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Aedes Aegypti e doenças

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS 
CENTRO DE SELEÇÃO 
 
 
 
Agente de combate de endemias 
 
 
 
Características, prevenção e controle do mosquito Aedes 
Aegypti 
Infecção pelos vírus dengue, zika, chikungunya e febre 
amarela. 
 
 
 
 
Profa. Dra. Melina Mottin 
 
 
 
 
 
 
 
Goiânia, GO 
Agosto 2022 
 
2 
 
 
1- Mosquito Aedes aegypti 
O mosquito Aedes aegypti é de origem africana e convive com o ser humano há 
milhares de anos. Atualmente são encontrados em quase todo o mundo, no entanto, 
preferem as regiões tropicais e subtropicais. Menor que os mosquitos comuns, o Aedes 
aegypti é preto com riscos, formando um pequeno desenho semelhante a uma taça no 
tórax e listras brancas na cabeça e nas pernas (Fig. 1). Suas asas são translúcidas e o 
ruído que produzem é praticamente inaudível ao ser humano. 
O macho, como os de qualquer espécie, alimenta-se exclusivamente da seiva 
de frutas. A fêmea, no entanto, necessita de sangue para o amadurecimento dos ovos. 
Igualmente considerada vetor de transmissão dos vírus dengue, zika, chikungunya e 
febre amarela urbana, a fêmea do mosquito Aedes aegypti é a principal transmissora 
dessas doenças no Brasil [1]. 
 
Figura 1. Resumo sobre características e hábitos do mosquito Aedes aegypti [2] 
 
Qualquer epidemia de dengue, zika, Chikungunya ou febre amarela urbana está 
diretamente relacionada à concentração da densidade do mosquito, ou seja, quanto 
mais insetos, maior a probabilidade das doenças ocorrerem. Por isso, é importante 
conhecer os hábitos do mosquito, a fim de combatê-lo como forma de prevenção da 
doença. 
 
3 
 
A densidade natural do A. aegypti é maior no verão, pois nessa estação temos 
mais chuvas, o que aumenta a oferta de criadouros onde a fêmea pode deixar seus 
ovos, e altas temperaturas, que aceleram o desenvolvimento do mosquito entre as fases 
de ovo-larva-pupa-adulto. 
Apesar do A. aegypti já ter sido erradicado no Brasil, hoje em dia, considera-se 
que sua eliminação é praticamente impossível, sobretudo, devido ao crescimento da 
população, ocupação desordenada do ambiente e à falta de infraestrutura dos grandes 
centros urbanos. A industrialização também dificulta o enfrentamento desse tipo de 
inseto, já que os novos produtos descartáveis por ela produzidos (tais como copos e 
garrafas de plástico) são eliminados de forma incorreta e acabam por transformar-se em 
possíveis focos para a multiplicação do vetor. No entanto, o máximo controle da 
presença do mosquito é posto como uma medida necessária e imprescindível para 
diminuir a intensidade de surtos epidêmicos. 
Habitat 
O Aedes aegypti tem se caracterizado como um inseto de comportamento 
estritamente urbano, sendo raro encontrar amostras de seus ovos ou larvas em 
reservatórios de água nas matas. É um mosquito doméstico (que vive dentro e perto 
das casas) que se reproduz em qualquer recipiente artificial ou natural que contenha 
água parada. É o vetor que apresenta o maior risco de transmissão de arbovírus nas 
Américas e está presente em quase todos os países do hemisfério (exceto Canadá e 
Chile continental) [3]. 
As fêmeas do A. aegypti costumam viver dentro das casas em ambientes 
escuros e baixos (sob mesas, cadeiras, armários etc.), onde podem ser encontradas 
temperaturas (que variam entre 24 e 28°C) e umidades apropriadas para o mosquito 
adulto. Alimentam-se da seiva de plantas e picam humanos em busca de sangue para 
maturar seus ovos. 
 
Ciclo de vida 
O mosquito pode completar seu ciclo de vida, do ovo ao adulto, entre 7 e 10 dias; 
os mosquitos adultos geralmente vivem de 4 a 6 semanas. 
A primeira fase do ciclo, são os ovos, que medem aproximadamente 1mm, tem 
cor leitosa que se torna preta poucos minutos após a postura. Os ovos não são postos 
diretamente na água, mas milímetros acima de sua superfície, em recipientes tais como 
latas e garrafas vazias, pneus, calhas, caixas d’água descobertas, pratos de vasos de 
plantas ou qualquer outro que possa armazenar água de chuva. Quando chove, o nível 
da água sobe, entra em contato com os ovos e esses eclodem em poucos minutos. Os 
ovos podem sobreviver aproximadamente 1 ano longe da água, eclodindo ao primeiro 
contato com a umidade [4]. 
As larvas são a segunda fase, passam por quatro estágios de desenvolvimento, 
num período de até 10 dias. As larvas se alimentam de bactérias, fungos e protozoários 
que estão na água. 
A pupa é a terceira fase do ciclo, vivem na superfície da água e dura 2 a 3 dias. 
A última fase é o mosquito adulto, que, após emergir das pupas, ficam algumas horas 
na superfície da água para endurecer seu esqueleto externo. Após 24h estão prontos 
para reprodução. A cópula geralmente acontece durante o voo e em geral, ocorre uma 
4 
 
única vez. No entanto, a fêmea é capaz de realizar inúmeras posturas de ovos no 
decorrer de sua vida, já que armazena os espermatozoides em suas espermatecas 
(reservatórios presentes dentro do aparelho reprodutor). 
Em média, cada mosquito vive em torno de 30 dias e a fêmea chega a colocar 
entre 150 e 200 ovos a cada ciclo de oviposição, que compreende 4 a 5 dias. Uma vez 
contaminada com o vírus, após um período de 8 a 12 dias de incubação, a fêmea torna-
se vetor permanente da doença. Calcula-se que haja uma probabilidade entre 30 e 40% 
de chances de suas crias já nascerem também infectadas. 
 
Figura 2. Quatro fases do ciclo de vida do mosquito Aedes aegypti: (1) ovos, (2) larva, 
(3) pupa, (4) mosquito adulto, sendo as fases aquáticas relacionadas aos ovos, larva e 
pupa. 
 
Hábitos do mosquito 
O mosquito é mais ativo no início da manhã e ao anoitecer, fazendo com que 
esses sejam os períodos de maior risco de picadas. No entanto, as fêmeas, que 
precisam continuar se alimentando, buscarão uma fonte de sangue em outros 
momentos. A fêmea A. aegypti se alimenta a cada 3-4 dias; no entanto, se eles não 
conseguem tirar sangue suficiente, eles continuam a se alimentar a cada momento que 
podem. 
 
Controle e combate ao mosquito 
 
A fêmea do mosquito Aedes aegypti prefere colocar seus ovos em recipientes 
artificiais contendo água (principalmente tambores, barris e pneus) dentro e ao redor de 
casas, escolas e locais de trabalho. Os ovos de A. aegypti podem resistir a condições 
ambientais secas por aproximadamente 1 ano, na verdade, esta é uma das estratégias 
mais importantes que a espécie emprega para sobreviver e se espalhar. 
Estudos demonstram que a melhor oportunidade para enfrentar o A. aegypti se 
dá na fase aquática (ovos, larva e pupa), são ações mais eficazes, simples e 
econômicas, em especial realizando a remoção ou vedação dos locais onde a fêmea 
põe seus ovos (Fig. 3). Ralos devem ser limpos e aplicadas telas; garrafas devem ser 
armazenadas com boca virada para baixo; caixa d’água deve ser totalmente vedada; 
5 
 
calhas devem ser limpas evitando acúmulo de água; vasos de plantas devem ser 
monitorados, água sanitária ou areia deve ser aplicada nos pratos e monitoramento 
semanal. Piscinas, tanques e fontes devem ser limpos e tratados com produtos químicos 
específicos (cloro, água sanitária, larvicidas); plantas como bambu, bromélias, 
bananeira, babosa, espada de São Jorge podem acumular água, fazer aplicação de 
água sanitária semanalmente nos locais de acúmulo. 
 
Figura 3. Ações para evitar e combater a proliferação do mosquito em cada etapa do 
ciclo de vida. 
Uma ação importante para monitoramento de mosquitos infectados por vírus é a 
instalação de armadilhas nos principais pontos da cidade, a fim de capturar o mosquito 
na sua forma adulta. Essas armadilhas são monitoradas semanalmente e dependendo 
da quantidade de mosquitos A. aegypti capturados e infectados pode-se adotar 
medidas de controle mais eficazes, eliminando os criadouros e não deixando o mosquito 
se desenvolver. 
Outra possibilidade de controle diz respeito ao uso de inseticidas. Entretanto, 
evidências mostramque populações naturais do mosquito já se encontram resistentes, 
mostrando o poder limitado desta estratégia. O uso de carro fumacê ou nebulização de 
inseticida (inseticida em forma de fumaça) é contraditório. A utilização do carro fumacê 
somente é indicada onde existe alto índice de infestação do A. aegypti e casos 
notificados das doenças virais transmitidas por esse vetor. Isso porque o inseticida mata 
o mosquito adulto apenas se estiver voando (não destruindo ovos e larvas), se 
atravessar a fumaça e se o vento não estiver muito forte. O que representa, na prática, 
uma parcela muito pequena da população total de mosquitos. Normalmente, os 
mosquitos A. aegypti se escondem em cortinas, debaixo de mesas/camas, locais onde 
o fumacê não tem alcance. A aplicação de fumacê é feita, usualmente, no início da noite 
ou ao amanhecer, que são os horários em que a fêmea busca sangue para maturação 
dos ovos, e é mais fácil de pegá-la no voo. Informações do Ministério da Saúde alertam 
para o uso indiscriminado do fumacê, pois o inseticida pode causar danos à saúde 
humana e de animais domésticos e ao meio ambiente, como a morte de insetos 
6 
 
polinizadores (abelhas), borboletas e predadores naturais, quando usado 
abusivamente. 
Como mecanismo de proteção individual, repelentes e inseticidas podem ser 
usados seguindo as recomendações da embalagem ou recomendação médica no caso 
de crianças e pessoas sensíveis. No entanto, repelentes não combatem o mosquito. 
Embora existam estudos avançados para vacinas contra a dengue, atualmente 
nenhuma vacina mostrou-se viável para a prevenção da doença. 
Principais medidas de proteção individual: 
- Proteger as áreas do corpo que o mosquito possa picar, com o uso de calças 
e camisas de mangas compridas. 
- Usar repelentes à base de icaridina, DEET (N-N-dietilmetatoluamida) ou IR3535 
de nas partes expostas do corpo. Também pode ser aplicado sobre as roupas. O uso 
deve seguir as indicações do fabricante em relação à faixa etária e à frequência de 
aplicação. Deve ser observada a existência de registro em órgão competente. 
Repelentes de insetos contendo icaridina são seguros para uso durante a gravidez, 
quando usados de acordo com as instruções do fabricante. Em crianças menores de 2 
anos de idade, não é recomendado o uso de repelente sem orientação médica. Para 
crianças entre 2 e 12 anos, usar concentrações até 10% de DEET, no máximo 3 vezes 
ao dia. 
- A utilização de mosquiteiros sobre a cama, uso de telas em portas e janelas e, 
quando disponível e ar-condicionado. 
Para eliminar os mosquitos, são recomendadas as seguintes ações: evite deixar 
água parada em recipientes ao ar livre (potes, garrafas ou outros recipientes que 
possam coletar água) para que não se tornem criadouros de mosquitos; cubra 
adequadamente os tanques e reservatórios de água para manter os mosquitos 
afastados; e evite acumular lixo, jogando-o fora em sacos plásticos fechados (Fig. 4). 
 
 
 
 
7 
 
Figura 4. Cuidados e ações para o controle da proliferação do mosquido A. aegypti [5]. 
 
Dentre as formas de prevenção do mosquito, existem alguns mitos de que certas 
substâncias ajudariam a afugentá-los (Fig. 5). Levedo de cerveja e complexo B, por 
exemplo, não devem ser utilizados, pois, nas dosagens capazes de afastar os 
mosquitos, podem ser prejudiciais à saúde humana. Vela de andiroba teria eficácia 
parcial, pois exigiria condições especiais: um ambiente fechado com no máximo 12m2. 
Nesse sentido, a forma mais eficaz de combater o vetor é a conscientização e o 
8 
 
monitoramento constante de focos em domicílio por parte de toda a população. Além 
disso, com o auxílio de ações governamentais, é necessário um constante 
monitoramento de terrenos baldios, casas abandonadas e quaisquer outros logradouros 
que possam servir de possíveis focos para a procriação do mosquito. 
 
 
Figura 5. Mitos e curiosidades sobre o mosquido A. aegypti transmissor da dengue, zika 
e chikungunya [5]. 
 
Prevenção e controle do vírus da dengue, zika e chikungunya 
Ainda não há vacinas ou terapias específicas para os vírus da dengue, zika ou 
chikungunya disponíveis. Portanto, o controle do mosquito A. aegypti é o principal 
método para a prevenção e controle da doenças. 
Medidas de proteção individual para evitar picadas de mosquitos devem ser 
adotadas por viajantes e residentes em áreas de transmissão. A proteção contra picadas 
de mosquito é necessária principalmente ao longo do dia, pois o Aedes Aegypti se 
alimenta principalmente durante o dia. 
Recomenda-se as seguintes medidas de proteção individual: 
9 
 
 
- Proteger as áreas do corpo que o mosquito possa picar, com o uso de calças e camisas 
de mangas compridas. 
- Usar repelentes à base de DEET (N-N-dietilmetatoluamida), IR3535 ou de icaridina 
nas partes expostas do corpo. Também pode ser aplicado sobre as roupas. O uso deve 
seguir as indicações do fabricante em relação à faixa etária e à frequência de aplicação. 
Deve ser observada a existência de registro em órgão competente. 
- Repelentes de insetos contendo icaridina são seguros para uso durante a gravidez, 
quando usados de acordo com as instruções do fabricante. 
- Em crianças menores de 2 anos de idade, não é recomendado o uso de repelente sem 
orientação médica. 
- Para crianças entre 2 e 12 anos, usar concentrações até 10% de DEET, no máximo 3 
vezes ao dia. 
- A utilização de mosquiteiros sobre a cama, telas em portas e janelas e, quando 
disponível, ar-condicionado. 
 
Notificação de casos suspeitos de dengue, zika, Chikungunya e febre amarela 
 
Conforme dispõe a Portaria de Consolidação nº 4, de 28 de setembro de 2017, 
dengue, zika, chikungunya e febre amarela são doenças de notificação compulsória, ou 
seja, todo caso suspeito e/ou confirmado deve ser obrigatoriamente notificado ao 
Serviço de Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). 
 As notificações de casos suspeitos de infecção por esses vírus devem ser 
registradas na Ficha de Notificação/Investigação e inseridas no Sistema de Informação 
de Agravos de Notificação – Sinan Online. 
Os óbitos suspeitos pela infecção desses vírus são de notificação compulsória 
imediata para todas as esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), a ser 
realizada em até 24 horas a partir do seu conhecimento, pelo meio de comunicação 
mais rápido disponível. Posteriormente, os dados devem ser inseridos no Sistema de 
Informação de Agravos de Notificação (Sinan). 
 
10 
 
2- Dengue 
A dengue é a arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, principalmente no 
Brasil. É uma doença febril que tem se mostrado de grande importância em saúde 
pública nos últimos anos. O vírus dengue (DENV) é um arbovírus transmitido pela 
picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e possui quatro sorotipos diferentes 
(DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). Dessa forma, é possível se infectar com 
dengue até quatro vezes ao longo da vida. 
 
O período do ano com maior transmissão da doença ocorre nos meses mais 
chuvosos de cada região, geralmente de novembro a maio. O acúmulo de água parada 
contribui para a proliferação do mosquito e, consequentemente, maior disseminação da 
doença. É importante evitar água parada, todos os dias, porque os ovos do mosquito 
podem sobreviver por um ano no ambiente. 
 
Todas as faixas etárias são igualmente suscetíveis à doença, porém as pessoas mais 
velhas e aquelas que possuem doenças crônicas, como diabetes e hipertensão arterial, 
têm maior risco de evoluir para casos graves e outras complicações que podem levar à 
morte. 
 
Principais sinais e sintomas 
 
Os principais sinais e sintomas da infecção por dengue são (Fig. 6): 
 
 Febre alta > 38°C. 
 Dor no corpo e articulações 
 Dor atrás dos olhos. 
 Mal estar. 
 Falta de apetite. 
 Dor de cabeça. 
 Manchas vermelhas (petéquias) no corpo. 
 
 Figura 6. Sinais e sintomasda infecção pelo vírus da dengue. 
 
11 
 
No entanto, a infecção por dengue pode ser assintomática (sem sintomas), 
apresentar quadro leve, sinais de alarme e de gravidade. Normalmente, a primeira 
manifestação da dengue é a febre alta (>38°C), de início abrupto, que geralmente dura 
de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de 
prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, e manchas vermelhas na pele. Também 
podem acontecer erupções e coceira na pele. 
 
Os sinais de alarme são assim chamados por sinalizarem o extravasamento de 
plasma e/ou hemorragias que podem levar o paciente a choque grave e óbito. A forma 
grave da doença (dengue hemorrágica) inclui dor abdominal intensa e contínua, 
náuseas, vômitos persistentes e sangramento de mucosas. Ao apresentar os sintomas, 
é importante procurar um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados, 
todos oferecidos de forma integral e gratuita por meio do SUS. 
 
Sinais de alarme 
 
Os sinais de alarme são caracterizados principalmente por: 
• dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua; 
• vômitos persistentes; 
• acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico); 
• hipotensão postural (rápida diminuição da pressão arterial ao se levantar) e/ou lipotimia 
(sensação de desmaio); 
• letargia e/ou irritabilidade; 
• hepatomegalia (aumento do fígado) maior do que 2 cm abaixo do rebordo costal; 
• sangramento de mucosa; e 
• aumento progressivo do hematócrito (medida da % de hemácias no exame de sangue). 
A fase crítica tem início com o declínio da febre (período de defervescência), 
entre o 3° e o 7° dia do início de sintomas. Os sinais de alarme, quando presentes, 
ocorrem nessa fase. A maioria deles é resultante do aumento da permeabilidade capilar. 
Essa condição marca o início da piora clínica do paciente e sua possível evolução para 
o choque, por extravasamento plasmático. Sem a identificação e o correto manejo nessa 
fase, alguns pacientes podem evoluir para as formas graves. 
Os casos graves de dengue são caracterizados por sangramento, disfunções de 
órgãos ou extravasamento de plasma. O choque ocorre quando um volume crítico de 
plasma é perdido pelo extravasamento. Ocorre habitualmente entre o 4º e o 5º dia – no 
intervalo de 3 a 7 dias de doença –, sendo geralmente precedido por sinais de alarme. 
Mulheres grávidas, crianças e pessoas mais velhas (acima de 60 anos) têm maiores 
riscos de desenvolver complicações pela doença. Os riscos aumentam quando o 
indivíduo tem alguma doença crônica, como asma brônquica, diabetes mellitus, anemia 
falciforme, hipertensão, além de infecções prévias por outros sorotipos. 
12 
 
 
Transmissão 
 
O vírus da dengue (DENV) pode ser transmitido ao homem principalmente por via 
vetorial, pela picada de fêmeas de Aedes aegypti infectadas, no ciclo urbano humano–
vetor–humano. Os relatos de transmissão por via vertical (de mãe para filho durante a 
gestação) e transfusional são raros. 
 
Tratamento 
 
O tratamento para infecção pelo vírus dengue é baseado principalmente na reposição 
volêmica adequada, levando-se em consideração o estadiamento da doença (grupos A, 
B, C e D; Fig.7) segundo os sinais e sintomas apresentados pelo paciente, assim como 
no reconhecimento precoce dos sinais de alarme. 
Para os casos leves com quadro sintomático recomenda-se: 
• Repouso relativo, enquanto durar a febre; 
• Estímulo à ingestão de líquidos; 
• Administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre; 
• Não administração de ácido acetilsalicílico (AAS ou aspirina), 
• Recomendação ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de saúde, em 
caso de sinais de alarme. 
Os pacientes que apresentam sinais de alarme ou quadros graves da doença 
requerem internação para o manejo clínico adequado. Ainda não existe tratamento 
específico para a doença. 
 A dengue, na maioria dos casos leves, tem cura espontânea depois de 10 
dias. É importante ficar atento aos sinais e sintomas da doença, principalmente aqueles 
que demonstram agravamento do quadro, e procurar assistência na unidade de saúde 
mais próxima. O indivíduo pode ter dengue até quatro vezes ao longo de sua vida. Isso 
ocorre porque pode ser infectado com aos quatro diferentes sorotipos do vírus. Uma vez 
exposto a um determinado sorotipo, após a remissão da doença, o indivíduo para a ter 
imunidade para aquele sorotipo específico, ficando ainda susceptível aos demais. 
13 
 
 
Figura 7. Classificação de risco dengue. 
 
 
14 
 
 
3- Zika 
O vírus Zika é um membro do gênero flavivirus, que inclui dengue, febre amarela 
e outros vírus que são principalmente transmitidos aos seres humanos pela picada de 
um mosquito ou carrapato. O virus Zika é transmitido principalmente por dois tipos de 
mosquitos: o da febre amarela e da dengue (Aedes aegypti) e o mosquito tigre asiático 
(Aedes albopictus). Foi isolado pela primeira vez em macacos na floresta Zika de 
Kampala, Uganda no ano 1947Desde então, o ZIKV expandiu sua abrangência 
geográfica para vários países da África, Ásia, Oceania e Américas [6]. 
A maioria das infecções pelo ZIKV são assintomáticas ou representam uma 
doença febril autolimitada semelhante às infecções por chikungunya e dengue. 
Entretanto, a associação da infecção viral com complicações neurológicas como 
microcefalia congênita e síndrome de Guillain-Barré (SGB) foi demonstrada por estudos 
realizados durante surtos da doença no Brasil e na Polinésia Francesa. 
Em fevereiro de 2016, a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o vírus 
zika como uma emergência de saúde pública mundial devido à sua rápida disseminação 
e à possível ligação a doenças neurológicas. 
O vírus se espalhou rapidamente nas Américas e em todo mundo. Em abril de 
2016, o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) anunciou que um 
aumento em distúrbios neurológicos graves, especialmente em crianças, foi associado 
ao vírus Zika. Algumas mulheres grávidas que contraíram o vírus Zika deram à luz 
crianças com uma doença chamada microcefalia, o que resulta em questões de 
desenvolvimento do cérebro, normalmente levando a deficiências mentais graves. Em 
outros casos, paralisia e outros problemas neurológicos podem ocorrer, mesmo em 
adultos. 
 
Transmissão do vírus zika 
A principal forma de transmissão do ZIKV aos humanos é por meio da picada de 
mosquitos vetores infectados da espécie Aedes aegypti. Outras formas não vetoriais de 
transmissão do ZIKV incluem da mãe para feto durante a gravidez (transmissão vertical), 
transmissão interpessoal durante o contato sexual e transmissão por transfusão de 
sangue. 
A transmissão vertical do ZIKV pode ocorrer em todos os três trimestres da 
gestação, independentemente da presença ou ausência de sintomas na mãe. 
Aproximadamente 26% das mães infectadas transmitem o ZIKV aos fetos, no entanto, 
o risco de desenvolver defeitos congênitos, incluindo anormalidades neurológicas como 
a microcefalia, foi maior entre as mulheres infectadas durante o primeiro trimestre. Em 
contraste, o risco de complicações neurológicas fetais foi menor entre as mulheres 
grávidas que adquiriram infecção pelo ZIKV durante o terceiro trimestre da infecção. 
Embora a infecção pelo ZIKV do feto da mãe que adquiriu o ZIKV após a relação 
sexual tenha sido relatada, não está claro se o risco de infecção fetal é maior por meio 
da transmissão sexual para a mãe do que pela transmissão vetorial para a mãe. 
As taxas de detecção do ZIKV no sêmen de homens infectados sintomáticos têm 
sido consistentes na maioria dos estudos, variando de 50% a 60% no primeiro mês do 
início dos sintomas. Quase todos os casos de transmissão sexual do ZIKV foram 
http://www.who.int/en/
http://www.cdc.gov/zika/index.html
15 
 
identificados dentro de 20 dias após o início da doença do parceiro infectado. Acredita-
se que a duração variável da excreção de ZIKA no sêmen dos homens seja devida a 
diferentescaracterísticas virais e do hospedeiro. 
A transmissão do ZIKV relacionada à transfusão foi relatada no Brasil no ano de 
2016, após a transfusão de concentrado de hemácias e plaquetas. Como acontece com 
a transmissão sexual, a infecção transmitida por transfusão é difícil de provar e medir 
em áreas endêmicas com presença abundante de mosquitos. Como a maioria dos 
pacientes com infecção por ZIKV são assintomáticos, a história de possível exposição 
ou sintomas de ZIKV pode não ser um método confiável de triagem de doadores. 
Sinais e sintomas da infecção pelo vírus zika 
A infecção pelo vírus Zika pode ser assintomática ou sintomática. Quando 
sintomática, pode apresentar quadro clínico variável, desde manifestações brandas e 
autolimitadas até complicações neurológicas e malformações congênitas. Estudos 
recentes indicam que mais de 50% dos pacientes infectados por Zika tornam-se 
sintomáticos. O período de incubação da doença varia de 2 a 7 dias. 
Sinais e sintomas de manifestação mais comuns (Fig. 8): 
- Febre baixa (≤ 38,5 ºC) ou ausente 
- Exantema (manchas avermelhadas na pele) de início precoce 
- Conjuntivite não purulenta 
- Cefaleia, artralgia, astenia e mialgia 
- Edema periarticular, linfonodomegalia 
 
 
 Figura 8. Sinais e sintomas da infecção pelo vírus zika. 
 
Além da manifestação clínica exantemática febril leve da infecção pelo ZIKV, o 
prurido é um sintoma importante durante o período agudo, podendo afetar as atividades 
cotidianas e o sono. 
Complicações neurológicas graves relacionadas ao ZIKV foram identificadas, 
como a Síndrome de Guillan-Barré (SGB), uma condição rara em que o sistema 
imunológico de uma pessoa ataca os nervos periféricos, e microcefalia, a manifestação 
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mais grave de um espectro de defeitos congênitos. Gestantes infectadas podem 
transmitir o vírus ao feto e essa forma de transmissão da infecção pode resultar em 
aborto espontâneo, óbito fetal ou malformações congênitas, como a microcefalia. 
Deve-se ficar atento para o aparecimento de outros quadros neurológicos, tais 
como, encefalites, mielites e neurite óptica, entre outros. 
Síndrome congênita do vírus zika 
A gestante infectada, sintomática ou assintomática, pode transmitir o vírus para 
o feto durante todo o período gestacional, oportunizando a manifestação de diversas 
anomalias congênitas - sobretudo a microcefalia -, alterações do Sistema Nervoso 
Central e outras complicações neurológicas que, em conjunto, constituem a Síndrome 
Congênita do vírus Zika (SCZ). As crianças com SCZ tendem a ter uma ampla gama de 
deficiências intelectuais, físicas e sensoriais, que duram a vida toda. 
No ano de 2015, em decorrência do aumento de nascimentos com microcefalia 
e sua associação com a infecção pelo vírus Zika, foi declarado no Brasil o estado de 
Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN). Para qualificar a 
assistência as crianças durante o período da emergência, foi estabelecida no país a 
vigilância da Síndrome Congênita do Vírus Zika (SCZ) e de outras etiologias infecciosas 
como Sífilis, Toxoplasmose, Rubéola, Citomegalovírus e Herpes Simplex (STORCH). 
Essa vigilância tem como propósito a identificação de complicações relacionadas 
à infecção pelo vírus Zika e outras etiologias no pré-natal, parto, pós-parto e puericultura 
nos primeiros anos de vida, bem como fornecer informações atualizadas de modo a 
guiar políticas para promoção do cuidado adequado às crianças com alterações no 
crescimento e no desenvolvimento, independentemente da etiologia. 
 
Diagnóstico de infecção por zika 
O diagnóstico do Zika vírus é clínico e feito por um médico. O resultado é 
confirmado por meio de exames laboratoriais de sorologia e biologia molecular. Todos 
os exames estão disponíveis no SUS. 
Os recém-nascidos com suspeita de comprometimento neurológico necessitam de 
exames de imagem (ultrassom, tomografia ou ressonância magnética). Em caso de 
confirmação do Zika a notificação deve ser ao Ministério da Saúde em até 24 horas. 
O diagnóstico laboratorial específico do ZIKV pode ser realizado por métodos 
diretos, que incluem o isolamento viral e a pesquisa de genoma viral por transcrição 
reversa seguida por reação em cadeia da polimerase (RT-PCR) e indiretos, que 
consistem na identificação da presença de anticorpos virais. Em caso de óbito suspeito 
de infecção pelo ZIKV é recomendado o estudo anatomopatológico seguido de pesquisa 
de antígenos virais por imuno-histoquímica (IHQ). 
Em razão da semelhança entre alguns sinais e sintomas da infecção pelo ZIKV 
com a dengue e chikungunya, recomenda-se, em caso de a suspeita inicial ser Zika, 
que a testagem seja iniciada por métodos diretos. Amostras de urina podem ser 
utilizadas para confirmar a infecção viral até o 15° dia do início dos sintomas. 
Tratamento da infecção pelo vírus zika 
17 
 
Ainda não existe antiviral ou vacina disponível para tratamento específico da 
infecção pelo vírus Zika. 
Para os quadros sintomáticos, aplicam-se as principais medidas: 
Repouso relativo, enquanto durar a febre; 
• Estímulo à ingestão de líquidos; 
• Administração de paracetamol ou dipirona em caso de dor ou febre; 
• Não administração de ácido acetilsalicílico; 
• Administração de anti-histamínicos; 
• Recomendação ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de saúde, em 
casos de sensação de formigamento de membros ou alterações do nível de consciência 
(para investigação de SGB e de outros quadros neurológicos); 
• diante da queixa de alteração visual, encaminhamento ao oftalmologista para 
avaliação e tratamento. 
Gestantes com suspeita de Zika devem ser acompanhadas conforme protocolos 
vigentes para o pré-natal, desenvolvidos pelo Ministério da Saúde do Brasil. 
 
18 
 
4- Chikungunya 
O vírus chikungunya (CHIKV) foi introduzido no continente americano em 2013 
e ocasionou uma importante onda epidêmica em diversos países da América Central e 
ilhas do Caribe. Não pertence a mesma família dos vírus da dengue, zika e febre 
amarela, porém é transmitido pelo mesmo vetor, o mosquito A. aegypti [7]. 
No segundo semestre de 2014, o Brasil confirmou, por métodos laboratoriais, a 
presença da doença nos estados do Amapá e Bahia. Atualmente, todas os Estados 
registram transmissão desse arbovírus. Esta arbovirose também pode se manifestar de 
forma atípica e/ou grave, sendo observado óbitos. 
A doença pode evoluir em três fases: 
 Febril ou aguda: tem duração de 5 a 14 dias 
 Pós-aguda: tem um curso de até 3 meses. 
 Crônica: Se os sintomas persistirem por mais de 3 meses após o início da 
doença, considera-se instalada a fase crônica. 
 
Em mais de 50% dos casos, a artralgia (dor nas articulações) torna-se crônica, 
podendo persistir por anos. 
 
Sinais e sintomas da infecção pelo vírus chikunguya 
 
Os principais sinais e sintomas são (Fig. 9): 
 
 Febre. 
 Dores intensas nas articulações 
 Dor nas costas 
 Dores pelo corpo. 
 Erupção avermelhada na pele 
 Dor de cabeça. 
 Náuseas e vômitos. 
 Dor retro-ocular 
 Dor de garganta 
 Calafrios 
 Diarreia e/ou dor abdominal (manifestações do trato gastrointestinal são mais 
presentes em crianças). 
 
19 
 
 
Figura 9. Sinais e sintomas da infecção pelo vírus chikungunya. 
Algumas manifestações atípicas também são possíveis, como descrito na 
Tabela 1: 
Tabela 1. Manifestações atípicas da infecção pelo vírus chikungunya 
Sistema/órgão Manifestações 
Nervoso 
Meningoencefalite, encefalopatia, convulsão, síndrome de 
Guillain-Barré, síndrome cerebelar, paresias, paralisias e 
neuropatias. 
Olhos Neurite óptica, iridociclite, episclerite, retinite e uveíte 
Cardiovascular 
Miocardite, pericardite, insuficiência cardíaca, arritmia e 
instabilidade hemodinâmica. 
Pele 
Hiperpigmentação por fotossensibilidade, dermatoses 
vesiculobolhosas e ulcerações aftosa-like. 
Rins Nefrite e insuficiência renal aguda. 
Outros 
Discrasia sanguínea, pneumonia, insuficiência respiratória, 
hepatite, pancreatite,síndrome da secreção inapropriada do 
hormônio antidiurético e insuficiência adrenal. 
 
Diagnóstico da infecção por Chikungunya 
O diagnóstico clínico é realizado por um médico. Todos os exames estão 
disponíveis no SUS. Em caso de confirmação da doença a notificação deve ser feita ao 
20 
 
Ministério da Saúde em até 24 horas. Em situações de epidemia a maioria dos casos 
serão confirmados por critério clínico. 
 
 O caso suspeito de chikungunya: 
Indivíduo que apresentar febre de início súbito maior que 38,5ºC e artralgia ou artrite 
intensa (dor nas articulações e/ou juntas) de início agudo, não explicado por outras 
condições, residente em (ou que tenha visitado) áreas com transmissão até duas 
semanas antes de começar os sintomas, ou que tenha vínculo epidemiológico* com 
caso importado confirmado. 
 
O caso confirmado de chikungunya por critério laboratorial: 
É todo caso suspeito de chikungunya confirmado laboratorialmente por isolamento viral 
positivo, detecção de RNA viral por RT-PCR, detecção de IgM em uma única amostra 
de soro durante a fase aguda (a partir do 6º dia) ou convalescente (15 dias após o início 
dos sintomas), demonstração de soro conversão entre as amostras na fase aguda (1a 
amostra) e convalescente (2a amostra) ou detecção de IgG em amostras coletadas de 
pacientes na fase crônica da doença, com clínica sugestiva. 
Tratamento da infecção pelo vírus Chikungunya 
O tratamento da chikungunya é feito de acordo com os sintomas. Até o momento, 
não há tratamento antiviral específico para chikungunya ou vacina. A terapia utilizada é 
analgesia e suporte. 
 É necessário estimular a hidratação oral dos pacientes e a escolha dos 
medicamentos devem ser realizadas após a avaliação do paciente, com aplicação de 
escalas de dor apropriadas para cada idade e fase da doença. 
 Em casos de sequelas mais graves, e sob avaliação médica conforme cada 
caso, pode ser recomendada a fisioterapia. 
 Em caso de suspeita, com o surgimento de qualquer sintoma, é fundamental 
procurar um profissional de saúde para o correto diagnóstico e prescrição dos 
medicamentos, evitando sempre a automedicação. Os tratamentos são oferecidos de 
forma integral e gratuita por meio do SUS. 
 
21 
 
5- Febre Amarela 
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus da 
mesma febre amarela mília da DENV e ZIKV, transmitido por mosquitos vetores, e 
possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de 
floresta) e urbano [8]. 
O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não 
há transmissão direta de pessoa a pessoa. 
A febre amarela tem importância epidemiológica por sua gravidade clínica e 
potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas pelo mosquito A. aegypti. 
O padrão temporal de ocorrência é sazonal, com a maior parte dos casos 
incidindo entre dezembro e maio, e com surtos que ocorrem com periodicidade irregular, 
quando o vírus encontra condições favoráveis para a transmissão (elevadas 
temperatura e pluviosidade; alta densidade de vetores e hospedeiros primários; 
presença de indivíduos suscetíveis; baixas coberturas vacinais; eventualmente, novas 
linhagens do vírus), podendo se dispersar para além dos limites da área endêmica e 
atingir estados das regiões Centro. 
 
Sintomas iniciais da febre amarela: 
 início súbito de febre; 
 calafrios; 
 dor de cabeça intensa; 
 dores nas costas; 
 dores no corpo em geral; 
 náuseas e vômitos; 
 fadiga e fraqueza. 
 
A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto, cerca de 
15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, 
desenvolvem uma forma mais grave da doença. 
Depois de identificar alguns desses sintomas, procure um médico na unidade de 
saúde mais próxima e informe sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias 
anteriores ao início dos sintomas, e se você observou mortandade de macacos próximo 
aos lugares que você visitou, assim como picadas de mosquito. Informe, ainda, se você 
tomou a vacina contra a febre amarela, e a data. 
Se você identificar macacos mortos na região onde vive ou está, informe 
imediatamente as autoridades sanitárias do município ou estado, de preferência, 
diretamente para a vigilância ou controle de zoonoses. 
O Ministério da Saúde, através da Secretaria de Vigilância em Saúde, elabora 
normas e coordena as ações de vigilância e controle da doença. Também auxilia os 
22 
 
estados e municípios na implementação e manutenção dessas ações, supervisiona as 
atividades e fornece a vacina contra a febre amarela. 
IMPORTANTE: Os macacos não transmitem a febre amarela! Eles são importantes 
sentinelas para alerta em regiões onde o vírus da Febre Amarela está circulando. No 
caso de algum “ataque”, os sentinelas são os primeiros soldados abatidos e que 
despertam a atenção do “comando”, neste caso, as autoridades sanitárias. Macacos 
mortos são analisados em exames específicos para detectar se a causa morte foi Febre 
Amarela, o que aciona o alerta de cuidado com as pessoas. 
Complicações da febre amarela 
Em casos graves, a pessoa infectada por febre amarela pode desenvolver algumas 
complicações, como: 
 febre alta; 
 icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos); 
 hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal); 
 eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. 
 
IMPORTANTE: Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem febre amarela 
grave podem morrer. Assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas, é fundamental 
buscar ajuda médica imediata. 
 
Transmissão da Febre amarela 
 
O vírus da febre amarela é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores 
infectados, Aedes aegypti no ciclo urbano e Haemagogus e Sabethes no ciclo silvestre. 
A doença não é transmitida de pessoa a pessoa. 
A série histórica da doença no Brasil tem demonstrado maior frequência de 
ocorrência de casos humanos nos meses de dezembro e maio, como um padrão 
sazonal. Esse fato ocorre principalmente no verão, quando a temperatura média 
aumenta na estação das chuvas, febre amarela favorecendo a reprodução e proliferação 
de mosquitos (vetores) e, por consequência o potencial de circulação do vírus. 
Os vetores silvestres têm hábito diurno, realizando o repasto sanguíneo durante 
as horas mais quentes do dia, sendo os vetores dos gêneros Haemagogus e Sabethes, 
geralmente, mais ativos entre às 9h e 16h da tarde. 
Há dois diferentes ciclos epidemiológicos de transmissão: 
 silvestre; 
 urbano. 
 
23 
 
Apesar desses ciclos diferentes, a febre amarela tem as mesmas características sob 
o ponto de vista etiológico, clínico, imunológico e fisiopatológico. 
No ciclo silvestre da febre amarela, os primatas não humanos (macacos) são os 
principais hospedeiros e amplificadores do vírus e os vetores são mosquitos com hábitos 
estritamente silvestres, sendo os gêneros Haemagogus e Sabethes os mais 
importantes na América Latina. Nesse ciclo, o homem participa como um hospedeiro 
acidental ao adentrar áreas de mata. 
No ciclo urbano, o homem é o único hospedeiro com importância epidemiológica e 
a transmissão ocorre a partir de vetores urbanos (Aedes aegypti) infectados. 
A pessoa apresenta os sintomas iniciais da febre amarela de 3 a 6 dias após ter 
sido infectada. 
 
Prevenção da febre amarela 
A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da febre amarela. O 
Sistema Único de Saúde (SUS) oferta vacina contra febre amarela para a população. 
Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante 
toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização 
Mundial de Saúde (OMS). 
Toda pessoa que reside em Áreas com Recomendação da Vacina contra febre 
amarela e pessoas que vão viajar para essas áreas deve se imunizar. 
A vacina, que é administrada via subcutânea, está disponível durante todo o anonas unidades de saúde e deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do 
deslocamento para áreas de risco, principalmente, para os indivíduos que são vacinados 
pela primeira vez. 
A vacinação para febre amarela é ofertada na rotina dos municípios com 
recomendação de vacinação. 
 
IMPORTANTE: A vacina é feita a partir do vírus vivo atenuado, isso quer dizer que 
existe uma pequena chance de desenvolver a doença, no entanto ela existe na 
proporção de 1 reação adversa para cada 400 mil doses de vacinas aplicadas segundo 
as referências científicas existentes. 
Em áreas as áreas consideradas de maior risco de exposição como matas, 
florestas, rios, cachoeiras, parques e o meio rural, utilizar roupas recomenda-se que 
medidas de proteção individual sejam adotadas, principalmente para quem tem alguma 
contraindicação para receber a vacina como: usar repelente de insetos de acordo com 
as indicações do produto; proteger a maior extensão possível de pele através do uso de 
calça comprida, blusas de mangas compridas e sem decotes, de preferência largas, não 
coladas ao corpo, meias e sapatos fechados; evitar na medida do possível o 
deslocamento para áreas rurais e, principalmente, adentrar em matas, seja a trabalho 
ou turismo; passar o maior tempo possível em ambientes refrigerados, uso de 
mosquiteiros e telas nas janelas. 
https://www.who.int/eportuguese/countries/bra/pt/
https://www.who.int/eportuguese/countries/bra/pt/
https://antigo.saude.gov.br/images/ACRV-FA.pdf
https://antigo.saude.gov.br/images/ACRV-FA.pdf
24 
 
Atenção às crianças menores de 9 meses de idade, pois não irão receber a vacina, 
devendo utilizar-se repelente de acordo com as orientações de faixa etária de cada 
produto, bem como utilizar mosquiteiros e ou ambiente protegido. 
 
Além da vacina, deve-se manter os cuidados para evitar a proliferação dos 
mosquitos, mantendo as casas e as ruas limpas sem acúmulo de água parada, habitat 
ideal para reprodução dos vetores. 
Locais que têm matas e rios, onde o vírus e seus hospedeiros e vetores ocorrem 
naturalmente, são consideradas como áreas de risco. No Brasil, no entanto, a vacinação 
é recomendada para as pessoas a partir de 9 meses de idade conforme orientações 
para vacinação e que residem ou se deslocam para os municípios que compõem a Área 
Com Recomendação de Vacina. 
Eventos adversos pós-vacinação 
Os eventos adversos são possíveis reações após a vacinação da febre amarela. 
Os mais comuns relatados segundo estudos são: reações de hipersensibilidade, e as 
manifestações da própria doença com o desenvolvimento dos sinais e sintomas 
observados. 
A ocorrência de morte em até 30 dias após a vacinação deve ser investigada 
para confirmação se foi ou não relacionada ao uso da vacina. 
Todo evento adverso deve ser investigado e tratado da mesma forma que os 
casos suspeitos de Febre Amarela. Se qualquer pessoa vacinada desenvolver os sinais 
e sintomas comuns para doença em até 15 dias após a vacinação, deve rapidamente 
procurar o serviço de saúde mais próximo para atendimento. 
Não devem tomar vacina contra febre amarela: 
 Bebês menores de 9 meses. 
 Mulheres amamentando crianças menores de 6 meses de idade. 
 Pessoas com alergia grave ao ovo. 
 Pessoas portadoras de HIV e que tem contagem de células CD4 menor que 350. 
 Pessoas em de tratamento com quimioterapia/ radioterapia. 
 Pessoas portadoras de doenças autoimunes. 
 Pessoas submetidas a tratamento com imunossupressores (que diminuem a 
defesa do corpo). 
Diagnóstico da febre amarela 
Somente um médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente a febre 
amarela. No caso de qualquer um dos sintomas da doença, procure imediatamente uma 
unidade de saúde para avaliação médica adequada. O profissional fará os exames 
25 
 
necessários para diagnosticar a doença, assim como sua gravidade, para escolher a 
melhor forma de tratamento. 
Tratamento da febre amarela 
O tratamento da febre amarela é apenas sintomático, com cuidadosa assistência 
ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso, com reposição de 
líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado. 
Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia 
Intensiva (UTI), para reduzir as complicações e o risco de óbito. Medicamentos 
salicilatos devem ser evitados (AAS e aspirina), já que o uso pode favorecer o 
aparecimento de manifestações hemorrágicas. O médico deve estar alerta para 
quaisquer indicações de um agravamento do quadro clínico. 
Situação epidemiológica da febre amarela 
 
Nas duas últimas décadas, foram registradas transmissões de febre amarela 
além dos limites da área considerada endêmica (região amazônica). Casos humanos 
e/ou epizootias (ocorrência de um determinado evento em um número de animais ao 
mesmo tempo e na mesma região, podendo levar ou não a morte) em primatas não 
humanos (PNH) ocorridos na Bahia, em Minas Gerais, em São Paulo, no Paraná e no 
Rio Grande do Sul representaram a maioria dos registros de febre amarela no período, 
caracterizando uma expansão recorrente da área de circulação viral nos sentidos leste 
e sul do País, que afetou áreas consideradas “indenes” até então, onde o vírus não era 
registrado há décadas. 
Processos de reemergência do vírus da febre amarela produziram importante 
impacto na saúde pública, representado pelos mais extensos surtos em humanos e 
epizootias em PNH pela doença das últimas décadas, sendo que os mais recentes 
ocorreram entre 1998 e 2003 [do Norte (PA;1998/1999) ao Sudeste (MG; 2002/2003) e 
Sul (RS; 2002/2003)], e entre 2007 e 2009 [do Norte/Centro-Oeste (2007/2008) ao 
Sudeste (SP; 2008/2009) e Sul (PR, RS; 2008/2009)]. 
A observação de um padrão sazonal de ocorrência de casos humanos a partir 
da análise da série histórica deu suporte à adoção da estratégia de vigilância baseada 
na sazonalidade. 
Assim, o período anual de monitoramento da FEBRE AMARELA inicia em julho 
e encerra em junho do ano seguinte, de modo que os processos de transmissão que 
irrompem durante os períodos sazonais (dezembro a maio) possam ser analisados à luz 
das especificidades de cada evento. 
Após a expansão da área de circulação viral ocorrida entre 2007 e 2009, quando 
o vírus atingiu as regiões Sudeste e Sul do país e causou mais de 100 casos da doença, 
com letalidade de 51%, a reemergência do vírus no Centro-Oeste brasileiro volta a 
causar preocupação. 
No período de monitoramento 2014/2015, a reemergência do vírus da febre 
amarela foi registrada além dos limites da área considerada endêmica (região 
26 
 
amazônica), manifestando-se por epizootias em PNH confirmadas por critério 
laboratorial (TO; julho/2014). 
Novos registros de epizootias e casos humanos isolados na região Centro-Oeste 
(GO, MG, SP) demonstraram o avanço da área de circulação do vírus, novamente 
percorrendo os caminhos de dispersão nos sentidos sul e leste do país, aproximando-
se de grandes regiões metropolitanas densamente povoadas, com populações não 
vacinadas e infestadas por Aedes aegypti. 
É importante ressaltar que toda esta expansão da circulação do vírus está associada à 
ocorrência do ciclo silvestre da doença, não havendo nenhum indício da sua 
urbanização. 
Mais recentemente, no período 2017/2018, foi registrado um dos eventos mais 
expressivos da história da febre amarela no Brasil. A dispersão do vírus alcançou a 
costa leste brasileira, na região do bioma Mata Atlântica, que abriga uma ampla 
diversidade de primatas não humanos e de potenciais vetores silvestres e onde o vírus 
não era registrado há décadas. Nesse sentido, a Secretaria de Vigilância em Saúde - 
SVS/MS iniciou em novembro/2017 o monitoramento sazonal da Febre Amarela, no qual 
vem publicando boletins semanais com a atualização dos casos humanos e epizootias 
em PNH notificados no País. 
 
 Viajantes e a febre amarela 
O Ministério da Saúde recomenda a vacina Febre Amarela (atenuada) para toda 
a população que viaja para Áreas Com Recomendação de Vacina (ACRV).A vacina 
está disponível em qualquer unidade básica de saúde (Postos de Saúde do SUS) e deve 
ser aplicada pelo menos 10 dias antes do deslocamento, para garantir o 
desenvolvimento da imunidade. Após a vacinação, é fornecido o Cartão Nacional de 
Vacinação, que deve ser conservado como documento pessoal. 
Em 2020, a ACRV foi ampliada para todos os estados do Nordeste. O Brasil 
passa a ter todo seu território como área com recomendação de vacinação. 
Anteriormente, a vacina de febre amarela era ofertada apenas para algumas regiões do 
país com registro de casos da doença. 
 
Viagens nacionais 
Recomenda-se a vacina contra febre amarela (atenuada) para toda a população 
a partir dos 9 meses de idade que se desloca da área sem recomendação de vacina 
(ASRV) para a área com recomendação da vacina (ACRV). Como os anticorpos 
protetores contra o vírus são produzidos entre o 7º e 10º dia após a administração da 
vacina, ela deve ser realizada no mínimo 10 dias antes da viagem, para que a pessoa 
seja considerada protegida. Uma dose confere proteção por toda vida. 
Além da vacina, outras medidas de proteção individual devem ser levadas em 
consideração, como o uso de calças e camisas de manga longa e de repelentes contra 
insetos. 
Viagens internacionais 
Por ocasião de viagem internacional, conforme disposto no RSI (2005) alguns 
países podem exigir a comprovação da vacinação contra febre amarela para entrada 
27 
 
em seu território. Esta comprovação é feita por meio do Certificado Internacional de 
Vacinação e Profilaxia (CIVP) emitido, no Brasil, por serviços públicos e privados 
cadastrados pela Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para este fim. 
Segundo a atualização do anexo 7 do RSI (2005), uma única dose de vacina de 
febre amarela é necessária para conferir proteção ao longo da vida da pessoa vacinada. 
Assim, o CIVP passa automaticamente a ter validade por toda vida, não sendo 
necessário receber doses de reforço para emissão do certificado nem emissão de um 
novo CIVP para aqueles que já o possuem. 
No entanto, para a emissão do CIVP é fundamental que o lote da vacina de febre 
amarela esteja corretamente registrado no comprovante de vacinação do viajante, pois 
este certificado somente será emitido para as vacinas aprovadas pela OMS. 
 
Orientações - Febre amarela 
 
A vigilância da Febre Amarela no Brasil atua visando reduzir a incidência da 
Febre Amarela Silvestre, impedir a transmissão urbana e também detectar 
oportunamente a circulação viral para orientar as medidas de controle. 
O Programa de Vigilância da Febre Amarela atua de forma articulada com 
diferentes áreas, como vigilância de casos humanos, vigilância entomológica (vetores 
urbanos e silvestres), vigilância ambiental e ações de informação, de educação e de 
comunicação. As vigilâncias entomológica e de epizootias em PNH constituem eixos de 
atuação ecoepidemiológica do Programa no Brasil. 
A Febre Amarela é uma doença de notificação compulsória imediata, ou seja, 
todo evento suspeito (tanto morte de primatas não humanos, quanto casos humanos 
com sintomatologia compatível) deve ser prontamente comunicado (até 24 horas após 
a suspeita inicial) às autoridades locais competentes pela via mais rápida (telefone, 
email, etc). 
Às autoridades estaduais de saúde cabe notificar eventos suspeitos ao MS, pelo 
meio mais rápido: gt-arbo@antigo.saude.gov.br ;ou notifica@antigo.saude.gov.br ;e/ou 
telefone (61) 3213 8181. 
Vigilância de casos humanos 
A vigilância de casos humanos para febre amarela é feita por meio da notificação 
da ocorrência de casos com sintomatologia compatível com FEBRE AMARELA. Todo 
caso suspeito deve ser prontamente comunicado por telefone, febre amarela x ou e-mail 
às autoridades, por se tratar de doença grave com risco de dispersão para outras áreas 
do território nacional e mesmo internacional. 
Além da comunicação rápida (até 24 horas), o caso suspeito deve ser notificado 
por meio do preenchimento da Ficha de Investigação de Febre Amarela, do Sistema de 
Informação de Agravos de Notificação (Sinan). 
mailto:gt-arbo@antigo.saude.gov.br%C2%A0
mailto:notifica@antigo.saude.gov.br%C2%A0
28 
 
Para efeito de vigilância, a definição de caso humano suspeito é: 
“Indivíduo com quadro febril agudo (até 7 dias), de início súbito, acompanhado de 
icterícia e/ou manifestações hemorrágicas, residente ou precedente de área de risco 
para febre amarela ou de locais com ocorrência de epizootias em primatas não humanos 
ou isolamento de vírus vetores nos últimos 15 dias, não vacinado contra febre amarela 
ou com estado vacinal ignorado” 
Em situações de surto, recomenda-se adequar a definição de caso suspeito, tornando-
a mais sensível para detectar o maior número possível de casos, levando-se em conta 
o amplo espectro clínico da doença. 
Vigilância de Epizootias em primatas não humanos 
O sistema de vigilância de epizootias em primatas foi iniciado em 1999, após 
período de intensa transmissão na região centro-oeste brasileira, onde foi observada a 
ocorrência de epizootia em primatas de formas precedente e concomitante aos casos 
humanos de febre amarela silvestre. 
A partir de então, o Ministério da Saúde passou a incentivar iniciativas regionais 
para identificar a circulação do vírus em seu ciclo enzoótico. 
Essa estratégia de vigilância consiste essencialmente em captar informações em 
tempo oportuno sobre adoecimento ou morte de PNH e investigar adequadamente 
esses eventos, já que as epizootias em PNH alertam para o risco de transmissão de 
Febre Amarela Silvestre para o homem. 
A finalidade é subsidiar a tomada de decisão para a adoção de medidas de 
prevenção e de controle e para reduzir a morbimortalidade da doença na população 
humana, em áreas afetadas (com transmissão ativa) e ampliadas (áreas adjacentes). 
Para efeito de vigilância, a definição de epizootia suspeita de FEBRE AMARELA é: 
“Primata não humano de qualquer espécie, encontrado doente ou morto 
(incluindo ossadas), em todo o território nacional”. 
Considera-se primata não humano doente, um animal que apresenta comportamento 
anormal, movimenta-se lentamente, não demonstra instinto de fuga, esteja segregado 
do grupo, com perda de apetite, baixo peso (magro), desnutrido, desidratado, com 
lesões cutâneas, secreções nasais, oculares e diarreia, dentre outros sinais ou 
sintomas. 
Vigilância Entomológica 
A vigilância entomológica é definida como a contínua observação e avaliação de 
informações originadas das características biológicas e ecológicas dos vetores, nos 
níveis das interações com hospedeiros humanos e animais reservatórios, sob a 
influência de febre amarela tores ambientais, que proporcionem o conhecimento para 
detecção de qualquer mudança no perfil de transmissão das doenças, e tem por 
finalidade recomendar medidas de prevenção e controle dos riscos biológicos mediante 
29 
 
a coleta sistematizada de dados e sua consolidação no Sistema de Informações da 
Vigilância Ambiental [ou Eco-epidemiológica] em Saúde. 
A vigilância entomológica constitui uma ferramenta alternativa de investigação de 
evento suspeito de Febre amarela e outros arbovírus, baseando-se na pesquisa de vírus 
a partir de mosquitos. A partir de um resultado positivo, é possível estabelecer vínculo 
epidemiológico entre esse achado laboratorial e o evento sob investigação. 
Para o desenvolvimento das atividades de investigação entomológica de eventos 
relacionados à FEBRE AMARELA, é necessária a padronização dos métodos 
empregados com vistas à comparação dos dados produzidos nas diversas unidades 
federativas, o que permitirá a estratificação do risco de transmissão, com implicações 
na análise e na definição das áreas receptivas e das Áreas Com Recomendação de 
Vacina (ACRV). 
A vigilância entomológica da febre amarela divide-se em dois tipos: 
 Vigilância passiva: refere-se às atividades realizadas por ocasião de notificações 
de casos humanos ou epizootias em PNH suspeitos de FEBRE AMARELA , a 
partirdas quais são desencadeadas medidas de bloqueio de transmissão. Nessa 
modalidade, são levantados dados que contribuem para classificar os eventos 
notificados como descartados ou confirmados, a depender dos resultados 
encontrados. 
 Vigilância ativa: ações que se baseiam no monitoramento sistemático e contínuo 
de áreas estratégicas (sentinelas e vulneráveis/receptivas), com o intuito de 
acompanhar espacial e temporalmente populações de culicídeos potencialmente 
vetores, detectar precocemente a circulação viral e definir áreas com potencial 
de transmissão (receptivas), nas quais serão desencadeadas medidas 
preventivas. São realizadas independentemente da notificação de casos 
humanos ou epizootias em primatas não humanos suspeitos de febre amarela. 
Constitui um instrumento para predição/estratificação do risco de emergência da 
febre amarela, e permite detectar precocemente a circulação viral, subsidiando 
o planejamento das ações de prevenção e controle antes da ocorrência de casos 
humanos. 
 
30 
 
Referências 
[1] https://www.cpqrr.fiocruz.br/pg/dengue/ Acessado em 15.07.2022, (n.d.). 
[2] https://www.agenciabrasilia.df.gov.br/2015/12/08/um-problema-chamado-aedes-
aegypti/ Acessado em 15.07.2022, (n.d.). 
[3] https://www.paho.org/pt/topicos/dengue 14.07.2022, (n.d.). 
[4] https://www.eravirtual.org/aedes/ Acessado em 15.07.2022, (n.d.). 
[5] https://www.dengue.pr.gov.br/ Acesso em 11.07.2022, (n.d.). 
[6] https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/z/zika-virus/zika-virus 
Acessado em 19.07.2022, (n.d.). 
[7] https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-
z/c/chikungunya/chikungunya Acessado em 19.07.2022, (n.d.). 
[8] https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/f/febre-amarela-1/febre-
amarela Acessado em 19.07.2022, (n.d.).

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