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Teori� Gera� d� Crim� . Síntes� Históric� . - Temp�� Primitiv�� Os grupos sociais, envolvidos em um ambiente mágico e religioso, para aplacar a ira dos deuses, criam uma série de proibições religiosas, sociais e políticas, conhecidas como “tabu”, que não obedecidas, acarretavam castigo. A pena, em sua origem mais remota, significava vingança, revide à agressão sofrida de forma desproporcionada com a ofensa e aplicada sem preocupação de justiça. As fases da vingança, são: ● Vingança Divina - influência da religião na vida do indivíduo. Castigo ou oferenda delegada por sacerdotes para reprimir o crime como satisfação aos deuses para a ofensa praticada. ● Vingança Privada - quando o transgressor era membro de uma tribo ou família este indivíduo poderia ser eliminado ou banido com toda a sua tribo ou família. Para evitar a dizimação das tribos surge o ‘talião’ (olho por olho, dente por dente) - adotado pelo Cód. Hamurabi (Babilônia e povo hebreu) e pelas XII Tábuas (Roma) ● Vingança Pública - com maior organização social, com o intuito de dar maior proteção ao Estado, visou-se a proteção do governante, que ainda sob forte influência religiosa, era destinado a sua soberania por um desejo divino. . Direit� Pena� Roman� . (DP Romano) Em Roma, direito e religião separam-se em: Delitos de crimina publica (segurança da cidade, parricídio), crimes majestatis e delicta privata (infrações menos graves reprimidas por populares), dentre outras. A pena torna-se pública, as sanções são mitigadas, a pena de morte é praticamente abolida, dando lugar ao exílio ou deportação. Surge então, princípios penais como: erro, dolo, culpa, imputabilidade, coação irresistível, agravantes, atenuantes e legítima defesa, etc. . DP Germânic� . Constituído apenas pelo costume, tem interferências futuras com a colonização Roma e a chegada do cristianismo. Havia ausência de dolo, culpa ou caso fortuito determinando-se a punição sempre em relação ao dano por ele causado. . DP Canônic� . Ou DP da Igreja, com influência decisiva do cristianismo nas leis penais contribuindo para a humanização do DP. Predomínio do Papado para proteger os interesses religiosos de dominação. Proclamou-se a igualdade dos homens, mitigou-se penas que passaram a ter como fim, não apenas, a expiação do criminoso, como também sua regeneração pelo arrependimento e purgação da culpa. @dejure_etdefacto 1 Teori� Gera� d� Crim� . DP Medieva� . Com matriz no direito canônico as penas se tornam mais cruéis, há o fortalecimento da igreja Católica Romana que tinha em si o poder de vingança. O absolutismo toma forma nesse período. . Períod� Humanitári� . Com o surgimento do Iluminismo, inicia-se o período humanitário. É nesse momento que o homem moderno toma consciência crítica do problema penal como um problema filosófico e jurídico. Beccaria é o principal pensador do assunto no período, fortemente baseado na obra de Rousseau e Montesquieu, ele publica em Milão (Dos Delitos e das Penas), propondo um novo fundamento à justiça penal. . Escola� Penai� . - Clássic�: Principais nomes - Beccaria e Carrara Para Carrara, o delito é um ente jurídico impelido por duas forças: a física, que é o movimento corporal e o dano do crime, e a moral, constituída da vontade livre e consciente do criminoso. Ou seja, a infração da lei do Estado, promulgada para proteger a segurança dos cidadãos, resultante de um ato externo do homem, positivo ou negativo, moralmente imputável e politicamente danoso. Fundamentada no Iluminismo tinha por princípios a legalidade dos crimes, a humanização e a proporcionalidade das penas (pena e retribuição). - P�sitiv� Principais nomes - Lombroso, Ferri e Garofalo Para Lombroso o crime é a manifestação da personalidade humana e produto de várias causas, estudava o delinquente do ponto de vista biológico. Seguidor de Lombroso, Henrique Ferri, ressaltava a importância dos fatores antropológicos, sociais e físicos. Garofalo, inicia a chamada fase jurídica e sustentava a existência de dois sentimentos básicos: a piedade e improbidade (ou justiça) e que o delito é sempre a lesão desses sentimentos. Os princípios das Escola positiva são: 1 - Crime é fenômeno natural e social, sujeito a às influências do meio e de múltiplos fatores; 2 - A responsabilidade penal é responsabilidade das sociedade; 3 - A pena é medida de defesa social, visando a recuperação do criminoso e sua neutralização; 4 - O criminoso é sempre, psicologicamente, um anormal, de forma temporária ou permanente. - Escol� Modern� Alem� Principais nomes - Von Liszti Separa o Direito Penal das demais ciências penais, contribuindo para a evolução dos dois. @dejure_etdefacto 2 Teori� Gera� d� Crim� - Técnic�-Jurídic� Une a pena e a retribuição com a prevenção. Para eles, a sociedade só é defendida à medida que proporciona a adaptação do condenado ao convívio social. . Evoluçã� Históric� d� DP Brasileir� . - Períod� Colonia� Entram em vigor no Brasil as Ordenações, elas refletiam o direito penal medieval onde o crime era confundido com o pecado e com a ofensa moral, punindo-se severamente os hereges, os apóstatas, feiticeiros e benzedores. Essas ordenações foram: 1 - Afonsinas (até 1512) 2 - Manuelinas (até 1569) 3 - Filipinas. - Imperia� Com a proclamação da Independência em 1830 e a previsão da constituição de 1824, elabora-se uma nova legislação penal sancionada como Código Criminal do Império, que previa a individualização da pena, a existência de atenuantes e agravantes e estabelecia um julgamento espiral para menores de 14 anos. - Republican� Em 1890, com a proclamada República surge um novo estatuto básico denominado Código Penal. Aboliu-se a pena de morte e estalou-se o regime penitênciário de caráter correcional, o que constituía um avanço na legislação penal. Em 1940, foi consolidado então o Código Penal que temos hoje. . Fonte� d� Direit� Pena� . É onde se origina a lei penal. Suas fontes podem ser: materiais e formais. ● Fontes materiais: é elaborada pelo Estado (União), e a matéria com que ele é feito. É a lei em si. (Substancial/ de produção) ● Fontes Formais: exteriorizam o direito, dão forma a norma. Podem ser diretas ou indiretas. - Diretas (ou imediatas): é a própria lei. Princípio da reserva legal. - Indiretas (mediatas ou subsidiárias): costumes e princípios gerais da lei, doutrina e jurisprudência e analogia. 1 - Costumes as condutas praticadas de modo geral, constante e uniforme, com a consciência da sua obrigatoriedade. Costume não revoga lei. 2 - Princípios Gerais do Direito (Supralegal - acima da lei) são as premissas éticas que norteiam a atividade dos operadores na interpretação das leis. 3 - Doutrina ou Jurisprudência - não é fonte de direito, porém é uma forma de interpretação da norma jurídica. @dejure_etdefacto 3 Teori� Gera� d� Crim� 4 - Analogia - lacuna evidente na lei, onde se aplicam normas não incriminadoras e que não contrariam o princípio da reserva legal. . Interpretaçã� d� Le� Pena� . ● Literal/Gramática - é o texto puro, a lei como está escrita; ● Histórica - leva em consideração o contexto histórico da lei; ● Sistemática/Comparativa - faz comparação entre normas. ● Teleológica (a mais utilizada pelos legisladores) pode ser : autêntica, doutrinária, judicial, restritiva e ampliativa. ► autêntica: procede da mesma origem da lei e tem força obrigatória; ► doutrinária: é o entendimento dado aos dispositivos legais dado por autores ou comentadores, sem força vinculante. ► judicial: é a orientação que os juízes e tribunais dão à norma, sem força vinculadora. Ex: Súmulas do STF e STJ; ► restritiva: é aquela que reduz o alcance da lei para que se possa encontrar sua vontade exata. ► ampliativa: amplia o sentido da lei. . Analogi� n� DP . Contemplada pela LINDB, ao encontrar uma lacuna na lei, o juíz aplica ao fato não regulado expressamente pela norma jurídica norma que disciplinaem hipótese semelhante. Diante do princípio da legalidade do crime e da pena, não se pode impor sanção penal a fato não previsto em lei, portanto, é inadmissível o emprego da analogia para criar ilícitos penais ou estabelecer sanções criminais No desempenho de suas funções o juiz deve manter-se sintonizado com a realidade social que envolve o réu, procurando ampliar a lei abstrata de forma inteligente. . Conflit� Aparent� da� Norma� . ► Vedação ao “no bis in idem” - não pode somar várias penas em um único fato. Para cada fato aplica-se uma lei. ► Princípio da especialidade - a lei especial prevalece sobre a lei geral. Quando há mais de uma lei para um crime, considera-se sempre a que mais se enquadra no caso. ► Princípio da subsidiariedade - só é utilizado quando não constituir fato mais grave. Um fato para uma punição conforme o texto da lei. ► Princípio da consunção - quando o crime mais grave absorve o crime menos grave. Crime utilizado para chegar ao fim do ato criminoso. . Aplicaçã� d� Le� Pena� . Segundo o art. 1° do CP: “Não há crime sem lei anterior que o adefina. Não há pena sem prévia cominação legal.” @dejure_etdefacto 4 Teori� Gera� d� Crim� . Princípi�� Constitucionai� d� Direit� Pena� . ► Princípio da Legalidade (da reserva legal) - a lei deve anteceder o crime, ou seja a lei deve dizer anteriormente o crime e prever a punição. ► Princípio da Reserva Legal - emanada do Poder Executivo, por ele define-se os crimes e as devidas cominações das sanções penais. ► Princípio da Anterioridade - somente será aplicada ao criminoso pena prevista anteriormente na lei como aplicável ao autor do crime. ► Princípio Devido Processo Legal - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. Garantindo-se ao indivíduo o direito ao contraditório (paridade de armas, ou seja, uso dos mesmos meios que a acusação para sua defesa) e o direito à ampla defesa (possibilidade de usar todos os recursos jurídicos disponíveis para sua defesa) ► Princípio da Igualdade - garante que todos são iguais perante a lei, não havendo distinções de quaisquer naturezas. ► Princípio da Responsabilidade Penal Pessoal (Princípio da Personalidade) - a pena não passa da pessoa do criminoso. ► Princípio da Presunção de Inocência - conforme art. 5° da CF, ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Será preso apenas em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada por autoridade judiciária. . A Le� Pena� n� Temp� � su� Eficáci� . A lei rege os fatos praticados durante a sua vigência. Não podendo alcançar fatos ocorridos anteriormente, nem ser aplicada após sua revogação. É possível a ocorrência da retroatividade e da ultratividade da lei, sendo a retroatividade o fenômeno ligado a uma norma jurídica aplicada a fato ocorrido antes do início de sua vigência e a ultratividade ligada a aplicação da lei após a sua revogação. ► Irretroatividad�. (Princípio da Anterioridade) A lei não retroage salvo em benefício do réu e não existe crime ou pena sem lei anterior que o defina. Ou seja, caso a nova lei for mais severa, ela não retroagirá. ► Retroatividad� Poderá ser usada lei nova, se esta for mais benigna ao indivíduo por ela julgado. ► Extratividad� (não será usada em leis severas) É quando há conflito entre as leis com novos proveitos surgidos após a prática do delito, nesse caso será aplicada a lei mais favorável. . Conflit� d� Le� Pena� n� Temp� . ► novatios legis incriminadora A nova lei torna típico fato anteriormente não incriminado, neste caso a lei não retroage, ou seja, o que não está descrito na lei no momento do crime, @dejure_etdefacto 5 Teori� Gera� d� Crim� não poderá ser usado como fator incriminador em delito cometido antes da sua vigência e definição da sua tipicidade. ► abolitio criminis Ocorre quando nova lei já não incrimina mais o fato anteriormente considerado ilícito penal. Por ela desaparecem os delitos e seus reflexos penais, permanecendo apenas os civis, que obrigam a reparação dos danos civis. ► novatio legis in mellius Lei nova é mais favorável que a anterior e ainda que a sentença já tenha transitado em julgado, esta pode favorecer o incriminado, com penas menos rigorosas. ► novatio legis in pejus Refere-se a lei mais severa que a anterior, neste caso a lei não retroagirá. . Le� Pena� e� Branc� . É a norma penal cujo conteúdo é vago ou incompleto exigindo portanto uma complementação, tais como: leis, decretos, portarias e etc. O complemento pode ser anterior ou posterior à vigência da norma em branco. Podem ser no sentido amplo ou estrito: ● Sentido amplo (normas incompletas ou fragmentos de norma): podem ter seu complemento na própria lei ou em outros diplomas legais. ● Sentido estrito: é a lei em branco cujo complemento está contido em outra regra jurídica procedente de uma instância legislativa diversa, seja de categoria superior ou inferior a ela. . Temp� d� Crim� . “Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que seja outro o momento do resultado.” - teoria da atividade. “Considera-se o momento da consumação/resultado do crime, sem levar em conta a ocasião em que o agente praticou o delito.” - teoria do resultado. “Considera-se tanto o momento da conduta como o do resultado.” - teoria mista. . Lei� Temporária� � Excepcionai� . Essas leis têm ultratividade e aplicam-se apenas a fatos cometidos sob sua vigência, ainda que revogadas pelo decurso do tempo ou pela superação de sua situação excepcional. ► Temporária� - são leis que possuem vigência previamente fixada. ► Excepcionai� - aquelas cuja vigência duram dentro de situações de emergência. . A Le� Pena� n� Espaç� � su� Eficáci� . Pode um crime violar o interesse de dois países, quer por ter sido a ação praticada no território de um e a consumação dar-se em outro. @dejure_etdefacto 6 Teori� Gera� d� Crim� Território no sentido estrito (material) abrange o solo e o subsolo com limites reconhecidos, as águas interiores, o mar continental, a plataforma continental e o espaço aéreo. Sendo assim, entende-se como território nacional os territórios, as embarcações e aeronaves de brasileiras de natureza pública ou a serviço do governo, onde se encontrem, ou ainda as embarcações e aeronaves brasileiras, mercantes ou de propriedade privada que se encontrem em alto-mar ou em espaço aéreo correspondente. ► Territorialidad� - prevê a aplicação da lei nacional ao fato praticado em território do próprio país. ► Extraterritorialidad� - prevê a aplicação da lei brasileira para crimes cometidos no estrangeiro. Podendo ser: - Incondicionada - é obrigatória aplicação de leis brasileiras para crimes cometidos no exterior contra: a vida ou a liberdade do presidente da república, crimes contra o patrimônio, contra a vida, delitos contra a liberdade individual, contra a administração pública e genocídio. - Condicionada - aplica-se a lei brasileira a autores de crimes cometidos no estrangeiro, conforme as seguintes condições: crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; crimes praticados por brasileiros; crimes praticados em embarcações ou aeronaves brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro. Esses delitos são condicionados às condições a seguir: entrada do agente em território nacional; ser o fato punível também no país onde foi praticado; estar incluído o crime a lei brasileira que autoriza a extradição; não ter sido o agente absolvido no exterior ou não ter cumprido a pena; não ter sido perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo não estar extinta a punibilidade. . Pen� cumprid� n� estrangeir� . “Pena cumprida no estrangeiro, atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversa, ou nela é computada, quando idênticas." . Imunidade� . Imunidade� Consulare� � Diplomática�. Entende-se que os chefes de Estado e osrepresentantes de governos estrangeiros, estão excluídos da jurisdição criminal dos países em que exercem suas funções. Agentes diplomáticos gozam de imunidade e não podem ser processados, presos ou detidos, nem obrigados a depor como testemunha. Sua imunidade inicia-se com sua entrada no território que irá assumir e perdurará por todo exercício de suas funções até que saia do país ou que transcorra o prazo fixado . A imunidade cobre também os chefes de Estado estrangeiros que visitam o país, assim como os membros de sua comitiva. @dejure_etdefacto 7 Teori� Gera� d� Crim� . Extradiçã�, Depo�taçã� � Expulsã� . Extradiçã�: É o ato pelo qual uma nação entrega a outra um autor de um crime para ser julgado e punido. Ela poderá ser concedida quando o governo requerente se fundamentar em tratado ou quando prometer ao Brasil a reciprocidade. Depo�taçã�: É o processo de remoção do imigrante irregular ou de imigrante regular que tenha cometido crime. A deportação é mais frequentemente involuntária, porém poderá, em alguns casos, a critério do juiz de imigração responsável pelo caso, ser voluntária. Expulsã�: Ocorre depois de cumprimento de pena, quando o estrangeiro comete algum ato ilícito no país. . Luga� d� Crim� . É tanto aquele em que se produziu (ou deveria ter se produzido) o resultado, bem como onde foi praticada a ação ou omissão. . Conceit� d� Crim� . Conceito Legal: “Art 1º - Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente.” Conceito Analítico: Crime é todo fato típico, antijurídico/ilícito e culpável. A conduta (ação ou omissão) deve apresentar obrigatoriamente os três fatores a seguir: 1) Fat� típic� (Tipicidade): é o comportamento humano (positivo ou negativo) que provoca um resultado previsto em lei penal como infração. Poder ser formal (que se encaixe em norma prevista) ou material (que dá significância a conduta) 2) Antijuricidad�: é a relação de contrariedade entre o fato típico e o ordenamento jurídico; a conduta descrita em norma penal incriminadora será ilícita ou antijurídica quando não for expressamente declarada lícita. E não apresenta excludentes. 3) Culpabilidad�: é a reprovação da ordem jurídica em face de estar ligado o homem a um fato típico e antijurídico; que não apresenta causas eximentes. 4) Punibilidad�: entendida como aplicabilidade da pena, é uma consequência jurídica do crime e não o seu elemento constitutivo; a pena não é um momento precursor do iter criminis, mas @dejure_etdefacto 8 Teori� Gera� d� Crim� sim o efeito jurídico do comportamento típico e ilícito, sendo culpado o sujeito. A seguir, apresentam-se os elementos materiais anteriores à execução do fato, sem os quais a conduta prevista pela lei não constitui crime; sem eles o fato não é punível a qualquer título. - Sujeit� ativ� d� crim� (criminoso): é quem pratica o fato descrito na norma penal incriminadora; só o homem possui a capacidade para delinqüir. - Sujeit� passiv� d� crim� (vítima): é o titular do interesse cuja ofensa constitui a essência do crime. - Objet� d� delit�: é aquilo contra que se dirige a conduta humana que o constitui; para que seja determinado, é necessário que se verifique o que o comportamento humano visa: o objeto jurídico do crime e o bem ou interesse que a norma penal tutela; sendo o objeto material a pessoa ou coisa sobre que recai a conduta do sujeito ativo. D� Classificaçã� d�� Crime� (1) Unissubsistentes ou (2) Plurissubsistentes (1) se realiza com só um ato e não admite tentativa. (2) se perfaz com vários atos e admite tentativa. (1) Unissubjetivos e (2) Plurissubjetivos (1) crime cometido por uma pessoa. Ex: Homicídio. (2) crime, obrigatoriamente, executado por vários agentes. Ex: Organização Criminosa. (1) Comuns, (2) Próprios ou (3) de Mão Própria (1) é o que pode ser praticado por qualquer pessoa penalmente imputável. Ex.: furto, estelionato, etc. (2) é o que só pode ser cometido por uma determinada categoria de pessoas. Ex.: funcionários públicos - peculato (3) ou de atuação pessoal: são os que podem ser cometidos pelo sujeito em pessoa ou um sujeito específico. Exs.: falso testemunho, falsa perícia, etc. (1) Materiais e (2) Formais e de (3) Mera Conduta (1) são crimes que obrigatoriamente deixam vestígios materiais. Exs: homicídio (2) são crimes que não deixam vestígios. Exs: crimes contra a honra, injúria, etc.; (1) De Dano ou (2) De Perigo (1) são os que se só se consumam com a efetiva lesão do bem jurídico. Sempre provoca algum dano à vítima. Exs.: homicídio, lesões corporais, etc. (2) são os que expõe a vítima a danos. Exs: perigo de contágio venéreo, etc. o perigo pode ser: (1) Permanentes e (2) Instantâneos (1) são os que causam uma situação danosa ou perigosa que se prolonga no tempo; o momento consumativo se protrai no tempo. Ex: sequestro, cárcere privado; se caracteriza pela circunstância de a consumação pode cessar por vontade do agente. (2) são os crimes em que a permanência dos efeitos não depende do agente que se caracteriza pela @dejure_etdefacto 9 Teori� Gera� d� Crim� índole duradoura de suas consequências. Ex.: homicídio, furto, bigamia, etc. (1) Comissivos ou (2) Omissivos (1) são os praticados mediante ação; O sujeito faz alguma coisa; Dividem-se em comissivos propriamente ditos ou comissivos por omissão. (2) são os praticados mediante inação; o sujeito deixa de fazer alguma coisa; podem ser: a) omissivos próprios: são os que se perfazem com a simples abstenção da realização de um ato, independentemente de um resultado posterior; b) omissivos impróprios: são aqueles em que o sujeito, mediante uma omissão, permite a produção de um resultado posterior, que os condiciona; (1) Culposos, (2) Doloso ou (3) Preterdolosos (1) é culposo quando o sujeito dá causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia (18, II); (2) diz-se doloso quando o sujeito quer ou assume o risco de produzir o resultado (18, I); (3) preterdoloso é aquele em que a ação causa um resultado mais grave que o pretendido pelo agente; o sujeito quer um minus e a sua conduta produz um majus, de forma que se conjugam a ação (antecedente) e a culpa no resultado (conseqüente). (1) Tentados e (2) Consumados (1) diz-se o crime consumado, também chamado crime perfeito, quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal (art. 14, I). (2) diz-se tentado, também denominado crime imperfeito, quando, iniciada a execução, não se consuma, por circunstâncias alheias à vontade do agente (14, II); . Element�� d� Crim� . O Fato Típico é composto dos seguintes elementos: conduta, nexo de causalidade (causal) e resultado. ► Condut� é a ação ou omissão humana consciente e dirigida a determinada finalidade; Seus elementos são: - um ato de vontade dirigido a uma finalidade; - atuação positiva ou negativa dessa vontade no mundo exterior; a vontade abrange o objetivo pretendido pelo sujeito, os meios usados na execução e as consequências secundárias da prática. ► Relaçã� d� causalidad�: é o nexo de causalidade entre o comportamento humano e a modificação do mundo exterior. Estabelece-se quando o resultado é imputável ao sujeito, sem atinência à ilicitude do fato ou à reprovação social que ele mereça. @dejure_etdefacto 10 Teori� Gera� d� Crim� ► Resultad�: é a modificação do mundo exterior provocada pelo comportamento humano voluntário. . Err� d� Tip� � Err� d� Proibiçã� . É o que faz o sujeito supor a ausência de elemento ou circunstância da figura típica incriminadora ou a presença de requisitos da norma permissiva; Ex: sujeito dispara um tiro de revólver no que supõe seja uma animal bravio, vindo a matar um homem; o erro de tipo pode ser essenciale acidental. O erro de tipo exclui sempre o dolo, seja evitável ou inevitável; podendo o sujeito responder por crime culposo, desde que seja típica a modalidade culposa. - Erro de tipo essencial: ocorre quando a falsa percepção impede o sujeito de compreender a natureza criminosa do fato. Apresenta-se sob 2 formas: erro invencível ou escusável (quando não pode ser evitado pela norma diligência); e o erro vencível ou inescusável (quando pode ser evitado pela diligência ordinária, resultando de imprudência ou negligência). - Descriminantes putativas: ocorrem quando o sujeito, levado a erro pelas circunstâncias do caso concreto, supõe agir em face de uma causa excludente de ilicitude; é possível que o sujeito, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, suponha encontrar-se em face de estado de necessidade, de legítima defesa, de estrito cumprimento do dever legal ou do exercício regular de direito; quando isso ocorre, aplica-se o disposto no art. 20, § 1º, 1ª parte: “é isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima; surgem as denominadas eximentes putativas ou causas putativas de exclusão da antijuricidade.” - Erro provocado por terceiro: responde pelo crime o terceiro que determina o erro (20, § 2º); o erro pode ser espontâneo e provocado. Existe o erro provocado quando o sujeito a ele é induzido por conduta de terceiro; a provocação poder ser dolosa ou culposa; Existe determinação culposa quando o terceiro age com imprudência, negligência ou imperícia. - Erro acidental: é o que não versa sobre os elementos ou circunstâncias do crime, incide sobre dados acidentais do delito ou sobre a conduta de sua execução. Não impede o sujeito de compreender o caráter ilícito de seu comportamento; o erro acidental não exclui o dolo; são casos de erro acidental: o erro sobre o objeto, sobre pessoa, na execução, resultado diverso do pretendido (aberratio criminis). - Erro sobre objeto (error in objecto): ocorre quando o sujeito supõe que sua conduta recai sobre determinada coisa, sendo que na realidade incide sobre outra. É o caso do sujeito subtrair açúcar, supondo tratar-se de farinha. @dejure_etdefacto 11 Teori� Gera� d� Crim� - Erro sobre pessoa (error in persona): ocorre quando há erro de representação, em face do qual o sujeito atinge uma pessoa supondo tratar-se da que pretendia ofender. Ele pretende atingir certa pessoa, vindo a ofender outra inocente pensando tratar-se da primeira. - Erro na execução (aberratio ictus): ocorre quando o sujeito, pretendendo atingir uma pessoa, vem a ofender outra. Há disparidade entre a relação de causalidade pretendida pelo agente e o nexo causal realmente produzido. Ele pretende que em consequência de seu comportamento se produza um resultado contra Antônio; realiza a conduta e causa evento contra Pedro. - Resultado diverso do pretendido (aberratio criminis): aberratio criminis significa desvio do crime. Há erro na execução do tipo; o agente quer atingir um bem jurídico e ofende outro (de espécie diversa). . Ite� Crimini� . É o conjunto das fases pelas quais passa o delito. Compõe-se das seguintes etapas: a) cogitação; (planejamento) b) atos preparatórios; (levantamento dos itens) c) execução; d) consumação. (resultado) . Tentativ� . É a execução iniciada de um crime, que não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Seus elementos são: o início da execução e a não-consumação. - Tentativa perfeita e imperfeita: quando o processo executório é interrompido por circunstâncias alheias à vontade do agente, fala-se em tentativa imperfeita ou tentativa propriamente dita. Quando a fase de execução é integralmente realizada pelo agente, mas o resultado não se verifica por circunstâncias alheias à sua vontade, diz-se que há tentativa perfeita ou crime falho. Infrações que não admitem tentativa: - os crimes culposos; - os preterdolosos; - os omissivos próprios; - os crimes habituais; - os crime que a lei pune somente quando ocorre o resultado, como a participação em suicídio; - Crime continuado: Só é admissível a tentativa dos crimes que o compõem. O todo não a admite. - Crime complexo: a tentativa ocorre com o começo de execução do delito que inicia a formação da figura típica ou com a realização de um dos crimes que o integram. - Aplicação da pena - pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. A diminuição de uma a dois terços não decorre da culpabilidade do agente, mas da própria gravidade do fato constitutivo da tentativa. Quanto mais o sujeito se aproxima da consumação, menor deve ser a @dejure_etdefacto 12 Teori� Gera� d� Crim� diminuição da pena (1/3). Quando menos ele se aproxima da consumação, maior deve ser a atenuação (2/3). . Desistênci� Voluntári� � Arrependiment� Efica� . Da Tentativa Abandonada - art. 15, do CP Há duas espécies de tentativa abandonada, estando ambas previstas no art. 15 do CP, a desistência voluntária e o arrependimento eficaz. OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: Tanto a desistência voluntária e arrependimento eficaz (conhecidos como “tentativa abandonada”) apresentam comum características de ordem objetiva e conotação subjetiva. Nos três institutos ocorre a ação dirigida a um resultado ilícito que não chegou a consumar-se. Após isso, há distinções. Na tentativa a consumação não ocorre por circunstâncias alheias à vontade do agente, na desistência voluntária, o agente abandona a execução do crime quando ainda lhe sobra uma margem de ação, ocorre uma abstenção da atividade, já no arrependimento eficaz não há mais margem alguma, pois o processo de execução está encerrado, a atuação é para evitar que sobrevenha o resultado, além disso, possui natureza positiva. Há discussões a respeito da natureza jurídica da desistência voluntária e do arrependimento eficaz. Há quem entenda que a natureza jurídica dos mencionados institutos é a extinção da punibilidade não prevista no artigo 107, do Código Penal. A segunda entende que é causa de exclusão da tipicidade. Esta última é mais coerente, pois, na tentativa abandonada, o fato não deixa de ser punido, só adquire tipicidade diferente. A doutrina denomina o art. 15 do CP como sendo ponte de ouro, pois o Estado oferece ao delinqüente a recompensa de responder apenas pelos atos já praticados. . Arrependiment� P�sterio� . Nos termos do art. 16 do CP, “nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços''. Trata-se de causa obrigatória de redução de pena. Tem-se que, em regra, para que o autor seja beneficiado pelo arrependimento posterior é necessário que a reparação seja realizada antes da denúncia ou queixa, pois se for somente após, ocorrerá, exclusivamente, a incidência da atenuante genérica prevista no inciso III, alínea b do artigo 65, do CP . Crim� Imp�ssíve� . (art. 17 do CP) “não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime” Também chamado de quase-crime. Há dois casos de crime impossível: @dejure_etdefacto 13 Teori� Gera� d� Crim� a) por ineficácia absoluta do meio - quando o meio empregado pelo agente, pela sua própria natureza, é absolutamente incapaz de produzir o evento. Ex.: o agente, pretendendo matar a vítima mediante propinação de veneno, ministra açúcar em sua alimentação, supondo-o arsênico. b) por impropriedade absoluta do objeto - quando inexiste o objeto material sobre o qual deveria recair a conduta, ou quando, pela situação ou condição, torna impossível a produção do resultado visado pelo agente. Nos dois casos não há tentativa por ausência de tipicidade. Para que ocorra o crime impossível, é preciso quea ineficácia do meio e a impropriedade do objeto sejam absolutas - se forem relativas, haverá tentativa. Importante ressaltar que se o meio ou objeto forem relativos, configura-se a tentativa. Por fim, lembre-se: crime impossível é impunível. D� Crim� Consumad� Determina o art. 14, I, do CP, que o crime se diz consumado quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal. A noção da consumação expressa total conformidade do fato praticado pelo agente com a hipótese abstrata descrita pela norma penal incriminadora. ► Crime exaurido: o crime consumado não se confunde com o exaurido; o iter criminis se encerra com a consumação. A consumação nos crimes materiais: ● de ação e resultado: o momento consumativo é o da produção deste. Assim, consuma-se o homicídio com a morte da vítima. ► Crimes culposos: a consumação ocorre com a produção do resultado; assim, no homicídio culposo, o momento consumativo é aquele em que se verifica a morte da vítima. ► Crimes de mera conduta: a consumação se dá com a simples ação. Na violação de domicílio, uma das formas de consumação é a simples entrada. ► Crimes formais: a consumação ocorre com a conduta típica imediatamente anterior à fase do evento, independentemente da produção do resultado descrito no tipo. ► Crimes de perigo: consumam-se no momento em que o sujeito passivo, em face da conduta, é exposto ao perigo de dano. ► Crimes permanentes: a consumação se protrai no tempo desde o instante em que se reúnem os seus elementos até que cesse o comportamento do agente. ► Crime omissivo próprio: tratando-se de crime que se perfaz com o simples comportamento negativo (ou ação diversa), não se condicionando à produção de um resultado ulterior, o momento consumativo ocorre no instante da conduta. ► Crime omissivo impróprio: a consumação se verifica com a produção do resultado, visto que a simples conduta negativa não o perfaz, exigindo-se um evento naturalístico posterior. @dejure_etdefacto 14
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