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TRABALHO_EV071_MD1_SA4_ID562_15052017203337(Observar levantamento para TCC JUCY)

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ABORDAGEM DAS IST POR ENFERMEIRO (AS): REVISÃO 
INTEGRATIVA DE LITERATURA 
 
Luana Larissa Oliveira Bezerra
1
, Sheila Milena Pessoa dos Santos Fernandes
2
, Josefa Raquel 
Luciano da Silva
3 
 
1
Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG; luana.olibe@gmail.com. 
 
2
Docente da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG; sheila.milena@gmail.com 
3
Acadêmica de Enfermagem da Universidade Federal de Campina Grande – UFCG; jraquel.silva@hotmail.com 
 
 
Introdução: As IST correspondem a um grupo de infecções transmitidas através do contato sexual, 
podendo ser também por via sanguínea, durante a gestação da mãe para a criança, através do parto ou 
amamentação. O enfermeiro (a) possui um papel de destaque nas ações de prevenção, proteção e 
recuperação da saúde. A abordagem de Enfermagem relacionada à IST inclui ações de educação em 
saúde e aconselhamento voltadas à prevenção, diagnóstico e tratamento. Objetivo: Analisar como é 
realizada, na prática, a abordagem dos enfermeiros (as) frente às pessoas que possuem alguma IST. 
Metodologia: Trata-se de uma Revisão Integrativa de Literatura, realizada em março de 2017. Foram 
recuperados artigos produzidos entre 2007 e 2016, hospedados na Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) 
e Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). 
Foram excluídos artigos em duplicata, que não tratassem da abordagem das IST/HIV ou que não 
possuíssem relação com a prática de enfermagem. Utilizou-se os descritores cuidados de enfermagem 
e IST, e seus sinônimos. Foram recuperados 358 artigos, destes 58 atenderam aos critérios de inclusão 
e foram submetidos à síntese qualitativa. No total, 25 artigos compuseram a análise e foram 
categorizados por similaridade de conteúdo. Resultados: Como resultado foi produzida a categoria 
assistência de enfermagem frente à IST/Aids, seguida das seguintes subcategorias: 1) prevenção das 
IST/Aids; 2) educação em saúde e aconselhamento; 3) diagnóstico e tratamento no cuidado de 
enfermagem; 4) barreiras institucionais que dificultam a assistência de enfermagem. Observou-se que 
as principais formas de prevenção contra IST é através do aconselhamento, ações voltadas à promoção 
de saúde e o uso do preservativo em todas as relações sexuais. A educação em saúde compõe 
invariavelmente o cuidado de enfermagem, tanto no nível individual, quanto coletivo na atenção as 
IST/Aids. Constatou-se que são necessárias estratégias que atendam as particularidades dos usuários e 
de grupos específicos, como exemplo, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência. O diagnóstico 
pode ser feito a partir de uma avaliação clínica em conjunto com testes e exames complementares; o 
tratamento é realizado através da prescrição de medicamentos específicos para as patologias 
identificadas. Os enfermeiros (as) encontram diversas barreiras que dificultam a assistência 
qualificada, como falta de matérias e infraestrutura inadequada. Conclusão: Os profissionais de 
enfermagem desempenham atribuições essenciais para uma assistência qualificada e integral voltadas 
as pessoas que possuem IST/Aids. Tais atribuições incluem prevenção, educação em saúde juntamente 
com o aconselhamento, diagnóstico e tratamento. Espera-se que o estudo contribua para reflexão dos 
profissionais de enfermagem acerca do importante papel no controle das IST/Aids. 
Palavras-chave: IST; Enfermeiro; Cuidados de Enfermagem 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO: 
 
Segundo a Organização mundial de Saúde (OMS) mais de um milhão de pessoas são 
acometidas diariamente por infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), gerando diversos 
transtornos à vida, comprometendo severamente a saúde. Essas infecções podem causar 
infertilidade, doenças agudas, incapacidade de longa duração e morte, tanto em homens e 
mulheres, quanto em crianças. 
 
Pode-se destacar mais de 30 agentes etiológicos como causa das ISTs, incluindo 
protozoários, fungos, vírus e bactérias. As manifestações clínicas podem se apresentar sob a 
forma de úlceras genitais, corrimento vaginal e uretral e doença inflamatória pélvica. A 
principal via de transmissão é por contato sexual, podendo também ser transmitida por via 
sanguínea, durante a gestação da mãe para a criança, através do parto ou amamentação. A 
ocorrência de IST está ainda associada à pobreza, desigualdade de gênero e influência 
sociocultural no comportamento sexual (BRASIL, 2015). 
 
Estima-se que no Brasil, no período de 1999 a 2015 foram notificados 196.701 casos 
de hepatite B, 152.712 de hepatite C e 3.660 de hepatite D (BRASIL, 2016a). Com relação às 
infecções pelo HIV, de 2007 até junho de 2016 foram notificados 136.945 casos, e quanto a 
Aids, entre 2000 a junho de 2016, foram notificados 634.051 casos (BRASIL, 2016b). No 
período de 2010 até junho de 2016 foram notificados um total 227.663 casos de sífilis 
adquirida (BRASIL, 2016c). 
 
No Brasil, o controle das ISTs requer protagonismo de todos os trabalhadores da saúde 
e compreensão da responsabilidade das diferentes instâncias do SUS. O principal serviço de 
saúde responsável por esse controle é a atenção básica, devendo existir ainda, quando 
necessário, a interação desse serviço com os de média e alta complexidade. Tendo em vista a 
quebra da cadeia de transmissão das ISTs e do HIV, a unidade de saúde deve garantir, o mais 
breve possível, o acolhimento adequado e com privacidade, respeitando o princípio da 
integralidade (BRASIL, 2015). 
 
É necessário que todos os profissionais escutem as necessidades de cada usuário do 
serviço, considerando as vulnerabilidades e evitando julgamentos ou preconceitos, 
 
 
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respeitando a singularidade de cada indivíduo e sua história de vida. Para que haja a 
integralidade do serviço prestado, é preciso uma boa interação da equipe de saúde, atuando de 
forma interdisciplinar, possibilitando dessa forma, a comunicação horizontalizada entre as 
ciências. Infelizmente, o acesso a serviços de saúde para a obtenção de cuidados é cheio de 
percalços, o indivíduo, na maioria das vezes, encontra diversas barreiras que contribuem ainda 
mais para o agravamento do seu problema. Embora o acesso à saúde seja um dever do Estado 
e um direito de todos, podemos observar, na prática, que esse direito tem sido negligenciado 
(BRASIL, 2012). Considerando as atribuições no contexto da atenção básica, o enfermeiro se 
destaca como um dos principais atores capazes de transpor e superar as barreiras do processo 
de cuidado e prevenção das ISTs. 
 
Sabe-se que a prática de enfermagem com foco nas IST tem evoluído, abrangendo 
diferentes perspectivas de cuidados, sobretudo por se tratar de um problema que envolve as 
representações, práticas e comportamentos relativos à sexualidade. No campo da assistência, 
os cuidados de enfermagem envolvem a educação em saúde, a avaliação abrangente e 
completa, aconselhamento, imunizações, realização de testes, tratamento, busca ativa de 
parceiros e apoio ao usuário para tomada de decisões informadas (BUNGAY; MASARO; 
GILBERT; 2014). 
 
Na atenção primária no Brasil, o enfermeiro desempenha suas atribuições específicas 
nos serviços de saúde, em outros espaços comunitários e no domicílio. Em conjunto com a 
equipe de saúde desenvolve atividades em grupo, solicitação de exames complementares, 
prescrição de medicamentos e encaminhamentos. Além disso, o profissional de enfermagem é 
responsável por planejar, avaliar e gerenciar as ações desenvolvidas pelos agentes 
comunitários de saúde; participar e contribuir positivamente para a educação permanente da 
equipe a qual faz parte; e participar do gerenciamento dos insumos da Unidade Básica de 
Saúde (BRASIL, 2011). 
 
A regulamentaçãodo exercício de enfermagem, segundo a Lei n° 7.498/86, dispõe as 
atribuições do enfermeiro, as quais são importantes ressaltar: prescrever medicamentos 
estabelecidos em programas de saúde pública e em rotina aprovada pela instituição de saúde; 
prevenção e controle de doenças transmissíveis em geral; consulta de enfermagem e educação 
visando à melhoria de saúde da população (BRASIL, 1986). 
 
 
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Em uma Unidade Básica de Saúde o enfermeiro é um instrumento com potencial de 
promover, em sua equipe, um processo de reflexão e revisão de suas práticas, para 
organização do serviço, buscando o aprimoramento dos cuidados de saúde. Nesse sentido, a 
integralidade é essencial para o rompimento da divisão existente entre a saúde pública e a 
assistência médica, exigindo práticas de saúde horizontais (VAL; NICHIATA, 2014). 
 
No entanto, a abordagem das IST pode ser permeada por receio sobre falar, fazer e 
apropriar-se dessa temática, tais fragilidades fazem com que o aconselhamento, por exemplo, 
concentre-se nos parâmetros biológicos e solicitação de exames, fragmentando a atenção a 
saúde. Muitos profissionais adotam a conduta de tratamento medicamentoso sem convocar as 
parcerias sexuais, por medo de se envolverem em questões que possam comprometê-los 
diante do serviço. A detecção das ISTs, em muitos casos, é comprometida pelo fato da 
abordagem ser realizada de forma inadequada, o que representa uma barreira e remete a 
necessidade de capacitação dos profissionais. (BARBOSA et al, 2015). 
 
A visão dos profissionais de saúde é delimitada por mitos, tabus e estereótipos que se 
desdobram e influenciam as práticas de atenção à saúde. Assim, a despeito do surgimento da 
AIDS (1981), os profissionais não abordam de forma consistente temas relativos à 
sexualidade de seus usuários, caminho comum nesse tipo de problema, pois remete à noção de 
genitalidade e ato sexual, e é território ainda pouco explorado na formação e nas práticas em 
saúde (GARCIA; LISBOA, 2012). 
 
A partir do que foi exposto, coloca-se a necessidade de investigar as principais 
saliências que permeiam a atenção às IST por enfermeiros no contexto da atenção básica, 
suscitando as principais lacunas e avanços na atenção de enfermagem. Assim, pretende-se 
com o estudo conhecer a abordagem das ISTs por enfermeiros (as) a partir da produção 
científica. 
METODOLOGIA 
Trata-se de uma Revisão Integrativa da Literatura (RIL), que consiste na construção de 
uma análise que contribua para discussões sobre métodos e resultados de outras pesquisas 
para realização de futuros estudos. É considerada uma das mais amplas abordagens 
metodológicas referente às revisões, permitindo a utilização de estudos não experimentais e 
 
 
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experimentais para compreender o fenômeno analisado. (SOUZA et al, 2010). 
 
De acordo com Mendes et al (2008), a RIL é desenvolvida em seis etapas: a) 
elaboração da pergunta norteadora; b) busca ou amostragem na literatura; c) coleta de dados; 
d) análise dos dados coletados; e) discussão dos resultados; f) apresentação da revisão/síntese 
do conhecimento A definição do problema e a formulação da pergunta de pesquisa partiram 
da experiência em aulas práticas em saúde da mulher, durante a graduação em enfermagem. 
Pode-se observar as práticas de enfermagem nesse contexto ainda circunscrita a solicitação de 
exames a grupos específicos e encaminhamentos para outros profissionais e serviços de saúde. 
Reconhecendo o papel do enfermeiro por meio da regulamentação do exercício profissional e 
dos protocolos de assistências a saúde das pessoas com foco nas IST, buscou-se investigar a 
partir da literatura quais as principais saliências problematizadas sobre a temática. Portanto, a 
questão norteadora formulada consiste em: qual a abordagem do enfermeiro na atenção as 
pessoas com foco na atenção as IST/HIV. 
 
Para composição do corpus de análise foram utilizados dois importantes portais 
nacionais que oferecem acesso as principais bases de dados brasileiras e internacionais, 
Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Portal de Periódicos da Coordenação de 
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Os critérios de inclusão foram 
artigos completos, incluindo ensaio, resultado de pesquisa, reflexão ou revisão de literatura, 
publicados entre 2007 e 2016, nos idiomas português e inglês. Foram excluídos artigos em 
duplicata e que não tratassem da abordagem das IST/HIV ou que não possuíssem relação com 
a prática de enfermagem. 
 
A coleta de dados ocorreu em abril de 2017. Nessa etapa, consultou-se o website 
Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) para seleção dos descritores que melhor pudessem 
responder ao objeto de estudo. Os descritores utilizados foram: “Cuidados de enfermagem" 
AND "infecção (ões) sexualmente transmissível (eis)”, "Cuidados de enfermagem" AND 
"doença(s) sexualmente transmissível", "Cuidados de enfermagem" AND “DST”, "Cuidados 
de enfermagem" AND “IST”, “Nursing Care” AND “Sexually Transmitted Diseases”, nos 
idiomas português e inglês. Em seguida foram selecionados todos os artigos que possuíssem 
no título, resumo ou assunto tais descritores. Todos os resumos foram lidos, sendo excluídos 
os artigos que não atendessem aos critérios de inclusão. Na última etapa da coleta de dados foi 
 
 
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realizada a síntese qualitativa, na qual os artigos foram lidos na íntegra, sendo mais uma vez 
excluídos quando necessário. 
 
 Figura 1 – Fluxograma da seleção dos artigos. Campina Grande, PB, Brasil, 2017. 
 
 
 
A organização foi realizada por meio de um instrumento, contendo informações relevantes 
para posterior análise e categorização, como participantes, a metodologia empregada, resultados 
e as principais conclusões de cada estudo, ano de publicação, idioma, origem (região ou país), 
categoria ocupacional dos autores, temática abordada, participante da pesquisa, cenário e 
características metodológicas: tipo e desenho da pesquisa, abordagem teórica e técnica de coleta. 
A análise quantitativa dos dados foi feita de forma simples, utilizando frequência absoluta (n) e 
percentual (%). O resultado da síntese qualitativa foi organizado por similaridade de conteúdo, a 
partir dos quais foram construídas categorias temáticas que correspondiam ao objetivo do estudo. 
Posteriormente, os dados evidenciados foram discutidos de acordo com a literatura pertinente, 
identificando as possíveis lacunas do conhecimento e delimitando possíveis prioridades para 
estudos futuros. 
 
Ressalta-se que o presente estudo dispensa análise por Comitê de Ética em Pesquisa 
com seres humanos por se tratar de pesquisa documental, contudo, seguiu-se o código de ética 
dos profissionais de Enfermagem, respeitando os 
 
 
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princípios da honestidade e fidedignidade, assim como os direitos autorais na pesquisa, 
disponibilizando os resultados para o conhecimento da comunidade científica e sociedade 
(COFEN, 2007). 
 
RESULTADOS E DISCUSSÃO: 
 
As publicações selecionadas foram organizadas por título, país e ano no quadro 1. 
Quadro 1 – Artigos publicados sobre IST e enfermagem por título, país e ano. Campina 
Grande, PB, Brasil, 2017. 
 
Quanto à abordagem metodológica, os estudos foram caracterizados como qualitativo 
(11), quantitativo (6), estudo de caso (1) e retrospectivo (1). A técnica de coleta de dados foi 
predominantemente entrevista e observação (9), oficinas (1); inquérito domiciliar (1); 
formulário (1); grupo focal (1); pesquisa (1); análise de dados (1); revisão da literatura (1); 
documental (1); questionário (1). A análise de dados foi análise lexical (1), análise de 
conteúdo (1), análise estatística (2), análise crítica (1), PAC(1), SPSS (2), AC (2), reflexão (1), 
 
 
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TFD (1). 
Com base na análise dos artigos foi possível observar que a abordagem do enfermeiro 
no cuidado às pessoas com foco na atenção as IST/HIV inclui a necessidade de ações voltadas 
à educação em saúde, a assistência de enfermagem frente à IST/Aids e as relações 
interpessoais entre os profissionais de enfermagem e os pacientes. 
Categoria Central: Assistência de enfermagem frente à IST/Aids: 
Subcategoria 1: Prevenção das IST/Aids 
Sabe-se que uma das formas mais eficaz de prevenção contra as IST/Aids é através do 
uso do preservativo em todas as relações sexuais, prática essa que deve ser orientada pelos 
profissionais de saúde. É possível prevenir algumas IST por meio da imunização, é o caso da 
hepatite B e papiloma vírus humana (HPV). Nesse estudo, foi possível observar a falta de 
produções científicas que abordem diretamente como isso se dá na prática, nos serviços de 
saúde. 
 Em um estudo realizado por Forsner et al (2016), relacionado à imunização de 
meninas entre 11 e 12 anos de idade contra o vírus do papiloma humano (HPV), demonstra a 
necessidade de enfermeiros buscarem estratégias para ajudar as crianças que se sentem 
desconfortáveis com os procedimentos relacionados à agulhas. Observa-se, a partir disso, que 
outra atribuição do enfermeiro em relação à prevenção de IST é a imunização, para tanto, é 
necessária a capacitação desses profissionais, fundamental para que o cuidado prestado seja 
qualificado. 
 
Subcategoria 2: Educação em Saúde e Aconselhamento 
 O cuidado prestado pelos enfermeiros deve ser pautado, acima de tudo, na ética e 
valorização do sujeito que está sendo cuidado. Para que haja a efetivação de uma assistência 
de qualidade é necessário o uso de tecnologias leves por parte desses profissionais. Essas 
tecnologias são conceituadas como tecnologias das relações, a qual possui como base a 
criação de vínculo, a autonomia, o acolhimento. Além disso, relaciona-se com a humanização, 
buscando o conforto físico, psíquico e espiritual das pessoas que recebem o cuidado 
(ADAMS; RODRIGUES; FONTANA; 2011). Portanto, esses aspectos devem permear as 
ações de educação em saúde e o aconselhamento em IST/Aids. 
 
A atribuição do enfermeiro, durante a consulta de enfermagem, principalmente quando a 
 
 
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abordagem possui como eixo central a IST/Aids, consiste em orientar e conscientizar os usuários por 
meio do diálogo, sanando todas a dúvidas que possam surgir, tendo em vista a redução dos riscos de 
contaminação e a prática de hábitos comportamentais que não coloquem em risco a saúde. Através 
disso é possível perceber que a melhor forma de prevenção contra essas infecções ainda é por meio da 
educação em saúde, sendo imprescindível a atuação dos profissionais de enfermagem (FERRAZ; 
MARTINS; 2014). 
 
Subcategoria 3: Diagnóstico e Tratamento no cuidado em enfermagem 
Compreende-se que a prática de enfermagem relacionada à prevenção/detecção/ 
tratamento das ISTs está além da realização de ações de educação em saúde. Ela abrange um 
conjunto completo de cuidados como o aconselhamento, notificação, encaminhamento a 
outros serviços quando houver necessidade, avaliação integral, incluindo o histórico de saúde 
e testes, convocar o parceiro (a), tratamento e apoio às pessoas vivendo com ou em risco de 
adquirir IST (BUNGAY; MASARO; GILBERT; 2014). 
 
Algumas ISTs possuem sinais e sintomas clínicos que podem comprometer a saúde 
das pessoas e diminuir sua qualidade de vida. O surgimento de vesículas, verrugas, fissuras, 
feridas, entre outras afecções, são comuns a diversas infecções transmitidas sexualmente. 
 
Conforme ressaltam Ferraz; Martins (2014), para um diagnóstico preciso com relação 
às infecções sexualmente transmissíveis, é necessária uma avaliação clínica adequada e a 
utilização dos fluxogramas propostos, a partir disso, caso seja confirmada alguma patologia, o 
enfermeiro deverá dar seguimento ao tratamento deste usuário. 
 
Mcdaniel; Giovannelli; Happ (2014) ressaltam a importância desse profissional em 
relação à prática de curativos, atrás de um estudo com idosos hospitalizados e portadores do 
herpes vírus, que além da condição fisiológica imposta pela idade, apresentam transtornos 
causados por este vírus, sendo de suma importância uma assistência integral com foco no 
tratamento, aconselhamento e educação em saúde desses pacientes. 
 
Subcategoria 4: Barreiras institucionais que dificultam a assistência de 
enfermagem 
 
 
 
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A Unidade Básica de Saúde (UBS) é o local primordial para o cuidado às pessoas com 
IST/Aids, sendo o enfermeiro um dos principais gestores desse serviço. Em um estudo 
realizado nas UBS do município de São Paulo, foi possível observar a vulnerabilidade 
programática desse serviço relacionado a alguns itens como problemas de infraestrutura para 
realização das ações de prevenção e assistência em IST/HIV/Aids, respostas às necessidades 
de tratamento, déficit nas ações de pré-natal e puerpério, e na integração entre os serviços de 
saúde na atenção às IST/HIV/aids. A partir disso podemos observar a necessidade de 
investimentos e organização nesses serviços de saúde (VAL; NICHIATA; 2014). 
 
Respaldado pela legislação brasileira, é permitido ao profissional a prescrição de 
tratamentos protocolados e padronizados, porém, nem sempre os medicamentos necessários 
estão disponíveis na rede pública. É possível também que os enfermeiros realizem a coleta de 
materiais, a fim de identificar o agente causador da patologia a partir de testes realizados em 
laboratório. Contudo, há uma escassez desses materiais nos serviços de saúde. 
 
Sabe-se que a imunização consiste em uma importante estratégia de prevenção das 
IST. Atualmente são disponibilidades pelo SUS as vacinas contra Hepatite B e HPV. 
Contudo, verifica-se que um pequeno percentual de serviços dispõe de vacinação para 
Hepatite B. Salienta-se que a vacinação é como uma das políticas de saúde pública mais 
efetiva e de menor custo-benefício, utilizada no controle e na prevenção de doenças (LESSA e 
SCHRAMM, 2015), além de consistir em uma importante estratégia para assistência de 
enfermagem. 
 
CONCLUSÃO: 
 
Infecções sexualmente transmissíveis e Aids representam um grave problema de saúde 
pública. A cada ano novas pessoas são acometidas por estas infecções. Inúmeros profissionais 
de saúde estão diretamente envolvidos no cuidado a essas pessoas, em especial os enfermeiros 
(as). 
A partir deste estudo, podemos observar que os profissionais de enfermagem 
desempenham um papel fundamental na prevenção, detecção e tratamento das ISTs/ Aids, 
através de uma assistência integral, levando em consideração o aspecto biopsicossocial de 
cada indivíduo. É necessário, para isso, que esse profissional desenvolva ações voltadas à 
 
 
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educação em saúde com toda população susceptível a adquirir essas infecções, tendo em vista 
a redução dos riscos. A assistência voltada a essas pessoas deve abranger não apenas 
atividades relacionadas à promoção de saúde, mas um diagnóstico e tratamento adequado, 
possibilitando a reabilitação dos indivíduos e uma melhor qualidade de vida. Os enfermeiros 
encontram algumas barreiras que dificultam a qualidade da assistência prestada, entre as quais 
é importante destacar a falta de uma boa infraestrutura dos serviços de saúde e a escassez de 
matérias para prevenção e diagnóstico das IST. 
 
 O estudo teve como limitação a circunscrição da amostra, contudo, os resultados 
correspondem a trabalhos produzidos em diferentes contextos e países, os quais possuem 
como ponto comum a discussão sobre enfermagem e sua relação comas IST/Aids. Assim, 
espera-se que os resultados possam contribuir objetivamente para construção de práticas em 
enfermagem com qualidade e que atendam a urgência da atenção às pessoas com foco nas 
IST/Aids. 
 
 REFERÊNCIAS: 
 
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