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ISBN 978-65-5742-124-6
MANUAL DO 
PROFESSOR
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PRISMA
1a edição
São Paulo – 2020
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Maria Angela Gomez Rama
• Mestra em Ciências (Geografia Humana) pela 
Universidade de São Paulo (USP).
• Bacharela e licenciada em Geografia pela 
Universidade de São Paulo (USP).
• Especialista em Ensino de Geografia pela Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
• Licenciada em Pedagogia pela Universidade de 
Franca (Unifran-SP).
• Formadora de professores. Atuou como professora 
no Ensino Fundamental e Médio das redes pública 
e privada e no Ensino Superior.
Gislane Campos Azevedo Seriacopi 
• Mestra em História Social pela Pontifícia 
Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).
• Professora universitária, pesquisadora e 
ex-professora de História do Ensino Fundamental e 
Médio nas redes pública e privada.
Isabela Gorgatti Cruz
• Bacharela em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP).
• Especialista em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP).
• Editora de livros didáticos.
Leandro Calbente Câmara
• Bacharel em História pela Universidade de São Paulo (USP).
• Bacharel em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP).
• Mestre em Ciências (História Econômica) pela Universidade
de São Paulo (USP).
• Editor de livros didáticos.
Reinaldo Seriacopi
• Bacharel em Letras pela Faculdade de Filosofia, 
Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). 
• Bacharel em Jornalismo pelo Instituto Metodista de Ensino 
Superior (IMS-SP).
• Editor especializado na área de História.
MANUAL DO 
PROFESSOR
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Prisma : ciências humanas : mundo em movimento : 
globalização, conflitos e pandemia : ensino 
médio / Maria Angela Gomez Rama ... (et al.). 
– 1. ed. – São Paulo : FTD, 2020.
Área do conhecimento : Ciências humanas e sociais 
aplicadas
Vários autores : Gislane Campos Azevedo 
Seriacopi, Isabela Gorgatti Cruz, Leandro Calbente 
Câmara, Reinaldo Seriacopi
Bibliografia
ISBN 978-65-5742-123-9 (aluno)
ISBN 978-65-5742-124-6 (professor)
1. Ciências (Ensino médio) 2. Tecnologia I. 
Seriacopi, Gislane Campos Azevedo II. Cruz, Isabela 
Gorgatti III. Câmara, Leandro Calbente IV. Seriacopi, 
Reinaldo
20-44113 CDD-372.7
Índices para catálogo sistemático:
1. Ciências : Ensino médio 372.7
Aline Graziele Benitez - Bibliotecária - CRB-1/3129
 
Copyright © Maria Angela Gomez Rama, Gislane Campos Azevedo Seriacopi, Isabela 
Gorgatti Cruz, Leandro Calbente Câmara e Reinaldo Seriacopi, 2020
Direção-geral Ricardo Tavares de Oliveira
Direção editorial adjunta Luiz Tonolli
Gerência editorial Flávia Renata Pereira de Almeida Fugita
Edição João Carlos Ribeiro Junior (coord.)
Bárbara Berges, Carolina Bussolaro, Maiza Garcia Barrientos Agunzi,
Siomara Sodré Spinola
Preparação e revisão de textos Maria Clara Paes (sup.)
Danielle Costa, Diogo Souza Santos, Eliana Vila Nova de Souza, 
Felipe Bio, Fernanda Rodrigues Baptista, Graziele Cristina Ribeiro, 
Jussara Rodrigues Gomes, Kátia Cardoso da Silva, 
Lívia Navarro de Mendonça, Rita Lopes, Thalita Martins da Silva Milczvski, 
Veridiana Maenaka
Gerência de produção e arte Ricardo Borges
Design Daniela Máximo (coord.), Sergio Cândido
Imagem de capa Anton Balazh/Shutterstock.com
Arte e Produção Vinicius Fernandes (sup.)
Ana Suely Silveira Dobon, Karina Monteiro Alvarenga, 
Jacqueline Nataly Ortolan, Marcelo Saccomann (assist.)
Diagramação C2 Artes 
Coordenação de imagens e textos Elaine Bueno Koga
Licenciamento de textos Érica Brambila, Bárbara Clara (assist.)
Iconografia Priscilla Liberato Narciso, Ana Isabela Pithan Maraschin (trat. imagens)
Ilustrações Andreia Vieira, Davi Augusto, Eber Evangelista, Leandro Ramos, Ricardo 
Sasaki, Sonia Vaz
Em respeito ao meio ambiente, as folhas 
deste livro foram produzidas com fibras 
obtidas de árvores de florestas plantadas, 
com origem certificada.
Impresso no Parque Gráfico da Editora FTD
CNPJ 61.186.490/0016-33
Avenida Antonio Bardella, 300
Guarulhos-SP – CEP 07220-020
Tel. (11) 3545-8600 e Fax (11) 2412-5375
Reprodução proibida: Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 
de 19 de fevereiro de 1998. Todos os direitos reservados à
EDITORA FTD.
Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP
CEP 01326-010 – Tel. 0800 772 2300
Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970
www.ftd.com.br
central.relacionamento@ftd.com.br
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APRESENTAÇÃO
Diariamente, somos bombardeados por notícias e informações na internet, 
na televisão, nos jornais, o que torna muito difícil entender o que acontece no 
mundo e identifi car aquilo que é signifi cativo para nós e que pode infl uenciar 
nosso cotidiano e impactar nossa comunidade. Se muitas vezes você tem a sen-
sação de que não consegue analisar satisfatoriamente esse imenso volume de 
informações, saiba que não está sozinho.
As Ciências Humanas e Sociais Aplicadas são uma ferramenta importante para 
nos ajudar a refl etir sobre o mundo em que vivemos. Os saberes desenvolvidos 
pela História, pela Geografi a, pela Sociologia e pela Filosofi a permitem mobilizar 
competências e habilidades fundamentais para o exercício do pensamento crítico, 
essencial para transformarmos as informações recebidas diariamente em conhe-
cimentos capazes de nos ajudar a modifi car a realidade que nos cerca.
Para auxiliá-lo nessa tarefa, selecionamos um conjunto de temas importan-
tes para a compreensão dos tempos atuais. Por meio de textos, mapas, gráfi cos, 
tabelas, fotografi as e muitos outros documentos, você terá condições de interpre-
tar e analisar criticamente não só a sua realidade, mas o mundo de uma maneira 
mais ampla. Com isso, esperamos ajudá-lo no exercício da cidadania e no desen-
volvimento de práticas colaborativas que contribuam para a construção de uma 
sociedade mais justa, em busca do bem-estar coletivo.
Esperamos oferecer o conhecimento necessário para você desenvolver uma 
visão crítica da realidade e se sentir seguro para adotar uma postura protagonista 
em seu dia a dia.
Osautores
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AUNIDADE
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■ Ilustração de Filipe Rocha, 2020.
O mundo 
globalizado
“Antes o mundo era pequeno/porque 
a Terra era grande/Hoje o mundo é muito 
grande/porque a Terra é pequena”. Esses 
versos da canção “Parabolicamará”, de 
Gilberto Gil (1942-), abordam as transforma-
ções pelas quais a humanidade passou ao 
longo dos últimos séculos. 
Se no tempo das Grandes Navegações 
do século XV a Terra parecia grande porque o 
contato entre povos de diferentes continentes 
era difícil e restrito a poucas pessoas, nos dias 
de hoje a Terra parece pequena. Os avanços 
da tecnologia, dos transportes e das comunica-
ções encurtaram as distâncias, aproximaram as 
pessoas, as culturas e as economias. Vivemos 
em um mundo globalizado. 
Nesta unidade veremos o impacto dessas 
mudanças nas sociedades contemporâneas.
 1. Como você interpreta os versos da canção: 
“Antes o mundo era pequeno” e “Hoje o 
mundo é muito grande”? Você concorda 
com essa ideia? Por quê?
 2. Como você observa os impactos da globa-
lização em seu dia a dia?
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO
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PLANEJAMENTO FINANCEIRO
Quando falamos em planejamento financeiro, parece que estamos falando de algo muito dis-
tante, que só tem a ver com empresas ou com pessoas que têm muito dinheiro. O planejamento 
financeiro, porém, deve fazer parte da vida de todas as pessoas, de todas as classes sociais, seja 
para planejar as compras do supermercado ou a aquisição de um novo aparelho celular; seja para 
planejar gastos de estudos ou de uma viagem. Assim, o planejamento financeiro – que inclui o 
consumo consciente – deve ter como principal objetivo o alcance de nossas metas e sonhos. 
A proposta deste projeto é realizar estudos de caso para saber como as pessoas organizam o 
orçamento individual e familiar. No final, sugerimos a elaboração de vídeos informativos de como 
organizar as finanças, dirigidos à comunidade.
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CAPÍTULO
6 Economia global: disputas e tensões
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Em agosto de 2020, o governo dos Estados Unidos declarou que 
desejava proibir no país aplicativos de redes sociais de uma empresa 
chinesa. O governo Trump acusou a empresa responsável pelo aplica-
tivo de espionagem e afirmou que ela estaria colaborando com a China 
para obter informações privadas de cidadãos estadunidenses.
Em resposta, o governo chinês fez duras declarações contra os Estados 
Unidos. De acordo com Wang Wengbin (1971-), porta-voz do ministério 
chinês das Relações Exteriores, o governo estadunidense estaria colo-
cando “interesses egoístas acima dos princípios de mercado e da norma 
internacional”. Além disso, Wengbin acusou os Estados Unidos de fazerem 
“uma manipulação e uma repressão política arbitrárias que só podem 
levar ao seu próprio declínio moral e prejudicar sua imagem”.
A questão em torno dos aplicativos de redes sociais é apenas um 
exemplo da crescente tensão entre os Estados Unidos e a China. Um 
dos motivadores dessa tensão é o acelerado crescimento econômico 
da China nas últimas décadas, que transformou o país oriental em um 
dos polos mais importantes da economia global.
Esse desenvolvimento é visto com desconfiança pelos Estados Unidos, 
já que há o temor de que a China se torne uma potência geopolítica capaz 
de superar a influência estadunidense em muitas regiões do planeta.
Essa disputa econômica é um exemplo recente de enfrentamento 
pelo controle da economia global. Essas disputas remontam aos pro-
cessos históricos de formação de redes econômicas que interligam 
o mundo. Neste capítulo, vamos estudar esse processo e as tensões 
criadas por ele ao longo do tempo.
■ O presidente 
estadunidense Donald 
Trump, à esquerda, e 
o presidente chinês 
Xi Jinping (1953-), à 
direita, na reunião dos 
países do G20. Osaka 
(Japão), 2019.
Consultar as Orientações para o professor para obter mais informações sobre o capítulo 
e sobre o trabalho com as atividades.
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Observe abaixo a reprodução de Guernica, produzida em 1937, pelo pintor espanhol Pablo 
Picasso. Nessa obra, que representa um dos principais símbolos dos reflexos da guerra e uma 
manifestação a favor da paz, o artista retratou o ataque à região do País Basco.
DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS>
■ PICASSO, P. Guernica. 1937. Óleo sobre tela, 351 cm x 782 cm.
Em seguida, leia um trecho da Declaração sobre medidas para eliminar o terrorismo 
internacional, da Organização das Nações Unidas (ONU), Resolução 49/60 da Assembleia Geral, 
parágrafos 2 e 3.
[...] 
2. Atos, métodos e práticas de terrorismo constituem uma grave violação dos propósitos e prin-
cípios das Nações Unidas, o que pode representar uma ameaça à paz e segurança internacionais, 
comprometem as relações amigáveis entre os Estados, dificultam a cooperação internacional e visam 
à destruição de direitos humanos, liberdades fundamentais e bases democráticas da sociedade;
3. Atos criminosos pretendidos ou calculados para provocar um estado de terror no público em 
geral, em um grupo de pessoas ou em indivíduos para fins políticos são injustificáveis em qualquer 
circunstância, independentemente das considerações de ordem política, filosófica, ideológica, racial, 
étnica, religiosa ou de qualquer outra natureza que possam ser invocadas para justificá-los.
[...]
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Assembleia Geral. Declaração sobre medidas para eliminar o terrorismo internacional. Genebra, 1995. p. 4. 
Disponível em: https://www.un.org/ga/search/view_doc.asp?symbol=A/RES/49/60. Acesso em: 30 ago. 2020. [Tradução nossa.]
 1. O bombardeio de Guernica, retratado por Picasso, remete a um ataque aéreo provocado por aviões 
alemães durante a Guerra Civil Espanhola. Como o terror da guerra é representado na obra?
 2. Com base no que foi estudado neste capítulo, aponte como é possível relacionar a imagem de 
Picasso à declaração da ONU sobre o terrorismo.
 3. Guernica é um exemplo de obra de arte que denuncia práticas violentas praticadas contra populações 
civis. Assim como ela, existem muitos outros exemplos de obras de arte que fazem esse tipo de denúncia. 
Com a ajuda de seus colegas, pesquise outros exemplos e montem uma galeria digital sobre o tema.
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NO LIVRO
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Abertura dos 
capítulos
Todos os capítulos iniciam-se 
com algum assunto do presente, 
para que você possa começar 
a entender como as Ciências 
Humanas e Sociais Aplicadas se 
relacionam com o seu cotidiano.
Atividades
Conjunto de atividades que 
aparece ao final de muitos 
capítulos. É o momento em 
que você aplica os saberes 
apreendidos e exercita sua 
reflexão a respeito de diferentes 
temas estudados. 
Linguagens e leituras
Esta atividade trabalha habilidades de leitura e 
interpretação de diferentes tipos de documentos, 
como mapas, gráficos, tabelas, charges, fotografias, 
textos impressos etc. Muitas vezes, você será 
convidado a relacionar informações em documentos 
distintos. A seção encontra-se no meio dos capítulos, 
mas pode aparecer também ao final deles. 
Esta coleção é composta de seis volumes. A seguir apresentaremos 
algumas das principaiscaracterísticas das obras.
Este ícone 
aparece junto 
das atividades 
em que é 
proposto o 
trabalho em 
grupo.
106
NÃO ESCREVA 
NO LIVROATIVIDADES>
 1. Leia os textos a seguir:
[...]
[...] Braudel definia a economia mundial como “uma soma de áreas individua-
lizadas, econômicas e não econômicas, [estendendo-se] para além das fronteiras 
de outras grandes divisões históricas… A economia mundial é a maior superfície 
vibradora possível, que não somente aceita a conjuntura, mas, em certa profun-
didade ou nível, a cria. É a economia mundial em todos os eventos que cria a 
uniformidade de preços numa área imensa, como um sistema arterial distribui 
sangue por todo um organismo vivo. É uma estrutura em si mesma.” [...]
[...]
GALL, N.; RICUPERO, R. Globalismo e Localismo: quais são os limites da competição e da segurança?. Braudel Pappers, São 
Paulo, n. 17, 1977. Disponível em: http://www.normangall.com/brazil_art3.htm. Acesso em: 30 ago. 2020. 
[...] “uma alternativa à China, incluindo trazer de volta para CASA nossas empre-
sas e fabricar nossos produtos nos EUA”. Em sua opinião, “as grandes quantidades 
de dinheiro feito e roubado pela China aos EUA, ano após ano, durante décadas, 
devem ACABAR e acabarão”, afirmou o mandatário. “Não precisamos da China 
e, na verdade, estaríamos melhor sem eles.
LIY, M. V.; LABORDE, A. Trump intensifica guerra comercial com a China com elevação generalizada de impostos. El país, [s. l.], 
23 ago. 2019. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/08/23/internacional/1566564039_314372.html. 
Acesso em: 30 ago. 2020.
 a) A partir do que foi estudado no capítulo, aponte as interpretações possíveis para 
a abordagem prevista no primeiro trecho.
 b) Analise a relação entre os dois trechos, julgando, principalmente, a adequação das 
falas presentes no segundo trecho.
 2. Observe o mapa e a imagem de satélite a seguir.
Fonte: IBGE EDUCA. Você sabe o que é anamorfose? Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/
professores/educa-recursos/20815-anamorfose.html. Acesso em: 30 ago. 2020. 
Mundo: Produto Interno Bruto (PIB) proporcional a cada país, 2016
ESTADOS
UNIDOS
CANADÁ
MÉXICO
BRASIL
FRANÇA
ESPANHA
ITÁLIA
ÍNDIA
CHINA
JAPÃO
AUSTRÁLIA
RÚSSIA
COREIA
DO SUL
ALEMANHA
REINO
UNIDO
Produto Interno Bruto (PIB)
(em bilhões de US$) 
Até 500,0
De 500,1 a 1.000,00
De 1.000,1 a 5.000,00
De 1.218,2 a 18.624,5
AL
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CONHEÇA
SEU LIVRO
Nossa comunidade
Por meio desta seção, você e seus colegas desenvolverão um projeto que impactará a 
comunidade em que vivem. É o momento de exercerem o protagonismo. São dois projetos 
por livro, cada um composto de quatro etapas que aparecem ao final de cada capítulo. 
Abertura das 
unidades
Texto e imagem apresentam 
o tema central da unidade. 
Também encontram-se 
perguntas que auxiliam na 
reflexão sobre o assunto. 
Muitas imagens presentes 
nas aberturas são trabalhos 
de artistas plásticos 
contemporâneos. Todos os 
volumes estão divididos 
em quatro unidades, e cada 
unidade tem dois capítulos.
D3-CH-EM-3075-V6-INICIAIS-001-009-LA-G21-AVU.indd 4D3-CH-EM-3075-V6-INICIAIS-001-009-LA-G21-AVU.indd 4 24/09/2020 01:3224/09/2020 01:32
INVESTIGAÇÃO>
Estudo de recepção da arte
A arte é uma forma de expressão cultural ancestral, que se manifesta por meio 
de uma grande variedade de linguagens (arquitetura, desenho, escultura, pintura, 
dança etc.) e é capaz de provocar a sensibilidade das pessoas. 
Na atualidade, a arte – para além dos espaços fechados de museus, cinemas, 
casas de espetáculos e galerias – está presente nas ruas e nas redes, conquistando 
o espaço digital. Com a internet, o acesso a essas manifestações tornou-se muito
fácil. Você pode assistir a espetáculos de música, dança, peças de teatro ou visitar
museus sem sair de casa. Para aprofundarmos as reflexões sobre o assunto, este
projeto abordará as artes visuais no ambiente digital. Para isso, usaremos como
prática de pesquisa a recepção da arte, que, em síntese, compreende a ideia de
que a obra se completa por meio da relação com o observador.
O projeto se desdobrará em duas etapas principais.
I. Pesquisa e planejamento
O primeiro passo é mapear os recursos para o conhecimento da arte no ambiente
digital (galerias, exposições, plataformas, entre outros). Muitos museus e galerias, por 
exemplo, oferecem por meio da internet passeios virtuais por seus acervos. 
Em seguida, cada grupo escolhe um tema central. As possibilidades são muitas, 
como autorretratos, releituras de obras, paisagens, infância, vida urbana, vida rural, 
arte indígena etc. Na sequência, elaborem coletivamente um roteiro de perguntas. 
■ GORKY, A. After Khorkum.
1940-1942. Óleo sobre tela,
91,4 cm x 121,3 cm. MU
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O roteiro deve conter questões objetivas, como “qual o nome do artista”, “de que ano 
é a obra”, “qual a técnica utilizada”, entre outras; e questões subjetivas, relacionadas 
às percepções, aos sentimentos, às sensações e à recepção que a obra causou em 
você e em seus colegas. Exemplos de perguntas: “O que mais me chamou a atenção 
nessa obra?”, “Que sentimento essa obra desperta em mim?”, “Existe algo nela que 
me agrada ou me incomoda? O quê?”
Com o roteiro pronto, os grupos devem acessar os sites previamente mape-
ados e desenvolver a pesquisa, selecionando pelo menos cinco obras dentro do 
tema escolhido. Uma vez selecionadas as obras, o grupo responde coletivamente 
às perguntas objetivas. Já as perguntas subjetivas do roteiro devem ser respondidas 
de forma individual.
Os grupos devem se reunir e compartilhar as experiências.
Finalizada essa etapa, dá-se início ao desenvolvimento do produto.
II. Preparação e produção do fazer artístico
Há duas possibilidades de produção:
a) desenvolvimento de uma produção artística baseada na recepção que as obras
selecionadas provocaram no grupo; cada estudante deverá desenvolver a sua.
b) montagem de uma exposição aberta à comunidade a partir das obras acessadas
nas plataformas virtuais, acrescidas das percepções do grupo sobre cada uma delas.
Como conclusão do projeto, poderá ser realizada uma roda de conversa sobre 
a experiência.
	■ POLLOCK, J. A chave.
1946. Óleo sobre linho,
149,8 cm x 208,3 cm.© T
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A internet e o protagonismo juvenil
É bem provável que você já tenha acessado a internet em busca de vídeos nos 
quais professores explicam algum conteúdo sobre o qual você desejava se aprofun-
dar ou sobre o qual você tenha procurado informações complementares para temas 
estudados em sala de aula. 
De fato, a internet facilitou muito as pesquisas e, durante a pandemia da covid-19, 
se revelou uma importante aliada dos estudantes. No período em que as aulas esti-
veram suspensas em razão da necessidade de isolamento social a fim de evitar a 
propagação do vírus, diversos estudantes enfrentaram dificuldades para continuar 
seus estudos. Nesse contexto, a internet e a solidariedade, somadas, formaram uma 
dupla exemplar.
Na cidade de Paulínia, localizada no Grande Recife (PE), assim que as aulas foram 
suspensas, em março de 2020, Jéssica Ângela e Felipe José, dois estudantes da Escola 
de Referência em Ensino Médio Escritor José de Alencar, decidiram ajudar seus 
colegas que se preparavam para prestar o Enem. Juntos, eles criaram um projeto 
ao qualderam o nome de “Estude Comigo”. A ideia dos jovens era realizar, para seus 
colegas, conferências on-line em um aplicativo da internet, com dicas para a criação 
de planos de estudo. 
A iniciativa, no entanto, cresceu mais do que eles imaginavam. A procura foi 
grande e, com o sucesso da ideia, os jovens entraram em contato com professo-
res que aderiram ao projeto e passaram a ministrar aulas voluntariamente. Mesmo 
assim, Jéssica e Felipe não abriram mão de suas participações nas conferências ao 
vivo porque a ideia inicial do projeto era a de “estudante dar dica para estudante”, 
ou seja, de produzir conteúdo próprio destinado aos colegas. 
■ Estudante assiste a uma aula 
on-line em sua casa, durante 
a pandemia da covid-19. 
Presidente Prudente (SP), 2020.
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DIÁLOGOS> EU TAMBÉM POSSO>
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O projeto “Estude Comigo” mostrou como 
a internet pode contribuir para o protago-
nismo juvenil e, ao mesmo tempo, beneficiar 
a comunidade. Outro exemplo nesse sentido 
pode ser observado em Acaraú, no litoral 
cearense. Nessa cidade, estudantes da Escola 
Estadual de Educação Profissional Marta 
Maria Giffoni de Sousa decidiram encontrar 
formas de auxiliar os colegas da escola a ter 
um melhor desempenho na disciplina de 
Matemática. Essa iniciativa deu origem ao 
projeto “Be!Math: A tecnologia como figura 
de mediação pedagógica”. 
Contando com o auxílio de professores 
da escola, os alunos elaboraram inicial-
mente um questionário para identificar as 
principais dificuldades enfrentadas pelos 
colegas nessa disciplina. A partir daí, os 
jovens desenvolveram um aplicativo para 
celular com diversas funcionalidades que 
auxiliam os estudos.
Por meio desse aplicativo, por exemplo, professores enviam para os estudantes 
vídeos e aulas, textos, lista de exercícios e outros materiais didáticos. Os resultados 
foram mais do que satisfatórios: depois que o aplicativo foi lançado, em 2018, os 
professores observaram uma considerável melhora no desempenho dos estudantes 
nas aulas de Matemática. E mais: o trabalho dos jovens ganhou menção honrosa 
em um concurso nacional que premia projetos desenvolvidos por estudantes e que 
ajudam a transformar a realidade de suas comunidades. 
 1. Em sua opinião, como a tecnologia é capaz de contribuir para a rotina de estudos? 
Por outro lado, como impedir que essa mesma tecnologia desvie a atenção na hora 
de estudar?
 2. Quais iniciativas com uso de tecnologias você e seus colegas podem colocar em 
prática em sua escola, com o objetivo de promover melhorias no desempenho dos 
estudantes? 
 3. Não desistir dos estudos mesmo diante das adversidades criadas pelo isolamento so-
cial é um exemplo de resiliência. Em quais momentos você sente que foi resiliente? 
Em momentos de dificuldades, que estratégias você utilizou para não desistir de seus 
objetivos? Comente essas questões com seus colegas.
	■ Adolescente realiza suas tarefas escolares usando fones de 
ouvido e celular. A tecnologia digital e os aplicativos de celular 
auxiliam nos estudos, especialmente nas situações de isola-
mento social, como ocorreu na pandemia da covid-19, em 2020.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO
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Vale destacar que atualmente a internet desempenha um papel muito 
importante na disseminação da cultura globalizada. Os conteúdos produ-
zidos nas redes sociais circulam rapidamente pelo mundo e influenciam 
pessoas de diferentes regiões. As plataformas de streaming de filmes e 
músicas ajudam a disseminar conteúdos globais. 
A disseminação dessa cultura globalizada não significa, porém, o fim 
das culturas locais. As comunidades tradicionais (indígenas, ribeirinhos, 
caiçaras, quilombolas, entre outros), por exemplo, também fazem uso 
da internet e das tecnologias para disseminar seus valores para além de 
seus lugares de vivência. Com base nessas evidências, alguns pensadores 
defendem que a globalização não provoca apenas a homogeneização da 
cultura, mas também promove processos de heterogeneização cultural, 
pois jamais houve tanto conhecimento da diversidade cultural do mundo. 
Essa diversidade de culturas pode contribuir tanto para a solidariedade 
entre elas quanto para conflitos.
Streaming
Plataforma que exibe 
conteúdos multimídia 
(filmes, músicas etc.) 
on-line.
	■ Festival das Cores 
(Holi), em Jaipur, no 
Rajastão (Índia), 2019.
> DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Multiculturalismo, pluralismo cultural, diversidade cultural são termos relacionados à valorização 
das diversas culturas em uma região, município ou país. Foi com o intuito de preservar o saber 
dos caiçaras na produção de canoas “de um só pau” que o Instituto Terra Brasilis desenvolveu um 
projeto que incluiu entrevistas e resultou na produção de um livro, de vídeos e outros documentos 
sobre esse conhecimento tradicional da região de Ubatuba (SP). Na sua região, existem pessoas ou 
um grupo com algum conhecimento específico? Junte-se a seus colegas e façam um levantamento 
sobre o assunto. Posteriormente, organizem uma visita ao local e produzam um relatório para ser 
apresentado à turma. 
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Do imperialismo à Guerra Fria
Entre os séculos XVI e XVIII, a integração do planeta se acelerou. 
Ainda assim, a influência econômica das potências europeias estava 
restrita a algumas regiões da África, da Ásia e da América. Entre o final 
do século XVIII e meados do século XIX, a Europa iniciou o processo 
de industrialização, o que deu origem a novas estratégias de domi-
nação colonial, visando à exploração de matérias-primas e à venda 
de mercadorias. 
Assim teve início a etapa do neocolonialismo. Inglaterra, França, 
Bélgica e, posteriormente, Alemanha, Itália, Estados Unidos e Japão pas-
saram a conquistar territórios coloniais ou exercer influência econômica 
indireta em regiões da África e da Ásia.
O processo de descolonização, 
que começou após o término da 
Segunda Guerra Mundial (1939-1945), 
intensificou a integração econômica, 
cultural e social do planeta, mas até 
meados do século XX ainda havia 
um importante fator limitador ao 
processo de integração global das 
economias e sociedades: a polariza-
ção do planeta durante a chamada 
Guerra Fria, que teve início após a 
Segunda Guerra Mundial. 
A Guerra Fria marcou um período 
de disputa por hegemonia entre 
as duas superpotências da época: 
Estados Unidos e União Soviética. A 
polarização resultou na criação de 
dois blocos de países, os capitalistas 
e os comunistas. Havia barreiras polí-
ticas que impediam a constituição de 
amplas relações comerciais ou cultu-
rais entre os países dos dois blocos.
	■ Oficiais da França e 
da Alemanha fazendo 
registros para a 
partilha da África. 
Ilustração publicada no 
Le Petit Journal, em 
2 de novembro de 1913. 
Paris, França.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
• O processo de exploração colonial de territórios da África e de outras regiões do mundo pelas na-
ções europeias a partir de meados do século XIX ficou conhecido como neocolonialismo. Como a 
imagem representada nesta página contribui para entender esse processo de dominação? 
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> SAIBA MAIS
O quinto poder 
Direção: Bill Condon. Estados Unidos, 2013. DVD (129 min). 
O filme conta a história da criação da plataforma da internet lançada em 2006 por Julian 
Assange e Daniel Domscheit-Berg, que ficou famosa em 2010 por publicargrande quantidade de 
documentos oficiais do governo dos Estados Unidos. 
Encontro com Milton Santos: o mundo global visto do lado de cá
Direção: Silvio Tendler. Brasil, 2006. DVD (90 min). 
O documentário apresenta a visão crítica do geógrafo brasileiro Milton Santos sobre o processo 
de globalização.
A evolução da web
Disponível em: http://www.evolutionoftheweb.com/. Acesso em: 28 ago. 2020.
O site apresenta uma linha do tempo interativa dos principais marcos da internet.
1984
George Orwell. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
O romance, publicado originalmente em 1949, apresenta uma sociedade distópica, marcada pela 
constante vigilância da população e controlada por um Estado autoritário, que presta grandes 
cultos de personalidade a seu líder político. O protagonista trabalha em um órgão governamental 
e tem a tarefa de reescrever artigos de jornal do passado de modo a alterar os registros, 
deixando-os em sintonia com a atual ideologia do governo.
Como o futebol explica o mundo: um olhar inesperado sobre a globalização
Franklin Foer. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
O jornalista Franklin Foer reuniu nesse livro histórias sobre futebol em diversas regiões do 
mundo. Por meio delas, o autor reflete sobre as características do mundo globalizado e a forma 
como elas afetam a vida cotidiana de diferentes sociedades.
Snowden: um herói do nosso tempo
Ted Rall. São Paulo: Martins Fontes, 2015. 
Versão em quadrinhos da história de Edward James Snowden, ex-administrador de sistemas da 
Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos que revelou ao mundo documentos 
sigilosos do governo estadunidense. Esses documentos provavam que a NSA praticava 
espionagem ilegal de e-mails e conversas telefônicas em todo o mundo.
Driblando a democracia: como Trump venceu 
Direção: Thomas Huchon. França, 2018. Vídeo (52 min). Disponível em: https://vimeo.
com/295576715. Acesso em: 28 ago. 2020.
O documentário mostra como as informações divulgadas pelos usuários das redes sociais 
contribuíram de maneira significativa para que a empresa Cambridge Analityca tornasse vitoriosa 
a campanha eleitoral de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. 
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De mãos dadas
Atividades que relacionam 
temas do capítulo com a 
sua realidade, como seus 
amigos, sua escola, seu 
bairro, seu município etc. 
Aparece de forma aleatória 
nos capítulos.
Saiba mais
Aqui você encontra 
sugestões de 
filmes, sites, 
vídeos, podcasts, 
livros e outros 
materiais que 
ampliam os 
saberes explorados 
nas unidades. 
Leitura de 
imagem
Atividade de leitura 
e análise de mapas, 
gráficos, charges e outras 
linguagens imagéticas. 
Aparece de forma 
aleatória nos capítulos.
Meus argumentos
Momento em que você expõe 
suas ideias, pois esta seção 
explora sua capacidade de 
analisar, refletir e argumentar 
a respeito de determinado 
assunto. Aparece de forma 
aleatória nos capítulos.
Eu também posso
Esta seção apresenta exemplos de jovens que exerceram o 
protagonismo e promoveram mudanças na comunidade em que 
vivem. O texto vem acompanhado de atividades que exploram, 
entre outros itens, suas competências socioemocionais. Esta seção 
aparece duas vezes por volume.
InvestigAção
Esta seção estimula o pensamento crítico. Aliando criatividade com 
diferentes práticas de pesquisa, você será convidado a solucionar 
problemas e desafios relacionados ao seu cotidiano. Esta seção 
aparece duas vezes por volume.
Glossário
As palavras destacadas 
nos textos ganham uma 
explicação aprofundada 
no glossário.
A violência institucional 
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 343 agentes da Polícia Civil e da Polícia 
Militar foram assassinados em 2018, em serviço ou não. Contudo, segundo esse órgão, nesse ano mais 
de 6 mil pessoas foram mortas por policiais, e o Brasil apresenta um dos piores índices globais de assas-
sinatos e outros abusos cometidos por agentes do Estado em todo o mundo. Observe o infográfico. 
> MEUS ARGUMENTOS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Se o Estado enquanto instituição máxima de organização das relações sociais tem legitimidade para 
monopolizar o uso da violência, até que ponto essas ações ocorrem dentro da legalidade e/ou são 
legitimadas pelas circunstâncias? Como evitar que ocorram abusos? Converse com seus colegas sobre 
o assunto e, coletivamente, levantem possíveis mecanismos para o combate à violência institucional. 
Quando o número de mortes provocadas pela polícia é muito alto em relação ao total de 
mortes violentas intencionais de determinado território, isso pode revelar abusos e uso excessivo 
por parte da força policial. Tais casos de exercício da violência física e psicológica realizados por 
agentes do Estado são exemplos da violência institucional.
Nos termos colocados pelo sociólogo alemão Max Weber (1864-1920), o Estado detém o 
“monopólio legítimo do uso da força”, o que significa que qualquer outra forma de violência 
que não seja aquela sob o controle do Estado não é legítima. 
A sociedade e as instituições devem controlar a violência cometida por parte do efetivo poli-
cial, que se aproveita do pretexto do combate ao crime e de determinados instrumentos legais 
para usar a força desmedidamente e cometer atos violentos. 
Violência em números
Fonte: FÓRUM BRASILEIRO DE 
SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário 
Brasileiro de Segurança 
Pública, 2019. p. 6-7. Disponível 
em: www.forumseguranca.
org.br/wp-content/
uploads/2019/09/Anuario-
2019-FINAL-v3.pdf. Acesso em: 
23 set. 2020.
MORTES DE POLICIAIS
343 policiais Civis e
Militares assassinados 6.220 vítimas em 2018
17 pessoas mortas por dia
Vítimas
• 99,3% homens
• 77,9% entre 15 e 29 anos
• 75,4% negros
Mais policiais vítimas de suicídio do que
assassinados no horário de trabalho
104 suicídios
11 a cada 100 mortes
violentas intencionais foram
provocadas pelas Polícias
75% mortos
fora de serviço
97% homens
256 vítimas 51,7% negros
65,5% tinham
entre 30 e 49 anos
32% foram vítimas
de latrocínio
Redução de 10,4% 
em relação a 2017
Crescimento de 19,6% 
em relação a 2017
MORTES DECORRENTES DE
INTERVENÇÕES POLICIAIS
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SUMÁRIO
O mundo globalizado . . . 10
UNIDADE
1
> Capítulo 1 O que é globalização? . . . . 12
Histórico da globalização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
As Grandes Navegações e a construção de um 
mundo conectado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Do imperialismo à Guerra Fria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Globalização e meio técnico-científico-
-informacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
A economia globalizada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Fluxos financeiros . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
Globalização e cultura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
As críticas ao processo de globalização . . . . . . . . . . . . . . 22
A Primavera Árabe. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .24
Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
> Capítulo 2 Uma era digital . . . . . . . . . . . . . .26
O impacto dos meios de comunicação 
na cultura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Uma breve história dos meiosde comunicação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
O impacto da internet na cultura . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
A sociedade em rede . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Internet e práticas de sociabilidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
A sociedade de controle . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .34
O papel da internet na sociedade de controle . . . . . . 35
Divisões digitais no mundo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .36
Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .38
InvestigAção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .42
Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .43
As múltiplas faces 
da violência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
UNIDADE
2
> Capítulo 3 Terrorismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .46
O que é terrorismo? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Uma definição de terrorismo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
O nascimento do terrorismo contemporâneo . . . . . .49
O terrorismo ao longo do século XX . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
O terrorismo no século XXI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
A Al-Qaeda e os ataques de 11 de setembro . . . . . . . . 52
O Estado Islâmico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
A guerra ao terror . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .54
A guerra ao terror e a restrição às 
liberdades individuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .56
O conceito de Estado de exceção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .58
Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .59
> Capítulo 4 Violência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
Caracterizando a violência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .62
A violência intrapessoal e coletiva . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .63
Entendendo a violência no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .65
Violências transnacionais e de fronteiras: 
o crime organizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .66
Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .68
A violência institucional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .69
Violência contra crianças e adolescentes . . . . . . . . . . . . 70
A violência autodirigida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
Eu também posso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
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A nova ordem 
mundial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .78
UNIDADE
3
> Capítulo 5 Diplomacia e guerra 
na ordem mundial . . . . . . . . 80
A diplomacia e a força militar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Guerra e política . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .82
Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .83
As ordens mundiais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
A ordem mundial europeia entre os séculos 
XVII e XIX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 84
Da ordem europeia ao mundo bipolar . . . . . . . . . . . . . . 86
O conceito de território . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
Tensões e conflitos atuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .88
Coreia do Norte: tensão nuclear . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .88
Guerra civil na Síria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .89
Extremismo religioso na Nigéria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Conflito na Ucrânia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .92
Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .93
> Capítulo 6 Economia global: 
disputas e tensões . . . . . . . . 94
A formação da economia global . . . . . . . . . . . . . . . . . . .95
O impacto econômico da expansão marítima . . . . . .96
Da expansão marítima à Revolução Industrial . . . . . . 97
A Europa como centro da economia global . . . . . . . . .98
Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .99
A economia global contemporânea: 
da Guerra Fria ao mundo multipolar . . . . . . . . . . . 100
A ascensão econômica da China contemporânea 
e o colapso do bloco soviético . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101
Blocos econômicos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
Organizações internacionais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
Disputa Estados Unidos x China . . . . . . . . . . . . . . . . 104
Governo Trump e o crescimento das tensões . . . . . 105
Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
InvestigAção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 110
Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 111
Um mundo doente . . . . . . . . 112
UNIDADE
4
> Capítulo 7 Vamos embora daqui . . . . 114
As migrações do século XXI . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115
Os fluxos migratórios atuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 116
A gestão das migrações no século XXI . . . . . . . . . . 118
Os migrantes, suas motivações e diferentes 
realidades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 119
Refugiados: de onde vêm? Para onde vão? . . . . . . . . 120
Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 121
Refugiados: aceitá-los não é uma questão 
de escolha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 122
Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 127
Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131
> Capítulo 8 Saúde global . . . . . . . . . . . . . . . . . 132
Sedentarização e pandemia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
A proliferação de doenças nas comunidades 
sedentárias . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 134
A circulação de pessoas, mercadorias 
e doenças . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135
A Peste Negra . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136
Linguagens e leituras . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . 137
A unificação microbiana do planeta . . . . . . . . . . . 138
A gripe e a globalização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 139
A gripe de 1918 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 140
Pandemias no século XX . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 141
A globalização e a covid-19 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 142
Efeitos sociais da covid-19 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 143
A intensificação das desigualdades sociais . . . . . . . . 144
O mundo pós-pandemia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 145
Atividades . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 146
Eu também posso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 148
Nossa comunidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 150
Saiba mais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 151
> FICHAS DE AUTOAVALIAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . 152
> BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR . . . . 154
> BIBLIOGRAFIA COMENTADA . . . . . . . . . . . . . . . . . . 158
Orientações para o professor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161
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NESTE VOLUME
 Objetivos, justificativas, competências e habilidades
Você já parou para pensar por que e para que estuda os conteúdos escolares? Eles devem ter importância 
para sua vida, sendo uma ferramenta a mais para que você, com seus colegas e professores, pensem em solu-
ções para diferentes problemas do cotidiano, da sociedade brasileira e do mundo em geral.
Apresentamos, a seguir, as justifi cativas (importância) e os objetivos (para que) de cada unidade deste 
livro e também indicamos competências e habilidades da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), cujos textos 
se encontram ao fi nal do livro.
UNIDADE 1 O mundo globalizado
Justificativa • Por que é importante estudar este 
conteúdo?
Vivemos em um mundo integrado, no qual é possível se 
comunicar de forma instantânea com pessoas de qualquer parte 
do planeta e se deslocar rapidamente por grandes distâncias. Esse 
processo de integração, chamado de globalização, possui uma 
longa história. Estudar esse processo e compreender como ele está 
relacionado com o desenvolvimento de tecnologias de informação 
e comunicação é fundamental para refl etir criticamente sobre o 
mundo em que vivemos e pensar em formas de agir para construir 
uma sociedade justa.
Objetivos • Devo estudar este conteúdo para...
1. Compreender o conceito de globalização e os efeitos 
sociais, econômicos e culturais desse processo, refle-
tindo criticamente sobre a organização das sociedades 
contemporâneas.
2. Reconhecer que a integração do planeta remonta ao 
século XVI e caracterizar cada uma dessas etapas.
3. Relacionar a globalização ao desenvolvimento científi co e 
tecnológico, compreendendo os mecanismos de reprodu-
ção da economia capitalista no mundo contemporâneo.
4. Reconhecer como as crises econômicas mundiais, que 
caracterizam a economia globalizada, infl uenciam a vida 
fi nanceira no plano pessoal e familiar.
5. Analisar os efeitos da globalização sobre a cultura, identi-
fi cando elementos da cultura global no cotidiano.
6. Compreender o processo de homogeneização da cultura, 
refl etindo criticamente sobre a difusão de valores, ideias e 
costumes de países economicamente dominantes.
7. Valorizar o multiculturalismo, reconhecendo as pos-
sibilidades de difusão das culturas locais no mundo 
contemporâneo.
8. Conhecer as críticas à globalização, de modo a refl etir e 
buscar soluções para desigualdade social.
9. Refl etir sobre tecnologias de informação e comunicação 
no presente e no passado e os seus impactos nas práticas 
culturais e sociais dos grupos humanos.
10. Confrontar diferentes narrativas sobre o impacto da 
intenet na cultura e na vida cotidiana.
11. Identifi car obstáculos de acesso a tecnologias de informa-
ção e comunicação, pensando em possíveis soluções para 
a exclusão digital e discutindo seu uso responsável e ético.
Competências e habilidades
Competências gerais 1, 2, 3, 5, 8 e 10
Competências específi cas 1, 2, 4, 5
Habilidades EM13CHS101, EM13CHS103, EM13CHS106, EM13CHS202, 
EM13CHS204, EM13CHS401, EM13CHS403, EM13CHS502, 
EM13CHS504
UNIDADE 2 As múltiplas faces da 
violência
Justificativa • Por que é importante estudar este 
conteúdo?
O mundo contemporâneo é marcado por múltiplas formas 
de violência. Refl etir sobre as causas e os impactos sociais das 
práticas de violência é uma maneira de compreender a organi-
zação social mais ampla e o cotidiano no qual estamos inseridos. 
Além disso, essa refl exão é fundamental para a adoção de ações 
visando à construção de uma sociedade mais pacífi ca.
Objetivos • Devo estudar este conteúdo para...
1. Distinguir os diferentes signifi cados atribuídos ao termo 
terrorismo em distintos espaços e tempos.
2. Compreender a defi nição de terrorismo no mundo con-
temporâneo, distinguindo-o de outras práticas violentas 
no presente.
3. Identifi car características das ações terroristas e analisar se 
na sociedade brasileira atual há eventos desse tipo de ação.
4. Refl etir sobre diferentes formas de representar a questão 
da violência contra populações civis, especialmente 
naquilo que confi gura práticas terroristas.
5. Compreender o terrorismo no século XXI como um fenô-
meno amplo, praticado por grupos diversos, refl etindo 
criticamente sobre representações disseminadas nos meios 
de comunicação que o associam a grupos específi cos.
6. Relacionar o conceito de Estado de exceção à Guerra ao 
Terror, refl etindo sobre ameaças à vida, à democracia, e 
propor soluções para a proteção contra o terrorismo e a 
manutenção das liberdades individuais.
7. Entender as diferentes formas de violência e suas motivações, 
refl etindo sobre a situação dos jovens que convivem com 
elas.
8. Reconhecer os princípios da Declaração Universal dos 
Direitos Humanos de 1948 como parâmetros fundamen-
tais para identifi car violências individuais ou coletivas.
9. Analisar a violência no Brasil atual, utilizando coleta e 
análise de informações em diferentes tipos de linguagem.
10. Compreender as consequências da violação de direitos 
das crianças e dos adolescentes em seu desenvolvimento 
físico, psicológico e social.
11. Identifi car as causas da violência autodirigida, refl etindo 
sobre a saúde física e mental dos jovens e buscando ações 
para promovê-la.
Competências e habilidades
Competências gerais 1, 7, 8, 9 e 10
Competências específi cas 1, 2, 5 e 6
Habilidades EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS103, EM13CHS106, 
EM13CHS204, EM13CHS501, EM13CHS502, EM13CHS503, 
EM13CHS504, EM13CHS604, EM13CHS605, EM13CHS606
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UNIDADE 3 A nova ordem mundial
Justificativa • Por que é importante estudar este 
conteúdo?
As relações entre diferentes atores globais, como os Estados 
nacionais, as grandes corporações, organismos internacionais, 
entre outros, têm impacto direto no cotidiano de todos. Assim, 
estudar a ordem mundial e suas transformações ao longo do 
tempo é uma forma de melhor compreender as condições de 
vida e o modo como a sociedade se organiza, permitindo lançar 
um olhar crítico sobre o mundo e ajudando a construir ações que 
tragam prosperidade para todos.
Objetivos • Devo estudar este conteúdo para...
1. Entender o papel da diplomacia e do poder militar na 
ordem mundial contemporânea, relacionando-o às princi-
pais tensões e confl itos atuais.
2. Relacionar o surgimento dos Estados centralizados à cons-
trução de um sistema internacional de regulamentações da 
diplomacia e das práticasconsideradas legais em tempo 
de guerra.
3. Identifi car os distintos atores (Estados nacionais, grandes 
corporações, organismos internacionais etc.) que agem de 
modo a assegurar seus interesses no mundo contemporâ-
neo multipolar.
4. Analisar o processo de formação da economia global con-
temporânea, entendendo os deslocamentos do centro 
econômico do planeta a partir da Baixa Idade Média.
5. Relacionar a hegemonia econômica ao poder político e 
militar dos Estados ao longo da história moderna e con-
temporânea, refl etindo sobre participação desigual dos 
países no cenário global.
6. Analisar se a riqueza de um país garante boas condições 
de vida à população, refl etindo sobre a relevância da eco-
nomia no cotidiano e apontando como é possível medir o 
desenvolvimento humano na comunidade escolar.
7. Avaliar os aspectos favoráveis e desfavoráveis do papel das 
organizações fi nanceiras internacionais na implementação 
de reformas neoliberais nos países.
8. Analisar tensões econômicas e políticas atuais entre China 
e Estados Unidos, refl etindo sobre seus desdobramentos 
e buscando combater manifestações de xenofobia contra 
chineses nos Estados Unidos e em outros países.
Competências e habilidades
Competências gerais 1, 5, 7, 9 e 10
Competências específi cas 1, 2, 5 e 6
Habilidades EM13CHS102, EM13CHS103, EM13CHS104, EM13CHS201, 
EM13CHS202, EM13CHS204, EM13CHS205, EM13CHS503, 
EM13CHS504, EM13CHS603, EM13CHS604, EM13CHS605
UNIDADE 4 Um mundo doente
Justificativa • Por que é importante estudar este 
conteúdo?
O mundo vem sendo marcado por grandes crises huma-
nitárias, entre elas o crescimento do número de refugiados e 
a disseminação da pandemia global de covid-19. Para enten-
der as causas dessas crises e seus impactos na vida de todos, 
é fundamental relacioná-las com o processo de globalização e 
as transformações econômicas, sociais, políticas e culturais do 
mundo contemporâneo para evitar novas crises no futuro.
Objetivos • Devo estudar este conteúdo para...
1. Analisar fl uxos migratórios no século XXI, relacionando-os 
ao à globalização atual e aos avanços das tecnologias de 
comunicação e transporte.
2. Diferenciar os principais conceitos relacionados aos fl uxos 
migratórios, como migrantes, refugiados e deslocados 
internos.
3. Analisar dados sobre os fl uxos migratórios atuais refl etindo 
sobre suas múltiplas causas.
4. Desenvolver argumentos que promovam os Direitos 
Humanos, com foco para os refugiados e os deveres da 
comunidade internacional de protegê-los, buscando con-
tribuir para a integração dessas pessoas à sociedade.
5. Discutir a situação dos refugiados no Brasil, desenvolvendo 
a empatia, o pensamento crítico, a defesa dos Direitos 
Humanos e o exercício da cidadania por meio de ações 
voltadas para a integração desses “novos brasileiros”.
6. Entender como as pandemias afetaram as sociedades humanas 
ao longo da história, refl etindo sobre os desafi os do mundo e 
do Brasil pós-covid-19 e a luta por direitos que minimizem os 
impactos da doença entre os grupos mais vulneráveis.
7. Compreender que as doenças e pandemias devem ser pen-
sadas nos contextos de diferentes temporalidades e espaços, 
refl etindo sobre a exploração dos recursos naturais e as possi-
bilidades de práticas que visem à sustentabilidade ambiental.
8. Comparar as pandemias surgidas ao longo do século XX com 
a pandemia de covid-19, de modo a identifi car que surgiram 
e se difundiram em um contexto de crescimento da interven-
ção humana sobre a natureza e do processo de globalização.
9. Identifi car os efeitos sociais e econômicos da covid-19 no 
planeta e no Brasil, refl etindo sobre o mundo que estamos 
construindo e como fazer dele um lugar mais justo, inclusivo 
e solidário.
Competências e habilidades
Competências gerais 1, 2, 3, 4, 7, 8, 9 e 10
Competências específi cas 1, 2, 4, 5 e 6
Habilidades EM13CHS101, EM13CHS102, EM13CHS103, EM13CHS104, 
EM13CHS105, EM13CHS106, EM13CHS201, EM13CHS202, 
EM13CHS203, EM13CHS204, EM13CHS403, EM13CHS501, 
EM13CHS502, EM13CHS503, EM13CHS504, EM13CHS603, 
EM13CHS604, EM13CHS605
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FI
LI
PE
 R
O
CH
A
10
FI
LI
PE
 R
O
CH
AUNIDADE
10
1
■ Ilustração de Filipe Rocha, 2020.
O mundo 
globalizado
“Antes o mundo era pequeno/porque 
a Terra era grande/Hoje o mundo é muito 
grande/porque a Terra é pequena”. Esses 
versos da canção “Parabolicamará”, de 
Gilberto Gil (1942-), abordam as transforma-
ções pelas quais a humanidade passou ao 
longo dos últimos séculos. 
Se no tempo das Grandes Navegações 
do século XV a Terra parecia grande porque o 
contato entre povos de diferentes continentes 
era difícil e restrito a poucas pessoas, nos dias 
de hoje a Terra parece pequena. Os avanços 
da tecnologia, dos transportes e das comunica-
ções encurtaram as distâncias, aproximaram as 
pessoas, as culturas e as economias. Vivemos 
em um mundo globalizado. 
Nesta unidade veremos o impacto dessas 
mudanças nas sociedades contemporâneas.
 1. Como você interpreta os versos da canção: 
“Antes o mundo era pequeno” e “Hoje o 
mundo é muito grande”? Você concorda 
com essa ideia? Por quê?
 2. Como você observa os impactos da globa-
lização em seu dia a dia?
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO
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1111
PLANEJAMENTO FINANCEIRO
Quando falamos em planejamento financeiro, parece que estamos falando de algo muito dis-
tante, que só tem a ver com empresas ou com pessoas que têm muito dinheiro. O planejamento 
financeiro, porém, deve fazer parte da vida de todas as pessoas, de todas as classes sociais, seja 
para planejar as compras do supermercado ou a aquisição de um novo aparelho celular; seja para 
planejar gastos de estudos ou de uma viagem. Assim, o planejamento financeiro – que inclui o 
consumo consciente – deve ter como principal objetivo o alcance de nossas metas e sonhos. 
A proposta deste projeto é realizar estudos de caso para saber como as pessoas organizam o 
orçamento individual e familiar. No final, sugerimos a elaboração de vídeos informativos de como 
organizar as finanças, dirigidos à comunidade.
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CAPÍTULO
1 O que é globalização?
■ Grupo de amigos 
se reúne para comer 
pizza. Fotografia 
de 2015.
Consultar as Orientações para o professor para obter mais informações sobre o capítu-
lo e sobre o trabalho com as atividades.
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O hábito de consumir pizza é muito forte no Brasil. Dados de 2018 
da Associação de Pizzarias Unidas de São Paulo indicam que o Brasil 
produz 1 milhão de pizzas por dia.
Esse alimento, que já está profundamente inserido na cultura bra-
sileira, é um dos efeitos da globalização, um processo de integração 
econômica, social e cultural do planeta. A origem da pizza tal como a 
conhecemos hoje remonta ao século XVIII, quando surgiram estabele-
cimentos que produziram as primeiras pizzas na região de Nápoles, no 
sul do atual território da Itália.
De acordo com historiadores, as pizzas napolitanas começaram a 
utilizar molho de tomate como parte de sua cobertura apenas no século 
XIX. O tomate não é um produto de origem europeia; ele era cultivado 
por povos da América e começou a ser levado para a Europa no século 
XVI.
A partir de meados do século XIX, imigrantes napolitanos introduzi-
ram as receitas de pizza na América. No Brasil, há registros de pizzarias 
inauguradas no início do século XX. A pizza, porém, só se popularizou 
após o término da Segunda Guerra Mundial. Até então, até mesmo um 
italiano que vivesse fora de Nápoles dificilmente conheceria essa iguaria.
A pizza se tornou popular em todo o mundo por volta da metade 
do século XX. Atualmente,é possível consumir pizza em muitos países, 
com combinações variadas de ingredientes e temperos. A versão brasi-
leira tem suas características próprias e o mesmo ocorre com as versões 
produzidas em diversos outros países, inclusive na Itália.
Sem o processo de globalização, a pizza poderia ter se mantido 
como um produto local. 
Além disso, talvez sua 
receita não tivesse incor-
porado o tomate e outros 
ingredientes comuns nas 
pizzas que conhecemos nos 
dias de hoje.
Neste capítulo, vamos 
conhecer a dinâmica da 
globalização e seus efeitos 
sociais, econômicos e 
culturais. 
12
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Histórico da globalização
Você já deve ter lido textos na imprensa ou assistido a vídeos na 
televisão ou na internet sobre a globalização do planeta e o modo como 
isso afeta a vida de todos. Esse conceito é muito importante para enten-
der o processo de formação do mundo contemporâneo e o modo como 
nossa sociedade se organiza atualmente.
O que significa falar em mundo globalizado? Será que a globalização 
é um fenômeno recente? Pensar sobre essas questões pode nos ajudar 
a refletir criticamente sobre nosso mundo e o processo de globalização.
Quando os pesquisadores das Ciências Humanas afirmam que nosso 
mundo é globalizado, eles se referem ao processo de integração de dife-
rentes regiões do planeta. Essa integração ocorre no presente pelos meios 
de comunicação e de transporte. O desenvolvimento tecnológico per-
mitiu as trocas instantâneas de informações e mensagens e a criação de 
meios de transporte mais rápidos, possibilitando interconectar diferentes 
regiões do mundo e criar relações globais entre territórios distantes.
Atualmente, uma pessoa pode enviar uma mercadoria ou se deslo-
car do Brasil para a Europa ou para a Ásia em menos de um dia. Também 
é possível utilizar plataformas digitais para assistir a aulas ou palestras 
de qualquer parte do mundo em tempo real. A globalização, portanto, 
está associada à redução das distâncias e à possibilidade de estabelecer 
contatos imediatos, mas ela não se resume ao fato de podermos nos 
comunicar e nos deslocar rapidamente. 
A globalização envolve processos e acontecimentos locais capazes 
de afetar e transformar outras regiões do mundo de forma recíproca. 
Uma epidemia, por exemplo, pode 
ter início na Europa e se alastrar 
pela Ásia ou pela América, tornan-
do-se uma pandemia. Uma crise 
econômica nos Estados Unidos 
pode gerar crises na África ou na 
Oceania.
Pesquisadores, como o soci-
ólogo Göran Therborn (1941-), 
defendem que o atual processo 
de globalização tem uma histó-
ria que remonta ao século XVI, 
quando um amplo processo de 
integração do planeta começou a 
ganhar força.
	■ Robô realiza cirurgia 
cardíaca minimamente 
invasiva (MIS) em 
um paciente. As 
ferramentas cirúrgicas 
se encontram nas 
extremidades 
dos braços do 
robô, controlados 
remotamente por 
um cirurgião, que 
assiste a uma imagem 
tridimensional do local 
da operação por meio 
de um endoscópio, 
acoplado a um dos 
braços do robô. 
Califórnia (Estados 
Unidos), 2019.
Pandemia
Enfermidade epidêmica 
que se alastra por diver-
sas partes do mundo.
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As Grandes Navegações 
e a construção de um 
mundo conectado
No final do século XV, os europeus tinham contato apenas com 
algumas regiões da África e da Ásia. Essa realidade começou a mudar 
em 1492, quando embarcações 
enviadas pelos reis da Espanha 
chegaram ao continente ame-
ricano, como resultado do 
processo de expansão marí-
tima europeia. 
Os portugueses deram os 
primeiros passos nesse pro-
cesso ao conquistar Ceuta, no 
norte da África, em 1415. Nas 
décadas seguintes, amplia-
ram seus conhecimentos do 
oceano Atlântico e conquista-
ram territórios, estabelecendo 
feitorias em posições estraté-
gicas na costa africana.
Ao contornar o sul da 
África, os navegadores portu-
gueses passaram a explorar o oceano Índico e, em 
1498, Vasco da Gama (1469-1524) comandou uma 
expedição que chegou a regiões do subcontinente 
indiano. Assim, no final do século XV, portugueses 
e espanhóis iniciavam uma nova etapa de integra-
ção de diferentes regiões do planeta.
O processo de expansão marítima euro-
peia, posteriormente chamado de Grandes 
Navegações, se ampliou a partir do século XVI. 
Nesse período, portugueses, espanhóis, ingleses, 
holandeses e franceses começaram a conquistar 
territórios na América, África, Ásia e Oceania. Os 
territórios conquistados foram transformados em 
colônias europeias, que passaram a ser exploradas 
para produzir riquezas. A primeira etapa de globa-
lização do planeta foi o colonialismo.
Feitoria
Fortaleza construída com 
a finalidade de explorar 
riquezas e proteger o 
território.
	■ Vista do Porto de Cádiz (detalhe), na Espanha, mostrando 
a comercialização de produtos provenientes das “Índias 
Ocidentais”, ou seja, da América. Litografia colorida. 1565. 
Biblioteca Nacional de Paris, França.
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Fonte: DUBY, G. Atlas histórico mundial. Barcelona: Larousse Editorial, 2018. p. 152. 
Trópico de Capricórnio
Trópico de Câncer
Equador
Círculo Polar Antártico
Círculo Polar Ártico
0°
0°
OCEANO
ÍNDICO 
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
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ÁSIA
OCEANIA
ÁFRICA
EUROPAAMÉRICA
DO
NORTE
AMÉRICA
CENTRAL
AMÉRICA
 DO
 SUL
Morte de Fernão de
Magalhães (1521)Bartolom
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Salvador (1432)
Fernão de M
agalhães
JAPÃO
Filipinas
Cochim
Calicute (1434)
Goa
Veneza
PORTUGAL ESPANHA
Lisboa Sevilha
Palos
Ceuta
(1415)
Cabo Bojador
(1434)
REINO DA GUINÉ
(1434-1462)
REINO DO
CONGO
(1452-1485)
Moçambique
(1456)
Cabo da Boa
Esperança
(1437)
Porto Seguro
(1500)
Cabo Verde
(1456)
Açores
(1428)
Sebas
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Elca
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22)
Madeira
(1420)
Melinde
(1458)
(1519-1521)
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Rotas das navegações portuguesas
Rotas das navegações espanholas
Primeiras viagens
Vasco da Gama
Pedro Álvares Cabral
Cristóvão Colombo
Fernão de Magalhães e Sebastião Elcano
(primeira viagem de circum-navegação)
Navegações portuguesas e espanholas, séculos XV e XVI
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Do imperialismo à Guerra Fria
Entre os séculos XVI e XVIII, a integração do planeta se acelerou. 
Ainda assim, a influência econômica das potências europeias estava 
restrita a algumas regiões da África, da Ásia e da América. Entre o final 
do século XVIII e meados do século XIX, a Europa iniciou o processo 
de industrialização, o que deu origem a novas estratégias de domi-
nação colonial, visando à exploração de matérias-primas e à venda 
de mercadorias. 
Assim teve início a etapa do neocolonialismo. Inglaterra, França, 
Bélgica e, posteriormente, Alemanha, Itália, Estados Unidos e Japão pas-
saram a conquistar territórios coloniais ou exercer influência econômica 
indireta em regiões da África e da Ásia.
O processo de descolonização, 
que começou após o término da 
Segunda Guerra Mundial (1939-1945), 
intensificou a integração econômica, 
cultural e social do planeta, mas até 
meados do século XX ainda havia 
um importante fator limitador ao 
processo de integração global das 
economias e sociedades: a polariza-
ção do planeta durante a chamada 
Guerra Fria, que teve início após a 
Segunda Guerra Mundial. 
A Guerra Fria marcou um período 
de disputa por hegemonia entre 
as duas superpotências da época: 
EstadosUnidos e União Soviética. A 
polarização resultou na criação de 
dois blocos de países, os capitalistas 
e os comunistas. Havia barreiras polí-
ticas que impediam a constituição de 
amplas relações comerciais ou cultu-
rais entre os países dos dois blocos.
	■ Oficiais da França e 
da Alemanha fazendo 
registros para a 
partilha da África. 
Ilustração publicada no 
Le Petit Journal, em 
2 de novembro de 1913. 
Paris, França.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
• O processo de exploração colonial de territórios da África e de outras regiões do mundo pelas na-
ções europeias a partir de meados do século XIX ficou conhecido como neocolonialismo. Como a 
imagem representada nesta página contribui para entender esse processo de dominação? 
15
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A Guerra Fria terminou no início da década de 1990, com 
a reunificação da Alemanha, a extinção da União Soviética e a 
derrocada do comunismo, principalmente no Leste Europeu.
A partir daí, houve uma intensificação do processo de 
integração do planeta, possibilitado tanto pelo fim das 
barreiras políticas criadas no mundo bipolar quanto pela 
profunda interação entre ciência e técnica, iniciada nos 
anos 1970, no período chamado técnico-científico-infor-
macional, que vivenciamos até os dias atuais.
O desenvolvimento tecnológico criou um mercado global. 
O mundo conectado em rede possibilitou que o capitalismo 
se consolidasse como um sistema hegemônico, estendendo-se 
sobre territórios que adotavam o socialismo. 
Na ordem globalizada contemporânea, mesmo países 
comunistas, como China, Cuba e Coreia do Norte, estão inter-
ligados por processos econômicos, sociais e culturais do mundo globalizado. Em Cuba, por exemplo, 
há práticas capitalistas, como o turismo e a instalação de empresas multinacionais do setor hoteleiro 
em território cubano. 
No meio técnico-científico-informacional, pode-se dizer que o mundo “encolheu”. Podemos 
conhecer lugares distantes por meio do computador, do tablet, do celular ou da televisão. A internet 
nos permite conversar com as pessoas sem levar em conta as distâncias e nos dá a sensação de estar-
mos ao mesmo tempo em todos os lugares. 
No mundo globalizado, filmes, séries e programas de televisão disseminam valores, ideias e hábitos 
da cultura de diferentes povos. Além disso, há intensos fluxos globais de informações, mercadorias, 
pessoas, serviços e capi-
tais; empresas utilizam 
filiais espalhadas pelo 
mundo, fragmentando 
as etapas de fabricação 
e montagem de mer-
cadorias, produzindo 
componentes e partes 
de um mesmo objeto em 
diferentes lugares.
Globalização e meio técnico- 
-científico-informacional
	■ Pastor de ovelhas fala ao celular, carregado 
por meio de painéis solares transportados 
por burros, em Sanliurfa (Turquia), 2016. 
	■ A ilustração representa 
o “encolhimento” do 
mundo promovido pela 
evolução dos transportes.
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Fonte dos dados: HARVEY, D. Condição pós-moderna. São Paulo: Loyola, 2003. p. 220.
Experiência do espaço e do tempo
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1850-1930
anos 1950
anos 1960
1500-1840
1850-1930
anos 1950
anos 1960
A melhor média de velocidade das carruagens
e dos barcos a vela era de 16 km/h
As locomotivas a vapor alcançavam em média 
100 km/h e os barcos a vapor, 57 km/h
Aviões a propulsão: 480-640 km/h
Jatos de passageiros: 800-1100 km/h
Ilustração sem 
escala, para fins 
didáticos.
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Comunicação de massa é um termo que se refere às informações que 
chegam a uma grande quantidade de receptores ao mesmo tempo, partindo 
de um único emissor. Essas informações são provenientes de mídias criadas e 
desenvolvidas graças ao desenvolvimento tecnológico, como jornais, revistas, 
livros, rádio, televisão, cinema e internet. A relação entre os meios de comunica-
ção e o processo de globalização é explorada no texto a seguir. Após a leitura, 
responda às questões:
[...] Os meios dominantes de comunicação estão em poucas mãos [...].
O controle do ciberespaço depende das linhas telefônicas e não é nada casual 
que a onda de privatizações dos últimos anos, no mundo inteiro, tenha arrancado 
os telefones das mãos públicas para entregá-los aos grandes conglomerados da 
comunicação. [...]
A televisão aberta e por cabo, a indústria cinematográfica, a imprensa de 
tiragem massiva, as grandes editoras de livros e de discos e as emissoras de 
rádio de maior alcance também avançam, com botas de sete léguas, para o 
monopólio. [...] atualmente, metade de todo o dinheiro que o planeta gasta em 
publicidade vai parar no bolso de apenas dez conglomerados, que açambarcaram 
a produção e a distribuição de tudo o que se relaciona com imagem, palavra e 
música. [...]
A tecnologia põe a imagem, a palavra e a música ao alcance de todos, como 
nunca antes ocorrera na história humana, mas essa maravilha pode se transfor-
mar num logro para incautos se o monopólio privado acabar impondo a ditadura 
da imagem única, da palavra única e da música única. Ressalvadas as exceções, 
que afortunadamente existem e não são poucas, essa pluralidade tende, em 
regra, a nos oferecer milhares de possibilidades de escolher entre o mesmo e o 
mesmo. Como diz o jornalista argentino Ezequiel Fernández-Moores, a propósito 
da informação: “Estamos informados de tudo, mas não sabemos de nada”.
GALEANO, E. De pernas pro ar: a escola do mundo ao avesso. Porto Alegre: L&PM, 2001. p. 280-286.
 1. O autor escreveu esse texto no final da década de 1990, momento em que ocorria 
grande concentração de empresas de mídia nas mãos de poucos grupos econômi-
cos. Você acha que a preocupação do autor, expressa no último parágrafo, ainda é 
pertinente nos dias de hoje? Justifique sua opinião.
 2. No texto, o autor afirma que a tecnologia coloca a imagem, a palavra e a música ao 
alcance de todos. Você concorda? Por quê?
 3. O jornalista argentino Ezequiel Fernández-Moores diz que “estamos informados de 
tudo, mas não sabemos de nada”. Discuta essa frase com seus colegas.
 4. Como você interpreta o trecho no qual o autor do texto afirma que “essa pluralidade 
tende, em regra, a nos oferecer milhares de possibilidades de escolher entre o mesmo 
e o mesmo”?
DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS> NÃO ESCREVA NO LIVRO
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A economia globalizada
Na economia globalizada, uma decisão econômica tomada, por 
exemplo, por uma empresa multinacional com sede na França gera con-
sequências em diferentes localidades, distantes do país de origem. Assim, 
um trabalhador de uma montadora de automóveis francesa instalada no 
Brasil pode perder o emprego caso a matriz dessa empresa tenha decidido 
fechar a filial brasileira e instalá-la em outro país ou substituir a mão de 
obra da linha de montagem por robôs.
Com a informatização e a evolução dos meios de transportes e comunica-
ção, as empresas multinacionais estão fragmentando as etapas de produção 
entre suas filiais espalhadas pelo mundo ou 
firmando acordos de parceria com outras 
indústrias, com o objetivo de minimizar custos, 
aumentar a produtividade e, consequente-
mente, obter lucros maiores. 
Assim, no caso da montadora francesa, 
a empresa tem sua administração central 
na França e pode ter seu departamento de 
marketing instalado nos Estados Unidos, proje-
tar o veículo no Japão, montá-lo no Brasil, com 
peças fabricadas no México ou em qualquer 
outro país que lhe ofereça vantagens compa-
rativas (mão de obra, matéria-prima, energia, 
transportes, menores impostos etc.).
Nessa organização da economia global, as 
empresas multinacionais também vêm sendochamadas de transnacionais, pois operam no 
espaço geográfico mundial como se não existissem fronteiras entre os países. 
Cada vez mais, as empresas são empresas-redes, nas quais a interação no nível 
mundial de concepção, fabricação e distribuição dos produtos se encontra 
subordinada às suas sedes.
Fluxos financeiros
A produção de objetos é o aspecto mais visível da economia global. 
Cabe destacar, porém, que os fluxos de capitais financeiros são o que 
melhor caracterizam o processo de globalização, já que circulam 24 horas 
por dia, em tempo real e sob a forma de uma vasta rede de computa-
dores conectados à internet, favorecendo a troca de capitais financeiros 
entre diferentes centros. O dinheiro tornou-se virtual, números nas telas 
dos computadores.
	■ A economia globalizada 
faz com que a extrema 
pobreza afete também 
países ricos, como 
os Estados Unidos, 
em decorrência do 
desemprego causado pela 
transferência de empresas 
para países mais pobres, 
entre outros fatores. Em 
2018, só no estado da 
Califórnia havia mais de 130 
mil pessoas sem moradia. 
Na foto, acampamento 
de sem-teto montado ao 
longo do rio Santa Ana, 
em Anaheim, Califórnia 
(Estados Unidos), 2018. 
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Os mercados de capitais são globalmente integrados e interdepen-
dentes. Bancos, seguradoras, fundos de pensão e bolsas de valores 
estão interconectados. Transações financeiras com valores extrema-
mente elevados são realizadas diariamente. O capital é transportado 
de um país para outro em questão de segundos. 
A maior parte das transações financeiras globais é realizada nos 
grandes centros financeiros mundiais, concentrados principalmente nos 
Estados Unidos (Nova York, San Francisco, Chicago, Boston, Washington), 
na Europa (Londres, Zurique, Genebra, Luxemburgo, Frankfurt), no 
Japão (Tóquio, Osaka) e na China (Hong Kong, Xangai, Shenzhen), prin-
cipais economias do mundo globalizado.
Em muitas das transações realizadas, 
principalmente nas bolsas de valores, os 
capitais são especulativos (hot money), ou 
seja, aplicados a curto prazo, com o obje-
tivo de gerar lucro rápido. Os investidores 
não criam empresas ou novos negócios, não 
geram novos empregos e não compram 
equipamentos e matéria-prima. Eles inves-
tem, sobretudo, em títulos da dívida pública 
de governos e em ações de empresas já 
existentes.
Os países emergentes são os principais 
destinos dos capitais especulativos, pois 
oferecem, em troca do risco, juros altos aos 
investidores. Como as bolsas de valores estão 
interconectadas, ao menor sinal de insegurança, como instabilidade polí-
tica e/ou econômica, os capitais são transferidos rapidamente para outros 
países, em busca de investimentos mais seguros.
A “fuga” repentina de capitais pode gerar graves crises financeiras no 
sistema financeiro global. As economias emergentes são as principais pre-
judicadas, como ocorreu com o México (1994), países do Sudeste Asiático 
(1997), Rússia (1998), Brasil (1999), Turquia e Argentina (2001), Grécia (2010), 
Espanha, Portugal e Irlanda (2013).
	■ Pedestres passam 
em frente a placar 
eletrônico de uma 
corretora de valores 
que exibe cotação 
de ações, em Tóquio 
(Japão), 2019.
Fundo de pensão
Entidade fechada de 
aposentadoria, organi-
zada por empresas com o 
objetivo de realizar inves-
timentos para garantir 
uma complementação da 
aposentadoria.
> MEUS ARGUMENTOS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Uma das características da economia globalizada são as crises constantes. Ter a vida financeira 
organizada ajuda a enfrentar essas situações. Foi buscando ajudar seu pai a se organizar que a 
jovem Natália Rodrigues começou a entender de finanças e se tornou uma influenciadora digital 
de sucesso. Após assistir a seus vídeos (em seu canal Nath Finanças), produza um texto com seus 
argumentos sobre como organizar a vida financeira. Os vídeos podem ajudar nas etapas do projeto 
Nossa comunidade. 
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Globalização e cultura
Vimos como a pizza, um produto originário de Nápoles, na Itália, se disse-
minou pelo mundo e passou a fazer parte das tradições culinárias de diferentes 
países. Esse é um bom exemplo do efeito da globalização da cultura no mundo 
contemporâneo.
A interligação do planeta não promoveu apenas a criação de uma economia 
globalizada, mas também de uma cultura global que afeta e se relaciona com as 
diferentes culturas. Além da pizza, 
é possível lembrar outros exem-
plos culinários que se espalharam 
ao redor do mundo. 
O sushi, por exemplo, é um 
alimento tradicional do Japão que 
pode ser consumido em muitos 
países do mundo. O shawarma 
é um lanche típico de muitas 
regiões do Oriente Médio que se 
tornou muito popular na Europa, 
mas também pode ser encontrado 
em grandes cidades brasileiras.
Talvez o melhor exemplo da 
influência da globalização na ali-
mentação é a força das redes de 
alimentos fast food. Essas redes 
são marcadas pela criação de um 
padrão para seus alimentos que 
pode ser replicado em qualquer 
país do mundo. 
Redes muito populares podem ser encontradas em centenas de países, ofe-
recendo sempre um menu semelhante. Há variações regionais, como a inclusão 
de ingredientes típicos de uma cultura, mas, de forma geral, os lanches produ-
zidos em uma loja de determinada rede de fast food nos Estados Unidos serão 
bastante similares aos lanches dessa mesma rede em uma cidade do Vietnã, do 
Iraque ou do Marrocos.
Uma característica central da globalização da cultura é o processo de homo-
geneização cultural. O que dá origem a esse processo é o fato de que as trocas 
culturais no mundo globalizado não ocorrem de forma igualitária. Os países eco-
nomicamente dominantes disseminam seus valores, ideias, hábitos e costumes 
de forma mais intensa. Culturas de países economicamente mais frágeis correm 
o risco de sofrer um processo de assimilação cultural de valores, ideias, hábitos 
e costumes estrangeiros que ameaçam tradições locais muito antigas.
Esse processo de homogeneização não ocorre apenas no campo alimentar; 
ele pode afetar o modo de vestir, as celebrações e as festas, a produção artís-
tica, as crenças e muitos outros aspectos da cultura de um povo.
	■ Jovens saboreiam udon (prato da culinária japonesa) em 
restaurante de Dubai (Emirados Árabes Unidos), 2020.
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Vale destacar que atualmente a internet desempenha um papel muito 
importante na disseminação da cultura globalizada. Os conteúdos produ-
zidos nas redes sociais circulam rapidamente pelo mundo e influenciam 
pessoas de diferentes regiões. As plataformas de streaming de filmes e 
músicas ajudam a disseminar conteúdos globais. 
A disseminação dessa cultura globalizada não significa, porém, o fim 
das culturas locais. As comunidades tradicionais (indígenas, ribeirinhos, 
caiçaras, quilombolas, entre outros), por exemplo, também fazem uso 
da internet e das tecnologias para disseminar seus valores para além de 
seus lugares de vivência. Com base nessas evidências, alguns pensadores 
defendem que a globalização não provoca apenas a homogeneização da 
cultura, mas também promove processos de heterogeneização cultural, 
pois jamais houve tanto conhecimento da diversidade cultural do mundo. 
Essa diversidade de culturas pode contribuir tanto para a solidariedade 
entre elas quanto para conflitos.
Streaming
Plataforma que exibe 
conteúdos multimídia 
(filmes, músicas etc.) 
on-line.
	■ Festival das Cores 
(Holi), em Jaipur, no 
Rajastão (Índia), 2019.
> DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Multiculturalismo, pluralismo cultural,diversidade cultural são termos relacionados à valorização 
das diversas culturas em uma região, município ou país. Foi com o intuito de preservar o saber 
dos caiçaras na produção de canoas “de um só pau” que o Instituto Terra Brasilis desenvolveu um 
projeto que incluiu entrevistas e resultou na produção de um livro, de vídeos e outros documentos 
sobre esse conhecimento tradicional da região de Ubatuba (SP). Na sua região, existem pessoas ou 
um grupo com algum conhecimento específico? Junte-se a seus colegas e façam um levantamento 
sobre o assunto. Posteriormente, organizem uma visita ao local e produzam um relatório para ser 
apresentado à turma. 
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As críticas ao processo 
de globalização
O processo de globalização não beneficiou a todos igualmente. 
A maioria da população mundial continua sem ter acesso às novas 
tecnologias e aos novos bens de consumo. Além disso, a pobreza e a 
concentração de renda cresceram bastante nas últimas décadas.
Essa situação resultou na organização de movimentos que se 
opõem ao processo de globalização. Conhecidos genericamente 
como movimentos antiglobalização, eles são formados por grupos 
variados que fazem oposição ao capitalismo financeiro internacional e 
aos acordos de livre-comércio. Também se manifestam contra a degra-
dação ambiental provocada por indústrias, contra o uso do trabalho 
infantil e a exploração dos trabalhadores, entre outras causas.
Um dos primeiros marcos do movimento antiglobalização ocorreu 
em novembro de 1999, em Seattle, nos Estados Unidos. A cidade 
estava se preparando para a rodada de negociação da Organização 
Mundial do Comércio (OMC), que trataria de livre-comércio em escala 
mundial. Cerca de 100 mil manifestantes foram às ruas para protestar 
contra o encontro.
Um novo marco do movimento ocorreu em 2011, quando centenas 
de milhares de pessoas acamparam em barracas nas ruas de diversas 
cidades do mundo para protestar contra a crise econômica iniciada em 
2007-2008 e contra a impunidade dos responsáveis. 
Os grupos escolhiam, principalmente, lugares simbólicos do capi-
talismo para montar os acampamentos. O fenômeno ficou conhecido 
pelo termo occupy, acompanhado do nome da cidade ou do local espe-
cífico onde ocorriam as manifestações. 
Um dos primeiros eventos desse movimento foi o de Nova York, nos 
Estados Unidos, que ficou conhecido como Occupy Wall Street (Ocupem 
Wall Street) por ter ocorrido nessa rua, que abriga a bolsa de valores 
da cidade. Essa tática de protesto se espalhou para diversos lugares do 
mundo. 
Nos anos seguintes, esses movimentos cresceram e se tornaram 
mais coesos, passando até a participar de eleições. Na Grécia, por 
exemplo, a Frente da Esquerda Anticapitalista Grega (Antarsya, em 
inglês) se organiza por meio de assembleias locais de militantes (muni-
cipais ou de bairro) que participam das eleições. A Espanha também 
tem um forte movimento anticapitalista, e um de seus principais 
“braços” é o partido Podemos.
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A Primavera Árabe
No final de 2010, outro movimento importante de contestação da ordem global 
teve início. A chamada Primavera Árabe – uma onda de protestos pró-democracia 
com inúmeras reivindicações, incluindo pautas que questionam o processo de glo-
balização – ocorreu no norte da África e no Oriente Médio. 
Em alguns países, a manifestação levou à renúncia de presidentes, como ocorreu 
na Tunísia e no Egito, ambos governados por ditadores. Por causa da grande repres-
são governamental contra os manifestantes, muitos movimentos arrefeceram. Foi o 
que aconteceu na Argélia, na Síria, em Omã, Bahrein e Kuwait. Nos anos seguintes, 
as liberdades conquistadas em alguns desses países sofreram retrocessos: em 2013, 
um golpe militar derrubou o governo egípcio, eleito democraticamente.
	■ Pessoas agitam 
bandeiras da 
Líbia e seguram 
uma ilustração 
representando o 
então líder líbio, 
Muammar Gaddafi, 
para comemorar 
a entrada de 
combatentes 
rebeldes em Trípoli, 
durante manifestação 
próximo ao tribunal 
de Benghazi (Líbia), 
2011.
> MEUS ARGUMENTOS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Em 2018, o Banco Mundial divulgou dados segundo os quais 3,4 bilhões de pessoas, quase metade da 
população mundial, vivem com menos de 3,20 dólares por dia. Em 2020, a organização não governa-
mental Oxfam divulgou que 2 153 bilionários, que representam os 1% mais ricos do mundo, possuem 
mais dinheiro do que 60% da população mundial. Diante dessa realidade, propostas para minimizar 
as desigualdades sociais, como taxar as grandes fortunas, têm ganhado cada vez mais impulso. Com 
base em seus conhecimentos e no contexto apresentado, qual a sua proposta para a construção de 
um mundo mais igualitário? Organize seus argumentos para uma roda de conversa com a turma.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVROATIVIDADES>
1. Observe a imagem ao lado. Trata-se da capa da edição especial 
da revista estadunidense Time. Anualmente, essa revista elege 
uma personalidade do ano com base em suas realizações, po-
sitivas ou negativas, que influenciaram o mundo naquele pe-
ríodo. A imagem de capa selecionada é da edição de 2011, que 
elegeu como personalidade do ano “o manifestante”. A partir 
da análise da imagem, responda ao que se pede.
 a) O desenho do “manifestante” permite situá-lo em algum 
país específico? Por que a revista decidiu representá-lo 
dessa maneira? Formule hipóteses para responder aos 
questionamentos.
 b) A capa é um registro do início da década de 2010. Você 
acredita que a figura do manifestante continua relevante? 
Justifique sua resposta com exemplos concretos.
 2. Leia a frase transcrita a seguir. Depois, elabore sua argumenta-
ção para a defesa ou crítica da ideia proposta, de forma oral: 
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■ Capa da revista Time (edição 
especial "Personalidade do ano"), 
2011.
[...] as redes de alimentação, como os fast food, traduzem bem a concepção de cultura de 
consumo, que ocorre mais em virtude da marca do que propriamente da relação necessidade/
benefício do produto. Evidencia-se, na sociedade de consumo, uma necessidade de adquirir, 
inclusive alimentos, sob uma escolha que, muitas vezes, é coletiva e não pessoal. [...] 
GUERRA, C. S.; CARDOSO, F. B. S. A influência da cultura do consumo na alimentação humana: a (in) sustentabilidade do consumo de proteína 
animal. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIREITO E CONTEMPORANEIDADE, 4. Anais [...]. Santa Maria: UFSM, 2017. p. 5-10. Disponível em: 
http://coral.ufsm.br/congressodireito/anais/2017/5-10.pdf. Acesso em: 29 ago. 2020.
ANGELI. Folha de S.Paulo, 8 jun. 2000.
 3. A charge reproduzida ao 
lado foi criada pelo cartu-
nista paulistano Angeli, em 
2000. Ela retrata uma situa-
ção muito comum nos gran-
des centros urbanos do Brasil 
e do mundo. Observe-a com 
atenção e depois responda 
às questões abaixo.
 a) Qual é a realidade mos-
trada pela charge?
 b) Qual é a relação entre 
globalização e acesso 
desigual?
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PLANEJAMENTO DO TRABALHO E DIAGNÓSTICO DA REALIDADE
Em toda família ou grupo de amigos, sempre tem aquela pessoa que, apesar de ganhar menos 
do que outros, consegue guardar dinheiro e ficar sem dívidas. Também existem aqueles que, 
mesmo ganhando mais do que os outros, se descontrolam e vivem endividados. 
Nesta etapa, vocês irão elaborar um estudo de caso para tentar entender essas situações.O estudo de caso é uma prática de pesquisa muito usada nas Ciências Humanas e Sociais, 
que consiste em estudar ou analisar em profundidade uma situação ou um grupo de indivíduos. 
O caso a ser estudado pode ser considerado representativo de muitos outros.
Nesta atividade serão avaliados aspectos particulares do orçamento individual ou familiar. 
Analisando a forma como as pessoas organizam seus orçamentos de forma particular, é possí-
vel observar fatores que influenciam sua situação financeira, como renda, contas fixas (água 
e luz, por exemplo), hábitos de consumo etc.
Em primeiro lugar, vocês vão elaborar uma entrevista para buscar entender como as pessoas 
controlam suas finanças no dia a dia e verificar a seguinte hipótese: 
Quem é organizado em relação aos seus ganhos e pagamentos consegue poupar mais do que 
quem não se organiza?
Recomendamos que façam uma entrevista do tipo estrutural, ou seja, que siga uma estrutura de 
perguntas preestabelecida. A padronização é importante para que os diferentes entrevistadores 
possam obter respostas para as mesmas perguntas. 
Sugerimos algumas questões para compor o questionário a ser aplicado durante a entrevista:
• Idade, profissão, escolaridade.
• Você sabe quais são seus ganhos mensais? Se a resposta for positiva, como tem conheci-
mento de seus ganhos?
• Você sabe quais são seus gastos mensais? Se a resposta for positiva, como tem conheci-
mento de seus gastos?
(Se possível, solicitar que a pessoa informe como faz essa anotação: caderninho, tabela, 
computador, aplicativo.)
• Você gasta mais do que ganha? 
• Você consegue poupar? Com que frequência? 
• Se você poupa, sabe quanto rendem seus investimentos?
• Caso não poupe, você gostaria de poupar?
• Você costuma fazer contas antes de adquirir um produto ou compra por impulso? (Por exemplo, 
tem um valor fechado para gastos de supermercado?)
• Você possui hábitos cotidianos que levam a economizar bens ou produtos e gastar menos 
dinheiro?
• Você paga crediário ou financiamento? De que tipo?
• Você possui dívidas? Em que tipo de instituição (banco, cartório, loja de penhores etc.)?
• Você sabe quanto paga de juros mensais e anuais? 
• Você acha que gasta seu dinheiro de forma adequada? Por quê?
• Você costuma usar cartão de crédito? Se usa, consegue ter controle sobre seus gastos? 
Organizem-se em grupos de quatro integrantes e preparem-se para as entrevistas. Cada grupo 
deverá entrevistar quatro pessoas.
É importante marcar a entrevista com antecedência. As respostas devem ser anotadas ou 
gravadas (áudio). É necessário pedir autorização do entrevistado no caso de gravação da voz. 
Por fim, o clima de cordialidade deve acompanhar o entrevistador do início ao fim.
Etapa
1
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CAPÍTULO
2 Uma era digital
Atualmente, é muito comum lermos ou escutarmos nos meios de 
comunicação que vivemos em uma era digital. Afinal, parte importante 
de nossas interações sociais ocorre pela internet, por meio de compu-
tadores, aparelhos celulares e outros dispositivos eletrônicos.
A internet tal qual a conhecemos é uma invenção recente. Foi apenas 
na década de 1990 que os serviços domésticos de internet começaram 
a ser comercializados em diversas partes do planeta, ou seja, esse meio 
de comunicação se tornou popular há apenas 30 anos.
Apesar de ser uma invenção recente, grande parte da sociedade 
brasileira já faz uso da internet cotidianamente. Uma pesquisa divul-
gada em 2020 indicou que 89% das crianças e adolescentes brasileiros 
se conectam à internet. Esse elevado índice de acesso ao mundo digital 
fez dessa tecnologia de comunicação uma ferramenta essencial no coti-
diano das pessoas, que a utilizam para estudos, diversão, compras etc.
Essa pesquisa também revelou outro aspecto do desenvolvimento 
das tecnologias de comunicação e informação: a desigualdade de acesso. 
Os dados demonstraram que 3 milhões 
de crianças e adolescentes brasileiros 
não se conectam à internet e 1,4 milhão 
jamais teve acesso a essa ferramenta.
Se a internet é importante para a 
realização de muitas tarefas cotidianas, a 
exclusão digital pode agravar problemas 
sociais e intensificar as desigualdades 
sociais no mundo. 
Neste capítulo, vamos refletir sobre 
o desenvolvimento das tecnologias de 
informação e comunicação no presente 
e no passado, analisando o seu impacto 
nas práticas culturais dos grupos 
humanos, bem como nas organiza-
ções sociais. Dessa forma, será possível 
lançar um olhar crítico para a questão, 
refletindo sobre as contradições e 
potencialidades do desenvolvimento 
dessas tecnologias.
■ Imagem digital 
representando 
conceito de computação 
em nuvem. 
Consultar as Orientações para o professor para obter mais informações sobre o capítulo 
e sobre o trabalho com as atividades.
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O impacto dos meios de 
comunicação na cultura
A palavra cultura é muito utilizada em nosso cotidiano. 
Frequentemente, nós a utilizamos para nos referir a produções artísticas 
variadas, como músicas, filmes, livros, histórias em quadrinhos, pinturas, 
esculturas, entre outras. Porém, o conceito de cultura tem um signifi-
cado muito mais amplo.
Esse termo se refere a todo tipo de prática que transforma o meio 
em que seres humanos vivem. Assim, as técnicas de trabalho, as ferra-
mentas e tecnologias, os saberes e tradições, os costumes e hábitos, a 
forma como as pessoas interagem, são todas manifestações das culturas 
humanas.
Ao longo do tempo e em diferentes espaços, as culturas humanas 
variaram enormemente. Sociedades e grupos humanos criaram culturas 
próprias, a partir de suas necessidades e modos de organização. Além 
disso, diferentes culturas estabelecem relações entre si, o que provoca 
transformações e o surgimento de novas práticas culturais.
Esse processo de troca cultural foi possi-
bilitado, em diferentes períodos da história 
humana, por deslocamentos populacionais 
e trocas comerciais entre diferentes culturas. 
Além disso, o desenvolvimento de diferentes 
meios de comunicação impulsionou essas 
trocas.
Nesse processo, a invenção e o desen-
volvimento das tecnologias de informação e 
comunicação tiveram grande importância. A 
invenção da prensa, no século XV, do rádio, do 
telefone, da televisão e da internet, ao longo 
dos séculos XIX e XX, marcaram e marcam a 
forma como as sociedades humanas promo-
vem trocas culturais. 
Atualmente, como já vimos, a utilização 
de aparelhos celulares, conectados à internet, 
possibilita uma integração instantânea entre 
pessoas de qualquer região do planeta, pro-
movendo intensas trocas culturais. Conhecer 
brevemente a história desse processo pode 
nos ajudar a refletir sobre o mundo em que 
vivemos. Veja o infográfico a seguir.
	■ Archibald M. Low, 
cientista britânico, 
autor de ficção 
científica, diretor 
do British Institute 
of Technology e 
presidente do British 
Interplanetary Society, 
demonstra um sistema 
de TV desenvolvido 
por ele. Londres 
(Inglaterra), 1928. 
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Uma breve história dos meios 
de comunicação
As tecnologias de informação e comunicação possuem uma longa história, que 
remonta aos primeiros grupos humanos. O infográfico a seguir faz um recorte dessa 
história partindo da invenção da imprensa até o desenvolvimento da internet, desta-
cando alguns marcos essenciais para a compreensão do mundo contemporâneo.
SÉCULO XV: 
INVENÇÃO DA PRENSA 
DE GUTENBERG
No século XV, o alemão 
Johann Gutenberg 
(c. 1400-1468) desenvolveu 
uma forma de prensa 
que utilizava as letras do 
alfabeto. Essa invençãopermitiu sua rápida 
disseminação pela Europa 
e pelo mundo, barateando 
a produção de livros, 
panfletos e jornais, o que 
impulsionou a expansão 
da imprensa.
SÉCULO XIX (DÉCADA 
DE 1830): INVENÇÃO 
DOS TELÉGRAFOS
O telégrafo é uma tecnologia 
que permite a transmissão 
de informações por meio 
de cabos e corrente elétrica. 
Inventado por volta de 1830, 
ele possibilitou o envio de 
mensagens a longas distâncias, 
causando um impacto 
considerável na administração 
dos Estados nacionais, na 
organização de ações militares 
e na circulação de informações 
entre empresas e pessoas.
SÉCULO XIX (DÉCADA DE 
1870): INVENÇÃO 
DO TELEFONE
Em 1876, Alexander Graham 
Bell (1877-1922) patenteou o 
aparelho de telefone, porém a 
disseminação da nova invenção 
foi bastante lenta. As ligações 
telefônicas se popularizaram 
apenas nas primeiras décadas 
do século XX. Assim como 
o telégrafo, o telefone teve 
um impacto significativo na 
organização social, já que 
acelerou a circulação 
de informações entre 
áreas distantes.
FINAL DO SÉCULO 
XIX: INVENÇÃO 
DO CINEMA
O cinema teve início no final 
do século XIX e resultou 
na criação de uma nova 
linguagem. A possibilidade 
de exibir imagens em 
movimento provocou 
mudanças importantes na 
forma como as sociedades 
humanas percebem e 
pensam o mundo. Em 
pouco tempo, o cinema 
se popularizou e se 
disseminou pelo planeta.
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> MEUS ARGUMENTOS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Elabore uma tabela no caderno, registrando nela os meios de comunicação que você 
mais usa em seu cotidiano. Indique a finalidade (informação, comunicação, diversão, 
estudo) e a frequência de uso (dias por semana). Por que você usa esses meios? Que 
outros meios você gostaria de usar? Compartilhe essas informações com a turma.
INÍCIO DO SÉCULO XX: 
INVENÇÃO DO RÁDIO
O rádio surgiu nas duas 
primeiras décadas do século 
XX. O fato de o aparelho 
não precisar de fios para 
transmitir informações 
a longas distâncias 
facilitou a difusão do novo 
meio de comunicação, 
transformando-o em um 
instrumento central para 
a compreensão da vida 
política e social de um longo 
período do século XX. 
FINAL DO SÉCULO XX: 
COMPUTADORES PESSOAIS, 
APARELHOS CELULARES E INTERNET
Na década de 1970, os primeiros microcomputadores 
pessoais começaram a ser comercializados no 
mundo. Aos poucos, a nova invenção se popularizou 
e se transformou em um importante meio de 
comunicação. Isso foi acelerado ainda mais com o 
surgimento da internet doméstica, principalmente 
a partir da década de 1990. O computador se 
transformou em um aparelho que combina as 
potencialidades dos diferentes meios de comunicação.
Os celulares começaram a se desenvolver no mesmo 
período, tornando-se populares também nessa década. 
Atualmente, grande parte da população utiliza esses 
aparelhos para se comunicar e usar a internet.
INÍCIO DO SÉCULO XX 
(ENTRE AS DÉCADAS DE 
1920 E 1940): SURGIMENTO 
DA TELEVISÃO
As primeiras televisões 
foram criadas na década de 
1920. Duas décadas depois, 
milhões de residências nos 
Estados Unidos contavam 
com o aparelho televisivo. 
Ainda assim, até meados do 
século, a televisão era menos 
popular do que o rádio 
em muitos países.
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Fontes: CHALLONER, J. 1 001 invenções que mudaram o mundo. São Paulo: Sextante, 2014. BRIGGS, A.; BURKE, P. Uma história social da mídia. 
Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
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O impacto da 
internet na cultura
O desenvolvimento das tecnologias de informação e 
comunicação ao longo do tempo provocou mudanças nas 
práticas culturais. Novas experiências foram incorporadas ao 
cotidiano das pessoas ou popularizadas, como o hábito de ler 
romances, após o advento da imprensa, ou de ir ao cinema, 
depois da criação da indústria cinematográfica. 
Contudo, esse processo algumas vezes resulta na 
destruição ou no enfraquecimento de práticas culturais 
tradicionais, promovendo processos de homogeneização 
cultural. Em geral, há uma relação de mão dupla entre 
desenvolvimento dos meios de comunicação e cultura.
Com a popularização da internet, a partir da década de 
1990, não foi diferente. As pessoas começaram a criar formas 
de expressão como memes, emoticons, stickers e gifs, que atu-
almente estão muito disseminadas na comunicação cotidiana.
Além disso, a internet provocou mudanças na própria 
maneira como as pessoas se comunicam, transformando 
radicalmente as relações interpessoais. Durante muitos 
séculos, as cartas eram a principal forma de comunicação 
entre pessoas que se encontravam distantes umas das 
outras. A comunicação podia levar meses, sobretudo se 
essas pessoas estivessem em continentes diferentes.
Com a invenção do telefone e do fax, as distâncias 
foram encurtadas, mas a internet ampliou enormemente 
as possibilidades de comunicação entre as pessoas. Ela 
tornou possível enviar mensagens instantâneas para qual-
quer parte do planeta. 
Atualmente, vivemos em um mundo no qual prati-
camente não há mais limites de tempo e espaço para a 
comunicação humana, o que provoca profundas mudan-
ças no modo de viver da sociedade, trazendo inúmeros 
benefícios, mas também malefícios. Alguns pesquisadores 
defendem, por exemplo, que o uso excessivo de meios de 
comunicação digitais contribui para ampliar os níveis de 
estresse e de ansiedade das pessoas.
	■ Emoticons, usados nas mídias sociais.
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Os gráficos abaixo trazem dados da pesquisa sobre o uso da tecno-
logia da informação e comunicação (TIC) no Brasil em 2018. Observe os 
dados e responda às questões.
Fonte: IBGE EDUCA. Uso de internet, televisão e celular 
no Brasil. Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: https://educa.ibge. 
gov.br/jovens/materias-especiais/20787-uso-de-internet-
televisao-e-celular-no-brasil.html. Acesso em: 28 ago.2020.
Fonte: IBGE EDUCA. Uso de internet, televisão e celular no Brasil. 
Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/
jovens/materias-especiais/20787-uso-de-internet-televisao-e-
celular-no-brasil.html. Acesso em: 28 ago.2020.
1. Considerando o primeiro gráfico, o que podemos afirmar sobre o acesso
à internet nos domicílios brasileiros em 2018?
2. Que diferenças entre os domicílios aparecem no primeiro gráfico? Que
fatores poderiam explicar essas diferenças? Com base nesses dados, po-
demos afirmar que existe uma democratização desse serviço?
3. Qual é a principal finalidade do uso da internet, conforme apontam os
dados do segundo gráfico? Como essa tecnologia tem influenciado a
comunicação, conforme a pesquisa?
4. Sistematize os dados sobre seus hábitos de uso da internet em um gráfico 
que registre os tipos de atividade e o tempo gasto em cada uma e com-
partilhe com a turma. Ao final, reúnam os dados em uma única tabela e
reflitam sobre o uso consciente desse recurso.
Brasil: utilização da internet, por 
situação de domicílio (%), 2018
Brasil: pessoas que acessaram a 
internet (%), 2018
Brasil
Norte
Nordeste
Sudeste
Sul
Centro-Oeste
0 20 40 60 80 100
%
79,1
83,8
49,2
72,1
83,0
33,1
69,1
77,2
44,2
84,8
86,5
59,4
81,1
84,0
61,4
83,5
86,4
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Total Urbana Rural
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60
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100
Brasil Urbana Rural
0
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Finalidade de acessoà internet
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88,186,1
63,2
95,9
88,686,7
65,7
93,6
83,780,3
36,9
Enviar ou receber mensagens de texto, voz ou
imagens por aplicativos diferentes de e-mail
Conversar por chamadas de voz ou vídeo
Assistir a vídeos, inclusive programas, séries
e �lmes
Enviar ou receber e-mail 
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DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS> NÃO ESCREVA NO LIVRO
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https://educa.ibge.gov.br/jovens/materias-especiais/20787-uso-de-internet-televisao-e-celular-no-brasil.html.
https://educa.ibge.gov.br/jovens/materias-especiais/20787-uso-de-internet-televisao-e-celular-no-brasil.html.
	■ Página da Wikipédia, 
18 set. 2020.
A sociedade em rede
Para entender melhor o impacto da internet na cultura, é importante 
conhecer algumas das ideias de Manuel Castells (1942-). O sociólogo 
espanhol formulou o conceito de sociedade em rede para analisar o 
impacto da rede mundial de computadores na organização das socie-
dades contemporâneas. 
Castells afirma que vivemos em uma sociedade em rede, já que 
nosso mundo está cada vez mais organizado em “um conjunto de nós 
interconectados”. Para ele, a internet possibilitou a criação de relações de 
cooperação entre os indivíduos que não existiam antes. Essa coopera-
ção se concretiza na utilização da internet para a construção cooperativa 
de conteúdos e para a expressão de ideias de forma interativa. 
Um exemplo é a criação de códigos de programas livres. Esse tipo 
de programa de computador frequentemente é resultado do trabalho 
de uma comunidade de pessoas para construir variadas ferramentas, 
como processadores de texto, navegadores de internet ou editores de 
imagem, entre muitas outras possibilidades.
Essas ferramentas nem sempre são elaboradas com o intuito de obter 
lucros. Elas são livres e abertas a qualquer pessoa que deseje utilizá-las. 
Além disso, usuários podem modificar o código desses programas criando 
outras funcionalidades ou resolvendo problemas funcionais já existentes.
Outra forma de prática colaborativa é a criação de conteúdos com-
partilhados em diferentes plataformas da internet. Esses conteúdos são 
muito variados, como tutoriais que ensinam a realizar alguma atividade, 
palestras, aulas ou apresentações artísticas.
Esses conteúdos muitas vezes são produzidos por meio do diálogo 
e da interação entre usuários. Um exemplo de produção de conteúdos 
de forma colaborativa é a Wikipédia, uma enciclopédia construída por 
usuários da rede.
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Internet e práticas de sociabilidade
Outro efeito do impacto da internet nas práticas culturais contem-
porâneas, segundo Manuel Castells, é a introdução de novas práticas 
de sociabilidade. O sociólogo defende que a internet ajuda a poten-
cializar práticas de sociabilidade tradicionais, como os encontros com 
amigos ou familiares. De acordo com o pensador, o uso de e-mails, chats 
e redes sociais variadas ajuda a ampliar a participação dos indivíduos na 
vida em comunidade e a fortalecer seus laços sociais.
Além disso, a internet possibilita a construção dos chamados laços 
sociais fracos: os laços sociais fortes compreendem vínculos sólidos, 
como as relações familiares ou amizades de longa duração; já os laços 
sociais fracos são mais efêmeros e podem ser desfeitos rapidamente. 
Um exemplo é a criação de um grupo de pessoas que compartilham o 
interesse por um seriado ou prática esportiva e gostam de trocar infor-
mações sobre esse hobby.
Antes do advento da internet, os laços sociais fracos eram muito 
menos frequentes, já que demandavam grande esforço dos indivíduos 
para construí-los. Atualmente, porém, é possível construir e recons-
truir laços a todo o momento. Uma 
comunidade em uma rede social ou 
um grupo de conversa em um apli-
cativo de troca de mensagens, por 
exemplo, podem ser criados e exclu-
ídos com facilidade, mas permitem 
intensa troca de ideias e informações 
enquanto se mantêm ativos. 
Para Castells, esse aspecto inten-
sifica o caráter em rede da sociedade 
contemporânea, que potencializa a 
cooperação entre os indivíduos. Além disso, ao contrário do que muitas 
vezes se propaga no discurso midiático, esses laços não provocam o 
rompimento dos laços sociais fortes entre os indivíduos e podem até 
mesmo criá-los.
Prática de 
sociabilidade
Envolve os diferentes 
modos como os indi-
víduos se relacionam 
entre si. Uma festa é um 
exemplo de prática de 
sociabilidade.
> DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Em grupo, conversem sobre as seguintes questões: Vocês costumam usar as redes sociais para se 
relacionar com as pessoas? Como vocês avaliam sua interação com outras pessoas? Vocês criaram 
laços sociais fortes e duradouros por meio da internet? Que cuidados vocês tomam ao se relacio-
narem nas redes sociais?
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	■ Ilustração 
representando 
notificações em rede 
social.
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A sociedade de controle
Para Manuel Castells, a internet é um meio de comunicação capaz de causar 
impactos positivos nas práticas culturais contemporâneas, reforçando principal-
mente a cooperação e a troca entre os indivíduos. Entretanto, outros pensadores 
das Ciências Humanas e Sociais enfatizam os aspectos negativos da internet sobre a 
cultura. Vimos, por exemplo, que a internet pode promover processos de homoge-
neização cultural e que o desenvolvimento desigual das tecnologias de informação 
pode reforçar as desigualdades regionais do planeta.
Outra crítica importante em relação à internet parte da ideia de que o mundo 
digital funciona como um dispositivo para a construção de uma sociedade de 
controle. Essa perspectiva é bastante inspirada nos conceitos desenvolvidos pelo 
filósofo francês Gilles Deleuze (1925-1995), que, por sua vez, foi fortemente influen-
ciado pelas teorias de Michel Foucault (1926-1984), para o qual a sociedade faz uso 
abusivo do poder por meio das instituições.
Segundo Deleuze, a partir das décadas finais do século XX, as sociedades 
humanas começaram a praticar uma nova forma de exercício do poder. No seu 
entendimento, até esse período, o poder era exercido de modo a garantir a discipli-
narização dos indivíduos em instituições fechadas e limitadoras. Nessas instituições, 
os indivíduos eram submetidos a processos de subjetivação, de modo a se tornarem 
trabalhadores disciplinados, capazes de cumprir horários e regras estabelecidas nos 
espaços de trabalho, como a fábrica, ou de estudo, como a escola. 
Para o filósofo, as transformações tecnológicas e econômicas provocaram 
mudanças importantes nas relações de trabalho. Mais do que sujeitos capazes de 
cumprir ordens e respeitar horários, no mundo globalizado a flexibilização do tempo 
e do espaço, bem como a capacidade de explorar cada vez mais a criatividade do 
trabalhador, tornaram-se características fundamentais para a produção de riquezas.
	■ Cena do filme 
1984, de 
Michael Radford 
(Reino Unido, 
1984, 113 min), 
baseado na obra 
homônima de 
George Orwell, 
publicada 
em 1949, cujo 
tema central é 
a sociedade de 
controle.
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O papel da internet na sociedade 
de controle
Para assegurar essa flexibilização, foram criados dispositivos que 
permitem um controle contínuo dos sujeitos. A internet desempenha 
um papel fundamental no funcionamento desses dispositivos.
Toda a atividade de um indivíduo na internet pode ser registrada 
e controlada. É possível identificar os sites visitados, as pesquisas feitas 
em mecanismosde busca, as conversas e as interações em redes sociais, 
os locais onde a internet foi acessada, a forma como foram feitas tran-
sações bancárias, entre muitas outras informações.
Tudo isso permite, de acordo com as teorias de Deleuze, criar uma 
vigilância irrestrita. Essa vigilância pode ser usada para penalizar indiví-
duos que contestam a ordem bem como disseminar ideias, saberes e 
informações que naturalizam a ideia de que todos devem estar o tempo 
todo disponíveis para atender às necessidades produtivas do capitalismo.
Um exemplo é o papel que a internet desempenha na “dissolu-
ção das fronteiras entre tempo 
privado e profissional, entre traba-
lho e consumo”, o que significa que, 
muitas vezes, não há separação clara 
entre a jornada de trabalho diária e 
o tempo de descanso. Muitos tra-
balhadores utilizam a internet para 
continuar resolvendo questões pro-
fissionais, mesmo quando estão fora 
de seu horário de trabalho. Esse pro-
cesso de flexibilização só se tornou 
possível graças ao desenvolvimento 
de ferramentas digitais que permi-
tem levar o trabalho para dentro das 
moradias dos indivíduos.
Nessa perspectiva, a cultura 
que se cria na internet não é tanto 
baseada na ideia de colaboração, 
mas na criação de formas cada vez 
mais complexas de controle da vida 
dos indivíduos.
	■ Na capital inglesa 
há cerca de 500 mil 
câmeras de monitora-
mento, e uma pessoa 
que trafega na rua é 
filmada cerca de 300 
vezes por dia. Londres 
(Inglaterra), 2015.
> MEUS ARGUMENTOS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• A partir de sua experiência cotidiana na internet, é possível ir contra os dispositivos de controle que 
atuam nesse meio de comunicação? Em caso positivo, de que maneira isso pode ser feito? Discuta 
essa questão com seus colegas.
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Divisões digitais no mundo
Desde 2001, o Fórum Econômico Mundial publica anualmente o Relatório 
Global de Tecnologia da Informação, que tem o objetivo de avaliar como o desen-
volvimento tecnológico tem impactado e beneficiado as economias e o bem-estar 
das populações. 
O relatório indica a propensão dos países para aproveitar as oportunidades 
oferecidas pelas tecnologias de informação e comunicação. Segundo o Relatório 
Global de Tecnologia da Informação publicado em 2016, nenhum país obteve o 
índice máximo. 
Dos 139 países avaliados em 2016, 28 apresentaram indicadores elevados de 
propensão para o aproveitamento das tecnologias de informação e comunicação 
(TIC). Esse bloco é constituído por nações que investem fortemente em pesquisa e 
desenvolvimento voltados à produção de conhecimento, novas tecnologias, robó-
tica, telecomunicações, informática etc. 
Cingapura aparece como líder do ranking, seguida de Finlândia, Suécia, 
Noruega e Estados Unidos. Um segundo bloco é constituído por 48 países em 
posição intermediária, entre eles o Brasil. O terceiro bloco é formado por 63 países 
que apresentam dificuldades para alavancar investimentos em pesquisa e desen-
volvimento de novas tecnologias, bem como promover a disseminação do uso 
das TICs pela população. 
Observe o mapa.
Fonte: FÓRUM ECONÔMICO MUNDIAL. Relatório Global de Tecnologia da Informação. Genebra, 2016. Disponível em: http://www3.weforum.org/
docs/GITR2016/WEF_GITR_Full_Report.pdf. Acesso em: 16 set. 2020.
Mundo: propensão para aproveitar as tecnologias da 
informação e comunicação, 2016
Trópico de Capricórnio
Trópico de Câncer
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Círculo Polar Antártico
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http://www3.weforum.org/docs/GITR2016/WEF_GITR_Full_Report.pdf
O mapa revela um enorme contraste entre os países em sua capacidade de pro-
duzir, difundir e garantir o acesso às tecnologias de informação e comunicação. Entre 
os 28 países com indicadores elevados de propensão para aproveitar as TICs, nenhum 
faz parte do grupo dos mais desenvolvidos, conforme classificações da ONU. 
Enquanto sete dos 10 países mais bem colocados no ranking são europeus, a 
maioria dos países analisados ocupa posição intermediária ou apresenta baixos 
indicadores, como muitos localizados na América Latina, no Leste Europeu, na Ásia 
Meridional, no Sudeste Asiático e na África. No Relatório de 2016, o Brasil ocupava 
a 72a posição.
Em grande parte dos chamados países emergentes, as inovações no campo da 
informação e da comunicação acontecem com base em estruturas insuficientes 
e ultrapassadas, que dificultam e encarecem o acesso de parcela significativa da 
população.
O uso eficiente e democratizado das TICs é capaz de ampliar o capital humano, 
econômico, cultural, social e político, permitindo aos indivíduos aproveitar diversas 
oportunidades, de modo a reduzir as desigualdades nas sociedades contemporâ-
neas. No entanto, se as oportunidades de acesso permanecem sob o domínio de 
parcelas privilegiadas da população, a difusão das TICs pode contribuir para a repro-
dução das desigualdades. 
	■ A menina Waibai Buka (em pé, ao centro) acessa a internet pela primeira vez em uma escola de Camarões, 2017.
> DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Em grupo, analisem e discutam as seguintes questões: Que situações de dificuldade de acesso às
tecnologias de informação e comunicação (TICs) vocês observam em seu meio (moradia, escola,
trabalho)? Como essas dificuldades se relacionam com a desigualdade social existente no Brasil?
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NÃO ESCREVA 
NO LIVROATIVIDADES>
Observe a imagem abaixo e leia o texto a seguir. Em seguida, responda 
ao que se pede.
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Tecnologias e dispositivos que 
produzem ou armazenam dados de 
nossas atividades diárias:
1; 6; 14. Videovigilância: as imagens 
podem ser interceptadas.
 2. Medidores de eletricidade e ter-
mostatos: fornecem informação 
sobre hábitos.
3; 4. Televisores inteligentes e con-
soles de videogames: possuem 
câmeras e microfones.
 5. Controles biométricos de entra-
da e saída.
7. Monitoramento remoto no 
trabalho: capturas de tela para 
medir a produtividade do 
trabalhador.
 8. Bases de dados pessoais: podem 
conter dados fiscais e de saúde 
dos clientes.
 9. Sensores de contagem de pes-
soas: monitoram o fluxo de 
compradores e os tempos de 
compra.
 10. Cartões de fidelidade: em troca 
de descontos, criam perfis do 
comprador.
 11. iBeacons: enviam ofertas para 
celulares próximos.
 12. Wi-fi gratuito: pode ser oferecido 
em troca do acesso ao perfil do 
Facebook.
 13. Bilhetes de transportes públicos: 
cartões recarregáveis que produ-
zem dados de deslocamentos.
 14. Redes de bicicletas públicas: re-
gistro dos trajetos.
15. Carros: existem sistemas para ler 
as placas.
16. Telefonia móvel: permite geo-
localizar os aparelhos.
 17. Câmeras térmicas e sensores so-
noros: medem o fluxo de pedes-
tres e níveis de ruído.
 18. Mobiliário urbano que detecta a 
presença de pedestres.
 19. Sistemas de estacionamento: 
o pagamento com cartão de 
vagas azuis e verdes gera dados 
do usuário.
UMA VIDA VIGIADA
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[...]
Na verdade, cada vez que visitamos uma página com o computador, o celular ou 
o tablet, recebemos dezenas de pedidos de instalação de cookies. Somos, portanto,
o produto, porque em troca da informação que obtemos fornecemos detalhes sobre
nossa atividadeon-line e, frequentemente, dados pessoais como nome e localiza-
ção, hábitos, cartão de crédito etc., sobre os quais não temos nenhuma maneira
de controlar para onde eles vão. [...]
O Facebook, rede social utilizada por mais de um bilhão de pessoas por mês, 
dispõe dos dados que o usuário deposita voluntariamente nele, mas também faz 
inferências com base em nossas interações com pessoas e informações, compar-
tilha-as com terceiros e desenvolve um perfil único que permite determinar o que 
aparece no nosso mural, tanto por parte de nossos amigos como de anunciantes. 
[...]
Outra área em que a coleta de dados está se tornando cada vez mais impor-
tante é o espaço público. Nosso descuidado passeio pelas ruas é cada vez menos 
anônimo e os sensores que leem os identificadores únicos e a geolocalização dos 
nossos dispositivos, as câmeras de imagem térmica e de videovigilância, redes 
sem fios, lâmpadas inteligentes ou sensores de leitura automática de placas de 
automóveis nos incorporam de forma rotineira a bases de dados públicos e privados 
que em algum lugar servem a alguém para obter um lucro que não conhecemos 
nem controlamos.
[...]
CLAVELL, G. G. O que acontece com nossos dados na internet? El País, 15 jun. 2015. Disponível em: https://brasil.elpais.com/
brasil/2015/06/12/tecnologia/1434103095_932305.html. Acesso em 28 ago. 2020.
1. Observe as tecnologias e os dispositivos representados na ilustração e indique quais
deles você conhece e quais são novidade para você.
2. Escolha dois dos dispositivos representados na imagem e cite suas vantagens e des-
vantagens para o usuário.
3. Como o princípio de sociedade de controle é evidenciado no texto e na ilustração?
4. Segundo o texto, os usuários de internet não têm total controle sobre seus dados,
sendo difícil manter a privacidade. Organizados em grupos, pesquisem formas de pro-
teger a privacidade na internet e elaborem uma cartilha para ser divulgada nas redes
sociais da escola.
5. Em sua comunidade, existem dispositivos de vigilância? Em caso positivo:
a) De que tipo eles são?
b) Eles estão concentrados em alguma localidade específica?
c) Quem tem acesso a eles?
d) Você acredita que os sistemas de vigilância variam de acordo com a localidade e o
nível de renda da população local? Por quê?
e) Qual é a sua opinião sobre o uso desses dispositivos? Reúna-se com os colegas e
compartilhem as respostas.
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https://brasil.elpais.com/brasil/2015/06/12/tecnologia/1434103095_932305.html
INVESTIGAÇÃO>
Estudo de recepção da arte
A arte é uma forma de expressão cultural ancestral, que se manifesta por meio 
de uma grande variedade de linguagens (arquitetura, desenho, escultura, pintura, 
dança etc.) e é capaz de provocar a sensibilidade das pessoas. 
Na atualidade, a arte – para além dos espaços fechados de museus, cinemas, 
casas de espetáculos e galerias – está presente nas ruas e nas redes, conquistando 
o espaço digital. Com a internet, o acesso a essas manifestações tornou-se muito
fácil. Você pode assistir a espetáculos de música, dança, peças de teatro ou visitar
museus sem sair de casa. Para aprofundarmos as reflexões sobre o assunto, este
projeto abordará as artes visuais no ambiente digital. Para isso, usaremos como
prática de pesquisa a recepção da arte, que, em síntese, compreende a ideia de
que a obra se completa por meio da relação com o observador.
O projeto se desdobrará em duas etapas principais.
I. Pesquisa e planejamento
O primeiro passo é mapear os recursos para o conhecimento da arte no ambiente
digital (galerias, exposições, plataformas, entre outros). Muitos museus e galerias, por 
exemplo, oferecem por meio da internet passeios virtuais por seus acervos. 
Em seguida, cada grupo escolhe um tema central. As possibilidades são muitas, 
como autorretratos, releituras de obras, paisagens, infância, vida urbana, vida rural, 
arte indígena etc. Na sequência, elaborem coletivamente um roteiro de perguntas. 
■ GORKY, A. After Khorkum.
1940-1942. Óleo sobre tela,
91,4 cm x 121,3 cm. MU
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O roteiro deve conter questões objetivas, como “qual o nome do artista”, “de que ano 
é a obra”, “qual a técnica utilizada”, entre outras; e questões subjetivas, relacionadas 
às percepções, aos sentimentos, às sensações e à recepção que a obra causou em 
você e em seus colegas. Exemplos de perguntas: “O que mais me chamou a atenção 
nessa obra?”, “Que sentimento essa obra desperta em mim?”, “Existe algo nela que 
me agrada ou me incomoda? O quê?”
Com o roteiro pronto, os grupos devem acessar os sites previamente mapeados 
e desenvolver a pesquisa, selecionando pelo menos cinco obras dentro do tema 
escolhido. Uma vez selecionadas as obras, o grupo responde coletivamente às per-
guntas objetivas. Já as perguntas subjetivas do roteiro devem ser respondidas de 
forma individual.
Os grupos devem se reunir e compartilhar as experiências.
Finalizada essa etapa, dá-se início ao desenvolvimento do produto.
II. Preparação e produção do fazer artístico
Há duas possibilidades de produção:
 a) desenvolvimento de uma produção artística baseada na recepção que as obras 
selecionadas provocaram no grupo; cada estudante deverá desenvolver a sua.
 b) montagem de uma exposição aberta à comunidade a partir das obras acessadas 
nas plataformas virtuais, acrescidas das percepções do grupo sobre cada uma delas.
Como conclusão do projeto, poderá ser realizada uma roda de conversa sobre 
a experiência.
	■ POLLOCK, J. A chave. 
1946. Óleo sobre linho, 
149,8 cm x 208,3 cm.© T
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ANÁLISE DE CASO 
Depois de realizadas as entrevistas, vocês irão analisar as respostas obtidas e verificar quais 
delas chamaram mais a atenção. 
Organizem as respostas montando uma nuvem de palavras ou um mapa mental com expres-
sões ou trechos das falas dos entrevistados. 
Compartilhem o resultado com os demais grupos e verifiquem se a hipótese levantada na 
etapa 1, sobre organização de ganhos e despesas, pode ser verificada: as pessoas que têm 
alguma organização orçamentária poupam mais e se endividam menos?
Dicas para fazer um mapa mental.
• Numa folha, ou no computador, façam um desenho que represente o conceito central das 
informações coletadas na entrevista. Se preferirem, pode ser apenas uma palavra represen-
tativa. Esse desenho ou essa palavra deve ficar na parte central do mapa.
• Da imagem ou da palavra central devem partir setas para outras palavras, frases ou imagens, 
e dessas partem outras. Veja um exemplo:
Etapa
2
Agora vocês farão o estudo de caso propriamente dito. Reúnam-se com os demais grupos e, 
com base nas respostas obtidas nas entrevistas, separem os entrevistados em quatro tipos 
de caso: 
1. Pessoa que anota o que ganha e o que gasta, mas que tem financiamento ou dívida.
2. Pessoa que anota o que ganha e o que gasta e guarda algum dinheiro.
3. Pessoa que não anota o que ganha e o que gasta e tem financiamento ou dívida.
4. Pessoa que não anota o que ganha e o que gasta e guarda algum dinheiro.
Em seguida, cada grupo escolherá um caso para investigar mais a fundo. 
Retomem os registros das entrevistas, verificando quais são as principais dificuldades das 
pessoas no que se refere ao planejamento financeiro. Caso necessitem conversar com um dos 
entrevistados para esclarecer algum ponto, esse é o momento. 
Registremas principais conclusões e compartilhem com os demais grupos. Assim a turma poderá ter 
um panorama geral sobre a relação de cada tipo de caso com o planejamento financeiro.
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> SAIBA MAIS
O quinto poder 
Direção: Bill Condon. Estados Unidos, 2013. DVD (129 min). 
O filme conta a história da criação da plataforma da internet lançada em 2006 por Julian 
Assange e Daniel Domscheit-Berg, que ficou famosa em 2010 por publicar grande quantidade de 
documentos oficiais do governo dos Estados Unidos. 
Encontro com Milton Santos: o mundo global visto do lado de cá
Direção: Silvio Tendler. Brasil, 2006. DVD (90 min). 
O documentário apresenta a visão crítica do geógrafo brasileiro Milton Santos sobre o processo 
de globalização.
A evolução da web
Disponível em: http://www.evolutionoftheweb.com/. Acesso em: 28 ago. 2020.
O site apresenta uma linha do tempo interativa dos principais marcos da internet.
1984
George Orwell. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
O romance, publicado originalmente em 1949, apresenta uma sociedade distópica, marcada pela 
constante vigilância da população e controlada por um Estado autoritário, que presta grandes 
cultos de personalidade a seu líder político. O protagonista trabalha em um órgão governamental 
e tem a tarefa de reescrever artigos de jornal do passado de modo a alterar os registros, 
deixando-os em sintonia com a atual ideologia do governo.
Como o futebol explica o mundo: um olhar inesperado sobre a globalização
Franklin Foer. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
O jornalista Franklin Foer reuniu nesse livro histórias sobre futebol em diversas regiões do 
mundo. Por meio delas, o autor reflete sobre as características do mundo globalizado e a forma 
como elas afetam a vida cotidiana de diferentes sociedades.
Snowden: um herói do nosso tempo
Ted Rall. São Paulo: Martins Fontes, 2015. 
Versão em quadrinhos da história de Edward James Snowden, ex-administrador de sistemas da 
Agência de Segurança Nacional (NSA) dos Estados Unidos que revelou ao mundo documentos 
sigilosos do governo estadunidense. Esses documentos provavam que a NSA praticava 
espionagem ilegal de e-mails e conversas telefônicas em todo o mundo.
Driblando a democracia: como Trump venceu 
Direção: Thomas Huchon. França, 2018. Vídeo (52 min). Disponível em: https://vimeo.
com/295576715. Acesso em: 28 ago. 2020.
O documentário mostra como as informações divulgadas pelos usuários das redes sociais 
contribuíram de maneira significativa para que a empresa Cambridge Analityca tornasse vitoriosa 
a campanha eleitoral de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. 
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https://vimeo.com/295576715
http://www.evolutionoftheweb.com/
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UNIDADE
44
 1. Como vimos, a violência pode assumir for-
mas muito variadas. Com base nos exem-
plos citados, descreva os tipos de violência 
que você observa com mais frequência no 
seu cotidiano.
 2. Existem muitas formas de violência dentro 
do ambiente escolar. Uma delas é conheci-
da atualmente como bullying. Por que você 
acha que ela ocorre? Que medidas podem 
ser tomadas para evitar essa prática?
As múltiplas 
faces da 
violência
A violência se manifesta das mais dife-
rentes maneiras: assaltos, agressões físicas e 
verbais, violência doméstica, ações arbitrárias 
da polícia, guerras, atentados terroristas, assé-
dios morais e sexuais, supressão dos direitos 
civis, práticas de tortura, entre muitos outros 
exemplos. Não importa como ela se apre-
senta: a violência choca e suas práticas devem 
ser combatidas. Nesta unidade veremos 
algumas dessas manifestações de violência e 
suas consequências.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVRO
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CAPÍTULO
3 Terrorismo
Em junho de 2019, o político alemão Walter Lübcke (1953-2019) foi 
executado a tiros em sua casa, no estado alemão de Hesse. Lübcke, um 
político do mesmo partido da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, 
vinha recebendo ameaças de grupos de extrema-direita que defendem 
ações terroristas na Alemanha.
Esses grupos perseguiam o político pelo fato de ele se posicionar 
a favor de refugiados que vivem em território alemão. O assassinato 
de Lübcke não foi o único cometido por grupos que agem de forma 
terrorista no país. De acordo com dados de institutos de pesquisa da 
Alemanha, entre 2016 e 2019, houve pelo menos 16 mortes provocadas 
por ações terroristas promovidas por grupos de extrema-direita. 
Além disso, milhares de outros crimes foram cometidos por esses 
grupos extremistas. Os participantes desses movimentos são indivíduos 
insatisfeitos com os rumos políticos da Alemanha, que acreditam serem 
capazes de enfraquecer o governo por meio de ações violentas e levar 
ao poder grupos ou partidos que defendam ideias de extrema-direita.
Essa situação é um exemplo do papel que as ações terroristas 
desempenham na ordem política contemporânea. Assim como os 
movimentos de extrema-direita na Alemanha, existem muitos outros 
grupos espalhados pelo mundo que empregam ações terroristas para 
atingir fins políticos. Esses grupos defendem ideologias muito diversas, 
portanto não representam um fenômeno exclusivo da extrema-direita. 
Neste capítulo, vamos analisar a história do terrorismo e o modo como 
esse tipo de ação se tornou uma estratégia utilizada por vários grupos, em 
diversas partes do mundo, na tentativa de alcançar mudanças políticas.
■ Ativistas de extrema 
direita usando 
máscaras gritam 
slogans durante a 
marcha dos veteranos 
no centro da cidade de 
Kiev (Ucrânia), 2020.
Consultar as Orientações para o professor para obter mais informações sobre o capítu-
lo e sobre o trabalho com as atividades.
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■ Oficiais do exército 
nigerino inspecionam 
carro pertencente à 
Acted, no local onde 
seis integrantes da 
organização francesa 
de ajuda humanitária, 
juntamente com o guia 
local e o motorista, 
foram mortos por 
homens armados 
não identificados, na 
Reserva Kouré, a cerca 
de 60 km de Niamei 
(Níger), 2020.
O que é terrorismo?
Nas últimas décadas, o conceito de terrorismo passou a ser utilizado 
com frequência nos meios de comunicação. Ataques contra populações 
civis em diferentes regiões do mundo, como os que ocorreram em uma 
aldeia no estado de Borno, na Nigéria, em junho de 2020, são classificados 
como atos terroristas pela imprensa e por autoridades.
Afinal, o que são atos terroristas e por que são assim classifica-
dos? Qualquer ataque praticado contra uma população civil é uma 
ação terrorista? O que diferencia uma guerra de um ataque terrorista? 
Essas questões foram analisadas por diversos pensadores das Ciências 
Humanas e Sociais.
O professor israelense Ariel Merari (1939-), um importante espe-
cialista em terrorismo, afirma que essetipo de prática é “um modo 
de luta”. Merari diz que o terrorismo pode ser definido de diferentes 
maneiras, embora quase sempre assuma uma conotação negativa. A 
maioria das pessoas associa ataques terroristas a valores morais negati-
vos, como covardia ou desumanidade, mas, segundo o pesquisador, há 
quem entenda os atos terroristas como ações que combatem injustiças, 
podendo, inclusive, assumir uma dimensão revolucionária.
Essa polarização, segundo Merari, cria dificuldades para uma análise 
crítica do fenômeno do terrorismo, já que diferentes agentes sociais 
podem utilizá-lo de acordo com seus interesses, atacando grupos e 
movimentos adversários. Determinado grupo político, por exemplo, 
pode chamar de terrorista um grupo que luta por mudanças sociais, 
assim como esse grupo pode classificar os governantes de seu país 
como terroristas, ao denunciar ações do governo.
Para evitar que qualquer tipo de ação de luta possa ser considerado 
terrorista, Merari e outros cientistas sociais elaboraram uma conceitua-
ção mais delimitada de terrorismo.
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Uma definição de terrorismo
O terrorismo no mundo contemporâneo pode ser definido, segundo 
Ariel Merari, como uma forma de ação violenta promovida – principal-
mente, mas não exclusivamente – por indivíduos ou grupos em tempos 
de paz (sem uma declaração formal de guerra convencional).
Além disso, o terrorismo é uma ação com motivação política que 
envolve quase sempre alvos não militares ou populações civis como 
forma de lutar contra o Estado e seus agentes. Por isso, o terrorismo é 
realizado, na maioria das vezes, por grupos que não controlam as ins-
tituições políticas, mas que visam modificar essa situação. Em síntese, 
o terrorismo pode ser classificado como uma violência insurrecional.
Essa definição de terrorismo pode nos ajudar a analisar e classifi-
car ações violentas praticadas no presente, mas é importante destacar 
que o terrorismo não é uma prática recente. Na realidade, ao longo da 
História, diferentes grupos utilizaram estratégias violentas que podem 
ser classificadas como terroristas.
Um dos exemplos mais antigos registrados pelos historiadores é a 
organização dos zelotes na Antiguidade, na região da atual Palestina. 
Esse território fazia parte do Império Romano e os zelotes formavam 
um grupo de hebreus que desejava expulsar os romanos dessas terras.
Nos primeiros anos da era cristã, os zelotes promoveram ataques contra 
as forças romanas com o objetivo de instaurar o terror e incentivar um 
levante popular contra o Império. As forças romanas, porém, reprimiram o 
movimento, dominando o controle da região. Mais de 2 mil hebreus acu-
sados de envolvimento no movimento foram crucificados pelos romanos.
Outro episódio ocorreu no século IV. Sob o domínio do Império Romano, 
em uma época marcada por intenso confronto entre o paganismo e o cris-
tianismo, a Alexandria, no Egito, foi palco de um dos mais violentos conflitos 
religiosos da Antiguidade. No ano 390, com a oficialização do cristianismo, as 
teorias científicas pagãs passaram a representar uma ameaça aos preceitos 
da fé e ao poder político da Igreja nas-
cente. Segundo historiadores, em 391, 
uma multidão enfurecida de extre-
mistas cristãos atacou a Biblioteca de 
Alexandria, centro do conhecimento 
do mundo antigo. A biblioteca sofreu 
vários ataques até ser completamente 
destruída em 646. 
Ao longo dos séculos, outros movi-
mentos fizeram uso de estratégias 
terroristas, mas foi no início da era con-
temporânea que o termo terrorismo 
passou a ser utilizado para definir as 
ações de um grupo específico. 
Violência 
insurrecional
Forma de violência 
praticada com o objetivo 
de lutar contra a ordem 
social estabelecida.
	■ DUDLEY, R. A. 
O incêndio da 
Biblioteca de 
Alexandria em 391 
d.C. ca. 1910. Litografia. 
Ilustração publicada 
em Hutchinsons history 
of the nations. 
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O nascimento do terrorismo 
contemporâneo
O terrorismo no mundo contemporâneo pode ser definido, de 
modo geral, como uma ação violenta praticada por grupos que não 
controlam as instituições políticas. 
O termo terrorismo se originou na época da Revolução Francesa 
(1789-1799), em referência às ações dos jacobinos no período do Terror 
(1793-1794). Os jacobinos formavam um dos grupos que disputavam o con-
trole do Estado francês durante a Revolução, representando os interesses 
da pequena burguesia e de setores populares da sociedade francesa.
Em 1792, com o fim da monarquia na França e a instituição de 
uma República, os jacobinos passaram a controlar o governo. No ano 
seguinte, a crise social e as disputas políticas começaram a ameaçar esse 
controle. Para se fortalecer, os jacobinos utilizaram estratégias violentas 
contra seus opositores – ou mesmo contra aliados vistos com descon-
fiança. Cerca de 300 mil franceses foram presos, acusados de serem 
inimigos da Revolução. Esse período foi chamado de O Grande Terror, 
Terror Jacobino ou, simplesmente, Terror. Entre os principais alvos do 
Tribunal estavam represen-
tantes da alta burguesia. 
O Terror foi um período 
caracterizado por um governo 
que exerceu o medo como 
forma de controle social. Por 
essa razão, muitos pesquisado-
res classificam esse modelo de 
terrorismo de Estado. Assim, 
em sua origem, as práticas ter-
roristas estavam associadas 
ao Estado e apenas posterior-
mente passaram a denominar 
grupos que não controlam o 
governo.
	■ A EXECUÇÃO de 
Robespierre e seus 
apoiadores em 
28 de julho de 
1794. [18--?]. Aquarela, 
116 cm x 90 cm.
> DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Ao longo do tempo, diferentes tipos de comportamento foram considerados atos de terrorismo. 
Reúnam-se em grupos e listem ações que possam ser caracterizadas como terroristas, na atualidade. 
Com base nesse levantamento, analisem se há na sociedade brasileira eventos que se aproximem de 
comportamentos considerados terroristas e discutam as ideias do grupo, justificando seus pontos 
de vista.
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O terrorismo ao longo do século XX
A partir da segunda metade do século XIX e o início do século XX, o terrorismo começou a 
assumir a configuração contemporânea, passando a ser praticado contra o Estado. Aproveitando 
o contexto de desmantelamento dos grandes impérios Russo, Otomano e Austro-Húngaro e da 
emergência da democracia e do nacionalismo, grupos e organizações terroristas começaram a 
se organizar na Europa.
Na Rússia, tiveram início, no século XIX, movimentos revolucionários que lutavam contra o 
poder do czar, governante absolutista do país. A primeira organização político-terrorista da história, 
o Narodnaya Volia (Vontade do Povo), foi responsável pelo assassinato do czar Alexandre II, em 1881. 
Outro movimento terrorista importante nesse contexto teve origem no território da atual 
Sérvia. O movimento Mão Negra, que defendia a emancipação da região do Império Austro-
-Húngaro, planejou e executou o assassinato do herdeiro do trono austro-húngaro, o arquiduque 
Francisco Ferdinando da Áustria, e sua esposa, Sofia Chotek. Esse episódio foi o estopim da 
Primeira Guerra Mundial.
Ao longo do século XX, outros movimentos organizaram ações terroristas para fins políticos. 
A partir da segunda metade do século, o terrorismo passou a ter um caráter predominantemente 
internacional, resultado dos avanços tecnológicos e de comunicação, que permitiram aos grupos e 
organizações cruzar fronteiras para promover ataques, espalhando o medo em uma escala inédita. 
Sequestros de voos internacionais e atentados em paísesfora da área de reivindicação dos grupos, 
atingindo pessoas de diversas nacionalidades, são característicos desse momento.
Muitos movimentos terroristas tinham propostas emancipacionistas, baseadas em valores 
nacionalistas. O IRA (Irish Republican Army, traduzido como Exército Republicano Irlandês) e o 
ETA (Euskadi Ta Askatasuna, traduzido como Pátria Basca e Liberdade) estão entre as organizações 
que se destacaram nesse período.
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	■ Manifestação em defesa dos direitos dos prisioneiros do ETA, em Bilbao (Espanha), 2020.
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Observe abaixo a reprodução de Guernica, produzida em 1937, pelo pintor espanhol Pablo 
Picasso. Nessa obra, que representa um dos principais símbolos dos reflexos da guerra e uma 
manifestação a favor da paz, o artista retratou o ataque à região do País Basco.
DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS>
■ PICASSO, P. Guernica. 1937. Óleo sobre tela, 351 cm x 782 cm.
Em seguida, leia um trecho da Declaração sobre medidas para eliminar o terrorismo 
internacional, da Organização das Nações Unidas (ONU), Resolução 49/60 da Assembleia Geral, 
parágrafos 2 e 3.
[...] 
2. Atos, métodos e práticas de terrorismo constituem uma grave violação dos propósitos e prin-
cípios das Nações Unidas, o que pode representar uma ameaça à paz e segurança internacionais, 
comprometem as relações amigáveis entre os Estados, dificultam a cooperação internacional e visam 
à destruição de direitos humanos, liberdades fundamentais e bases democráticas da sociedade;
3. Atos criminosos pretendidos ou calculados para provocar um estado de terror no público em 
geral, em um grupo de pessoas ou em indivíduos para fins políticos são injustificáveis em qualquer 
circunstância, independentemente das considerações de ordem política, filosófica, ideológica, racial, 
étnica, religiosa ou de qualquer outra natureza que possam ser invocadas para justificá-los.
[...]
ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS. Assembleia Geral. Declaração sobre medidas para eliminar o terrorismo internacional. Genebra, 1995. p. 4. 
Disponível em: https://www.un.org/ga/search/view_doc.asp?symbol=A/RES/49/60. Acesso em: 30 ago. 2020. [Tradução nossa.]
 1. O bombardeio de Guernica, retratado por Picasso, remete a um ataque aéreo provocado por aviões 
alemães durante a Guerra Civil Espanhola. Como o terror da guerra é representado na obra?
 2. Com base no que foi estudado neste capítulo, aponte como é possível relacionar a imagem de 
Picasso à declaração da ONU sobre o terrorismo.
 3. Guernica é um exemplo de obra de arte que denuncia práticas violentas praticadas contra populações 
civis. Assim como ela, existem muitos outros exemplos de obras de arte que fazem esse tipo de denúncia. 
Com a ajuda de seus colegas, pesquise outros exemplos e montem uma galeria digital sobre o tema.
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O terrorismo no século XXI
Na passagem do século XX para o século XXI, a maior integração 
do mundo promovida pela globalização possibilitou a prática de ações 
terroristas em diferentes regiões. Alguns grupos passaram a organizar 
ataques em diferentes países visando instalar o terror para fortalecer 
suas causas. Assim, grupos extremistas de direita ou esquerda, fun-
damentalistas religiosos e nacionalistas, entre outros, vêm utilizando 
estratégias terroristas para alcançar seus objetivos.
Para compreender o terrorismo no século XXI, é preciso analisá-
-lo como um fenômeno amplo e que pode ser mobilizado por grupos 
com crenças e características muito diversas. Além disso, é importante 
entender que não há uma visão de mundo que tenha maior ou menor 
afinidade com as estratégias terroristas, para evitar a reprodução acrítica 
de representações sociais muito disseminadas nos meios de comunica-
ção que associam o terrorismo a práticas de grupos específicos.
Militantes ligados a essa organização executaram, entre outros aten-
tados, o que destruiu as torres gêmeas do World Trade Center, na cidade 
de Nova York, Estados Unidos, em 11 de setembro de 2001, que causou 
a morte de quase 3 mil pessoas.
A Al-Qaeda e os ataques 
de 11 de setembro
A Al-Qaeda se organizou durante a Guerra do Golfo (confronto entre 
Kuwait e Iraque ocorrido entre 1990 e 1991), na qual os Estados Unidos 
apoiaram o Kuwait e instalaram tropas na península Arábica, berço do 
profeta Maomé e sede dos principais santuários do islamismo.
A invasão ocidental, somada à miséria e à destruição causadas pelo 
conflito, criou um cenário favorável ao fundamentalismo religioso. 
Osama Bin Laden, criador e líder da Al-Qaeda, apesar de se opor ao 
Iraque, não aceitava a permanência dos soldados estadunidenses no ter-
ritório e iniciou uma campanha de resistência contra os ocidentais que 
controlavam militarmente a região e tinham muita influência política. 
Fundamentalista
Relativo a fundamen-
talismo, movimento 
conservador que defende 
interpretações rígidas de 
doutrinas ou ideias.
■ Pessoas fogem após 
desmoronamento 
da Torre Norte no 
atentado de 11 de 
setembro às torres 
gêmeas do World 
Trade Center (WTC), 
em Nova York (Estados 
Unidos), 2001.
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O Estado Islâmico
Os métodos da Al-Qaeda serviram de modelo para um grupo que se formou 
no noroeste do Iraque, no início do século XXI, e se expandiu para outras regiões. 
Liderado pelo iraquiano Abu Bakr al-Baghdadi, o autodenominado Estado Islâmico 
tornou-se conhecido ao disseminar pela internet vídeos de execuções de reféns e 
de destruição de monumentos históricos não identificados com a cultura islâmica. 
Em março de 2015, outro grupo fundamentalista islâmico afiliou-se ao Estado 
Islâmico: o Boko Haram, que desde 2009 promove ataques terroristas e sequestros 
na Nigéria e atualmente controla o nordeste do país. O grupo, cujo nome significa 
“educação ocidental é proibida”, defende a implantação de um regime fundamen-
talista islâmico na região, de população majoritariamente muçulmana. 
Desde a escalada dos conflitos, estima-se que mais de 2 milhões de pessoas 
tenham se deslocado para outras regiões da Nigéria ou para países vizinhos, 
como Chade, Camarões e Níger, na tentativa de fugir da dominação ostensiva 
do grupo.
	■ Homens sob telhado 
destruído de uma 
residência atingida 
durante tiroteio entre 
Zakir Rashid Bhat, 
conhecido como 
Zakir Musa, líder de 
um grupo militante 
filiado à Al-Qaeda, na 
vila de Dadasara, no 
sul de Tral, Caxemira 
(Índia), 2019. 
> MEUS ARGUMENTOS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Em 2015, houve um atentado contra o jornal francês Charlie Hebdo, que feriu e matou pessoas. O 
atentado foi realizado como retaliação às charges satíricas feitas pelo jornal sobre o profeta muçul-
mano Maomé e causou grande comoção. Pesquise notícias sobre o evento e elabore uma lista de 
argumentos que você considera necessários para compreender os pontos de vistas de ambos os 
lados. Como seria possível encontrar uma solução pacífica para esse conflito? 
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A guerra ao terror 
Os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 provocaram uma 
resposta imediata dos Estados Unidos. Quando ocorreram, o presidente 
republicano George W. Bush, que governouo país de 2001 a 2009, estava 
no início do seu primeiro mandato.
A resposta estadunidense deu início a uma política externa agressiva, 
visando combater potenciais grupos terroristas e assegurar interesses 
geopolíticos e econômicos do país. Essa política, que foi chamada de 
Guerra ao terror, tem desdobramentos até os dias de hoje.
No início de 2001, forças estadunidenses invadiram o Afeganistão, 
onde, acreditava-se, Bin Laden estaria escondido. A ação militar derru-
bou o governo dos religiosos fundamentalistas da milícia Talibã, que 
controlava o país desde 1996. Cabe ressaltar que o Talibã é um grupo 
provincial e não participou de ataques aos 
países ocidentais. Embora tenha sido desti-
tuído do governo formal, o grupo se tornou 
ainda mais influente depois da invasão. 
Em março de 2003, os governos dos 
Estados Unidos e da Inglaterra lideraram uma 
coalizão militar que invadiu o Iraque e depôs 
o presidente Saddam Hussein, apesar da 
oposição do Conselho de Segurança da ONU, 
do governo de diversos países e da opinião 
pública internacional. A alegação de que o 
Iraque contava com armas de destruição em 
massa foi posteriormente desmentida por 
diversas autoridades.
Economicamente, a invasão impactou o 
mundo. Além de interromper a produção ira-
quiana de petróleo, a instabilidade política 
causada no Oriente Médio fez que o preço do 
produto disparasse. Em 2003, quando os Estados 
Unidos chegaram à região, o preço do barril 
custava em torno de US$ 25. Cinco anos mais 
tarde, em 2008, os preços do barril chegaram a 
US$ 140.
A retirada completa das tropas estadu-
nidenses do Iraque aconteceu em 2011, após 
nove anos de ocupação. 
	■ Cena do filme Guerra 
ao terror, de Kathryn 
Bigelow (Estados 
Unidos, 2008).
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Ainda assim, os conflitos provocados pela presença do Estado Islâmico fizeram que novas 
tropas fossem enviadas ao país em 2014. No início de 2020, cerca de 5 mil soldados estaduniden-
ses ainda ocupavam o território.
A ocupação do Afeganistão por forças estrangeiras deve se prolongar por mais tempo. Embora 
a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) tenha retirado suas tropas do território em 2014, 
o governo estadunidense prorrogou sua ação no país, alegando que era preciso treinar as forças 
armadas afegãs para enfrentarem o fortalecimento do Talibã.
Os atentados terroristas realizados no século XXI atingiram praticamente todas as regiões do 
globo, vitimando milhares de pessoas. Apesar do destaque dado pela mídia aos ataques ocorridos 
na Europa e nos Estados Unidos, o Oriente Médio, a África e a Ásia concentram o maior número de 
vítimas do terrorismo: mais de 21 mil, em 2015. No mesmo período, aproximadamente 600 pessoas 
perderam a vida em atentados realizados na Europa, incluindo a parte europeia da Turquia. 
Os grupos terroristas que causaram mais mortes no ano de 2015 foram o Estado Islâmico, o 
Boko Haram, o Talibã e a Al-Qaeda. 
Fonte: INSTITUTE FOR ECONOMICS & PEACE. Global terrorism index 2019 – Measuring the impact of terrorism. Sydney, 2019. p. 8-9. Disponível em: 
http://visionofhumanity.org/app/uploads/2019/11/GTI-2019web.pdf. Acesso em: 28 ago. 2020.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
• O Instituto de Economia e Paz, com sede na Austrália, elaborou, em 2019, um relatório sobre o nú-
mero de mortes decorrentes de atos terroristas, apontando uma grande redução desses números 
nos últimos anos, principalmente a partir de 2014. O mapa acima analisa o impacto do terrorismo 
nos diferentes países. 
Com base nos dados do mapa, analise como podemos compreender o impacto do terrorismo nas 
regiões detalhadas no texto (em especial, Oriente Médio, África e Europa) e na distribuição desses 
atos no cenário global.
Mundo: o impacto do terrorismo, 2019
Trópico de Capricórnio
Trópico de Câncer
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Círculo Polar Antártico
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Muito alto Alto Médio Baixo Muito baixo Sem impacto Não incluído
Escala do impacto do terrorismo
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http://visionofhumanity.org/app/uploads/2019/11/GTI-2019web.pdf
A guerra ao terror e a restrição às 
liberdades individuais
A guerra ao terror foi acompanhada de uma política externa mais agressiva 
como forma de combate aos grupos praticantes de ações terroristas e de medidas 
que restringem as liberdades individuais.
Em seguida, no dia 26 de outubro de 2001, o governo estadunidense criou o USA 
Patriot Act, que reforçou o direito do Estado de manter estrangeiros presos sem julga-
mento, negando-lhes seus direitos de defesa, inclusive aqueles existentes em tempos de 
guerra. Em nome da proteção de seu território, os Estados Unidos começaram a enfra-
quecer as garantias fundamentais dos regimes democráticos, como a liberdade individual.
Outro exemplo de como o governo dos Estados Unidos ampliou seus poderes de 
modo a violar garantias individuais foi a concessão de autorização para investigar e arma-
zenar dados privados dos cidadãos. Conversas telefônicas, registros de navegação na 
internet ou dados bancários passaram a ser interceptados e analisados pelo governo. 
Agentes de inteligência adquiriram o poder de espionar os cidadãos, restringindo a liber-
dade individual de manifestação ou organização. Muitas pessoas investigadas foram 
postas sob vigilância apenas pelo fato de fazerem críticas ou se oporem ao governo.
Essas medidas não foram adotadas apenas nos Estados Unidos, mas em diver-
sos países. Em 2015, por exemplo, a 
França adotou medidas de exceção 
chamadas de Vigipirate, após ter 
sofrido ataques terroristas em seu 
território.
Criado na década de 1990, o plano 
foi reformulado de modo a ampliar 
as atribuições do governo francês 
visando a garantir maior eficácia no 
combate a grupos terroristas. 
Com a participação das forças 
armadas, o programa permitiu a 
adoção de medidas que ampliaram os 
mecanismos de vigilância em território 
francês, que vigoram até o presente. 
O programa, porém, recebe críticas 
de alguns setores da sociedade, para 
os quais esses mecanismos infringem 
direitos individuais dos cidadãos.
	■ Homem protesta contra o Patriot Act 
durante comício anarquista no último 
dia da Convenção Nacional do Partido 
Democrata, em Boston, Massachusetts 
(Estados Unidos), 2004.
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O conceito de Estado de exceção
Os Estados nacionais, em nome do combate ao terrorismo global, 
passaram a intensificar suas atribuições, o que vem ameaçando as liber-
dades individuais em países democráticos. 
O filósofo italiano Giorgio Agamben (1942-) tem se dedicado a ana-
lisar problemas de filosofia política no mundo contemporâneo por 
meio do conceito de Estado de exceção. Esse conceito, que começou 
a ser desenvolvido no século XIX e ganhou maior destaque no início do 
século XX, foi utilizado na defesa do direito dos Estados de ampliar seus 
poderes em situações emergenciais, passando por cima das leis comuns, 
mesmo que isso implicasse a violação dos direitos dos cidadãos.
O maior exemplo dessa política foi a Alemanha nazista. Em fevereiro 
de 1933, os nazistas criaram um decreto que impunha um Estado de 
exceção em toda a Alemanha. As leis regulares deixaram de ser aplicadas 
e o governo tinha o direito de criar novas medidaspara perseguir e punir 
grupos que ameaçassem os interesses do Estado.
Para Agamben, a guerra ao terror vem sendo utilizada como pretexto 
para a criação de um Estado de exceção permanente nas democracias con-
temporâneas, o que implica o fortalecimento cada vez maior dos Estados 
em detrimento das liberdades dos cidadãos, ameaçando a democracia.
	■ Comício do Partido 
Nazista em Nuremberg 
(Alemanha), 1937. 
> MEUS ARGUMENTOS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Em contraposição ao Estado de exceção, temos a construção histórica do Estado de direito, que pro-
move a segurança e a estabilidade por meio das leis. Tendo em vista a necessidade da elaboração de 
normas para o combate ao terrorismo, aponte os setores da sociedade que deveriam ser consultados 
e por quais razões os seus argumentos deveriam ser considerados para que as leis sejam efetivas e 
não impliquem um Estado de exceção. 
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NÃO ESCREVA 
NO LIVROATIVIDADES>
Leia os textos abaixo. O primeiro se refere ao pensamento de Marshall 
McLuhan (1911-1980), um dos primeiros teóricos da comunicação; o segundo é 
um trecho da obra 1984, uma distopia futurista escrita em 1949 por George 
Orwell (1903-1950):
A ‘aldeia global’ representava a transformação do mundo linear, especializado 
e visual – criado pela mídia impressa –, num mundo simultâneo e multissensorial 
– propiciado pela mídia eletrônica. Antes, era uma coisa atrás da outra, uma de 
cada vez. Hoje, é tudo ao mesmo tempo, em todo lugar. Na ‘aldeia global’ tudo 
se fala, tudo se ouve. A internet criou um novo espaço para o pensamento, para 
o conhecimento e para a comunicação. Esse espaço não existe fisicamente, mas 
virtualmente. É o ciberespaço. O espaço virtual é formado por cada computador 
e por cada usuário conectado nessa imensa rede. Não há como escapar. O cibe-
respaço tomou conta do planeta.
GUIZZO, E. Internet. São Paulo: Ática, 1999. p. 41-42.
[…] Não encontrara dificuldades em relação à viagem, e a experiência com 
que a garota lidava com as coisas era tão evidente que ele não sentia tanto medo 
quanto normalmente sentiria. Ao que tudo indicava, podia confiar nela para 
encontrar um lugar seguro. Em geral, não se podia supor que a pessoa estivesse 
muito mais segura no campo do que em Londres. Não havia teletelas, claro, mas 
sempre se corria o risco de que o lugar fosse vigiado por microfones escondidos, 
que haveriam de captar e identificar a voz de quem aparecesse por ali; além 
disso, não era fácil viajar sozinho sem atrair atenção. Para distâncias inferio-
res a 100 quilômetros, não era necessário visto no passaporte, porém às vezes 
havia patrulhas nas estações ferroviárias e os guardas pediam os documentos 
de qualquer membro do Partido que encontrassem pela frente, submetendo-os a 
perguntas inconvenientes. 
ORWELL, G. 1984. Tradução de Alexandre Hubner e Heloisa Jahn. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. p. 120-121.
 1. Com base no que foi estudado no capítulo e nas ideias expostas no texto referente ao 
pensamento de McLuhan, justifique como a internet está relacionada à prevenção 
do terrorismo e à possibilidade de promoção da cultura de paz.
 2. No futuro imaginado por George Orwell, o mecanismo de vigilância estabelecido era 
tão eficiente que as pessoas se sentiam constantemente sob controle, justamen-
te por estarem mergulhadas em uma rede. Como podemos relacionar a distopia 
criada pelo autor aos conceitos de terrorismo e de guerra ao terror analisados no 
capítulo?
 3. Apesar de não haver consenso em relação ao termo terrorismo, existem alguns pontos 
comuns encontrados nas definições dadas pelos Estados, organizações internacionais 
e estudiosos sobre o assunto. Destaque os pontos que caracterizam as ações terroristas 
de uma forma mais ampla.
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BUSCANDO NOVOS CONHECIMENTOS E SOLUÇÕES
Agora, vocês vão buscar uma 
saída para os casos nos quais vocês 
detectaram necessidade de melhor 
organização do orçamento e de 
conhecimento de formas de investi-
mento, lembrando que os exemplos 
podem servir para outras pessoas da 
comunidade. 
A educação financeira é importante 
para todos que desejam ter uma vida 
financeira mais estável, independen-
temente de classe social.
Pesquisem soluções de educação 
financeira e investimento. Para isso 
vocês podem dividir a pesquisa por 
tema. Por exemplo:
1. Como fazer uma tabela de orça-
mento mensal e anual.
2. Como calcular juros mensais e
anuais.
3. Opções e tipos de investimentos.
Sugestões de links
para consulta:
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Escola 
Vir tual de Cidadania. Educação 
financeira. Brasília, DF, 2020. Disponível em: https://escolavirtualdecidadania.camara.leg.br/
site/843/educacao-financeira/. Acesso em: 30 ago. 2020.
CVM EDUCACIONAL. Escola de Educação Financeira. Programa Bem-estar Financeiro – Módulo 3: 
controle financeiro. Rio de Janeiro, 2018. Disponível em: https://www.investidor.gov.br/
portaldoinvestidor/export/sites/portaldoinvestidor/menu/Menu_Academico/Programa_Bem-
Estar_Financeiro/Apostilas/apostila_03-bef-controle_financeiro.pdf. Acesso em: 31 ago. 2020.
BANCO CENTRAL DO BRASIL. Caderno de Educação Financeira – Gestão de finanças pes-
soais. Brasília, DF, 2013. Disponível em: https://www.bcb.gov.br/content/cidadaniafinanceira/
documentos_cidadania/Cuidando_do_seu_dinheiro_Gestao_de_Financas_Pessoais/caderno_cida-
dania_financeira.pdf. Acesso em: 2 set. 2020.
FAVELADO INVESTIDOR. Vídeos. Disponível em: https://www.youtube.com/channel/UC_ 
IVY7OXbXLHAFoBcS4Sy4Q. Acesso em: 2 set. 2020.
SUA ESCOLA, nossa escola – Educação financeira. 2017. Vídeo (24min38s). Publicado pelo 
canal TV Escola. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=N_T5sNwaUHQ. Acesso em: 
31 ago. 2020.
VIDA E DINHEIRO. Disponível em: https://www.vidaedinheiro.gov.br/?doing_wp_cron=159873 
8016.6608779430389404296875. Acesso em: 30 ago. 2020.
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https://www.investidor.gov.br/portaldoinvestidor/export/sites/portaldoinvestidor/menu/Menu_Academico/Programa_Bem-Estar_Financeiro/Apostilas/apostila_03-bef-controle_financeiro.pdf
https://www.bcb.gov.br/content/cidadaniafinanceira/documentos_cidadania/Cuidando_do_seu_dinheiro_Gestao_de_Financas_Pessoais/caderno_cidadania_financeira.pdf
https://www.youtube.com/channel/UC_IVY7OXbXLHAFoBcS4Sy4Q
https://www.youtube.com/watch?v=N_T5sNwaUHQ
https://www.vidaedinheiro.gov.br/?doing_wp_cron=1598738016.6608779430389404296875
https://escolavirtualdecidadania.camara.leg.br/site/843/educacao-financeira/
CAPÍTULO
4 Violência
 O cartum reproduzido a seguir e as manchetes de notícia apresen-
tadas na sequência trazem à tona um aspecto da realidade comum a 
muitos jovens no Brasil e em muitos outros países: conviver de perto 
com a violência. Vamos refletir sobre isso?
Homem é morto em tentativa de assalto na zona sul de São Paulo
NAVARRO, I. Homem é morto em tentativa de assalto na zona sul de São Paulo. 25 maio 2020. R7. Disponível em:
https://noticias.r7.com/sao-paulo/homem-e-morto-em-tentativa-de-assalto-na-zona-sul-de-sao-paulo-24052020. Acesso em: 2 set. 2020.
Adolescente de 14 anos morre durante operação das polícias Civil 
e Federal no Rio de Janeiro
ADOLESCENTE de 14 anos morre durante operação das polícias Civil e Federal no Rio de Janeiro. Folha de Pernambuco, 19 maio 2020. Disponível em: https://
www.folhape.com.br/noticias/adolescente-de-14-anos-morre-durante-operacao-das-policias-civil-e-fed/141004/. Acesso em: 2 set. 2020.
Policial militar é executado a tiros na Zona Leste de São Paulo
COLOMBO, A. Policial militar é executado a tiros na Zona Leste de São Paulo. G1,20 jun. 2020. Disponível em: https://g1.globo.com/sp/sao-
paulo/noticia/2020/06/20/policial-militar-e-executado-a-tiros-na-zona-leste-de-sao-paulo.ghtml. Acesso em: 2 set. 2020.
Funai e polícia confirmam morte de 4º indígena assassinado no 
Maranhão em um mês e meio
FUNAI e polícia confirmam morte de 4º indígena assassinado no Maranhão em um mês e meio. Valor econômico. 13 dez. 2019 Disponível em: https://valor.globo.
com/brasil/noticia/2019/12/13/funai-e-policia-confirmam-morte-de-4o-indigena-assassinado-no-maranhao-em-um-mes-e-meio.ghtml. Acesso em: 2 set. 2020.
Consultar as Orientações para o professor para obter mais informações sobre o capítu-
lo e sobre o trabalho com as atividades.
CABRAL, I. Jornal 
Violento. Diário de Natal, 
31 out. 2007.
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O uso do termo violência no dia a dia, infelizmente, não é algo 
incomum em nosso cotidiano. A violência é frequentemente mostrada 
nos meios de comunicação, está presente nas ruas, na internet e nas 
residências de muitas famílias. Você sabe explicar o significado do 
vocábulo?
	■ Estudantes da rede pública, na Marcha Contra a Violência nas ruas da Vila do João, no 
Complexo da Favela da Maré, zona norte do Rio de Janeiro (RJ), 2017. 
A palavra violência deriva do termo em latim violentia, usado ori-
ginalmente para descrever o ato de usar a força contra o direito e a 
lei. Na maior parte das vezes nós nos referimos à violência como se 
fosse um sinônimo de violência física. Existem, porém, outras formas 
de violência. Para a Organização Mundial de Saúde (OMS), a violência 
representa o “uso intencional da força ou do poder, real ou em ameaça, 
contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma 
comunidade, que resulte ou tenha possibilidade de resultar em lesão, 
morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação”. 
Os atos violentos, sejam eles provocados ou gratuitos, físicos ou psi-
cológicos, reais ou simbólicos, provocam humilhações e sofrimento 
às vítimas, portanto não devem ser aceitos socialmente e constituem 
uma transgressão da ética e da cidadania em uma sociedade.
Entender as diferentes formas de violência e suas motivações é 
objeto de estudo das Ciências Humanas, que nos permitem compre-
ender esse fenômeno tão diverso para que seja possível combatê-lo. 
Esse é o tema que vamos estudar ao longo deste capítulo.
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Caracterizando a violência
O termo violência é usado, de modo geral, para descrever inúmeros tipos de 
ações provocadas por um indivíduo ou grupo contra outro, ou mesmo por parte 
de um Estado contra um indivíduo ou grupo. A maioria das pessoas compreende 
a violência, principalmente, como sinônimo de violência física, como agressões 
e homicídios, mas ela nem sempre ela é explícita, física ou deliberada, podendo 
assumir inúmeras formas e afetar as vítimas em diferentes intensidades. 
Uma maneira de iniciar nosso estudo, portanto, é falando da Declaração dos 
Direitos Humanos. Leia o fragmento de texto apresentado.
Aos 70 anos, Declaração Universal dos Direitos 
Humanos é mais importante do que nunca
A Declaração Universal dos Direitos Humanos chega aos 70 anos nesta segunda-
-feira (10), uma oportunidade de enfatizar as importantes conquistas do documento das 
Nações Unidas e lembrar o mundo de que os direitos humanos de milhões ainda estão 
sendo violados diariamente.
[...]
AOS 70 anos, Declaração Universal dos Direitos Humanos é mais importante do que nunca. Nações Unidas Brasil, 10. 
dez. 2018. Disponível em: https://nacoesunidas.org/aos-70-anos-declaracao-universal-dos-direitos-humanos-e-mais-
importante-do-que-nunca/. Acesso em: 02 set. 2020.
BECK, A. Armandinho Quatro. Florianópolis: Edição do autor, 2015. p. 34.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, publicada pela Organização das 
Nações Unidas (ONU) no dia 10 de dezembro de 1948, estipula um conjunto de liber-
dades fundamentais a todos os cidadãos. Elas podem ser civis ou políticas e incluem 
o direito à vida, à igualdade perante a lei, à liberdade de expressão, à moradia digna, 
ao trabalho, à educação à saúde, entre outros. 
A universalidade desses direitos significa que eles valem para toda pessoa, desde 
o momento em que ela nasce, independentemente de idade, gênero, cor da pele, 
nacionalidade, religião ou posição social. Nem mesmo um Estado legítimo pode 
violar os direitos humanos que todos nós, cidadãos, temos assegurados. A garantia 
dos direitos humanos universais existe na forma de tratados e de leis internacionais 
e, quando eles são violados, podemos considerar uma forma de violência. 
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A violência intrapessoal e coletiva 
A violência intrapessoal abrange diversas formas de violência 
cometidas por um indivíduo contra outro. Ela pode ser física, psicoló-
gica, moral, sexual, econômica ou social, deliberada ou não, ocorrendo 
em função das mais variadas motivações. 
A violência coletiva abrange as formas de violência cometidas por 
grupos de pessoas ou pelo Estado contra determinado indivíduo ou 
grupo. Podemos enquadrar nessa categoria vários tipos de atos que 
permeiam as sociedades, como guerras e conflitos armados, terrorismo, 
perseguições étnicas ou religiosas, discriminação, intolerância, precon-
ceito, exclusão e injustiças sociais. 
De modo geral, podemos classificar as formas de violências em:
• Violência física: uso da 
força física, como agres-
sões ou homicídios. 
• Violência econômica: 
roubos, furtos, golpes, 
fraudes etc. 
• Violência sexual: impo-
sição de desejos sexuais 
sem o consentimento da 
vítima, como assédio ou 
estupro. 
• Violência moral e (ou) 
psicológica: opressão 
psicológica, como humi-
lhação e bullying. 
• Violência social: repres-
são, exclusão e opressão 
de grupos minoritários em 
uma sociedade. 
• Violência estrutural: ações violentas geradas pela sociedade, a 
exemplo da repressão política e da exploração econômica.
> DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• É importante reconhecer todas as formas de violência, de que maneiras elas violam os direitos hu-
manos e que tipos de danos podem causar às vítimas, para que possamos denunciá-las. Em grupo, 
conversem sobre as formas de violência interpessoais e coletivas explicitadas no texto e reflitam 
sobre suas motivações e consequências. 
GALVÃO, B. Mapa da violência. Vale paraibano. São José dos Campos, mar. 2012.
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A violência física e letal no mundo
A violência física, como o próprio nome sugere, caracteriza qualquer ato vio-
lento com utilização da força física contra um indivíduo ou grupo. Quando ela é 
intrapessoal ou coletiva, é realizada por uma pessoa ou grupo contra um indiví-
duo ou grupo: brigas e (ou) agressões deliberadas que causam ou não ferimentos 
ou qualquer tipo de dano físico, ou, em determinados casos, a violência letal ou 
homicídio.
Podemos considerar que tais atos têm motivações que, na maior parte dos 
casos, podem ser bem definidas: apropriação de bens da vítima, crimes de ódio, 
crimes passionais, desentendimentos por questões específicas e (ou) relaciona-
das ao crime organizado – combatido pelos Estados –, que ocorre em âmbito de 
trânsitos e comércio internacionais e ilegais, cujas relações são favorecidas pela 
globalização. 
Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), a 
América Latina é a região mais violenta do mundo e o Brasil figura entre os paísesmais violentos do continente latino-americano, sobretudo no que se refere à 
taxa de homicídios para cada cem mil habitantes, como pode ser observado no 
mapa a seguir. 
Como podemos explicar esse fenômeno em nossa sociedade? Por que 
vivemos em um país tão violento e o que pode ser feito para mudar essa rea-
lidade? Essas são perguntas que desafiam até mesmo especialistas. A seguir 
vamos considerar algumas razões importantes para nos ajudar no entendimento 
desse cenário. 
Fonte: UNODC. Global Study on Homicide: executive summary, 1919. p. 14. Disponível em: https://www.unodc.org/
documents/data-and-analysis/gsh/Booklet1.pdf. Acesso em: 28 ago. 2020.
Mundo: taxa de homicídios por país, 2017
Trópico de Capricórnio
Trópico de Câncer
Equador
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Círculo Polar Antártico
Círculo Polar Ártico
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OCEANO
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OCEANO
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OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
0 3 140
Até 1
De 1,1 a 10
De 10,1 a 20
De 20,1 a 40
Mais de 40
Sem dados
Homicídios
(a cada 100 000 pessoas)
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https://www.unodc.org/documents/data-and-analysis/gsh/Booklet1.pdf
Entendendo a violência no Brasil
Em 2017, ocorreu no Brasil uma média de 
31,6 mortes violentas para cada 100 mil habi-
tantes, o maior nível histórico da violência letal 
no país. Como pode ser observado no mapa 
ao lado, a violência não ocorre de maneira uni-
forme pelo território brasileiro. 
Entre os muitos fatores que contribuem 
para esse cenário, podem ser citados os 
seguintes:
Desigualdade social: a dificuldade de 
ascensão social e de acesso aos bens e ao 
consumo por grande parte da população 
exerce influência sobre os altos índices de 
criminalidade, impulsionando o crime organi-
zado e gerando maiores índices de violência 
econômica e violência letal. 
Urbanização: as áreas urbanas apresentaram ao longo do tempo 
um crescimento rápido e desordenado, levando à formação de aglome-
rações subnormais (favelas) e espaços periféricos nos quais a população 
não tem acesso a serviços públicos adequados e a oportunidades de 
desenvolvimento, contribuindo para gerar criminalidade e aumentar as 
taxas de violência.
Falta de oportunidades e de um ambiente seguro: a educa-
ção de qualidade, o ambiente familiar adequado e a oportunidade de 
desenvolvimento pessoal são negados a muitos jovens das periferias 
brasileiras, muitos dos quais acabam se tornando infratores e come-
tendo crimes.
Crime organizado: além das desigualdades sociais, outros fatores 
influenciam, como a impunidade, o acesso relativamente fácil a armas 
de fogo e a atuação de grupos criminosos organizados, em especial 
aqueles que atuam no narcotráfico.
Fonte: IPEA. Atlas da Violência, 
2019. p. 13. Disponível em: 
https://www.ipea.gov.br/portal/
images/stories/PDFs/relatorio_ 
institucional/190605_atlas_da_ 
violencia_2019.pdf. 
Acesso em: 28 ago. 2020.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
• De acordo com o mapa, quais Estados apresentam as menores e as maio-
res taxas de homicídio no país? Em grupo, pesquisem sobre os tipos de
violência registrados com maior frequência em seu estado e quais me-
didas o governo adota para tentar impedir que essa prática se perpetue.
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Brasil: taxas de 
homicídios por UF, 2017
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Trópico de Capricórnio
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De 10 a 24,9
De 25 a 38,9
De 39 a 48,9
De 49 a 62,9
Taxa de homicídios
por UF em 2017
(a cada 100 mil habitantes)
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https://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/relatorio_institucional/190605_atlas_da_violencia_2019.pdf
Violências transnacionais e de 
fronteiras: o crime organizado
Algumas formas de violência são tão bem articuladas, que sua abrangência vai além 
do âmbito nacional, conectando diversos países em uma rede de criminalidade. Essas 
formas de violência envolvem o crime organizado em suas diferentes ações, como:
• Contrabando: consiste na prática de importar ou exportar, ilegalmente e 
sem registro ou pagamento de impostos, mercadorias e bens de consumo. Os 
principais produtos são armas de fogo, cigarros e produtos eletrônicos, entre 
outros. O trânsito internacional de mercadorias ilegais envolve em muitos 
casos a participação de agentes do Estado, dependendo de falsificações e da 
corrupção para seu funcionamento.
• Tráfico internacional de drogas (narcotráfico): envolve a produção, trans-
porte e comercialização de drogas ilícitas, fenômeno global que movimenta 
R$ 17 bilhões por ano apenas no Brasil, proporcionando não apenas a perpe-
tuação das atividades criminosas de grupos organizados, mas também um 
problema de saúde pública global. Em geral, os países periféricos são os prin-
cipais centros produtores, e os principais mercados consumidores são os países 
desenvolvidos do ocidente. 
• Tráfico de pessoas: a Organização das Nações Unidas (ONU) caracteriza esse 
tráfico como o recrutamento, transporte, transferência, abrigo ou recebimento 
de pessoas, por meio do uso da força ou outras formas de coerção, para fins 
de exploração. Esse tipo de tráfico tem como principais vítimas mulheres e 
crianças, com o objetivo de exploração sexual. Contudo, também se destacam 
outras finalidades, como o comércio ilícito de órgãos e exploração de mão de 
obra em situações análogas à escravidão. 
Vale ressaltar que nenhuma 
dessas formas de violência pra-
ticadas por grupos criminosos 
internacionais ocorre sem a 
existência de um mercado con-
sumidor. Dessa maneira, os 
consumidores também partici-
pam do tráfico internacional e 
alimentam sua existência. 
	■ Imagem da campanha contra o 
tráfico de pessoas, lançada pelo 
Ministério Público do Mato Grosso 
(Brasil), em 2017. A iniciativa teve o 
objetivo de sensibilizar a população 
na luta contra essa prática. 
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O narcotráfico e as vítimas da guerra 
às drogas no Brasil
No Brasil e na América Latina, de modo geral, 
o crime organizado e os grupos relacionados ao 
narcotráfico influenciam cerca de 25% a 70% de 
todos os homicídios na região, de acordo com 
dados do Escritório das Nações Unidas sobre 
Drogas e Crime (UNODC). 
Em 2006, o Brasil aprovou a atual Lei de 
Drogas que se articula em torno de dois pilares: 
de um lado, a prevenção ao uso indevido dessas 
substâncias e a reinserção social de usuários e 
dependentes, de outro a repressão à produção 
e ao tráfico ilícito desses entorpecentes. 
De fato, ao longo dos últimos anos, o tráfico 
de drogas se tornou o tipo de crime que mais 
tem levado pessoas à cadeia no Brasil. Dados do Departamento 
Penitenciário Nacional revelam que cerca de 21% da população car-
cerária masculina e cerca de 51% da população carcerária feminina 
são de pessoas envolvidas com esse tipo de crime. Contudo, diversos 
especialistas entendem que a política de repressão adotada no país 
provoca o aumento nos índices de violência e não sua redução. 
Entre 2009 e 2016, mais de 20 mil pessoas – entre elas agentes 
de segurança pública – morreram em 
ações policiais tentando combater o 
tráfico. A maior parte eram homens 
jovens, negros e moradores em 
regiões periféricas. 
Em razão desse grande número de 
mortes, muitos especialistas em segu-
rança pública questionam até que 
ponto essa política está sendo eficaz. 
Um dos argumentos é de que o uso da 
força policial muitas vezes não elimina 
o problema em sua raiz, pois esses 
grupos criminosos são substituídos por 
outros, iniciandonovos conflitos pelo 
controle de territórios. 
	■ Tanque de guerra 
em intervenção para 
combate ao tráfico de 
drogas na comunidade 
da Rocinha, Rio de 
Janeiro (RJ), 2017.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
• Observe as duas imagens acima. O que a fotografia revela? Qual a crítica que a charge expressa em 
relação à situação exibida na fotografia? 
CAZO. Intervenção militar no Rio, 2018. Jornal da Cidade, 19 mar. 2018.
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De acordo com o IPEA, a taxa de homicídios entre jovens no Brasil é de 60,9 
por 100 mil habitantes. Esses jovens, em sua maioria, são negros, de família pobre e 
moradores das periferias urbanas, que acabam entrando para o mundo do crime e 
do tráfico de drogas ou sendo vítimas aleatórias da violência, por falta de alternati-
vas. Muitos desses jovens convivem com a violência dentro de casa.
Leia a seguir a letra de um rap para a realização das atividades. 
Rap da felicidade
[...] 
Eu só quero é ser feliz
Andar tranquilamente na favela onde eu nasci, é
E poder me orgulhar
E ter a consciência que o pobre tem seu lugar
[...]
Minha cara autoridade, eu já não sei o que fazer
Com tanta violência eu sinto medo de viver
Pois moro na favela e sou muito desrespeitado
A tristeza e alegria aqui caminham lado a lado
Eu faço uma oração para uma santa protetora
Mas sou interrompido a tiros de metralhadora
Enquanto os ricos moram numa casa grande e bela
O pobre é humilhado, esculachado na favela
Já não aguento mais essa onda de violência
Só peço a autoridade um pouco mais de competência
RAP da felicidade. Intérpretes: Cidinho & Doca. Compositores: Cidinho; Doca; 
Malboro; Selva. Columbia Records. Rio de Janeiro, 1994.
Em grupo, pensem em argumentos para responder às seguintes questões: 
 1. É possível afirmar que existe uma relação entre a violência e as questões sociais nas 
cidades brasileiras? Justifiquem.
 2. Em relação ao trecho da letra da canção Rap da felicidade, do artista Cidinho, que 
crítica é feita à sociedade e ao poder público em relação à violência nas periferias? 
Justifiquem. 
 3. Que ações poderiam ser tomadas pelo poder público e pela sociedade, de modo geral, 
para reduzir a violência nas periferias e oferecer melhores condições de vida a essas 
populações? Reflitam sobre essa questão e apresentem sugestões.
DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS> NÃO ESCREVA NO LIVRO
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A violência institucional 
De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, 343 agentes da Polícia Civil e da Polícia 
Militar foram assassinados em 2018, em serviço ou não. Contudo, segundo esse órgão, nesse ano mais 
de 6 mil pessoas foram mortas por policiais, e o Brasil apresenta um dos piores índices globais de assas-
sinatos e outros abusos cometidos por agentes do Estado em todo o mundo. Observe o infográfico. 
> MEUS ARGUMENTOS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Se o Estado enquanto instituição máxima de organização das relações sociais tem legitimidade para
monopolizar o uso da violência, até que ponto essas ações ocorrem dentro da legalidade e/ou são
legitimadas pelas circunstâncias? Como evitar que ocorram abusos? Converse com seus colegas sobre
o assunto e, coletivamente, levantem possíveis mecanismos para o combate à violência institucional.
Quando o número de mortes provocadas pela polícia é muito alto em relação ao total de 
mortes violentas intencionais de determinado território, isso pode revelar abusos e uso excessivo 
por parte da força policial. Tais casos de exercício da violência física e psicológica realizados por 
agentes do Estado são exemplos da violência institucional.
Nos termos colocados pelo sociólogo alemão Max Weber (1864-1920), o Estado detém o 
“monopólio legítimo do uso da força”, o que significa que qualquer outra forma de violência 
que não seja aquela sob o controle do Estado não é legítima. 
A sociedade e as instituições devem controlar a violência cometida por parte do efetivo poli-
cial, que se aproveita do pretexto do combate ao crime e de determinados instrumentos legais 
para usar a força desmedidamente e cometer atos violentos. 
Violência em números
Fonte: FÓRUM BRASILEIRO DE 
SEGURANÇA PÚBLICA. Anuário 
Brasileiro de Segurança 
Pública, 2019. p. 6-7. Disponível 
em: www.forumseguranca. 
org.br/wp-content/
uploads/2019/09/
Anuario-2019-FINAL-v3.pdf. 
Acesso em: 23 set. 2020.
MORTES DE POLICIAIS
343 policiais Civis e
Militares assassinados 6.220 vítimas em 2018
17 pessoas mortas por dia
Vítimas
• 99,3% homens
• 77,9% entre 15 e 29 anos
• 75,4% negros
Mais policiais vítimas de suicídio do que
assassinados no horário de trabalho
104 suicídios
11 a cada 100 mortes
violentas intencionais foram
provocadas pelas Polícias
75% mortos
fora de serviço
97% homens
256 vítimas 51,7% negros
65,5% tinham
entre 30 e 49 anos
32% foram vítimas
de latrocínio
Redução de 10,4% 
em relação a 2017
Crescimento de 19,6% 
em relação a 2017
MORTES DECORRENTES DE
INTERVENÇÕES POLICIAIS
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http://forumseguranca.org.br/wp-content/uploads/2019/09/Anuario-2019-FINAL-v3.pdf
Violência contra crianças 
e adolescentes
São diversas as formas de violência contra crianças e adolescentes 
que merecem destaque, portanto iremos iniciar com aquelas perpe-
tuadas por adultos e que envolvem tanto maus-tratos físicos como 
emocionais: 
Omissão: ocorre quando os responsáveis e a sociedade, de modo 
geral, não proveem os cuidados ou não atendem às necessidades básicas 
para o desenvolvimento emocional, social e físico da vítima. São diversos 
os casos de negligência que podem ser enquadrados nessa categoria, 
como descuidos com a higiene e alimentação, a privação de medicamen-
tos e serviços médicos, a privação da educação, entre outros exemplos. 
Trabalho Infantil: é considerado uma forma de violência e um crime o ato de envolver crian-
ças ou adolescentes a qualquer tipo de atividade relacionada ao trabalho obrigatório, regular e 
rotineiro, remunerado ou não. 
Violência física e sexual: casos de agressões e abusos físicos ou sexuais são comuns contra 
crianças e adolescentes. No Brasil, os homicídios representam cerca de metade das mortes 
envolvendo adolescentes do sexo masculino, enquanto a forma de violência mais comum entre 
adolescentes de ambos os sexos que dão entrada em unidades de saúde é o estupro, que, na 
maior parte dos casos, ocorre na própria casa da vítima. A maioria dessas vítimas são meninas e os 
agressores, em sua maioria, aqueles que convivem com elas (pais, padrastos e familiares). Também 
se enquadram na categoria de violência sexual vender ou expor materiais voltados à pornografia 
infantil, como registros de fotos e vídeos que contenham nudez de teor sexual ou cenas de sexo 
envolvendo crianças ou adolescentes. 
	■ Pessoas portam cartazes
com os dizeres "Crianças
não estão à venda" e
"Nenhuma a menos",
durante manifestação
"Salvem as crianças"
em frente ao edifício
do Capitólio, em Saint
Paul, Minnesota
(Estados Unidos), 2020.
	■ Logo do Eu me protejo.
O grupo é um coletivo 
que desenvolveu uma 
cartilha para orientar 
crianças e adolescentes 
a se proteger do 
abuso sexual.
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A violência autodirigida
Nem sempre a violência é um ato dirigido ao outro. As agressões a si próprio são uma preo-
cupação em diversas sociedades e a violência autoinfligida compreende tanto as autoagressões 
como os comportamentos suicidas, os quais são, em muitos casos,motivados por atos de violência 
repetidos contra a vítima. 
O primeiro passo para combater esse problema é reconhecê-lo. De acordo com a Organização 
Mundial de Saúde (OMS), cerca de 800 mil suicídios são registrados por ano em todo o mundo, e 
esse número é particularmente alarmante entre jovens entre 15 e 29 anos. O suicídio é a segunda 
principal causa de morte entre jovens nessa faixa etária. 
	■ Cartaz da Campanha 
Setembro Amarelo, 
criado pela Prefeitura 
Municipal de São 
João do Nepomuceno 
(MG), 2019.
> DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Vamos falar sobre depressão? Uma das principais causas de violência autodirigida diz respeito aos 
preconceitos que ainda cercam esse transtorno mental e ao fato de não falarmos abertamente sobre 
o problema, dificultando seu combate. O primeiro passo é reconhecer que a depressão não é exclusiva 
de adultos nem uma forma de chamar a atenção, trata-se de uma doença. Discuta com seus colegas:
 1. Como podemos fazer para ajudar as pessoas ao nosso redor que apresentam sintomas de depressão?
 2. O que significa oferecer suporte emocional a pessoas com depressão?
 3. Que tipos de atitude devemos evitar quando lidamos com uma pessoa próxima com depressão?
Ainda segundo a OMS, aproximadamente 300 milhões de pessoas no mundo sofrem de 
depressão e, em muitos casos, essa doença passa despercebida, é negligenciada ou subestimada. 
Os sintomas da depressão são variados, como agressividade, anedonia (perda da capacidade de 
sentir prazer), apatia, tendência ao isolamento, irritação e inquietude, entre outros. Em muitos 
casos, a depressão pode se desenvolver ou se intensificar em função do ambiente em que a 
pessoa está inserida, muitas vezes no próprio núcleo familiar, e à falta de suporte emocional.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVROATIVIDADES>
 1. Observe e interprete a charge a seguir, relacionando-a às vítimas aleatórias da violência 
no Brasil, sobretudo aquelas que são atingidas de forma acidental em tiroteios, pelas 
chamadas “balas perdidas”. 
 2. Leia o trecho de reportagem selecionado a seguir e relacione-o à charge acima, indi-
cando que forma de violência está sendo abordada. 
Para a polícia, todo mundo é traficante”, diz mãe de jovem morto pela PM
Moradores do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, zona norte do Rio, classificaram 
como violenta uma ação de policiais militares, na madrugada de ontem, que termi-
nou com dois homens mortos durante a disputa de um torneio de futebol no local.
[...]
ALMEIDA, P. “Para a polícia, todo mundo é traficante”, diz mãe de jovem morto pela PM. UOL, 16 ago. 2020. Disponível em: https://
noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2020/08/16/operacao-da-pm-no-morro-dos-macacos.htm. Acesso em: 2 set. 2020.
BRUM, R. De onde veio a bala? 
Tribuna do Norte, 18 mar. 2018.
DUKE. O Tempo, 
22 set. 2019.
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 3. Leia o depoimento a seguir e defina o tipo de violência praticado e o meio utilizado. 
Pesquise sobre o assunto, se necessário, e em seguida argumente de maneira a con-
cordar ou refutar a atitude da escola em relação à vítima. 
[...] 
“Como se não bastasse a humilhação de ter fotos minhas íntimas divulgadas 
na internet por um garoto da escola, percebi o quanto professores/as e a coorde-
nação não sabiam o que fazer nessas situações. Fui punida com suspensão junto 
com o garoto, mesmo eu sendo a vítima. Descobri que o que ele fez comigo chama 
revenge porn. Ninguém me disse que isso é crime, estavam muito ocupados me 
culpabilizando por eu ter confiado nele.
[...]
POR QUE discutir gênero na escola? Ação educativa/JADIG – Jovens Agentes pela igualdade de gênero na escola, 2016. 
Disponível em: https://acaoeducativa.org.br/wp-content/uploads/2016/09/publicacao_porquediscutirgeneronaescola.pdf 
p. 20. Acesso em: 2 set. 2020.
 4. Leia o depoimento a seguir e realize a atividade proposta. 
Depressão, bullying e conflitos nas escolas seriam minimizados com apoio 
psicológico. 
[...] 
A escola contempla uma diversidade de relações interpessoais que pode ser 
considerada desafiadora. De um lado, professores que precisam saber lidar com as 
demandas de aprendizagem e, por vezes, comportamentos inadequados de alunos. 
De outro, estudantes que necessitam de atenção dos profissionais de educação e, em 
alguns casos, não conseguem entender os sentimentos próprios de cada fase da vida.
Além disso, a família também cumpre um papel fundamental nessa dinâmica, seja 
por parte da expectativa dos pais em relação à instituição ou ao desempenho dos filhos.
“Nós estamos vivendo um período em que as crianças, os jovens e os educado-
res estão precisando demais de apoio psicológico. Os pais estão assumindo mais 
de uma função para conseguir sobreviver e com isso não têm tempo suficiente 
para acompanhar o desenvolvimento cognitivo, social e emocional de seus filhos 
como realmente gostariam. A instituição escolar precisa do apoio assim como os 
pais”, enfatiza a neuroeducadora Cristine Calazans, que também é psicopedagoga.
[...]
 TUCHLINSKI, C. Depressão, bullying e conflitos nas escolas seriam minimizados com apoio psicológico. Estadão, 10 out. 
2019. Disponível em: https://emais.estadao.com.br/noticias/comportamento,depressao-bullying-e-conflitos-nas-escolas-
seriam-minimizados-com-apoio-psicologico,70003044703. Acesso em: 2 set. 2020
• No Brasil, o acompanhamento psicológico de estudantes e professores não era obriga-
tório em 2020. Escreva um texto argumentando por que esse tipo de acompanhamen-
to é importante e que formas de violência ele poderia combater. Utilize informações 
do texto para corroborar sua opinião. 
 5. Reúna-se com seus colegas e, em grupo, troquem ideias sobre a importância do 
acompanhamento psicológico nos casos de depressão, bullying e outras formas de 
violência.
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https://emais.estadao.com.br/noticias/comportamento,depressao-bullying-e-conflitos-nas-escolas-seriam-minimizados-com-apoio-psicologico,70003044703
Combatendo a violência invisível
A violência está presente no cotidiano de diversas pessoas e em formatos varia-
dos. Para alguns, ela se manifesta de modo mais imediato, na criminalidade que 
afeta um bairro, nas interações escolares ou mesmo na dinâmica dentro das casas.
Há, porém, outras formas de manifestação da violência e, muitas vezes, ela ocorre 
de maneira praticamente invisível, como o assédio moral, o assédio sexual e o relacio-
namento abusivo, por exemplo. Pelo fato de serem, em geral, mais sutis, esses casos 
passam despercebidos aos olhos dos que estão ao redor e, não raramente, nem mesmo 
a própria pessoa tem consciência de que está sendo vítima desse tipo de violência. 
Essa questão em torno da violência invisível despertou a atenção de alguns 
estudantes, que decidiram agir. Foi o que fez um grupo de adolescentes da Escola 
Municipal “Leonor Pinto Thomaz”, na cidade de Sorocaba, interior de São Paulo.
Inspirados nas aulas de ética, solidariedade e cidadania, esses jovens produzi-
ram na própria escola um filme de curta-metragem, intitulado Prelúdio, no qual 
mostram como os relacionamentos baseados no ciúme, na possessividade, na ten-
tativa de controle sobre a vida do companheiro ou da companheira podem ser 
considerados abusivos. A repercussão do trabalho dos estudantes foi bastante posi-
tiva e o curta-metragem chegou a ganhar um prêmio do Concurso Nacional de 
Curtas promovido pela Câmara dos Deputados, em Brasília.
■ Artistas expressam 
suas ideias sobre 
paz, desarmamento 
e rejeição às várias 
formas de violênciapor meio de grafites 
pintados no Muro 
da Paz, em Santiago 
(Chile), 2017.
Foi também sobre esse tema que a estudante Raylyne Ribeiro, da Escola Estadual 
de Ensino Médio “Irmão Guerini”, na cidade de Caxias do Sul (RS), pensou ao desen-
volver o projeto “Romantização do ciúme nos relacionamentos entre jovens: do 
ciúme às relações abusivas”.
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DIÁLOGOS> EU TAMBÉM POSSO>
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O primeiro passo da estudante na 
elaboração do projeto foi aprofundar o 
assunto a partir de estudos científicos, 
compreendendo melhor suas dimen-
sões e aplicações à realidade brasileira. 
Para a proposta de seu projeto, Raylyne 
optou por desenvolver um jogo que traz 
à discussão situações que envolvem o 
ciúme, possibilitando uma melhor com-
preensão do que é a violência nessas 
circunstâncias.
O trabalho de Raylyne, desenvolvido 
ao longo do 2o ano do Ensino Médio, 
recebeu algumas premiações e foi sele-
cionado para compor a 18a Feira Brasileira 
de Ciências e Engenharia (Febrace), 
em São Paulo (SP). Em sua pesquisa, a 
estudante concluiu que as taxas de femi-
nicídio e de outros crimes decorrentes 
do relacionamento abusivo só tendem a 
diminuir se essas questões forem enfren-
tadas como um problema social.
Tanto o curta-metragem feito pelos 
estudantes de Sorocaba como a pes-
quisa desenvolvida pela estudante 
gaúcha possuem pontos em comum e apontam a necessidade de 
debater o que é a violência e o modo como ela se faz presente nas 
relações sociais e, por vezes, nas relações afetivas. 
 1. Pensando nos recursos utilizados nos dois projetos desenvolvidos pelos 
estudantes para tratar de um tema tão complexo quanto a violência, 
reúnam-se em grupo e debatam sobre a opção por esses meios e levan-
tem outras possibilidades de linguagem para trabalhar, debater e cons-
cientizar as pessoas sobre o tema. 
 2. Podemos considerar que a violência é um tema que envolve diferen-
tes setores de nossa sociedade. Quando consideramos a violência de 
gênero, em especial, a situação da mulher é desfavorável em relação à 
do homem. Em grupo – de formação preferencialmente heterogênea –, 
procurem identificar de que forma os homens podem participar e con-
tribuir para esse debate, aprofundando a questão de como alguém que 
não sofre violência de modo direto pode agir para evitá-la e combatê-la.
	■ RIBEIRO, R. Detrás das 
flores. 2018. Grafite 
sobre tela , 
42 cm × 29,7 cm.
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NO LIVRO
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PROPOSTA DE INTERVENÇÃO NA REALIDADE
Após as conclusões das entrevistas e pesquisas, vocês vão montar roteiros para minicur-
sos de educação financeira. Os roteiros serão utilizados na gravação de pequenos vídeos, que 
poderão ser postados, enviados por mensagens instantâneas ou até mesmo apresentados em 
um dia especial para a comunidade. Depois, com o roteiro pronto e ensaiado, é só gravar!
Por que fazer um roteiro?
A famosa frase “uma câmera na mão e uma ideia na cabeça” pode passar a impressão errada de 
que gravar um vídeo é uma tarefa espontânea que, mesmo de improviso, pode obter bons resul-
tados. No mundo real, produzir vídeos requer um mínimo de compreensão e domínio de aspectos 
técnicos e comunicacionais estabelecidos pelo cinema e pela televisão os quais também são válidos 
para as mídias digitais. Chamamos a esse conjunto de conhecimentos de “linguagem audiovisual” 
e, depois de definida a ideia que se quer produzir, vamos ao passo seguinte: a escrita do roteiro.
O que é um roteiro?
Numa definição simples, o roteiro é um texto técnico que descreve em detalhes o que será 
produzido. Ele deve usar termos de fácil entendimento para os realizadores do vídeo e respeitar 
algumas convenções desse tipo de linguagem.
O roteiro audiovisual convencional deriva do formato script, que se usa ainda hoje nas peças 
teatrais e que foi adaptado, quase sem mudanças, para as produções de rádio na primeira 
metade do século XX. O roteiro para vídeo deve ser mais completo, ainda que não seja tão deta-
lhado como os roteiros de cinema.
Um formato bastante funcional é o “Roteiro em duas colunas”, que separa a informação visual 
(o que deve aparecer na tela) da informação sonora, isto é, aquela que indica os sons (inclusive 
falas) que serão sobrepostos às imagens.
[TÍTULO DO VÍDEO]
(Sinopse: breve descrição da obra)
Vídeo Áudio
[CENA 1] (Externa 
Diurna. Num parque 
público, Mariana e 
Pedro, dois colegas de 
escola se encontram)
[Sons de pássaros cantando ao fundo. Trilha sonora bem-humorada. O 
volume diminui quando os personagens começam a falar]
Mariana (ofegante) — Oi Pedro, tudo bem? Desculpe o atraso… corri 
muito…
Pedro (desanimado) — Tudo bem, relaxa, não veio mais ninguém do 
grupo.
Mariana — Como assim? Temos que entregar o vídeo amanhã! É 
trabalho que vale nota.
Pedro — Acho que a gente vai ter que se virar em dois mesmo. Você 
trouxe a câmera?
Mariana — Sim, mas o roteiro tem papel pra galera toda! Como a 
gente vai fazer?
— Bom, eu trouxe o roteiro. Vamos ter que sentar naquele quiosque ali 
e adaptar a ideia. Ainda bem que eu trouxe a caneta.
— (resignada) — Bora lá… 
[CENA 2] (No quiosque) (…)
[CENA 3] (…) (…)
[FICHA TÉCNICA] Nomes e funções dos participantes: roteirista, diretor, operador de câmera, 
editor, etc.
[REFERÊNCIAS] Trilhas musicais utilizadas citando a fonte e, se for o caso, nome e autor do texto 
original que foi adaptado.
Etapa
4
(…) Indica continuidade. Cada cena indica uma divisão da narrativa, quando há mudança de 
assunto, de tempo ou de lugar.
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> SAIBA MAIS
Cidade de Deus 
Direção: Fernando Meirelles. Brasil, 2002. DVD (130 min).
Baseado no romance do escritor Paulo Lins, retrata o crescimento do crime organizado na 
Cidade de Deus, favela que começou a se formar no Rio de Janeiro na década de 1960. O filme 
acompanha a vida de diversos personagens cujas histórias se entrelaçam. Considerado um dos 
filmes mais importantes do cinema brasileiro, chegou a ser indicado a quatro Oscars.
Extraordinário
Direção: Lee Hirsch. Estados Unidos, 2011. DVD (99 min).
O documentário acompanha a história de cinco adolescentes, nos Estados Unidos, que sofrem, 
diariamente, diversas formas de assédio: verbal, físico e psicológico. O filme revela a estrutura 
perversa desse tipo de violência.
Morro da favela
André Diniz. São Paulo: Leya, 2011.
Quadrinhos a respeito da história de Maurício da Hora, fotógrafo autodidata, nascido e criado no 
Morro da Providência, no Rio de Janeiro. A história aborda diferentes aspectos do dia a dia em 
uma favela carioca e o convívio do fotógrafo com as diferentes formas de violência. 
Manual prático do ódio
Ferréz. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003.
Romance do escritor Reginaldo Ferreira da Silva, mais conhecido como Ferréz, cuja história se 
passa em uma região periférica da cidade de São Paulo e tem como pano de fundo a violência 
urbana, que afeta o cotidiano de seus moradores.
 Núcleo de Estudos da Violência 
Disponível em: https://nev.prp.usp.br/. Acesso em: 2 set. 2020.
Fundado em 1987, o Núcleo de Estudos da Violência é um centro de apoio à pesquisa científica 
voltado para a discussão de temas relacionados à violência, democracia e direitos humanos. 
Pertence à Universidade de São Paulo e reúne profissionais de diferentes áreas do conhecimento, 
como cientistas sociais, historiadores, estatísticos, psicólogos, entre outros.
Eu me protejo
Disponível em: https://www.eumeprotejo.com/. Acesso em: 2 set. 2020.
Trata-se de um coletivo formado por profissionais de diversas áreas do conhecimento que 
desenvolveu e disponibiliza no site uma cartilha ilustrada com o objetivode ensinar as crianças a 
se protegerem do abuso sexual.
Setembro Amarelo
Disponível em: https://www.setembroamarelo.com/. Acesso em: 2 set. 2020.
Página da campanha Setembro Amarelo, criada em 2014 pela Associação Brasileira de Psiquiatria 
(ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), com diversas orientações para o 
combate ao suicídio.
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UNIDADE
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3
A nova ordem 
mundial
Em 1991, a União Soviética (URSS) se frag-
mentou, e o mundo bipolar, que se dividia 
entre o bloco comunista, liderado pela União 
Soviética, e o bloco capitalista, liderado pelos 
Estados Unidos, se encerrou. 
A partir daí se configurou uma nova 
ordem mundial, e atualmente vivemos o que 
chamamos de mundo multipolar. Nessa confi-
guração, diversos atores em diferentes partes 
do planeta exercem importantes papéis polí-
ticos, econômicos e militares. 
Além de grandes potências, como 
Estados Unidos, China e Rússia, temos a força 
dos blocos econômicos, das grandes empre-
sas transnacionais e dos bancos exercendo 
influên cia ao redor do planeta. Nesta unidade 
estudaremos essa nova ordem mundial.
 1. Em um mundo multipolar como o atual, 
os chamados Estados-nação têm a mesma 
força que tinham em décadas anteriores? 
Justifique sua resposta.
 2. Em grupo, discutam qual é o poder de in-
fluência do Brasil nessa nova ordem mundial.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO
■ LOPEZ, F. J. B. Mergulhadora. 
2016. Xilogravura em cores sobre 
papel kozo, 167 cm x 227 cm.
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MEDIAÇÃO DE CONFLITOS
O conflito é inerente às relações humanas e, portanto, co-construído. Partindo dessa pre-
missa, podemos buscar alternativas pacíficas para a resolução de conflitos, entre elas a 
mediação. 
A mediação se aplica a quase todas as situações conflitivas, sobretudo àquelas com as 
quais as partes envolvidas possuem algum vínculo. Para efetivarmos este projeto, vamos 
utilizar a pesquisa de campo, acompanhada de observação, tomada de notas e elaboração 
de relatório. As informações coletadas servirão de base para o produto final do projeto, uma 
apresentação de teatro.
MEDIAÇÃO DE CONFLITOS
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CAPÍTULO
5 Diplomacia e guerra na ordem mundial
Em junho de 2020, a agência de notícias do governo da Coreia do 
Norte publicou um artigo com duras críticas aos Estados Unidos. No 
texto, os coreanos denunciavam ações tomadas pelo governo estadu-
nidense tidas como ameaças ao país asiático, por exemplo, operações 
militares próximo a suas fronteiras.
O artigo denunciou também que essas ações comprometem 
acordos previamente estabelecidos entre os dois países visando à dimi-
nuição das tensões na península da Coreia. Para os norte-coreanos, os 
estadunidenses continuam utilizando a ameaça militar como forma de 
desestabilizar o governo da Coreia do Norte.
Esse artigo exemplifica as tensões entre os Estados Unidos e a 
Coreia do Norte. Elas remontam a meados do século XX, quando teve 
início uma guerra entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, a Guerra 
da Coreia (1950-1953). Desde então, os dois países vêm provocando no 
mundo o constante temor de um conflito internacional. Nos últimos 
anos, porém, essas tensões intensificaram-se, com a suspeita de que a 
Coreia do Norte tenha desenvolvido armas nucleares. 
Para evitar um conflito, diversos atores internacionais tentam negociar 
um acordo de paz entre as duas Coreias. Países e organizações internacio-
nais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), vêm fazendo esforços 
para mediar um acordo entre os dois países por vias diplomáticas.
Outro caminho utilizado por atores internacionais é a pressão militar. 
Essa estratégia foi utilizada em inúmeras ocasiões pelos Estados Unidos, 
que inclusive apoiaram a Coreia do Sul durante a Guerra da Coreia. Apesar 
de intensa, a pressão militar 
também não assegurou o 
fim das tensões na península 
coreana.
Esse é apenas um exemplo 
de tensão regional que ameaça 
a paz no mundo contempo-
râneo. Neste capítulo, vamos 
entender o papel da diplomacia 
e da força militar na organiza-
ção da ordem mundial e como 
essas duas formas de ação estão 
relacionadas com alguns dos 
principais focos de tensão no 
cenário atual.
■ Em meados de 2019, os 
líderes estadunidense, 
Donald Trump 
(1946-), e norte-
-coreano, Kim Jong-un 
(1984-), reuniram-se 
na fronteira entre as 
duas Coreias, naquele 
que foi considerado 
um encontro histórico, 
para tentar retomar 
diálogos sobre a 
desnuclearização. 
Panmunjom (Coreia do 
Sul), 2019.
Consultar as Orientações para o professor para obter mais informações sobre o capítulo 
e sobre o trabalho com as atividades.
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A diplomacia e a força militar
Já vimos como, ao longo do tempo, diferentes sociedades estabele-
ceram relações entre si. A integração econômica e cultural entre diversos 
países, ocorrida a partir do processo de globalização, é um exemplo disso. 
Nesse caso, esse movimento foi marcado por acordos, compromissos e 
diálogos entre diferentes governos visando ao benefício recíproco. Esse 
tipo de ação promoveu o desenvolvimento da diplomacia.
As práticas diplo-
máticas, porém, são 
muito antigas. Exis - 
tem inúmeros regis-
tros his tóricos, desde 
a Antiguidade, do cos- 
tume de enviar em- 
baixadores para re pre-
sentar os interesses de 
um povo em território 
estrangeiro. O embai-
xador é o indivíduo 
que tem a missão de 
ne gociar acordos e 
enviar mensagens vi- 
sando à manutenção 
da harmonia entre as sociedades.
Os gregos antigos, por exemplo, enviaram ocasionalmente embaixa-
dores ao território de outros povos para construção de alianças, acordos 
políticos ou econômicos. Posteriormente, em especial a partir da Idade 
Moderna, tornou-se cada vez mais comum a criação de embaixadas 
permanentes em territórios estrangeiros.
No entanto, nem sempre as relações entre diferentes sociedades 
se deram com base em mecanismos diplomáticos. Houve também 
ações violentas, baseadas no exercício da força militar, visando 
submeter os povos derrotados às determinações e aos interesses 
dos povos vencedores. Nesse caso, é possível falar no uso da força 
militar como uma peça importante na organização das relações 
internacionais.
O uso da força militar também é muito antigo. Existem diversos exem-
plos de guerras entre sociedades desde a Antiguidade. Esses conflitos 
foram motivados por razões diversas, como o interesse em ocupar novos 
territórios, a busca por prisioneiros que seriam escravizados, a exploração 
de recursos econômicos, disputas religiosas ou culturais, entre outras.
	■ COYPEL, A. Luis XIV 
(1638-1715) recebendo 
o embaixador persa 
Mohammed Reza 
Beg na Galerie des 
Glaces em Versalhes. 
1715. Óleo sobre tela, 
70 cm x 153 cm. 
A missão persa foi 
enviada com o objetivo 
de obter apoio militar 
francês na defesa do 
território da Pérsia.
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Guerra e política
Ao longo da história, tanto a diplomacia quanto o uso da força militar perme-
aram as relações internacionais. Essas duas dimensões parecem distintas, porém 
muitos pensadores enfatizam que, na realidade, existe uma espécie de continuidade 
entre a negociação e a guerra. 
Essa ideia foi defendida,por exemplo, pelo teórico de guerra alemão Carl von 
Clausewitz (1780-1831). Na obra Da guerra, publicada após sua morte em 1832, 
Clausewitz sintetiza a relação entre o uso da força militar e a diplomacia. 
De acordo com ele, “a guerra não é mais que a continuação da política por 
outros meios”. Além disso, ela “não é somente um ato político, mas um verdadeiro 
instrumento da política, seu prosseguimento por outros meios”.
Para o pensador alemão, a guerra seria um dos instrumentos da ação política. 
Assim, quando os mecanismos diplomáticos não asseguram os interesses de uma 
nação, o governante pode recorrer a dispositivos militares para atingi-los. 
A tese de Clausewitz nos ajuda a compreender a dinâmica histórica que marcou 
as sociedades ocidentais a partir do surgimento dos primeiros Estados centralizados. 
Entre os séculos XV e XVII, foi se consolidando uma série de regras que visavam 
regulamentar o exercício da diplomacia entre os Estados europeus, bem como esta-
belecer as práticas consideradas legais em 
tempo de guerra, visando à proteção das 
populações civis e inibindo práticas tidas 
como bárbaras entre os próprios militares.
Isso deu origem a um sistema interna-
cional que se disseminou pelo planeta e é 
fundamental para a compreensão da ordem 
internacional da atualidade. A forma como 
as tensões e os conflitos atuais se resolvem 
ainda está profundamente associada a esse 
sistema que, como analisado por Clausewitz, 
utiliza tanto a diplomacia quanto a guerra 
para assegurar os interesses das diferentes 
nações do planeta.
	■ Clausewitz defendia que a guerra fazia parte dos 
instrumentos à disposição dos governantes para 
fortalecer o Estado. Essa seria uma das maneiras 
de explicar a participação popular nas ações 
militares da Revolução Francesa (1789-1799). 
SCARPELLI, T. Tomando a Bastilha. Ilustração 
para Storia de costume dei popoli, de Paolo 
Lorenzini, 1934.
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Leia o texto a seguir e responda às questões.
1885 – Conferência de Berlim partilha África entre potências ocidentais
Convocada para 15 de novembro de 1884, por iniciativa do chanceler prussiano Otto von 
Bismarck, a Conferência de Berlim terminou seus trabalhos em 26 de fevereiro de 1885. Os 
14 países europeus presentes e os Estados Unidos entenderam-se, enfim, sobre os conflitos 
coloniais que assolavam o continente africano.
O rei dos belgas, Leopoldo II, obteve na partilha o Congo a título “pessoal”. A Grã-Bretanha 
assumiu sua hegemonia sobre uma faixa que ia do Cabo da Boa Esperança, na África do Sul, 
até o Cairo e a Alexandria, no Egito. A França se viu contemplada com as terras ao sul do Saara, 
e a Alemanha, com a África do oeste. A Conferência de Berlim decidiu também sobre a livre 
navegação de navios cargueiros pelos rios Congo e Níger.
[...]
Como resultado da disputa, as fronteiras africanas foram divididas geometricamente em 50 
territórios irregulares, ignorando fronteiras linguísticas e culturais já estabelecidas pela popu-
lação africana autóctone. Esse novo mapa da África foi imposto sobre mais de mil culturas e 
regiões.
A nova delimitação dividia grupos coerentes de pessoas e mesclava grupos díspares, resul-
tando em conflitos étnicos que foram, por décadas, manipulados pelos colonizadores em busca 
do controle político do território. 
[...]
ALTMAN, M. Hoje na História: 1885 – Conferência de Berlim partilha África entre potências ocidentais. Opera Mundi, 26 fev. 2020. Disponível 
em: https://operamundi.uol.com.br/hoje-na-historia/9977/hoje-na-historia-1885-conferencia-de-berlim-partilha-africa-entre-potencias-
ocidentais. Acesso em: 16 ago. 2020.
 1. A Conferência de Berlim foi um evento diplomático que reuniu potências europeias e os Estados 
Unidos com o objetivo de discutir a dominação do continente africano. De acordo com o texto, os 
resultados da Conferência trouxeram resultados positivos para as populações africanas? Justifique 
sua resposta. 
 2. Em relação ao papel da diplomacia nas atuais relações internacionais, você considera que determi-
nados grupos são beneficiados em prejuízo de outros? Explique. 
DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS> NÃO ESCREVA NO LIVRO
■ Conferência de Berlim 
sobre a questão do 
Congo, novembro de 
1884 a fevereiro de 1885.
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https://operamundi.uol.com.br/hoje-na-historia/9977/hoje-na-historia-1885-conferencia-de-berlim-partilha-africa-entre-potencias-ocidentais
As ordens mundiais
O mundo contemporâneo está organizado segundo uma ordem multipolar. Isso significa que 
existem variados atores que agem de modo a assegurar seus interesses em diferentes partes do 
planeta. Esses atores são formados pelos Estados nacionais, por grandes corporações, organis-
mos internacionais, organizações não governamentais e associações da sociedade civil.
O alcance e a influência desses atores são variados. Alguns Estados nacionais possuem maior 
influência que outros. Há corporações presentes em diferentes países capazes de influenciar as 
decisões internacionais, prejudicando os interesses de alguns Estados. Algumas organizações 
não governamentais e organismos internacionais também desempenham papel importante em 
acordos entre nações. 
Por isso, não é possível pensar as relações internacionais sem destacar o papel desses múl-
tiplos atores. Além disso, para compreender a atual ordem mundial, é importante entender seu 
processo histórico de formação e desenvolvimento. 
A ordem mundial europeia entre os séculos 
XVII e XIX
Os primeiros Estados nacionais europeus, Portugal e Espanha, começaram a ser formar na Baixa 
Idade Média (século XI ao século XV). Nos séculos seguintes, esse modo de organização do governo 
se consolidou na Europa. Com isso, os diferentes Estados europeus passaram a disputar a hegemonia 
no continente. Um Estado hegemônico é aquele capaz de impor seus interesses sobre os demais por 
meios diplomáticos, militares ou econômicos.
As disputas por hegemonia criaram inúmeros conflitos militares entre diferentes Estados euro-
peus. Isso resultou, entre 1618 e 1648, na Guerra dos Trinta Anos. A princípio, esse conflito opôs Estados 
católicos e Estados protestantes, mas aos poucos se transformou em uma disputa pelo poder que 
ameaçou a estabilidade de todo o continente.
	■ Além de um conflito religioso, a Guerra dos Trinta Anos foi um conflito político-militar resultante de uma crise 
geral que se abateu sobre a Europa no século XVII. CALLOT, J. A destruição de uma aldeia. 1633. Placa 7 de 
Misérias e infortúnios da guerra. Gravura, 15 cm x 25 cm.
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O Tratado de Vestfália e o princípio do 
equilíbrio do poder
A Guerra dos Trinta Anos 
foi encerrada com a assinatura 
do Tratado de Vestfália (1648), 
que estabeleceu um foro inter-
nacional para evitar novas 
guerras generalizadas. Esse 
tratado foi o ponto de partida 
para uma série de dispositivos 
diplomáticos e organizações 
internacionais criados com o 
objetivo de manter a paz entre 
as nações.
Políticos e diplomatas euro-
peus passaram a defender o 
equilíbrio do poder no con-
tinente. A ideia central desse 
equilíbrio era que nenhuma 
nação poderia prevalecer sobre as demais. Acreditavam, assim, que o equi-
líbrio evitaria a guerra, já que esta traria mais prejuízos do que ganhos.
Esse arranjo, porém, não impediu novos conflitos. Entre meados 
dos séculosXVII e XVIII, a Inglaterra e a França tornaram-se as principais 
potências da Europa. Com isso, disputaram a hegemonia no continente 
por meio de diversas guerras. São exemplos o apoio francês à luta de 
independência das 13 colônias inglesas na América (a partir de 1776) e o 
combate inglês às tropas napoleônicas (entre 1803 e 1815).
A Inglaterra acabou prevalecendo sobre a França nesses embates, 
tornando-se a principal potência mundial do início do século XIX até o 
final da Primeira Guerra Mundial, em 1918.
Além do fortalecimento da Inglaterra, esse período foi marcado 
pela transformação da Europa no centro da ordem mundial graças ao 
desenvolvimento tecnológico, militar e econômico de parte dos países 
do continente.
	■ Mapa-múndi da 
Federação Imperial, 
mostrando a 
extensão do Império 
Britânico, em 1886. 
Na parte superior 
do mapa, estão os 
dizeres “Liberdade”, 
“Fraternidade” e 
“Federação”. 
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
• Os mapas são representações gráficas do espaço numa visão vertical. Muitas vezes, ao observar um 
mapa, podemos identificar informações sobre a intenção de sua autoria. Quais elementos permitem 
inferir que o mapa acima foi encomendado pelo Império Britânico? Como essa nação está represen-
tada no mapa? E as outras nações, como foram representadas?
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Da ordem europeia ao mundo bipolar
Durante o século XIX, por meio de ações militares e diplomáticas, os europeus 
estenderam seus domínios para diversas regiões do planeta. Foi nesse contexto que 
ocorreu a dominação imperialista de grandes regiões da Ásia e da África.
Esse processo criou novas tensões entre os Estados europeus, envolvendo a 
disputa pelos territórios conquistados. Ainda assim, não ocorreram conflitos que 
envolveram a maior parte dos países europeus na segunda metade do século XIX. 
No início do século XX, porém, essa realidade mudou. A crescente rivalidade entre 
a Alemanha e a Inglaterra provocou o colapso das soluções diplomáticas que asse-
guraram até então o equilíbrio europeu, o que ocasionou a Primeira Guerra Mundial.
Esse conflito marcou o início do declínio da Europa como centro da ordem 
mundial. A destruição sem precedentes causada pela guerra enfraqueceu as potên-
cias europeias. Suas economias foram arrasadas, o que também gerou a diminuição 
de seu poderio militar.
Ao mesmo tempo, os Estados Unidos se desenvolviam de forma acelerada. 
Ao final da guerra, o país já era a principal potência econômica do planeta. Esse 
movimento de enfraquecimento da força internacional da Europa e do fortaleci-
mento do país norte-americano foi intensificado com a Segunda Guerra Mundial.
Esse conflito foi também resultado de tensões que se acumulavam na Europa desde 
o século XIX e envolvia a luta pela hegemonia econômica, política e diplomática no 
continente. Mas seu principal resultado foi o fim da ordem mundial centrada na Europa.
Assim, ao final do conflito, o mundo foi dividido em uma ordem bipolar: Estados 
Unidos e União Soviética passaram a disputar a hegemonia global, sobretudo por 
meio de estratégias militares e diplomáticas.
	■ A rivalidade entre 
Estados Unidos e 
União Soviética levou 
à Guerra Fria (1945 a 
1991), marcada por 
tensões entre as duas 
superpotências e 
seus simpatizantes. 
A ilustração ao lado 
simboliza a disputa 
entre as duas nações 
nesse período.
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O conceito de território 
Entre os séculos XVII e XIX, ocorreu uma profunda redefinição das 
fronteiras nacionais. Essa mudança foi acompanhada por uma nova pac-
tuação sobre a soberania desses Estados no controle de seus espaços 
internos. É dessa associação entre o exercício do poder e um espaço 
internacionalmente delimitado que nasce a ideia de território como 
conhecemos hoje. 
A partir do Tratado de Vestfália, foi estabelecido que cada Estado 
da Europa exerceria sua soberania, determinando o conjunto de regras 
que viria a ser aplicado em toda a extensão de suas fronteiras inter-
nas. Foram definidos, assim, a Constituição e outras leis, os contratos 
que mediam as relações sociais entre os habitantes, as instituições, o 
mercado e o próprio Estado.
É da necessidade de respeito à sobera-
nia territorial nacional que nasce também a 
moderna concepção do Direito como uma dis-
ciplina cujo objetivo é analisar a Constituição e 
assegurar o cumprimento das leis. 
Além disso, a definição do territó-
rio foi fundamental para o avanço do 
sistema capitalista. Somente com a defi-
nição do responsável pela administração 
de determinado espaço é que foi possível 
estabelecer a regulamentação dos mer-
cados internos e as regras para as trocas 
externas entre os países.
Nesse contexto, devemos pensar o con-
ceito de território como um espaço delimitado 
e determinado por regras e relações de poder 
entre a sociedade, com toda sua diversidade 
histórica, o mercado, as instituições e o Estado. 
O resultado dessas relações confere uma 
característica própria a cada Estado territo-
rial, além de um senso de coletividade que se 
transforma em identidade cultural, que pode 
se modificar ao longo do tempo de acordo 
com os acontecimentos históricos.
	■ Reprodução de capa 
de publicação impressa 
da atual Constituição 
brasileira. 
> DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Em grupo, discutam as diferenças e semelhanças na formação territorial dos Estados-nação euro-
peus e na formação do território brasileiro.
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Tensões e conflitos atuais
O mundo bipolar se encerrou no início da década de 1990. Com a queda do regime soviético, 
uma nova ordem multipolar foi estabelecida. Nesse contexto, os Estados Unidos ainda são o prin-
cipal centro econômico mundial, mas outros atores se fortaleceram e passaram a rivalizar com 
o país norte-americano. A China é o maior exemplo. No entanto, além dela há outras potências 
regionais, como a Rússia, a Turquia e os países que formam a União Europeia. 
Com o fim do mundo bipolar, muitos pensadores acreditaram que as tensões e os conflitos 
que marcaram o mundo durante a segunda metade do século XX se resolveriam e que no século 
XXI predominaria uma paz mais duradoura. 
Entretanto, não é isso que vem acontecendo nas últimas décadas. Uma série de conflitos regio-
nais ameaçam a ordem mundial e trazem o risco de uma nova guerra generalizada entre as nações. 
Vejamos a seguir alguns dos principais focos de tensão e conflito no mundo contemporâneo.
Fonte: COUNCIL ON FOREIGN RELATIONS. Global conflict tracker. Nova York, 2020. Disponível em: https://www.cfr.org/global-conflict-
tracker/?category=us. Acesso em: 28 ago. 2020.
Mundo: alguns dos principais focos de tensão e conflito, 2017
Equador0°
Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Antártico
Trópico de Câncer
0°
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Círculo Polar Ártico
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ÍNDICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
COREIA DO
NORTESÍRIA
NIGÉRIA 
UCRÂNIA
0 3065
Significante
Crítico
Impacto nos interesses
dos Estados Unidos
Coreia do Norte: tensão nuclear
A tensão entre a Coreia do Norte e os países ocidentais, principalmente com os Estados Unidos, 
vem desde a Guerra da Coreia. Em 2002, a situação adquiriu maior complexidade, quando o então 
presidente estadunidense George W. Bush afirmou que a Coreia do Norte, o Irã e o Iraque constituíam 
o “eixo do mal” – países acusados de apoiar o terrorismo e produzir armas de destruição em massa.Temendo uma invasão liderada pelos Estados Unidos, os norte-coreanos aceleraram as pes-
quisas para o desenvolvimento de armas nucleares. Desde então, os Estados Unidos vêm lidando 
com a tensão de forma diplomática, impondo sanções econômicas na tentativa de forçar os 
norte-coreanos a desistirem do programa nuclear. No entanto, também foram feitas ameaças 
explícitas de uma ação militar contra o país. 
Com isso, a península coreana continua sendo um foco de tensão internacional que pode 
culminar em uma guerra nuclear de grandes proporções.
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Guerra civil na Síria
Em 2011, teve início uma série de manifestações populares contra o governo sírio, 
que reprimiu violentamente os protestos. A repressão levou a população a se armar 
e a se organizar em grupos de combate às forças de segurança, mergulhando a Síria 
em uma violenta guerra civil.
Desde então, o país está dividido entre forças leais ao presidente Bashar Al-Assad 
(1965-) e grupos contrários ao regime. A guerra interna pelo poder abriu lacunas 
para que o Estado Islâmico ganhasse força. A facção já controlou mais de 50% do 
território sírio desde 2012.
A expansão do Estado Islâmico do Iraque para a Síria preocupa os Estados vizi-
nhos assim como as grandes potências militares, notadamente Estados Unidos, França, 
Reino Unido e Rússia, que, com o apoio da Turquia e da Arábia Saudita, já realizaram 
centenas de ataques aéreos contra alvos do Estado Islâmico em território sírio. Em 2017, 
o governo sírio declarou que o Estado Islâmico havia sido expulso do país.
A situação é bastante complexa. O governo sírio, os rebeldes, os curdos, os 
Estados vizinhos e as potências mundiais têm o Estado Islâmico como inimigo 
comum e desejam o fim das ações do grupo. Ao mesmo tempo, Estados Unidos, 
França e Reino Unido apoiam os grupos rebeldes por considerarem o governo de 
Assad antidemocrático e prejudicial à Síria. Já a Rússia apoia o regime do líder sírio 
e é contra a derrubada do governo. Essa situação cria um impasse, dificultando uma 
solução para o conflito que, até 2020, havia contabilizado cerca de 400 mil mortos 
e mais de 11 milhões de refugiados e deslocados internos.
	■ Há quase dez anos em guerra 
civil, a população síria se 
defrontou com um desafio 
extra em função da pandemia 
da covid-19. Faltam remédios, 
alimentos e condições básicas 
de moradia, como o acesso 
à água. Na foto, pessoas 
aguardam chamada para oração 
antes de comerem uma refeição 
fornecida por um grupo de 
voluntários, em Atarib, zona 
rural de Aleppo (Síria), 2020.
> MEUS ARGUMENTOS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• De acordo com a ONU, em 2019, havia cerca de 5,6 milhões de refugiados sírios em busca de abrigo 
em outros países. Considerando que as relações internacionais ficam evidentes em situações de 
conflito, como você considera que os outros países e as organizações internacionais devem atuar 
diante da guerra na Síria? Argumente considerando como esses atores têm agido desde o início 
dos conflitos na região. 
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Extremismo religioso na Nigéria
Desde sua independência, em 1960, a Nigéria enfrenta conflitos internos. O país é 
constituído por cerca de 250 grupos étnicos e dividido entre cristãos e muçulmanos. 
Com isso, diferentes grupos disputam o poder no país. 
Em 2002, surgiu o grupo extremista islâmico Boko Haram, que declara ter como 
principal objetivo consolidar a Nigéria como um país islâmico, a partir da instala-
ção de tribunais especializados na aplicação da sharia, as leis islâmicas baseadas no 
Alcorão, em outros textos sagrados e nas interpretações dos líderes religiosos. 
Para alcançar seus objetivos, o grupo faz uso de diversas ações terroristas. O 
financiamento para suas ações é obtido principalmente por meio de assaltos a 
bancos e lojas comerciais e sequestros de pessoas com o consequente pagamento 
de resgates. 
O sequestro de aproximadamente 200 meninas em abril de 2014 (muitas delas 
continuaram desaparecidas por vários anos e algumas perderam a vida) pelo 
grupo extremista Boko Haram chamou a atenção internacional para a ameaça 
que representa e para a incapacidade do governo nigeriano de contê-lo.
O Boko Haram controla grandes porções de território no norte da Nigéria. 
Frequentemente, o grupo faz incursões em Camarões, país vizinho. Em 2015, decla-
rou lealdade ao Estado Islâmico. No mesmo ano, os Estados Unidos anunciaram o 
aumento da ajuda militar à Nigéria para combater o grupo extremista. 
Em 2016, com a ajuda de militares de Chade, Camarões e Níger, as Forças Armadas 
da Nigéria conseguiram limitar as ações do Boko Haram no nordeste do país. No 
entanto, o grupo continua executando ataques e exercendo considerável influência 
no restante do território. 
	■ Refugiados na área 
da Garagem Muna, 
em Maiduguri 
(Nigéria), 2017.
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Conflito na Ucrânia 
A crise na Ucrânia começou em novembro de 2013, com protestos populares 
contra a decisão do governo de se aproximar da Rússia. Depois de uma violenta 
repressão das forças de segurança do Estado contra os manifestantes, o número 
de participantes aumentou, assim como a pressão sobre o presidente. Em fevereiro 
de 2014, um ano antes do término de seu mandato, Viktor Yanukovych fugiu do 
país. Com o vácuo de poder criado pela situação, a Rússia passou a interferir mais 
ativamente na Ucrânia. 
Em março de 2014, citando a necessidade de proteger os direitos dos cidadãos 
russos que vivem na Crimeia, região localizada no sudeste da Ucrânia, a Rússia 
ordenou a invasão e a anexação da região ao território russo. Essa ação incentivou 
movimentos separatistas pró-Rússia em outras regiões da Ucrânia, especialmente 
em Donetsk e Luhansk, onde foram realizados referendos para declarar a indepen-
dência, não reconhecidos pelo governo ucraniano e pela comunidade internacional. 
A crise agravou as relações entre a Ucrânia e a Rússia.
O conflito também aumentou as tensões nas relações da Rússia com os Estados 
Unidos e a União Europeia, complicando as perspectivas de cooperação em outros 
lugares, incluindo questões de terrorismo, controle de armas e uma solução política 
para a guerra civil na Síria.
Desde fevereiro de 2015, Ucrânia, Rússia, França e Alemanha, por meio dos 
acordos diplomáticos, buscam soluções para um cessar-fogo. Entretanto, a região 
ainda é um importante foco de tensão internacional. 
	■ Em fevereiro de 2020, 
forças apoiadas pela 
Rússia atacaram tropas 
ucranianas em Donbass, 
leste da Ucrânia, 
causando destruição e 
morte. Na foto, militar 
ucraniano verifica um 
porta-aviões blindado 
na linha de frente com 
separatistas apoiados 
pela Rússia, próximo à 
Aldeia Krasnogorivka, 
região de Donetsk 
(Ucrânia), 2020.
> DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Embora o Brasil seja um país democrático e não seja conhecido pela existência de confrontos polí-
ticos violentos, a presença de conflitos é parte da vivência em sociedade. Em grupo, reflitam sobre 
os conflitos sociais existentes no país. Indiquem ao menos dois deles e proponham maneiras de 
resolvê-los e de evitar que ocorram novamente. 
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Leia o texto a seguir e responda às questões.
A volta de um mundo bipolar?
Com o fim da guerra fria, o confronto entre Washington e Moscou parecia ceder 
lugar a um mundo unipolar, sob a égide dos Estados Unidos, de sua visãode mundo 
e de suas instituições, assim como de sua supremacia econômica e militar. Aos 
poucos, no entanto, os fatos mostraram que não era bem assim. 
[...] 
O fato é que o novo século trouxe de volta a geopolítica e, com ela, a fisionomia 
de um novo mundo multipolar, que inclui igualmente potências médias e líderes 
regionais, tais como a Índia, o Brasil, o México, a Indonésia e a África do Sul, entre 
outros. 
[...]
Em meio a diferentes geometrias, desenhadas por uma multiplicidade de polos 
de poder e por um emaranhado de atores, as relações entre os Estados Unidos e a 
China despontam, com crescente nitidez, como o principal eixo estruturante de um 
novo ordenamento mundial. A relação entre as duas potências, seja de cooperação 
ou de conflito, deverá plasmar a ordem internacional do século 21. [...] A recente 
visita do presidente Donald Trump à China, explícita ou implicitamente, consagrou 
a natureza especial desse relacionamento e apontou para uma nova bipolaridade 
nas relações mundiais. 
[...]
O monitoramento dos investimentos chineses em tecnologias sensíveis ou a 
exigência das autoridades chinesas para a transferência de tecnologias por parte 
de investidores norte-americanos sinalizam que o novo normal do intercâmbio 
sino-americano possa ser o de um equilíbrio instável, marcado pela alternância 
entre momentos de cooperação e de conflito.
[...]
Possivelmente uma combinação instável de ambos, que, no dia a dia, tem por 
pano de fundo uma disputa, silenciosa, mas efetiva, entre as duas superpotências 
por mercados e áreas de influência.
AMARAL, S. A volta de um mundo bipolar? O Estado de S. Paulo, 9 jan. 2018. Disponível em: https://opiniao.estadao.com.br/
noticias/geral,a-volta-de-um-mundo-bipolar,70002143518. Acesso em: 17 ago. 2020.
 1. Por que o autor do texto vislumbra a possibilidade da volta de um mundo bipolar?
 2. Você concorda com essa opinião? Justifique sua resposta.
DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS> NÃO ESCREVA NO LIVRO
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https://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,a-volta-de-um-mundo-bipolar,70002143518
PLANEJANDO OS TRABALHOS
A mediação é um meio alternativo e pacífico de resolução dos conflitos entre duas ou mais 
partes, sejam elas indivíduos, grupos ou nações, e que, por meio de técnicas para mediar 
as relações, buscam, por si mesmas e com o auxílio de uma terceira pessoa, o mediador, a 
melhor alternativa para a pacificação do conflito.
Com base nessas premissas, vamos praticar a mediação de conflitos e envolver a comuni-
dade para que a mediação seja adotada como prática recorrente para a solução dos problemas 
e questões presentes no dia a dia das interações comunitárias. Vamos concretizar essa 
prática por meio de uma encenação teatral, na qual todos os estudantes deverão se envol-
ver, cada um executando uma tarefa, respeitando as habilidades e preferências individuais.
Para que vocês possam iniciar os trabalhos, é necessário dividi-los em dois momentos:
1. Primeiro, a simulação de uma sessão de mediação de conflitos em classe, envolvendo 
todos os colegas. Dessa forma, serão trabalhadas algumas técnicas que nortearão a apre-
sentação do produto final para a comunidade. A base para a escolha do caso que será 
mediado na simulação será a pesquisa de campo.
2. Posteriormente, a apresentação teatral da sessão de mediação, realizada em sala de aula, 
contemplando as pesquisas e relatórios que servirão de base para o roteiro da peça. A 
apresentação deverá incluir toda a comunidade escolar e a do entorno da escola.
Em conjunto, com a ajuda do professor, elaborem o cronograma para as atividades, consi-
derando as tarefas.
A mediação é um meio alternativo de resolução de conflitos, assim como a negociação, 
a arbitragem e a conciliação, compondo o sistema “multiportas” de resolução de conflitos, 
incluindo o acesso ao judiciário. Cada modalidade de resolução de conflitos se vale de técni-
cas e ferramentas para a sua efetivação. 
Algumas ferramentas servem para todas as modalidades, como a comunicação não vio-
lenta. Já a voluntariedade (a vontade das partes em participar das sessões) é exigida apenas 
em casos de mediação, pois, para outras, a parte pode ser obrigada, por força de lei ou con-
trato, a participar do processo. 
Neste projeto, especificamente, a mediação é tratada de forma genérica. A ênfase é dada 
à comunicação não violenta pelo fato de abordar habilidades como empatia, escuta ativa, 
observação, entre outras.
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CAPÍTULO
6 Economia global: disputas e tensões
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Em agosto de 2020, o governo dos Estados Unidos declarou que 
desejava proibir no país aplicativos de redes sociais de uma empresa 
chinesa. O governo Trump acusou a empresa responsável pelo aplica-
tivo de espionagem e afirmou que ela estaria colaborando com a China 
para obter informações privadas de cidadãos estadunidenses.
Em resposta, o governo chinês fez duras declarações contra os Estados 
Unidos. De acordo com Wang Wengbin (1971-), porta-voz do ministério 
chinês das Relações Exteriores, o governo estadunidense estaria colo-
cando “interesses egoístas acima dos princípios de mercado e da norma 
internacional”. Além disso, Wengbin acusou os Estados Unidos de fazerem 
“uma manipulação e uma repressão política arbitrárias que só podem 
levar ao seu próprio declínio moral e prejudicar sua imagem”.
A questão em torno dos aplicativos de redes sociais é apenas um 
exemplo da crescente tensão entre os Estados Unidos e a China. Um 
dos motivadores dessa tensão é o acelerado crescimento econômico 
da China nas últimas décadas, que transformou o país oriental em um 
dos polos mais importantes da economia global.
Esse desenvolvimento é visto com desconfiança pelos Estados Unidos, 
já que há o temor de que a China se torne uma potência geopolítica capaz 
de superar a influência estadunidense em muitas regiões do planeta.
Essa disputa econômica é um exemplo recente de enfrentamento 
pelo controle da economia global. Essas disputas remontam aos pro-
cessos históricos de formação de redes econômicas que interligam 
o mundo. Neste capítulo, vamos estudar esse processo e as tensões 
criadas por ele ao longo do tempo.
■ O presidente 
estadunidense Donald 
Trump, à esquerda, e 
o presidente chinês 
Xi Jinping (1953-), à 
direita, na reunião dos 
países do G20. Osaka 
(Japão), 2019.
Consultar as Orientações para o professor para obter mais informações sobre o capítulo 
e sobre o trabalho com as atividades.
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Baixa Idade Média: principais circuitos comerciais
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Bagdá
Tabriz
Bucara
Samarcanda
Ormuz
Mascate
Áden
Jidá
Cambaia
Calicute
Coulão
Cantão
Quanzhou
Hangzhou
Malaca
Palimbão
Cairo
Alexandria
Basra
Veneza Caffa
Constantinopla
Gênova
Bruges
Troyes
Pequim
Caracórum
V
IV
I
II
VI
VII
VIII
III
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ÍNDICO
Mar do
Sul
da
China
Mar da China 
Oriental
Baía de
Bengala
Mar da
Arábia
Mar M
editerrâneo
Mar Negro
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Mar
Cáspio
0 1035
Área dos circuitosI
95
A formação da economia global
O processo de globalização criou uma economia internacional marcada pela 
interligação de todo o planeta. Assim, atividades econômicas de um país são afeta-
das e afetam as atividades de outras regiões do globo. Atualmente, porém, há países 
com maior influência que outros, caracterizando uma economia global multipolar.
O principal centro econômico do planeta aindasão os Estados Unidos, país que 
detém o maior Produto Interno Bruto (PIB) do planeta. Os fluxos financeiros, as ino-
vações tecnológicas e a capacidade de produção de riqueza dos Estados Unidos 
fizeram com que o país passasse a exercer grande influência na economia global.
O papel desempenhado pelos Estados Unidos como centro econômico do 
mundo é relativamente recente. Até o início do século XX, era a Europa – sobretudo 
a Inglaterra – que ocupava essa posição. 
Entretanto, por muito tempo, a Europa ocupou uma posição periférica na 
dinâmica econômica que se organizou a partir das rotas comerciais que uniam o 
continente a regiões da Ásia e da África. Essas rotas começaram a se intensificar a 
partir da Baixa Idade Média (séculos XI-XV), criando sistemas econômicos regionais.
Nesse período, os europeus tinham grande interesse em produtos como espe-
ciarias e tecidos de luxo, que só podiam ser encontrados em mercados da Ásia, 
especialmente nos impérios que se formaram na China e no subcontinente indiano, 
e enfrentavam grande dificuldade para obtê-los, pois contavam com poucos recur-
sos para negociar com os impérios orientais.
A Europa, portanto, tinha pouco controle sobre a dinâmica comercial que interli-
gava Ásia, África e Europa. A situação começou a mudar no século XV, quando teve 
início o processo de expansão marítima de países europeus.
	■ Mapa representando os principais circuitos comerciais que se formaram durante a 
Baixa Idade Média. Cada círculo é um circuito que interligava diferentes regiões.
Fonte: MARKS, R. B. The 
origins of the modern world. 
Maryland (Estados Unidos): 
Rowman & Littlefield 
Publishers, 2019.
D3-CH-EM-3075-V6-U3-C6-094-111-LA-G21.indd 95D3-CH-EM-3075-V6-U3-C6-094-111-LA-G21.indd 95 23/09/2020 13:5523/09/2020 13:55
96
O impacto econômico da 
expansão marítima 
Até o final do século XV, os europeus enfrentavam duas grandes limi-
tações relacionadas à expansão comercial. A primeira era a distância entre 
os centros comerciais europeus e os mercados orientais. Para obter espe-
ciarias e outros produtos valiosos, os europeus precisavam negociar com 
intermediários, que controlavam trechos importantes das rotas comer-
ciais com destino aos territórios da China e do subcontinente indiano.
Essa situação se agravou em 1453, quando os turcos otomanos 
tomaram a cidade de Constantinopla, no atual território da Turquia. Essa 
região tinha localização estratégica nas rotas comerciais, o que limitou 
ainda mais o acesso europeu aos produtos orientais.
A segunda limitação era a falta de mercadorias que despertassem 
o interesse dos comerciantes do Oriente. Nesse período, o desenvolvi-
mento tecnológico da China e dos impérios indianos era superior ao dos 
europeus, o que possibilitava a produção de manufaturas de melhor qua-
lidade e menor preço. As únicas mercadorias valiosas de que os europeus 
dispunham eram os metais preciosos.
A prata, em especial, era extremamente valiosa no Oriente. A 
China utilizava esse metal como base de seu sistema monetário e 
precisava de grande quantidade do 
material para manter sua economia 
em funcionamento. Até o século XV, 
grande parte da prata obtida pelos 
europeus era negociada no Oriente. 
Entretanto, o metal não era abun-
dante na Europa, o que limitava o 
comércio.
A expansão marítima ajudou os 
europeus a superarem as limitações. 
Os portugueses conseguiram criar 
uma rota marítima até o Oriente, con-
tornando o continente africano pelo 
oceano Atlântico. Já os espanhóis, ao 
chegarem à América, em 1492, con-
quistaram os impérios Asteca e Inca, 
que controlavam grandes minas de 
ouro e prata.
Assim, no século XVI, os comer-
ciantes europeus começaram a 
ampliar seu acesso às valiosas mer-
cadorias do Oriente.
	■ VAN STREEK, J. 
Natureza-morta 
com um mouro. Sem 
data. Óleo sobre tela, 
90,5 cm × 80 cm. 
Na obra, aparece 
em destaque uma 
vasilha chinesa, 
um dos produtos 
que despertavam o 
interesse dos europeus.
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97
Da expansão marítima à 
Revolução Industrial
Após chegarem à América, os europeus utilizaram estratégias militares 
para explorar as riquezas do continente, o que provocou o massacre das 
populações ameríndias no início do século XVI. No mesmo período, nave-
gantes portugueses também utilizaram estratégias militares para atacar 
portos e embarcações no Oriente a fim de obter acordos comerciais.
Ainda assim, os fluxos econômicos entre a Europa e o Oriente 
continuaram desfavoráveis para o continente europeu. Segundo pes-
quisadores, 3/4 da prata obtida nas minas americanas entre 1500 e 1800 
foi enviada para a China. 
A força econômica da região fica ainda mais evidente ao analisar 
a produção do período. A China e a Índia produziam cerca de 60% de 
todas as manufaturas do planeta por 
volta de 1750. 
Tecidos produzidos no subconti-
nente indiano e na China circulavam 
pelo mundo, atendendo a demanda da 
Europa e das colônias na América.
Esse contexto começou a mudar ao 
longo do século XVIII, com a Revolução 
Industrial e o desenvolvimento militar 
europeu. Assim, houve a expansão da 
produção de mercadorias na Europa 
e vitórias importantes de forças euro-
peias, especialmente inglesas, sobre 
sociedades do Oriente. Esse foi um 
fator que possibilitou a transformação 
de regiões do subcontinente indiano 
em colônias inglesas.
	■ Damas da corte 
preparando seda 
recém-tecida, 
atribuído ao Imperador 
Huizong (1082-1135).
> MEUS ARGUMENTOS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• O processo de construção econômica envolve, além de questões monetárias, diferentes dimensões 
sociais e geográficas. Com base nessas premissas, analise o mapa da página 95 e o texto das páginas 
seguintes e elabore um quadro no qual constem os pontos favoráveis e desfavoráveis para a parti-
cipação da China e da Europa na economia do período. Depois, escreva no caderno um pequeno 
texto argumentativo refletindo se no presente a tecnologia possibilita ou não a superação das 
dificuldades e o aprimoramento ou não das vantagens nas relações econômicas.
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Países selecionados: participação da 
produção mundial de manufatura (1750-
1900)
0
20
10
30
60
50
40
70
Ano
Em %
1800 1830 1860 1880 19001750
Europa China
Estados Unidos Índia
98
A Europa como centro da economia 
global
Ao longo do século XIX, diversos países europeus iniciaram a industrialização 
de suas economias, o que aumentou significativamente a produção de mercado-
rias no continente, superando o resto do mundo. Em 1900, a Europa produzia 60% 
das manufaturas globais; a China, 7%; e a Índia, 2%. Os Estados Unidos também se 
industrializaram nessa época, produzindo cerca de 20% das manufaturas.
	■ Gráfico mostrando a evolução da 
produção de manufaturas no mundo, 
entre 1750 e 1900.
Fonte: MARKS, R. B. The origins of the modern world. 
Maryland (Estados Unidos): Rowman & Littlefield 
Publishers, 2019.
É importante destacar que nesse processo de deslocamento do centro econô-
mico global do Oriente para a Europa, houve uma relação profunda entre avanço 
industrial e desenvolvimento militar. A partir da Revolução Industrial, a Inglaterra e 
outros países europeus passaram a utilizar a energia do carvão para o desenvolvi-
mento de embarcações militares mais eficientes.
Além disso, em meados do século XIX, as inovações industriais e tecnológicas 
possibilitaram a criação de armas de fogo mais eficientes e a descoberta da eficácia 
do quinino na cura da malária. Todas essas invenções ajudaram a expansão militar 
europeia sobre territórios da África e da Ásia.
Esses territórios foram transformados em zonas coloniais que ajudaram a expan-
dir a economia europeia.Nesse sentido, é importante perceber que o fortalecimento 
econômico dos países europeus foi possibilitado não apenas por práticas comer-
ciais e inovações produtivas, mas também pelo uso da força militar para subordinar 
outros territórios aos interesses econômicos dos Estados europeus.
Entretanto, ao mesmo tempo em que o uso da força militar contribuiu para o 
fortalecimento dos países europeus, intensificou tensões entre esses países. Essas 
tensões culminaram em duas guerras mundiais na primeira metade do século XX. 
Do ponto de vista econômico, essas guerras provocaram o deslocamento do centro 
dinâmico da economia global da Europa para os Estados Unidos e a União Soviética.
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99
Observe a charge abaixo e as definições de eurocentrismo. Em 
seguida, responda às questões.
[...]
... co njunto de práticas representativas que participam da produção de 
concepções do mundo que 1) dividem os componentes do mundo em unida-
des isoladas; 2) desagregam suas 
histórias de relacionamento; 
3) convertem a diferença em hie-
rarquia; 4) naturalizam essas 
representações; e 5) intervêm, 
ainda que inconscientemente, 
na reprodução das atuais rela-
ções assimétricas de poder” 
(Coronil, 2000, pp. 89-90) 
[...]
BORTOLUCI, J. H. Para além das múltiplas 
modernidades: eurocentrismo, modernidade 
e as sociedades periféricas. PLURAL. Revista 
do Programa de Pós-Graduação em Sociologia 
da USP, São Paulo, v. 16, n. 1, p. 53-80, 2009. 
Disponível em: https://pesquisa-eaesp.fgv.
br/sites/gvpesquisa.fgv.br/files/arquivos/
para_alem_das_multiplas_modernidades_
eurocentrismo_modernidade_e_as_
sociedades_perifericas.pdf. p.60. Acesso em: 
1 set. 2020. (Tradução dos autores.)
 1. Na charge, temos sentados 
à mesa os representantes da 
Inglaterra, da Alemanha, da 
Rússia, da França e do Japão. 
Em pé, atrás das pessoas à 
mesa, há o representante da 
China. Com base na análise da 
charge, comente as intenções 
do grupo sobre a China.
 2. A partir dos assuntos traba-
lhados no capítulo e da de-
finição presente no trecho 
acima, indique a relação es-
tabelecida entre o eurocentrismo e a participação da Europa no cenário 
global.
 3. Podemos considerar que a charge se relaciona, em certa medida, à defi-
nição de eurocentrismo? 
■ Charge de Henri 
Meyer para o jornal 
francês Le Petit 
Journal, edição de 16 
de janeiro de 1898.
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DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS> NÃO ESCREVA NO LIVRO
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https://pesquisa-eaesp.fgv.br/sites/gvpesquisa.fgv.br/files/arquivos/para_alem_das_multiplas_modernidades_eurocentrismo_modernidade_e_as_sociedades_perifericas.pdf
100
A economia global contemporânea: 
da Guerra Fria ao mundo multipolar
Com o final da Segunda Guerra Mundial, em 1945, a organização da economia 
global passou por mudanças importantes. A nova organização da economia ao final 
da guerra foi marcada pela existência de dois centros distintos e rivais: o bloco capita-
lista, liderado pelos Estados Unidos, e o bloco comunista, liderado pela União Soviética.
As trocas comerciais entre os países dos dois blocos foram limitadas. Além disso, 
um aspecto importante da economia nesse contexto é que os Estados Unidos e a 
União Soviética dedicavam parcela importante de seus recursos em investimentos 
militares e tecnológicos visando ampliar sua influência e tornar-se a potência hege-
mônica no planeta.
Nesse contexto do pós-guerra também estava ocorrendo o processo de descolo-
nização da Ásia e da África, formando novos atores de influência econômica global. 
A Índia, por exemplo, deixou de ser um território colonial inglês e passou por um 
lento processo de desenvolvimento industrial ao longo do século XX.
Além disso, a partir dos anos 1960, algumas nações da Ásia atravessaram um 
momento de intenso desenvolvimento econômico. Coreia do Sul, Taiwan (Formosa), 
Hong Kong e Cingapura – conhecidos como Tigres Asiáticos – foram impulsionados 
pelo desenvolvimento industrial do Japão, iniciado na década de 1950.
Essas nações experimentaram a expansão econômica principalmente graças a 
altas taxas de poupança, elevados índices de investimento e baixos salários pagos 
à mão de obra qualificada. Os setores de eletroeletrônicos, vestuário e informática 
foram os que mais cresceram. No final da década de 1970, foi a vez dos novos Tigres: 
Indonésia, Tailândia e Malásia. 
■ O desenvolvimento acelerado dos Tigres 
Asiáticos é resultado da política econômica 
conhecida como plataforma de exportação. 
Com ela, os países promovem diversos 
incentivos para a entrada de multinacionais de 
elevada tecnologia, objetivando a produção 
de eletrônicos para a exportação. Vista aérea 
noturna do centro de Hong Kong (China), 2019.
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101
A ascensão econômica da China 
contemporânea e o colapso do bloco soviético
Outro aspecto central para a compreensão da economia global contemporânea é o papel desem-
penhado pela China. Na primeira metade do século XX, após intensas lutas, o país conquistou sua 
autonomia (1912) e passou por uma revolução comunista (1949). Devido a divergências ideológicas, 
seguiu um rumo político e econômico autônomo e não alinhado ao bloco comunista soviético.
Já na segunda metade do século XX, a China começou a se tornar um centro econômico dinâmico, 
marcado por um rápido desenvolvimento industrial, que ganhou força a partir da década de 1980, 
quando o país iniciou reformas para adotar um socialismo de mercado, abrindo sua economia para 
comercializar com países capitalistas. Esse processo possibilitou também o rápido crescimento econô-
mico do país, que vem se tornando desde então uma das principais potências mundiais. A expansão 
da capacidade produtiva fez da China um dos maiores exportadores de mercadorias do planeta. 
Em 2020, a China já tinha o segundo maior PIB do mundo. Além disso, analistas acreditam 
que o país pode se tornar a primeira economia do planeta até 2030.
Ao contrário da China, no início da década de 1990, a União Soviética entrou em colapso, 
levando ao fim do bloco comunista. Esse processo foi provocado, entre outros fatores, pelo declínio 
econômico do bloco, que não conseguiu manter seu crescimento econômico ao longo do tempo.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
• Compare as tabelas e responda: Os países mais ricos são os que apresentam maior IDH? Reflita sobre 
a situação e pesquise mais informações. Com base nos dados, é possível afirmar que a riqueza de 
um país garante qualidade de vida para seus cidadãos? Converse com seus colegas sobre esse tema. 
Fonte: WORLD BANK. Gross domestic product 2019. Washington, 
DC, 2019. Disponível em: https://databank.worldbank.org/data/
download/GDP.pdf. Acesso em: 30 ago. 2020.
Fonte: PNUD. Human Development Reports. Nova York, 2019. 
Disponível em: http://hdr.undp.org/en/content/2019-human-
development-index-ranking. Acesso em: 30 ago. 2020.
 Mundo: maiores economias, 2019
Posição País PIB (em milhões de dólares)
1 Estados Unidos 21.427,7
2 China 14.342,9
3 Japão 5.081,7
4 Alemanha 3.845,6
5 Índia 2.875,1
6 Reino Unido 2.827,1
7 França 2.715,5
8 Itália 2.001,2
9 Brasil 1.839,7
10 Canadá 1.736,4
11 Rússia 1.699,8
12 Coreia do Sul 1.642,3
13 Espanha 1.394,1
14 Austrália 1.392,6
15 México 1.258,2
 Mundo: maiores IDH, 2019
Posição País IDH
1 Noruega 0,954
2 Suíça 0,946
3 Irlanda 0,942
4 Alemanha 0.939
5 Hong Kong (China) 0.939
6 Austrália 0.938
7 Islândia 0.938
8 Suécia 0.937
9 Cingapura 0.935
10 Países Baixos 0.933
11 Dinamarca 0.930
12 Finlândia 0.925
13 Canadá 0.922
14 Nova Zelândia0.921
15 Reino Unido 0.920
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https://databank.worldbank.org/data/download/GDP.pdf
http://hdr.undp.org/en/content/2019-human-development-index-ranking
102
Blocos econômicos
Após o colapso da União Soviética, a economia global passou a 
se articular com múltiplos centros regionais. Nesse cenário, os blocos 
econômicos e as organizações internacionais desempenham um papel 
muito importante.
Um bloco econômico é uma organização que reúne diferentes 
países visando ao fortalecimento das relações econômicas e políticas 
entre seus membros. Existem diferentes tipos de blocos econômicos, 
com maior ou menor integração. 
A União Europeia, bloco econômico que em 2020 reunia 27 países 
da Europa, tem sua origem em acordos comerciais estabelecidos na 
década de 1950. Esses acordos foram ampliados nas décadas seguintes 
até culminarem na criação de um espaço comum pelo qual pessoas, 
mercadorias, serviços e recursos podem circular livremente.
Atualmente, cidadãos europeus podem cruzar as fronteiras dos 
países-membros da União Europeia sem a necessidade de documen-
tos ou autorizações especiais. Além disso, existe uma moeda comum e 
órgãos centrais de caráter administrativo, como a Comissão Europeia e o 
Parlamento Europeu. Esse processo de integração ajudou a transformar a 
Europa em um importante centro econômico do mundo contemporâneo.
Em 2016, o Reino Unido iniciou o processo de saída da União Europeia, 
apelidado de Brexit. O principal argumento dos apoiadores era o de 
que a nação perdia autonomia sobre 
seu território, enquanto os contrários à 
saída alegavam que a aliança com a UE 
fortalecia a economia. 
Além da União Europeia, existem 
outros blocos econômicos, como o 
Acordo de Livre-Comércio da América 
do Norte (Nafta), constituído por Estados 
Unidos, Canadá e México; a União 
Africana (UA), que reúne 54 países da 
África; e o Mercado Comum do Sul 
(Mercosul), formado por Brasil, Argentina, 
Paraguai e Uruguai, além de Bolívia como 
Estado associado. A Venezuela já fez 
parte do bloco, mas foi suspensa.
Esses blocos econômicos não apresen-
tam o mesmo nível de integração que a 
União Europeia, mas desempenham um 
papel importante na intensificação e no 
fortalecimento das economias dos países 
que os formam.
	■ Bandeiras da União 
Europeia (UE) em 
frente ao edifício-sede 
da Comissão Europeia, 
em Bruxelas (Bélgica), 
2019. 
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103
Organizações internacionais
A origem das organizações internacionais remonta aos Acordos de Bretton 
Woods firmados em 1944, que definiram as bases para a reestruturação dos 
países afetados pela Segunda Guerra Mundial. Para isso, foram criadas insti-
tuições internacionais, como o Banco Internacional para a Reconstrução e o 
Desenvolvimento (BIRD) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Por meio 
dessas instituições, foram feitos investimentos em países europeus para evitar 
o avanço de ideias comunistas no pós-guerra. O crescimento econômico a partir 
de uma lógica capitalista era visto como uma forma de diminuir a influência 
soviética no continente.
Com o fim do bloco comunista, essas instituições se fortaleceram ainda mais 
e começaram a pressionar governos de países em desenvolvimento na adoção 
de medidas alinhadas aos interesses das grandes potências econômicas do 
planeta, principalmente, os Estados Unidos. Dessa forma, o FMI passou a fomen-
tar políticas internacionais nas quais os Estados participantes deveriam reduzir 
a intervenção governamental na economia nacional e proporcionar meios para 
investimentos do capital internacional no país, medidas conhecidas como refor-
mas neoliberais.
Essas reformas ampliaram as trocas comerciais no mundo, mas também 
enfraqueceram o controle de muitos Estados sobre suas economias. Além disso, 
intensificaram as desigualdades sociais e a concentração de renda.
QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1992. p. 53.
	■ Na tirinha, Quino satiriza a influência que os organismos internacionais possuem sobre a 
soberania dos países.
> MEUS ARGUMENTOS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Considerando as informações apresentadas sobre o modo como os blocos econômicos e as orga-
nizações internacionais atuam nas economias locais, mencione pontos favoráveis e desfavoráveis 
às pressões externas (de outros países ou organizações) para a estruturação interna de um país. 
Para levantar esses argumentos, lembre-se de apontar os limites das influências sobre os países.
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104
Disputa Estados Unidos x China
As relações comerciais entre os Estados Unidos e a China remontam à década 
de 1980, quando os dois países iniciaram um processo de aproximação diplomática. 
Apesar de o sistema socialista chinês ter se mantido, esse período foi marcado pelas 
reformas econômicas que visavam à abertura de mercado. Para os Estados Unidos, 
essas reformas significavam a expansão da dinâmica capitalista pelo planeta.
Com a queda do bloco soviético, o socialismo de mercado chinês continuou 
sendo visto como um importante aliado na sustentação e na expansão do capi-
talismo global. No final da década de 1990, por exemplo, a crise econômica que 
afetou muitos países da Ásia fortaleceu a importância regional da China. O país era 
visto como um ponto de apoio para a expansão do modelo econômico neoliberal 
defendido pelos Estados Unidos.
Essa configuração, porém, começou a mudar no final dos anos 2000. Nessa 
época, a economia chinesa se modernizava rapidamente, o que tornava suas expor-
tações mais competitivas. Além disso, a China ocupa uma posição estratégica na 
Ásia, podendo influenciar as dinâmicas políticas de muitos países da região. Diante 
desse contexto, a China estava se tornando uma potência regional que ameaçava a 
influência estadunidense em muitos países.
Essa combinação de grande expansão econômica e fortalecimento político fez 
com que o governo dos Estados Unidos passasse a observar o país não mais como 
um aliado, mas como um grande concorrente. Dessa forma, as disputas entre os 
Estados Unidos e a China ganharam cada vez mais importância no contexto global, 
pois as duas nações buscam a hegemonia no mundo contemporâneo e visam 
ampliar sua influência política, cultural e econômica no mundo.
	■ JOSWIG, D. Disputa comercial USA – China. A charge ironiza as políticas estadunidenses que visam 
restringir o crescimento da economia chinesa.
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Governo Trump e o 
crescimento das tensões
Ao final do governo de Barack Obama (2009-2017), os Estados Unidos já se posicio-
navam de forma crítica diante do avanço econômico da China. Essa situação seguiu 
uma intensa radicalização após a posse de Donald Trump como presidente do país, 
em 2017. Seu governo foi marcado por uma série de ações visando transformar a China 
em uma das principais ameaças ao desenvolvimento dos Estados Unidos. 
Por meio de declarações agressivas em suas redes sociais e intenso uso de pro-
paganda, Trump e seus aliados fortaleceram a desconfiança da opinião pública sobre 
o país oriental. Além disso, foram tomadas diversas medidas visando conter o cres-
cimento econômico da China.
Em 2019, por exemplo, o governo dos Estados Unidos passou a perseguir um 
grande conglomerado de telecomunicações chinês, ao defender a proibição global 
de suas operações. Essa corporação tem um papel importante no fornecimento de 
equipamentos necessários paraa criação de redes sem fio pelo planeta.
De forma semelhante, em 2020, o governo Trump defendeu medidas para proibir 
o funcionamento de duas redes sociais chinesas de grande influência no planeta. 
Alegando o risco de espionagem, o governo determinou que a empresa chinesa 
deve vender suas redes sociais 
para empresas estadunidenses 
ou ser banida dos EUA.
Esses dois exemplos demons-
tram a relação profunda entre 
disputa política e econômica e o 
crescimento das tensões entre os 
dois países. Essa situação pode 
se agravar ainda mais, já que o 
governo chinês vem agindo para 
enfraquecer a influência estaduni-
dense. Por isso, essa disputa pode 
se tornar um dos principais focos de 
tensão no mundo contemporâneo.
	■ Donald Trump discursa 
durante sua campanha para 
a presidência, em Saint Louis, 
Missouri (Estados Unidos), 2016.
> DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Nos últimos anos, vêm ocorrendo manifestações xenófobas contra chineses nos Estados Unidos. 
Discutam em grupo a respeito das relações que a xenofobia possui com as situações apresentadas 
no capítulo, refletindo se esse comportamento está presente no Brasil. 
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NÃO ESCREVA 
NO LIVROATIVIDADES>
 1. Leia os textos a seguir:
[...]
[...] Braudel definia a economia mundial como “uma soma de áreas individua-
lizadas, econômicas e não econômicas, [estendendo-se] para além das fronteiras 
de outras grandes divisões históricas… A economia mundial é a maior superfície 
vibradora possível, que não somente aceita a conjuntura, mas, em certa profun-
didade ou nível, a cria. É a economia mundial em todos os eventos que cria a 
uniformidade de preços numa área imensa, como um sistema arterial distribui 
sangue por todo um organismo vivo. É uma estrutura em si mesma.” [...]
[...]
GALL, N.; RICUPERO, R. Globalismo e Localismo: quais são os limites da competição e da segurança?. Braudel Pappers, São 
Paulo, n. 17, 1977. Disponível em: http://www.normangall.com/brazil_art3.htm. Acesso em: 30 ago. 2020. 
[...] “uma alternativa à China, incluindo trazer de volta para CASA nossas empre-
sas e fabricar nossos produtos nos EUA”. Em sua opinião, “as grandes quantidades 
de dinheiro feito e roubado pela China aos EUA, ano após ano, durante décadas, 
devem ACABAR e acabarão”, afirmou o mandatário. “Não precisamos da China 
e, na verdade, estaríamos melhor sem eles.
LIY, M. V.; LABORDE, A. Trump intensifica guerra comercial com a China com elevação generalizada de impostos. El País, [s. l.], 
23 ago. 2019. Disponível em: https://brasil.elpais.com/brasil/2019/08/23/internacional/1566564039_314372.html. 
Acesso em: 30 ago. 2020.
 a) A partir do que foi estudado no capítulo, aponte as interpretações possíveis para 
a abordagem prevista no primeiro trecho.
 b) Analise a relação entre os dois trechos, julgando, principalmente, a adequação das 
falas presentes no segundo trecho.
 2. Observe o mapa e a imagem de satélite a seguir.
Fonte: IBGE EDUCA. Você sabe o que é anamorfose? Rio de Janeiro, 2020. Disponível em: https://educa.ibge.gov.br/
professores/educa-recursos/20815-anamorfose.html. Acesso em: 30 ago. 2020. 
Mundo: Produto Interno Bruto (PIB) proporcional a cada país, 2016
ESTADOS
UNIDOS
CANADÁ
MÉXICO
BRASIL
FRANÇA
ESPANHA
ITÁLIA
ÍNDIA
CHINA
JAPÃO
AUSTRÁLIA
RÚSSIA
COREIA
DO SUL
ALEMANHA
REINO
UNIDO
Produto Interno Bruto (PIB)
(em bilhões de US$) 
Até 500,0
De 500,1 a 1.000,00
De 1.000,1 a 5.000,00
De 1.218,2 a 18.624,5
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http://www.normangall.com/brazil_art3.htm
https://brasil.elpais.com/brasil/2019/08/23/internacional/1566564039_314372.html
https://educa.ibge.gov.br/professores/educa-recursos/20815-anamorfose.html
107
 a) O primeiro mapa é uma “anamorfose geográfica”, o que representa 
que cada país foi redesenhado de modo proporcional a seu Produto 
Interno Bruto. Como podemos relacionar o mapa aos temas estuda-
dos no capítulo? 
 b) A foto de satélite apresenta o acesso dos países à internet. Nela 
conseguimos observar quais regiões e países participam mais inten-
samente do ambiente digital. Essa participação on-line se relacionaria 
de algum modo à economia global analisada no capítulo? Justifique 
sua resposta.
 c) Com base no que foi estudado no capítulo, para além do PIB, IDH e 
de outros índices, que elemento você consideraria importante para 
indicar o seu próprio desenvolvimento pessoal, que não seja relacio-
nado ao aspecto financeiro?
 3. Observe novamente a foto da abertura do capítulo, na página 94, e a 
charge reproduzida na página 104. Compare-as e depois responda:
 a) Em relação à imagem da abertura, você acredita que o fotógrafo a 
produziu de forma intencional, buscando transmitir uma mensagem? 
Em caso afirmativo, qual seria essa mensagem?
 b) Em sua opinião, em que aspectos a foto e a charge se aproximam ou 
se distanciam?
Fonte: OLIVEIRA, A. J. Mapa mostra todos os dispositivos conectados à internet. Galileu, 2 set. 2014. Disponível em: https://revistagalileu.globo.
com/Tecnologia/Internet/noticia/2014/09/mapa-mostra-todos-os-dispositivos-conectados-internet-do-mundo.html. 
Acesso em: 30 ago. 2020. 
Mundo: conexão à internet por país, 2014
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https://revistagalileu.globo.com/Tecnologia/Internet/noticia/2014/09/mapa-mostra-todos-os-dispositivos-conectados-internet-do-mundo.html
INVESTIGAÇÃO>
108
Os discursos de candidatos a cargos públicos são produzidos para a comunica-
ção com os cidadãos e consistem em um dos elementos mais importantes da prática 
política. Esses discursos são sempre muito pensados e existem profissionais espe-
cializados em sua produção, justamente devido ao impacto que têm na divulgação 
das ideias políticas e na sua aceitação junto aos eleitores.
As estruturas de textos de discursos podem ser melhor entendidas quando os 
pensamos a partir do que é chamado de análise do discurso. Entendendo que 
existe uma relação entre a elaboração dos textos com o seu contexto de produção, e 
que esses são atravessados por ideologias, a análise do discurso estuda as estruturas 
de um texto para compreender as construções ideológicas que estão presentes nele 
e como elas influenciam seus sentidos.
Para entendermos melhor as estratégias de construção desse tipo de texto, 
vamos analisar um trecho do discurso de posse do presidente estadunidense Donald 
Trump, pronunciado em 20 de janeiro de 2017, em que ele trata das relações estran-
geiras dos Estados Unidos:
[...] 
Por muitas décadas enriquecemos a indústria estrangeira às custas da indústria 
americana;
Subsidiamos os exércitos de outros países enquanto permitíamos ao muito triste 
esgotamento de nosso poder militar;
Nós defendemos as fronteiras de outros países enquanto nos recusamos a defender 
as nossas próprias;
E gastamos trilhões e trilhões de dólares além-mar, enquanto a infraestrutura dos 
Estados Unidos caiu em degradação e deterioração.
Nós tornamos outros países ricos enquanto a riqueza, a força e a confiança do nosso 
país se dissipou no horizonte.
Uma por uma, as fábricas fecharam e deixaram nosso solo sem nem pensar nos 
milhões e milhões de trabalhadores americanos que foram deixados para trás.
A riqueza da nossa classe média foi arrancada de suas casas e depois redistribuída 
ao redor do mundo.
Mas isso é o passado, e agora nós estamos olhando só para o futuro.
Nós reunidos aqui hoje estamos emitindo um novo decreto a ser ouvido em todas 
as cidades, em todas as capitais estrangeiras e em todos os corredores do poder.
Deste dia em diante, uma nova visãovai governar nossa terra.
Deste dia em diante, vai ser só a América primeiro, a América primeiro.
[...]
VEJA e leia íntegra do discurso de posse de Donald Trump. G1, 20 jan. 2017. Disponível em: https://g1.globo.com/mundo/
noticia/veja-integra-do-discurso-de-posse-de-donald-trump.ghtml. Acesso em: 18 set. 2020. 
Para analisar o discurso contido nesse texto, podemos pensar em algumas estra-
tégias discursivas, nas palavras e termos escolhidos para transmitir sentidos:
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https://g1.globo.com/mundo/noticia/veja-integra-do-discurso-de-posse-de-donald-trump.ghtml
109
 a) Palavras de promessa: prometem e apresentam cenários futuros, mas tentando 
mostrá-los como realistas, passando a sensação de credibilidade, como na passa-
gem: “Deste dia em diante, uma nova visão vai governar nossa terra”.
 b) Palavras de decisão: apresentam um quadro negativo, de desordem, e propõem 
ações para resolver essas anormalidades, como no trecho: “a infraestrutura dos 
Estados Unidos caiu em degradação e deterioração. […] Mas isso é o passado, e 
agora nós estamos olhando só para o futuro.”.
 c) Palavras de justificação: defendem uma tomada de decisão, mostrando a razão de 
ser de uma ação, como no trecho: “Nós tornamos outros países ricos enquanto a 
riqueza, a força e a confiança do nosso país se dissipou no horizonte”.
Além dessas estratégias discursivas, para atingirem efetivamente seu público, os 
discursos políticos estão sempre submetidos às condições:
• de simplicidade: considerando que os públicos dos discursos são sempre variados, 
buscam valores compartilhados que possam ser compreendidos pela maioria;
• de credibilidade: construir imagens que permitam a identificação do público, mos-
trando o político como alguém lúcido, que tem autoridade e virtudes;
• de dramatização: construir argumentos que emocionem o público, que o atinjam não 
só na razão, mas também na emoção.
Pensando nessas estratégias da análise do discurso, a turma deve se dividir em 
grupos para produzir um debate político. Para isso, sigam estas etapas:
 1. Cada grupo deve definir a plataforma política de seu candidato, especificando suas 
propostas para os temas: educação, cultura, economia, saúde, projetos sociais e meio 
ambiente.
 2. A partir das propostas políticas definidas, cada grupo deve se utilizar das estratégias 
de análise do discurso para apresentar a plataforma do candidato. O material pode ser 
escrito ou gravado, na forma de uma propaganda a ser veiculada no horário eleitoral.
 3. As plataformas dos candidatos devem ser postas em discussão em um debate. 
Coletivamente os grupos devem estabelecer as seguintes regras:
• discutir como serão sorteados os temas;
• elaborar e organizar as perguntas que serão feitas aos candidatos;
• definir o tempo que cada candidato terá para pergunta, resposta e réplica.
 4. Após o debate, a classe deve se reunir para discutir a performance dos candidatos. Se 
for possível, o debate deve ser gravado, e as falas de cada lado podem ser analisadas 
coletivamente utilizando recursos da análise do discurso.
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110
Etapa
2
PESQUISA DE CAMPO
A segunda etapa dos trabalhos consiste em uma pesquisa de campo. 
Durante sua realização, vocês devem fazer observações, tomar notas e elaborar relatórios 
que irão auxiliar na escrita do roteiro da apresentação teatral.
Formem dois grupos para executar as seguintes tarefas:
Grupo 1 – Mapear situações de conflito na sala de aula ou na escola que possam servir de 
base para a simulação.
Trata-se da pesquisa de campo preliminar para definir o conflito que será trabalhado. Pode ser 
algum fato ocorrido na escola e que tenha gerado um conflito, seja entre colegas, professores e 
estudantes, direção e estudantes, ou uma situação externa ao ambiente escolar, envolvendo, 
por exemplo, os vizinhos da escola. 
Observem, pesquisem, analisem e procurem chegar a um consenso a respeito do caso que 
melhor se ajuste à atividade proposta. Ao final, elaborem um relatório sobre o caso que esco-
lheram para ser apresentado.
Para ilustrar, imaginem um estudante que é constantemente excluído pelos colegas por 
ocasião da execução de trabalhos coletivos. Em dado momento, o estudante excluído decide 
agir de forma não convencional e agride fisicamente um dos colegas fora da escola, em vez 
de procurar apoio de um professor ou da coordenação da escola. Nesse caso, a tarefa seria 
identificar as partes, o contexto, as necessidades não atendidas e as posições assumidas por 
cada parte, sem prejulgamentos.
Grupo 2 – Analisar os casos trazidos pelos colegas do grupo 1 e transcrevê-los em forma de 
roteiro para a simulação.
Trata-se da construção da argumentação baseada nos fatos recolhidos na pesquisa de campo 
do grupo1 para a elaboração do roteiro. Esse tipo de guia para a peça teatral deverá conter:
• caracterização das partes envolvidas;
• descrição das necessidades de cada uma delas;
• enumeração dos argumentos de cada uma das partes para exprimir suas necessidades e 
reivindicar sua satisfação;
• atuação do mediador.
Nesta etapa, não é necessário pensar em um desfecho para o caso. Apenas descrevam a 
situação de conflito, qualifiquem as partes e busquem elementos para reforçar as posições de 
cada uma delas, ou seja, descrevam o contexto em que se dá o conflito.
Informações pertinentes sobre a relação entre as partes, suas necessidades e como dese-
jariam que fossem atendidas serão objeto da mediação e deverão ser abordadas e coletadas 
na próxima etapa.
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> SAIBA MAIS
Instituto Rio Branco
Disponível em: http://www.institutoriobranco.itamaraty.gov.br/historia. Acesso em: 20 ago. 2020.
Órgão do governo federal criado em 1945 que forma diplomatas responsáveis por representar o 
Brasil no exterior, entre outras atividades.
Organização dos Estados Americanos (OEA)
Disponível em: http://www.oas.org/pt/default.asp. Acesso em: 20 ago. 2020.
Fundada em 1948, a organização reúne 35 países da América e é o principal fórum 
governamental, político, jurídico e social do continente americano. 
Organização das Nações Unidas (ONU) 
Disponível em: https://nacoesunidas.org. Acesso em: 20 ago. 2020.
Site oficial da ONU no Brasil. Fundada em 1945, a ONU é uma organização internacional cujo 
objetivo é trabalhar pela paz e pelo desenvolvimento mundiais.
Organização Mundial do Comércio (OMC)
Disponível em: https://www.wto.org/. Acesso em: 20 ago. 2020.
Formada por mais de 160 países, essa organização internacional criada em 1995 tem por 
finalidade discutir as estruturas comerciais do mundo, criando regras e acordos sobre o 
comércio. 
Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean)
Disponível em: http://pt.reingex.com/ASEAN-Associacao-Nacoes-Sudeste-Asiatico.asp. Acesso 
em: 20 ago. 2020.
Organização intragovernamental formada por dez países do Sudeste asiático: Tailândia, Vietnã, 
Camboja, Filipinas, Brunei, Cingapura, Indonésia, Laos, Malásia e Mianmar. Em 2010, a associação 
firmou acordo com a China, criando a terceira maior área de livre comércio do mundo.
União Europeia
Disponível em: https://europa.eu/european-union/index_pt. Acesso em: 20 ago. 2020.
Site oficial da União Europeia, bloco econômico e político formado por 27 países europeus.
União Africana
Disponível em: https://au.int/. Acesso em: 20 ago. 2020.
Fundada em 2002, a organização internacional reúne os 54 países do continente africano e foi 
criada com o objetivo inicial de promover o crescimento do continente e o desenvolvimento da 
economia de seus países-membros.
Mercado Comum do Sul (Mercosul)
Disponível em: https://www.mercosur.int/. Acessoem: 20 ago. 2020.
Página oficial do Mercosul, bloco econômico formado por quatro países-membros – Argentina, 
Brasil, Paraguai e Uruguai – e mais cinco associados. 
Banco Mundial
Disponível em: https://www.worldbank.org/pt/country/brazil. Acesso em: 20 ago. 2020.
Instituição financeira internacional que realiza empréstimos para países em desenvolvimento. 
111
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http://www.oas.org/pt/default.asp
http://www.institutoriobranco.itamaraty.gov.br/historia
https://nacoesunidas.org
https://www.wto.org/
http://pt.reingex.com/ASEAN-Associacao-Nacoes-Sudeste-Asiatico.asp
https://europa.eu/european-union/index_pt
https://au.int/
https://www.mercosur.int/
https://www.worldbank.org/pt/country/brazil
112
UNIDADE
112
 1. A covid-19 evidenciou as desigualdades so-
ciais do mundo, provocando impactos muito 
maiores às minorias sociais. Você percebeu 
essa realidade em sua comunidade? Conte 
para os colegas suas observações a respeito.
 2. A xenofobia, ou seja, a aversão ao estran-
geiro, vem ganhando contornos cada vez 
mais evidentes em muitos países. Em sua 
opinião, esse problema é observado no 
Brasil? Justifique sua resposta.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO
Um mundo 
doente
O ano de 2020 entrou para a história como 
o ano em que a humanidade conheceu os 
perigos da covid-19, doença provocada por 
um vírus com fácil capacidade de propaga-
ção, que espalhou o medo e provocou muitas 
mortes no mundo. Essa crise sanitária de pro-
porções globais é um dos muitos problemas 
observados na atualidade. As desigualdades 
sociais, a xenofobia e as guerras mostram que 
ainda há muitas coisas a serem tratadas pela 
humanidade.
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J.B
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113
■ BORGES, J. A briga dos dragões. 
2013. Xilogravura, 49,5 cm × 34 cm.
D3-CH-EM-3075-V6-U4-C7-112-131-LA-G21-AVU2.indd 113D3-CH-EM-3075-V6-U4-C7-112-131-LA-G21-AVU2.indd 113 24/09/20 13:5624/09/20 13:56
CAPÍTULO
7 Vamos embora daqui
Observe a charge reproduzida abaixo e realize a leitura do frag-
mento de reportagem apresentado em seguida.
Situação em Roraima
Com o agravamento da crise econômica e social na Venezuela, o fluxo 
de cidadãos venezuelanos para o Brasil cresceu maciçamente nos últimos 
anos. Entre 2015 e maio de 2019, o Brasil registrou mais de 178 mil soli-
citações de refúgio e de residência temporária. A maioria dos migrantes 
entra no País pela fronteira norte do Brasil, no Estado de Roraima, e se 
concentra nos municípios de Pacaraima e Boa Vista, capital do Estado.
[...]
CRISE migratória venezuelana no Brasil. UNICEF, [c. 2019]. Disponível em: unicef.org/brazil/crise-
migratoria-venezuelana-no-brasil. Acesso em: 4 set. 2020.
IOTTI. Imigrantes. GaúchaZH, 30 ago. 2018. 
Disponível em: gauchazh.clicrbs.com.
br/opiniao/iotti/noticia/2018/08/iotti-
imigrantes-cjlg9m2i305g301qkuvju49ib.html. 
Acesso em: 4 set. 2020.
IO
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I
Migrantes, imigrantes, refugiados... São muitos os termos usados para se referir a 
indivíduos que se deslocam de seu país ou região de origem. As migrações sempre 
fizeram parte da história da humanidade e contribuíram para moldar o mundo tal 
como o conhecemos.
Entretanto, nunca o número de pessoas vivendo fora de seu país de origem foi 
tão alto como no século XXI. Ao mesmo tempo, cresceu, a rejeição aos imigrantes 
e refugiados. 
Casos de intolerância e preconceito contra estrangeiros ocorrem em diversos lugares 
do mundo, inclusive no Brasil. Diante dessa realidade, os jovens desempenham um papel 
importante no sentido de cola-
borar para a inclusão social 
dessas pessoas, lembrando 
que muitos de nós, brasilei-
ros, somos descendentes de 
imigrantes. 
Acolher bem os estrangei-
ros que escolhem o Brasil como 
seu novo lar é uma maneira de 
exercer a cidadania e promo-
ver o convívio harmonioso em 
nossa sociedade.
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gauchazh.clicrbs.com.br/opiniao/iotti/noticia/2018/08/iotti-imigrantes-cjlg9m2i305g301qkuvju49ib.html
https://www.unicef.org/brazil/crise-migratoria-venezuelana-no-brasil
As migrações do século XXI
O ato de migrar corresponde, de modo 
geral, ao deslocamento de indivíduos de um 
país para outro ou de uma região para outra 
dentro do mesmo país, com objetivo de se 
estabelecerem no local de destino. Entre 
outras razões, as pessoas se deslocam para 
estudar, constituir uma família, superar dificul-
dades econômicas, fugir de circunstâncias que 
colocam em risco sua sobrevivência. 
Quando a migração ocorre entre países 
denominamos de migrações internacionais. 
O termo "imigração" se refere à entrada no país 
de destino e a palavra "emigração" se refere à 
saída do país de origem. 
No mundo atual, entre os grupos que se deslocam de um país para 
outro, destacam-se os de refugiados, que são obrigados a deixar seu país 
de origem (migração forçada) devido a circunstâncias que colocam em 
risco sua integridade física. De acordo com o Estatuto dos Refugiados, da 
Organização das Nações Unidas (ONU), é considerada refugiada a pessoa 
que: 
[...] temendo ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade, 
grupo social ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacio-
nalidade e que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da 
proteção desse país, ou que, se não tem nacionalidade e se encontra fora do 
país no qual tinha sua residência habitual em conseqüência de tais acon-
tecimentos, não pode ou, devido ao referido temor, não quer voltar a ele.. 
ESTATUTO dos Refugiados. ONU, 1951. Disponível em: acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BDL/
Convencao_relativa_ao_Estatuto_dos_Refugiados.pdf. p.2. Acesso em: 4 set. 2020.
	■ Em razão da 
guerra civil, os 
sírios representam 
atualmente uma 
grande parcela dos 
refugiados globais. 
Na foto, crianças 
sírias aguardam em 
fila distribuição de 
alimentos em um 
campo de refugiados 
em Aleppo (Síria), 2016.
> DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• De acordo com a Agência da ONU para Refugiados (Acnur), existem milhões de pessoas ao redor 
do mundo consideradas deslocados internos, retornados, apátridas, asilados políticos ou re-
querente de asilos. Em grupo, pesquisem o significado desses conceitos e no que eles diferem 
daqueles apresentados nesta página. 
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Diante de tais ameaças, qualquer indivíduo pode solicitar refúgio em outro país. O refugiado 
deve ser protegido de acordo com o Direito internacional mediante comprovação de seu status.
Neste capítulo, vamos analisar a questão dos refugiados, entre outras questões relaciona-
das aos fluxos migratórios no século XXI, que constituem o que muitos consideram uma “crise 
migratória sem precedentes”, sobretudo na Europa.
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https://acnur.org/fileadmin/Documentos/portugues/BDL/Convencao_relativa_ao_Estatuto_dos_Refugiados.pdf
Os fluxos migratórios atuais
Você já se deparou com alguma notícia ou reportagem sobre imigrantes internacionais no 
Brasil? Na atualidade, em um mundo onde o espaço é caracterizado por fluxos cada vez mais 
rápidos e intensos, as migrações internacionais são um dos fenômenos mais significativos. 
Como vimos, os fluxos migratórios ocorrem por diferentes motivos e, nas últimas décadas, têm 
apresentado algumas características próprias.
A intensificação dos fluxos
De acordo com dados da Organização 
das Nações Unidas (ONU), entre 1980 e 2019 
o número de migrantes internacionais mais 
do que dobrou, sobretudo no período entre 
os anos 2000 e 2010. Por que esses fluxos se 
intensificaram tanto?
São muitas as respostasa essa questão. 
A tabela ao lado evidencia o número de imi-
grantes globais e o percentual de migrantes 
na composição da população mundial em dife-
rentes momentos. 
A intensificação dos fluxos migratórios está 
relacionada, entre outros fatores, ao processo 
de globalização propiciado pelo desenvol-
vimento das tecnologias de comunicação e 
transporte que, ao reduzir o espaço-tempo, 
facilitam os movimentos populacionais. Além 
disso, o desenvolvimento da internet e da tele-
fonia celular permite ao migrante manter contato com familiares em seu país de origem e até 
mesmo trabalhar por conta própria ou para uma empresa de qualquer parte do mundo. 
	■ Imigrante utilizando 
telefone celular 
com recurso de 
geolocalização para 
traçar rota terrestre 
próximo à fronteira da 
Bósnia e Herzegovina 
com a Croácia, 2018.
 Migrantes na composição da população 
mundial – 1995 a 2019
Ano Migrantes (em milhões) 
% da população 
mundial
1980 102 2,3
1985 113 2,3
1990 153 2,9
1995 161 2,8
2000 174 2,8
2005 192 2,9
2010 221 3,2
2015 249 3,4
2019 272 3,5 
Fonte: UN DESA, 2008, 2019a, 2019b. In: World Migration Report 
2020. International Organization for Migration. p. 21. 
Disponível em: un.org/sites/un2.un.org/files/wmr_2020.pdf. 
Acesso em: 4 set. 2020.
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https://www.un.org/sites/un2.un.org/files/wmr_2020.pdf
Os fluxos migratórios internacionais
As migrações internacionais podem ser classificadas em migrações intracontinentais 
(dentro de um mesmo continente) ou migrações intercontinentais (entre diferentes conti-
nentes). Atualmente, nota-se um predomínio dos fluxos intracontinentais, como evidencia o 
gráfico a seguir. 
De modo geral, os países periféricos são as principais áreas de repulsão ou países de emi-
gração. Países mais desenvolvidos, que apresentam Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) 
altos ou muito altos, tendem a exercer maior atração sobre os migrantes, se caracterizando como 
áreas de atração ou países de imigração. Esses países apresentam atualmente o maior número 
de imigrantes na composição de suas populações. Observe os gráficos a seguir.
Nas últimas décadas, contudo, devido às dificuldades envolvidas no ato de emigrar para 
nações desenvolvidas e grande intensidade dos fluxos migratórios, países emergentes têm 
atraído cada vez mais migrantes. As migrações contemporâneas não se resumem, portanto, às 
migrações entre o Sul geopolítico (periféricos e emergentes) e o Norte geopolítico (desenvolvi-
dos). Elas já foram superadas pelas migrações Sul-Sul, realizadas entre países do Sul geopolítico. 
Fonte: UNITED NATIONS. International Migration Report – 2017, p. 
6. Disponível em: www.un.org/en/development/desa/population/
migration/publications/migrationreport/docs/MigrationReport2017_
Highlights.pdf. Acesso em: 4 set. 2020.
> DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Realize uma pesquisa para descobrir as principais origens de imigrantes no Brasil do século XXI e 
se existe, em seu município, algum local onde eles se reúnem ou alguma feira ou evento cultural 
com presença marcante de imigrantes. 
Fonte: UNITED NATIONS. International Migration Report – 2017, p. 
11. Disponível em: www.un.org/en/development/desa/population/
migration/publications/migrationreport/docs/MigrationReport2017_
Highlights.pdf. Acesso em: 4 set. 2020. 
Migrantes internacionais por região de 
origem e destino, 2017
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Oceania
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Países com maior número de imigrantes, 
2017 (em milhões)
0 10 20 30 40 50
Estados Unidos
Arábia Saudita
Alemanha
Rússia
Reino Unido
Emirados Árabes Unidos
França
Canadá
Austrália
Espanha
Itália
Índia
Ucrânia
Turquia
África do Sul
Cazaquistão
Tailândia
Paquistão
Jordânia
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12,2
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www.un.org/en/development/desa/population/migration/publications/migrationreport/docs/MigrationReport2017_Highlights.pdf
www.un.org/en/development/desa/population/migration/publications/migrationreport/docs/MigrationReport2017_Highlights.pdf
A gestão das migrações 
no século XXI
Leia o trecho a seguir, extraído da Declaração Universal dos Direitos Humanos: 
[...]
Artigo 13
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de 
cada Estado. 
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.
[...]
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Unicef Brasil. Disponível em: unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos. 
Acesso em: 4 set. 2020.
Migrar é um direito de todos, porém, diante dos intensos fluxos migratórios atuais, alguns 
Estados têm dificultado a entrada de migrantes em seu território. 
O jornalista britânico Tim Marshal (1959-) cunhou o termo “era dos muros” para se referir ao 
momento atual, cada vez mais caracterizado pela construção de barreiras físicas destinadas a limitar 
a entrada de migrantes. 
Países mais desenvolvidos, como os Estados Unidos, nações da União Europeia, Japão e 
Austrália são os destinos almejados por grande parte dos migrantes. Em sua maioria, essas 
nações também se caracterizam por suas políticas antimigratórias. 
Distinguir legalmente refugiados cujas alegações são comprovadas dos migrantes que solici-
tam refúgio é uma tarefa árdua e demorada, levando muitos migrantes a ficar detidos por meses 
em centros de acolhimento provisórios, onde aguardam para que seus casos sejam analisados.
	■ A maioria dos migrantes 
que tentam entrar 
de modo irregular no 
território estadunidense 
vem do México e é 
capturada pela Polícia de 
Imigração e Alfândega 
dos Estados Unidos. 
Na foto, um visitante 
caminha ao lado da 
barreira erguida na 
fronteira dos Estados 
Unidos com o México, 
em Playas de Tijuana, 
Baja Califórnia (México), 
2020. 
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https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos
Os mi grantes, suas motivações e diferentes 
realidades
O termo migrante abrange realidades 
diversas. Existem migrantes altamente quali-
ficados que optam por trabalhar em outros 
países onde encontram mais oportunidades, 
caracterizando o fenômeno denominado 
“fuga de cérebros”. Outros são trabalhadores 
de baixa qualificação, que deixam seu país por 
motivos econômicos ou devido à ocorrência 
de desastres ambientais, entre outras razões. 
Em ambos os casos, a principal motivação é a 
busca por melhores condições de vida. 
Os migrantes que não possuem docu-
mentação necessária para permanecer no 
país de destino são considerados imigrantes 
irregulares e correm risco de deportação. 
Essas pessoas também enfrentam dificulda-
des no país de destino em relação a língua, 
alimentação, religião e hábitos culturais, além 
de muitas serem vítimas da xenofobia (pre-
conceito contra estrangeiros) por parte da 
população local. 
■ Atual mente, milhares de migrantes 
buscam entrar ilegalmente na zona daUE para, posteriormente, se deslocar 
aos outros países do bloco, levando 
a atritos entre as nações da UE. Na 
foto, um imigrante em busca de asilo 
observa por trás de uma cerca de 
arame farpado sob a bandeira da União 
Europeia, em 2019.
Depor tação
Processo pelo qual um Estado expulsa determinado 
indivíduo ou grupos de indivíduos estrangeiros do país 
em questão e veta seu direito de retorno, mandando-os 
de volta ao país de origem.
> MEUS ARGUMENTOS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Pessoas contrárias à presença de imigrantes em seus países costumam dizer frases como: “A imigra-
ção acaba com a economia do país”; “Eles vêm para nosso país roubar nosso trabalho”; “Seremos 
invadidos por criminosos e terroristas”. 
• Escolha uma das frases e elabore argumentos para refutar as opiniões apresentadas. Converse com 
seus colegas sobre o perigo da xenofobia em uma sociedade democrática.
Font e: BRASIL. Ministério da Justiça. Secretaria de Assuntos 
Legislativos. Pensando o Direito. n. 57. Brasília, DF, 2015. Disponível 
em: pensando.mj.gov.br/wp-content/uploads/2015/12/PoD_57_
Liliana_web3.pdf. Acesso em: 4 set. 2020
Brasi l: principais difi culdades enfrentadas 
por imigrantes, 2015
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pensando.mj.gov.br/wp-content/uploads/2015/12/PoD_57_Liliana_web3.pdf
Refugiados: de onde vêm? Para onde vão?
Todos os refugiados são migrantes, mas nem todos os migrantes são refugiados. 
Esses termos, muitas vezes empregados como sinônimos, possuem significados bas-
tante diferentes e, portanto, o caso dos refugiados merece atenção especial quando 
discutimos as questões migratórias no século XXI.
Segundo dados da Acnur referentes a 2018, 
aproximadamente 70,8 milhões de pessoas 
foram forçadas a se deslocar em razão da viola-
ção de direitos humanos básicos e, desse total, 
cerca de 25,9 milhões de pessoas foram consi-
deradas refugiadas de acordo com a legislação 
internacional. Nesse mesmo ano, cerca de 57% 
dos refugiados globais eram provenientes de 
apenas três países: Afeganistão (2,7 milhões), 
Sudão do Sul (2,3 milhões) e Síria (6,7 milhões), 
todos eles afetados por guerras civis e nos quais 
a população sofre constantes violações aos 
direitos humanos. A maior parte (cerca de 80%) 
desses refugiados vive atualmente em países 
vizinhos, que fazem fronteira com as nações 
citadas, mas também existem refugiados em 
países da União Europeia e inclusive no Brasil. 
Fonte dos dados: UNHCR/ACNUR. Deslocamento global supera 70 
milhões, e chefe da Agência da ONU para Refugiados pede maior 
solidariedade na resposta. 19 jun. 2019. Disponível em: acnur.org/
portugues/2019/06/19/deslocamento-global-supera-70-milhoes/. 
Acesso em: 4 set. 2020.
Mundo: países que abrigaram mais 
refugiados, 2019 (em milhões)
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Observe o gráfico acima e o mapa a seguir para melhor entendimento desse 
cenário. 
Fonte de dados: UNHCR/ACNUR. Deslocamento global supera 70 milhões, e chefe da Agência da ONU para Refugiados pede 
maior solidariedade na resposta. 19 jun. 2019. Disponível em: acnur.org/portugues/2019/06/19/deslocamento-global-supera-
70-milhoes/. Acesso em: 4 set. 2020.
Mundo: países que abrigaram a maior quantidade de refugiados, 2019
Trópico de Capricórnio
Trópico de Câncer
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Círculo Polar Antártico
Círculo Polar Ártico
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OCEANO
PACÍFICO
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PACÍFICO
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De 1,5 a 3,7 milhões
Quantidade de refugiados
De 1,1 a 1,5 milhões
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https://www.acnur.org/portugues/2019/06/19/deslocamento-global-supera-70-milhoes/
https://www.acnur.org/portugues/2019/06/19/deslocamento-global-supera-70-milhoes/
https://www.acnur.org/portugues/2019/06/19/deslocamento-global-supera-70-milhoes/
Os refugiados 
do século XXI
É importante conhecer o perfil dos refu-
giados do século XXI. Primeiro porque eles 
representam uma parcela significativa dos 
migrantes neste milênio. Depois, para com-
preendermos que, quando se trata de fluxos 
migratórios, eventos e mudanças em curso nas 
escalas local e regional têm impacto global. 
No mundo contemporâneo, os assuntos rela-
cionados às migrações devem, portanto, ser 
geridos de forma planetária. 
Leia este depoimento e, em seguida, o 
cartum.
Meu nome é Mohammad, eu sou afegão. 
Tenho 42 anos. Deixei meu país por causa 
dos talibãs que me vigiavam e me ameaçavam. Durante 22 anos eu combati o Talibã. Eu treinava 
soldados, pois fui major do exército. [...] Eu amo meu país e amarei pra sempre. Os talibãs me dis-
seram: ‘Vamos te matar.’ Eu disse a eles que não tinha medo. Eles me responderam: ‘Se você não 
tem medo, podemos matar seus filhos’ Eu fugi para salvá-los. Deixei meu país e vim para a Europa 
com minha mulher e meus dois filhos [...]. A viagem durou um mês [...]. Da Turquia, pegamos um 
caiaque para oito pessoas – mais caro, porém menos perigoso que um barco cheio de migrantes – 
chegamos à Grécia e depois passamos pela Macedônia, Sérvia, Croácia, Eslovênia, Áustria, Bélgica 
e Calais. Fizemos a viagem juntos. Minha esposa tem 30 anos e queria que fôssemos para o Reino 
Unido, onde vivem sua tia, seu irmão, primos e primas [...].
LEQUETTE, S; LE VERGOS, D. (org.). Décamper. Paris: Éditions La Découverte, 2016. p. 99. (Tradução nossa).
Um refugiado deve, ou deveria, receber proteção e garantia de direitos fundamentais em qual-
quer lugar do mundo, mas cada país trata a questão de forma diferente e a população se divide 
entre o desejo de acolher ou não esses refugiados, o que gera tensões internas e internacionais. 
Tomando como ponto de partida o depoimento apresentado e a análise do cartum, realize 
as atividades propostas. 
 1. Com base no entendimento dos conceitos de refugiado e migrante, o indivíduo cuja história é re-
latada no texto deve ter status de refugiado reconhecido? Justifique.
 2. Interprete o cartum apresentado, apontando exemplos de dificuldades que os refugiados encon-
tram durante seus deslocamentos e nos países onde acabam solicitando refúgio. 
 3. Discuta com seus colegas a realidade enfrentada pelos refugiados no mundo e crie uma expressão 
artística para representá-la: painel, grafite, charge, HQ, letra de rap etc. 
DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS>
BENETT. Refugiados. Twitter, 3 jul. 2016. Disponível em: https://twitter.com/
Benett_/status/749786798902153217. Acesso em: 04 set. 2020.
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NO LIVRO
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https://twitter.com/Benett_/status/749786798902153217
Refugiados: aceitá-los não é uma 
questão de escolha
É dever da comunidade internacional, previsto por lei, proteger aqueles que estão 
fugindo da guerra e de perseguições. Proteger os refugiados também é um dever 
cívico, principalmente porque parte significativa deles é menor de 18 anos. 
Devemos considerar, primeiramente, que essas pessoas não são responsáveis 
pelos conflitos e guerras que ocorrem em seus países. Muitas delas tinham uma vida 
estruturada, uma família e, de uma hora para outra, foram forçadas a se deslocar. 
Qualquer um de nós pode viver essa experiência um dia e, diante dessa situação,gostaríamos que nossos direitos fossem respeitados.
A Convenção das Nações Unidas sobre o Estatuto dos Refugiados de 1951 reconhece 
os direitos dos refugiados globais e deveres das nações que recebem solicitantes de 
refúgio. Desde 1967, um protocolo com essa finalidade foi assinado por diversos países 
que reconheceram a necessidade de cooperação com a Acnur para garantir os direitos 
desses indivíduos. 
Esse comprometimento envolve acolher os indivíduos cujas alegações são com-
provadas, oferecendo a documentação necessária para sua regularização, além de 
ajudá-los em sua integração ao novo país, de modo que possam viver livres de estigmas 
e preconceitos, ter acesso a serviços básicos, trabalhar e se adaptar ao novo idioma, se 
for o caso, e à cultura local. Entretanto, na maior parte dos países que acolhem refu-
giados, parte da população ainda é contrária ao acolhimento dessas pessoas.
	■ O governo canadense adota uma política de abertura em relação ao acolhimento de refugiados, acreditando 
que essa medida é benéfica ao país, que lida com o envelhecimento da população e baixa densidade 
demográfica. Na foto, uma menina no colo do pai, recém-chegados da Síria ao Aeroporto Internacional 
Pearson Toronto, em Mississauga, Ontário (Canadá), 2015.
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Os campos de refugiados
Atualmente, há mais de 450 campos de refugiados oficiais admi-
nistrados pela ONU e por organizações não governamentais (ONGs), 
como a Médicos sem fronteiras, com população total estimada em 
mais de seis milhões de pessoas. Esses complexos destinados ao 
acolhimento de refugiados são cada vez mais comuns em diversos 
países e, sobretudo naqueles localizados próximos às principais áreas 
de repulsão. 
Os campos de refugiados servem para que essas pessoas possam 
aguardar, temporariamente e em segurança, a resolução de sua situ-
ação. Entretanto, em função da multiplicação dos conflitos globais e 
do aumento do número de refugiados, esses campos têm se dissemi-
nado e se tornado permanentes. Alguns deles existem há mais de vinte 
anos e sua estrutura e organização ganharam características comuns às 
pequenas cidades, com comércio, igrejas, campos de futebol e outros 
elementos que tornam a vida mais tolerável nesses locais. 
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	■ Em 2015, o governo da 
Hungria construiu uma cerca 
na fronteira com a Sérvia 
para conter a chegada de 
refugiados. O então primeiro-
ministro Viktor Orbán (1963-) 
declarou que o bloqueio da 
rota utilizada pelos refugiados 
para chegar a países do norte 
da Europa tinha o intuito de 
“salvar os valores cristãos 
da Europa”. A foto mostra 
migrantes caminhando em 
direção à fronteira austríaca, 
em Hegyeshalom (Hungria), 
2015.
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	■ O campo de refugiados de Zaatari, montado em 2012 no meio do deserto da Jordânia, é o segundo maior do 
mundo e abriga mais de 80 mil refugiados sírios. Na foto, pessoas transitam por uma rua do assentamento, 
próximo à cidade fronteiriça de Mafraq (Jordânia), 2020.
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Enquanto os campos estruturados por governos e entidades costumam estar 
situados em áreas isoladas e periféricas, como uma forma de afastar essa população 
“indesejada”, os acampamentos informais se instalam muitas vezes no espaço das 
cidades, passando a fazer parte da paisagem urbana. 
A partir de 2015 acampamentos clandestinos começaram a se formar nas ruas 
de Paris, abrigando, na época, mais de três mil pessoas em situação precária. A 
“Jungle” de Calais, maior campo de refugiados informal da Europa, também situado 
na França, foi evacuado em 2016 e chegou a contar mais de oito mil habitantes. 
> DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Em 2020, o mundo se viu diante de uma pandemia causada pelo novo coronavírus. Em muitos paí-
ses, medidas restritivas de isolamento foram adotadas para conter a disseminação do vírus. Você já 
imaginou como o impacto de uma pandemia pode ser ainda mais dramático entre populações que 
se encontram confinadas em campos de refugiados? Faça uma pesquisa on-line sobre a situação de 
campos de refugiados ao redor do mundo em meio à pandemia da covid-19. Em seguida, produza 
um texto apresentando uma síntese das informações mais relevantes. 
124
D3-CH-EM-3075-V6-U4-C7-112-131-LA-G21.indd 124D3-CH-EM-3075-V6-U4-C7-112-131-LA-G21.indd 124 23/09/2020 18:5623/09/2020 18:56
A situação dos refugiados no Brasil e a 
mobilização da sociedade
Seguindo uma tendência mundial, o Brasil vem 
recebendo um número cada vez maior de pedidos 
de refúgio. A lei federal no 9.474 de 1997, que con-
templa o Estatuto dos Refugiados de 1951, garante 
esse direito a todos aqueles que ingressam no país. 
De acordo com dados do Comitê Nacional para 
os Refugiados (Conare), só em 2018 foram mais de 
80 mil solicitações de refúgio, a maior parte (61.681) 
por venezuelanos. No entanto, apesar do número 
elevado de migrantes que solicita refúgio no Brasil, 
apenas uma pequena parte desses indivíduos tem 
seu status de refugiado reconhecido. 
Até 2018, o governo brasileiro havia concedido status de refu-
giado a 11.231 pessoas, a maioria delas proveniente de Síria, República 
Democrática do Congo e Angola. Contudo, nesse mesmo ano, apenas 
6.554 mantinham essa condição no país. Os demais se naturalizaram 
brasileiros, retornaram ao país de origem ou tiveram revogada a condi-
ção de refugiado por outras situações. Apesar de parecer reduzido, esse 
número caracteriza um aumento significativo no número de refugiados 
reconhecidos no Brasil, que atualmente é o país da América do Sul com 
maior número de refugiados em seu território. 
Observe os gráficos a seguir. 
	■ Muitos venezuelanos têm 
adentrado o território 
brasileiro pelo estado de 
Roraima, buscando fugir 
da profunda crise em seu 
país. Na foto, acampamento 
destinado a abrigar 
refugiados venezuelanos em 
Boa Vista (RR), 2018.
Fonte: BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Refúgio em 
números 4ª edição. Disponível em: https://www.justica.gov.br/seus-
direitos/refugio/anexos/RefgioemNmeros_2018.pdf. 
Acesso em: 4 set. 2020.
Brasil: número de refugiados reconhecidos, 
2011 e 2018
Deferido e acumulado Reassentamento acumulado
Acumulado histórico
Ano
2011 2012 2013 2014 20162015 2017 2018
0
6 000
4 000
2 000
8 000
10 000
12 000
4 035 4 284
4 975
7 262
8 493
9 552
10 145
11 231
514 558
624
667
682
3 521 3 726
4 351
6 595
7 811
8 839
9 426
10 512
713
719
719
Refugiados
Fonte: BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Refúgio em 
números 4ª edição. Disponível em: https://www.justica.gov.br/seus-
direitos/refugio/anexos/RefgioemNmeros_2018.pdf. 
Acesso em: 4 set. 2020.
Brasil: percentual de refugiados residentes 
de cada nacionalidade, 2018
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Para lidar com o número elevado 
de migrantes que não atende aos crité-
rios necessários para o reconhecimento 
da condição de refugiado, o Brasil criou 
o visto humanitário. Esse status regido 
exclusivamente por leis brasileiras foi 
criado com o objetivo de facilitar o 
acolhimento de indivíduos vítimas de 
crises econômicas e ambientais em 
seus países, a exemplo de milhares 
de haitianos que buscam ingressar 
no Brasil desde 2010, quando um ter-
remoto atingiu opaís, agravando sua 
situação econômica. 
Diante do grande número de 
pessoas que recebem visto humanitário no país, o governo brasileiro, 
a Acnur e inúmeras ONGs realizam ações voltadas à integração desses 
indivíduos na sociedade brasileira, como inserção no mercado de tra-
balho, adaptação à língua e à cultura, garantia de assistência social e 
jurídica, entre outras.
Apesar dos avanços nas leis migratórias, é preciso que o governo 
brasileiro aperfeiçoe sua estrutura de acolhimento aos refugiados e 
migrantes que recebem visto humanitário, uma vez que a maior parte 
do auxílio a essas pesssoas ocorre em escala municipal, com grande 
envolvimento da sociedade civil, sobretudo de igrejas, ONGs, associa-
ções e voluntários. 
Entretanto, parte da população não vê com bons olhos a abertura 
do país aos refugiados. A discriminação ainda se faz presente e os refu-
giados enfrentam dificuldades semelhantes às de outros migrantes no 
país. Uma recomendação da Acnur para reduzir o estigma e o precon-
ceito é o uso do termo “novos brasileiros” para se referir a essas pessoas, 
buscando melhorar sua adaptação ao país. 
■ Refugiados haitianos 
em frente à Paróquia 
Nossa Senhora da Paz, 
em São Paulo (SP), 2015.
> MEUS ARGUMENTOS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Considerando as necessidades de refugiados e migrantes que recebem visto humanitário no Brasil, 
converse com os colegas e busquem respostas para a seguinte questão: Como é possível contri-
buir para a integração desses “novos brasileiros” no país? Pesquisem notícias e exemplos de ações 
voltadas a essa finalidade ou defendam, por meio de argumentos, ações que serviriam para ajudar 
essas pessoas a se integrar à nossa sociedade. 
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NÃO ESCREVA 
NO LIVROATIVIDADES>
 1. Leia o texto extraído da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em 
seguida, observe a foto e leia a legenda. Com base na análise dos docu-
mentos, comente a situação dos imigrantes.
[...]
Artigo 1
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e 
direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação 
uns aos outros com espírito de fraternidade. 
[...]
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Unicef Brasil. Disponível em: 
unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos. Acesso em: 4 set. 2020.
	■ Um grupo de 
imigrantes levanta 
cartazes diante do 
Ministério de Assuntos 
Internos para exigir 
direito integral de 
residência. Lisboa 
(Portugal), 2019.
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https://www.unicef.org/brazil/declaracao-universal-dos-direitos-humanos
 2. Analise a charge reproduzida abaixo.
PISMESTROVIC, P. Entre o ruim 
e o pior. Charge publicada em 
https://politicalcartoons.com/
sku/168495/, em 
5 de setembro de 2015.
Responda:
 a) As pessoas representadas na imagem são migrantes ou refugiadas? Justifique.
 b) Atualmente, há um grande debate sobre a importância de diferenciarmos esses 
dois termos. Em sua opinião, qual é a relevância desse debate no contexto atual? 
 3. Analise o mapa a seguir e depois responda às questões.
 a) Quais são as regiões que tradicionalmente atraem mais imigrantes? O que podemos 
dizer sobre seu nível de desenvolvimento?
 b) Quais são as regiões que vêm atraindo mais imigrantes? O que podemos dizer sobre 
seu nível de desenvolvimento?
 c) Quais são as regiões de emigração no planeta? Caracterize-as do ponto de vista 
econômico, político e social.
Fonte: ORGANISATION INTERNACIONALE POUR LES MIGRATIONS. État de la migration dans le monde – 2015, p. 39. 
Disponível em: publications.iom.int/fr/system/files/pdf/wmr2015_fr.pdf. Acesso em: 28 ago. 2020.
Mundo: diversificação dos destinos das migrações, 2015
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Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Antártico
Trópico de Câncer
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Círculo Polar Ártico
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ATLÂNTICO
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PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ÍNDICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
São Salvador
Guatemala
Buenos Aires
Porto Alegre
São Paulo
Rio de
Janeiro
Casablanca
Rabat Argel
Fez
Kavarna
Budapeste
Moscou
Mardin
Alepo
Cairo
Calcutá
Mumbai
Kuala Lumpur
Harare
Johanesburgo
Cidade
do Cabo
Bangcoc
Nova Délhi
Guangzhou
Seul
Tóquio
Shangai
Shenzhen
Hong Kong
Ho Chi Minh
Cingapura
Cidade do México
Tijuana
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Novos centros de crescimento
da migração internacional
Fontes de migrantes internacionais
e/ou internos
Centros tradicionais de crescimento
da migração internacional
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https://politicalcartoons.com/sku/168495/
 4. Leia o excerto do texto. Depois, responda às questões.
Algumas pessoas têm me questionado por que países árabes não recebem 
refugiados. Na verdade, recebem e bastante. O Líbano, que tem pouco mais de 4 
milhões de habitantes, possui 1,1 milhão de refugiados. Seria o equivalente aos 
EUA terem 75 milhões de refugiados ou o Brasil, 50 milhões. A Jordânia é outra 
nação árabe que recebe enorme quantidade de refugiados. Ao todo, são 664 mil. [...]
Estes países recebem mais refugiados porque possuem fronteiras com nações 
em conflito e abriram suas portas para eles. No caso da Turquia, com a Síria e 
Iraque. No caso do Líbano e da Jordânia, com a Síria. No caso do Irã, com o Iraque 
e o Afeganistão. No caso do Paquistão, com o Afeganistão. No caso da Etiópia, com 
a Eritréia e Somália. Curiosamente, a Síria, durante a Guerra do Iraque, recebeu 
mais de 1 milhão de refugiados iraquianos, dando saúde e educação gratuita a 
todos. Se houver uma guerra civil na Venezuela, dezenas de milhares podem buscar 
refúgio no Brasil.
Em números proporcionais, segundo a ONU, como curiosidade, o Líbano recebe 
183 refugiados por mil habitantes. A Jordânia, 87. Turquia, 32. A Suécia, 17. E os 
EUA? Apenas 0,8 refugiados por mil habitantes – isto é, cerca de 200 vezes menos 
do que o Líbano.
Somente uma parcela minoritária dos refugiados vai para nações mais distan-
tes. Os EUA, por exemplo, recebiam refugiados apenas após um processo de 20 
etapas, considerado um dos mais severos do mundo – agora não recebem mais 
temporariamente. E possuem o Oceano Atlântico como barreira. [...]
CHACRA, G. Quais países recebem mais refugiados no mundo? Estadão, 2017. Disponível em: internacional.estadao.com.br/
blogs/gustavo-chacra/quais-paises-recebem-mais-refugiados-no-mundo. Acesso em: 2 set. 2020.
 a) Você concorda com a ideia de que a Europa está “submergida” por uma crise mi-
gratória? Justifique sua resposta. 
 b) Caracterize a distribuição da população de refugiados entre a Europa e o Oriente 
Médio.
 5. Imagine a seguinte situação hipotética:
Você é um jovem de 17 anos que mora em Mogadíscio, capital da Somália. Seu pai 
está desaparecido há mais de dez anos. Você acredita que sua mãe partiu para procurá-lo, 
mas não tem notícias dela há um ano. Você está com cada vez mais dificuldade de juntar 
dinheiro e os combates se aproximam do local onde você mora. Você tem medo de ser 
recrutado como soldado ou informante pelos rebeldes islâmicos. Então você decide fugir 
para ter uma vida melhor e sem medo. Você ouviu falar que na Alemanha era mais fácil 
para os menores obter o estatuto de refugiado e, portanto, ser protegido. Você então 
decide juntar os 500 dólares que conseguiu economizar com dificuldade e partir em 
direção à Europa. 
• A situação hipotética descrita no texto acontece diariamente na vida de milhares de 
jovens refugiados no mundo. Imagineque você é o personagem citado e escreva um 
texto contando como foi o seu percurso até a Alemanha e se você conseguiu realizar 
o pedido de asilo. 
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internacional.estadao.com.br/blogs/gustavo-chacra/quais-paises-recebem-mais-refugiados-no-mundo
 6. Leia o fragmento a seguir.
‘Resposta da Europa à crise de migrantes não está 
funcionando’, afirma especialista da ONU
"Construir cercas, usar gás lacrimogênio e outras formas de violên-
cia contra migrantes e requerentes de asilo, detenção, suprimir acesso 
a itens básicos como abrigo, alimentação ou água ou usar linguagem 
ameaçadora ou discurso de ódio não parará os migrantes que tentam 
vir para a Europa”, adicionou.
Ele lembrou que a soberania territorial é uma questão de con-
trole de fronteira, de conhecer quem entra e quem deixa o país e 
jamais esteve relacionada à blindagem de fronteiras para a migra-
ção. “Fronteiras democráticas são porosas por natureza. Fornecer 
aos migrantes e requerentes de asilo soluções de mobilidade legais e 
seguras irá garantir este controle”, sublinhou. 
CRÉPEAU, F. "Resposta da Europa à crise de migrantes não está funcionando", afirma especialista da ONU. 
Nações Unidas Brasil, 25 ago. 2015. Disponível em: https://nacoesunidas.org/resposta-da-europa-a-
crise-de-migrantes-nao-esta-funcionando-afirma-especialista-da-onu/. Acesso em: 20 set. 2020.
• Explique a utilização do termo “era dos muros”, criado pelo jornalista 
britânico Tim Marshal para se referir ao momento atual do mundo, no 
contexto de intensificação dos fluxos migratórios contemporâneos, re-
lacionando-o às ideias expostas no trecho reproduzido acima.
 7. Leia o texto abaixo e depois responda à questão.
Desfocar os termos “refugiados” e “migrantes” tira atenção da pro-
teção legal específica que os refugiados necessitam, como proteção 
contra o refoulement e contra ser penalizado por cruzar fronteiras para 
buscar segurança sem autorização. Não há nada ilegal em procurar 
refúgio – pelo contrário, é um direito humano universal. Portanto, mis-
turar os conceitos de “refugiados” e “migrantes” pode enfraquecer 
o apoio a refugiados e ao refúgio institucionalizado em um momento 
em que mais refugiados precisam de tal proteção.
Nós precisamos tratar todos os seres humanos com respeito e digni-
dade. Nós precisamos garantir que os direitos humanos dos migrantes 
sejam respeitados. Ao mesmo tempo, nós também precisamos forne-
cer uma resposta legal e operacional apropriada aos refugiados, por 
conta de sua situação difícil e para evitar que se diluam as respon-
sabilidades estatais direcionadas a eles. Por essa razão, o ACNUR 
sempre se refere a “refugiados” e “migrantes” separadamente, para 
manter clareza acerca das causas e características dos movimentos de 
refúgio e para não perder de vista as obrigações específicas voltadas 
aos refugiados nos termos do direito internacional.
ACNUR. “Refugiados” e “Migrantes”: Perguntas Frequentes. 22 mar. 2016. Disponível em: http://www.acnur.
org/portugues/noticias/noticia/refugiados-e-migrantes-perguntas-frequentes/. Acesso em: 20 set. 2020.
• Qual é a diferença entre os termos “migrante” e “ refugiado”? Por que é 
importante deixar clara essa diferença?
Refoulement
Palavra francesa que, no 
contexto, significa o ato 
de impedir ou negar a 
entrada dos refugiados 
nos países de destino.
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https://nacoesunidas.org/resposta-da-europa-a-crise-de-migrantes-nao-esta-funcionando-afirma-especialista-da-onu/
https://www.acnur.org/portugues/2016/03/22/refugiados-e-migrantes-perguntas-frequentes/
Etapa
3
TRANSFORMANDO A REALIDADE
O objetivo desta etapa é a simulação de uma sessão de mediação em sala de aula 
a partir de todas as informações coletadas e trabalhadas na etapa anterior.
Para a realização da simulação, definam quem irá representar as seguintes 
personagens:
Mediador: conduzirá a sessão, fazendo perguntas e estimulando o diálogo entre as 
partes. O mediador não oferece soluções para as demandas das partes; seu papel 
é o de facilitador do diálogo, administrando a sessão de forma que seja garantida a 
igualdade entre os envolvidos.
Co-mediador: irá auxiliar o mediador, podendo perguntar, anotar observações e 
falas das partes ao longo da sessão.
Partes: cada uma deverá narrar os fatos, expressar suas necessidades, argu-
mentar sobre elas e expor como gostaria que fossem atendidas. Cada parte deve 
observar, sob a orientação do mediador, o tempo de fala e de escuta. Quando uma 
parte estiver falando, a outra ouve, e vice-versa. Muitas vezes, constata-se que uma 
das partes só queria ser ouvida.
Observadores: os que não estiverem representando as personagens acima serão 
divididos em quatro grupos e atuarão como observadores de cada uma das perso-
nagens, tomando nota de suas observações, da postura da parte observada e do 
que fariam se estivessem na sua posição. 
Preparem o ambiente para a simulação da mediação de conflitos: disponham uma 
mesa e quatro cadeiras no centro da sala, uma para cada personagem. Mediador e 
co-mediador sentam-se lado a lado e as partes também. Um dos objetivos da media-
ção é fazer com que as pessoas se posicionem lado a lado, e não em confronto.
Cada participante se apresenta e informa os demais sobre o seu papel no con-
texto, começando pelo mediador, depois o co-mediador e, em seguida, as partes, 
começando por aquela que teve a iniciativa pela mediação, de acordo com as orien-
tações. A partir das apresentações, as partes começam a relatar suas histórias e 
apresentar seus argumentos. O papel do mediador é direcionar o diálogo, mantendo 
o respeito entre as partes para que elas possam, por si mesmas, chegar à melhor 
solução para o conflito. 
É importante ter em mente que nem sempre haverá uma solução e que a principal 
função da mediação é restabelecer o diálogo entre as partes para que elas possam 
chegar à melhor alternativa para um acordo.
Após a realização dessa etapa, os observadores deverão expor suas considera-
ções para a turma.
Ao final, avaliem a atividade realizada, levando em consideração: a atuação 
de cada participante, incluindo os observadores, a condução da mediação e seu 
desfecho. 
Elaborem um relatório das atividades e utilizem essas informações para a cons-
trução do roteiro.
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CAPÍTULO
8 Saúde global
No início de 2020, começaram a circular as primeiras notícias de uma 
nova e desconhecida doença surgida na China. Em pouco tempo, ela se 
espalhou pelo mundo e começou a ser estudada pelos pesquisadores. 
Descobriram que se tratava de uma doença causada por um vírus da 
família coronavírus, que se transmite com grande facilidade entre os 
seres humanos e provoca infecções respiratórias.
A doença, que foi chamada de covid-19, se alastrou por quase todo 
o planeta. No final de julho de 2020, milhões de pessoas já haviam ado-
ecido e centenas de milhares haviam morrido. Só no Brasil, o número 
de mortos passava dos 100 mil.
Essa pandemia teve um impacto sem precedentes no mundo, para-
lisando as economias e obrigando bilhões de pessoas a permanecer em 
isolamento social para tentar evitar a propagação do vírus. O impacto dessa 
doença foi tamanho que a historiadora Lilia Moritz Schwarcz (1957-) defende 
a ideia de que ela representa o marco final do século XX. De acordo com a 
pesquisadora, um novo período histórico teve início em 2020.
Em um contexto de grande transformação, é sempre difícil encon-
trar respostas sobre o futuro das sociedades humanas. Os efeitos 
da pandemia são imprevisíveis, 
podendo provocar rupturas signi-
ficativas na forma como o mundo 
se organiza.
Em um cenário de incertezas, 
é importantelançar um olhar para 
a história de modo a entender 
como outras pandemias afetaram 
as sociedades humanas e quais 
caminhos podem nos ajudar a 
superar os desafios do presente.
Assim, este capítulo traça um 
panorama geral da história das 
pandemias e suas relações com 
a organização das sociedades 
humanas, visando fornecer ele-
mentos para refletirmos sobre o 
mundo que poderemos construir.
■ "Que sentimento o 
mundo vai carregar 
depois desse tempo?”, 
frase do Projeto 108, 
criado pelo fotógrafo 
paulistano Lucas 
Pacífico. Foram 108 
dias de projeções com 
frases poéticas para 
conectar as pessoas 
no isolamento de suas 
casas durante a pan-
demia da covid-19. São 
Paulo (SP), 2020.
Consultar as Orientações para o professor para obter mais informações sobre o capítulo 
e sobre o trabalho com as atividades.
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Sedentarização e pandemia
A pandemia da covid-19 é causada por um tipo de coronavírus, 
denominado pelos pesquisadores de SARS-CoV-2. Essa não é a primeira 
vez que um coronavírus provoca uma doença grave em seres humanos. 
Em 2002, outro coronavírus, denominado SARS-CoV-1, se espalhou 
pela China e por outros países, provocando 8 mil casos e matando 774 
pessoas. Em 2012, o coronavírus MERS-Cov se espalhou pela penín-
sula Arábica, infectando 2,5 mil pessoas e matando 858 pessoas até 
novembro de 2019. Essa doença ainda não foi controlada e continua 
provocando novos casos na região.
Esses são apenas alguns exemplos recentes de doenças que se dis-
seminaram por diferentes partes do planeta, provocando pandemias 
que ameaçam a vida humana. 
Desde o surgimento dos primeiros grupos humanos, vírus, bacté-
rias, fungos, protistas, príons e vermes provocam uma série de doenças 
que podem provocar danos à saúde ou a morte. Isso é resultado das 
interações que as sociedades e os grupos humanos 
estabelecem com o meio no qual estão inseridos. 
As doenças e pandemias possuem uma 
história e precisam ser pensadas a partir 
das relações que os grupos humanos 
estabelecem em diferentes tempo-
ralidades e espaços.
Nesse caso, alguns pesqui-
sadores das Ciências Humanas 
e Sociais afirmam que um 
momento central para compre-
ender a história das pandemias 
é o processo de sedentariza-
ção dos grupos humanos. Esse 
processo ocorreu em diferentes 
períodos, mas os pesquisadores 
acreditam que ele teve início por 
volta de 10000 a.C. e foi marcado 
pelo surgimento das primeiras comuni-
dades que viviam de forma sedentária, 
abandonando o modo de vida nômade 
que marcava os grupos humanos até então.
Além disso, esse processo foi acompanhado do 
desenvolvimento das técnicas agrícolas e da domesticação de animais, 
que passaram a viver próximos das comunidades humanas.
	■ Imagem digital 
do coronavírus 
SARS-CoV-2. 
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A proliferação de doenças nas 
comunidades sedentárias
O processo de sedentarização provocou grandes mudanças no 
ambiente em que viviam os seres humanos. Como explica o antropó-
logo americano James C. Scott (1936-), a organização das comunidades 
sedentárias implicou um aumento 
da densidade demográfica dos 
grupos humanos.
Além disso, a criação de 
animais e as práticas agrícolas for-
maram uma nova paisagem com 
nichos ecológicos que até então 
não existiam. Diversas formas de 
vida passaram a interagir nesses 
novos espaços, o que possibilitou 
o surgimento de doenças zoonó-
ticas desconhecidas.
Para Scott, o período de 
sedentarização foi o mais mortí-
fero da existência humana, já que 
inúmeras doenças começaram 
a se manifestar e se disseminar 
pelas comunidades humanas. O fato de essas comunidades serem 
marcadas por uma maior densidade demográfica contribuiu para inten-
sificar o impacto e a mortalidade dessas doenças.
Muitas das doenças surgidas nesse período passaram a fazer parte 
da história humana, provocando diversas pandemias ao longo do 
tempo. Um exemplo é a varíola, uma das enfermidades que mais pro-
vocaram mortes ao longo do tempo.
Uma das hipóteses defendidas por pesquisadores é de que a varíola 
se originou de um vírus que afetava os camelos. A partir da domesti-
cação, esse animal foi levado da Ásia para o leste da África, entre 3 e 
4 mil anos atrás. Na África, ele começou a interagir em um novo nicho 
ecológico, e o vírus que ele transportava se disseminou para roedores, 
evoluindo e se adaptando aos seres humanos. Aos poucos, ele deixou 
de ser um vírus que afetava os animais e se transformou em um vírus 
exclusivo dos seres humanos, provocando a varíola.
Assim, a transformação do espaço provocou efeitos imprevistos sobre 
a natureza, dando origem a uma nova doença que matou milhões de 
pessoas ao longo dos séculos. Como veremos, processos semelhantes se 
repetiram ao longo do tempo, inclusive na atual pandemia da covid-19.
	■ Ilustração asteca do 
século XVI mostra 
vítimas de varíola, 
doença que existia no 
norte da Europa no 
ano 600. A varíola 
foi introduzida no 
México pela expedição 
espanhola de Pánfilo 
de Narváez e invadiu 
a capital asteca 
Tenochtitlan no final 
de 1520.
Doenças zoonóticas
Doenças transmitidas 
por animais aos seres 
humanos.
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A circulação de pessoas, 
mercadorias e doenças
A transformação da paisagem pela 
ação humana foi um fator importante no 
surgimento de muitas doenças. Em uma comu-
nidade sedentária na Ásia, há milhares de anos, 
o vírus do sarampo começou a contaminar os 
seres humanos. Ainda que de origem incerta, 
muitos pesquisadores acreditam que ele tenha 
se desenvolvido a partir da mutação de um 
vírus bovino.
Caso essa comunidade permanecesse 
isolada, o vírus poderia ter entrado em extin-
ção, porém, os grupos sedentários não viviam 
isolados. Diferentes comunidades estabeleciam 
redes comerciais que promoviam a circulação 
de pessoas e mercadorias por grandes regiões. 
Foram essas redes que possibilitaram a circulação 
de doenças por diferentes regiões do planeta.
Da Ásia, o sarampo se alastrou para o 
Oriente Médio, o norte da África e regiões da 
Europa. Durante a Antiguidade, o sarampo 
provocou grandes e mortais pandemias. 
Assim como o sarampo, muitas outras doenças passaram a fazer parte 
da história humana, seguindo as rotas comerciais estabelecidas entre 
sociedades que se desenvolveram na Europa, Ásia e África ao longo 
dos séculos.
A intensificação das trocas comerciais, acompanhada de maior circula-
ção de pessoas, deu origem a grandes epidemias que marcaram a história. 
Um dos exemplos mais importantes foi a Peste Negra do século XIV.
	■ FUERST, P. Médico 
da peste em Roma. 
1656. Gravura em 
cobre, colorizada 
posteriormente.
> MEUS ARGUMENTOS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Em 2018, a Organização Mundial da Saúde alertou que os casos de sarampo voltavam a crescer em 
todo o mundo e informou que uma das causas era a resistência de parte da população à vacinação. 
Certos grupos que se articulam principalmente por meio da internet alegam que impor a obriga-
toriedade da vacina é uma prática que fere a liberdade individual dos cidadãos. Outros negam os 
efeitos imunológicos das vacinas e ainda há aqueles que acreditam que as campanhas de vacinação 
têm por objetivo beneficiar a indústria farmacêutica. Baseando-se em evidências científicas, que 
resposta você daria a essas pessoas?
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A Peste Negra
Entre os séculos V e X d.C., a Europa passou por um período de grande redução do comér-
cio, o que interrompeu redes comerciais que interligavam diversas regiões do continente com a 
África e a Ásia. Essa configuração mudou a partir do século XI. Nesse período, a Europa passou 
por grandes transformações que provocaram o crescimento das atividades econômicas. Esse 
processo foi acompanhado do desenvolvimento das cidades, do aumento da população e 
da abertura de novas rotas comerciais que se conectaram com regiões da África, do Oriente 
Médio e da Ásia.
O processo foi interrompido no início do século XIV por problemas ambientais que afetaram a 
agricultura e espalharam a fome pela Europa. Esse foi apenas o início de uma crise generalizada, 
que foi potencializada por uma pandemia de peste bubônica, entre 1348 e 1349.
As primeiras notícias sobre a peste na Europa apareceram em 1346, quando comerciantes 
trouxeram relatos de uma doença que devastava a Índia, a China, a Mesopotâmia, a Síria e 
outras regiões da Ásia. A doença é transmitida por uma bactéria encontrada em pulgas que 
vivem em ratos.
Os navios e caravanas comerciais eram excelentes meios de transporte para os ratos e 
suas pulgas, o que ajudou a disseminar a doença pelo Oriente. Assim, a doença foi levada 
até a Europa, atacando primeiramente cidades portuárias e depois se espalhando pelo con-
tinente. Na época, não existiam vacinas ou antibióticos para tratar a doença. A cada cinco 
pessoas que adoeciam, quatro morriam. O resultado foi uma das maiores catástrofes da 
história humana. Os pesquisadores calculam que um terço da população europeia tenha 
morrido por causa da doença. 
A grande mortalidade aumentou a crise no continente europeu e provocou grandes revoltas 
de camponeses, o que contribuiu para enfraquecer a sociedade feudal e acelerar o processo de 
centralização dos Estados nacionais na Europa.
Fonte: ISTITUTO 
GEOGRAFICO 
DEAGOSTINI. Atlante 
Storico del Mondo. 
Novara, 2010. p. 92.
Europa: disseminação da peste negra, século XIV
OCEANO
ATLÂNTICO
Mar do
Norte
Mar
Mediterrâneo 
0º
50° N
M
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G
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1348 Limite de tempo
das áreas de 
propagação da 
Peste Negra
Áreas onde a
mortalidade pela
peste é baixa
ou zero
0 290
REINO 
DE 
CASTELA
REINO 
DA 
FRANÇA
BALEARES
CÓRSEGA
REP. DE VENEZA
SARDENHA
SACRO 
IMPÉRIO 
ROMANO 
GERMÂNICO
REINO 
DA 
POLÔNIA
REINO 
DA 
HUNGRIA
REINO 
DA 
SUÉCIA
REINO 
DA 
INGLATERRA
REINO
DA
IRLANDA
REINO
DA
DINAMARCA
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G
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REINO 
DE ARAGÃO
REINO DE
NÁPOLES
REINO 
DA SICÍLIA
1347
1347
1348
1348
1349
1349
13
50
1351
13
49
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13
48
13
48
ESTADOS
 PAPAIS
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Por trás de cada uma das mortes pela covid-19, existe uma história de vida. Muitas foram 
recolhidas em 2020 pelo site Inumeráveis. Leia trechos de algumas delas. Leia também o trecho 
de uma reportagem publicada no portal O tempo. Em seguida, responda ao que se pede.
Testemunhos
Izabella Cortesini, falecida aos 15 anos, em São Paulo (SP)
“Amável e divertida, estava no Ensino Médio e já sonhava ser advogada.”
Testemunho enviado pela prima, Gisele Cortesini
CORTESINI, G. Inumeráveis, 26 jun. 2020. Disponível em: https://inumeraveis.com.br/izabella-cortesini/. Acesso em: 2 set. 2020.
Evilainy Estefany de Sá Rodrigues, falecida aos 21 anos, em Aracaju (SE)
“Em casa, era ela quem resolvia tudo. Da compra do pão, até o pagamento da conta de energia. 
Do ir ao médico sozinha, até acompanhar alguém também.”
Testemunho escrito a partir dos depoimentos da mãe Maria José e da irmã Eduarda.
FERREIRA, A. B. Inumeráveis, 13 jun. 2020. Disponível em: https://inumeraveis.com.br/evilainy-estefany-de-sa-rodrigues/. Acesso em: 2 set. 2020.
Agenor Vicente do Nascimento, falecido aos 49 anos, em São Lourenço da Mata (PE)
“Muito católico, tinha o hábito de ir à missa sempre aos domingos. Devoto de Nossa Senhora que era, 
passou a todos a crença de que Ela iria curá-lo. De certa forma, a cura chegou... seu sofrimento findou.”
Testemunho enviado pelas amigas de Agenor.
ATHAYDE, P. de. Inumeráveis, 23 maio. 2020. Disponível em: https://inumeraveis.com.br/agenor-vicente-do-nascimento/. Acesso em: 2 set. 2020.
Reportagem
“Todas as vezes que vivemos situações como essa na história, de grandes pandemias, além da 
solidão forçada do isolamento, há a característica dolorosa da morte anônima”, afirma [a historiadora 
e professora da Universidade Federal de Minas Gerais, Heloísa Starling]. A falta de um rosto certo 
ao horror, continua Starling, tira do morto sua identidade.
[...]
NEGRISOLI, L. Frieza dos números e dor do anonimato: Brasil tem 4.543 mortos pelo coronavírus. O tempo, 27 abr. 2020. Disponível em: https://
www.otempo.com.br/coronavirus/frieza-dos-numeros-e-dor-do-anonimato-brasil-tem-4-543-mortos-pelo-coronavirus-1.2329898. Acesso em: 
2 set. 2020.
 1. O que mais chamou a sua atenção nesses depoimentos? Algum deles lhe despertou algum tipo de 
emoção? Compartilhe esse sentimento com seus colegas.
 2. Baseado no que você vivenciou a respeito da pandemia ou acompanhou pelos noticiários, como 
avalia o depoimento da professora Heloísa Starling?
 3. Em grupo, respondam: Algum conhecido de vocês faleceu por conta da covid-19? Com base nos 
depoimentos acima, escrevam um texto sobre uma ou mais pessoas vitimadas pela doença. A partir 
do texto, produzam um vídeo, um áudio ou uma página de internet como forma de tributo.
DIÁLOGOS> LINGUAGENS E LEITURAS> NÃO ESCREVA NO LIVRO
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https://www.otempo.com.br/coronavirus/frieza-dos-numeros-e-dor-do-anonimato-brasil-tem-4-543-mortos-pelo-coronavirus-1.2329898
A unificação microbiana do 
planeta
Muitas das doenças que afetam os seres humanos surgiram a partir 
de sua interação com o ambiente e a transformação da paisagem. Além 
disso, essas doenças puderam se espalhar por conta das interações 
entre diferentes grupos humanos ao longo do tempo.
Ainda assim, até o século XVI, 
não existia um processo de uni-
ficação das doenças no planeta. 
Existiam algumas doenças que 
circulavam apenas pela América 
ou pela Oceania. Outras circu-
lavam em grandes regiões da 
Europa, África e Ásia, mas eram 
desconhecidas na América e na 
Oceania.
Isso começou a mudar a 
partir da chegada dos europeus 
à América. Com isso, os historia-
dores afirmam que teve início a unificação microbiana do planeta. Isso 
significa que doenças americanas, como a sífilis, foram levadas para 
a Europa. E doenças europeias, como a varíola, foram levadas para a 
América e para a Oceania.
O resultado disso foi catastrófico principalmente para as populações 
americanas. Os ameríndios não tinham proteções naturais contra as 
novas doenças e muitas comunidades foram dizimadas por pandemias 
trazidas pelos conquistadores europeus. A varíola foi uma das doenças 
mais letais para as populações americanas.
Os pesquisadores estimam que a unificação microbiana do planeta 
pode ter provocado a morte de até 90% das populações de algumas 
regiões da América. A disseminação das novas doenças ajudou a desor-
ganizar as sociedades americanas e auxiliou a conquista dos grandes 
impérios americanos (asteca e inca) por espanhóis. 
	■ PREPARANDO um 
medicamento à base 
de guano para tratar 
a sífilis. Gravura do 
século XVII. 
> DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• A sífilis é uma doença sexualmente transmissível (DST) e a melhor forma de combater as DSTs é por 
meio da prevenção. Em grupo, pesquisem uma DST, buscando informações sobre forma de trans-
missão, sintomas, tratamento e formas de prevenção. Ao final, produzam um vídeo de, no máximo, 
2 minutos com as informações levantadas e compartilhecom seus colegas pelas mídias sociais. 
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A gripe e a globalização
A gripe é uma das doenças que se tornou recorrente na história humana a partir do 
processo de sedentarização e domesticação dos animais há milhares de anos. Os pes-
quisadores acreditam que o médico grego Hipócrates (460 a.C-370 a.C.) tenha sido um 
dos primeiros a registrar uma pandemia de gripe, que afetou cidades gregas em 412 a.C.
A gripe é uma zoonose. O vírus que causa a doença é encontrado em aves silves-
tres. Com a domesticação dos animais, as comunidades humanas passaram a viver 
mais próximas de aves, como galinhas. Estas, ocasionalmente, estabeleciam contato 
com outras aves e podiam se contaminar com o vírus.
O porco foi outro animal domesticado pelos primeiros grupos humanos, pas-
sando a viver próximo das aves. O vírus da gripe pode passar para o porco, no qual 
sofre mutações. Essas mutações facilitam a contaminação de seres humanos e per-
mitem a disseminação do vírus de pessoa para pessoa. É assim que a gripe salta das 
aves e se espalha entre humanos.
Entretanto, para se transformar em uma pandemia, o vírus da gripe precisa que 
muitas pessoas vivam próximas umas das outras. Caso isso não ocorra, ele se espa-
lharia pouco e desapareceria. 
Durante muitos séculos, o vírus da gripe se espalhou provocando surtos regio-
nais. A doença era bastante mortífera no início, mas aos poucos as pessoas adquiriam 
resistência. De tempos em tempos, porém, o vírus sofre novas mutações e volta a se 
tornar perigoso. Foi assim que a gripe se transformou em uma doença que ressurge 
de forma periódica.
No entanto, foi só a partir da 
globalização que a doença se 
tornou pandêmica, afetando ao 
mesmo tempo diferentes regiões 
do planeta. Os pesquisadores 
acreditam que o primeiro exemplo 
tenha ocorrido em 1580, quando 
uma pandemia de gripe, origi-
nada na Ásia, se disseminou pela 
África, Europa e América. Entre 
1700 e 1800, ocorreram outras duas 
pandemias e no século XIX, houve 
mais duas.
	■ Funcionário do Ministério de Proteção 
Animal segura um filhote de ave morto 
durante um abate para conter surto de 
gripe aviária, em uma fazenda na aldeia 
de Modeste (Costa do Marfim), 2015. 
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A gripe de 1918
Uma das principais pandemias de gripe ocorreu em 1918, no final 
da Primeira Guerra Mundial. Uma das hipóteses sobre a origem da pan-
demia é que ela surgiu nos Estados Unidos e se espalhou pelo mundo 
por conta do intenso deslocamento de pessoas provocado pela guerra. 
	■ Mapa representando a 
disseminação da gripe 
de 1918 pelo mundo.
Fonte: SPINNEY, L. Pale rider: the spanish flu of 1918 and how it changed the world. Nova York: PublicAffairs, 2017.
	■ Datilógrafa usando 
máscara, durante a 
pandemia da gripe de 
1918.
A disseminação global da gripe de 1918
0º
0º
Círculo Polar Ártico
Trópico de Câncer
Trópico de Capricórnio
Círculo Polar Antártico
Equador
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
ÍNDICO
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OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
0 3350
Direção seguida pelo vírus 
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Disseminação do vírus da gripe
Uma característica dessa pandemia é que ela foi marcada por múltiplas 
ondas. O primeiro caso registrado foi em março de 1918. No meio do ano, a 
doença parecia ter sido contida. Porém, em agosto, teve início a segunda 
onda, muito mais mortífera. Ainda houve uma terceira onda mais fraca pos-
teriormente. O último caso registrado da pandemia foi em março de 1920. 
Nesse período, morreram entre 50 milhões e 100 milhões de pessoas 
e cerca de um terço da população mundial ficou doente. Os pesquisa-
dores acreditam que a gripe matou mais pessoas que todos os mortos 
da Primeira e da Segunda Guerra Mundiais juntos.
Os cientistas ainda não conheciam a causa da gripe, tam-
pouco tinham remédios para combatê-la. Por isso, apenas 
estratégias de isolamento social e utilização da máscara aju-
davam a conter a contaminação. Entretanto, poucas ações 
coordenadas foram tomadas visando controlar a doença, o 
que ajuda a entender o elevado número de mortes.
Essa foi a primeira pandemia que demonstrou como 
a aceleração dos meios de transporte no planeta também 
intensifica a disseminação de doenças, o que ameaça a vida 
de muitas pessoas e contribui para desestabilizar a socie-
dade e criar novas crises e tensões sociais.
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Pandemias no século XX
O desenvolvimento de novas vacinas e medicamentos e o avanço do conhecimento médico 
possibilitaram a elaboração de planos e campanhas de erradicação de muitas doenças. 
Desde meados do século XIX e, principalmente, ao longo do século XX, houve uma intensa 
mobilização para criar políticas públicas que se antecipassem às doenças a partir de um cálculo 
de risco, agindo de modo a evitar que o contágio de uma população se transformasse em uma 
pandemia global.
Nesse processo, a varíola foi erradicada e doenças perigosas no passado, como o sarampo, 
deixaram de circular em muitos países. Outras campanhas, como a de erradicação da febre 
amarela, tiveram menos sucesso, e as doenças continuaram a se manifestar com frequência.
Ainda assim, apesar do ideal de contenção de novas pandemias, o século XX foi marcado pela 
emergência de muitas doenças zoonóticas desconhecidas até então. Algumas delas se transfor-
maram em pandemias globais.
Exemplos dessas novas doenças foram o vírus ebola, surgido no antigo Zaire e Sudão (1976), 
o vírus Hendra, na Austráilia (1994), o vírus Nipah, na Malásia (1998), diversas variações do vírus 
da gripe, inclusive o H1N1 em 2009.
Além disso, foi nesse contexto que a aids se transformou em uma pandemia global. Os 
pesquisadores acreditam que o vírus HIV, que provoca a doença, começou a passar de macacos 
para seres humanos no interior da África no início século XX.
Porém, a região era isolada e o vírus se disseminou muito lentamente. Foi apenas na segunda 
metade do século XX que pessoas contaminadas começaram a circular para outras regiões do 
mundo, transformando a doença em uma pandemia global.
	■ Mulher trabalhando em 
computador, em Cavite 
(Filipinas), 2020.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
Observe atentamente a imagem acima.
• Compare essa fotografia, de 2020, com a fotografia de 1918, na página anterior. Aponte semelhanças 
e diferenças entre os dois contextos de pandemia.
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Mundo: fl uxo de transmissão da covid-19, até agosto de 2020
0°
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
PACÍFICO
Equador
Trópico de Câncer
Círculo Polar Ártico
Círculo Polar Antártico
Trópico de Capricórnio
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OCEANO
ÍNDICO
OCEANO GLACIAL ÁRTICO
OCEANO GLACIAL ANTÁRTICO
0°
Infectados que saíram da Ásia
Infectados que saíram da Oceania
Infectados que saíram da Europa
Infectados que saíram da África
Infectados que saíram da América do Norte
Infectados que saíram da América do Sul
Fluxo de infectados por região
(considerando local de origem)
Proporção de infectados por região*
Infectados na Ásia
Infectados na Oceania
Infectados na Europa
Infectados na África
Infectados na América do Norte
Infectados na América do Sul
*Os círculos são utilizados para visualizaraproximada-
mente a proporção de infectados entre os continentes.
Portanto, não apresentam valores exatos.
0 3195195195195
A globalização e a covid-19
O que há em comum entre os vírus surgidos ao longo do século XX e a pandemia de covid-19 
é que todos eles foram possibilitados pelo aumento da intervenção humana na natureza e pelo 
processo de globalização do planeta.
Essas doenças zoonóticas são originárias de animais silvestres que vivem isolados ou com 
pouco contato com os seres humanos. A exploração de recursos naturais, a construção de estra-
das e ferrovias, o comércio de animais silvestres, entre outras práticas econômicas, aproximam 
os seres humanos desses animais.
Além disso, a integração do planeta possibilita a rápida disseminação de uma nova doença para 
outras regiões do globo. O exemplo da aids é claro. Enquanto as comunidades africanas que tiveram 
contato com o vírus permaneceram isoladas, a doença teve impacto social local, mas a integração 
da África à economia globalizada, ao longo do século XX, possibilitou a circulação do vírus no resto 
do mundo, iniciando uma pandemia.
Foi o que ocorreu com a pandemia da covid-19. Os pesquisadores afirmam que o vírus SARS-
 -CoV-2 é originário de morcegos. Ocasionalmente, esses animais podem contaminar pequenos 
mamíferos, como os civetas ou os pangolins. Tanto os morcegos quanto os pequenos mamífe-
ros são comercializados em algumas regiões da China, onde são transformados em alimento. 
Atualmente, a principal hipótese sobre a origem dessa pandemia é a de disseminação do vírus 
a partir de um mercado onde esses animais eram vendidos.
Ainda que a China tenha tentado utilizar estratégias de isolamento da população para 
evitar a propagação do vírus pelo planeta, o intenso processo de globalização e a facilidade 
de transmissão da doença a transformaram em uma pandemia global em poucos meses.
Fonte: Elaborado com base 
em: NEXTSTRAIN. Genomic 
epidemiology of novel 
coronavirus – Transmissions. 
Disponível em: https://
nextstrain.org/ncov/
global?branchLabel=aa&d=
tree,map&p=full&r=region. 
Acesso em: 2 set. 2020.
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https://nextstrain.org/ncov/global?branchLabel=aa&d=tree,map&p=full&r=region
Efeitos sociais da covid-19
A história das pandemias nos mostra que as doenças não são acontecimen-
tos puramente naturais ou inevitáveis. Elas são influenciadas pela ação humana e 
também afetam a forma como as sociedades se organizam. 
A peste negra, por exemplo, teve um papel importante no colapso da sociedade 
feudal. A unificação microbiana do planeta ajudou a desorganizar as sociedades 
americanas e impulsionou a conquista da América.
Essa realidade também ocorre com a pandemia da covid-19. O primeiro alerta 
oficial da doença foi emitido pelo governo da China em 31 de dezembro de 2019. No 
dia 13 de janeiro, foi identificado o primeiro caso da doença fora da China. O governo 
chinês adotou o isolamento completo da província de Wuhan, onde os primeiros 
casos foram identificados, em 23 de janeiro.
Nos meses seguintes, a doença se disseminou pelo mundo. O primeiro caso 
no Brasil foi identificado no final de fevereiro. Sem medicamentos comprova-
damente eficientes contra a covid-19, as principais estratégias para a contenção 
da doença foram o estabelecimento de isolamento social e o fechamento das 
fronteiras internacionais.
A União Europeia, por exemplo, fechou suas fronteiras em 15 de maio. Outros países, 
inclusive o Brasil, adotaram estratégias semelhantes. Um dos primeiros efeitos da pan-
demia, portanto, foi restringir a circulação de pessoas ao redor do globo. As medidas 
de quarentena também reduziram a atividade econômica em grande parte do planeta. 
Essas medidas impactaram diretamente o processo de globalização, estabele-
cendo limites à integração do planeta, ainda que de forma temporária. No presente, 
ainda não é possível afirmar qual será o impacto a longo prazo dessa situação, mas 
um efeito imediato foi a retração da economia global. O PIB dos Estados Unidos, por 
exemplo, caiu 32,9% no segundo trimestre de 2020.
É importante acrescentar que, além das repercussões de ordem epidemioló-
gica e econômica em escala global, a pandemia da covid-19 causou fortes impactos 
sociais, políticos, culturais e históricos, afetando diretamente o cotidiano das pessoas 
e diversas atividades.
 As áreas da educação e da cultura foram das mais atingidas, com o fechamento 
das escolas e de estabelecimentos culturais, como teatros, cinemas, museus e casas 
de espetáculos.
> DE MÃOS DADAS NÃO ESCREVA NO LIVRO
• Como mostram os exemplos históricos, diferentes estratégias podem ser adotadas para evitar que 
o avanço de doenças contagiosas resulte em epidemias e pandemias. Pensando nisso, organizados 
em grupos, discutam quais as principais doenças – contagiosas ou não – que afetam a sua região 
e quais estratégias a comunidade pode adotar para combatê-las.
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A intensificação das desigualdades sociais
A retração econômica foi acompanhada de uma forte crise social, que vem intensificando as 
desigualdades sociais do mundo globalizado. 
A Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que a pobreza extrema irá dobrar no país. 
Entre março e julho de 2020, 1,2 milhão de pessoas perderam seus empregos e 600 mil empresas 
fecharam no país. Esse fato, porém, não impediu que os bilionários brasileiros ficassem R$ 176 
bilhões mais ricos no mesmo período.
A crise também ampliou as 
desigualdades econômicas entre 
homens e mulheres. Mais mulhe-
res do que homens perderam seus 
empregos, e, com o fechamento 
de escolas na quarentena, muitas 
mulheres abandonaram seus traba-
lhos para cuidar dos filhos em casa.
Além disso, a violência domés-
tica cresceu no período. Durante 
a quarentena, houve aumento 
dos casos de agressão a mulheres 
praticada por seus maridos, compa-
nheiros ou familiares. 
As taxas de mortalidade da 
pandemia evidenciam as desigual-
dades sociais do país. Na cidade de 
São Paulo, dados de abril de 2020 
indicam que o número de pessoas 
negras que morreram por causa 
da doença foi 62% maior do que 
o de pessoas brancas. A pobreza 
e o menor acesso aos serviços de 
saúde explicam essa situação, já que 
agravam os efeitos da enfermidade.
A mortalidade e o impacto da 
doença também são afetados por desigualdades regionais. Os municípios brasileiros mais pobres 
são os que apresentam maior vulnerabilidade, contando com menos recursos hospitalares, o que 
pode provocar um número mais elevado de mortos ou de pessoas com comprometimentos mais 
sérios, como mostra o mapa acima.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO> LEITURA DE IMAGEM
• Analise o mapa que mostra a classificação dos municípios em relação à vulnerabilidade social e iden-
tifique as desigualdades existentes entre as diferentes regiões do Brasil. Com base nesses elementos, 
reflita sobre a seguinte questão: Como as condições socioeconômicas podem ser relacionadas com 
o quadro de avanço da covid-19? Debata o assunto com seus colegas e depois apresentem a opinião 
do grupo para a classe.
Brasil: classes de vulnerabilidade social, 2020
Equador
Trópico de Capricórnio 
50° O
0°
OCEANO
ATLÂNTICO
OCEANO
PACÍFICO
E
D
C
B
A
0 445
Fonte: FIOCRUZ. Estimativa de risco de espalhamento da COVID-19 nos estados brasileiros e 
avaliação da vulnerabilidade socioeconômica nos municípios. [Rio de Janeiro], 2 abr. 2020. 
Disponível em: https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/40509/5/Relatorios_tecnico_
COVID-19_procc-emap-covid-19-reporte3_resultados.pdf. Acesso em: 23 set. 2020.
	■ A e B são os municípios com os melhores índices. C, D e E apresentam 
alta vulnerabilidade social.
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https://www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/40509/5/Relatorios_tecnico_COVID-19_procc-emap-covid-19-reporte3_resultados.pdf
O mundo pós-pandemia
O exemplo mais claro do efeito desigual da doença está relacionado às políticas 
públicas adotadas para conter a pandemia. Na falta de medicamentos eficazes, o iso-
lamento social é a medida com maior impacto na redução do número de doentes e 
mortos. Estudos indicam que a ação rápida dos governos no início da pandemia é 
capaz de impedir até 80% das mortes. Por outro lado, a falta de medidas ou de coor-
denação das ações provoca mais mortes e aumenta o tempo de circulação da doença.
Esses dados demonstram a importância da adoção de medidas políticas de con-
tenção da pandemia e de combate aos seus efeitos. Esse contexto de crise é um 
momento privilegiado para refletirmos sobre o mundo que estamos construindo e 
sobre as possibilidades de fazer dele um lugar mais justo.
A ideia de renda universal é um exemplo. Ela passou a ser defendida por muitos 
políticos como forma de superar a crise econômica provocada pela pandemia, 
garantindo que todos tenham a chance de viver de forma digna. Entretanto, para 
que isso possa se tornar realidade, é necessário que a sociedade civil se organize 
para lutar por esse direito.
Além disso, a crise provocada pela pandemia oferece a oportunidade para refle-
tirmos sobre a forma como a economia globalizada se relaciona com a natureza. 
Como vimos, o surgimento de novas doenças zoonóticas é resultado da exploração 
cada vez maior da natureza. Muitos pesquisadores afirmam que a pandemia iniciada 
em 2020 não será a última nem a mais mortífera das pandemias que afetarão o 
planeta nas próximas décadas.
Como explica Edgar Morin (1921-), a “crise planetária põe em evidência a comu-
nidade de destino de todos os humanos e sua ligação inseparável com o destino 
bioecológico do planeta Terra”. 
Para evitarmos novas pandemias 
no futuro, é fundamental, por-
tanto, refletir sobre o que faremos 
com o planeta em que vivemos 
e como podemos nos organizar 
para assegurar seu equilíbrio.
	■ Durante a pandemia da covid-19, houve 
muitas manifestações de solidariedade 
ao redor do mundo. Na foto, cestas 
solidárias penduradas nas janelas, e 
uma delas exibindo os dizeres: "Quem 
puder coloque. Quem não puder 
pegue". Nápoles (Itália), 2020.
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NÃO ESCREVA 
NO LIVROATIVIDADES>
 1. A reportagem abaixo trata da expansão da covid-19 na América Latina. Observe o 
mapa, leia o texto e responda às questões propostas.
A pandemia nas maiores cidades da América Latina, até julho de 2020
Trópico de Capricórnio
Trópico de Câncer 
Equador
OCEANO
PACÍFICO
OCEANO
ATLÂNTICO
60º O
0º
0 600
Número de mortes
pela pandemia
(por 1 milhão de hab.)
100
500
1000
1500
O coronavírus está marcando com tinta indelével as fronteiras da desigualdade 
nas cidades latino-americanas. [...]
Uma análise de dados de quatro das maiores cidades da região revela como 
o fosso ficou exposto com a pandemia, que se espalhou mais fortemente pelos 
bairros mais pobres da América Latina urbana. [...]
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Sob essa realidade, os mais pobres se tornaram ainda mais vulneráveis. Morando 
em espaços precários, muitas vezes sem infraestrutura básica e compartilhando 
pequenos espaços com outras pessoas, essa população continuou a trabalhar, 
muitas vezes usando transporte público, o que a expunha mais ao contágio. Além 
disso, esse setor geralmente depende da saúde pública, que já tinha longas listas 
de espera antes da pandemia.
[...]
GALINDO, J.; ARROYO, L. Os mapas da pandemia revelam as desigualdades na América Latina. El País, 4 ago. 2020. Disponível 
em: https://brasil.elpais.com/internacional/2020-08-04/os-mapas-da-pandemia-revelam-as-desigualdades-na-america-
latina.html. Acesso em: 2 set. 2020.
 a) Faça uma análise do mapa apresentado na reportagem, discutindo a incidência do 
novo coronavírus nas diferentes regiões da América Latina.
 b) Escreva um texto discutindo a questão central apresentada na reportagem, de 
como o avanço do novo coronavírus expõe as desigualdades sociais, a partir da 
realidade de seu bairro ou município.
 2. O texto a seguir foi escrito pelo filósofo francês Edgar Morin em meados de 2020, 
quando a covid-19 havia infectado cerca de 3 milhões de pessoas em todo o mundo e 
provocado cerca de 300 mil mortes.
[...]
Esta é a ocasião para compreender que a ciência, diferente da reli-
gião, não tem um repertório de verdades absolutas e que suas teorias 
são biodegradáveis sob efeito de novas descobertas. As teorias aceitas 
tendem a se tornar dogmáticas nas cúpulas acadêmicas, e são os 
desviantes, de Pasteur a Einstein, passando por Darwin e Crick e 
Watson, os descobridores da dupla hélice de DNA, que fazem com 
que as ciências progridam. É por isso que as controvérsias, longe de 
serem uma anomalia, são necessárias a tal progresso.
Mais uma vez, frente ao desconhecido, tudo progride por tentativa e erro [...] 
Os remédios podem aparecer aonde ninguém esperava. Em decorrência disso, 
seria necessário um verdadeiro debate sobre o antagonismo entre prudência e 
urgência, ao invés da velha dicotomia daqueles que se prendem a apenas uma 
das partes: a prudência corre o risco de aumentar o número de vítimas por falta de 
testes confiáveis; a urgência, por sua vez, pode subestimar os efeitos secundários 
de um tratamento que tem obtido bons resultados imediatos. Qualquer que seja 
a decisão, trata-se de um desafio na qual cada escolha comporta um perigo de 
perdas de vidas humanas.
MORIN, E. Um festival de incerteza. Gallimard, 2020. (Tradução: Edgard Carvalho e Fagner França.) Disponível em: http://
www.ihu.unisinos.br/78-noticias/599773-um-festival-de-incerteza-artigo-de-edgar-morin. Acesso em: 2 set. 2020.
 a) No texto acima, Edgar Morin apresenta uma dicotomia entre ciência e religião. 
Explique-a.
 b) Por que, para Morin, a prudência e a urgência estão na base dos debates em torno do 
desenvolvimento dos medicamentos para a cura da covid-19? Em sua opinião, essa 
discussão deixa os cientistas diante de um dilema ético? Justifique sua resposta.
Dogmático
Algo aceito como 
verdade absoluta.
Dicotomia
Oposição entre duas 
coisas, em geral, entre 
dois conceitos opostos.
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http://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/599773-um-festival-de-incerteza-artigo-de-edgar-morin
A internet e o protagonismo juvenil
É bem provável que você já tenha acessado a internet em busca de vídeos nos 
quais professores explicam algum conteúdo sobre o qual você desejava se aprofun-
dar ou sobre o qual você tenha procurado informações complementares para temas 
estudados em sala de aula. 
De fato, a internet facilitou muito as pesquisas e, durante a pandemia da covid-19, 
se revelou uma importante aliada dos estudantes. No período em que as aulas esti-
veram suspensas em razão da necessidade de isolamento social a fim de evitar a 
propagação do vírus, diversos estudantes enfrentaram dificuldades para continuar 
seus estudos. Nesse contexto, a internet e a solidariedade, somadas, formaram uma 
dupla exemplar.
Na cidade de Paulínia, localizada no Grande Recife (PE), assim que as aulas foram 
suspensas, em março de 2020, Jéssica Ângela e Felipe José, dois estudantes da Escola 
de Referência em Ensino Médio Escritor José de Alencar, decidiram ajudar seus 
colegas que se preparavam para prestar o Enem. Juntos, eles criaram um projeto 
ao qual deram o nome de “Estude Comigo”. A ideia dos jovens era realizar, para seus 
colegas,conferências on-line em um aplicativo da internet, com dicas para a criação 
de planos de estudo. 
A iniciativa, no entanto, cresceu mais do que eles imaginavam. A procura foi 
grande e, com o sucesso da ideia, os jovens entraram em contato com professo-
res que aderiram ao projeto e passaram a ministrar aulas voluntariamente. Mesmo 
assim, Jéssica e Felipe não abriram mão de suas participações nas conferências ao 
vivo porque a ideia inicial do projeto era a de “estudante dar dica para estudante”, 
ou seja, de produzir conteúdo próprio destinado aos colegas. 
■ Estudante assiste a uma aula 
on-line em sua casa, durante 
a pandemia da covid-19. 
Presidente Prudente (SP), 2020.
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DIÁLOGOS> EU TAMBÉM POSSO>
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O projeto “Estude Comigo” mostrou como 
a internet pode contribuir para o protago-
nismo juvenil e, ao mesmo tempo, beneficiar 
a comunidade. Outro exemplo nesse sentido 
pode ser observado em Acaraú, no litoral 
cearense. Nessa cidade, estudantes da Escola 
Estadual de Educação Profissional Marta 
Maria Giffoni de Sousa decidiram encontrar 
formas de auxiliar os colegas da escola a ter 
um melhor desempenho na disciplina de 
Matemática. Essa iniciativa deu origem ao 
projeto “Be!Math: A tecnologia como figura 
de mediação pedagógica”. 
Contando com o auxílio de professores 
da escola, os alunos elaboraram inicial-
mente um questionário para identificar as 
principais dificuldades enfrentadas pelos 
colegas nessa disciplina. A partir daí, os 
jovens desenvolveram um aplicativo para 
celular com diversas funcionalidades que 
auxiliam os estudos.
Por meio desse aplicativo, por exemplo, professores enviam para os estudantes 
vídeos e aulas, textos, lista de exercícios e outros materiais didáticos. Os resultados 
foram mais do que satisfatórios: depois que o aplicativo foi lançado, em 2018, os 
professores observaram uma considerável melhora no desempenho dos estudantes 
nas aulas de Matemática. E mais: o trabalho dos jovens ganhou menção honrosa 
em um concurso nacional que premia projetos desenvolvidos por estudantes e que 
ajudam a transformar a realidade de suas comunidades. 
 1. Em sua opinião, como a tecnologia é capaz de contribuir para a rotina de estudos? 
Por outro lado, como impedir que essa mesma tecnologia desvie a atenção na hora 
de estudar?
 2. Quais iniciativas com uso de tecnologias você e seus colegas podem colocar em 
prática em sua escola, com o objetivo de promover melhorias no desempenho dos 
estudantes? 
 3. Não desistir dos estudos mesmo diante das adversidades criadas pelo isolamento so-
cial é um exemplo de resiliência. Em quais momentos você sente que foi resiliente? 
Em momentos de dificuldades, que estratégias você utilizou para não desistir de seus 
objetivos? Comente essas questões com seus colegas.
	■ Adolescente realiza suas tarefas escolares usando fones de 
ouvido e celular. A tecnologia digital e os aplicativos de celular 
auxiliam nos estudos, especialmente nas situações de isola-
mento social, como ocorreu na pandemia da covid-19, em 2020.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO
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ATUANDO JUNTO COM A COMUNIDADE
A quarta etapa do projeto consiste na preparação do produto final dos trabalhos, ou seja, a 
encenação teatral de uma sessão de mediação para a comunidade escolar ou do entorno.
A partir da experiência anterior, vocês podem aperfeiçoar o roteiro para transformá-lo em 
uma peça teatral. Vocês poderão incluir no roteiro a cena que deu origem ao conflito para que 
os espectadores se sintam mais próximos do conflito que será mediado.
O objetivo dessa proposta é apresentar para a comunidade a mediação de conflitos como 
uma ferramenta capaz de pacificar questões conflitivas do dia a dia.
Quais são as principais ferramentas para que a mediação de conflitos seja bem-sucedida? 
Um dos pressupostos da mediação é a comunicação não violenta, que compreende: empatia 
– colocar-se no lugar do outro; escuta ativa – ouvir para compreender e não para responder, 
prestando atenção ao sentido das palavras, se necessário, repetindo o que ouviu (parafrasear) 
para que todos tenham a clareza do que foi exposto; estar atento aos pedidos formulados, tendo 
sempre em mente que a solução deve partir das próprias partes em conflito.
No dia da apresentação, convidem a comunidade para participar do evento como observadora, 
de modo a contribuir com sugestões. 
Nem sempre uma sessão de mediação termina com uma solução para o conflito, porém 
é importante que o diálogo entre as partes seja restabelecido e elas possam, a partir desse 
momento, buscar alternativas para melhorar a relação interpessoal.
Produto final: Teatro como mediação 
O teatro como produto final do projeto visa à fixação dos conceitos e das técnicas de mediação 
de conflitos como proposta para envolver a comunidade com os acontecimentos e narrativas 
do ambiente escolar e da comunidade em geral.
A proposta é criar uma dinâmica positiva e participativa, que favoreça o espírito de compreen-
são e de cooperação entre as pessoas envolvidas, focando nos interesses e não nas posições 
escolhidas pelas partes.
O roteiro poderá ser o mesmo elaborado para a apresentação em sala de aula, complementado 
ou não pela situação do conflito na encenação. 
Além de uma boa narrativa e de um bom roteiro, uma apresentação teatral envolve produção, 
figurino, cenografia, sonoplastia, ensaios, local adequado, que comporte todas as pessoas con-
vidadas, e esforços coletivos para que o evento seja bem-sucedido.
Busquem sempre o consenso nas negociações entre colegas, aplicando os conceitos da 
mediação entre vocês quando houver algum impasse que necessite de uma decisão.
É importante não perder o foco nas habilidades e competências de cada um dos envolvidos 
no momento da divisão de tarefas para definir quem serão os atores, os diretores, produto-
res, divulgadores, cenógrafos e figurinistas, a fim de que todas as etapas sejam cumpridas de 
acordo com o cronograma. 
O cronograma é parte fundamental para o sucesso do evento.
1. Definam o local, a data e o horário da apresentação e peçam as autorizações necessárias. 
Calculem o público esperado e verifiquem se o local escolhido comporta esse número de pessoas.
2. Preparem os convites, divulguem o evento pelas redes sociais e produzam cartazes para 
divulgação fora da escola. 
3. Peçam apoio dos professores e envolvam outras pessoas da comunidade escolar.
Etapa
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> SAIBA MAIS
Contágio
Direção: Steven Soderbergh. Estados Unidos, 2011. DVD (106 min). 
O filme conta a história de uma doença transmitida por um vírus que se alastra com grande 
facilidade pelo ar. Inicialmente, parecia ser uma gripe, mas com o tempo as pessoas percebem 
que o vírus tem alto poder de letalidade. Ao mesmo tempo em que mostra cientistas tentando 
descobrir a cura para a doença, o filme mostra como outros setores da sociedade agem diante da 
gravidade da pandemia. 
Aflliction – O ebola da África Ocidental 
Direção: Peter Casaer. Bélgica/Guiné/Libéria/Serra Leoa, 2015. DVD (70 min). 
O documentário acompanha a mobilização da população e de profissionais da área da saúde 
durante um surto de ebola que em 2014 atingiu diversos países da África Ocidental. O filme 
mostra de perto o trabalho da organização Médicos sem fronteiras.
Carta para além dos muros
Direção: André Canto. Brasil, 2019. DVD (85 min). 
Nesse documentário, o diretor refaz a cronologia do vírus da aids e da doença no Brasil. Com 
entrevistas de diversos especialistas em saúde pública e de pacientes infectados, ofilme aborda 
o estigma e o preconceito sofrido pelas pessoas que contraíram a doença nos anos 1980 e 
procura observar o quanto essa situação se modificou ao longo do tempo.
Médicos sem fronteiras
Disponível em: https://www.msf.org.br/. Acesso em: 2 set. 2020.
Página de Médicos sem fronteiras no Brasil, uma organização humanitária internacional, sem fins 
lucrativos, que oferece ajuda médica a populações em situação de emergência, como catástrofes, 
epidemias, fome etc.
Organização Mundial da Saúde (OMS)
Disponível em: https://www.who.int/eportuguese/countries/bra/pt/. Acesso em: 2 set. 2020.
Fundada em 1948, trata-se de uma agência especializada em saúde, que tem por objetivo 
desenvolver ao máximo o nível de saúde da população em todos os países, levando em conta o 
bem-estar físico, mental e social das pessoas. Subordinada à Organização das Nações Unidas 
(ONU), está sediada em Genebra, na Suíça.
Memorial Vaga-lumes
Disponível em: https://memorialvagalumes.com.br/inicio/. Acesso em: 2 set. 2020.
O site apresenta um memorial em homenagem às vítimas indígenas da covid-19 no Brasil.
Tab
Disponível em: https://tab.uol.com.br/edicao/filosofia-e-pandemia/#page7. Acesso em: 2 set. 2020.
O tabloide digital aborda vários temas atuais. O link permite acessar uma reportagem sobre a 
perspectiva filosófica da pandemia: Teria a pandemia nos despertado do sono profundo para 
buscarmos respostas para a realidade que vivemos?
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https://tab.uol.com.br/edicao/filosofia-e-pandemia/#page7
> FICHAS DE AUTOAVALIAÇÃO
Autoavaliação
Esta é a hora de se autoavaliar em seu percurso 
de estudos. Para tanto, sugerimos que retome os 
objetivos propostos para a unidade. Depois, leia 
atentamente cada um dos itens relacionados a seguir 
e escreva em seu caderno como considera seu atual 
momento de aprendizagem. A resposta para cada 
um dos itens pode ser sim, não ou em algumas 
situações. Registre também uma justifi cativa para 
suas respostas. 
Unidade 1
 Critérios
1. Compreendo o conceito de globalização e consigo 
empregá-lo para refl etir sobre as mudanças socio-
econômicas e culturais no mundo contemporâneo.
2. Identifi co as diferentes etapas do processo de glo-
balização e sei caracterizar cada uma delas.
3. Compreendo os mecanismos de reprodução da 
economia capitalista no mundo contempo-
râneo a partir das características do meio 
técnico-científi co-informacional.
4. Reconheço que, diante das crises constantes que 
caracterizam a economia globalizada, é impor-
tante refl etir sobre a organização da vida fi nanceira 
no plano pessoal e familiar.
5. Identifico a influência da globalização sobre a 
cultura no mundo contemporâneo, principal-
mente em meu cotidiano.
6. Reconheço que o processo de globalização apro-
funda as desigualdades socioeconômicas e sou 
capaz de dar exemplos que comprovam esse fato 
a partir de minhas experiências pessoais.
7. Identifico exemplos do impacto das TDICs nas 
práticas culturais e sociais dos grupos humanos, 
destacando aspectos positivos e negativos do 
emprego dessas tecnologias.
Comente, a partir dos tópicos acima, seus pontos 
fortes e os pontos que você ainda precisa trabalhar. 
Converse com seu professor para, juntos, estabele-
cerem um plano de ação.
Unidade 2
 Critérios
1. Sou capaz de identifi car os diferentes signifi cados 
atribuídos ao terrorismo ao longo da história e em 
diferentes contextos.
2. Consigo distinguir atos terroristas de outras práti-
cas violentas.
3. Compreendo que o terrorismo no século XXI é 
um fenômeno amplo, praticado por grupos com 
crenças e características muito diversas.
4. Entendo o conceito de estado de exceção e 
sou capaz de associá-lo ao fortalecimento das 
ações do Estado e das restrições às liberdades 
individuais.
5. Identifi co exemplos de restrições às liberdades 
individuais no contexto da naturalização de um 
estado de exceção.
6. Compreendo que existem diversas formas de vio-
lência, que tornam as juventudes vulneráveis.
7. Percebo que a violência está diretamente relacio-
nada às desigualdades socioeconômicas e sou 
capaz de dar exemplos disso a partir da análise 
da realidade brasileira.
8. Consigo analisar as violações dos direitos 
humanos quando estudo a questão da violência 
e suas diversas manifestações.
9. Sou capaz de indicar os impactos que a violência 
acarreta no desenvolvimento físico, psicológico e 
social de crianças e adolescentes. 
10. Sinto-me confortável para falar sobre questões 
relacionadas à violência.
11. Percebo que a questão da violência autodirigida 
é um problema entre as populações jovens.
Comente, a partir dos tópicos acima, seus pontos 
fortes e os pontos que você ainda precisa trabalhar. 
Converse com seu professor para, juntos, estabele-
cerem um plano de ação.
NÃO ESCREVA 
NO LIVRO
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D3-CH-EM-3075-V6-FINAIS-152-160-LA-G21.indd 152D3-CH-EM-3075-V6-FINAIS-152-160-LA-G21.indd 152 23/09/2020 22:2123/09/2020 22:21
Unidade 3
 Critérios
1. Identifico as mudanças advindas com a 
globalização.
2. Compreendo o período das Grandes Navegações 
como o início de um processo que culminou 
com a globalização que vivemos hoje em dia.
3. Sou capaz de identifi car que o centro da econo-
mia global variou com de acordo com o tempo.
4. Sou capaz de relacionar a Revolução Industrial 
com a transformação da Europa em centro da 
economia global no século XIX.
5. Entendo o significado do conceito “mundo 
bipolar”.
6. Sou capaz de identifi car as mudanças econô-
micas, sociais e políticas observadas no planeta 
com o fi m da Guerra Fria.
7. Compreendo o signifi cado do conceito “mundo 
multipolar”.
8. Sou capaz de relacionar os confl itos observa-
dos na atualidade entre Estados Unidos e China 
e relacioná-los com questões ligadas ao poder 
político e econômico.
Comente, a partir dos tópicos acima, seus 
pontos fortes e os pontos que você ainda precisa 
trabalhar. Converse com seu professor para, juntos, 
estabelecerem um plano de ação.
Unidade 4
 Critérios
1. Identifi co diferentes padrões dos fl uxos populacio-
nais ligados aos grandes confl itos e globalização 
no século XXI.
2. Articulo as escalas estruturais e individuais ao 
analisar as grandes situações de crise humanitá-
ria, como a questão dos refugiados e da pandemia 
global.
3. Identifico as transformações tecnológicas e os 
processos históricos que podem infl uenciar ou 
acelerar as questões relativas a essa crise.
4. Analiso e caracterizo as diferentes tipologias 
relacionadas ao tópico da migração, refúgio, des-
locamento interno e consigo correlacionar com 
situações contemporâneas.
5. Consigo relacionar o modo de vida das sociedades 
humanas e sua relação com a história das pande-
mias no mundo.
6. Sou capaz de avaliar os impasses ético-morais 
impostos pelas relações atuais que perpassam as 
crises humanitárias, como o caso dos cientistas 
que buscam a cura da covid-19.
7. Compreendo mapas de fl uxos migratórios, disse-
minações de doenças e sua relação com as crises 
atuais.
8. Sou capaz de identifi car situações de violação dos 
Direitos Humanos relacionadas ao acolhimento 
de refugiados em âmbito individual ou escala 
estrutural.
Comente, a partir dos tópicos acima, seus pontos 
fortes e os pontos que você ainda precisa trabalhar. 
Converse com seu professor para, juntos, estabele-
cerem um plano de ação.
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NO LIVRO
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> BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
Na Base Nacional Comum Curricular (BNCC), as compe-
tências são identifi cadas por números (de 1 a 10) e as 
habilidades, por códigos alfanuméricos, por exemplo, 
EM13CHS101, cuja composição é explicada da seguinte 
maneira:
� as duas primeiras letras indicam a etapa da 
Educação Básica, no caso, Ensino Médio (EM);
� o primeiro par de números

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