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O conceito de sujeito para Freud

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Resumo Acadêmico 
Psicologia da Educação 
O conceito de sujeito para Freud 
Discente: Natalia Cola de Paula 
 
O conceito de sujeito de Freud, segundo a Teoria da Psicanálise, está 
ligado ao consciente e ao inconsciente, termos que serão melhor analisados. Sobre 
o inconsciente, Freud disse que o homem não tem o controle absoluto sobre a sua 
vida psíquica, como pensavam que tinham pela razão e pela consciência. 
É sabido que a premissa fundamental da psicanálise é a 
diferenciação do psíquico em consciente e inconsciente. E sua grande utilidade é 
a tentativa de trazer o inconsciente até o consciente levando as repressões e 
preenchendo as lacunas. O que temos em Freud é a valorização da natureza ativa 
dos processos inconscientes, sua qualidade dinâmica, influenciando e modelando 
o pensamento e a ação conscientes. 
Com essa concepção freudiana, na qual o inconsciente passa da 
condição de mero acessório da consciência à estrutura particular e determinante 
da subjetividade, o sujeito se torna dividido em duas formas de funcionamento, a 
consciente e a inconsciente, e subjugado à primazia desta. Para Freud, o 
inconsciente é o que genuinamente constitui a subjetividade, e não apenas 
um indesejável detalhe da subjetividade. 
Mas o que serve isso para a Psicologia da Educação? 
Nos cursos de formação de professores, é preciso que haja a 
compreensão do conceito de sujeito de Freud para possibilitar uma melhor 
compreensão por parte dos educadores sobre o desenvolvimento da criança 
e do adolescente. 
A função do docente não é apenas a de ser um mediador entre o 
aluno e o conhecimento já construído socialmente. Ser professor é ser agente do 
processo de construção do conhecimento que leva à formação de sua 
personalidade e a dos alunos envolvidos nessa relação. Tal formação exige um 
compromisso constante de pensar as práticas educativas para que sejam 
formativas dos sujeitos. Portanto, o grande desafio na formação do professor é 
entendê-lo para poder prepará-lo para assumir sua condição de sujeito de saber 
que deve atuar em sala de aula. 
A criança chega ao mundo desconhecendo tudo ao seu redor, para 
ela tudo é novo, o ambiente, as relações sociais, os objetos, os sentimentos, tudo 
ela desconhece. A criança é um eu que deve se construir à imagem dos adultos 
em sua volta. Quem apresenta o mundo à criança são os adultos, os pais e os 
professores. Essa compreensão do mundo pela criança ocorre pela educação. 
Educar é uma espécie de “fazer marcas”. É marcar aquela criança para que ela se 
recorde daquela informação ou daquela experiência e aprenda efetivamente. O 
meio usado pelos professores e pelos pais na educação é o da linguagem, a 
comunicação é feita através das palavras. A fala é a ferramenta da educação 
por excelência. 
Essa teoria moderna de valorização do diálogo entre pais e filhos na 
educação ao invés da punição por meio de agressão física tem sua origem nas 
interpretações da teoria da psicanálise. Bater é o oposto de falar. A agressão 
ocorre quando a palavra perdeu suas coordenadas, desvalorizou-se. Quando se 
parte para a agressão é quando a fala não mais está funcionando, logo, a educação 
também não está acontecendo nesse contexto de violência do adulto contra a 
criança. E o adulto perde a autoridade e a posição de pessoa detentora do 
conhecimento. 
No contexto educacional, os professores exercem grande influência 
sobre a criança por estarem investidos da relação afetiva primitivamente dirigida 
aos pais. Os sentimentos de admiração e de respeito são transferidos dos pais para 
o professor, assim como a "ambivalência afetiva" que reside na antítese amor-
ódio. 
O sujeito de Freud, segundo a psicanálise, está construído sobre um 
corpo teórico fundamentando uma nova concepção de mundo e de homem, como 
ser histórico, social e cultural, e essa teoria tenta compreender como se dá a 
inserção desse homem na cultura. 
O sujeito é um ser histórico, social e cultural, dotado de 
inconsciente e desejos que influenciam e modelam o pensamento e a ação 
conscientes. 
Há uma pressão que a sociedade exerce sobre o indivíduo desde sua 
infância, a partir da educação, que faz com que a criança se conforme a uma 
realidade, que, é, de regra, a de dissimular sua investigação e seu conhecimento 
de tudo o que possa se relacionar à sexualidade. A finalidade da educação é 
apresentar a criança à realidade, ou seja, é permitir ao indivíduo, submetido ao 
princípio do prazer, a passagem de pura satisfação das pulsões para um universo 
simbólico, que faz referência a uma lei, a lei da castração. A entrada no universo 
simbólico se dá pela linguagem. Na sociedade o ser humano não pode agir sempre 
conforme seus desejos para se relacionar com os demais. Freud chamava isso de 
castração dos desejos. 
Importante ressaltar que a psicanálise coloca a linguagem como fator 
central das interações humanas. Sem linguagem não há comunicação, sem 
comunicação não há educação. Logo, podemos concluir que sem linguagem não 
há educação. 
O sujeito, para a psicanálise, é aquele que se constitui na relação 
com o outro através da linguagem. 
A criança não é uma tábula rasa que é “moldada” pela escola. Ela 
traz consigo uma experiência relacional vivida com a família, com um 
inconsciente com todas as suas frustrações e recalcamentos de seu eu interior, 
com seus desejos, sua história, se exprimindo pela sua simbolização. 
Nesse ponto, a pedagogia poderia procurar se articular com essa 
expressão simbólica do aluno a partir das múltiplas situações oferecidas pelo 
grupo escolar e suas diferentes formas de atividade, oferecendo à criança 
oportunidade de verbalizar suas tensões. É dessa maneira que a psicanálise pode 
ajudar o educador, permitindo a possibilidade de uma compreensão em 
profundidade do sujeito, no que ele tem de mais pessoal e de mais íntimo. Para 
Freud, as dificuldades escolares dos alunos podem ser de origem afetiva. Por 
isso, a relação professor-aluno depende, em boa parte, da maturidade afetiva 
do professor. Se esta lhe permite resolver suas próprias dificuldades, ele 
poderá ajudar a criança a viver e a resolver as suas. 
Ao professor não basta apenas lecionar o conteúdo teórico, é preciso 
entender o aluno. É numa relação de diálogo e de escuta que a educação será uma 
relação de respeito à pessoa da criança. Respeito e compreensão ao seu 
comportamento e às etapas de seu desenvolvimento psíquico e afetivo. 
Em síntese, o conceito de sujeito, para a psicanálise, é definido como 
a divisão em duas ordens de funcionamento, relativas ao consciente e ao 
inconsciente, e essencialmente constituída pela sintaxe inconsciente. O sujeito da 
psicanálise é o sujeito do desejo, estabelecido por Freud através da noção de 
inconsciente, marcado e movido pela falta; distinto do ser biológico e do sujeito 
da consciência filosófica. Esse sujeito se constitui por sua inserção em uma ordem 
simbólica que o antecede (inserção no mundo, na realidade), atravessado pela 
linguagem, tomado pelo desejo de um outro e mediado por um terceiro. Esse 
conceito de sujeito é muito importante na formação dos professores, uma vez que 
possibilita a compreensão de aprendizado do aluno através do inconsciente. 
 
Referências: 
 
PEDROZA, Regina Lucia Sucupira. Psicanálise e educação: análise das 
práticas pedagógicas e formação do processo. Publicado no periódico eletrônico de 
Psicologia, São Paulo, 2010. Acessado em 07/12/2022 
em:http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-69752010000100007 
TOREZAN, Zeila C. Fachi; AGUIAR, Fernando. O sujeito na psicanálise: 
particularidades na contemporaneidade. Publicado na Rev. Mal-Estar Subj. vol.11 no.2 
Fortaleza, 2011. Acessado em 07/12/2022: 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482011000200004 
 
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-69752010000100007http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1518-61482011000200004

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