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Questionamentos a CJU

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NOVAS PROPOSTAS COM BASE NO ART. 48, INCISO I E II, § 3º, DA LEI Nº 8.666/93
	É comum em alguns itens dos pregões eletrônicos que os participantes não atendam as exigências do Edital ou às convocações do Pregoeiro, restando o item frustrado e, por fim, cancelado. Tal fato demanda da Administração a realização de novo certame para estes itens, necessitando de tempo e recursos humanos para o relançamento. 
	No atual regramento legal subsiste uma possibilidade de poupar tempo e recursos humanos, que reside no art. 48, inciso I e II, § 3º, da Lei nº 8.666/93. Tal dispositivo foi elaborado para as modalidades licitatórias tradicionais, podendo, subsidiariamente, ser aplicado aos pregões eletrônicos, nos termos do art. 9º da Lei nº 10.520/02. Contudo, o sistema ComprasNet não foi operacionalizado para o art. 48, inciso I e II, § 3º, da Lei nº 8.666/93, o que dificulta sua aplicação, pois o Pregoeiro precisa colocar o item frustrado em análise, marcar sessão complementar com retorno de fase, para só então convocar anexo, via sistema, para que os licitantes apresentem, em 08 dias úteis, novas propostas escoimadas dos vícios verificados. Assim, pode-se homologar os demais itens e atender parcialmente a demanda da Administração. Entretanto, como as novas propostas serão inseridas no sistema por meio de convocação, que permite apenas o envio de documento (PDF , DOC, …), em caso de empate, o Pregoeiro não terá o sorteio eletrônico automático para desempatar as propostas, que apenas subsiste quando as propostas são inseridas quando do cadastramento do licitante para participar do certame. 
	Diante do exposto, tem-se as seguintes dúvidas:
1) Como poderia proceder o Pregoeiro no caso de aplicação do art. 48, inciso I e II, § 3º, da Lei nº 8.666/93, ocorrendo empate, sem o sorteio eletrônico do sistema?
2) Bittencourt e Di Pietro defendem que as novas propostas apenas podem alterar o que restou eivado de vício anteriormente, não podendo-se repaginar a proposta como um todo. Dessa forma, aquele que modificar algo além do que continha vício restará desclassificado?
3) As novas propostas poderão ter valor maior que as frustradas anteriormente, desde que estejam dentro do estimado pela Administração? Se sim, a negociação no sistema exigirá justificativa para registrar este valor maior que o valor originalmente inserido no sitema quando do cadastramento do licitante para participar do certame. Assim, qual seria o amparo legal possível para explicitar como pressuposto de direito?
PRECLUSÃO CONSUMATIVA
	Quando da operação do pregão eletrônico, por vezes, ocorre de o licitante enviar documento diverso do que foi solicitado. Nesse sentido, os Pregoeiros tem entendido que, uma vez convocado anexo para envio de documento exigido para o certame, o licitante que envia documento diverso do solicitado, opera a preclusão consumativa da sua oportunidade de envio. Ademais, entende-se que o documento enviado erroneamente seria o mesmo que não enviar nenhum documento, não podendo-se, assim, complementar documento inexisistente. Com isso, reconvocar o licitante para novo envio resultaria em violação da isonomia entre os licitantes. Dessa forma, surge as seguintes dúvidas:
4) Na situação hipotética elencada acima, ocorreria a preclusão consumativa, inviabilizando a reconvocação?
5) É possível reconvocar o licitante que enviou o documento errado (ex: convocou-se a proposta atualizada e o licitante enviou catálogo) para enviar o documento correto?
AJUSTES CONTRATUAIS
	Nos modelos de termo de referência da AGU, até 2019, residia cláusula que condicionava o reajuste a pedido do contratado. Contudo, a partir de 2020, o TCU consignou ser devido o reajuste após interrigno de 12 meses da proposta. Dessa jurisprudência e do modelo da AGU de 2019, surgem as seguintes dúvidas:
6) As licitações que foram concluídas e contratadas nos moldes do modelo de termo de referência da AGU de 2019, de cunho continuado, seguem tendo o reajuste condicionado a pedido do contratado?
7) Nas licitações que foram concluídas e contratadas de 2020 até os dias atuais, confomre a jurisprudência do TCU, e nos moldes do modelo atual de termo de referência da AGU, de cunho continuado ou não, devem ter o reajuste obrigatório, após interrigno de 12 meses da proposta, independente de pedido do contratado, e por impulso do fiscal de contrato?
8) Sendo obrigatório e independente de pedido do contratado, os reajustes por ventura atrasados e ainda não concedidos, por falta de impulso do fiscal de contrato, poderão ser concedidos?
9) Caso a Administração deixe de realizar os reajustes, tal conduta importará em erro grosseiro, tipo penal ou improbidade administrativa por enriquecimento ilícito?
10) Sendo o reajuste obrigatório e independente de pedido do contratado, caso este requeira o reequilíbrio econômico financeiro em data próxima do reajuste, pode a Administração, observando que o reajuste supre ou se aproxima do pedido de reequilíbrio, concluir pela preclusão lógica do reequilíbrio econômico financeiro?
11) A Administração pode, de ofício, realizar o reequilíbrio econômico financeiro, mediante impuldo do fisacal de contrato, seja para corrigir a equação para mais ou para menos, ou o pedido de reequilíbrio deve partir apenas do contratado?
12) Todo e qualquer ajuste contratual tem a obrigatoriedade de passar pela análise de legalidade da CJU, e sua não submissão importará em erro grosseiro, tipo penal ou improbidade administrativa?

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