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Unidade I
Teorias Contábeis e os Relatórios Básicos 
Fundamentos 
Contábeis 
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autoria 
DANIELI PULGA
AUTORIA
Danieli Pulga
Sou bacharel em Administração e especialista em Administração 
Financeira, Contábil e Controladoria, com uma experiência profissional na 
área financeira e de custos de mais de 10 anos. Trabalhei em empresas 
prestadoras de serviços aplicando todo o conhecimento da Administração 
e da Contabilidade, implantando métodos de controle e rotinas de trabalho. 
Essas experiências contribuíram para minha formação profissional e, em 
paralelo, venho realizando trabalhos como docente há quase 9 anos. Sou 
apaixonada pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida 
àqueles que estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada 
pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
OBJETIVO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Introdução à contabilidade .....................................................................10
Percurso histórico das Ciências Contábeis .................................................................. 10
Conceitos e definições ................................................................................................................ 13
Usuários da contabilidade ........................................................................................................ 15
Pessoa física e pessoa jurídica .............................................................................................. 17
Atos e fatos administrativos ou contábeis .................................................................... 18
Fatos permutativos e fatos modificativos ................................................... 18
Postulados, Princípios e Convenções da Contabilidade ........... 20
Postulados ........................................................................................................................................... 20
Princípios ...............................................................................................................................................22
Convenções.........................................................................................................................................25
A Técnica Contábil e os Relatórios Básicos ..................................... 30
Escrituração – métodos e sistemas .................................................................................. 30
Introdução ao lançamento .......................................................................................................33
Livros contábeis ............................................................................................................34
Relatórios contábeis na tomada de decisão .............................................................. 36
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis ...................................... 40
Conhecendo órgãos normativos e fiscalizadores .................................................. 40
Comitê de Pronunciamentos Contábeis ........................................................................42
Pronunciamento Conceitual Básico (R2): Objetivo da elaboração 
e divulgação do relatório contábil-financeiro .........................................47
7
UNIDADE
01
Fundamentos Contábeis 
8
INTRODUÇÃO
Você já parou para pensar em contabilidade? Já percebeu que você 
tem contato imediato com algo dessa área praticamente todos os dias? 
Agora você deve estar se perguntando: Como assim? Contabilidade 
é uma ciência específica e somente contadores têm contato com a 
contabilidade! Estou aqui para desmistificar essa ideia de que contabilidade 
é só para contadores. Você, enquanto pessoa física, correntista bancário 
que adquire bens, gerencia seus negócios ou os negócios de terceiros é 
alguém que tem contato com a contabilidade sim! Para entender melhor 
e descobrir onde vocês esbarram, venha estudar esta unidade letiva e 
mergulhar neste universo!
Fundamentos Contábeis 
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vinda (o). Nosso propósito é auxiliar você no 
desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o término 
desta etapa de estudos:
1. Compreender a origem da Contabilidade e a utilização nos dias 
de hoje;
2. Definir os conceitos que fazem parte da Contabilidade e a 
importância deles na gestão financeira e patrimonial;
3. Aplicar os conceitos e técnicas à rotina gerencial;
4. Identificar e conhecer sobre órgãos que interferem nas normas e 
técnicas contábeis. 
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? 
Ao trabalho! 
Fundamentos Contábeis 
10
Introdução à contabilidade
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
como funciona a contabilidade e quais são os seus 
pilares. Toda vez que falamos nesse assunto, parece 
haver conceitos muito distintos e isso é uma verdade. No 
entanto, será muito fácil e esclarecedor, pois a partir desses 
conceitos, você poderá entender o quanto a contabilidade 
está presente em seu dia a dia tornando mais simples a 
forma de lidar com questões relacionadas à área. Além 
disso, você conhecerá um pouco mais desse mundo de 
“fazer contas” e quem sabe até sempre em alta! E então? 
Motivado para desenvolver esta competência? Então, 
vamos lá. Avante!
Percurso histórico das Ciências Contábeis
A contabilidade é uma ciência, com seus conceitos, princípios e 
regras utilizados por muitos. Com ela, há um amplo mercado profissional 
com diversas áreas de atuação. No Brasil e no mundo, conceitos e técnicas 
da contabilidade são utilizados como recursos para controle e respaldo 
de dados e informações. 
Há alguns anos, grandes empresas apresentaram necessidades 
de controle e proteção ao seu patrimônio, desenvolvendo métodos 
extremamente eficazes, evitando fraudes e desvios monetários. Até 
mesmo o Estado se utiliza dos métodos contábeis para conhecer e 
controlar o rendimento das grandes áreas produtivas, aplicando a 
cobrança de impostos e arrecadações de recursos para a gestão do país.
Atividades e práticas de contabilidade acompanham e evoluem 
juntamente com a história da humanidade, existindo desde que se iniciaram 
a organização de recursos para garantir a sobrevivência do homem. A 
partir da necessidade do ser humano em realizar mudanças nômades, por 
exemplo, foi preciso conhecer sobre os recursos disponíveis, de modo que 
pudesse ser realizado um planejamento para as próximas temporadas.
Fundamentos Contábeis 
11
Até esse momento, o processo de quantificação sobre as métricas 
dos recursos disponíveis ocorria de maneira informal e intuitivae sem 
qualquer método desenvolvido por especialistas. A mensuração dos itens 
foi realizada sem muito progresso até a criação das ciências e técnicas 
matemáticas, além do crescimento das atividades comerciais, mercantis 
e bancárias, vivenciadas períodos depois.
Figura 1 - Papiro, tipo de planta adaptada pelos egípcios para registrar os números 
resultantes da agricultura
Fonte: Wikimedia Commons
Se analisarmos os fatos, a contabilidade é uma ciência tão antiga 
quanto a própria humanidade. Existem autores que consideram que o 
próprio homem das cavernas já contabilizava seus instrumentos de caça. 
Porém, foi na Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates, atualmente região 
do Iraque, que foram encontrados os primeiros registros patrimoniais.
Seguindo pela história, no Baixo Nilo, os egípcios com sua técnica 
milenar da agricultura, contabilizavam a produção e seus estoques 
de mantimentos em papiros e, então, tivemos nossos primeiros livros 
contábeis. Os fenícios, grandes navegadores, formam outro povo 
contribuinte, pois registravam suas operações de troca por meio de 
símbolos. Lembra-se dos Romanos? Aquele povo que quase dominou o 
mundo? Bem, sabemos que foi um povo que expandiu seu domínio por 
uma região muito grande. Devido à forma de organização das informações 
Fundamentos Contábeis 
12
e anotações patrimoniais, considera-se que foram os criadores de um 
sistema jurídico de contabilidade.
No final da Idade Média, com o aquecimento do comércio na 
Europa, mais especificamente na Itália, que surgiu a necessidade de 
escrituração dos itens patrimoniais para a visão do consumidor e do 
fornecedor e aí surgiu a sistematização dos controles. Nesse período, 
um frade franciscano chamado Lucca Paccioli, foi o criador do método 
das partidas dobradas, no qual todo crédito precisa de um lançamento 
a débito de igual valor. Esse tem sido o método mais popular da 
contabilidade (GONÇALVES, 2019).
Com o avanço dos tempos, especificamente no período da história 
da Europa, aproximadamente entre meados do século XIV e o fim do 
século XVI, os cálculos contábeis foram desenvolvidos por meio de 
termos conhecidos por nós até os dias atuais, tais como: débitos, créditos, 
razão, balanços e demonstrações de resultado.
REFLITA:
Onde você vê ou ouve falar de débito e crédito? Em que 
contexto esses termos fazem parte do seu cotidiano 
interferindo no patrimônio?
Reis e Silva (2008) relatam importantes fatos sobre a história da 
contabilidade no Brasil. Nesse cenário, contadores e provedores da 
fazenda registravam o patrimônio e chegaram junto com a família real. 
Para qualificar os profissionais da época, foram ministradas aulas de ensino 
contábil e surgiu também a mais antiga associação da classe, chamada 
“Associação dos Guarda Livros da Corte”. 
Em 1870 foi publicado o Decreto Imperial nº4475 que regulamentou 
a profissão de guarda-livros, que é como a profissão de contador era 
chamada nesse período.
No entanto, foi no ano de 1932, no governo de Getúlio Vargas que a 
profissão de contabilidade trouxe melhorias para a profissão de contador 
onde foram estabelecidas novas condições para seu registro.
O salto maior, no entanto, aconteceu em 1943, quando foi sancionada 
a Lei nº6141 tratando do ensino comercial e também das diretrizes para o 
Fundamentos Contábeis 
13
ensino de contábeis, sendo, no ano de 1945, publicado o Decreto nº7938 
responsável por consolidar o ensino da contabilidade.
Por fim, no ano de 1946, no Governo de Gaspar Dutra, foi publicado 
o Decreto nº9295 dispondo sobre a criação dos Conselhos Federais 
e Regionais de Contabilidade, como também definiu os perfis dos 
profissionais da área contábil.
Conceitos e definições
Já estudamos até aqui o surgimento e a evolução da contabilidade 
e como ocorreu a construção do seu campo de aplicação. Convém, 
portanto, conhecermos de fato qual a definição do termo antes de 
estudarmos os outros aspectos.
Na literatura, algumas definições estão disponíveis de forma 
complementar. Assim, Marion (2005) disserta que a contabilidade é o 
instrumento que auxilia a administração a tomar decisões através de 
mensuração monetária dos dados econômicos e apresentando-os em 
forma de relatórios que auxiliam na tomada de decisão. De acordo com 
Padoveze (2014), A contabilidade é a ciência que estuda o Patrimônio. 
Almeida (2016) complementa que a contabilidade é importante para 
manter o monitoramento das atividades empresariais e também 
prestar contas aos usuários interessados nas entidades por meio das 
suas demonstrações contábeis. Por fim, Ribeiro (2017, s. p.) afirma que 
“a contabilidade, portanto, é uma ciência social que tem por objeto o 
patrimônio das entidades econômico-administrativas e seu principal 
objetivo é controlar o patrimônio das entidades em decorrência de suas 
variações”.
Em outras palavras, a contabilidade é uma ciência que se utiliza de 
métodos e técnicas de registro e controle do patrimônio de uma entidade. 
Inclusive, temos aqui grandes caracterizadores dessa ciência, pois o 
patrimônio é o objeto de estudo e controlar o patrimônio é o objetivo da 
contabilidade.
IMPORTANTE:
Patrimônio é o objeto da contabilidade. Controlar o patrimônio 
é o seu objetivo.
Fundamentos Contábeis 
14
Para entender sobre o que se trata o patrimônio, é importante 
compreender sobre o princípio da entidade. Nesse sentido, de acordo 
com a Resolução CFC n° 750/1993, alterada pela Resolução CFC n° 
1.282/2010, em seu artigo 4° e parágrafo único, são apresentados os 
seguintes conceitos a respeito desse princípio: 
Art. 4º O Princípio da ENTIDADE reconhece o Patrimônio 
como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia 
patrimonial, a necessidade da diferenciação de um 
Patrimônio particular no universo dos patrimônios 
existentes, independentemente de pertencer a uma 
pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou 
instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou 
sem fins lucrativos. Por consequência, nesta acepção, o 
Patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios 
ou proprietários, no caso de sociedade ou instituição.
Parágrafo único – O PATRIMÔNIO pertence à ENTIDADE, 
mas a recíproca não é verdadeira. A soma ou agregação 
contábil de patrimônios autônomos não resulta em nova 
ENTIDADE, mas numa unidade de natureza econômico-
contábil.
Para cumprir com o seu objetivo, a contabilidade tem como 
atribuições: captar, registrar, acumular, resumir e apresentar as informações 
pertinentes ao objeto de estudo. Essas atribuições se relacionam com a 
contabilidade mutuamente. Observe a relação entre os elementos na 
figura a seguir.
Figura 2 - Atribuições da contabilidade
Patrimônio
Apresentar
Captar
Resumir Acumular
Registrar
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Fundamentos Contábeis 
15
É necessário captar informações e dados através de documentos 
e sistemas. Podemos observar melhor essa atribuição se pensarmos que 
existem notas fiscais e contratos com informações de objetos e valores 
de transações. Essas informações contribuirão para o registro, ou seja, 
de forma sistemática e padronizada, os dados serão escritos e guardados. 
Acumular esses dados ou informações possibilitará a mensuração. Afinal, 
é importante sabermos o que temos e também quanto temos de forma 
resumida, para uma leitura facilitada. Quando se trata de elaborarmos 
relatórios para os devidos interessados, temos através da contabilidade a 
possibilidade de apresentar essas informações em um padrão universal 
de fácil entendimento.
Imagine que você é gestor de uma grande corporação e que 
recebe a oferta de compra de parte desse conglomerado. Como você 
aconselharia o proprietário a formar o preço de venda e a defender esse 
valor? Acertou se você pensou em acionar a contabilidade e se utilizar dos 
relatórios por ela apresentados, bem como das explicações e análises por 
ela realizadas.
Podemos concluir então que através dos registros e relatórios 
contábeis é possível aprimoraro controle do patrimônio, formando um 
pilar seguro, onde você pode embasar a tomada de decisões.
Usuários da contabilidade
Outro ponto importante a lembrar é que os administradores não 
são os únicos interessados nas informações contábeis. São considerados 
usuários da contabilidade todos aqueles que têm algum tipo de interesse 
nas informações de determinada corporação, são eles:
Fundamentos Contábeis 
16
Figura 3 - Usuários das informações contábeis
Informações Contábeis
Investidores
Clientes
Funcionários
Stakeholders
Governo
Analistas de 
mercado
Bancos
Fornecedores
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Nesse sentido, os autores Bifi et al. (2017) e Ribeiro (2017) afirmam 
que os usuários podem ser categorizados em oito tipos, tais quais: 
 • Investidores - (acionistas, sócios) que procuram estar “por dentro” 
das informações de rendimento e lucratividade para tomarem 
decisões de investimento.
 • Stakeholders - (demais interessados no bom e perfeito 
funcionamento da organização) cobrança de medidas e resultados.
 • Analistas de mercado - que poderão identificar itens que 
agreguem valor ou não à organização.
 • Bancos - que periodicamente solicitam relatórios contábeis para 
analisar e determinar escores de crédito às organizações.
 • Fornecedores - também voltados para análise e concessões de 
crédito.
 • Clientes - que poderão sentir-se mais confiantes ao transacionar 
itens com entregas e prazos.
 • Funcionários - interessados em formar carreiras dentro das 
organizações.
 • Governo - um grande interessado em conhecer a renda e o 
crescimento das áreas produtivas, pelas quais também recebe 
Fundamentos Contábeis 
17
recursos em seus caixas para realizar a gestão da grande máquina 
que é o país.
Sobre os usuários da contabilidade, Ribeiro (2017, s. p.) esclarece o 
seguinte: 
Os usuários das informações contábeis são pessoas físicas 
e jurídicas que as utilizam para registrar e controlar a 
movimentação de seus patrimônios, bem como aqueles 
que, direta ou indiretamente, tenham interesse nesse 
controle; na apuração de resultados; na avaliação da 
situação patrimonial, econômica e financeira; na análise 
do desempenho e do desenvolvimento da entidade, 
como titulares (empresas individuais), sócios, acionistas 
(empresas societárias), gerentes, administradores, governo 
(fisco), fornecedores, clientes, bancos, etc.
É possível perceber, por meio da classificação dos usuários 
da contabilidade fornecida pelos autores, que a maioria deles estão 
indiretamente ligados à entidade. 
Pessoa física e pessoa jurídica
Após observarmos todos os usuários, podemos dizer de uma forma 
resumida que a contabilidade é mantida para as pessoas físicas e para as 
pessoas jurídicas, ou seja, qualquer um dos dois pode perfilar algum dos 
tipos de usuários citados anteriormente. No entanto, é possível que você 
esteja se perguntando: o que é uma pessoa física e uma pessoa jurídica? 
Essa diferenciação é simples. Qualquer ser humano é uma pessoa física 
e uma empresa é uma pessoa jurídica. Uma pessoa jurídica não tem 
vontade própria. Normalmente é formada por uma ou mais pessoas 
físicas que, em comum acordo, iniciam uma sociedade e tomam decisões 
no decorrer da vida.
O Código Civil pontua muitas diferenças entre ambas, mas aqui 
observaremos que uma pessoa jurídica só passa a existir a partir da 
disposição de uma pessoa física em investir tempo e recursos.
Fundamentos Contábeis 
18
IMPORTANTE:
O Governo, através da Receita Federal, utiliza-se de um 
documento de onze dígitos, chamado Cadastro de Pessoa 
Física (CPF), para identificar os contribuintes. Utiliza-se 
de outro código com catorze dígitos para identificar as 
pessoas jurídicas, o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica 
(CNPJ). Ambos contêm informações sobre movimentação 
financeira e patrimonial dos contribuintes.
Atos e fatos administrativos ou contábeis
Vamos retomar o raciocínio onde uma ou mais pessoas físicas 
iniciam uma sociedade que dá origem a uma pessoa jurídica com o 
intuito de lucro e continuidade. Para que isso aconteça, os diretores 
ou administradores da empresa ou os próprios sócios nessas posições 
praticam atos administrativos ou empresariais. Ou seja, a administração 
patrimonial faz-se pela prática dos atos. Alguns desses atos podem afetar 
o patrimônio empresarial e passam a ser chamados de fatos. 
EXEMPLO: periodicamente o sócio faz visitas ao gerente da conta 
bancária, com o intuito de relacionamento, não afetando o patrimônio da 
empresa. No entanto, se ele decide encerrar a conta no banco, temos 
então um fato, que ocasionará uma modificação patrimonial.
Fatos permutativos e fatos modificativos
Os fatos contábeis podem ocorrer de duas formas: na primeira delas, 
o patrimônio sofre uma alteração apenas em qualidade e na outra, sofre 
alteração em quantidade. A primeira vamos chamar de fatos permutativos, 
onde ocorrem alterações dos itens patrimoniais, sem modificação de 
valores, por exemplo, a compra de materiais para estoque, utilizando 
dinheiro do caixa. 
O segundo tipo de fato chamaremos de modificativo, pois ocorrerá 
uma alteração no patrimônio, porém de forma quantitativa, ou seja, o fato 
Fundamentos Contábeis 
19
será gerador de um resultado de lucro ou prejuízo, podendo aumentar ou 
diminuir o patrimônio líquido dessa entidade.
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar ainda mais nesse tema? Leia o artigo A 
evolução da contabilidade ao longo da história do Brasil. O 
estudo da evolução dessa ciência possibilita compreender 
seu cenário no mundo moderno. Assim, o objetivo desse 
estudo é analisar as principais mudanças nas práticas 
contábeis ao longo da história no Brasil. 
Clique aqui para acessar.
RESUMINDO:
Neste capítulo, você aprendeu que a contabilidade é uma 
ciência tão antiga quanto a própria humanidade. Lucca 
Paccioli foi o criador do método das partidas dobradas, 
no qual todo crédito precisa de um lançamento a débito 
de igual valor. Esse tem sido o método mais popular da 
contabilidade. Foi em 1905, no governo do Presidente 
Eurico Gaspar Dutra, que a contabilidade foi reconhecida 
como profissão. A contabilidade é a ciência que estuda o 
patrimônio. São considerados usuários da contabilidade 
todos aqueles que têm algum tipo de interesse nas 
informações de determinada corporação. Observamos 
todos os usuários e podemos dizer de uma forma resumida 
que a contabilidade é mantida para as pessoas físicas e 
para as pessoas jurídicas.
Fundamentos Contábeis 
https://core.ac.uk/download/pdf/229768282.pdf
20
Postulados, Princípios e Convenções da 
Contabilidade
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
que estamos falando da contabilidade sendo utilizada por 
pessoas físicas e jurídicas com interesses em informações. 
Também falaremos que em uma sociedade de pessoas 
físicas, que é a pessoa jurídica, os sócios e gestores 
tomam decisões que poderão alterar qualitativamente e 
quantitativamente o patrimônio da entidade. 
Postulados
Já falamos que um dos objetivos da contabilidade é registrar fatos 
de forma que sejam visíveis e de fácil entendimento. Foi no momento de 
registrar esses fatos que surgiu a necessidade de criar regras e padronizar 
a forma de realização dos registros. Então, mediante dúvidas e resoluções, 
os antigos contadores adotaram regras que passaram a ser aceitas e 
seguidas por todos. Essas regras básicas são denominadas princípios 
contábeis, que sustentam a estrutura teórica para escrituração e análise 
contábil.
Para ilustrar a importância dos princípios, utilizaremos, como muitos 
autores, o “edifício contábil”.
Favero et al. (2009) conceitua os postulados como princípios de fato 
reconhecido, mas não demonstrados. Além disso, esses princípios podem 
ser entendidos como uma proposição não evidente nem demonstrável, 
que pode ser admitido como um princípio de um sistema dedutível, de 
uma operação lógica ou de um sistema de normas práticas.No Brasil, as normas e práticas da contabilidade categorizam os 
postulados de maneira muito abrangente, uma vez que se relacionam 
com o ambiente e as condições adequadas para se executar a 
contabilidade, na qual temos dois postulados: o Postulado da Entidade 
Fundamentos Contábeis 
21
Contábil e o Postulado da Continuidade. Ou seja, de forma resumida, os 
postulados podem ser entendidos como elementos vitais, básicos e de 
estruturação da contabilidade, sendo a base da construção, ou seja, a 
base da contabilidade. Vejamos então o conceito dos dois postulados.
 • Entidade: esse postulado define que a contabilidade de uma 
entidade (empresa ou pessoa) não pode ser confundida com a 
contabilidade dos membros que a possuem. A escrituração de uma 
empresa tem que ser completamente separada da escrituração 
de seus proprietários. Isso significa que, se determinado bem é 
de posse da pessoa jurídica, ela deverá ser registrada como tal e 
não será considerada de posse do sócio, pessoa física. Na prática, 
esse postulado evita que se misturem as contas e os bens dos 
sócios com as contas e os bens da empresa.
 • Continuidade: a própria palavra nos remete ao entendimento 
de que não haverá extinção. A empresa deve ser avaliada e 
escriturada, na suposição de que a entidade nunca será extinta. 
Os ativos dessa empresa serão avaliados partindo desse 
pressuposto, porém, ao contrário disso, caso esteja ocorrendo um 
encerramento de atividades, mudarão os critérios de avaliação dos 
ativos. Esse postulado também baliza a apuração dos resultados. 
Logo, imagine que você decide abrir uma empresa. O objetivo é 
que ela cresça e perdure ao longo dos tempos e passe de geração 
em geração. 
Sobre a utilidade dos postulados na contabilidade (FAVERO et al., 
2010, p. 35) afirma:
Pode-se dizer que os postulados representam o alicerce 
sobre o qual se desenvolve todo o raciocínio contábil. 
Assim, verifica-se que os postulados representam para 
a contabilidade as vigas balizadoras necessárias para o 
alcance dos objetivos que é a geração de informações 
para a tomada de decisão. 
Portanto, na contabilidade, essa classificação de elementos 
envolve um campo de aplicação mais abrangente ligando-se com certos 
aspectos do ambiente que cerca o campo e as condições em que a 
contabilidade deve atuar. Nesse sentido, Iudícibus (2004) afirma que os 
Fundamentos Contábeis 
22
postulados são uma proposição ou observação de certa realidade que 
pode ser considerada não sujeita à verificação ou axiomática. Os aspectos 
que envolvem os postulados, podem ser considerados meras exposições 
de verdades. No entanto, por serem essenciais ou não especificarem o 
campo dos princípios contábeis seguintes, muitas vezes deixam de ter 
utilidade.
Princípios
O termo “princípio” na contabilidade é entendido por Hendriksen e 
Van Breda (2015) como uma lei ou regra geral adotada ou considerada 
como diretriz de ação: uma base aceita de conduta ou prática. De acordo 
com Reis (1996, p. 32), “os princípios fundamentais da contabilidade 
representam a estrutura teórica das doutrinas da ciência contábil”. 
Para que a escrituração acontecesse de forma assertiva e imune a 
dúvidas, numa tentativa de normalizar e se chegar a uma melhor forma de 
controle do patrimônio, a resolução estabelecida pelo Conselho Federal 
de Contabilidade, CFC n° 1,282/2010, classifica os princípios como forma 
de exteriorização de critérios aceitos pela maioria dos contadores. 
Além desses, podemos citar princípios que partem desde o atributo 
monetário aos princípios técnicos de operacionalização contábil. Esses 
princípios são:
 • Denominador comum monetário - esse princípio trata de que a 
contabilidade deve ser feita em uma única moeda e que todos 
os itens devem ser avaliados por essa mesma moeda. No Brasil, 
a moeda oficial é o Real, logo, mesmo que um determinado item 
seja adquirido em outra moeda, dólar, por exemplo, o registro 
deverá ser convertido e realizado em reais. Da mesma forma que 
a avaliação de bens. De acordo com Reis (2017, p. 80): 
O Princípio do Denominador Comum Monetário representa 
uma qualidade agregativa da contabilidade, procurando 
assemelhar ativos e passivos a uma mesma unidade 
monetária, que é a moeda corrente do país. Dessa forma, 
as demonstrações contábeis são apresentadas com 
uniformidade e padrão, de forma a facilitar a análise dessas 
demonstrações pelos usuários da contabilidade.
Fundamentos Contábeis 
23
 • Competência de exercícios - a) Princípio da realização da receita: 
O Princípio de Realização da Receita consiste em registrar a 
receita no momento da sua realização; b) Princípio do confronto 
das despesas com as receitas: de acordo com esse princípio, as 
despesas incorridas, relativas às receitas reconhecidas, devem ser 
objeto de registro contábil em igual momento do reconhecimento 
da receita.
Esses princípios são aplicados para a contabilização das receitas 
e das despesas. Podemos dizer que ambas passam por dois momentos 
possíveis de contabilização dos fatos: o momento econômico (de sua 
ocorrência ou geração) e o momento financeiro (de sua efetivação 
financeira, através do pagamento ou recebimento). 
Considerando a necessidade de optar por um dos dois momentos, 
foi estabelecido que as receitas e as despesas devem ser contabilizadas 
quando ocorrem, ou seja, no momento econômico de sua geração e 
não quando recebidas ou pagas. Essa decisão tornou-se o princípio 
da competência do exercício, em que as receitas e as despesas 
devem ser contabilizadas como tais, no momento de sua ocorrência, 
independentemente de seu pagamento ou recebimento.
Um exercício contábil é o período de um ano em que se faz a 
apuração do resultado. Nem sempre o exercício contábil coincide com o 
ano civil, podendo ser determinado pela empresa. No entanto, ele deve 
ter 12 meses. Vale ressaltar que a legislação comercial e fiscal exige no 
mínimo um balanço patrimonial e uma demonstração dos resultados de 
cada exercício.
 • Regime de caixa - existe outra forma de registro das contas 
contábeis. Porém, sua aplicação é restrita a entidades sem fins 
lucrativos. Nesse tipo, no que chamamos regime de caixa, as 
receitas são contabilizadas no momento do recebimento e as 
despesas no momento do pagamento. Também é um método 
utilizado para alguns relatórios financeiros.
Fundamentos Contábeis 
24
Figura 4 – Análise de relatório contábil
Fonte: Freepik
 • Custo como base de valor - esse princípio diz que as aquisições 
de ativos deverão ser contabilizadas pelo seu valor histórico, ou 
seja, pelo valor de compra ou aquisição. Um exemplo disso é a 
compra de um veículo, que sofre desvalorização rapidamente. 
No entanto, o registro é feito a partir do valor de compra, mesmo 
que tenha sido desvalorizado. A Deliberação CVM nº 29/1986 
menciona que no Brasil o Princípio do Custo como Base de Valor 
poderia ser intitulado “O Princípio do Custo Histórico Corrigido 
como Base de Valor”.
Há uma restrição a esse princípio em situações em que em uma 
aquisição, o valor de custo é superior ao valor de venda ou mercado, 
então devemos avaliar esse ativo pelo mercado. 
Cabe colocarmos nesse princípio outra situação muito comum, 
que é o tratamento e registro de mercadorias em estoque. No caso de 
empresas comerciais, com a finalidade de revenda, existe a intenção de 
obtenção de lucro. Logo, o princípio do custo como base de valor diz 
que os bens adquiridos devem ser registrados pelo preço de compra ou 
o chamado preço de custo. Mesmo sabendo que será vendido por valor 
maior ao custo de aquisição, o registro deve ser efetuado e mantido pelo 
preço de custo.
Fundamentos Contábeis 
25
Quando ocorrer a venda, a mercadoria sairá do estoque e a baixa 
de estoque deverá ser realizada novamente pelo preço de custo. O valor 
da venda será registrado em uma conta chamada receita, pelo preço 
de venda, ou seja, muito provavelmentepor um valor maior. Logo, a 
diferença entre os valores da receita de vendas, menos o valor do custo 
da mercadoria vendida, significa o lucro bruto na venda de mercadorias. 
 • Essência sobre a forma - A essência sobre a forma é destacada 
pela Deliberação CVM nº 29/86 no Item 1, parágrafo 2º, como 
conceito-chave e não como princípio contábil. Esse princípio 
é relacionado com os aspectos legais e fiscais que levam a 
determinadas interpretações sobre alguns eventos. Para a 
contabilidade deve prevalecer a natureza econômica do evento a 
ser registrado e não a forma em que está legalmente apresentado. 
Um bom exemplo disso é o leasing financeiro, cuja forma são as 
despesas de aluguel. No entanto, a essência do evento é a compra 
de um ativo.
 • Princípios conforme deliberações - os princípios de contabilidade 
diferem em terminologia de acordo com o órgão contábil que os 
instituiu. Veremos cada um a seguir. 
Convenções
As convenções fazem restrições aos princípios contábeis. Podem 
ser consideradas como normas ou até mesmo como um guia prático para 
o trabalho do contador. Sobre as convenções, Reis (2017, p. 81) afirma que: 
As Convenções Contábeis são consideradas restrições 
aos princípios de contabilidade e também são chamadas 
de Qualificações Contábeis. As Convenções Contábeis 
complementam os Postulados e Princípios Contábeis, 
auxiliam o profissional da Contabilidade nas instruções 
finais a fim de encontrar a direção norteada pelo Princípio 
Contábil. 
Além disso, as convenções descrevem e limitam como devem ser 
feitos os registros. Conheça mais sobre cada um em seguida.
Fundamentos Contábeis 
26
 • Objetividade: a Convenção da Objetividade determina que as 
mensurações devem estar comprovadas por documentos e 
critérios objetivos e se não houver documentação, que possam 
ser corroboradas por consenso de profissionais qualificados (REIS, 
2017). O contador deve ser objetivo ao efetuar a escrituração de um 
fato. Deve se apoiar em elementos objetivos, evitando o máximo 
possível qualquer subjetividade, lembrando que a contabilidade é 
uma ciência exata. O lançamento registrado deve ser avalizado por 
um documento hábil respaldando a mensuração do objeto.
 • Competência: de acordo com Reis (2017), o Princípio de 
Competência determina que os efeitos das transações devem ser 
registrados no momento em que eles ocorrem independentemente 
da realização financeira, do recebimento ou do pagamento. 
O Princípio da Competência pressupõe a simultaneidade da 
confrontação de receitas e de despesas correlatas.
 • Conservadorismo: o profissional da contabilidade deve considerar 
os valores de forma mais conservadora possível quando se 
encontrar frente a duas ou mais opções de mensuração para um 
mesmo fato, sem se desviar dos princípios contábeis. Nesses casos, 
deve considerar os menores valores para o ativo e maiores valores 
para o passivo (REIS, 2017). Em situações de dúvida, o contador 
deve optar pela forma mais conservadora de escrituração. Para o 
caso de dúvida, fazer o lançamento de todas as despesas sempre 
que possível. No caso de receita, se houver dúvida, não se deve 
lançar.
 • Materialidade: o profissional da área contábil deve avaliar a relação 
custo benefício da informação prestada por ele, enfatizando a 
influência da informação negada para o usuário à luz dessa relação 
custo benefício (REIS, 2017). Voltamos à questão da exatidão, agora, 
com um olhar para o custo-benefício da informação. O contador 
deve sempre buscar a exatidão numérica do lançamento, levando 
em consideração que o custo não seja prejudicial à empresa. 
Aqui, a tratativa de lançamentos com valores maiores deve ser 
Fundamentos Contábeis 
27
mais cautelosa, enquanto a tratativa de lançamentos de valores 
menores exige menos rigor.
 • Consistência ou uniformidade: a Convenção da Consistência diz 
respeito à manutenção dos critérios de mensuração para que as 
demonstrações contábeis possam ser comparadas com clareza 
e consistência. As mudanças de critério devem ser reveladas em 
notas explicativas (REIS, 2017). Depois que o contador adotou 
determinado critério de avaliação de um ativo ou passivo, ele 
deverá adotar esse critério consistentemente e uniformemente 
ao longo dos anos. Como as informações e os registros contábeis 
perduram durante toda a existência da entidade, o critério deve se 
manter inalterado. Existe a possibilidade de alteração, no entanto, 
ela deverá ser evidenciada em nota explicativa. Mudanças não 
devem ser repetitivas.
 • Comentários: a contabilidade se utiliza de uma metodologia 
prática e demanda informações dos diversos usuários da 
informação contábil que podem se alterar com o passar do tempo. 
Inclusive, muitas normas foram alteradas mediante fatos que 
aconteceram no meio corporativo de grandes empresas trazendo 
a necessidade de mudanças e melhorias nos controles.
 • Registro pelo valor original: esse princípio determina o registro 
dos ativos e passivos pelo seu valor original em moeda nacional. 
Posteriormente pode haver atualização dos valores registrados 
decorrentes do Custo Corrente, Valor Realizável, Valor Presente, 
Valor Justo e Atualização Monetária. De acordo com Reis (2017, p. 83):
Custo corrente é o valor do custo histórico, considerando-
se o desgaste pelo estado atual do bem e nos casos do 
passivo, o valor a ser pago sem descontos no período da 
demonstração contábil. Valor Realizável é o valor pelo 
qual o bem consegue ser realizado em casos de venda 
ordenada e para o passivo é o valor a ser pago sem 
descontos no curso normal das operações da entidade. 
Valor Presente nos casos do ativo é o valor atual dos fluxos 
de caixa futuros a ser gerado por esse ativo, enquanto que 
no passivo é o valor atual dos pagamentos necessários 
para saldá-lo. Valor Justo é o valor pelo qual um ativo pode 
Fundamentos Contábeis 
28
ser trocado, e um passivo o valor pelo qual o bem pode ser 
saldado em condições normais de negociação, ou seja, o 
valor de mercado para a transação.
 • Atualização monetária: é a correção do valor registrado 
contabilmente pelo índice de desvalorização da moeda. A 
atualização monetária não implica em ganho, mas sim somente 
trazer o valor registrado ao valor atual devido à perda de valor 
causada pela inflação. O princípio da Atualização Monetária 
constante na Resolução CFC nº 750/93 foi extinto como princípio 
pela Resolução nº 1.282/2010. Todavia, o processo de atualização 
monetária passou a ser tratado como uma forma de variação 
do custo histórico e está contido no princípio de Registro Pelo 
Valor Original (art. 7º, parágrafo 1º, II, “e” da Resolução CFC nº 
1.282/2010).
 • Evidenciação: toda e qualquer informação que não for considerada 
como suficientemente explicativa deverá ser reforçada com 
notas explicativas. Informações necessárias à facilitação do 
entendimento dos relatórios devem fazer parte das notas 
explicativas, sejam detalhamentos de números ou qualificação às 
informações numéricas.
 • Oportunidade: o Princípio da Oportunidade refere-se à integridade 
dos registros e das informações que devem ser apresentadas 
de forma tempestiva, ou seja, devem ser registradas todas as 
variações sofridas pelo patrimônio da entidade no momento em 
que elas ocorrem. As informações provenientes desses registros 
devem ser relevantes, oportunas e confiáveis. Todavia, algumas 
vezes, é difícil mensurar o valor exato a ser registrado, nesses 
casos os cálculos devem ser efetuados por estimativa.
 • Atualização monetária: o Princípio de Atualização Monetária 
implica em atualizar os valores da Demonstração Contábil, a fim 
de compensar as perdas ocasionadas pela inflação. O princípio da 
Atualização Monetária, constante na Resolução CFC nº 750/1993, 
foi extinto como princípio pela Resolução nº 1.282/2010. Todavia, 
o processo de atualização monetária passou a ser tratado como 
Fundamentos Contábeis29
uma forma de variação do custo histórico e está contido no 
princípio de Registro Pelo Valor Original (art. 7º, parágrafo 1º, II, “e” 
da Resolução CFC nº 1.282/2010).
SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar ainda mais nesse tema? Leia o artigo 
Estudo sobre os princípios contábeis praticados no Brasil 
e sua evolução histórica até os dias atuais. Esse trabalho 
trata da evolução histórica dos princípios contábeis no 
Brasil sob o ponto de vista legal e literário, mencionando as 
diversas denominações atuais e passadas que a doutrina 
e a legislação adotaram, mas tomando como diretriz a 
Resolução do CFC nº 750 de 1993. Clique aqui para acessar.
RESUMINDO:
Chegamos ao final de mais uma seção desta unidade, 
na qual tratamos inicialmente os aspectos conceituais e 
introdutórios, os conceitos que fazem parte da contabilidade 
e a importância deles na gestão financeira e patrimonial, de 
modo que inicia a sua familiarização em aspectos do tema 
que estão relacionados à contabilidade e aos principais 
escopos de observação da sua composição. Você deve ter 
aprendido que é de extrema importância para o profissional 
que atua no âmbito da contabilidade reconhecer os 
componentes e processos da ciência que estuda o 
patrimônio, bem como os elementos que contribuem para 
a normatização das práticas no Brasil. Também podemos 
relembrar que os postulados, os princípios e as convenções 
norteiam os contadores sobre como tratar as informações 
e como registrá-las. Além disso, existe um padrão de 
registro para que qualquer usuário da informação contábil 
esteja apto à leitura e ao entendimento dela. Por fim, o 
aprendizado do capítulo possibilita o conhecimento sobre 
os principais elementos que o profissional em contabilidade 
precisa utilizar para desempenhar as atividades de maneira 
ética e assertiva.
Fundamentos Contábeis 
https://periodicos.uni7.edu.br/index.php/revistadecontabilidade/article/view/13
30
A Técnica Contábil e os Relatórios Básicos
Objetivo: Vimos até aqui os conceitos introdutórios da contabilidade, 
as regras básicas para registro dos fatos ocorridos em uma entidade, 
úteis e necessárias para o conhecimento dos diversos usuários. Agora, 
vamos entrar nos usos da contabilidade como ferramenta operacional de 
forma que cumpra com seus objetivos. Motivado para desenvolver esta 
competência? Então, vamos lá. Avante!
Escrituração – métodos e sistemas
O objetivo da contabilidade é controlar o patrimônio fornecendo 
informações que prestem auxílio durante o processo de tomada de 
decisão, quanto aos domínios financeiros em uma entidade. Entretanto, 
para que isso aconteça, é preciso entender que os profissionais da área 
da contabilidade fazem uso de alguns instrumentos específicos com 
a finalidade de realizar o fornecimento das informações garantindo a 
confiabilidade do que está sendo direcionado. Essas técnicas realmente 
existem e são o que de fato é utilizado para subsidiar o processo de 
tomada de decisão na gestão das entidades quanto ao gerenciamento 
financeiro.
Ao entender que a contabilidade é composta por um conjunto de 
teorias, conceitos e técnicas utilizadas para atingir o objetivo de controlar 
uma massa patrimonial (PADOVEZE, 2014), devemos lembrar dessa 
ciência como o principal instrumento para o controle do patrimônio. Nesse 
sentido, afirma-se que:
Como ciência de controle do patrimônio empresarial, ela 
teve de fazer diversas ramificações ou especializações 
para poder atender melhor aos diversos aspectos 
de controles patrimoniais que foram surgindo e que 
mereciam atendimento especial face às necessidades de 
informações dos diversos usuários internos e externos. De 
qualquer forma, o método contábil é o único e é utilizado 
indistintamente para atender a todos os segmentos 
específicos da contabilidade. (PADOVEZE, 2014, s. p.)
Fundamentos Contábeis 
31
Alguns elementos são importantes para o processo de construção 
das ferramentas que torna possível a operacionalização das técnicas 
contábeis. Na tabela a seguir podemos observar os segmentos que 
facilitarão a didática dessa ciência:
Tabela 1 - Segmentos da contabilidade
Fonte: Padoveze (2014).
Nesse momento, vamos nos atentar ao primeiro ponto, a 
escrituração, que é o primeiro passo antes de partir para qualquer 
outra área da contabilidade. A escrituração é uma técnica de lançar 
apontamentos em livros. Com a tecnologia, parece um pouco ultrapassado 
pensarmos em lançamentos em livros, no entanto, a contabilidade, 
mesmo utilizando a tecnologia, gera lançamentos em livros. Os registros 
Fundamentos Contábeis 
32
são realizados ao longo de um exercício contábil e ao seu final, os livros 
são impressos, registrados e guardados ou apresentados aos usuários de 
interesse. É importante lembrar de que toda a movimentação patrimonial 
de uma entidade estará registrada e impressa em um livro, devidamente 
documentado.
REFLITA:
Independente do sistema utilizado para registro, o método 
de registro deverá ser único!
O método utilizado é o método das partidas dobradas. Explicando 
o método, podemos dizer que tem esse nome porque o mesmo valor é 
lançado em duas contas (itens patrimoniais ou de resultado) no mínimo, 
através dos débitos e créditos. De acordo com Kettle e Schnetzler (2020, 
p. 23), o método das partidas dobradas (MPD) “refere-se a um método de 
registro adotado pela ciência contábil no decorrer de sua história. Este 
método é a base da escrita contábil que é sustentada por teorias que, 
amparadas em suas Escolas, procuraram explicar os porquês da forma de 
se fazer tal escrita”.
REVISANDO: vale lembrar do Renascimento, quando Lucca Paccioli 
criou o método das partidas dobradas, onde para um débito existe um 
ou mais créditos de igual valor ou vice-versa.
O método decorre da seguinte forma: 
Partida == Registro == Escrituração == Lançamento
É importante salientar que a finalidade de se lançar em dois 
lugares é manter a equação de trabalho ou de equilíbrio patrimonial 
em situação de igualdade. Isso nos faz lembrar que a contabilidade, em 
alguns momentos, é simbolizada pela balança, representando equilíbrio, 
igualdade.
Fundamentos Contábeis 
33
Figura 5 - A balança simboliza o equilíbrio do patrimônio de uma entidade
Fonte: Pixabay
Introdução ao lançamento
Lançamento é o registro ou a escrituração de cada transação ou 
evento econômico nos livros contábeis. O lançamento deve conter a data, 
a conta de débito, a conta de crédito, o histórico e o valor. 
As informações que compõem o lançamento devem ser originadas 
ou baseadas em um documento que o habilite chamado documento hábil. 
Nenhum lançamento poderá ser feito nos livros contábeis sem que haja 
um documento como respaldo das informações, comprovando-as tanto 
em nível fiscal, quanto em nível comercial e mesmo em nível de controle 
patrimonial. Essa documentação pode ser de origem interna ou externa. 
São exemplos de documentação externa: recibos de depósitos bancários, 
comprovantes de aplicações financeiras, cópias de cheques, notas fiscais, 
faturas, escrituras, duplicatas, recibos em geral etc. Certamente você já 
utilizou e já teve conhecimento de pelo menos três desses documentos.
Os documentos internos podem ser as requisições de almoxarifados, 
comunicados de transferência, notificações, notas de débito ou crédito, 
relatórios de despesas de viagem etc.
Fundamentos Contábeis 
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Livros contábeis
É importante retomar o fato de que a tecnologia veio como 
uma ferramenta que agrega valor e promove agilidade e segurança 
da informação. No entanto, a didática é construída em cima de uma 
contabilidade tradicional. Alguns termos podem parecer antigos e 
inadequados ou até mesmo sem muita relação com a prática contábil 
atual, mas ainda assim, fazem parte da ciência e são a base conceitual 
para o funcionamento e aplicação do método.
Sobre a escrituração contábil e os livros contábeis, Moreira (2017, p. 
7) afirma: 
Com o surgimento, o desenvolvimentoda contabilidade 
e a escrituração de seus registros contábeis, surgiram 
muitas ferramentas fundamentais ligadas a ela, e uma 
delas são os livros Diários e o Razão. O preenchimento 
do livro Diário deve obedecer ao método das partidas 
dobradas, e sua escrituração deve ser individualizada e 
respeitar a ordem cronológica das operações da entidade, 
sendo dispensável a sua escrituração. Com a escrituração 
do livro-razão e as informações fornecidas através dele, 
a empresa terá um melhor controle de seu patrimônio, 
além dessas informações conduzirem a resultados 
positivos para melhor administração de todas as entidades 
empresarias. Outro principal livro contábil é o livro diário, 
que através de sua escrituração registra completamente as 
operações que abrangem o patrimônio, durante o decorrer 
de um período, e ao contrário do livro-razão, o diário deve 
ser legalizado e seu uso é obrigatório, e onde se escritura 
todas as operações contábeis da entidade. Seu registro 
deve obedecer às regras de escrituração cronológica 
de seus atos, que serão as operações da atividade que 
possam vir ou alterar o contexto patrimonial da empresa. 
Os próprios livros aos quais o autor de refere eram utilizados pelos 
contadores ao registrarem os fatos. Atualmente, eles são chamados 
de livros, contém a mesma essência, porém são relatórios gerados e 
apresentados, mas ainda são chamados de livros. São dois: 
 • Livro diário: É um livro contábil de preenchimento obrigatório 
(exigido por lei), onde são lançadas as operações do dia a dia de 
uma entidade. Nele, são registrados os fatos contábeis em partidas 
Fundamentos Contábeis 
35
dobradas, ou seja, os totais de débito e de crédito deverão ser 
sempre iguais.
Os lançamentos devem ser realizados em ordem cronológica, 
com individualização, clareza e referência ao documento hábil, todas as 
operações ocorridas e quaisquer outros fatos que provoquem variações 
patrimoniais. Nesse livro deve conter:
 • Data da operação (transação).
 • Título da conta débito e da conta crédito.
 • Valor do débito e do crédito.
 • Histórico  (alguns dados fundamentais sobre a operação em 
registro: número da nota fiscal, cheque, terceiros envolvidos etc. O 
histórico deve ser o mais breve possível, escrito de forma reduzida).
Observe na figura a seguir a representação gráfica de um modelo 
de livro diário com alguns itens obrigatórios. 
Figura 6 - Modelo de livro diário
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
 • Livro-razão é um livro fundamental ao processo contábil e 
exigido pela legislação brasileira para empresas cuja tributação 
do Imposto de Renda seja com base no lucro real.
Por meio desse livro é possível controlar separadamente o 
movimento de todas as contas. O controle individualizado das contas é 
Fundamentos Contábeis 
36
importante para se conhecer os seus saldos, possibilitando a apuração de 
resultados e elaboração de demonstrações contábeis, como o balancete 
de verificação do livro-razão, balanço patrimonial etc.
Através desse livro, temos o detalhamento por contas individuais 
dos lançamentos realizados no diário, sendo usado para resumir e totalizar 
esses lançamentos por conta ou subconta. A figura a seguir demonstra 
a representação gráfica de um modelo de livro-razão com alguns itens 
específicos desse exemplo.
Figura 7 - Modelo de livro-razão
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Relatórios contábeis na tomada de decisão
As informações contidas nos relatórios contábeis, ou demonstrações 
financeiras, são utilizadas pelos gestores da entidade com os objetivos de: 
prestar contas, fornecer informações e ser um instrumento de subsídio 
para tomada de decisões no aspecto econômico-financeiro de uma 
entidade. No entanto, além dos acionistas, credores e gestores, outros 
atores também podem fazer uso dessas informações, como o governo e 
seus órgãos de fiscalização. 
Para estar em conformidade com as exigências da organização e de 
seus usuários, as demonstrações financeiras costumam ter periodicidade 
mensal, trimestral ou anual, a depender da finalidade e das políticas da 
empresa. De acordo com Marion (2009, p. 46):
Fundamentos Contábeis 
37
Os dados coletados pela contabilidade são apresentados 
periodicamente aos interessados de maneira resumida e 
ordenada, formando, assim, os relatórios contábeis. Os 
relatórios são elaborados de acordo com as necessidades 
dos usuários. Evidentemente, um relatório sobre o 
resultado anual de uma farmácia destacará muito menos 
pormenores que o de uma siderúrgica, que, normalmente, 
tem um número elevado de proprietários, grande volume 
de negócios, diversos tipos de impostos a recolher, 
operações em muitas agências bancárias.
Os registros realizados nos livros contábeis cooperam com as 
etapas do processo contábil. Esse processo obedece um movimento 
que podemos chamar de fluxo contábil, que de acordo com Silva, Nardi 
e Ribeiro (2015) é capaz de reconhecer, mensurar e reportar a realidade 
do desempenho econômico e financeiro da empresa de modo a fornecer 
informações aos usuários para auxiliá-los no processo de tomada de 
decisão, dando a eles bases consistentes para análise da companhia e 
consequente iniciativa quanto à alocação de recursos. De forma resumida, 
podemos descrever o fluxo contábil da seguinte maneira:
Figura 8 - Resumo do fluxo contábil
Captar
Registrar
Acumular
Resumir
Apresentar
Partida dobrada
Diário
Razão
Balancete
Demonstrações 
financeiras
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Fundamentos Contábeis 
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As principais informações contidas nesses registros revelam o 
patrimônio da empresa, as obrigações com terceiros, as operações 
de entradas e as saídas de capital, entre outras atividades do âmbito 
financeiro que são realizadas pela entidade. Os autores Silva e Souza (2011, 
p. 69) afirmam que “os registros contábeis realizados periodicamente 
pelas empresas são a fonte dos dados para o processo de elaboração 
das Demonstrações Financeiras”. 
Os relatórios contábeis podem compreender diversos tipos, porém 
o art. 176 da Lei n° 6.404/1976 estabelece que a empresa, ao final de 
cada exercício social, tem o dever de elaborar algumas demonstrações 
financeiras, com o intuito de informar com transparência a situação do 
patrimônio da entidade e as mutações ocorridas no período. Sendo assim, 
se caracterizam como relatórios obrigatórios os seguintes: 
a. Balanço Patrimonial (BP).
b. Demonstração do Resultado do Exercício (DRE).
c. Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA). 
d. Demonstração das Origens e Aplicações de Recurso (DOAR) — no 
caso de Sociedades Anônimas.
O Conselho Federal de Contabilidade institui normas para a 
elaboração de cada um desses relatórios, no entanto, a configuração 
pode mudar de empresa para empresa, uma vez que as informações a 
serem fornecidas variam de acordo com a constituição dessa sociedade, 
assim como seu setor de atuação e a dimensão do negócio.
Fundamentos Contábeis 
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SAIBA MAIS:
Quer se aprofundar ainda mais nesses assuntos correlatos 
aos relatórios contábeis e sua participação nos processos 
de decisão? Então, leia o artigo Assimetria informacional no 
mercado de capitais do Brasil: os relatórios contábeis são 
capazes de reduzir o risco de investimento?. Baseado na 
Teoria Positiva Contábil e na Teoria Moderna do Portfólio, 
o artigo foi desenvolvido com o intuito de verificar se as 
informações contábeis são eficientes a ponto de influenciar 
o risco de investimentos no mercado acionário brasileiro. 
Clique aqui para acessar.
RESUMINDO:
Agora, para garantir que você realmente entendeu o tema 
de estudo deste capítulo, vamos resumir mais uma vez todo 
o assunto que trabalhamos. Vimos que a contabilidade é 
o conjunto de teorias, conceitos e técnicas utilizadas para 
atingir o objetivo de controlar uma massa patrimonial e que 
a escrituração é uma técnica de lançar apontamentos em 
livros. Além disso, aprendemos que lançamentoé o registro 
ou a escrituração de cada transação ou evento econômico 
nos livros contábeis. Por fim, vimos que os relatórios 
contábeis são uma peça fundamental para o processo 
de gerenciamento e tomada de decisão nas empresas. A 
tecnologia veio como uma ferramenta que agrega valor e 
promove agilidade e segurança da informação, no entanto, 
a didática é construída em cima de uma contabilidade 
tradicional.
Fundamentos Contábeis 
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/rcmccuerj/article/view/32364
40
O Comitê de Pronunciamentos Contábeis 
OBJETIVO:
Ao término deste capítulo você será capaz de entender 
que no Brasil e no mundo a contabilidade é utilizada 
como método e técnicas de escrituração e registro dos 
fatos econômicos das empresas. Para que seja utilizado 
um padrão único e assertivo existem órgãos reguladores 
e fiscalizadores. Isso será fundamental para o exercício de 
sua profissão. E então? Motivado para desenvolver essa 
competência? Então, vamos lá. Avante!
Conhecendo órgãos normativos e fiscalizadores
Neste capítulo, entenderemos melhor alguns órgãos que interferem 
nas normas e técnicas contábeis. Todas as atividades do campo contábil 
no território brasileiro são regulamentadas no âmbito federal por um 
conselho da profissão. Dessa forma, é importante que, inicialmente, 
você conheça, de forma rápida, sobre o que é o Conselho Federal de 
Contabilidade (CFC) e qual o seu papel no mundo prático e teórico da 
contabilidade.
Conforme pudemos conhecer ao longo da disciplina, a contabilidade 
é repleta de técnicas e métodos com algumas normas para que sejam 
realizados os seus procedimentos, essas normas são estabelecidas, 
regulamentadas e fiscalizadas pelo Conselho Federal de Contabilidade 
(CFC). O CFC é uma autarquia criada para regular a conduta dos 
profissionais de contabilidade no Brasil, estabelecendo algumas regras 
sobre as práticas envolvidas. Veja o que diz a sua apresentação: 
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) é uma Autarquia 
Especial Corporativa dotada de personalidade jurídica de 
direito público. Criado e regido por legislação específica, o 
Decreto-Lei nº 9.295, de 27 de maio de 1946, o CFC possui 
estrutura, organização e funcionamento regulamentados 
pela Resolução CFC nº 1.370, de 8 de dezembro de 2011, 
que aprova o Regulamento Geral dos Conselhos de 
Fundamentos Contábeis 
41
Contabilidade. O CFC é integrado por um representante 
de cada estado e mais o Distrito Federal, no total de 27 
conselheiros efetivos e igual número de suplentes – Lei nº 
11.160/05 -, e tem, dentre outras finalidades, nos termos da 
legislação em vigor, principalmente a de orientar, normatizar 
e fiscalizar o exercício da profissão contábil, por intermédio 
dos Conselhos Regionais de Contabilidade, cada um em sua 
base jurisdicional, nos Estados e no Distrito Federal; decidir, 
em última instância, os recursos de penalidade imposta 
pelos Conselhos Regionais, além de regular acerca dos 
princípios contábeis, do cadastro de qualificação técnica e 
dos programas de educação continuada, bem como editar 
Normas Brasileiras de Contabilidade de natureza técnica e 
profissional. (CFC, on-line)
Dentre suas diversas atribuições legais, também é responsável 
por criar novas normas e regras de funcionamento ou modificações em 
normas existentes que garantam a confiabilidade e a lisura do exercício da 
profissão dentro dos domínios nacionais, no entanto, esse olhar também 
tem o intuito da convergência da contabilidade brasileira com os padrões 
internacionais. Essas alterações se tornam necessárias por motivos de 
modificações de leis e lançadas pelo governo ou até mesmo devido a 
fraudes ocorridas no meio corporativo.
Para esclarecer melhor a necessidade dessa autarquia para a 
profissão e para a sociedade, podemos citar alguns exemplos de fraudes 
de grandes empresas que manipularam seus documentos contábeis 
fazendo com que milhões de acionistas, funcionários e até a sociedade 
saíssem lesados pela má gestão e por crimes cometidos. Graças à 
fiscalização os casos foram descobertos. São alguns exemplos: A Enron, 
empresa de energia americana, localizada em Houston, Texas, que 
empregava 21.000 funcionários. Decretou falência em 2001 após denúncia 
de fraude contábil e fiscal. O que houve: inflou os ganhos e diminuiu os 
prejuízos. Outro caso ocorreu com a Xerox, companhia norte-americana 
auditada envolvida em escândalo de fraude contábil e fiscal no ano de 
2002. O que houve: elevou artificialmente seus resultados e apresentou 
lucro maior do que o auferido num período de quase cinco anos.
Além desses dois escândalos, aconteceram muitos outros que 
levaram os órgãos reguladores dos países a voltarem sua atenção 
Fundamentos Contábeis 
42
a uma reformulação de normas e procedimentos. Criando normas e 
leis que regem a política monetária do país, existem órgãos e comitês 
governamentais, tais como Banco Central do Brasil (Bacen), Comissão de 
Valores Mobiliários (CVM), Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB), 
Superintendência de Seguros Privados (Susep), Federação Brasileira 
de Bancos (Febraban), além de outros relacionados às áreas produtivas 
do país, bem como o rendimento e recolhimento de tributos. Esses são 
órgãos reguladores.
Comitê de Pronunciamentos Contábeis
Para que a contabilidade Brasileira atenda às leis impostas, devem 
ocorrer alterações e adaptações, assim, foi criado através da Resolução 
CFC nº 1.055/2005, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) 
por meio de uma união de esforços e objetivos comuns das seguintes 
entidades:
 • Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca).
 • Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do 
Mercado de Capitais (Apimec Nacional).
 • B3 Brasil Bolsa Balcão.
 • Conselho Federal de Contabilidade (CFC).
 • Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon).
 • Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras 
(Fipecafi).
 • Entidades representativas de investidores do mercado de capitais.
O CPC tem como objetivo o estudo, o preparo e a emissão de 
documentos técnicos  sobre procedimentos de contabilidade, além da 
divulgação de informações dessa natureza para permitir a emissão de 
normas pela entidade reguladora brasileira, tendo em vista a centralização 
e uniformização de seu processo de produção, levando sempre em conta 
a convergência da contabilidade brasileira aos padrões internacionais.
Fundamentos Contábeis 
http://www.portaldecontabilidade.com.br/legislacao/cfc1055.htm
http://www.portaldecontabilidade.com.br/legislacao/cfc1055.htm
43
REVISANDO: lembra-se quando falamos dos Princípios e Conven-
ções? São procedimentos básicos complementados por novas técnicas ou 
por aperfeiçoamento de técnicas estudadas e preparadas pelo CPC.
A criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis se tornou 
necessária por colaborar ativamente com a convergência internacional das 
normas contábeis (redução de custo de elaboração de relatórios 
contábeis, redução de riscos e custo nas análises e decisões e redução de 
custo de capital), com a intenção de centralização na emissão de normas 
dessa natureza (no Brasil, diversas entidades o fazem) e representação e 
processos democráticos na produção dessas informações (produtores da 
informação contábil, auditor, usuário, intermediário, academia e governo). 
Conheça algumas de suas características básicas na figura a seguir.
Figura 9 - Características do CPC
CPC
Estrutura 
fornecida pelo 
CFC
Autônomo 
das entidades 
representadas
Pode ser formado 
por inúmeras 
entidades
Os membros 
não auferem 
remuneração
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
Um fato interessante e bastante usual para o nosso aprendizado 
é trazido por Trazzi e Martins (2018) quando pontuam que em 2009 o 
CPC emitiu o Pronunciamento para as Pequenas e Médias Empresas 
(CPC PME), cujo foco incide na melhoria da qualidade e confiabilidade 
dos relatórioscontábeis dessas instituições comparativamente àqueles 
preparados por empresas de grande porte. 
Fundamentos Contábeis 
44
O CPC atua dessa forma, ou seja, tentando otimizar as atividades 
do ambiente contábil e empresarial, de acordo com o contexto de 
evolução do mercado e as necessidades dos parâmetros contábeis. Para 
compreender melhor sobre esse órgão, veja como se apresenta o CPC 
em seu regulamento nos artigos 1 e 2. 
Art. 1º O Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, 
idealizado a partir da união de esforços e comunhão de 
objetivos das entidades que o constituem, por expressa 
solicitação desses seus membros componentes iniciais, 
formalmente criado pela  Resolução nº. 1.055, de 07 de 
outubro de 2.005  do Conselho Federal de Contabilidade 
– CFC, para que este, além de dele participar, lhe desse a 
infraestrutura de apoio que viabilizasse o alcance de sua 
missão.
Art. 2º O CPC será regido pela Resolução que o criou 
e, complementarmente, por este Regimento Interno, 
aprovado unanimemente, em sua versão original, pela 
Assembleia dos Presidentes das entidades que constam 
dessa Resolução. (CFC, 2005)
Após a criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) 
no Brasil, em 2015, o órgão passou a ser responsável, desde então, pela 
emissão de pronunciamentos técnicos, interpretações e orientações 
contábeis em conformidade com o conjunto de normas internacionais. 
Para entender melhor sobre a emissão dos documentos por esse órgão, 
veja a seguir o que diz os artigos 13, 14, 18 e 19 da regulamentação do CPC: 
Art. 13 De acordo com a Resolução CFC nº. 1.055/05, 
é atribuição do CPC estudar, pesquisar, discutir, 
elaborar e deliberar sobre o conteúdo e a redação de 
Pronunciamentos Técnicos, podendo, inclusive, emitir 
Interpretações, Orientações e Comunicados.
Art. 14 Os Pronunciamentos Técnicos estabelecem 
conceitos doutrinários, estrutura técnica e procedimentos 
a serem aplicados.
Art. 18 Com o objetivo de que todos os documentos 
emitidos pelo CPC estejam convergentes às normas 
internacionais de contabilidade emitidas pelo International 
Accounting Standards Board  (IASB), o CPC dará 
conhecimento público da inclusão de aprimoramentos e 
Fundamentos Contábeis 
http://www.facpc.org.br/Arquivos/Imagens/Res_1055.pdf
http://www.facpc.org.br/Arquivos/Imagens/Res_1055.pdf
45
de correções em documentos já editados, por meio do 
documento intitulado “Revisão CPC No “X””.
Art. 19 Os Comunicados têm como objetivo chamar a aten-
ção para algum esclarecimento adicional sobre a adoção 
dos Pronunciamentos Técnicos e/ou Interpretações, além 
de outros comentários sobre a adoção das normas inter-
nacionais no Brasil, junto à mídia e demais interessados 
no tema.
Parágrafo único. Os Comunicados do CPC serão seguidos 
de numeração sequencial, por exemplo, Comunicado CPC 
Nº “X”. (CFC, 2005)
Após a criação do CPC em 2005, numerosas alterações foram 
introduzidas no Brasil a partir das Leis nº 11.638, de 28 de dezembro de 
2007, e 11.941, de 27 de maio de 2009, no intuito de uniformizar as normas 
brasileiras aos padrões das normas internacionais de contabilidade, as 
International Financial Reporting Standards (IFRS). 
No entanto, esse trabalho não é competência exclusiva do CPC, 
a execução dessas atividades depende de um trabalho integrado entre 
diversos órgãos e instituições. A seguir, entenda o fluxograma da hierarquia 
CPC e demais instituições:
Figura 10 - Hierarquia de funcionamento, aprovação e pronunciamento do CPC
IASB emite IFRS
CPC emite pronunciamentos, orientações e 
interpretações com base nas IFRS
Bacen, CVM, SRF, Susep
Aprovam em seus âmbitos de atuação 
pronunciamentos, orientações e interpretações 
do CPC.
Fonte: Marion (2018).
Fundamentos Contábeis 
46
Marion (2018) aponta a hierarquia de funcionamento, aprovação e 
pronunciamento do CPC envolvendo alguns órgãos diferentes do que 
citamos anteriormente. Sá e Malaquias (2012) reafirmam que esse comitê 
é integrado pela Associação Brasileira de Companhias Abertas (Abrasca), 
pela Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), pelo Conselho Federal 
de Contabilidade (CFC), pela Associação dos Analistas e Profissionais de 
Investimento do Mercado de Capitais (APIMEC), pela Fundação Instituto 
de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi) e pelo Instituto 
dos Auditores Independentes (Ibracon). Para maior clareza sobre os 
órgãos envolvidos com o CPC, analise as siglas referentes a eles na tabela 
a seguir.
Tabela 2 - Siglas
Fonte: Elaborado pela autora (2021).
É importante salientar que muitas empresas são sociedades de 
capital aberto, sociedades anônimas ou, em outras palavras, as empresas 
que abriram seu capital para venda de ações, buscando investidores que 
passam a ser sócios de pequenas partes do capital social. 
REVISANDO: o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) deter-
mina métodos para elaboração de documentos contábeis.
Para viabilizar a interpretação dos investidores e a tomada de 
decisão, o CPC padronizou os relatórios contábeis de forma que as 
entidades possam expor de forma detalhada e resumida os dados 
Fundamentos Contábeis 
47
colhidos pela contabilidade, com o objetivo de relatar os principais fatos 
financeiros registrados em um determinado período.
Podemos observar a seguir a alteração da CPC 00 (R2) - Estrutura 
Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro, 
aprovada em 01/11/2010, divulgada em 10/12/2019:
SITUAÇÃO E FINALIDADE DA ESTRUTURA CONCEITUAL SP
1.1 A Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro 
(Estrutura Conceitual) descreve o objetivo dos conceitos 
para, relatório financeiro para fins gerais. 
A finalidade dessa Estrutura Conceitual é: 
(a) auxiliar o desenvolvimento das Normas Internacionais 
de contabilidade (IFRS) para que tenham base em 
conceitos consistentes. 
(b) auxiliar os responsáveis pela elaboração (preparadores) 
dos relatórios financeiros a desenvolver políticas contábeis 
consistentes quando nenhum pronunciamento se aplica 
à determinada transação ou outro evento, ou quando o 
pronunciamento permite uma escolha de política contábil; 
e (c) auxiliar todas as partes a entender e interpretar os 
Pronunciamentos. (CPC, 2019)
Assim como demonstra Ribeiro (2018), entender as atribuições que 
envolvem o tema CPC é de extrema importância para a profissão contábil, 
pois busca harmonizar as normas nacionais com as internacionais, 
influenciando para que o Brasil caminhe para um processo de convergência 
das normas de contabilidade instituídas nacionalmente para as normas 
internacionais de contabilidade. 
Pronunciamento Conceitual Básico (R2): Objetivo 
da elaboração e divulgação do relatório contábil-
financeiro
Um relatório contábil-financeiro tem como objetivo fornecer 
informações contábeis qualitativas e quantitativas de determinada 
entidade que sejam úteis a investidores e credores para que eles possam 
tomar decisões a respeito dessa entidade. Veja o que diz o pronunciamento 
técnico CPC 00 (R2) sobre sua apresentação e seus objetivos:
Fundamentos Contábeis 
48
1.1 O objetivo do relatório financeiro para fins gerais forma 
a base dessa Estrutura Conceitual. Outros aspectos dessa 
Estrutura Conceitual – as características qualitativas de 
informações financeiras úteis e a restrição de custo sobre 
tais informações, o conceito de entidade que reporta, 
elementos das demonstrações contábeis, reconhecimento 
e de reconhecimento, mensuração, apresentação e 
divulgação – decorrem logicamente do objetivo. 
1.2 Objetivo, utilidade e limitações do relatório financeiro 
para fins gerais é fornecer informações financeiras sobre 
a entidade que reporta que sejam úteis para investidores, 
credores por empréstimos e outros credores, existentes e 
potenciais, na tomada de decisões referente à oferta de 
recursos à entidade. (CPC, 2019)
O objetivo das demonstrações contábeis é fornecer informaçõessobre a situação financeira e patrimonial de uma entidade, destacando o 
desempenho organizacional e as mudanças ocorridas no âmbito financeiro 
da empresa, de forma que suas informações sejam úteis aos usuários 
internos e usuários externos. Conheça os usuários do pronunciamento 
técnico CPC 00 (R2):
1.3 As decisões descritas no item 1.2 dependem dos 
retornos que os existentes e potenciais investidores, 
credores por empréstimos e outros credores esperam, por 
exemplo, dividendos, pagamentos de principal e juros ou 
aumentos no preço de mercado [...]. 
1.4 Para fazer as avaliações descritas no item 1.3, os 
investidores, credores por empréstimos e outros credores, 
existentes e potenciais, precisam de informações sobre: (a) 
os recursos econômicos da entidade, reivindicações contra 
a entidade e alterações nesses recursos e reivindicações 
(ver itens de 1.12 a 1.21); e (b) a eficiência e eficácia da 
administração e do órgão de administração da entidade 
no cumprimento de suas responsabilidades sobre o uso 
dos recursos econômicos da entidade.
1.5 Muitos investidores, credores por empréstimos e 
outros credores, existentes e potenciais, não podem exigir 
que as entidades que reportam forneçam informações 
diretamente a eles, devendo se basear em relatórios 
financeiros para fins gerais para muitas das informações 
financeiras de que necessitam. Consequentemente, eles 
Fundamentos Contábeis 
49
são os principais usuários aos quais se destinam relatórios 
financeiros para fins gerais. 
1.6 Contudo, relatórios financeiros para fins gerais não 
fornecem nem podem fornecer todas as informações de 
que necessitam investidores, credores por empréstimos 
e outros credores, existentes e potenciais. Esses usuários 
precisam considerar informações pertinentes de outras 
fontes, como, por exemplo, condições e expectativas 
econômicas gerais, eventos políticos e ambiente político e 
perspectivas do setor e da empresa. (CPC, 2019)
A principal utilidade dos relatórios é prestar informações úteis para 
auxiliar o processo de decisão. Veja o que o regulamento diz sobre o 
processo de tomada de decisão por parte desses usuários:
1.7 Relatórios financeiros para fins gerais não se destinam a 
apresentar o valor da entidade que reporta, mas fornecem 
informações para auxiliar investidores, credores por 
empréstimos e outros credores, existentes e potenciais, 
a estimar o valor da entidade que reporta [...]. (CPC, 2019)
Ribeiro Filho, Lopes e Pederneiras (2009) relatam que o objetivo 
das demonstrações contábeis é possibilitar informações relevantes para 
auxiliar na tomada de decisão dos seus responsáveis, evidenciando a 
situação econômico-financeira da entidade e seus resultados. Nesse 
sentido, o CPC demonstra seu uso específico no processo decisório:
1.8 Usuários primários individuais têm necessidades 
e desejos de informação diferentes e possivelmente 
conflitantes. Ao desenvolver os Pronunciamentos, busca-
se fornecer um conjunto de informações que atenda às 
necessidades do maior número de principais usuários. 
Contudo, concentrar-se em necessidades de informação 
ordinárias não impede que a entidade que reporta inclua 
informações adicionais que sejam mais úteis para um 
subconjunto específico de principais usuários. 
1.9 A administração da entidade que reporta também está 
interessada em informações financeiras sobre a entidade. 
Contudo, a administração não precisa se basear em 
relatórios financeiros para fins gerais, pois ela pode obter 
internamente as informações financeiras de que precisa. 
1.10 Outras partes, como reguladores e o público em geral, 
que não investidores, credores por empréstimos e outros 
Fundamentos Contábeis 
50
credores, podem também considerar relatórios financeiros 
para fins gerais úteis. Contudo, esses relatórios não são 
direcionados essencialmente a esses outros grupos. 
1.11 Em grande medida, relatórios financeiros baseiam-
se em estimativas, julgamentos e modelos e, não, em 
representações exatas. (CPC, 2019)
ACESSE:
Quer se aprofundar nesse tema? Recomendamos o 
acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: 
CPC 00 (R2) - Estrutura Conceitual para Elaboração e 
Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro, disponível 
em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/
Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=80
RESUMINDO:
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu 
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de 
que você realmente entendeu o tema de estudo deste 
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter 
aprendido que a contabilidade é uma ciência que surgiu 
há muito tempo. Através dessa ciência, são registrados 
fatos econômicos de entidades que podem ser pessoas 
físicas ou jurídicas, de forma organizada, obedecendo 
princípios e convenções norteadoras da forma de registro, 
com o objetivo de tornar as informações visíveis e de fácil 
interpretação, pela padronização dos métodos de registro. 
Devido à demanda dessas informações pelos usuários da 
contabilidade e por essas informações serem universais, 
elas devem ser revistas periodicamente e reformuladas 
de forma que atendam às necessidades das entidades 
conforme leis e medidas aplicadas pelo Estado, lembrando 
da consonância com a normas internacionais. Isso se dá 
principalmente em função de investidores em empresas 
de capital aberto, que necessitam de informações para 
tomadas de decisão de investimento e de crédito.
Fundamentos Contábeis 
51
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