unidade IV O quarto componente é o serviço de banco de dados, que provê de forma gerenciada e centralizada o mecanismo de banco de dados, possibilitando às aplicações escalonamento na proporção da carga de trabalho. Assim, o serviço de banco é requisitado conforme as necessidades de trabalho. O último componente é o gerenciamento da infraestrutura de serviços, que provê uma interface gráfica para gestão e configuração de infraestrutura. Por meio desse componente, pode-se administrar servidores, redes e os bancos de dados utilizados pelas aplicações. Veras (2015) apresenta como bom exemplo de IaaS o Amazon Web Services (AWS), que foi desenvolvido em 2006 e hoje se coloca como uma infraestrutura com oferta única de serviços com foco em IaaS. Observe o excerto a seguir: Os serviços AWS permitem o acesso a recursos de computação, armazenamento e banco de dados e outros serviços de infraestrutura on demand. A ideia é que essa forma de computação reduza custos, melhore o fluxo de caixa da organização contratante, minimize riscos de negócio e maximize oportunidades (VERAS, 2015, p. 129). O AWS possui uma infraestrutura montada que pode ser compreendida na figura a seguir. Infraestrutura global da Amazon AWS Serviços de infraestrutura Aplicação Figura 54 – Infraestrutura AWS Observe que nessa figura há uma infraestrutura global da Amazon que suporta toda uma gama de serviços para que as aplicações possam ser operadas. 113 INFRAESTRUTURA DE TI Saiba mais Para conhecer mais os detalhes técnicos que cercam o AWS, leia o capítulo 8 do livro indicado a seguir. VERAS, M. Computação em nuvem: nova arquitetura de TI. Rio de Janeiro: Brasport, 2015. Os serviços oferecidos pelo AWS incluem tecnologias de: internet das coisas, machine learning, blockchain, serviços de mídia e robótica, entre outros. As soluções do AWS estão disponíveis por caso de uso, por setor e também por tipo de organização. Os serviços na plataforma do AWS são cobrados de forma granular envolvendo quatro dimensões específicas de precificação: • tempo de trabalho da CPU na execução das tarefas; • volumetria de dados transferidos; • quantidade de mensagens enfileiradas; • espaço de armazenamento e o tempo que esses dados ficam armazenados. É possível, por meio de ferramentas disponibilizadas no site do AWS, calcular a economia que pode ser feita ao utilizar os serviços. Esses cálculos incluem também a busca do TCO. Lembrete O TCO é o custo total de propriedade associado a toda tecnologia adquirida. 7.1.2 Plataforma como serviço (PaaS) A plataforma como serviço, também conhecida pelo seu acrônimo em inglês PaaS (Platform as a Service), corresponde a um conjunto de tecnologias fornecidas por provedores de serviços para o desenvolvimento de software. Essas tecnologias incluem servidores com a sua capacidade de memória, armazenamento e sistema operacional, além de serviços de middleware e BI. A ideia de PaaS pode ser vista na figura a seguir. 114 Unidade IV Dados Dados Dados Data center Data center Data center Organização Provedor 2 Provedor 1 Funcionários Clientes Aplicações Aplicações Aplicações Internet Figura 55 – Plataforma como um serviço A PaaS apresenta toda uma infraestrutura construída em nuvem com softwares pré-instalados e serviços de banco de dados, além de conter todo um ambiente de desenvolvimento, teste e implantação. Veras (2015, p. 150) afirma que: PaaS tem a ver com utilizar uma plataforma de desenvolvimento de terceiros. Na plataforma ofertada rodam os aplicativos e se armazenam os dados. A grande diferença em relação ao modelo convencional de terceirização é que a plataforma roda em data centers de provedores externos com a Microsoft com seu Azure e é acessada via internet. Os desenvolvedores estão do outro lado da rede. As soluções em PaaS possibilitam que as organizações não tirem o seu foco das aplicações, de forma que as tecnologias suportem a criação de um ambiente com serviços prontos e disponíveis de forma on demand. Entre as vantagens no uso de PaaS, é possível citar o aumento da agilidade nas atividades de desenvolvimento, acompanhado de segurança na redução de risco, toda baseada numa simplificação da infraestrutura de TI. Essas vantagens cooperam para um maior foco no negócio, além de propiciar aceleração nas inovações. 115 INFRAESTRUTURA DE TI A Microsoft mantém o serviço de computação na nuvem chamado de Azure. Nele é possível encontrar diversas tecnologias de PaaS, de forma a criar e desenvolver aplicações nas mais diversas linguagens. Entre os serviços oferecidos pelo Azure, podemos citar: Visual Studio Online; GitHub; Power Apps. 7.1.3 Software como serviço (SaaS) O software com serviço, conhecido pelo seu acrônimo SaaS (Software as a Service), é a oferta de uma aplicação como serviço hospedado em uma nuvem gerenciada e operada por um provedor de serviços. A aplicação (software) é utilizada por meio de um navegador de internet (Google Chrome, Internet Explorer, dentre outros). Veras menciona que o SaaS: [...] é uma espécie de evolução do conceito de ASPs (Application Service Providers), que forneciam aplicativos “empacotados” aos usuários de negócios de internet. Havia, de certa forma, nessas tentativas iniciais de software entregue pela internet, mais em comum com os aplicativos tradicionais on-premise (instalados no local), com licenciamento e arquitetura, do que com as propostas dos novos aplicativos baseado em SaaS. Os aplicativos baseados em ASP foram originalmente construídos para serem aplicativos de um único inquilino; sua capacidade de compartilhar dados e processos com outros aplicativos é limitada e oferece poucos benefícios econômicos em relação aos seus similares instalados no local (VERAS, 2015, p. 153). Em contraposição à forma de infraestrutura mais tradicional, o uso do SaaS preconiza que todos os requisitos de negócios sejam geridos pelo provedor de serviços. Esses requisitos incluem: rede, armazenamento, servidores, virtualização, sistema operacional; middleware, runtime, dados e a própria aplicação propriamente dita. O quadro a seguir apresenta uma comparação entre o software tradicional instalado localmente e o SaaS em três dimensões diferentes. Quadro 5 Software tradicional instalado localmente SaaS Dimensão licenciamento Licenciados para sempre com pagamento único Licenciamento baseado no uso e/ou no tempo Dimensão localização Instalados localmente no ambiente de TI da organização Instalados no provedor de serviço Dimensão gerenciamento Gerenciados pelo departamento de TI local da organização Completamente gerenciados pelo provedor de serviços Essas dimensões apresentadas na tabela anterior devem ser consideradas ao adotar um SaaS e, a partir delas, devem-se fazer algumas considerações que envolvem questões políticas, técnicas, econômico-financeiras, jurídico-legais e de segurança. 116 Unidade IV As considerações políticas na adoção do SaaS envolvem a tomada de decisão balizada por aspectos que têm forte relação com o poder e o controle do próprio departamento de TI e também das outras áreas do ambiente organizacional, no que tange ao esvaziamento do seu controle e administração de recursos tecnológicos. As considerações econômico-financeiras na adoção do SaaS estão relacionadas ao TCO observado e sobre a satisfação no retorno sobre investimento. É preciso também mencionar, com relação a esses aspectos, os contextos microeconômicos e macroeconômicos, por exemplo, alguma crise econômica localmente estabelecida. As considerações jurídico-legais na adoção do SaaS envolvem as questões regulatórias relacionados ao uso de um determinado software. As considerações de segurança na adoção do SaaS estão relacionadas ao sigilo dos dados e a sua necessidade de proteção, bem como os acordos de nível de serviço que protejam aquele que recebeos serviços. As considerações de ordem técnica estão relacionadas a questões de configuração, usabilidade e necessidade de infraestrutura tecnológica de forma geral. A fim de consolidar o entendimento sobre IaaS, PaaS e SaaS, a figura a seguir apresenta uma comparação dos serviços de computação na nuvem no que tange a cada componente. Aplicativos Aplicativos Aplicativos Aplicativos SO SO SO SO Runtime Runtime Runtime Runtime Dados Dados Dados Dados Virtualização Virtualização Virtualização Virtualização Hardware Hardware Hardware Hardware Middleware Middleware Middleware Middleware On-premisses Responsabilidade do cliente IaaS PaaS SaaS Responsabilidade do provedor Figura 56 – Comparação entre IaaS, PaaS e SaaS 117 INFRAESTRUTURA DE TI Observe que, quando não há computação em nuvem, todas as responsabilidades são do cliente (desde o hardware até os aplicativos). O outro extremo é o SaaS, quando todas as responsabilidades são provedor de serviços (desde o hardware até os aplicativos). Observação Existem inúmeros exemplos de plataformas de SaaS utilizados no nosso dia a dia, entre os quais podemos citar Gmail (aplicação de e-mail oferecida pela Google) e outros aplicativos disponibilizados no Google App. Entre os benefícios no uso do SaaS, é possível mencionar: • adequado gerenciamento de riscos na aquisição de software justamente por não necessitar de uma grande e complexa infraestrutura local de TI compreendendo todos os seus componentes; • mudança de foco da área de TI, saindo do controle e gerenciamento do software e aderindo a uma perspectiva mais estratégica e alinhada ao negócio e as suas necessidades; • custos e investimento menores com infraestrutura local de TI para abrir as aplicações; • escalabilidade no uso das aplicações e consequente atendimento rápido das necessidades de negócio. Entre as desvantagens no uso do SaaS, é possível mencionar: • grande dependência da internet e dos links de comunicação de dados; • mobilidade na troca do provedor de serviços; • desconhecimento de muitos aspectos relacionados a tecnologia utilizada; • dúvidas quanto a confidencialidade dos dados. 7.2 Gerenciamento da infraestrutura de TI 7.2.1 Evolução da administração da TI nas corporações Conforme já mencionado, inicialmente a área de TI era conhecida como CPD, justamente pela principal função ocupada em uma organização: processar dados. Dentro desse contexto, a equipe de TI era formada por técnicos, analistas e operadores de computadores, coordenados normalmente por alguém com conhecimentos de tecnologia, mas sem tanta expertise em administração. 118 Unidade IV Até esse ponto não existiam um conjunto de boas práticas para a gestão de TI, ou um framework capaz de orientar e alinhar o uso da TI por meio de procedimentos definidos. Era até normal a promoção do melhor analista de TI para o famoso cargo de chefe de CPD. Com o passar do tempo, percebeu-se que a área de TI deveria ser concebida como uma provedora de infraestrutura tecnológica (hardware, software, banco de dados e redes de computadores). Portanto, compreendeu-se a necessidade de que a administração da TI fosse encarada como gerenciamento de infraestrutura de TI. Este foi um grande passo no intuito de profissionalizar a gestão da área de TI, antes conduzida por muito empirismo e sem procedimentos elaborados. A partir desse entendimento, começaram a surgir frameworks como ITIL (Information Technology Infrastructure Library), hoje mais conhecido conjunto de boas práticas na gestão da TI, provocando uma mudança até na visão que o próprio negócio tinha da administração do ambiente tecnológico. Foi nesse momento que a área de TI começou a perceber a importância do usuário, e tudo aquilo que ele esperava nas entregas de infraestrutura de TI executadas. Saiba mais Você pode conhecer um pouco mais sobre ITIL por meio do link indicado a seguir. ITIL Foundation. Exin. [s.d.]. Disponível em: https://www.exin.com/ glossary/itil-foundation. Acesso em: 30 abr. 2020. Com a própria evolução da administração e da percepção da importância da TI para os negócios, uma nova fase na administração da TI foi inaugurada. Agora, o termo a ser empregado não era mais gerenciamento de infraestrutura de TI, mas, sim, gerenciamento de serviços de TI. Esse novo paradigma alterou radicalmente o comportamento da área de TI nas organizações. Daqui em diante, a entrega não era mais de uma infraestrutura, mas de um serviço. Tudo agora poderia ser enxergado como um serviço, começando pela própria infraestrutura, passando pelo suporte das operações até a própria gestão. O próprio ITIL acompanhou esta evolução com o lançamento da versão 2 de seu framework, agora destinado ao gerenciamento de serviços de TI, trazendo diversas inovações, novos conceitos e termos a serem empregados no dia a dia do gestor de TI. Grande exemplo foi a substituição do termo usuário para o termo cliente, além das novas abordagens que ressaltavam a qualidade relacionada aos serviços prestados pela TI. Alguns autores ainda consideram que se alcançou mais um novo estágio na evolução da administração da TI. Isso se deu quando surgiram os modelos de governança de TI, tais como o COBIT (Control Objectives for Information and related Technology). 119 INFRAESTRUTURA DE TI O COBIT, acompanhado por outros modelos e boas práticas, começou a ser disseminado importando para dentro da área de TI os conceitos de governança, alinhamento estratégico e planejamento estratégico de TI, entre diversos outros bem conhecidos como boas práticas de gestão e governança de TI. A figura a seguir mostra um pouco dessa evolução. Provedor de tecnologia Provedor de serviços Parceiro estratégico TI considerada custo Administrador da TI é o melhor técnico TI entrega uma infraestrtura TI considerada investimento Administrador de TI com visão de negócio TI entrega serviços e é parceira estratégica Gerenciamento de infraestrutura de TI Gerenciamento de serviços de TI Governança de TI Figura 57 – Evolução da administração da TI 7.2.2 Gerenciamento da infraestrutura de TI A infraestrutura de TI é considerada a base de toda capacidade tecnológica planejada. Em muitas organizações, ela corresponde à mais da metade dos investimentos em tecnologia da informação, carecendo de uma extrema atenção por parte dos gestores. Gerenciar com eficiência a infraestrutura é fundamental para os resultados do negócio. Não somente em vista do alinhamento das expectativas dos negócios, mas também para um controle efetivo dos seus custos e dos seus investimentos, que só têm crescido. Segundo Magalhães e Pinheiro (2007), o gerenciamento de infraestrutura de TI engloba um total de cinco atividades bem definidas: desenho, planejamento, implementação, operação e suporte. No desenho da infraestrutura de TI, a ideia é elaborar de modo minucioso a arquitetura de TI a ser implementada na corporação. No planejamento, as ações estão relacionadas a planejar aquisições, instalações e disponibilização de componentes tecnológicos. Na implementação, busca-se instalar e disponibilizar o uso dos componentes da infraestrutura. Na operação, encontra-se o funcionamento adequado da TI, com capacidade e desempenho desejados. No suporte, há o apoio à resolução de problemas ou quaisquer outras anormalidades existentes na infraestrutura tecnológica. Essas atividades têm a finalidade de: • prover a disponibilidade de modo sempre crescente; • reduzir os custos com TI, principalmente os custos com falhas; 120 Unidade IV • criar e gerenciar ações eficientes na resolução de problemas; • minimizar os impactos causados por mudanças de TI; • conjugar bem a relação demanda/capacidade; • aumentar o nível de desempenho dos serviços prestados. 7.2.3 Introdução ao gerenciamento de serviços de TI Com a elevação da maturidade na gestão de TI, percebeu-se a importância de encarar-se a TI como um serviço. Desse modo, o conceito de gerenciamento de serviços de TI e suas boaspráticas receberam elevada importância e contribuíram para transformar a TI de reativa para proativa. A TI proativa é aquela que consegue atender as necessidades do negócio, buscando entender os processos empresariais, propondo soluções para a organização. Esse tipo de TI tem o foco na satisfação do cliente e na melhoria financeira, considerando não só questões de disponibilidade, segurança, confiabilidade, mas também as questões financeiras. A percepção da importância do cliente leva a ações de melhoria contínua, com o uso de boas práticas de mercado, sempre considerando modelos e cenários, de modo a agregar valor aos serviços entregues. O gerenciamento de serviços de TI pode ser definido como um arcabouço de habilidades organizacionais associadas a recursos em vista da entrega de valor para o cliente por meio de serviços. Os principais objetivos do gerenciamento de serviços de TI são: • entendimento completo dos serviços fornecidos ao cliente, além da clara aceitação do escopo definido; • garantia de entrega de serviços alinhados às expectativas dos clientes, de maneira a facilitar os seus processos e rotinas diárias; • entendimento do valor de cada um dos serviços constantes no portfólio apresentado ao cliente; • entendimento e gerenciamento dos custos associados aos serviços; • entendimento e gerenciamento dos riscos associados a esses serviços. Pelos objetivos a serem alcançados, é possível perceber quão grande é o desafio para os administradores modernos. Isso se dá ainda devido a alguns fatores, como intangibilidade do serviço, demandas relacionadas aos ativos do cliente e problemas de capacidade de atendimento do cliente. Para que os serviços sejam executados com sucesso e muito bem gerenciados, é necessária a organização em processos. Um processo é um conjunto interligado de tarefas em vista de um objetivo, e, no caso da gestão de serviços, está organizado dentro de um ciclo de vida do serviço. 121 INFRAESTRUTURA DE TI Em vista da melhor execução dos processos, é de suma importância a definição de funções e papéis. Uma função em gestão de serviços é definida como um grupo de pessoas e recursos que realizam um ou mais processo. Um papel é definido como um conjunto de responsabilidades de um processo e autoridades atribuídas a um grupo ou a uma pessoa. Observação Um papel não é um cargo. Não obstante, é possível que um cargo exerça vários papéis. 7.2.4 Conceitos básicos em gerenciamento de serviços de TI Gerenciamento de serviços de TI é praticamente uma área de conhecimento dentro da gestão da TI. Desse modo, é necessário entender o significa específico de algumas palavras que comumente se encontram em sua literatura. Entre elas é possível citar: • função: equipe ou grupo de pessoas dotadas de especialização e recursos utilizados em processos e atividades; • provedor de serviços: organização ou área que entrega serviços para um ou mais clientes externos ou internos; • cliente: aquele que recebe os serviços e remunera o provedor; • negócio: entidade ou organização composta de unidades negócios; • processo: conjunto de atividades relacionadas combinadas com recursos e habilidades em vista da criação de valor para o cliente; • papel: conjunto de responsabilidades e autoridades delegado a uma pessoa ou grupo de pessoas. Lembrete Na gestão de serviços o usuário é chamado de cliente. 7.2.5 Frameworks de gerenciamento de serviços de TI É possível encontrar uma série de boas práticas na gestão de serviços de TI. Essas encontram-se agrupadas em frameworks e modelos bem conhecidos no mercado. Entre eles, destacam-se o Information Technology Infrastructure Library (ITIL) e a ISO 20.000 (2018). 122 Unidade IV O ITIL é modelo mais apropriado aos profissionais, possuindo um esquema de certificação que promove um itinerário no conhecimento nas boas práticas de gestão de serviços de TI. A ISO 20.000 é mais apropriada para as empresas, porque comprova que o seu sistema de gestão de serviços de TI está de acordo com as melhores práticas de mercado. Não obstante, há outras normas que também promovem o uso de boas práticas de gestão de serviços de TI, como o Modelo Capability Maturity Model – Integration for Services (CMMI-SVC), criado pelo Software Engineering Institute (SEI), e o Microsoft Operations Framework (MOF), criado pela Microsoft. 7.2.6 Histórico e evolução do ITIL O ITIL é um framework para gerenciamento de serviços de TI apresentado por meio de boas práticas contidas em uma biblioteca de livros. Não é uma regra rígida, mas a definição de recomendações para uma eficiente e eficaz gestão de serviços de TI. Foi desenvolvido na década de 1980 no Reino Unido pela Agência Central de Computadores e Comunicações como um método que objetivava o governo da infraestrutura de tecnologia da informação em departamentos e órgãos públicos do Reino Unido. A sua primeira versão consistia em 31 livros que mencionavam aspectos importantes da provisão de serviços de TI com um foco muito forte em infraestrutura, mais especificamente em planejamento e contingência. Essa versão também se referia fortemente à manutenção e à operação dos recursos de infraestrutura de TI. A sua segunda versão surgiu em 2000, quando o modelo foi completamente reformulado e passou a ter apenas sete livros. Nessa versão, uma das principais características era a forte aderência ao modelo PDCA (Plan Do Check Action) e as suas práticas de melhoria contínua em processos. A partir dessa segunda versão, o ITIL foi bastante disseminado como conjunto de boas práticas em gerenciamento de serviços de TI. No entanto, o mercado de modo geral considerava o conjunto de livros um pouco desconectado, fazendo com que os especialistas em TI, via de regra, voltassem sua atenção apenas para os livros de suporte ao serviço e de entrega de serviço. Destaca-se que em 2001 foi fundado o Fórum de Gerenciamento de Serviços de TI, conhecido pelo seu acrônimo em inglês ITSMF (Information Technology Service Management Forum). O seu objetivo era promover e desenvolver o gerenciamento de serviços de TI no mundo por meio da troca constante de informações e compartilhamento de experiências. Em 2007 foi lançada uma nova versão da ITIL, agora a versão 3. Contendo cinco livros abordando uma visão completa dos processos do gerenciamento de serviços de TI na forma de um ciclo denominado Ciclo de Vida do Serviço, essa nova versão tem um número de livros inferior à versão anterior, não obstante sendo mais densa em conteúdo. Em 2011, a versão 3 passou por alguns aprimoramentos, ampliando um pouco o seu escopo e produzindo a ITIL V.3 Edição 2011. Em 2019 foi lançado o ITIL 4, sendo esta a sua mais recente versão. 123 INFRAESTRUTURA DE TI As principais características do modelo ITIL são: • modelo não proprietário que independe da plataforma de infraestrutura tecnológica; • modelo altamente flexível de fácil adoção e prescrito para qualquer porte de empresa; • modelo fornecedor de boas e melhores práticas no gerenciamento de serviços de TI; • modelo utilizado em milhares de empresas do mundo; • modelo que contribui com a aderência aos requisitos da norma ISO 20.000. A ideia do ITIL é trazer as melhores práticas utilizadas para o gerenciamento de serviços de tecnologia de informação formada através de opiniões de especialistas do mundo inteiro. Dessa forma, define-se uma linha de base para os profissionais de TI e as organizações que visam aplicar esse modelo, em busca de processos definidos e uma melhoria contínua dos seus serviços. A adoção das práticas do ITIL incentiva maior qualidade e uso sustentável dos seus ativos estratégicos de TI, alinhados com as necessidades dos clientes e usuários. O ITIL, com a sua abordagem de ciclo de vida, permite que se tenha uma visão do gerenciamento de serviços pela perspectiva do próprio serviço, em vez de focar em cada processo ou prática por vez. Essa característica realça mais um importante objetivo, que é mensurar e gerenciar o valorque os serviços de TI efetivamente adicionam ao negócio. 8 ADMINISTRAÇÃO DE REDES E GOVERNANÇA DE TI 8.1 Gerenciamento e administração da infraestrutura de redes 8.1.1 Administração de redes Um dos principais elementos da infraestrutura de TI é o recurso redes de computadores e telecomunicações. Não por acaso, ele merece um destaque especial e deve ser bem administrado, em vista de planejamento, operação, controle e monitoramento, de forma a atender os requisitos de negócio. É comum no gerenciamento de redes a utilização do modelo FCAPS (Fault Configuration Accounting Performance Security) na definição do escopo das ações de gestão. Esse acrônimo nos remete a cinco aspectos importantes na administração de redes: • detecção e correção de falhas: relacionado a aspectos da operação do gerenciamento de redes; • configuração e operação: relacionado a configuração e implementação de hardware, software e contas de usuários; 124 Unidade IV • contabilidade e faturamento: relacionado aos custos na operação das redes; • avaliação de desempenho e otimização: relacionado às avaliações diagnósticas e de tendências; • garantia de segurança e proteção: relacionado aos pilares da segurança da informação que trafega nas redes. Na prática, torna-se difícil dividir literalmente o trabalho do administrador de redes nessas funções, mas é possível segmentar as tarefas, de forma a valorizar esses quatro pilares. Assim, os administradores de redes devem fazer a gestão de atividades cotidianas, fornecendo suporte ao usuário e assegurando o funcionamento da rede de forma confiável. Não menos importante, o administrador de rede também precisa fazer a gestão dos recursos humanos técnicos, bem como ter um plano estratégico para atender as demandas e expectativas do negócio. A gestão de uma rede sempre precisa ter em vista a entrega de valor para negócio, ou seja, criar diferenciais competitivos para as organizações. Por isso, a administração das redes pode se dividir em seis funções básicas: administração da configuração, administração do desempenho, administração da falha, suporte ao usuário final, administração de custos e gerenciamento da segurança. Administrar a configuração é uma das atividades do gerenciamento de redes que consiste na documentação e gestão da configuração do hardware e software de redes, objetivando a contínua atualização das informações sobre os itens da infraestrutura de redes. Entre as atividades mais comuns na administração da configuração, encontra-se a gestão de contas de usuários que são acrescentados às redes de computadores. Esses usuários são normalmente membros de algum grupo com privilégios distintos para acessar recursos como servidores de arquivos, diretórios e até mesmo o próprio login de acesso às redes de computadores. Outra atividade corriqueira da administração de configuração é atualização dos softwares dos computadores clientes. Essa ação ocorre quando há uma atualização de softwares ou sistemas utilizados pelo usuário. Claro que essa ação pode parecer simples ao considerar uma rede com poucas estações, não obstante, o trabalho torna-se penoso quando se trata de muitas máquinas. A documentação da configuração é mais uma ação importantíssima porque consiste na coleta e gestão das informações sobre: hardware de rede, software de rede, perfis de usuários e perfis de aplicações, entre outros. Entre essas informações, considera-se o hardware de rede mais básica, porque consiste em um conjunto de diagramas de configuração de rede com detalhes sobre números, tipos e localização dos circuitos de rede, dos servidores, dos computadores clientes e de demais dispositivos como roteadores, hubs, switches e access point, entre outros. 125 INFRAESTRUTURA DE TI Os detalhes individuais de cada componente integram juntos aos diagramas as documentações individuais acrescidas de informações sobre falhas, reparos, número de telefone para reparos e quaisquer outras informações adicionais. A figura a seguir apresenta detalhes de um diagrama utilizado na gerência de configuração. 127.00.30.10 3300 127.00.40.20 3300 CH_Eng_Hub1 CH_R&D_Hub Armário de distribuição do 4º andar 127.00.30.10 3300 127.00.30.20 3300 CH_Eng_Hub2 CH_HRFIN_Hub Armário de distribuição do 3º andar 127.00.20.10 3300 127.00.20.20 3300 CH_Mktg_Hub CH_Sales_Hub Armário de distribuição do 2º andar Sala do computador do 1º andar CHRAS1 12 7. 00 .1 0. 01 12 7. 00 .1 0. 13 CH _S QL _S er ve r N M _V irg in _S er ve r 12 7. 00 .1 0. 14 CH _D om ai n_ Se rv er CH _B ac ku p_ Se rv er 12 7. 00 .1 0. 15 CH _M ai l_ Se rv er NM _R ep ris e_ Se rv er 12 7. 00 .1 0. 16 CH _W eb _S er ve r N M _I sla nd _S er ve r Legenda T1, T3 Fibra óptica CAT 5 Se at tle Du bl in He lsi nk i Bu en os A ire s Bu en os A ire s Ca iro Figura 58 – Diagrama utilizado na gerência de configuração Pensando no software de rede, a gerência de configuração documenta detalhes sobre o sistema operacional de rede e todos os outros softwares específicos utilizados em rede. Estão incluídos também detalhes sobre licenças locais, pagamentos e usuários que utilizam, entre outras informações. Dessa forma, pode-se dividir a documentação da administração da configuração em três partes: • documentação de hardware: envolvendo mapas e especificações; • documentação de software: envolvendo software, versão, instalação e licença; • documentação de conta de usuário: envolvendo informações do usuário. 126 Unidade IV A administração de falhas envolve detecção, correção e prevenção de falhas nos recursos de redes disponíveis para o usuário. A administração de falhas, especificamente, pode ser dividida em administração de falhas reativa e administração de falhas proativa. Na administração de falhas reativa detecta-se, isola-se, corrige-se e registra-se a falha, com um foco na solução de curto prazo. A detecção de falhas figura como a primeira ação, tendo o intuito de promover ações de curto prazo para resolução e/ou contorno da situação encontrada. O isolamento da falha ocorre em seguida de forma a reduzir os eventuais impactos a serem gerados a outros usuários. A correção de falhas promove a substituição ou o reparo do componente defeituoso. O registro de falha consiste na documentação da situação e da solução empregada. Na administração de falhas proativa a ideia é se antecipar às situações em que ocorrem as falhas, embora nem sempre seja possível. As ações proativas decorrem da observação feita dos recursos tecnológicos de redes. Administrar o desempenho está relacionado à garantia de que a rede funcione de forma adequada, eficiente e conforme planejado no desenho original do projeto. A administração de desempenho e de falhas estão intrinsecamente ligadas pelas ações de monitoramento que visam de forma proativa acompanhar o funcionamento e a operação das redes de computadores, para garantir a disponibilidade e a continuidade dos negócios de uma organização. O monitoramento das redes de computadores normalmente é executado por softwares de gerenciamento de redes que, por meio de protocolos estruturados, observam todo o ambiente e recursos utilizados. No entanto, é possível perceber que em redes pequenas todo o trabalho de monitoramento é feito por um técnico, ao passo que em redes maiores, os técnicos trabalham em conjunto em um centro de operações de redes, conhecido pelo seu acrônimo em inglês NOC (Network Operations Center). A administração do desempenho monitora e busca transformar em números os aspectos de: capacidade (medindo taxas de transferências); tráfego (interno e externo baseado em pacotes); vazão (individual por equipamento ou em todo conjunto da rede); tempo de resposta (em vista de descobrir a qualidade no tempo de requisição de um serviço de rede). Tanto na avaliação de desempenho quanto na de falhas, é necessário conservar a boa prática de utilização de relatórios técnicos. Elessão úteis no fornecimento de informações que visam ao aprimoramento das redes de computadores. Os principais detalhes técnicos que devem ser incluídos em um relatório são os seguintes: • detalhamento e utilização do circuito de comunicação; • taxa de utilização de hardwares de redes, incluindo servidores, roteadores e switches, entre outros; 127 INFRAESTRUTURA DE TI • taxas de atividades de arquivos envolvendo bancos de dados em rede; • utilização de links de comunicação de dados por parte dos computadores clientes; • verificações do tempo de resposta de solicitações; • relação do uso de voz e dados em um circuito; • análise e descrição dos comprimentos de fila na transmissão de dados; • taxas de falhas envolvendo links de dados, hardware e software de redes; • quaisquer outros detalhes relacionados a falhas e desempenho da rede. A partir do uso dos relatórios técnicos e com a detecção de falhas, é possível apontar os principais problemas de uma rede. Assim, é necessária também a criação de um relatório de problemas, incluindo alguns registros importantes, como: • data e hora do relatório; • dados relativos ao usuário que relatou o problema; • data e hora do problema; • localização do problema; • natureza do problema; • momento em que o problema foi identificado; • por que e como ocorreu o problema. Por meio dessas rotinas e boas práticas, é possível colher e trabalhar com as estatísticas de desempenho e falhas, que devem ser constantemente coletadas. Essas estatísticas formam a base de conhecimento sobre problemas relacionados, favorecendo o encaminhamento de soluções rápidas e com impacto reduzido para os usuários. A principal dessas estatísticas é a disponibilidade, que é definida como o percentual de tempo em que o recurso de redes está disponível ao usuário. Pode ser calculada como o número de horas disponíveis dividido pelo número de horas totais do mês. Outra interessante estatística é o tempo de manutenção que expressa o tempo de indisponibilidade do recurso de redes devido a falhas que geraram uma manutenção ou atualização. 128 Unidade IV Completam ainda as estatísticas os tempos: • tempo médio entre falhas (Mean Time Between Failures — MTBF): número de horas ou dias de operação contínua antes da falha do componente; • tempo médio de reparo (Mean Time To Repair — MTTRep): média de minutos ou horas até que o dispositivo ou circuito que falhou esteja novamente operacional; • tempo médio de diagnóstico (Mean Time To Diagnose — MTTD): média de minutos até que a raiz da causa da falha seja diagnosticada corretamente; • tempo médio de resposta (Mean Time To Respond — MTTResp): média de minutos ou horas até que o pessoal de serviço chegue ao local do problema para começar a trabalhar nele; • tempo médio de conserto (Mean Time To Fix — MTTF): mostra a rapidez com que o pessoal de manutenção pode corrigir o problema após chegar. Ainda nesse contexto de administração de desempenho e falhas, é importante o trabalho com relatórios de gerenciamento. Eles são de grande importância no fornecimento de informações úteis para prover uma visão global para os administradores. Devem constar nesses relatórios: • gráficos semanais, diários e mensais, mencionando erros e demais situações pertinentes nas redes; • disponibilidade da rede, incluindo tempo de funcionamento com histórico específico; • percentual de horas semanais de indisponibilidade das redes; • diagnóstico de erros; • tempos de respostas iguais ou superiores a 3 segundos; • volumes de pico no uso dos recursos de rede; • comparação de atividade entre o dia de hoje e qualquer período prévio semelhante. A figura a seguir apresenta um gráfico de controle de qualidade para circuitos. 129 INFRAESTRUTURA DE TI O circuito C teve hardware/software novo implementado aqui O circuito B mudou para um novo canal de micro-ondas O circuito A deteriorando Limite de controle superior (1:100) Limite de controle superior (500) 0 0 500 800 1100 Semanas 2000 N úm er o de b lo co s e m e rr o 2 41 3 5 6 7 C A B 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Figura 59 – Gráfico de controle de qualidade para circuitos Administração da segurança da informação é fundamental para prover o controle de acesso às redes de computadores com base em políticas de segurança de informação bem definidas. O gerenciamento de segurança é uma ação que abrange não somente os recursos de tecnologias de redes e telecomunicações, mas também todas as outras áreas do ambiente tecnológico, incluindo hardware, software e banco de dados. O suporte ao usuário final estabelece-se como uma das ações também importantes no gerenciamento e na administração das redes de computadores. As ações devem manter uma boa relação no usuário, principalmente no momento em ocorrem falhas, quedas no desempenho e problemas. Os principais problemas que o usuário encontra na utilização dos recursos tecnológicos de redes e telecomunicações são: falhas no hardware de rede, ausência de conhecimento do usuário e problemas com software de redes. As ações eficazes de suporte ao usuário final decorrem de uma boa administração das falhas e do desempenho da rede no que tange aos problemas que normalmente ocorrem no dia a dia do uso das redes de computadores. Não obstante, os problemas de conhecimento por parte do usuário não são poucos e podem ser resolvidos a partir de treinamentos que podem ser aplicados pela área técnica. 8.1.2 Ferramentas de gerenciamento de redes As ferramentas de gerenciamento de redes são componentes fundamentais na administração desse tipo de recurso. É possível especificar diversas ferramentas, entre elas: teste de camada física, acesso e conectividade, análise de pacotes, descoberta de redes, consulta de dispositivo, monitoramento de eventos, monitoramento de desempenho, análise de fluxo, engenharia de tráfego e roteamento, configuração, aplicação das políticas de segurança e, por fim, planejamento da rede. 130 Unidade IV De forma geral, é possível classificar as ferramentas de gerenciamento de redes em ativas e passivas. As ferramentas ativas geram interferência no sistema com o objetivo de alcançar as informações necessárias; as ferramentas passivas coletam dados já existentes. Os principais tipos de ferramentas de gerenciamento são: • coletores: colhem e guardam diferentes tipos de informação de rede; • sistemas de detecção de invasão (IDS): detectam padrões suspeitos que são característicos de comportamento malicioso na rede; • sistemas de análise de performance: permitem a análise de dados de tráfego e performance; • sistemas de gerenciamento de alarme: coletam e monitoram os alarmes da rede; • sistemas de tickets: rastreiam como os problemas estão sendo resolvidos; • ferramentas de acesso: permitem o uso de máquinas remotas, possibilitando a troca de informação entre a ferramenta de gerenciamento e os dispositivos; • ferramentas de depuração: verificam e depuram informações sobre problemas nas redes; • ferramentas de log: auxiliam na gestão dos arquivos log criados no sistema; • ferramentas de performance: medem ativamente a máxima banda possível e a vazão ou throughput na rede IP; • ferramentas de gerenciamento de configuração: executam configurações de forma manual ou automática; • gerenciamento de endereços: gerenciam endereços de hosts em uma rede. 8.1.3 Protocolo simples de gerenciamento de redes Um dos protocolos desenvolvidos que foi padronizado para o gerenciamento de redes foi o protocolo simples de gerenciamento de rede. Conhecido pelo seu acrônimo SNMP, que significa Simple Network Management Protocolo, ele foi criado em 1987 com o nome de SGMP, que significa Simple Gateway Monitoring Protocol. Ele foi designado como protocolo de gerenciamento de rede na versão que foi definida no RFC 1157 de maio de 1990. Após a primeira versão de 1990, foi criada a versão 2 e, atualmente, temos a versão 3, conhecida como SNMPv3, utilizando o padrão conhecido como ASN.1para codificação de mensagens. A tabela a seguir apresenta um exemplo de codificação ASN.1. 131 INFRAESTRUTURA DE TI Tabela 3 – Exemplo de codificação ASN.1 Inteiro decimal Equivalente hexa Comprimento do byte Bytes do valor (em hexa) 27 1B 01 1B 792 318 02 03 18 24.567 5FF7 02 5F F7 190.345 2E789 03 02 E7 89 Fonte: Comer (2016, p. 474). A arquitetura desse protocolo consiste em uma solução para o problema de gerenciamento de redes em termos da representação da informação de gerenciamento comunicada pelo protocolo, da forma e do significado das trocas entre entidades de gerenciamento, da definição dos relacionamentos administrativos entre entidades de gerenciamento, do escopo da informação de gerenciamento comunicada pelo protocolo e da forma e do significado das referências às informações de gerenciamento. O RFC 1157 inclui ainda três objetivos a serem conseguidos pelo SNMP: ser independente da arquitetura e do mecanismo dos dispositivos gerenciados, minimizar o número e a complexidade das funções de gerenciamento e ser flexível o suficiente para permitir expansões futuras. O SNMP é uma estrutura de dispositivos em uma pilha de protocolos TCP/IP e utiliza o conceito de gerente e agente. O gerente, normalmente, é uma estação que controla um conjunto de agentes, que podem ser roteadores ou servidores. O gerenciador central e os equipamentos de rede utilizam o protocolo SNMP para a comunicação das informações de gerenciamento de redes. Nos elementos que se busca gerenciar é instalado um software cliente, também conhecido como agente. Esse elemento manda dados ao gerenciador central da rede, o qual guarda esses dados e exibe alertas quando ocorre falha de algum equipamento ou do meio de comunicação utilizado. A figura a seguir apresenta a ideia utilizada no protocolo SNMP. Agente Agente Gerente Agente Variável dos agentes Agente Figura 60 – Funcionamento do protocolo SNMP 132 Unidade IV O SNMP é um protocolo da camada de aplicação no qual poucas estações gerentes controlam um conjunto de agentes. O intuito de o protocolo ter sido desenvolvido nessa camada é possibilitar o monitoramento dos dispositivos produzidos por fornecedores variados e instalados em diferentes redes físicas. Assim, o protocolo SNMP permite que as atividades de gerenciamento ocorram independentemente das características físicas dos dispositivos ou da tecnologia da rede adotada. Com o gerenciamento SNMP é possível implementar funções, como um gerente inspecionar um agente por meio de uma solicitação de informações que refletem no comportamento do agente. Outra função possível é um agente contribuir com o processo de gerenciamento por meio de alertas, avisando o gerente de uma situação incomum. Por fim, um gerente pode forçar um agente a executar uma tarefa por meio da reinicialização dos valores na base de dados desse agente. O SNMP utiliza o protocolo UDP (User Datagram Protocol) para o envio de dados em uma rede TCP/IP na comunicação entre cliente e servidor. Para o cliente da rede, o SNMP executa as operações sobre os objetos de forma transparente, o que permite à interface do software de gerenciamento da rede criar comandos imperativos para executar operações sobre os objetos gerenciados. Essa é a grande diferença entre gerenciar uma rede usando o protocolo SNMP e gerenciar a mesma rede usando outros protocolos. 8.2 Governança de TI 8.2.1 Conceitos básicos em governança de TI Os principais conceitos mais aceitos de governança de TI apresentam-na como um sistema composto de aspectos de liderança, estruturas organizacionais e de processos que garantam que a área de TI apoie e desdobre os objetivos da organização (ITGI, 2007). Assim como a governança corporativa, a governança de TI é de responsabilidade da alta direção e dos executivos, além de precisar de sua total adesão no processo de implementação. Isso se dá porque ter governança é necessariamente ter direção e controle a fim de controlar o uso futuro e atual da TI (ABNT, 2008). Ainda segundo Weill e Ross (2006), a governança de TI é a especificação de direitos de decisão e determinação de responsabilidades no estímulo de comportamentos desejáveis na utilização da TI. Esses comportamentos desejáveis, que geram valor para as empresas, associados às estratégias, interligam a governança corporativa à de TI. O alinhamento estratégico da TI é o principal objetivo da governança de TI, porque ele contribui para o desdobramento dos objetivos de negócios em objetivos de TI, mas é possível encontrar outros objetivos não menos importantes, como: posicionamento esclarecido da TI em relação às outras áreas das organizações, estabelecimento de responsabilidades relacionadas às decisões críticas da TI, implementação de um conjunto de processos e controles que habilite a gestão de riscos e compliance, alinhamento de iniciativas de infraestrutura, arquitetura, aplicações e investimentos de TI com as estratégias empresariais. Há diversos requisitos para se implementar adequadamente a governança de TI: liderança para executar mudanças, envolvimento da alta direção, equipe qualificada e a adoção de um modelo de governança de TI. 133 INFRAESTRUTURA DE TI A adoção de um modelo de governança de TI é fundamental para o alcance dos objetivos de TI alinhados aos negócios. Entre os modelos e frameworks de TI, aqueles com foco exclusivo na governança são o modelo COBIT e a norma da ISO 38.500. Weill e Ross (2006) propõem também um framework para governança de TI. Nesse framework, apresenta-se uma harmonização entre as estratégias organizacionais, os arranjos de governança de TI e as métricas de desempenho do negócio. Tudo é colocado por meio de práticas de organização da TI e de comportamentos desejáveis. Fernandes e Abreu (2012) apresentam também um modelo de governança de TI genérico que pode ser aplicado em qualquer organização. Consiste em um framework feito de componentes que podem ser encaixados como no clássico jogo infantil chamado Lego. A ideia desse modelo é que ele possa ser implementado de acordo com as necessidades, prioridades e disponibilidades da organização. 8.2.2 Decisões em governança de TI Weill e Ross (2006) afirmam que a eficácia na governança de TI é alcançada quando três questões específicas são tratadas: decisões inter-relacionadas de TI, arquétipos decisórios e mecanismos para a tomada de decisão. As decisões inter-relacionadas de TI são compostas dos princípios de TI, arquitetura da TI, infraestrutura de TI, necessidades de aplicações de negócios e investimentos e priorização da TI. Os arquétipos decisórios são definidos como os tomadores dessa decisão e podem ser enquadrados como monarquia de negócios, monarquia de TI, feudalismo, duopólio de TI e anarquia. Os mecanismos para a tomada de decisão tratam do modo e com quais mecanismos essas decisões devem ser tomadas e monitoradas. São eles: estruturas e comitês de tomada de decisão; processos de alinhamento; abordagens de comunicação. As decisões em TI são tomadas por conjuntos organizados de pessoas que podem perfeitamente ser enquadradas em um dos arquétipos, conforme o quadro a seguir. Quadro 6 – Arquétipos decisórios em TI Arquétipo Componentes Monarquia de negócio Alta gerência da corporação Monarquia de TI Especialistas de TI Feudalismo Unidades de negócios Federalismo Combinação entre o centro corporativo e as unidades de negócios Duopólio de TI Grupo de TI e algum outro grupo Anarquia Grupo isolado que toma decisões individuais Adaptado de: Weill e Ross (2006). O entrelaçamento entre os arquétipos decisórios e as principais decisões a serem tomadas formam a matriz de arranjos de governança, que aponta as combinações em governança de TI encontradas nas organizações. 134 Unidade IV O quadro a seguir apresenta o formato da matriz de arranjos de governança. Quadro 7 – Matriz de arranjos de governança Princípios de TI Arquitetura de TI Estratégia de infraestrutura de TI Necessidade de aplicaçõesde negócio Investimento em TI Monarquia de negócio Monarquia de TI Feudalismo Federalismo Duopólio Anarquia Adaptado de: Weill e Ross (2006). Segundo Weill e Ross (2006), os mecanismos de tomada de decisão atendem a terceira questão fundamental para alcançar-se a eficácia da governança de TI, por promover debates, negociações, discórdias construtivas, educação mútua e algumas vezes até frustrações. Esses mecanismos são executados através das estruturas de tomada de decisão, dos processos de alinhamento e das abordagens de comunicação. As estruturas de tomada de decisão são unidades ou papéis organizacionais mais visíveis da governança de TI, em que as responsabilidades decisórias são alocadas. Uma pesquisa efetuada pelo Center for Information System Research (CISR, em português Centro de Pesquisas em Sistemas de Informação), com empresas de diversos segmentos em todo o mundo, concluiu que aquelas que têm melhor desempenho utilizam as estruturas de tomada de decisão descritas no quadro a seguir. Quadro 8 – Estruturas de tomada de decisão Tipo de estrutura Empresas usuárias Composição Arquétipo relacionado Principais decisões Comitê administrativo executivo 89% Alta direção, com a presença do CIO (Chief Information Office) Monarquias de negócio e estruturas federalistas Princípios da TI e pelos investimentos em TI Comitê de liderança de TI 87% Líderes de TI Monarquias de TI Arquitetura da TI e infraestrutura de TI Comitê de arquitetura de TI 87% Líderes de TI Monarquias de TI Arquitetura da TI e infraestrutura de TI Conselho de TI com membros das áreas de negócios e de TI 70% Membros da TI e do negócio Duopólios de TI Infraestrutura de TI Equipe de processos com membros de TI 85% Membros da TI e do negócio Duopólios de TI Necessidades de aplicação de negócio Gerência de relacionamento entre negócios e TI 84% Gerentes de relacionamentos de TI Duopólios de TI Necessidades de aplicação de negócio Adaptado de: Weill e Ross (2006). 135 INFRAESTRUTURA DE TI Segundo Weill e Ross (2006), os processos de alinhamento são mecanismos formais para assegurar que os comportamentos desejáveis cotidianos sejam consistentes com as políticas de TI e contribuam com as decisões. Os principais processos são: • aprovação de investimento: processo relacionado aos investimentos habilitados pela área de TI; • acordos de nível de serviço: processo relacionado aos níveis de serviço acordado com o cliente; • acompanhamento de projetos: processo relacionado à gestão de projetos de TI; • rastreamento formal do valor de negócios gerado da TI: processo preocupado com o valor que a TI agrega ao negócio. As abordagens de comunicação completam os mecanismos utilizados na tomada de decisão, com o intuito de disseminar os princípios e as políticas da governança de TI e os resultados dos processos decisórios em TI (WEILL; ROSS, 2006). Resumo Apresentou-se a computação em nuvem com mais detalhes e introduziram-se algumas ferramentas voltadas para a gestão e a governança dos recursos tecnológicos. Foram vistas as três formas de computação em nuvem: a primeira, a infraestrutura com um serviço (também conhecida como IaaS); a segunda, a plataforma como um serviço (também conhecida como PaaS); e a terceira, o software como serviço (também conhecido como SaaS). Tratou-se ainda das primeiras questões relativas ao gerenciamento da infraestrutura e a sua evolução para o gerenciamento de serviços de TI, abordando-se uma pequena introdução do framework ITIL. Viu-se o gerenciamento e a administração das redes de computadores com uma visão bastante técnica, apresentando-se ferramentas e protocolos utilizados. Por fim, estudaram-se conceitos básicos de governança de TI com o objetivo de já mostrar um pouco da necessidade de se governar a TI, inclusive nos aspectos arquiteturais e infraestruturais. 136 Unidade IV Exercícios Questão 1. (Idecan 2019) Com a computação em nuvem, diversas empresas de software tiveram que se adaptar às novas tecnologias para oferecer melhores alternativas aos seus usuários. A suíte de aplicativos Microsoft Office 365 oferece seus aplicativos na forma tradicional, instalando no computador e na nuvem. Essa modalidade de serviço na nuvem chama-se: A) PaaS. B) SaaS. C) IaaS. D) MaaS E) OaaS. Resposta correta: alternativa B. Análise das alternativas A) Alternativa incorreta. Justificativa: a plataforma como serviço, também conhecida pelo seu acrônimo em inglês PaaS (Platform as a Service), é um conjunto de tecnologias fornecidas por provedores de serviços para o desenvolvimento de software. Essas tecnologias incluem servidores com a sua capacidade de memória, armazenamento, sistema operacional, além de serviços de middleware e BI. B) Alternativa correta. Justificativa: o software como serviço, conhecido pelo seu acrônimo SaaS (Software as a Service), consiste no oferecimento de uma aplicação como serviço hospedado em uma nuvem gerenciada e operada por um provedor de serviços. A aplicação (software) é utilizada por meio de um navegador de internet. C) Alternativa incorreta. Justificativa: a infraestrutura como serviço, conhecida pelo acrônimo IaaS (Infrastructure as a Service), é uma tecnologia que fornece a infraestrutura de processamento e armazenamento como um serviço habilitado pela computação em nuvem. Nessa tecnologia, o usuário possui o controle de mecanismos virtuais e não físicos, totalmente baseada em conexões com a internet. 137 INFRAESTRUTURA DE TI D) Alternativa incorreta. Justificativa: essa sigla não tem significado. E) Alternativa incorreta. Justificativa: essa sigla não tem significado. Questão 2. É cada vez mais comum que empresas contratem ou terceirizem uma equipe específica de gestão de infraestrutura de TI. O objetivo é contar com uma equipe especializada que atenda necessidades ou preste serviços relacionados à tecnologia e ao processamento de informações. Esse serviço envolve uma série de aspectos. De forma resumida, o principal intuito da equipe de gestão de TI em uma empresa é alinhar as estratégias de negócio à utilização de recursos tecnológicos. Disponível em: http://polo-it.com.br/blog/gestao-de-infraestrutura-de-ti/. Acesso em: 10 abr. 2020. O gerenciamento de infraestrutura de TI engloba um total de cinco atividades bem definidas, que são: A) Desenho, planejamento, implementação, operação e descarte. B) Desenho, planejamento, implementação, operação e suporte. C) Discussão, planejamento, implementação, operação e suporte. D) Desenho, construção, implementação, operação e suporte. E) Desenho, planejamento, implementação, verificação e suporte. Resposta correta: alternativa B. Análise da questão Segundo Magalhães e Pinheiro (2007), o gerenciamento de infraestrutura de TI engloba um total de cinco atividades bem definidas: desenho, planejamento, implementação, operação e suporte. No desenho da infraestrutura de TI, a ideia é elaborar de modo minucioso a arquitetura de TI a ser implementada na corporação. No planejamento, as ações estão relacionadas a planejar aquisições, instalações e disponibilização de componentes tecnológicos. Na implementação, busca-se instalar e disponibilizar o uso dos componentes da infraestrutura. Na operação, encontra-se o funcionamento adequado da TI, com capacidade e desempenho desejados. No suporte, há o apoio à resolução de problemas ou quaisquer outras anormalidades existentes na infraestrutura tecnológica 138 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 WEILL, P.; ROSS, J. W. Governança de TI: como as empresas com melhor desempenho administram os direitos decisórios de TI na busca por resultados superiores. São Paulo: M. Books, 2006. p. 38. Figura 9 ELEUTÉRIO, M. A. N. Sistemas de informações gerenciais na atualidade. Curitiba: Intersaberes, 2015. p. 96. Figura 10 ELEUTÉRIO, M. A. N. Sistemas de informações gerenciais na atualidade. Curitiba: Intersaberes, 2015. p. 98. Figura 11 LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemasde informação gerenciais. São Paulo: Pearson Pratice Hall, 2013. p. 325. Figura 12 CAIÇARA JÚNIOR, C. Sistemas Integrados de Gestão – ERP: uma abordagem gerencial. Curitiba: Intersaberes: 2015. p. 83. Figura 13 LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas de informação gerenciais. São Paulo: Pearson Pratice Hall, 2013. p. 296. Figura 14 STAIR, R. M.; REYNOLDS, G. W. Princípios de sistemas de informação. São Paulo: Cengage Learning, 2011. p. 185. Figura 15 STAIR, R. M.; REYNOLDS, G. W. Princípios de sistemas de informação. São Paulo: Cengage Learning, 2011. p. 45. Figura 16 STAIR, R. M.; REYNOLDS, G. W. Princípios de sistemas de informação. São Paulo: Cengage Learning, 2011. p. 439. 139 Figura 17 STAIR, R. M.; REYNOLDS, G. W. Princípios de sistemas de informação. São Paulo: Cengage Learning, 2011. p. 444. Figura 18 STAIR, R. M.; REYNOLDS, G. W. Princípios de sistemas de informação. São Paulo: Cengage Learning, 2011. p. 444. Figura 19 STAIR, R. M.; REYNOLDS, G. W. Princípios de sistemas de informação. São Paulo: Cengage Learning, 2011. p. 449. Figura 20 STAIR, R. M.; REYNOLDS, G. W. Princípios de sistemas de informação. São Paulo: Cengage Learning, 2011. p. 452. Figura 21 STAIR, R. M.; REYNOLDS, G. W. Princípios de sistemas de informação. São Paulo: Cengage Learning, 2011. p. 455. Figura 22 STAIR, R. M.; REYNOLDS, G. W. Princípios de sistemas de informação. São Paulo: Cengage Learning, 2011. p. 460. Figura 23 LAUDON, K. C.; LAUDON, J. P. Sistemas de informação gerenciais. São Paulo: Pearson Pratice Hall, 2013. p. 45. Figura 26 ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO/IEC 14.565: cabeamento estruturado para edifícios comerciais e data centers. Rio de Janeiro: ABNT, 2013. p. 18. Figura 27 MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo, do projeto à instalação. São Paulo: Érica, 2013. p. 36. 140 Figura 28 MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo, do projeto à instalação. São Paulo: Érica, 2013. p. 36. Figura 29 MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo, do projeto à instalação. São Paulo: Érica, 2013. p. 37. Figura 30 MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo, do projeto à instalação. São Paulo: Érica, 2013. p. 44. Figura 31 MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo, do projeto à instalação. São Paulo: Érica, 2013. p. 42. Figura 32 MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo, do projeto à instalação. São Paulo: Érica, 2013. p. 44. Figura 33 MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo, do projeto à instalação. São Paulo: Érica, 2013. p. 44. Figura 34 MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo, do projeto à instalação. São Paulo: Érica, 2013. p. 45. Figura 35 MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo, do projeto à instalação. São Paulo: Érica, 2013. p. 46. Figura 36 MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo, do projeto à instalação. São Paulo: Érica, 2013. p. 55. 141 Figura 37 MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo, do projeto à instalação. São Paulo: Érica, 2013. p. 40. Figura 38 LIMA FILHO, E. C. Fundamentos de redes e cabeamento estruturado. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2014. p. 142. Figura 39 MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo, do projeto à instalação. São Paulo: Érica, 2013. Adaptada. Figura 40 MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo, do projeto à instalação. São Paulo: Érica, 2013. p. 55. Figura 41 MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo, do projeto à instalação. São Paulo: Érica, 2013. p. 55. Figura 42 MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo, do projeto à instalação. São Paulo: Érica, 2013. p. 56. Figura 43 MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo, do projeto à instalação. São Paulo: Érica, 2013. p. 58. Figura 44 MARIN, P. S. Cabeamento estruturado: desvendando cada passo, do projeto à instalação. São Paulo: Érica, 2013. p. 44. Figura 45 LIMA FILHO, E. C. Fundamentos de redes e cabeamento estruturado. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2014. p. 136. 142 Figura 46 VERAS, M. Computação em nuvem: nova arquitetura de TI. Rio de Janeiro: Brasport, 2015. p. 85. Figura 47 VERAS, M. Computação em nuvem: nova arquitetura de TI. Rio de Janeiro: Brasport, 2015. p. 85. Figura 48 VERAS, M. Computação em nuvem: nova arquitetura de TI. Rio de Janeiro: Brasport, 2015. p. 85. Figura 49 VERAS, M. Computação em nuvem: nova arquitetura de TI. Rio de Janeiro: Brasport, 2015. p. 85. Figura 50 VERAS, M. Computação em nuvem: nova arquitetura de TI. Rio de Janeiro: Brasport, 2015. p. 117. Figura 51 VERAS, M. Computação em nuvem: nova arquitetura de TI. Rio de Janeiro: Brasport, 2015. p. 98. Figura 52 VERAS, M. Computação em nuvem: nova arquitetura de TI. Rio de Janeiro: Brasport, 2015. p. 120. Figura 53 VERAS, M. Virtualização: tecnologia central do datacenter. Rio de Janeiro: Brasport, 2016. p. 33. Figura 54 VERAS, M. Computação em nuvem: nova arquitetura de TI. Rio de Janeiro: Brasport, 2015. p. 130. Figura 55 VERAS, M. Computação em nuvem: nova arquitetura de TI. Rio de Janeiro: Brasport, 2015. p. 150. Figura 56 VERAS, M. Virtualização: tecnologia central do datacenter. Rio de Janeiro: Brasport, 2016. p. 46. 143 Figura 57 MAGALHÃES, I. L.; PINHEIRO, W. B. Gerenciamento de serviços de TI na prática. São Paulo: Novatec, 2007. p. 151. Figura 58 FITZGERALD, J.; DENNIS, A. Comunicação de dados empresariais e redes. Rio de Janeiro: LTC, 2010. p. 374. Figura 59 FITZGERALD, J.; DENNIS, A. Comunicação de dados empresariais e redes. Rio de Janeiro: LTC, 2010. p. 381. Figura 60 FOROUZAN, B. A.; MOSHARRAF, F. Redes de computadores: uma abordagem top-down. Porto Alegre: AMGH, 2013. p. 723. REFERÊNCIAS Textuais AKABANE, G. K. Gestão estratégica da Tecnologia da Informação: conceitos, metodologias, planejamento e avaliações. São Paulo: Atlas, 2012. AMAZONAS, J. R. A. Projetos de sistemas de comunicações ópticas. Barueri: Manole, 2005. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO/IEC 14.565: cabeamento estruturado para edifícios comerciais e data centers. Rio de Janeiro: ABNT, 2013. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR ISO/IEC 38.500: governança corporativa de Tecnologia da Informação. Rio de Janeiro: ABNT, 2008. BANZATO, E. Tecnologia da Informação aplicada à logística. São Paulo: Iman, 2005. BEAL, A. Gestão estratégica da informação: como transformar a informação e a Tecnologia da Informação em fatores de crescimento e de alto desempenho nas organizações. São Paulo: Atlas, 2004. BERNAL, P. 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