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FÍSICA CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS Antonio Sérgio Martins de Castro Compreender e interpretar novos modelos e teorias associadas à Física moderna, evidenciando suas diferenças e implicações em nosso cotidiano. FÍSICA MODERNA Capítulo 1 Teoria da relatividade restrita 2 Capítulo 2 Física quântica 22 Capítulo 3 Física nuclear 43 Capítulo 4 Partículas elementares e Cosmologia 62 iS to ck p h o to /G e tt y Im ag es Et_EM_3_Cad12_Fis_c01_01a21.indd 1 10/3/18 10:13 AM ► Reconhecer a importância das teorias de Einstein na interpretação e relativização sobre as noções de espaço e tempo. ► Identifi car e interpretar os princípios em que se fundamenta a teoria da relatividade especial. ► Analisar situações que envolvem a dilatação temporal e suas implicações. ► Analisar situações que envolvem a contração espacial e suas implicações. ► Compreender e interpretar as propostas de Einstein referentes à variação de massa com a velocidade. ► Compreender a relação entre massa e energia. Principais conceitos que você vai aprender: ► Relatividade restrita ► Dilatação temporal ► Contração espacial ► Velocidade relativística ► Transformação de Lorentz ► Nas páginas 12 e 13 organizamos um infográfi co sobre a Relatividade especial. 2 OBJETIVOS DO CAPÍTULO koya979/S h u tte rsto ck 1 TEORIA DA RELATIVIDADE RESTRITA No fi m do século XIX, os cientistas consideravam que já haviam descoberto tudo a res- peito da Física. O conhecimento desenvolvido até esse período denomina-se Física clássi- ca, que é a Física básica, estudada em unidades anteriores. Réplica em cera de Albert Einstein (1879-1955), do museu Madame Tussauds. No fi m do século XIX e início do século XX, houve uma revolução nesses estudos, de- corrente principalmente dos trabalhos de Albert Einstein, em especial a teoria da relativi- dade restrita, proposta por ele em 1905. Esses conhecimentos são considerados ponto de partida para o surgimento da Física moderna. As descobertas de Einstein, jamais refutadas experimentalmente, mostram que gran- de parte dos estudos de Física clássica são casos particulares da Física moderna. Por exemplo, um corpo que se move em altíssima velocidade (comparável à da luz): a des- crição de seu movimento pode ser feita precisamente pelas equações de Einstein, mas falha quando se aplica a tradicional Mecânica newtoniana. Já para um corpo em baixa velocidade, tanto a Física clássica quanto a moderna nos levam a resultados precisos (com diferenças realmente desprezíveis entre si). • Observam-se vários desdobramentos quando consideramos velocidades próximas da velocidade da luz (velocidades relativísticas). O que ocorre com um corpo físico ao atingir uma velocidade relativística? Na história, algum corpo já conseguiu ultrapas- sar a velocidade da luz? Estudaremos neste capítulo o que chamamos de Física moderna, e analisaremos as teorias e propostas que ampliaram o poder humano de compreender e transformar a realidade. G re y 8 2 /S h u tt e rs to ck Et_EM_3_Cad12_Fis_c01_01a21.indd 2 10/3/18 10:13 AM 3 FÍ S IC A A teoria da relatividade restrita Após unifi car eletricidade e magnetismo, James C. Maxwell (1831-1879) mostrou que a luz é uma onda eletromagnética e que sua velocidade é dada por: c = µ ε 1 µ ε–µ ε 0 0 µ ε 0 0 µ ε em que µ 0 = 4π ⋅ 10–7 T ⋅ m/A e ε 0 = 8,85 ⋅ 10–12 F/m são constantes denominadas de per- meabilidade magnética e permissividade elétrica do vácuo, respectivamente. Como toda resposta, porém, pode gerar várias outras perguntas, essa descoberta acabou por tirar o sono de muitos físicos da época. Acontece que a velocidade obtida por Maxwell para as ondas eletromagnéticas é constante, independentemente do referencial no qual ela é medida. Essa invariância para a velocidade da luz não estava de acordo com os conceitos absolutos de tempo e espaço da Física clássica. A grande revolução proposta por Albert Einstein (1879-1955), com a publicação da teoria da relatividade restrita, em 1905, foi aceitar a constância da velocidade da luz como um princípio fundamental, mas ao custo de relativizar as noções de espaço e tempo. Segundo Einstein, o tempo e o espaço deixam de ser conceitos absolutos, como previa a Física newtoniana, e passam a depender do referencial no qual são medidos. Como consequência, Einstein vai ainda mais longe e propõe que a massa de um objeto também não é constante, mas varia de acordo com sua velocidade. A invari‰ncia da velocidade da luz Inicialmente denominada pelo próprio Einstein de princípio da invariância, a teoria da relatividade especial fundamenta-se em dois princípios: • As leis da Física são equivalentes em todos os referenciais que se movem uniforme- mente entre si. • A velocidade da luz no vácuo é constante (c = 3 ⋅ 108 m/s) e invariante para todos os referenciais. Para compreendermos o signifi cado e as consequências desses princípios, retomemos o conceito de velocidade relativa da Mecânica clássica. Considere uma pessoa parada e um carro que se aproxima dela com velocidade de 20 km/h, medida em relação à Terra, como mostra a fi gura A. Nesse caso, a velocidade do carro, medida pela pessoa parada, também será de 20 km/h. Por outro lado, se a pessoa começa a correr, indo em direção ao carro com velocidade de 8 km/h, também medida em relação à Terra, como mostra a fi gura B, a velocidade do carro medida pela pessoa passará a ser de 28 km/h (20 km/h + 8 km/h). v 1 = 0 v 2 = 20 km/h v 1 = 8 km/h v 2 = 20 km/h A B O H is h ia p p ly /S h u tt e rs to ck , A n a le n d e r P h y s ik Artigo de Albert Einstein, Zur Elektrodynamic Bewgter Körper (Sobre a eletrodinâmica dos corpos em movimento), publicado em 1905. Et_EM_3_Cad12_Fis_c01_01a21.indd 3 10/3/18 10:14 AM 4 CAPÍTULO 1 O fato curioso é que, segundo o Eletromagnetismo de Maxwell, essa regra não vale para a luz. Se uma pessoa está parada e mede a velocidade de um raio de luz que se apro- xima dela, ela vai medir 3 ⋅ 108 m/s, como mostra a fi gura A a seguir. Por sua vez, se essa pessoa, hipoteticamente, correr com velocidade de 2 ⋅ 105 m/s indo de encontro ao raio de luz, como mostra a fi gura B, ela medirá a mesma velocidade de 3 ⋅ 108 m/s para o raio de luz. Ou seja, a velocidade da luz é invariante em relação a uma alteração de referencial. Luz c = 3 · 10 8 m/s v = 2 · 10 8 m/sv = 0 Luz c = 3 · 10 8 m/s Dilatação temporal A invariância da velocidade da luz obrigou Einstein a derrubar os conceitos de espaço e tempo absolutos. Segundo ele, para que a velocidade de um raio de luz seja igual em dois referenciais quaisquer, que se movem uniformemente em relação ao outro, o intervalo de tempo entre dois eventos não pode ter a mesma duração nos dois referenciais. Além dis- so, os comprimentos de um mesmo objeto medidos nesses dois referenciais apresentarão valores diferentes. Para ilustrar a relatividade temporal, considere um referencial S 0 fi xo no vagão de um trem que se move com velocidade v em relação a um referencial S fi xo na Terra. h Espelho ∆t0 S0S Um raio de luz parte de uma lâmpada localizada no piso do vagão, move-se em direção ao espelho colocado no teto do vagão, refl ete-se e retorna para o piso do vagão, percor- rendo uma distância 2h em relação ao referencial S 0 . Com isso, podemos dizer que o inter- valo de tempo ∆t 0 entre a emissão do raio de luz pela lâmpada e sua chegada novamente no piso do vagão, medido por uma pessoa que está no referencial S 0 , é dado por: v = s t ∆ ∆ s c = h t∆ 2 0 s ∆t 0 = h2 c (I) Vamos agora considerar uma pessoa fi xa na Terra (referencial S). Para essa pessoa, a luz percorre uma distância maior, dada por 2L, como mostra a fi gura. 1 L S 0 I II S 0 S ∆t L v v Com isso, o intervalo de tempo ∆t medido por essa pessoa entre a emissão e o retorno da luz no piso do vagãoé dado por: v = s t ∆ ∆ s c = L t∆ 2 s ∆t = L2 c (II) BA Curiosidade 1 Para distâncias maiores, como de uma estrela para outra, os astrônomos usam uma medida de comprimento em escala interestelar que se chama ano-luz. (1 ano-luz corresponde a 9 460 730 472 580,8 km). Essa unidade também é usada para mensurar o tempo de chegada da luz do corpo celeste até o observador. Por exemplo: se uma estrela está a 6 anos- luz, signifi ca que a sua luz viaja durante 6 anos para chegar ao observador. Et_EM_3_Cad12_Fis_c01_01a21.indd 4 10/3/18 10:14 AM 5 FÍ SI CA Antes da viagem. Após a viagem. Pela fi gura, é evidente que L . h. Portanto, pelas equa- ções I e II, ∆t . ∆t 0 . Isso signifi ca que, para a pessoa que está no referencial S 0 , o intervalo de tempo entre dois eventos quaisquer é menor do que aquele medido pela pessoa que está no referencial S. Em outras palavras, po- demos dizer que o tempo passa mais lentamente para a pessoa que está no referencial S 0 do que para a pessoa que está no referencial S. A relação matemática entre os intervalos de tempo ∆t e ∆t 0 , em função da velocidade v, é dada por: ∆t = ∆ t v 1– c 0 2 Pode-se notar que, sendo v , c, o denominador da equação é sempre um número entre 0 (zero) e 1 (um). Com isso, temos ∆t . ∆t 0 , confi rmando que o intervalo de tempo medido pelo observador fi xo no referencial fi xo (referencial S) é maior do que aquele medido no re- ferencial em movimento (referencial S 0 ). 1 Para ilustrar a dilatação temporal, é usado o parado- xo dos g•meos (ao lado). Considere dois gêmeos idênti- cos: um deles fi ca aqui na Terra e o outro faz uma viagem espacial em uma nave (fi ctícia), que viaja com velocidade próxima à da luz. Passado algum tempo, o gêmeo que es- tava na nave retorna à Terra e encontra o irmão. O que aconteceu? Aquele que fez a viagem está mais jovem do que o irmão que permaneceu na Terra. Isso ocorreu porque o tempo transcorreu mais lentamente para o que estava na nave. Então, alguns anos para o gêmeo que viajou na nave fi ctícia podem ter representado alguns anos a mais para o gêmeo que fi cou aqui na Terra. E se fosse possível? Tema integrador Trabalho, ciência e tecnologia. De acordo com os postulados de Eisntein, a velocidade da luz é a mesma para qualquer tipo de referencial. A teoria da relatividade nos dá margem para imaginar que, se a matéria – quer seja um objeto material ou uma informação – conseguir se deslocar com velocidade maior que a da luz, ela seria capaz de viajar no tempo. E se fosse possível viajar no tempo? Com tal capacidade, poderíamos mudar o passado e consequentemente o futuro, como já assistimos inúmeras vezes em fi lmes. Teorias não faltam para justifi car essa possibilidade, inclusive aquelas que afi rmam que os “buracos de minhoca” seriam as pontes que ligariam passado, presente e futuro. Mas, ao voltarmos para a teoria da relatividade, cuja “barreira da infi nidade” parece ser intransponível, conclui-se que é bem pouco provável que viagens no tempo sejam possíveis, e claro que essa infor- mação é tratada pelos cientistas como improvável. Pesquise quais são os argumentos, no ramo da Física, usados pelos cientistas para declarar que os avanços nas pesqui- sas acerca da viagem no tempo são muito improváveis. Curiosidade 1 O fator de conversão entre o intervalo de tempo relativístico e o tempo do referencial fi xo, γ = v 1 1– c 2 , é conhecido como transformação de Lorentz, em homenagem ao físico neerlandês Hendrik Lorentz (1853-1928). A n d re y _ l/ S h u tt e rs to ck Et_EM_3_Cad12_Fis_c01_01a21.indd 5 10/3/18 10:14 AM 6 CAPÍTULO 1 Atividades 1. (UPF-RS) Em relação à teoria da Relatividade Restrita, formulada por Einstein, é correto afi rmar: a) Estuda os fenômenos relativos a referenciais inerciais. b) As leis da Física são diferentes quando mudamos de um referencial inercial para outro. c) Em um sistema de referência inercial, a velocidade da luz, medida no vácuo, depende da velocidade com a qual se move o observador. d) O tempo é uma grandeza absoluta. e) Os referenciais inerciais são referenciais que se movem, uns em relação aos outros, com velocidade variável. 2. Considerando um trem hipotético que se move a 1 ⋅ 108 m/s em relação a um observador parado em uma estação e sendo de 3 ⋅ 108 m/s a velocidade da luz no vácuo, aponte o que diz a relatividade da Física clássica e da Física moderna para a luz que o observador recebe do trem, nas situações a seguir: a) o trem aproxima-se do observador; b) o trem afasta-se do observador. 3. (UEG-GO) Observe a seguinte sequência de fi guras: Na sequência indicada, estão representadas várias imagens do logo do Núcleo de Seleção da Universidade Estadual de Goiás, cada uma viajando com uma fração da velocidade da luz (c). O fenômeno físico exposto nessa sequência de fi guras é explicado: a) pela ilusão de ótica com lentes. b) pela lei de proporções múltiplas. c) pelo efeito Compton da translação. d) pela teoria da relatividade especial. 4. Um astronauta partiu para uma missão no espaço 40 dias antes de seu aniversário. A tripulação quer fazer uma festa surpresa exatamente nesse dia aqui na Terra. Para a tripulação na nave, que viaja com 80% da velocidade da luz, quantos dias após a partida deve ser realizada a festa? R e p ro d u ç ã o / U E G -G O , 2 0 1 0 . Et_EM_3_Cad12_Fis_c01_01a21.indd 6 10/3/18 10:14 AM 7 FÍ S IC A 5. (UPE) A sonda caçadora de exoplanetas Kepler encontrou aquele que talvez seja o corpo celeste mais parecido com a Terra. A Nasa anunciou, nesta quinta-feira (23), a des- coberta de Kepler-452b, um exoplaneta encontrado den- tro de uma zona habitável de seu sistema solar, ou seja, uma região onde é possível que exista água no estado lí- quido. A semelhança com nosso planeta é tão grande que os pesquisadores chamaram o Kepler-452b de Terra 2.0. O Kepler-452b é cerca de 60% maior que a Terra e precisa de 385 dias para completar uma órbita ao redor de sua estrela, a Kepler 452. E essa estrela hospedeira é muito parecida com nosso Sol: tem quase o mesmo tamanho, temperatura e emite apenas 20% mais luz. Localizado na constelação Cygnus, o sistema solar da Terra 2.0 está a 1 400 anos-luz distante do nosso. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/ terra-2-0-nasa-anuncia-descoberta-historica-de-planeta -quase-identico-ao-nosso> Acesso em: 14 jul. 2016. Supondo-se que, a fi m de investigar mais de perto o Kepler-452b, uma sonda tenha sido enviada da Terra por uma equipe da Nasa, com uma velocidade igual a (3) 1 2 c 2 . Quando o relógio instalado na sonda marcar 28 anos de via- gem, quanto tempo terá se passado para a equipe na Terra? a) 7 anos b) 14 anos c) 21 anos d) 42 anos e) 56 anos 6. Alguns alunos de um curso de Física foram levados para uma excursão a bordo de uma nave espacial para o espaço. Eles foram informados de que o passeio teria duração de 4 horas. Pedro estava preocupado, pois, caso houvesse qualquer tipo de atraso, ele não chegaria a tempo para sua consulta ao dentista. Considere as seguintes informações: • Após o pouso, Pedro tinha disponível o tempo exato para chegar ao consultório. • Exceto no períodos de aceleração e desaceleração, a viagem foi feita com velocidade de 2 ⋅ 108 m/s. • Pedro fi cou atento ao seu relógio de pulso durante toda viagem, a qual, segundo seu relógio, durou exa- tamente 4 horas. Levando-se em consideração as informações anteriores e sendo a velocidade da luz no vácuo c = 3 ⋅ 108 m/s, Pedro conseguiu chegar a tempo para sua consulta? 7. (Udesc) De acordo com o paradoxo dos gêmeos, talvez o mais famoso paradoxo da relatividade restrita, pode-se supor a seguinte situação: um amigo da sua idade viaja a uma velocidade de 0,999c para um planeta de uma estrelasituado a 20 anos-luz de distância. Ele passa 5 anos neste planeta e retorna para casa a 0,999c. Considerando que γ = 22,4, assinale a alternativa que representa corretamen- te quanto tempo seu amigo passou fora de casa do seu ponto de vista e do ponto de vista dele, respectivamente. a) 20,00 anos e 1,12 ano b) 45,04 anos e 1,79 ano c) 25,00 anos e 5,00 anos d) 45,04 anos e 6,79 anos e) 40,04 anos e 5,00 anos 8. +Enem [H17] Sendo a velocidade da luz no vácuo c = 3 ⋅ 108 m/s e o comprimento aproximado da circun- ferência do Equador 40 000 km, se você conseguisse uma nave capaz de atingir a velocidade da luz, você daria 7,5 voltas ao redor da Terra em apenas 1 s. Vamos supor uma nave que consiga dar “apenas” 6 voltas ao redor da Terra em 1 s. Sendo você o piloto, quanto tempo, segundo o seu referencial, seria necessário para completar 600 voltas? a) 20 s b) 30 s c) 40 s d) 50 s e) 60 s Et_EM_3_Cad12_Fis_c01_01a21.indd 7 10/3/18 10:14 AM 8 CAPÍTULO 1 Complementares Tarefa proposta 1 a 14 9. (UEG-GO) Antes mesmo de ter uma ideia mais correta do que é a luz, o homem percebeu que ela era capaz de percorrer muito depressa enormes distâncias. Tão depressa que levou Aris- tóteles – famoso pensador grego que viveu no século IV a.C. e cujas obras infl uenciaram todo o mundo ocidental até a Renascença – a admitir que a velocidade da luz seria infi nita. GUIMARÃES, L. A.; BOA, M. F. Termologia e —ptica. São Paulo: Harbra, 1997. p. 177. Hoje sabe-se que a luz tem velocidade de aproximada- mente 300 000 km/s, que é uma velocidade muito gran- de, porém fi nita. A teoria moderna que admite a veloci- dade da luz constante em qualquer referencial e, portan- to, torna elásticas as dimensões do espaço e do tempo é: a) A teoria da relatividade b) A teoria da dualidade onda – partícula c) A teoria atômica de Bohr d) O princípio de Heisenberg e) A lei da entropia 10. (Vunesp) Instituído pela Organização das Nações Unidas, 2005 é o Ano Mundial da Física, em que se comemora o centenário dos trabalhos revolucionários publicados por Albert Einstein, o mais importante cientista do século XX (segundo a revista estadunidense Time). Na teoria da rela- tividade especial de Einstein, objetos que se movem com velocidade v em relação a um referencial inercial têm o tempo dilatado por um fator γ, para um observador em repouso nesse referencial. A tabela mostra valores de γ para diversos módulos da velocidade v, representados em múltiplos da velocidade da luz, c = 3 ⋅ 108 m/s. V γ 0,000c 1,000 0,100c 1,005 0,200c 1,021 0,400c 1,091 0,600c 1,250 0,800c 1,667 0,900c 2,294 0,998c 15,82 0,999c 22,37 c ∞ Segundo esse modelo, pede-se: a) Qual é a velocidade, em m/s, que deve ser atingida pelo objeto para que a dilatação do tempo seja de apenas 0,5%? Comente como esse resultado explica por que as pessoas não percebem os efeitos da dilata- ção do tempo no seu dia a dia. b) Se para o objeto passaram-se 10 minutos, quantos mi- nutos se passaram para um observador no referencial inercial que vê o objeto se movimentando à velocidade de 0,600c? 11. (UFPE) Um astronauta é colocado a bordo de uma espa- çonave e enviado para uma estação espacial a uma velo- cidade constante v = 0,8c, onde c é a velocidade da luz no vácuo. No referencial da espaçonave, o tempo transcorrido entre o lançamento e a chegada na estação espacial foi de 12 meses. Qual é o tempo transcorrido no referencial da Terra, em meses? 12. (UFRN) André está parado em relação a um referencial inercial, e Regina está parada em relação a outro referen- cial inercial, que se move com velocidade (vetorial) cons- tante em relação ao primeiro. O módulo dessa velocidade é v. André e Regina vão medir o intervalo de tempo entre dois eventos que ocorrem no local onde esta se encontra (por exemplo, o intervalo de tempo transcorrido entre o instante em que um pulso de luz é emitido por uma lanterna, após ser refl etido por um espelho). A teoria da relatividade restrita nos diz que, nesse caso, o intervalo de tempo medido por André (∆t André ) está relacionado ao intervalo de tempo medido por Regina (∆t Regina ) por meio da expressão: ∆t André = γ ⋅ ∆t Regina . Nessa relação, a letra gama (γ) denota o fator de Lorentz. O gráfi co a seguir representa a relação entre γ e v c , na qual c é a velocidade da luz no vácuo. Considere que o fator de Lorentz é dado por: γ = 1 1 – v c 2 . 0,0 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 8 7 6 5 4 3 2 1 v c γ Imagine que, realizadas as medições e comparados os resultados, fosse constatado que ∆t André = 2 ⋅ ∆t Regina . Usando-se essas informações, é possível estimar que, para se obter esse resultado, a velocidade v teria de ser aproximadamente: a) 50% da velocidade da luz no vácuo. b) 87% da velocidade da luz no vácuo. c) 105% da velocidade da luz no vácuo. d) 20% da velocidade da luz no vácuo. Et_EM_3_Cad12_Fis_c01_01a21.indd 8 10/3/18 10:14 AM 9 FÍ S IC A Contração espacial Einstein foi obrigado a quebrar o caráter absoluto do espaço e do tempo, pilares da Física clássica, para aceitar a invariância da velocidade da luz. Assim, aprendemos que o tempo passa mais lentamente em um referencial com velocidades muito altas, quando comparado com outro referencial em repouso. Além da dilatação temporal, a velocidade relativa entre dois referenciais pode tam- bém produzir uma contração espacial. Para ilustrar, vamos imaginar um trem (referen- cial S 0 ) que se move com velocidade v em relação à estação (referencial S). Considere uma barra de comprimento L colocada dentro do vagão, disposta paralelamente à direção da velocidade do trem. Uma pessoa no referencial S 0 , fi xo no vagão, mede um comprimento L 0 para essa barra, como mostra a fi gura. S 0 L 0 S A mesma barra, medida por uma pessoa no referencial S, fi xo na Terra, terá um compri- mento L , L 0 dado por: L = L γ 0 s L = L 0 ⋅ v 1– c 2 Variação da massa com a velocidade No mesmo trabalho publicado em 1905, no qual Einstein revoluciona os concei- tos de espaço e tempo, ele ainda quebra mais um dos pilares da Física clássica, mos- trando que a massa de um objeto não era constante, como se supunha, mas variava a altas velocidades. Na Mecânica newtoniana, a massa é uma característica própria de um corpo, que mede sua inércia, ou seja, o quanto esse corpo resiste a sofrer alterações na veloci- dade. De fato, pela segunda lei de Newton, a massa de um corpo pode ser definida como a razão entre a intensidade da força F r aplicada sobre o corpo e a aceleração por ele adquirida: m = F a Einstein, no entanto, propõe que a inércia de um corpo depende de sua velocidade. Segundo ele, quanto maior a velocidade do corpo, mais difícil é acelerá-lo, ou seja, mais força é necessária para que ele tenha determinado ganho, ou redução, de velocidade. Em outras palavras, a massa do corpo aumenta à medida que sua velocidade aumenta. Naturalmente que, para velocidades pequenas, muito menores do que a veloci- dade da luz, esse efeito é praticamente desprezível. No entanto, quando um objeto adquire velocidade próxima da velocidade da luz, sua massa aumenta drasticamente. Et_EM_3_Cad12_Fis_c01_01a21.indd 9 10/3/18 10:14 AM 10 CAPÍTULO 1 Matematicamente, a massa m de um corpo que se move com velocidade v é dada em que m 0 é sua massa em repouso e c é a velocidade da luz no vácuo. m = m v 1– c 0 2 2 Pode-se constatar pela equação que, de fato, a massa do objeto aumenta quando sua velocidade aumenta. Além disso, ela tende a se tornar infi nita quando a velocidade do corpo tende para a velocidade da luz, como mostra o gráfi co a seguir. 0 m m 0 vc Esse resultado confi rma uma das hipóteses de Einstein, de que nenhum objeto mate- rial pode atingir a velocidade da luz e que, portanto, a velocidade da luz é a maior veloci-dade possível no Universo. Rela•‹o entre massa e energia Uma das consequências de maior impacto da teoria da relatividade especial é a rela- ção entre massa e energia, ou seja, massa pode se transformar em energia, e vice-versa. Essa descoberta possibilitou a construção das usinas de fi ssão nuclear e, infelizmente, também serviu de base para o desenvolvimento das bombas nucleares. Na mecânica clássica, aprendemos que a energia E c de um corpo de massa m que se move com velocidade v é obtida do trabalho realizado pelas forças que atuam nesse corpo, desde a situação de repouso até ele atingir a velocidade v. E c = 1 2 ⋅ m ⋅ v2 Entretanto, Einstein mostrou que a massa de um corpo não é constante, mas depende da velocidade. Levando isso em conta, considere um corpo que, inicialmente em repouso, tem massa m 0 e que é acelerado por uma força até atingir uma velocidade v. Pode-se mostrar que o trabalho realizado e, portanto, a energia cinética adquirida pelo corpo são dados por: E c = m v ⋅ c 1– c 0 2 2 – m 0 ⋅ c2 Nessa expressão, observamos duas parcelas: a primeira, que depende da velocidade v, e a segunda, m 0 ⋅ c2, que não depende da velocidade, denominada de energia de repouso. Com isso, defi ne-se energia relativística total E T de um corpo como a soma da energia ciné- tica com a energia de repouso: E T = E c + m 0 ⋅ c2 Com base nessa expressão, podemos concluir que um objeto, mesmo em repouso, tem uma energia, simplesmente pelo fato de ele ter massa. Portanto, segundo a teoria da rela- tividade restrita, a massa de um corpo nada mais é do que “energia concentrada”, ou seja, massa é energia e energia tem massa. Daí, surge a famosa equação de Einstein, segundo a qual a energia E contida em uma massa m de matéria é dada pela expressão a seguir, em que c = 3 ⋅ 108 m/s é a velocidade da luz. E = m ⋅ c2 Et_EM_3_Cad12_Fis_c01_01a21.indd 10 10/3/18 10:14 AM 11 FÍ S IC A Conexões De acordo com um artigo publicado em 2010 na revista Science, cientistas do laboratório Nist (National Institute of Stan- dards and Technology), nos Estados Unidos, conseguiram pela primeira vez medir os efeitos da teoria em escala humana. Os cientistas observaram o fenômeno da dilatação do tempo usando dois dos mais precisos relógios atômicos já construídos. Os dois relógios são quase idênticos e dão seus “tiques” acompanhando as vibrações de um único íon de alumínio – um átomo de alumínio eletricamente carregado. O íon vibra entre dois estados de energia mais de um quatrilhão de vezes por segundo. Experimentos focaram dois cenários previstos pela teoria da relatividade de Einstein. No primeiro experimento, os cientistas colocaram um dos relógios cerca de 30 centímetros mais alto do que o outro. As medições mostraram que o relógio mais baixo atrasava, comparado com o colocado mais alto, exatamente como previsto pelas equações da relatividade. r g No segundo cenário, quando um observador está se movendo, o tique de um relógio estacionário parecerá durar mais do ponto de vista daquele observador, o que fará com que ele marque o tempo mais lentamente. Como um relógio atômico é grande e sensível demais para ser colocado no porta-malas de um carro, para o segundo experimento, os cientistas fi zeram com que o íon de alumínio — que fi ca praticamente parado no interior do relógio atômico — se movimentasse para a frente e para trás, resultando em velocidades equivalentes a um movimento de alguns metros por segundo. De novo, o resultado foi exatamente o previsto pela relatividade. O relógio no qual o íon executava movimentos oscilatórios marcou uma passagem de tempo menor, comparado com o outro. Disponível em: <www.inovaçãotecnologica.com.br/>. Acesso em: 22 jul. 2015. 1. Em relação às noções de espaço e tempo, quais são as diferenças fundamentais entre a teoria da relatividade de Einstein e a mecânica de Newton? 2. Pesquise em quais outras situações do dia a dia devemos considerar a teoria da relatividade restrita. S e re n e th o s /S h u tt e rs to c k , c o b a lt 8 8 /S h u tt e rs to c k S e re n e th o s /S h u tt e rs to c k , c o b a lt 8 8 /S h u tt e rs to c k Et_EM_3_Cad12_Fis_c01_01a21.indd 11 10/3/18 10:14 AM Relatividade especial A té o início do século XX, os físicos entendiam o funcionamento do mundo conforme as leis propostas por Isaac Newton. Entretanto, tais leis não conseguiam explicar alguns fenômenos que se produziam no campo experimental e que não estavam de acordo com os postulados do genial cientista britânico. Então, apareceu em cena um jovem físico alemão de apenas 25 anos chamado Albert Einstein que, com sua visão nova e irreverente do universo, abalou profundamente as bases da Física. De acordo com esta visão: Velocidade 11,2 km/seg (velocidade de um foguete) 262 000 km/seg 300 000 km/seg (velocidade da luz) 2 partes por 1 bilhão 50% 100% (extensão do objeto=0) O objeto se contrai Velocidade 149 000 km/seg 262 000 km/seg 300 000 km/seg (velocidade da luz) 15% 100% (a massa é duplicada) Massa infinita Aumento da massa É o valor da velocidade da luz no vácuo, de acordo com as medições mais precisas. 299 792 km/seg Antecedentes Os cientistas do princípio do século XX acreditavam que qualquer fenômeno físico poderia ser explicado mediante a Mecânica newtoniana, assim como os eletromagnéticos com as equações de Maxwell. Não consideravam a necessidade de uma nova visão integral. A contração de Lorenz Emite-se um raio de luz em duas direções: um no sentido em que o planeta Terra viaja e outro perpendicular a ele. Espelho Entretanto, o experimento fracassou, já que os raios emitidos em diferentes direções sempre retornaram ao receptor ao mesmo tempo. O éter teria que influenciar de diferente forma em cada raio, devido à sua direção, e, portanto, estes deveriam regressar ao receptor com uma pequena defasagem de tempo. Um fracasso que abre as portas para novas ideias Em 1887, os físicos Albert Michelson e Edgard W. Morley realizaram um experimento para determinar o “movimento absoluto” da Terra. Pretendiam comparar o movimento do planeta com o éter em “repouso absoluto”, já que acreditavam que existia um método para detectar esta substância. O tempo Era uma grandeza absoluta; ou seja, um segundo tinha o mesmo valor em qualquer parte do universo. O espaço Também era uma grandeza absoluta. O físico holandês Hendrik A. Lorenz propôs então que uma carga que se contrai aumenta sua massa, calculando da seguinte forma: Para explicar o resultado negativo do experimento Michelson-Morley, o físico George F. FitzGerald postulou que os objetos em movimento sofrem uma compressão. Assim, o raio de luz que apontava para a direção em que se movimenta a Terra percorria um caminho mais curto do que o perpendicular, compensando assim o efeito do éter. Ele realizou o seguinte cálculo: A luz Propagava-se em forma de ondas por um meio chamado “éter luminoso”, que ninguém tinha conseguido detectar até então, apesar dos esforços. O éter Acreditava-se que era um parâmetro uniforme e em repouso de um universo em movimento. 1 2 3 Espelho receptor prisma Emissor de luz INFO + ENEM 12 CAPÍTULO 1 Et_EM_3_Cad12_Fis_c01_01a21.indd 12 10/3/18 10:14 AM Não existe nenhum sistema de referência em repouso no universo (nada está parado) nem medidas absolutas. As dimensões dependem do observador e são diferentes, de acordo com o estado em que se encontra tal observador. Einstein afirmou, além disso, que todas as leis da Física são iguais para diferentes observadores que se movimentam a velocidades constantes entre eles. Mais tarde, na sua teoria da relatividade geral, ampliou as aplicações a qualquer sistema de referência, independentemente de seu movimento. O único parâmetro constante no universo é a velocidade da luz no vácuo, não importando se sua fonte está em repouso ou em movimento.De acordo com a Física newtoniana, a velocidade da luz que a locomotiva em movimento emite deveria ser igual à velocidade da luz somada à velocidade da locomotiva. Uma nave espacial hipotética se aproxima de outra nave similar em repouso a 262 000 km/seg. O astronauta em movimento não nota nenhuma mudança em seu relógio de bordo nem em sua nave. Mas o astronauta em repouso observa que, dentro da nave em movimento, o tempo transcorre a metade da velocidade que em seu relógio. E a nave que se aproxima tem duas vezes a massa da sua, apesar de ter a metade do tamanho. Uma hora mais tarde, a nave em movimento se detém. Recupera seu tamanho e massa, mas seu relógio indica um atraso de meia hora em relação ao que estava em repouso. Relógio da nave em movimento Relógio da nave em repouso Einstein diz que, independentemente do movimento ou repouso da fonte, a velocidade da luz é sempre constante. Como a velocidade equivale ao quociente da distância sobre o tempo, isso quer dizer que tanto o espaço quanto o tempo não são medidas absolutas e podem variar. Em 1971, comprovou-se experimentalmente esse postulado. Foram sincronizados relógios atômicos de grande precisão. Alguns deles subiram em um avião e voaram durante 40 horas. Ao regressar à Terra, os relógios já não estavam sincronizados, tal como havia previsto Einstein. Se um objeto for lançado da locomotiva em movimento, a velocidade final do objeto será a velocidade “de lançamento” mais a velocidade da locomotiva. A equação mais famosa do mundo, postulada por Einstein, relaciona a energia com a massa, já que trata de conceitos equivalentes. A equação permitiu o desenvolvimento da energia nuclear, por exemplo. E = m · c2 A revolução de Einstein Albert Einstein propôs uma solução para estes problemas com sua teoria da relatividade especial, publicada em 1905 e que basicamente é constituída por dois postulados. Relógios que atrasam Uma das consequências mais impressionantes dos postulados de Einstein é que o tempo corre em diferentes velocidades. Isso depende de o objeto estar em repouso ou em movimento, já que se trata de uma dimensão relativa e não absoluta. Albert Einstein Foi o cientista ícone do século XX e seus postulados mudaram a visão do Universo. Nasceu na Alemanha, em 1879, e se naturalizou norte-americano em 1940. Com apenas 25 anos, sendo empregado de um escritório de patentes na Suíça, publicou a teoria da relatividade especial que foi complementada pela teoria da relatividade geral dez anos mais tarde. Em 1921, recebeu o prêmio Nobel de Física, mas não pela relatividade, e sim por sua explicação do efeito fotoelétrico. A perseguição sofrida pelo regime nacional-socialista o obrigou a emigrar para os Estados Unidos, país no qual morreu em 1955 quando estava trabalhando com as equações para unir as quatro forças fundamentais do Universo. Primeiro postulado Segundo postulado 1 3 4 2 Um ser humano é grande ou pequeno? Se comparado a um cachorro, é grande, mas é pequeno ao lado de um elefante. Isso quer dizer que sua medida sempre é relativa ao observador ou ao sistema de referência. Acesse a questão Info + Enem e mais conteúdos do exame utilizando seu celular. Saiba mais em <www.plurall.net>. © S o l 9 0 I m a g e s 13 Et_EM_3_Cad12_Fis_c01_01a21.indd 13 10/3/18 10:14 AM 14 CAPÍTULO 1 Decifrando o enunciado Lendo o enunciado O fato de o movimento da régua ter uma velocidade que corresponde a uma fração da velocidade da luz indica que seu comprimento pode sofrer variação. Essa possibilidade é descrita pela teoria da relatividade. Observe que o comprimento da régua fornecido na questão está em unidades do SI, porém, nesse caso, pode ser utilizado, pois pretende-se encontrar um novo comprimento derivado do inicial. (UPE) Uma régua cujo comprimento é de 50 cm está se movendo paralelamente à sua maior di- mensão com velocidade 0,6c em relação a certo observador. Sobre isso, é correto afi rmar que o comprimento da régua, em centímetros, para esse observador vale: a) 35 b) 40 c) 62,5 d) 50 e) 100 Resolução Resposta: B Utilizando a equação para a contração do comprimento, temos: L = L 0 1 – c 2 v w L = 50 1 – 0,6c c 2 s L = 50 1 – 0,36 = 50 ⋅ 0,8 = 40 cm Atividades 13. (UEM-PR) Em 1905, Albert Einstein propôs mudanças no estudo do movimento relativo entre corpos. A proposta de Einstein fi cou conhecida como a Teoria da Relatividade Especial. Sobre a Teoria da Relatividade Especial de Einstein é correto afi rmar que: (01) As leis da Física mudam quando se muda o referen- cial inercial. (02) A velocidade da luz no vácuo tem o mesmo valor em todos os referenciais inerciais. Não depende do movimento da fonte de luz e tem igual valor em todas as direções. (04) A massa de um corpo é constante, independente- mente da velocidade desse corpo. (08) A energia total (E, em Joules) de um corpo de massa (m, em quilogramas) é o produto de sua massa pelo quadrado da velocidade da luz no vácuo (c, em me- tros por segundo), ou seja, E = m ⋅ c2. (16) Na natureza não podem ocorrer interações com ve- locidade menor do que a velocidade da luz. Dê a soma dos números dos itens corretos. 14. Uma barra, em repouso, tem 2,0 m de comprimento. Se, em relação a um observador, essa barra entrar em movimento com velocidade v na direção de seu compri- mento, o que acontecerá com a medida do comprimento da barra feita pelo observador: a) se a velocidade da barra for desprezível em relação à velocidade da luz? b) se a velocidade da barra for comparável à velocidade da luz? 15. Uma pessoa viajando em uma nave espacial em alta veloci- dade usa uma régua de 30 cm (comprimento de repouso). Para essa pessoa, o comprimento da régua parecerá con- traído ou dilatado? Et_EM_3_Cad12_Fis_c01_01a21.indd 14 10/3/18 10:14 AM 15 FÍ S IC A ( ) A velocidade da luz no vácuo é a mesma em todas as direções e em todos os referenciais inerciais e não depende do movimento da fonte ou do observador. ( ) As leis da Física dependem do referencial inercial escolhido. ( ) Dois observadores em movimento relativo não con- cordam, em geral, quanto à simultaneidade entre dois eventos. ( ) O tempo próprio é o intervalo de tempo entre dois eventos que ocorrem no mesmo ponto em um deter- minado referencial inercial, medido nesse referencial. ( ) O comprimento próprio de um objeto é aquele medi- do em um referencial no qual ele está em repouso. 19. (AFA-SP) Uma garota de nome Julieta se encontra em uma nave espacial brincando em um balanço que oscila com período constante igual a T 0 medido no interior da nave, como mostra a fi gura abaixo. A nave de Julieta passa paralelamente com velocidade 0,5c em que c é a velocidade da luz, por uma plataforma espacial, em relação à qual o astronauta Romeu se encon- tra parado. Durante essa passagem, Romeu mede o pe- ríodo de oscilação do balanço como sendo T e o compri- mento da nave, na direção do movimento, como sendo L. Nessas condições, o período T, medido por Romeu, e o com- primento da nave, medido por Julieta, são respectivamente: a) 2 3 T 0 3 e 2 3 L 3 b) 2 3 T 0 3 e L 3 2 c) T 3 2 0 e 2 3 L 3 d) T 3 2 0 e L 3 2 16. (UFRGS-RS) De acordo com a Teoria da Relatividade, quando objetos se movem através do espaço-tempo com velocidades da ordem da velocidade da luz, as medidas de espaço e tempo sofrem alterações. A expressão da contração espacial é dada por L = L 0 1 – v c 2 2 1 2 onde v é a velocidade relativa entre o objeto observado e o observa- dor, c é a velocidade de propagação da luz no vácuo, L é o comprimento medido para o objeto em movimento, e L 0 é o comprimento medido para o objeto em repouso. A distância Sol-Terra para um observador fixo na Terra é L 0 = 1,5 ⋅ 1011m. Para um nêutron com velocidade v = 0,6 c, essa distância é de: a) 1,2 ⋅ 1010 m b) 7,5 ⋅ 1010 m c) 1,0 ⋅ 1011 m d) 1,2 ⋅ 1011 m e) 1,5 ⋅ 1011 m 17. (UEMS) Considere as afi rmações a seguir e assinale a al- ternativa correta: I. A teoria da relatividade restrita mostra que a massa de um corpo aumenta, quando medida por um observa- dor em movimento com relação a ele. Em outras pa- lavras, quando caminhamos, temos uma massa maior quando medida por uma pessoa que nos observa, sentada em uma cadeira. II. A teoria da relatividade prova, matematicamente, que somente corpos com velocidades próximas à da luz têm suas dimensões contraídas. III. A teoria da relatividade trata de uma visão filosófi- ca construída pela mente do gênio Albert Einstein, não sendo, portanto, teoria que pode ser provada experimentalmente. Está(ão) correta(s): a) apenas I. b) apenas II. c) apenas III. d) I, II e III. e) apenas II e III. 18. (UFPB) A Relatividade Especial é uma teoria muito bem consolidada experimentalmente, inclusive tendo aplica- ções dela no cotidiano. Um exemplo bastante expressivo é o aparelho de navegação GPS, o qual está baseado na Relatividade Especial, e é construído com a fi nalidade de proporcionar orientação espacial com precisão. Com base nos conceitos da Relatividade Especial, identifi - que as afi rmativas corretas: R e p ro d u ç ã o / A FA -S P, 2 0 1 4 . Et_EM_3_Cad12_Fis_c01_01a21.indd 15 10/3/18 10:14 AM 16 CAPÍTULO 1 20. (UFG-GO) Em 1964, o físico britânico Peter Higgs propôs a existência de um campo, o qual, ao interagir com uma partícula, conferia a ela a sua massa. A unidade básica desse campo foi chamada de bóson de Higgs. Em julho de 2012, os cientistas do CERN (Centro Europeu de Pesquisas Nucleares) anunciaram terem identifi cado o bóson de Higgs, com uma massa de 125 GeV (giga elétron volt). O valor dessa massa, em kg, é de: Dados: 1 eV = 1,6 ⋅ 10–19 J; c = 3,0 ⋅ 108 m/s. a) 4,50 ⋅ 10–24 b) 6,66 ⋅ 10–18 c) 2,22 ⋅ 10–25 d) 6,66 ⋅ 10–27 e) 2,22 ⋅ 10–34 Complementares Tarefa proposta 15 a 32 21. (UFSC) Assinale a(s) proposição(ões) correta(s): (01) A teoria da relatividade não limita a velocidade que uma partícula pode adquirir. (02) A mecânica clássica não impõe limitação para o valor da velocidade que uma partícula pode adquirir, pois, en- quanto atuar uma força sobre ela, haverá uma acelera- ção, e sua velocidade poderá crescer indefi nidamente. (04) A teoria da relatividade afi rma que a velocidade da luz não depende do sistema de referência. (08) Tanto a mecânica clássica como a teoria da relativi- dade asseguram que a massa de uma partícula não varia com a velocidade. (16) Pela teoria da relatividade, podemos afi rmar que a luz se propaga no vácuo com velocidade cons- tante c = 300 000 km/s, independentemente da velocidade da fonte luminosa ou da velocidade do observador; então é possível concluir que a luz se propaga em todos os meios com velocidade cons- tante e igual a c. (32) A teoria da relatividade permite concluir que, quan- to maior for a velocidade de uma partícula, mais fácil será aumentá-la, ou seja, quanto maior for a velocidade, menor será a força necessária para pro- duzir uma mesma aceleração. Dê a soma dos números dos itens corretos. 22. (UFG-GO) A teoria da relatividade elaborada por Albert Eins- tein (1879-1950), no início do século XX, abalou profun- damente os alicerces da Física Clássica, que já estava bem estabelecida e testada. Por questionar os conceitos canônicos da ciência e do senso comum até então, ela tornou-se uma das teorias científi cas mais populares de todos os tempos. Que situação física, prevista pela relatividade restrita de Eins- tein, também está em conformidade com a Física Clássica? a) A invariância do tempo em referenciais inerciais. b) A contração do espaço. c) A invariância da velocidade da luz. d) A diferença entre massa inercial e gravitacional. e) A conservação da quantidade de movimento. 23. (UEL-PR) Em 2005 comemoramos o centenário da publi- cação, por Albert Einstein, de três trabalhos que mudaram a visão do homem sobre o mundo. Um desses trabalhos discute os fundamentos do eletromagnetismo e introduz o que é hoje conhecido como teoria da relatividade. Noutro, a interação de um elétron com a radiação ele- tromagnética (efeito fotoelétrico) é discutida, fornecendo nova base experimental à mecânica quântica. Num tercei- ro, as consequências observáveis das bases microscópicas da termodinâmica e mecânica estatística são previstas, fundamentando o que até então era conhecido como efeito browniano. Um dos resultados notáveis da teoria da relatividade foi a união dos conceitos de massa (m) e energia (E). E = m ⋅ c2 A famosa equação em que c é a velocidade da luz no vá- cuo, c = 3 ⋅ 108 m/s, fornece uma relação entre os conteú- dos de massa e energia de um corpo e prediz, por exem- plo, que, ao aquecermos uma panela com água, estamos, também, aumentando sua massa. Assim, se uma caloria, 4,18 joules, é a quantidade de energia necessária para ele- var a temperatura de 1 g de água de 14,5 °C para 15,5 °C, assinale, dentre as alternativas a seguir, aquela que melhor expressa o correspondente incremento de massa. a) 5 ⋅ 10–3 kg b) 5 ⋅ 10–9 kg c) 5 ⋅ 10–17 kg d) 5 ⋅ 10–25 kg e) 5 ⋅ 10–34 kg 24. (FGV-SP) Não está longe a época em que aviões poderão voar a velocidades da ordem de grandeza da velocidade da luz (c) no vácuo. Se um desses aviões, voando a uma velocidade de 0,6 c passar rente à pista de um aeroporto de 2,5 km, percorrendo-a em sua extensão, para o piloto desse avião a pista terá uma extensão, em km, de: a) 1,6 b) 2,0 c) 2,3 d) 2,8 e) 3,2 Et_EM_3_Cad12_Fis_c01_01a21.indd 16 10/3/18 10:14 AM 17 FÍ SI CA 1. (UFMG) Considere que, no ano de 2222, um trem ex- presso passa por uma estação à velocidade de 0,2c, em que c é a velocidade da luz. Henrique está dentro desse trem, em um vagão que mede 30 m de comprimento. Quando o trem está passando pela estação, Henrique liga um laser situado no fundo do vagão. Esse laser emite um pulso de luz, que é refl etido por um espelho posicionado na frente do vagão, retorna e atinge um detector situado junto ao laser. a) No referencial de Henrique, calcule o intervalo de tem- po entre o pulso sair do laser e atingir o detector. b) Enquanto isso, Alberto, parado na estação, vê o trem passar. Considerando essa informação, responda: qual é a velocidade do pulso de luz do laser medida no re- ferencial de Alberto? Justifi que sua resposta. 2. (IFMG) Uma nave move-se com velocidade muito grande em relação à Terra. Em determinado instante, ela emite um pulso luminoso, de velocidade v P , na mesma direção e sentido de seu movimento. Um tripulante dessa nave mede, para esse pulso, uma velocidade v N e um observador na Terra mede, para o mesmo pulso, uma velocidade dada por v T . Nessas condições, v P , v N e v T estão corretamente relacionadas em: a) v P . v N = v T b) v P . v N . v T c) v P , v N = v T d) v P = v N = v T e) v P .v N , v T 3. (UFSJ-MG) Um jato militar “relativístico” voa com uma velocidade constante de 0,8 ⋅ c, em que c é a velocida- de da luz no vácuo. Esse avião dispara um feixe de laser. Considerando que o jato está a uma altitude em que se possa considerar a velocidade da luz como c, assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, o valor da velocidade do feixe de laser percebida pelo piloto e por um observador em um referencial estacionário. a) c; 1,8 ⋅ c b) 0,2 ⋅ c; c c) c; 2 ⋅ c d) c; c 4. (UFRGS-RS) Dilatação temporal e contração espacial são conceitos que decorrem da: a) Teoria Especial da Relatividade b) Termodinâmica c) Mecânica Newtoniana d) Teoria Atômica de Bohr e) Mecânica Quântica 5. (FGV-SP) A nave “New Horizons”, cuja foto é apresentada a seguir, partiu do CaboCanaveral em janeiro de 2006 e chegou bem perto de Plutão em julho de 2015. Foram mais de 9 anos no espaço, voando a 21 km/s. É uma velo- cidade muito alta para nossos padrões aqui na Terra, mas muito baixa se comparada aos 300 000 km/s da velocidade da luz no vácuo. Fonte: <http://goo.gl/oeSWn>. Considere uma nave que possa voar a uma velocidade igual a 80% da velocidade da luz e cuja viagem dure 9 anos para nós, observadores localizados na Terra. Para um astronauta no interior dessa nave, tal viagem du- raria cerca de: a) 4,1 anos b) 5,4 anos c) 6,5 anos d) 15 anos e) 20,5 anos Texto para a próxima questão. Leia o texto a seguir e responda à questão. O tempo nada mais é que a forma da nossa intuição in- terna. Se a condição particular da nossa sensibilidade lhe for suprimida, desaparece também o conceito de tempo, que não adere aos próprios objetos, mas apenas ao sujeito que os intui. KANT, I. Cr’tica da raz‹o pura. Trad. Valério Rohden e Udo Baldur Moosburguer. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 47. Coleção Os Pensadores. 6. (UEL-PR) A questão do tempo sempre foi abordada por fi lósofos, como Kant. Na Física, os resultados obtidos por Einstein sobre a ideia da “dilatação do tempo” explicam situações cotidianas, como, por exemplo, o uso de GPS. Com base nos conhecimentos sobre a Teoria da Relativi- dade de Einstein, assinale a alternativa correta. a) O intervalo de tempo medido em um referencial em que se empregam dois cronômetros e dois observa- dores é menor do que o intervalo de tempo próprio no referencial em que a medida é feita por um único observador com um único cronômetro. b) Considerando uma nave que se movimenta próximo à velocidade da luz, o tripulante verifi ca que, chegando ao seu destino, o seu relógio está adiantado em rela- ção ao relógio da estação espacial da qual ele partiu. c) As leis da Física são diferentes para dois observadores posicionados em sistemas de referência inerciais, que se deslocam com velocidade média constante. d) A dilatação do tempo é uma consequência direta do princípio da constância da velocidade da luz e da cine- mática elementar. e) A velocidade da luz no vácuo tem valores diferentes para observadores em referenciais privilegiados. Tarefa proposta R e p ro d u ç ã o / F G V -S P, 2 0 1 7. Et_EM_3_Cad12_Fis_c01_01a21.indd 17 10/3/18 10:14 AM 18 CAPÍTULO 1 7. Um astronauta faz uma viagem hipotética da Terra até a estrela Alfa, da constelação de Centauro. Sabendo que a distância dessa estrela até nós é de 4,3 anos-luz, que a ve- locidade da luz no vácuo é de 3 ⋅ 108 m/s e supondo que a nave espacial faça essa viagem com velocidade de 2 ⋅ 108 m/s, calcule o intervalo de tempo de duração da viagem de ida para um observador na Terra. 8. Com relação ao exercício anterior, qual é a duração, em anos, da viagem de ida, para o astronauta? 9. Ainda com relação à questão 7, se for aumentada a velo- cidade da nave, para o astronauta, a duração da viagem diminui ou aumenta? E para o observador na Terra? 10. Um foguete será enviado para uma missão espacial e per- manecerá durante 25 dias em órbita, de acordo com o referencial na Terra, a uma velocidade de 0,6c, em que c é a velocidade da luz no vácuo. O foguete consome, de acordo com seu referencial, 10 litros de combustível por dia e deve levar mais 20% do consumo esperado como reserva. Quantos litros devem ser colocados no foguete para a missão? 11. (UFRN) Nos dias atuais, há um sistema de navegação de alta precisão que depende de satélites artificiais em órbita em torno da Terra. Para que não haja erros significativos nas posições fornecidas por esses satélites, é necessário corrigir relativisticamente o intervalo de tempo medido pelo relógio, a bordo de cada um desses satélites. A teoria da relatividade especial prevê que, se não for feito esse tipo de correção, um relógio a bordo não marcará o mesmo in- tervalo de tempo que outro relógio em repouso na super- fície da Terra, mesmo sabendo-se que ambos os relógios estão sempre em perfeitas condições de funcionamento e foram sincronizados antes de o satélite ser lançado. Se não for feita a correção relativística para o tempo medido pelo relógio de bordo: a) ele se adiantará em relação ao relógio em terra en- quanto ele for acelerado em relação à Terra. b) ele ficará cada vez mais adiantado em relação ao reló- gio em terra. c) ele se atrasará em relação ao relógio em terra durante metade de sua órbita e se adiantará durante a outra metade da órbita. d) ele ficará cada vez mais atrasado em relação ao relógio em terra. 12. (UFSC) A Física Moderna é o estudo da Física desenvolvido no final do século XIX e início do século XX. Em particular, é o estudo da Mecânica Quântica e da teoria da Relativi- dade Restrita. Assinale a(s) proposição(ões) correta(s) em relação às con- tribuições da Física moderna. (01) Demonstra limitações da Física Newtoniana na esca- la microscópica. (02) Nega totalmente as aplicações das leis de Newton. (04) Explica o efeito fotoelétrico e o laser. (08) Afirma que as leis da Física são as mesmas em todos os referenciais inerciais. (16) Comprova que a velocidade da luz é diferente para quaisquer observadores em referenciais inerciais. (32) Demonstra que a massa de um corpo independe de sua velocidade. Dê a soma dos números dos itens corretos. 13. (IFMG) Um observador A está em uma espaçonave que passa perto da Terra afastando-se da mesma com uma velocidade relativa de 0,995c. A espaçonave segue viagem até que o observador A constata que a mesma já dura 2,50 anos. Nesse instante, a espaçonave inverte o sentido da sua trajetória e inicia o retorno à Terra, que dura igual- mente 2,50 anos, de acordo com o relógio de bordo. Um observador B, na superfície da Terra, envelhece, aproxima- damente, entre a partida e o retorno da espaçonave: a) 50 anos b) 25 anos c) 5,0 anos d) 2,5 anos e) 0,50 ano 14. (UFRGS-RS) Os múons cósmicos são partículas de altas energias, criadas na alta atmosfera terrestre. A velocidade de alguns desses múons (v) é próxima da velocidade da luz (c), tal que v2 = 0,998c2, e seu tempo de vida em um referencial em repouso é aproximadamente t 0 = 2 ⋅ 10–6 s. Pelas leis da mecânica clássica, com esse tempo de vida tão curto, nenhum múon poderia chegar ao solo, no en- tanto eles são detectados na Terra. Pelos postulados da relatividade restrita, o tempo de vida do múon em um referencial terrestre (t) e o tempo t 0 são relacionados pelo fator relativístico γ = 1 1 – v c 2 2 . Para um observador terrestre a distância que o múon pode percorrer antes de se desintegrar é, aproximadamente: a) 6,0 ⋅ 102 m b) 6,0 ⋅ 103 m c) 13,5 ⋅ 103 m d) 17,5 ⋅ 103 m e) 27,0 ⋅ 103 m 15. (UFJF-MG) A velocidade é uma grandeza relativa, ou seja, a sua determinação depende do referencial a partir do qual está sendo medida. A Teoria da Relatividade Especial, ela- borada em 1905 pelo físico alemão Albert Einstein, afirma que o comprimento e a massa de um objeto são grandezas que também dependem da velocidade e, consequente- mente, são relativas. Sobre a Teoria da Relatividade Especial, julgue os itens abaixo e marque a alternativa correta. I. A massa de um objeto é independente da velocidade do mesmo, medida por qualquer referencial inercial. II. A velocidade da luz é um limite superior para a veloci- dade de qualquer objeto. III. Intervalos de tempo e de espaço são grandezas abso- lutas e independentes dos referenciais. Et_EM_3_Cad12_Fis_c01_01a21.indd 18 10/3/18 10:14 AM 19 FÍ S IC A IV. As leis da Física são as mesmas em todos os sistemas de referência inercial. V. Massa e energia são quantidades que não possuem nenhuma relação. a) Somente II e III estão corretas. b) Somente I e II estão corretas. c) Somente I e V estão corretas. d) Somente I e III estão corretas. e) Somente II e IVestão corretas. 16. (ITA-SP) Enquanto em repouso relativo a uma estrela, um astronauta vê a luz dela como predominantemente vermelha, de comprimento de onda próximo a 600 nm. Acelerando sua nave na direção da estrela, a luz será vista como predominantemente violeta, de comprimento de onda próximo a 400 nm, ocasião em que a razão da velo- cidade da nave em relação à da luz será de: a) 1 3 b) 2 3 c) 4 9 d) 5 9 e) 5 13 17. +Enem [H17] Uma barra de 2,0 m move-se na direção do próprio comprimento com uma velocidade constante de 2,4 ⋅ 108 m/s em relação a determinado observador. Determine o comprimento da régua medido por esse observador. (Dado: velocidade da luz no vácuo: c = 3,0 ⋅ 108 m/s) a) 1,0 m b) 1,2 m c) 1,4 m d) 1,6 m e) 1,8 m 18. (UFPA) Suponha que pudéssemos construir uma nave espacial capaz de deslocar-se sempre com velocidade de 0,6 ⋅ c (em que c é a velocidade da luz no vácuo) em uma viagem de ida e volta a uma região do Uni- verso distante 15 anos-luz da Terra. Tendo em vista a teoria da relatividade restrita e os dados apresenta- dos, responda: a) Quais os dois postulados nos quais se baseia essa teoria? b) Qual a duração, em anos, dessa viagem, para um ob- servador na Terra? c) Para um observador situado na nave, qual seria, em anos, a duração da viagem? d) Ainda para um observador na nave, qual a distância, em anos-luz, que ele mediria, do ponto de retorno da nave até a Terra? 19. +Enem [H17] Um elétron, quando em repouso, tem uma massa de 9 ⋅ 10–31 kg. Sendo assim, pelas leis de Newton, isso signifi ca que, para que esse elétron, estando inicial- mente em repouso, adquira uma aceleração de 1 m/s2, ele deve fi car submetido a uma força resultante de 9 ⋅ 10–31 N. Considere que esse elétron seja acelerado no interior de um acelerador de partículas até atingir 80% da velocidade da luz. Nessa velocidade, a massa do elétron passa a ser de aproximadamente: a) 7,2 ⋅ 10–31 kg b) 5,4 ⋅ 10–31 kg c) 1,8 ⋅ 10–31 kg d) 8,1 ⋅ 10–30 kg e) 1,5 ⋅ 10–30 kg 20. (UFG-GO) No microscópio eletrônico de transmissão, os elétrons são acelerados por uma diferença de potencial, atravessam uma fi na camada da amostra a ser analisada e, fi nalmente, atingem o detector. Como as energias dos elétrons são elevadas, correções relativísticas são necessá- rias. A energia cinética relativística dos elétrons é dada por: E = v c 1 1 – – 1 2 2 ⋅ E 0 sendo E 0 = m ⋅ c2 = 0,5 M eV . Diante do exposto, calcule: a) a diferença de potencial aplicada aos elétrons para E = E 10 0 , lembrando que 1,0 eV = 1,6 ⋅ 10–19 J; b) a razão v c entre as velocidades dos elétrons e a veloci- dade da luz para E = E 12 0 . 21. (UFPI) Leia o texto a seguir. O Sol terá liberado, ao final de sua vida, 1044 jou- les de energia em 10 bilhões de anos, correspondendo a uma conversão de massa em energia, em um pro- cesso governado pela equação E = m ⋅ c2 (em que E é a energia, m é a massa e c2, a velocidade da luz ao quadrado), deduzida pelo físico alemão Albert Einstein (1879-1955), em sua teoria da relatividade, publicada em 1905. Ci•ncia Hoje A massa perdida pelo Sol durante esses 10 bilhões de anos será, aproximadamente, em quilogramas: (Dado: c = 3 ⋅ 108 m/s) a) 1021 b) 1023 c) 1025 d) 1027 e) 1029 22. (UFPI) Uma galáxia de massa M se afasta da Terra com velo- cidade v = 3 2 ⋅ c, em que c é a velocidade da luz no vácuo. Quando um objeto se move com velocidade v compará- vel à velocidade da luz no vácuo (c = 3,0 ⋅ 108 m/s), em um referencial em que sua massa é M, então a energia cinética desse objeto é dada pela expressão relativística K = M ⋅ c2 ⋅ 1 1 – v c – 1 2 2 , de acordo com a teoria da relatividade de Einstein. Assim, a energia cinética rela- tivística K dessa galáxia, medida na Terra, é: a) K = M ⋅ c2 b) K = 2 ⋅ M ⋅ c2 c) K = 3 ⋅ M ⋅ c2 d) K = 1 2 ⋅ M ⋅ c2 e) K = 1 3 ⋅ M ⋅ c2 Et_EM_3_Cad12_Fis_c01_01a21.indd 19 10/3/18 10:14 AM 20 CAPÍTULO 1 23. (UFC-CE) Uma fábrica de produtos metalúrgicos do distrito industrial de Fortaleza consome, por mês, cerca de 2,0 ⋅ 106 kWh de energia elétrica (1 kWh = 3,6 ⋅ 106 J). Suponha que essa fábrica possui uma usina capaz de converter diretamente massa em energia elétrica, de acordo com a relação de Einstein, E = m 0 ⋅ c2. Nesse caso, a massa necessária para suprir a energia requerida pela fábrica, durante um mês, é, em gramas: a) 0,08 b) 0,8 c) 8 d) 80 e) 800 24. Uma espaçonave tem, em repouso na Terra, comprimento L 0 . Qual deve ser sua velocidade para que, segundo um referencial na Terra, ela tenha comprimento L = 0,6 ⋅ L 0 ? 25. (Udesc) A proposição e a consolidação da Teoria da Rela- tividade e da Mecânica Quântica, componentes teóricos do que se caracteriza atualmente como Física Moderna, romperam com vários paradigmas da Física Clássica. Baseando-se especificamente em uma das teorias da Física Moderna, a Relatividade Restrita, analise as proposições. I. A massa de um corpo varia com a velocidade e tende- rá ao infinito quando a sua velocidade se aproximar da velocidade da luz no vácuo. II. A Teoria da Relatividade Restrita é complexa e abran- gente, pois descreve tanto movimentos retilíneos e uniformes quanto movimentos acelerados. III. A Teoria da Relatividade Restrita superou a visão clás- sica da ocupação espacial dos corpos, ao provar que dois corpos, com massa pequena e velocidade igual à velocidade da luz no vácuo, podem ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo. Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa I é verdadeira. b) Somente as afirmativas I e II são verdadeiras. c) Somente a afirmativa II é verdadeira. d) Somente as afirmativas I e III são verdadeiras. e) Todas afirmativas são verdadeiras. 26. (Fuvest-SP) O elétron e sua antipartícula, o pósitron, pos- suem massas iguais e cargas opostas. Em uma reação em que o elétron e o pósitron, em repouso, se aniquilam, dois fótons de mesma energia são emitidos em sentidos opostos. A energia de cada fóton produzido é, em MeV, apro- ximadamente: Note e adote: Relação de Einstein entre energia (E) e massa (m): E = m ⋅ c2 Massa do elétron = 9 ⋅ 10–31 kg Velocidade da luz c = 3,0 ⋅ 108 m/s 1 eV = 1,6 ⋅ 10–19 J 1 MeV = 106 eV No processo de aniquilação, toda a massa das partículas é transformada em energia dos fótons. a) 0,3 b) 0,5 c) 0,8 d) 1,6 e) 3,2 27. (Unisc-RS) Em uma explosão de uma mina de carvão fo- ram utilizadas 1 000 toneladas de explosivo trinitrotolue- no (TNT), o que equivale a 1,0 ⋅ 1012 calorias. Qual foi, aproximadamente, a quantidade de massa convertida em energia equivalente a essa explosão? (1 caloria = 4,18 J e c = 3,0 ⋅ 108 m/s) a) 4,6 ⋅ 10–5 kg b) 4,6 ⋅ 10–8 kg c) 1,1 ⋅ 10–5 kg d) 1,1 ⋅ 10–8 kg e) 1,1 ⋅ 10–13 kg 28. (Unicamp-SP) O prêmio Nobel de Física de 2011 foi con- cedido a três astrônomos que verificaram a expansão ace- lerada do universo a partir da observação de supernovas distantes. A velocidade da luz é c = 3 ⋅ 108 m/s. a) Observações anteriores sobre a expansão do universo mostraram uma relação direta entre a velocidade v de afastamento de uma galáxia e a distância r em que ela se encontra da Terra, dada por v = H · r, em que H = 2,3 ⋅ 10–18 s–1 é a constante de Hubble. Em muitos casos, a velocidade v da galáxia pode ser obtida pela expressão v = c ⋅ ∆λ λ0 , em que λ 0 é o comprimento de onda da luz emitida e ∆λ é o des- locamento Doppler da luz. Considerando ambas as expressões acima, calcule a que distância da Terra se encontra uma galáxia, se ∆λ = 0,092 λ 0 . b) Uma supernova, ao explodir, libera para o espaço massa em forma de energia, de acordo com a expres- são E = m ⋅ c2. Numa explosão de supernova foram liberados 3,24 ⋅ 1048 J, de forma que sua massa foi reduzida para m final = 4,0 ⋅ 1030 kg. Qual era a massa da estrela antes da explosão?29. (UEG-GO) Sejam (m 0 ; L 0 ) e (m; L) as massas e os compri- mentos de um corpo em repouso e a uma velocidade v, respectivamente. A teoria da relatividade estabelece que elas se relacionem por: m = m 1 – v c 0 2 1 2 e L = L 0 1 – v c 2 1 2 em que c é a velocidade da luz. Um paralelepípedo de comprimento a 0 , largura b 0 e altura c 0 viaja a uma velo- cidade próxima à da luz. Mostre que a densidade desse objeto, nessa velocidade, do ponto de vista de um obser- vador na Terra, é: d = d 1 – v c 0 2 2 30. Um adulto tem massa média de 75 kg. Qual seria a energia total liberada se fosse possível aplicar a equação E = m 0 ⋅ c2 para a transformação de 100% dessa massa em energia? (Dado: c = 3 ⋅ 108 m/s) Et_EM_3_Cad12_Fis_c01_01a21.indd 20 10/3/18 10:15 AM 21 FÍ S IC A 31. Você está parado numa estação, quando um trem passa em alta velocidade. Dentro do trem, algumas pessoas estão em pé, algumas sentadas e outras deitadas. Se a velocidade do trem tem a mesma ordem de grandeza da velocidade da luz, comente o efeito causado na forma do corpo das pessoas em cada posição. 32. (ITA-SP) Considere as seguintes relações fundamentais da dinâmica relativística de uma partícula: a massa relativística m = m 0 ⋅ γ, o momentum relativístico p = m 0 ⋅ γ ⋅ v e a energia relativística E = m 0 ⋅ γ ⋅ c2, em que m 0 é a massa de repouso da partícula e γ = v c 1 1 – 2 2 é o fator de Lorentz. Demonstre que E 2 – p2 ⋅ c2 = (m 0 ⋅ c2)2 e, com base nessa relação, discuta a afi rmação: “Toda partícula com massa de repouso nula viaja com a velocidade da luz c”. Vá em frente Leia WOLFSON, R. Simplesmente Einstein. São Paulo: Globo, 2005. Nesse livro, o autor trata da relatividade, tanto a especial quanto a geral, de uma forma intuitiva e bem acessível. Autoavalia•‹o: V‡ atŽ a p‡gina 87 e avalie seu desempenho neste cap’tulo. Et_EM_3_Cad12_Fis_c01_01a21.indd 21 10/3/18 10:15 AM ► Analisar e interpretar as emissões de radiação eletromagnética por um corpo em altas temperaturas. ► Interpretar os conceitos de energia discreta e contínua. ► Analisar e interpretar o efeito fotoelétrico. ► Compreender o signifi cado de fótons por meio de frações ou “pacotes de energia”. ► Identifi car os diversos modelos atômicos e suas contribuições para se chegar ao chamado “modelo padrão”. ► Analisar e interpretar o caráter dual da luz. Principais conceitos que você vai aprender: ► Fótons ► Corpo negro ► Efeito fotoelétrico ► Quantização da energia ► Modelos atômicos 22 OBJETIVOS DO CAPÍTULO G etty Im ag e s/iS to ckp h o to 2 FÍSICA QUÂNTICA Além de elaborar e desenvolver as leis do movimento, Isaac Newton foi um dos grandes pesquisadores preocupados em descrever o comportamento da luz. Seus estudos resulta- ram no chamado modelo corpuscular da luz, que nos permite analisar os fenômenos ópticos mais comuns como a refl exão e a refração da luz. Em seu modelo, Newton considerava a luz como partícula que emergia de fontes luminosas e atingia os objetos a serem visualizados. Anos mais tarde, as explicações sobre a luz considerando-a como partículas deixariam de explicar outros fenômenos. Anunciada por Louis de Broglie, pela primeira vez em 1924, o comportamento estudado dos elétrons forneceu uma nova visão para a luz. Em seus estudos, os elétrons apresentavam um comportamento ondulatório e corpuscular, dependendo do experimento que se realizava. Com base no efeito fotoelétrico, com o qual Albert Einstein concluiu que os fótons eram partículas com energia defi nidas, De Broglie, em raciocínio inverso, concluiu que toda partícula se comportava como uma onda. Thomas Young, com seu experimento da dupla fenda, obteve resultados que deixariam bem mais claro e sensível o caráter dual para a luz, ou seja, ela se comportava tanto como onda como partícula. Em seu experimento, com duas fendas, esperava-se, de acordo com a teoria corpuscular da luz, que a região de incidência da luz, após passar pela fenda, formaria dois traços com os mesmos alinhamentos das fendas, referentes à sua passagem. Porém, o que se observava era diferente. Em vez de dois traços correspondentes às duas fendas, surgiam vários traços alinhados, aqueles na região mais central eram mais intensos e essa intensidade diminuía à medida que os traços se afastavam da região cen- tral. A esse padrão obtido, deu-se o nome de padrão de interferência. Com ele, tudo pare- cia caminhar para uma única defi nição, a de que a luz se comportava como onda. • Com base no texto é possível afi rmar que a luz sempre se comporta como uma onda? • Como diferenciar situações em que essa condição seja evidente? No entanto, retornando ao efeito fotoelétrico de Einstein, a dúvida permanecia. Com os avanços da Mecânica quântica, chegou-se à conclusão defi nitiva de que a luz é uma onda eletromagnética. Porém, em algumas situações, a interpretação da luz como partí- cula seria sufi ciente para obter os esclarecimentos necessários. Neste capítulo, estudaremos esse caráter dual da luz e, também, como a Física quânti- ca proporcionou novos caminhos e descobertas. O le k s iy M a rk /S h u tt e rs to ck Et_EM_3_Cad12_Fis_c02_22a42.indd 22 10/3/18 10:34 AM 23 FÍ S IC A A quantização de Planck para a energia Desde o início do século XIX já se sabia que um corpo aquecido a altas temperaturas emite radiação eletromagnética (infravermelha, luz visível, etc.). Um exemplo é o carvão em brasa em uma churrasqueira. Além disso, medidas experimentais da época mostravam que a intensidade da radiação emitida pelo corpo variava para cada faixa de comprimento de onda eletromagnética emitida e dependia da temperatura do corpo. Segundo a Mecânica newtoniana e o Eletromagnetismo de Maxwell, pilares da Física na época, a radiação emitida ocorria pela vibração das cargas elétricas (elétrons) que com- punham a superfície do corpo aquecido. No entanto, as previsões teóricas falhavam ao descrever como a intensidade da radiação variava com o comprimento de onda. Segundo elas, a intensidade da radiação tenderia para valores extremamente grandes, à medida que o comprimento de onda emitido diminuísse, como mostra o gráfi co a seguir. 0 0,5 1,0 1,5 Comprimento de onda In te n si d a d e 2,0 2,5 3,0 1,0 2,0 3,0 Curva teórica Curva experimental Para tentar resolver o problema, o físico alemão Max Planck (1858-1947) apresentou, em 1900, uma proposta desesperada, como ele mesmo classifi cou posteriormente. Segundo Planck, a energia absorvida ou emitida pelos elétrons da superfície do cor- po não deveria ser contínua, como acreditava a Física clássica, mas discreta. Em outras palavras, os elétrons somente poderiam absorver ou emitir determinadas quantidades de energia como se fossem pequenos “pacotes”, que Planck denominou de quantum de energia (no plural se diz quanta). Além disso, ele mostrou que a energia E contida nesses “pacotes” era diretamente proporcional à frequência f da radiação: E = h ⋅ f em que h = 6,63 ⋅ 10–34 J ⋅ s é uma constante, denominada de constante de Planck. 1 Para a explicação da “aberração” da energia discreta a fi m de descrever como a intensida- de da radiação variava com o comprimento de onda, Planck associou osciladores harmônicos (sistemas que oscilam com frequências bem defi nidas) na superfície do corpo às cargas elé- tricas dentro das moléculas, visto que ocorrem oscilações dos portadores de carga elétrica e emissão de ondas eletromagnéticas na agitação molecular. Com isso, a emissão ou a absorção de energia por um oscilador só podem ser em valores múltiplos de h ⋅ f, sendo dadas por: E = n ⋅ h ⋅ f em que n é um número inteiro (1, 2, 3, …), chamado de nœmero qu‰ntico. s im a /S h u tt e rs to c k A intensidade da radiaçãoemitida por um corpo aquecido depende de sua temperatura T e do comprimento de onda λ da radiação. Observação 1 Denomina-se de Física clássica aquela desenvolvida até o fi m do século XIX, que é baseada na Mecânica de Newton e no Eletromagnetismo de Maxwell. L A N D E C O L L E C T IO N /A M E R IC A N I N S T IT U T E O F P H Y S IC S / S C IE N C E P H O T O L IB R A R Y /L a ti n s to c k Max Planck é considerado o pai da Física quântica. Et_EM_3_Cad12_Fis_c02_22a42.indd 23 10/3/18 10:34 AM 24 CAPÍTULO 2 Quando o oscilador sofre uma transição de um estado quântico para outro, há emissão ou absorção de energia, dada pela diferença entre as energias dos estados inicial e final. Por exemplo, se o oscilador sofrer uma transição do estado quântico n = 3 para o estado quântico n = 2, a diferença de energia entre esses dois estados será emitida como um úni- co quantum de radiação. Se o oscilador permanecer em um estado quântico, não haverá emissão ou absorção de energia. Na figura, temos a representação dos níveis de energia para um oscilador com fre- quência f. As setas indicam as transições entre os estados quânticos. Energia Para n = ∞ n 4 3 2 1 00 E 4 · h · f 3 · h · f 2 · h · f h · f Se o oscilador passa para um estado quântico mais baixo, há emissão de energia; se ele passa para um estado quântico mais alto, há absorção de energia. Para ilustrar a diferença entre os conceitos de energia contínua e discreta, considere duas bolas, uma que sobe uma rampa e outra que sobe uma escada, como mostra a figura. E p = m · g · h h m h m E p h E p h No caso da figura A, a bola pode apresentar qualquer valor de energia potencial, visto que sua altura em relação ao solo pode assumir qualquer valor. Já na figura B, a bola só pode estar a determinadas alturas do solo e, portanto, apresentar alguns valores discre- tos de energia. A ideia de quantização da energia era tão estranha na época que o próprio Planck du- vidou de sua proposta, referindo-se a ela como “uma suposição puramente formal [...]”, e complementou: “[...] na verdade eu não penso muito sobre isso”. Max Born (1882-1970), um dos mais importantes colaboradores no desenvolvimento da Mecânica quântica, descre- ve Planck com precisão: “Ele era, por natureza, uma mente conservadora; ele não tinha nada de revolucionário e foi completamente cético sobre especulações. No entanto, sua crença na força propul- sora do raciocínio lógico dos fatos era tão forte que ele não vacilou em anunciar a ideia mais revolucionária que já abalou a Física.” No entanto, apesar de sua personalidade conservadora, Planck viu com empolgação suas ideias serem alavancadas por um jovem e revolucionário cientista, em 1905, que apli- cou a quantização da energia para descrever o efeito fotoelétrico. BA Níveis de energia para um oscilador com frequência f. (A) A energia potencial da bola varia continuamente com a altura; (B) a energia potencial da bola varia discretamente com a altura. Et_EM_3_Cad12_Fis_c02_22a42.indd 24 10/3/18 10:34 AM 25 FÍ S IC A Efeito fotoelétrico Em 1887, o físico alemão Heinrich R. Hertz (1857-1894) descobriu que a radiação eletromag- nética era capaz de arrancar elétrons de superfície metálica. Tal fenômeno fi cou conhecido como efeito fotoelétrico, e os elétrons arrancados do metal são chamados fotoelétrons. Elétrons Luz Placa metálica – – + + Aqui os elétrons são ejetados pela luz. Bateria Vácuo Medidor que indica o fluxo de elétrons. Os elétrons são atraídos e coletados aqui. No entanto, os dados experimentais mostravam que a energia cinética dos elétrons arran- cados não dependia da intensidade da luz incidente, mas apenas de sua frequência. Além disso, verifi cava-se que luz com frequências abaixo de certo valor crítico não gerava efeito fotoelétrico, independentemente da intensidade incidente. Esses resultados não coincidiam com as previ- sões teóricas baseadas no Eletromagnetismo de Maxwell e na Mecânica newtoniana. Em um dos artigos publicados em 1905, Albert Einstein adotou a quantização da ener- gia, proposta por Planck em 1900 para descrever o efeito fotoelétrico. Segundo Einstein, a energia transportada pela luz também é quantizada, ou seja, a luz é formada por pe- quenos pacotes de energia, que ele nomeou de fótons. A energia E de cada fóton de luz depende da frequência f da luz, de acordo com a equação: E = h ⋅ f em que h = 6,63 ⋅ 19–34 J ⋅ s é a constante de Planck. Quando a luz incide sobre o metal, a energia de cada fóton de luz é absorvida instantanea- mente por um único elétron. Sendo assim, se uma dada radiação luminosa com determinada frequência não consegue arrancar elétrons do metal, de nada adianta aumentar a sua inten- sidade, ou seja, o número de fótons incidentes, porque a energia de cada fóton continuará a mesma, não arrancando elétrons da superfície. Nesse caso, para conseguir arrancar elétrons, deve-se aumentar a energia do fóton e, para isso, deve-se aumentar a frequência da radiação. Ao serem arrancados elétrons, a luz comporta-se como se fosse constituída por partículas: os fótons são absorvidos pelos elétrons do metal, um de cada vez, não existindo frações de fótons. Para Einstein, a energia E fóton que um fóton fornece a um elétron, no efeito fotoelétrico, tem uma parte utilizada para arrancar o elétron, denominada de função tra- balho W ou ϕ, e outra convertida em energia cinética E c do elétron. E fóton = W + E c s h ⋅ f = W + E c s E c = h ⋅ f – W E C Frequência de corte f 0 W f tg θ = h θ O gráfi co representa a variação da energia cinética E c dos fotoelétrons em função da frequência f da luz incidente. Deve-se notar que somente luz com frequência acima da frequência de corte f 0 consegue arrancar elétrons do metal. Tanto a função trabalho W quanto a frequência de corte f 0 dependem do metal sobre o qual a luz vai incidir. 1 Curiosidade 1 Apesar de ser mundialmente conhecido pela teoria da relatividade, Einstein recebeu o prêmio Nobel de Física, de 1921, pelo seu trabalho sobre o efeito fotoelétrico. Há uma lenda justifi cando que o prêmio não foi dado a Einstein pela relatividade porque ninguém ainda havia compreendido completamente tal teoria. A verdade é que um dos critérios adotados pelo comitê julgador do Nobel é que o trabalho a ser premiado deve ter contribuições práticas para a humanidade. Olhando por esse prisma, a descrição do efeito fotoelétrico impulsionou de forma decisiva o desenvolvimento da Física quântica, cujas aplicações incluem a microeletrônica, computação, lasers, entre outras. Et_EM_3_Cad12_Fis_c02_22a42.indd 25 10/3/18 10:34 AM 26 CAPÍTULO 2 A tabela ilustra alguns exemplos de metais com os valores correspondentes da função trabalho. Metal W (eV) Sódio 2,3 Alumínio 4,1 Ferro 4,5 Ouro 5,1 Platina 6,3 1 Observação 1 Elétron-volt (eV): uma unidade de energia defi nida como a energia cinética adquirida por um elétron que, partindo do repouso, é acelerado por uma diferença de potencial de 1 V. 1 eV = 1,6 ⋅ 10–19 J Atividades 1. Quando aumentamos a frequência de uma onda eletromag- nética, o que acontece com o quantum de energia? Justifi que. 2. (Enem) A terapia fotodinâmica é um tratamento que utiliza luz para cura de câncer através da excitação de moléculas medicamentosas, que promovem a desestruturação das células tumorais. Para a efi cácia do tratamento, é necessá- ria a iluminação na região do tecido a ser tratado. Em ge- ral, as moléculas medicamentosas absorvem as frequências mais altas. Por isso, as intervenções cutâneas são limitadas pela penetração da luz visível, conforme a fi gura: P ro fu n d id a d e d e p e n e tr a çã o d a l u z (n m ) 3,5 3,0 2,5 2,0 1,5 1,0 0,5 Derme reticular Derme papilar Epiderme 400 nm 500-550 nm 630-650
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