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60 Unidade II Unidade II 5 EPI (EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL) E EPC (EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA) 5.1 Equipamentos de proteção Os equipamentos de proteção são considerados de grande importância para o trabalhador. Devem ser fornecidos com a devida orientação para que sejam utilizados de forma correta. Os equipamentos de proteção podem ser classificados em dois tipos: de proteção individual e de proteção coletiva. 5.1.1 EPI De acordo com a NR 6 do MTB (Ministério do Trabalho), os EPIs destinam‑se a proteger a integridade física do trabalhador durante a atividade de trabalho. A função dos EPIs é neutralizar ou atenuar um possível agente agressivo contra o corpo do trabalhador que o utiliza, evitando lesões ou minimizando a sua gravidade. Em casos de acidentes ou exposições a riscos, também podem nos proteger contra efeitos de substâncias tóxicas, alérgicas ou agressivas, que podem causar as chamadas doenças ocupacionais. A segurança no trabalho tem como objetivo as práticas seguras nas atividades, inserindo medidas que visam a preservar a saúde e o meio ambiente. Para que as atividades ocorram com segurança, elas devem ser organizadas, adequando as condições de trabalho, inserindo medidas de controle, objetivando a organização estrutural e operacional e realizando a avaliação dos riscos ambientais. Saiba mais Para ter mais informações sobre a NR 6, acesse: BRASIL. NR 6 – Equipamento de Proteção Individual (EPI). Portaria SIT n. 292, de 8 de dezembro de 2011. Disponível em: http://portal.mte.gov.br/data/ files/FF8080812DC56F8F012DCDAD35721F50/NR06%20(atualizada)%202010. pdf. Acesso em: 12 mai. 2015. 61 BIOSSEGURANÇA A NR 6 discute temas atuais e bem relevantes a respeito dos EPIs. São obrigações do empregador: • Adquirir e fornecer gratuitamente o EPI adequado ao risco. • Fornecer EPI aprovado pelo MTE. • Oferecer treinamento ao trabalhador. • Tornar obrigatório o uso do EPI. • Substituir imediatamente qualquer material danificado. São obrigações do empregado: • Usar o EPI apenas para a finalidade a que se destina. • Responsabilizar‑se por sua guarda e conservação. • Avisar ao empregador quando o EPI está impróprio para o uso. • Lembrar que se trata de um equipamento de uso individual. • Observar que o uso coletivo é inadequado por motivos de higiene e proteção. Tipos de EPI Há diversos protetores que são disponibilizados, como: de cabeça, respiratórios, auriculares, para ombros e para membros superiores e inferiores. Os protetores de cabeça englobam: capacete, óculos de segurança, bem como protetores faciais, auxiliares e respiratórios. Os óculos de proteção são de grande importância aos trabalhadores. Devem ser compatíveis com os demais EPIs, possuir proteção lateral, ter proteção contra radiação ultravioleta, vapores e gases e contra produtos químicos. Figura 8 – Exemplo de equipamentos de proteção individual 62 Unidade II EPR (Equipamento de proteção respiratória) Características gerais dos EPR: • Proteção contra: poeira, fumos, neblinas, névoas, gases e vapores. • Fatores que afetam a seleção de EPR: pelos faciais, necessidade de comunicação, visão, temperaturas extremas e problemas de vedação. • Respiradores de adução de ar: recebem o ar pelo uma fonte externa ao meio ambiente de trabalho. • Situações de emergência: líquidos voláteis, vazamento de gases, materiais radioativos e agentes patogênicos. • Purificadores de ar: filtram o ar do ambiente com o auxílio de filtros específicos acoplados. A respeito dos respiradores semifaciais: • Sem manutenção: máscara facial – possuem filtros mecânico e químico. • Com manutenção: peça feita de borracha, silicone ou outro elastômero. • Respiradores de peça facial inteira: ambientes com contaminação mais alta desses agentes dispensam o uso de óculos de proteção. Filtros substituíveis de classes P2 ou P3 Óculos de segurança Figura 9 – Exemplo de EPR purificador de ar com peça semifacial e filtros substituíveis de classes P2 ou P3 aos pares Filtros substituíveis de classes P2 ou P3 Figura 10 – Exemplo de EPR purificador de ar com peça facial inteira e filtros substituíveis de classes P2 ou P3 aos pares respiradores de fuga 63 BIOSSEGURANÇA • Respirador de bocal: pequenos vazamentos ou acidentes com frascos de laboratório – cartuchos químicos descartados imediatamente após o uso. • Respirador de capuz (adução de ar): capuz de fácil colocação que é ligado a um pequeno cilindro de ar comprimido em situação de grandes vazamentos. São tipos de filtros: • Mecânico: partículas suspensas, por exemplo, máscara de procedimento comum. • Químico: gases e vapores orgânicos. • Combinado: mecânico e químico. Figura 11 – Exemplo de uso da máscara com filtro contra vapores orgânicos Figura 12 – Exemplo de uso de máscara descartável com proteção contra partículas suspensas no ar Classificação americana para os filtros mecânicos A classificação americana para os filtros mecânicos estabelece: • Classe N: resistente a aerossóis em bases aquosas, não resistente a óleos. • Classe R: resistente a óleos. • Classe P: à prova de óleos. 64 Unidade II Na área hospitalar: • Máscaras cirúrgicas protegem os pacientes de gotículas contendo aerossóis patogênicos. • Procedimentos que geram névoas: transmissão bacilo de Koch. • Máscara N95. Máscaras Devem ser descartáveis, com filtro triplo e possuir tamanho suficiente para cobrir completamente a boca e o nariz. Precisam ser descartadas após o atendimento de cada paciente ou quando ficarem úmidas. As máscaras do tipo N95 (bico de pato) contêm filtros, por isso são recomendadas para o atendimento a pacientes com tuberculose. Como é um equipamento de proteção respiratória purificador de ar, possui 95% de eficiência de filtração. Protetor auricular • É indicado em laboratório com níveis elevados de ruído, por exemplo, capela mal planejada com presença de ruído do exaustor. • A NBR 10152 estabelece limite de 60 decibéis para uma condição de conforto durante a jornada de trabalho. • Podem ser descartáveis, tipo concha, externos ou de inserção. Figura 13 – Exemplo de protetor auricular 65 BIOSSEGURANÇA Protetores para ombros Os mais comuns são os aventais, que possuem diversos tecidos. Protegem o trabalhador contra partículas, contato com borrifos de agentes químicos e biológicos, bem como contra o calor e chamas. Avental O avental precisa ter mangas longas para proteger o trabalhador no contato com o paciente. Também deve ser impermeável para a realização de limpeza e desinfecção de artigos, equipamentos ou ambientes. Deve ser usado fechado. O avental deve ser trocado diariamente e sempre que houver contaminação visível. Em hipótese alguma o avental contaminado deve ser manipulado. É preciso acondicioná‑lo em saco plástico, só devendo ser retirado para a lavagem. As roupas do consultório jamais devem ser lavadas junto com outras roupas. Antes da lavagem, deve ser feito o ciclo separado e a roupa deve ser deixada de molho em hipoclorito de sódio. São tipos de aventais: • PVC: produtos químicos. • Kevlar: calor seco. • Borracha: grande quantidade de soluções, lavagem e limpeza. Membros superiores As luvas possuem diversos tipos e são compostas por diferentes materiais. Podem apresentar estrutura leve, média e pesada. Cada tipo de luva tem a sua finalidade. Vejamos a seguir algumas delas: • Látex descartáveis: luvas de procedimento. • Látex reutilizáveis: adequadas para lavagem de material ou procedimentos de limpeza. • Luvas Kevlar: fibra cinco vezes mais resistente que o aço, a autoclave, a estufa e as muflas. • Luvas de vinil: indicadas aos alérgicos ao látex. • Devem ser de boa qualidade e usadas em todos os procedimentos. • Luvas de látex: ideais para procedimentos de atendimento e cirúrgicas (estéreis) para cirurgias, devendo ser descartadas a cada paciente. 66 Unidade II • Luvas de plástico: devem ser usadas como sobreluvas, quando houver necessidade de manusear artigos forado campo de trabalho. • Luvas grossas de borracha e cano longo: empregadas durante os processos de limpeza de artigos e ambientes. Figura 14 – Exemplo de luva descartável de látex Figura 15 – Exemplo de tipos de luvas de proteção Membros inferiores As sandálias são materiais que deixam os pés desprotegidos. Os sapatos de pano também não são indicados, pois auxiliam pouco. Exemplos de protetores de membros inferiores: • Calçados: umidade, respingos de substâncias químicas ou material biológico, derramamento de líquidos quentes e solventes, impacto de objetos diversos, material perfurocortante. • Áreas estéreis: sapatilhas esterilizadas (reutilizáveis ou não). • Botas de segurança: — Pés e pernas (cano alto). — Borracha: áreas úmidas e serviços de limpeza. 67 BIOSSEGURANÇA Os calçados devem ser fechados e com solado antiderrapante. O objetivo é atuar na proteção e segurança dos pés contra impactos de objetos, agentes térmicos e agentes cortantes, umidade e respingos de produtos químicos. Figura 16 – Exemplo de calçado de segurança Lembrete As máscaras precisam ser descartáveis, com filtro triplo e cobrir completamente a boca e o nariz. Devem ser descartadas após o atendimento de cada paciente ou quando ficarem úmidas. 5.1.2 EPC Os EPCs dizem respeito ao coletivo, devendo proteger todos os trabalhadores expostos a determinado risco. Precisam ser providenciados e mantidos pela empresa. Representam equipamentos de proteção pertencentes à infraestrutura predial, tais como ventilação dos locais de trabalho e sistema de exaustão, utilização de pisos e paredes adequadas às necessidades do local de trabalho, sistema de gás encanado, proteção nas escadas (corrimão, antiderrapante), aterramento elétrico, enclausuramento acústico de fontes de ruído, saídas de emergência, entre outros. Os EPCs também são empregados no trabalho rotineiro de algumas áreas, como instalação de chuveiros de emergência e lava‑olhos, proteção de máquinas e equipamentos e de suas partes móveis, existência de cabine de segurança biológica, capelas químicas, cabine para histologia, cabine para manipulação de radioisótopos e kit de primeiros socorros. Os EPCs englobam ainda equipamentos de proteção contra incêndios, como extintores, mangueiras, portas corta‑fogo, sprinkles (sistema de segurança que, por meio da elevação de temperatura, produz fortes borrifos de água no ambiente – borrifador de teto) e manta ou cobertor (para abafar ou envolver a vítima de incêndio, confeccionado em lã ou algodão grosso, não devendo ser constituído de fibras sintéticas). 68 Unidade II Cabine de segurança de uso geral: • Capela: indispensável em qualquer laboratório. • Velocidade de exaustão: verificada periodicamente. • Exaustor: substâncias químicas ou partículas. Cabine de segurança nível 2: • Robusta. • Revestimento interno: resistente a produtos químicos. • Ruído máximo 70dB. • Iluminação: 300 lux. Cabine de segurança para gases: • Substâncias químicas com reações explosivas ou gases. • Revestida de aço inoxidável. • Filtro Hepa A3: carvão ativado. • Retém aerossóis e os odores gerados. • Possui sistema hidráulico. Cabine de fluxo laminar: • Sistema eletromecânico: filtro Hepa (filtro de partículas aéreas de alta eficiência). • Unidirecional. • Velocidade reduzida. • Fluxo horizontal ou vertical. • Eficiência de, no mínimo, 99,97%. • Partícula de até 0,3 micras. 69 BIOSSEGURANÇA CSB (Cabine de Segurança Biológica) de fluxo horizontal: • Cabine de fluxo laminar. • Amostra não patogênica. • Pequenos procedimentos indicados para proteção da amostra. • Dispositivo de controle simplificado. Cabine de fluxo laminar fluxo vertical: • Amostras ou produtos patogênicos. • Filtro absoluto: livre de partículas e micro‑organismos de até 0,2 micras. • CSB I, II e III. Equipamentos de segurança: • Chuveiros de segurança (acionamento manual ou automático): acidentes com produtos químicos, material biológico ou vestimentas em chamas. • Lavadores de olhos: acionados manual ou automaticamente. • Equipamentos de proteção contra incêndios. • Cones sinalizadores (sinalização de áreas de trabalho). Figura 17 – Cone sinalizador de área de trabalho 70 Unidade II Figura 18 – Chuveiro e lava‑olhos de emergência Equipamento de proteção para organismos geneticamente modificados envolve: • NB1: dispositivo mecânico para pipetagem, associado a uniforme e avental – luvas e óculos de proteção. • NB2: CSB (capela) + EPI completo. • NB3: CSB + EPI (máscaras faciais ou respiradores). • NB4: dependendo da necessidade, CSB classes II ou III – pipetas mecânicas ou automáticas. É importante que todos conheçam o local onde ficam guardados os equipamentos e que saibam manipulá‑los corretamente. Lembrete Para que ocorra segurança no trabalho, devemos organizar atividades, adequar as condições de trabalho, inserir medidas de controle, objetivar a organização estrutural e operacional e realizar avaliação dos riscos ambientais. Observação Os EPCs devem ser providenciados e mantidos pela empresa, que também deve fornecer o treinamento adequado desses equipamentos. 71 BIOSSEGURANÇA 6 INCÊNDIOS E COMBATE AO FOGO 6.1 Tetraedro do fogo O incêndio é o processo pelo qual se desenvolve uma reação de combustão. Para que ocorra o incêndio, são necessários três componentes: • Energia ou calor. • Combustível: elemento que serve de campo de propagação do fogo, que, para se propagar, alimenta‑se de materiais como madeira, tecidos e produtos inflamáveis, como solvente. • Comburente: elemento ativador do fogo. O comburente natural do ambiente é o oxigênio. Calor O calor é formado pela movimentação e atrito dos átomos/moléculas da matéria. As características importantes do calor são seus efeitos, sua propagação e seus pontos de temperatura. Tais efeitos proporcionam mudanças de estado, aumento da temperatura e aumento do volume. • A propagação pode ocorrer por: — Condução: quando o calor é propagado através de um corpo. — Convecção: quando o calor é propagado através de movimentos ascendentes dos gases. — Irradiação: quando as ondas de energia se deslocam através do ar e até no vácuo. • Os pontos de temperatura são divididos em: — Ponto de fulgor: determinado pela temperatura mínima na qual o combustível começa a liberar seus vapores inflamáveis. — Ponto de combustão: temperatura mínima na qual acima dela o combustível mantém sua queima, mas é necessário uma fonte de energia fornecendo o calor externo. — Ponto de ignição: temperatura em que ocorre a liberação de gases e vapores que em contato com o O 2 do ar, se incendeiam por si só sem mais a necessidade de outra fonte de energia fornecendo calor externo. Combustível Os combustíveis são as substâncias capazes de alimentar a combustão. Eles podem ser sólidos, líquidos ou gasosos, no entanto, a queima sempre acontecerá quando o combustível estiver na forma gasosa, pois serão os vapores liberados que reagirão com o O2 do ar para que assim aconteça a combustão. 72 Unidade II Os combustíveis sólidos podem ser papel, madeira, tecidos, plásticos, ferro, cobre, bronze etc. Os combustíveis líquidos são os líquidos inflamáveis e solventes, como os derivados de petróleo, álcool, acetona etc. Nesse caso, devemos considerar que o peso, a solubilidade e a volatilidade deles têm grande influência na propagação ou na extinção do fogo, pois quando são mais leves que a água, eles vão flutuar e o incêndio ficará na superfície, quando são mais solúveis, serão diluídos e se tornarão menos inflamáveis e quando são mais voláteis serão também mais inflamáveis. Os combustíveis gasosos ocupam o espaço do recipiente e quando são mais leves que o ar, se dissipam com facilidade. Comburente O O2 dá vida às chamas e intensifica o fogo. Na atmosfera, estão presentes aproximadamente 21% de O2, 78% de N2 e 1% outros gases. Num incêndio, podem acontecer alguns tipos de queima: • Queima livre: quando o O2 é abundante na atmosfera, em localaberto. • Flash over: quando O2 é abundante num local confinado, a temperatura chega a ser maior que 700 ºC (rápido aumento ao nível do teto). Surgem línguas de fogo na área de fumaça e as superfícies combustíveis no interior do ambiente emanam gases ocorrendo a ignição simultânea da maioria dos materiais do cômodo. • Queima lenta: neste caso, a concentração de oxigênio cai para 16% e até a 8% e a queima fica bem mais lenta. • Backdraft: quando a concentração de oxigênio cai ainda mais, abaixo de 8%, em local confinado com temperatura maior que 700 ºC, o local permanece sem queima, no entanto ao se quebrar uma janela ou abrir uma porta, o O2 do ar entra no local e ocorre a explosão, que é chamada de backdraft. Reação química em cadeia Quarto vértice do tetraedro do fogo, ela torna a queima autossustentável, pois o calor irradiado das chamas atinge o combustível, que é decomposto em partículas e oxigênio do ar e irradia outra vez calor para o combustível, formando assim um ciclo. São riscos de incêndio: • Fumar em local não permitido. • Instalação elétrica malfeita. • Lugares sujos e em desordem. 73 BIOSSEGURANÇA • Equipamentos que produzem faíscas. • Existência de reagentes inflamáveis e ou explosivos. • Tubulações de gases perigosos. Saiba mais Para entender como funciona o backdraft, assista o trailer do filme: BACKDRAFT. Dir. Ron Howard. Estados Unidos: Imagine Films Entertainment, 1991. 137 minutos. 6.2 Classificação de incêndios Os incêndios são classificados de acordo com as características dos combustíveis. Devemos conhecer qual a natureza do material que está queimando para descobrir o melhor método para uma extinção rápida e segura. Para cada tipo de incêndio existe uma forma adequada. Classe A Os incêndios de Classe A compreendem: • Implicação de materiais sólidos inflamáveis de fácil combustão. • Propriedades inflamáveis em superfície, em profundidade e que deixam resíduos, por exemplo, tecidos, madeira, papel, papelão, plásticos etc. Extinção Para efetuar a extinção, são necessários agentes refrigerantes ou abafadores com grande quantidade de água, por exemplo, extintores de incêndio de água pressurizada, de espuma ou pó químico ABC. Se a combustão estiver no início, podem ser empregados os extintores de pó químico seco ou gás carbônico. Classe B Os incêndios de Classe B compreendem: • Incêndios em líquidos inflamáveis. • Materiais gasosos. 74 Unidade II • Produtos que queimam somente na superfície e não deixam resíduos, por exemplo, vernizes, óleos, graxas, gasolina e álcool. Extinção Para a extinção dos incêndios da classe B, pode ser feito o abafamento por espuma, por vapor ou por meio de neblina de água. Extintores de espuma ou pó químico BC, de CO2 , e ABC podem ser utilizados. Classe C Os incêndios de classe C compreendem as combustões em equipamentos elétricos (corrente elétrica, por exemplo, motores, transformadores e quadros de distribuição). Extinção Para apagar o fogo, é preciso utilizar extintores que não conduzem corrente elétrica, como o gás carbônico e o pó químico seco. Não utilizar extintores à base de água para a classe C, pois a água é um condutor de corrente elétrica. Caso a corrente elétrica esteja desligada, o combate ao incêndio pode ser realizado da mesma maneira como procedemos nas classes A e B. Classe D Os incêndios de Classe D compreendem: • Fogo em metais ou ligas metálicas pirofóricas que se inflamam espontaneamente. • Elementos que se inflamam de forma natural, por exemplo, magnésio, titânio, zircônio, pó de alumínio e urânio. Extinção Para controlar o fogo, os agentes extintores a serem empregados são os de pós químicos especiais, pois isolam o metal combustível do ar, interrompendo a combustão. Classe K É a classificação do risco de incêndio ao cozinhar com óleo vegetal e gorduras de origem animal. Extinção O fogo é extinto por resfriamento e pelo efeito asfixiante da espuma. 75 BIOSSEGURANÇA Observação Não se deve utilizar extintores à base de água para a classe C, pois a água é um condutor da corrente elétrica. Classificação do fogo Materiais Classe A Materiais sólidos que queimam em superfície e profundidade. Exemplos: madeira, papel e tecido. Classe B Líquidos inflamáveis, graxa e gases inflamáveis que queimam somente em superfície. Exemplos: gasolina e álcool. Classe C Equipamentos elétricos energizados. Exemplos: TV e computador ligados à rede elétrica. Classe D Ligas metálicas e materiais pirofóricos. Exemplos: magnésio e titânio. Figura 19 – Classes de incêndio 6.2.1 Métodos de extinção do fogo São métodos de extinção do fogo: • Resfriamento: reduz o calor gerado pela combustão; possui a água como agente. • Isolamento: isola o material (combustível) que poderia ser atingido pelo fogo, evitando sua propagação. • Abafamento: retira o comburente (oxigênio); podem ser utilizados os extintores portáteis e os hidrantes. 76 Unidade II 6.3 Tipos de extintores Extintor de água pressurizada Age por resfriamento e é indicado para incêndios de classe A, por penetrar nas profundidades do material, resfriando‑o. Não pode ser utilizado em líquidos inflamáveis e equipamentos elétricos. Possui a desvantagem de, em alguns casos, danificar o material em que é aplicado. Para verificar a pressão indicada no manômetro, deve ser inspecionado a cada seis meses. Extintor de espuma química Esse tipo de extintor age tanto por resfriamento (incêndios classe A) quanto por abafamento (incêndios classe B). Não pode ser utilizado para incêndios de classe C (equipamentos energizados). Possui a desvantagem de danificar o material em que é empregado. Extintor de pó químico seco Veja a seguir as principais características do extintor de pó químico seco: • Atua por abafamento, e sua ação consiste na formação de uma nuvem sobre a superfície em chamas, reduzindo a porcentagem de O2 disponível. • É indicado para as três classes de incêndios. • É mais eficiente na classe B (líquidos inflamáveis) e C (equipamentos elétricos energizados). • É corrosivo, ou seja, danifica o material que atinge, não devendo ser empregado em aparelhos elétricos delicados (computadores). • Por ser tóxico, deve ser evitado em locais fechados. Extintor veicular Até o fim de 2004, era permitido utilizar o extintor de incêndio do tipo BC em veículos. Constituído de bicarbonato de sódio, deve ser recarregado a cada 12 meses. Atualmente, utiliza‑se o extintor de incêndio do tipo ABC, que é feito de fosfato de monoamônio. É descartável e tem validade de cinco anos. 77 BIOSSEGURANÇA Figura 20 – Pó químico ABC ‑ 1kg (conhecido como extintor veicular) Extintor de espuma mecânica Age tanto por resfriamento (indicados para incêndio da classe A – materiais sólidos), como por abafamento (sugerido para incêndio da classe B – líquidos inflamáveis). Forma uma película aquosa sobre a superfície, impedindo a reignição, e não deve ser utilizado na classe C. Extintor de CO2 (dióxido de carbono) Age por abafamento, expelindo CO2 e reproduzindo a concentração de oxigênio no ar. Recobre o material em chamas com uma camada gasosa, isolando o O2 e extinguindo o incêndio por abafamento. É indicado para incêndios da classe B (líquidos inflamáveis) ou C (equipamentos elétricos energizados). Possui a vantagem de nunca estragar o material que atinge, podendo, por isso, ser empregado em aparelhos delicados (computadores) sem danificá‑los. Outros dispositivos: • Extintor de carreta: como possui grande volume, é operado por dois elementos para facilitar o seu transporte. • Hidrante: existente em redes hidráulicas, o que facilita o combate ao fogo. • Dispositivos especiais (sprinklers): também conhecidos como chuveiros sprinklers. Figura 21 – Dispositivos especiais (sprinklers) 78 Unidade II Cuidados com o extintor: • Deve ser colocado em locais bem visíveis. • Longe do acesso de crianças e de fontes de calor. • Deve ter o acesso desobstruído. • Deve estar carregado e prontoa funcionar. Cada extintor, que sempre deve apresentar cor vermelha, deve possuir uma etiqueta que: • Indique o mês e o ano de manutenção. • Identifique a pessoa ou entidade responsável pela manutenção. • Assegure que a recarga tenha sido efetuada. 6.4 Medidas de prevenção e combate a incêndios Podemos elencar como medidas de prevenção: • EPC – manta‑corta fogo: usada quando o incêndio se estende até a roupa do operador (a extinção ocorre por abafamento). • Plano de emergência para combate a incêndio e instruções para evacuação do local. • Extintores adequados (validade, locais apropriados, funcionamento). • Treinamento duas vezes ao ano. • Verificação regular dos equipamentos. • Extintor de incêndio correto. Quadro 5 – Tipos de extintor e as classes de fogo Classes de fogo A B C Tipos de extintor Materiais sólidos Líquidos, gases inflamáveis Equipamentos elétricos Espuma Adequado Adequado Inadequado Água pressurizada Adequado Inadequado Inadequado Pó químico “BC” Inadequado Adequado Adequado Pó químico “ABC” Adequado Adequado Adequado CO2 (dióxido de carbono) Inadequado Adequado Adequado 79 BIOSSEGURANÇA São fontes causadoras: • Equipamentos elétricos mal conservados, mal operados ou conectados em rede elétrica errada. • Operação indevida com líquidos inflamáveis. • Sobrecarga de rede elétrica, por conectar vários aparelhos em uma única tomada. • Acidentes. Saídas de emergência Para salvar a vida humana em caso de incêndio, é necessário que as edificações sejam dotadas de meios adequados de fuga, que permitam aos ocupantes se deslocarem com segurança para um local livre da ação do fogo, calor e fumaça, a partir de qualquer ponto da edificação, independentemente do local de origem do incêndio. Além disso, nem sempre o incêndio pode ser combatido pelo exterior do prédio, dependendo da altura do pavimento onde o fogo se localiza ou pela extensão do pavimento (edifícios térreos). Nesses casos, é necessário que a brigada de incêndio ou o Corpo de Bombeiros entre no edifício pelos meios internos a fim de efetuar ações de salvamento ou combate. De acordo com a NR 23: 23.1 Todos os empregadores devem adotar medidas de prevenção de incêndios, em conformidade com a legislação estadual e as normas técnicas aplicáveis. 23.1.1 O empregador deve providenciar para todos os trabalhadores informações sobre: a) utilização dos equipamentos de combate ao incêndio; b) procedimentos para evacuação dos locais de trabalho com segurança; c) dispositivos de alarme existentes. 23.2 Os locais de trabalho deverão dispor de saídas, em número suficiente e dispostas de modo que aqueles que se encontrem nesses locais possam abandoná‑los com rapidez e segurança, em caso de emergência. 23.3 As aberturas, saídas e vias de passagem devem ser claramente assinaladas por meio de placas ou sinais luminosos, indicando a direção da saída. 80 Unidade II 23.4 Nenhuma saída de emergência deverá ser fechada à chave ou presa durante a jornada de trabalho. 23.5 As saídas de emergência podem ser equipadas com dispositivos de travamento que permitam fácil abertura do interior do estabelecimento (BRASIL, 2011a). Lembrete Extintores devem ser colocados em locais visíveis, longe do acesso de crianças e de fontes de calor. Também devem ter o acesso desobstruído e estar carregados e prontos a funcionar. Resumo Os EPIs se destinam a proteger a integridade física do trabalhador durante a atividade de trabalho. Sua função é neutralizar o agente agressivo nos corpos daqueles que o utilizam. Pode‑se dizer que os EPIs de maior importância utilizados na área da saúde são: as luvas (que protejam o profissional, mas que sejam agrádaveis ao toque no cliente/paciente); as toucas (em alguns casos apenas prender os cabelos é suficiente); os óculos de proteção (em muitos atendimentos laboratoriais ou hospitalares é essencial o uso de óculos de proteção para se proteger dos respingos de expurgos, ou mesmo o uso de óculos especais para laser); os sapatos (adequados e confortáveis); as calças compridas (sempre é melhor do que qualquer outro tipo de vestimenta); o jaleco ou o avental (sempre limpos e que cubram pelo menos parte dos braços). Além dos EPIs, os EPCs também têm grande importância para garantir um ambiente mais seguro no trabalho. Vimos que a segurança no trabalho tem como objetivo as práticas seguras nas atividades, inserindo medidas que visam preservar a saúde do trabalhador e o meio ambiente. Para tanto, é necessária a organização das atividades, adequando‑as às condições de trabalho, inserindo medidas de controle para organização estrutural e operacional, e realizando a avaliação dos riscos ambientais. Um local com arejamento adequado, ar condicionado ou aquecimento, quando necesário, é de extrema importância para que o atendimento ao cliente/paciente seja tranquilo, tanto para o trabalho do profissional, como 81 BIOSSEGURANÇA para que a pessoa que está sendo atendida sinta‑se bem e confortável. O uso de macas de altura adequada a cada profissional é muito importante para evitar problemas ergonômicos, os mochos com enconsto e regulagem de altura também são os ideais. A acessibilidade também faz parte da desejada estrutura de um ambiente adequado. Os incêndios são classificados de acordo com as características dos combustíveis. Relatamos que é preciso conhecer qual a natureza do material que está queimando para descobrir o melhor método para uma extinção rápida e segura. Há cinco classificações de incêndio: classe A (incêndios em matérias sólidos), classe B (incêndios em líquidos inflamáveis e materiais), classe C (incêndios em equipamentos elétricos), classe D (fogo em metais ou ligas metálicas pirofóricas) e classe K (fogo em óleo vegetal e gorduras de origem animal em cozinhas). Os métodos de extinção do fogo são: resfriamento (redução do calor gerado pela combustão; água como agente); isolamento (separação do material que poderia ser atingido pelo fogo, evitando sua propagação); e abafamento (remoção do comburente). Devemos ter alguns cuidados com os extintores, pois eles devem ser colocados em locais bem visíveis, longe do acesso de crianças e de fontes de calor. Seu acesso deve ser desobstruído e sempre devem estar carregados e prontos para uso. Por fim, destacamos a importância de haver um plano de emergência para combate a incêndio e instruções para evacuação do local, além de extintores adequados (validade, locais apropriados, bom estado de funcionamento), treinamento duas vezes ao ano, verificação regular dos equipamentos e uso do extintor de incêndio correto. Exercícios Questão 1. (Sanepar 2004, adaptada). Quanto aos EPIs, cabe ao empregador: I – ditar as normas para sua confecção. II – exigir o seu uso. III – adquirir o equipamento adequado para cada atividade. IV – responsabilizar‑se pela higienização e manutenção periódica. 82 Unidade II V – orientar e treinar o trabalhador sobre o uso adequado, guarda e conservação. Assinale a alternativa que contém as afirmativas corretas. A) Somente as afirmativas I e II são corretas. B) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. C) Somente as afirmativas lI, III, IV e V são corretas. D) Somente as afirmativas lII e lV são corretas. E) Somente as afirmativas I, ll e V são corretas. Resposta correta: alternativa C. Análise das afirmativas I – Afirmativa incorreta. Justificativa: a norma NR 6 sobre EPI discute as obrigações de trabalhador e empregador; este último não dita as normas, mas fornece gratuitamente treinamento e equipamento. II – Afirmativa correta. Justificativa: o empregador deve exigir o uso do EPI pelos trabalhadores. III – Afirmativa correta. Justificativa: é dever do empregador fornecer equipamento adequado e aprovado pelo Ministério do Trabalho e Emprego específico para cada atividade. IV – Afirmativa correta. Justificativa: o empregador precisa substituir imediatamente o equipamento quando estiver danificado. V – Afirmativacorreta. Justificativa: o empregador deve oferecer treinamento ao trabalhador. Questão 2. (Cesgranrio 2018) Para haver fogo, é necessária a presença de três elementos que formam o triângulo do fogo ou, mais modernamente, o quadrado ou tetraedro do fogo. Para extinguirmos o fogo, basta retirar um desses elementos. Quando retiramos ou reduzimos o elemento denominado de comburente, estamos extinguindo o fogo pelo método denominado de: 83 BIOSSEGURANÇA A) Abafamento. B) Isolamento. C) Resfriamento. D) Sufocamento. E) Quebra da reação em cadeia. Resposta correta: alternativa A. Análise das alternativas A) Alternativa correta. Justificativa: o abafamento consiste em tirar o ar (oxigênio), que é o elemento comburente. Deve‑se impedir o contato do combustível com o comburente. B) Alternativa incorreta. Justificativa: o isolamento é quando se faz a retirada do que pode pegar fogo, ou seja, o material combustível (madeira, papel, produtos inflamáveis etc.). C) Alternativa incorreta. Justificativa: o resfriamento consiste em retirar o calor, para que o combustível pare seus gases e o vapor, extinguindo‑se o fogo. D) Alternativa incorreta. Justificativa: o sufocamento não é um método de extinção do fogo. E) Alternativa incorreta. Justificativa: a quebra da reação em cadeia não é um método de extinção do fogo.
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