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@MEUAMORPORMEDVET @MEUAMORPORMEDVET PARA MAIS RESUMOS, ENTRE NO PERFIL DO INSTAGRAM E CLIQUE NO LINK DA BIO. • Definição de claudicação: é uma indicação de um distúrbio estrutural ou funcional em um ou mais membros, que é manifestada durante a progressão (movimento) ou em posição de estação. • É a degeneração aguda das lâminas sensitivas primárias e secundárias do casco. Há inflama- ção das lâminas do casco. É considerada uma das principais causas de claudicação em equinos. • Doença perivascular periférica que se mani- festa por uma diminuição na perfusão capilar no interior do casco. Ocorre uma quantidade significativa de desvios arteriovenosos (shunt) porque o sangue não percorre o caminho para irrigar o casco de forma correta, isso pode levar a necrose sistêmica das lâminas, dor e até a um grau de rotação da falange distal, dependendo das lesões causadas. • Patogênese: ocorre separação das lâminas sensitivas da 3ª falange a partir das lâminas interdigitais que revestem a superfície do cas- co, então pode acontecer a rotação da 3ª fa- lange que irá então se insinuar para a sola do casco. • Existem algumas teorias da fisiopatologia da Laminite, podendo ser: vascular, traumática, enzimática ou de privação de glicose. 1. Vascular: • Causada por uma hipoperfusão devido a vasoconstrição, ocorre edema e leva a aber- tura de anastomoses arteriovenosas que prejudicam a circulação nos tecidos lamina- res, causando isquemia e necrose desse tecido. Resulta ou não em falência mecânica com rotação da 3ª falange em direção a sola. 2. Traumática: • Trauma direto no casco por força coloca- da nesse tecido, causa uma reação infla- matória que resulta em aumento da pressão no local. Forma-se edema e o restante do quadro é semelhante ao da teoria vascular. 3. Enzimática: • Ocorre por presença de endotoxinas pro- venientes de outros processos patológicos ocorridos no organismo, resulta na ativação da produção de metaloproteinases que de- sencadeiam o processo de resposta inflama- tória. Pode ser por cólica, pleuropneumonia, diarreia, endometrite, etc. • A migração das toxinas por via hemató- gena até as lâminas epidérmicas também pode acarretar enfraquecimento e perda das junções celulares 4. Privação de glicose: • Ligada a mecanismos endócrinos e meta- bólicos porque as células basais das lâminas têm necessidade de glicose em sua nutrição. Quando há diminuição do fornecimento de glicose, ocorre alterações nas células basais. • Alguns processos patológicos causam um estresse responsável pelo consumo excessivo de glicose que seria direcionada para órgãos vitais como cérebro e coração. Essa diminui- Laminite @MEUAMORPORMEDVET @MEUAMORPORMEDVET PARA MAIS RESUMOS, ENTRE NO PERFIL DO INSTAGRAM E CLIQUE NO LINK DA BIO. ção da glicose e produção de cortisol seriam responsáveis pela ativação da produção de metaloproteinases, desencadeando todo o processo. • Em bovinos, a maior causa de claudicação é a Laminite subclínica (Pododermatite asséptica difusa). • A forma aguda é evidenciada com menos de 10 dias, a forma subclínica entre 10 dias e 6 semanas e a crônica por mais de 6 semanas. • É comum em bovinos de engorda (alimenta- ção intensiva) e nas novilhas de gado leiteiro. No gado de corte há grande prejuízo com re- dução do ganho de peso, gastos com medica- mentos e descarte prematuro de animais. No gado leiteiro tem menor produção de leite, função reprodutiva afetada e custos com tratamento. • Etiologia: excesso de carboidratos, ingestão elevada de proteína, endotoxemia, baixa fibra na dieta, falta ou excesso de exercícios, defici- ências nutricionais como minerais, biotina e aminoácidos. • O piso de concreto causa desgaste excessivo do casco e por consequência a Laminite. • Alterações hormonais durante a parição ou endotoxemia causam degradação das fibras colágenas e Laminite. • Acidose ruminal: é um dos principais agentes da etiopatogenia da Laminite Bovina. • Outras causas de endotoxemia: metrite puer- peral, retenção de placenta e mastite. • Laminite aguda: é pouco frequente, ocorre em bezerros de 4 a 6 meses, novilhas em va- cas no início da lactação. Observa-se man- queira, aumento da temperatura do casco, relutância em se movimentar e sensibilidade da banda coronária. ® Tratamento: AINE, correção da causa primá- ria e colocar o animal em piso macio. • Laminite subclínica: é visto hemorragia de so- la, talão e linha branca; alterações de colora- ção e resistência do tecido córneo; doença da linha branca; úlcera de sola ou pinça; abces- sos de sola, pinça ou talão; sola dupla; erosão de talão e fissuras de muralha. • Laminite Crônica: modificações anatômicas do casco, diminuição do ângulo anterior entre a parede e a sola do casco (55º para 35º). Ocorrência de fendas e irregularidades da muralha, aumento do comprimento da face dorsal e convexidade da sola. ® Tratamento subclínica e crônica: remoção ci- rúrgica das lesões e colocação de tamanco por 30 a 40 dias. • Profilaxia: balanceamento adequado da dieta, casqueamento corretivo de animais estabu- lados e uso de pedilúvio (formalina 3% ou sulfato de cobre 5%) de 3 a 5x por semana. • Também é chamada de “Aguamento” ou Pododermatite asséptica. • Causas: Laminite Bovina Laminite Equina @MEUAMORPORMEDVET @MEUAMORPORMEDVET PARA MAIS RESUMOS, ENTRE NO PERFIL DO INSTAGRAM E CLIQUE NO LINK DA BIO. 1. Sobrecarga alimentar: dietas ricas em car- boidratos causam diminuição do pH do ce- co e lise de bactérias Gram- (liberam endo- toxinas que serão absorvidas pela mucosa), desencadeando o processo causador da Laminite. 2. Doenças sistêmicas (endotoxemia) 3. Mecânica: atividade física intensa, piso ina- dequado, esforço maior no membro por problemas no membro contralateral, cas- queamento e ferrageamento inadequados. 4. Outras: hormonais (síndrome de Cushing, hipotireoidismo e obesidade), fatores es- tressantes que levam a liberação de glico- corticoides (viagens longas) e administra- ção de glicocorticoides sem critério (erro médico). • Formas da Laminite equina: 1. Sub-aguda: Forma mais branda, correspon- de ao período entre a exposição ao agente causal e os primeiros sinais clínicos, poden- do durar entre 24 a 60 horas. É dificilmen- te diagnosticada. Possui sinais leves como: aumento do pulso digital moderado, alívio do peso do membro tirando-o do apoio por alguns segundos, claudicação em círculo e dor em pinça. 2. Aguda: começa quando o paciente apre- senta os primeiros sinais de claudicação, dura em média 72h ou até que observe a rotação da 3ª falange. 3. Refratária: caracteriza-se pela ausência de resposta ao tratamento nos 7-10 primeiros dias, sendo um indicativo de degeneração e inflamação lamelar grave. Apresenta mau prognóstico. 4. Crônica: após a rotação e/ou afundamento da 3ª falange ou após 48h de claudicação. Quando apresenta depressão da banda coronária e perda da concavidade da sola com presença de abaulamento para o ápice, são sinais que a 3ª falange está começando a penetrar na sola. • Sinais clínicos: dor, recusa a movimentar, ex- pressão de ansiedade, fasciculação muscular, sudorese, sensibilidade ao exame de pinça de casco, aumento da temperatura do casco, au- mento da frequência cardíaca e respiratória, claudicação e pulso digital aumentado. Costu- ma acometer mais os membros anteriores, mas pode ocorrer em todos os membros. O animal posiciona os posteriores sob seu cor- po, estendendo os membros dianteiros para frente. • Sinais clínicos do estágio crônico: convexi- dade da sola, crescimento dos talões, forma- @MEUAMORPORMEDVET @MEUAMORPORMEDVET PARA MAIS RESUMOS, ENTRE NO PERFIL DO INSTAGRAM E CLIQUE NO LINK DA BIO. ção de anéis transversais e concavidade da face cranial da muralha do casco. • Exame: na radiografia é visto a perda do para- lelismo entre a parede do casco e a 3ª falange. • Escala de claudicaçãopara Laminite segundo Obel: ® Grau 1: o animal alterna o apoio dos mem- bros anteriores constantemente, visando uma posição antiálgica. Apresenta claudi- cação discreta, não evidente ao passo, andar curto e “defendido” ao trote. ® Grau 2: o animal encurta ainda mais a fase de apoio, mas ainda se movimenta volunta- riamente ao passo. Ainda é possível levan- tar um dos membros anteriores sem gran- des dificuldades. ® Grau 3: o animal reluta em se movimentar e não permite que se levante um de seus membros anteriores. ® Grau 4: o animal só se movimenta quando é forçado, projetando os membros anteri- ores ao mesmo momento para cima e para frente. Acima desse grau o animal passa a maior parte do tempo em decúbito, apre- sentando sinais de infecção podal. • Tratamento: reduzir as forças mecânicas e estabilizar a 3ª falange (baias com cama alta, de areia e almofadas se tiver em decúbito), não exercitar o cavalo, tratar o processo pato- lógico primário (se existir), administrar AINE, DMSO, vasodilatadores, heparina, aspirina, óleo mineral (em casos de sobrecarga de grãos) e indução de vasoconstrição digital (crioterapia). A crioterapia consiste em colo- car os membros afetados em solução de água com gelo por 24h ou até mais se o período de choque séptico, febre e vasodilatação digital persistir. • Tratamento Laminite crônica: combater a dor, estabilizar a 3ª falange, estimular o cres- cimento do casco, tenotomia do tendão digi- tal flexor profundo e estabelecer alinhamento anatômico entre a parede do casco, sola e 3ª falange (casqueamento e ferração coletiva). • Existem ferraduras específicas para animais com Laminite: • Prognóstico da Laminite crônica: é sempre re- servado e depende do caso, em situações de rotação da 3ª falange ou para sintomas por mais de 10 dias o prognóstico é desfavorável. • É o colapso do músculo, podendo ser por es- forço ou não. Também é chamada de atamen- to, miosite, azotúria, mioglobinúria paralítica ou mal de segunda-feira. • A Rabdomiólise por esforço pode ser dividida em: 1. Rabdomiólise esporádica (mais comum) • Associada ao excesso de treinamento ou es- forço acima do nível de treinamento. Rabdomiólise @MEUAMORPORMEDVET @MEUAMORPORMEDVET PARA MAIS RESUMOS, ENTRE NO PERFIL DO INSTAGRAM E CLIQUE NO LINK DA BIO. • Ocorre também em animais que ficaram em inatividade com fornecimento normal de ra- ção seguido de exercício. Quando um cavalo precisa ficar inativo por um determinado tem- po, deve-se reduzir o concentrado de ração. Isso acontece porque há um acúmulo de glicogênio no músculo dos cavalos em repou- so quando comem a quantidade de ração nor- mal e inicia-se o metabolismo anaeróbico. Quando o animal volta ao exercício, ocorre muita liberação de ácido lático no músculo. O ácido lático aumentado causa danos a mem- brana. Os cavalos que passam por isso nor- malmente são saudáveis e sem histórico de doença muscular, mas respondem bem ao tratamento. • Patogênese: os mecanismos são pouco en- tendidos. Pode ocorrer também por exercício além da adaptação ao treinamento, lesão por repetição de movimento, exaustão pelo calor e dietas desequilibradas. • Sinais clínicos (observados de 15 a 30 minutos após o exercício): andar rígido, sudorese in- tensa, aumento da FC e FR, inabilidade a mover-se após repouso, contratura muscular envolvendo lombar e músculos dos posteri- ores (especialmente glúteos, femorais e lom- bares), dor em palpação dos músculos (estão inchados e firmes), mioglobinúria, desidrata- ção, cólica e decúbito (em alguns casos), dor severa e até ansiedade. SUDORESE INTENSA DECÚBITO MIOGLUBINÚRIA (MIOGLOBINA NA URINA) • Diagnóstico: sinais clínicos e dosagem de enzimas musculares (CK, AST e LDH). • Tratamento: não forçar caminhada, não transportar durante 24-48h, Acepromazina (para ansiedade, pode melhorar o fluxo san- guÍneo para a musculatura – não deve usar em desidratados), Detomidina combinado com Butorfanol (para dores intensas), AINE, relaxante muscular, fluidoterapia e Metil- predinisolona (para animais em decúbito). • A Rabdomiólise severa pode causar insufici- ência renal pelo efeito combinado da isque- mia e efeitos nefrotóxicos da mioglobinúria, AINE e desIdratação. Restabelecer a hidrata- ção e induzir a diurese são prioridade. 2. Rabdomiólise crônica (esforço recorrente) • Afetam mais as fêmeas jovens e em treina- mento de corrida após exercícios leves repe- tidamente. Os animais nervosos ou com clau- dicação são mais propensos a RER. • Fatores de risco: deficiência de vitaminas, dis- túrbios eletrolíticos e ambientais (calor). • Patogênese: defeito na capacidade do mús- culo esquelético de controlar níveis de cálcio intracelular. • Histopatologia: apresenta alterações miopá- ticas crônicas, aumento da variação do tama- @MEUAMORPORMEDVET @MEUAMORPORMEDVET PARA MAIS RESUMOS, ENTRE NO PERFIL DO INSTAGRAM E CLIQUE NO LINK DA BIO. nho da fibra e infiltrados musculares. • Sinais clínicos: mau desempenho, dificuldade em levantar membros, atrofia muscular, ele- vação de CK (podendo ser de CK e AST), su- dorese, rigidez muscular, músculos contraí- dos e firmes. RESFRIAMENTO DO CAVALO PARA RECUPERAÇÃO MAIS RÁPIDA • Manejo: retorno gradual ao exercício após au- sência de dor e após CK estabilizar. • Prevenção: minimizar o estresse em animais susceptíveis como colocar em áreas mais tranquilas, brinquedos, comunicação com ou- tras éguas nas cocheiras, exercício diário (sem dia de descanso), uso de companhia na co- cheira (ovelhas ou galinhas), uso de punga ou caminhador elétrico, aquecimento lento antes do exercício, dieta com gramínea de qualidade, mínimo de carboidrato na dieta, baixa dose de Acepromazina antes do exercí- cio, suplementação com vitamina E - Se e Dantrolene (relaxante muscular) 1h antes do exercício. Alguns cavalos são intratáveis. • Diagnóstico: determinar se é esporádica ou crônica, histórico de rigidez ou câimbras após exercício, análise bioquímica sérica de enzi- mas musculares (CK, AST e LDH) e biópsia muscular. • Doença degenerativa crônica progressiva que afeta o osso navicular (osso sesamóide distal), bolsa navicular e tendões flexores. É responsável por perda de função em cavalos atletas e é uma das principais causas de claudicação intermitente em membros anteriores. Os ani- mais mais atingidos têm cerca de 4 a 15 anos. As raças Quarto de Milha, Warmblood e Puro- Sangue Inglês são as mais afetadas. • O osso navicular tem como função promover o ângulo para a inserção constante do tendão flexor digital profundo. Sem o osso navicular o tendão não teria o ângulo ideal para se inse- rir na 3ª falange. • Etiopatogenia: predisposição hereditária (conformação muito vertical e osso navicular fraco), fatores de manejo (desequilíbrio do casco, ferrageamento inadequado), exercí- cios em superfícies irregulares e duras (au- mento da concussão), degeneração senil, su- primento sanguíneo irregular e peso corpó- reo (ao transmitir parte do peso corpóreo da falange média para a distal, esse osso é for- çado em direção palmar de encontro ao tendão). Síndrome do Navicular ou Podotrocleose @MEUAMORPORMEDVET @MEUAMORPORMEDVET PARA MAIS RESUMOS, ENTRE NO PERFIL DO INSTAGRAM E CLIQUE NO LINK DA BIO. • Patogenia: existem 3 teorias: 1. Alterações vasculares: trombose de arterío- las que suprem a parte distal do osso navicu- lar, causando dor e necrose isquêmica (ou hiperemia em alguns casos). 2. Causas biomecânicas: a pressão contínua do tendão digital flexor profundo na superfície flexora do osso navicular faz alterações de- generativas nessas estruturas. Animais que em pé apresentam cascos pequenos, pinças longas, talões baixos e que aumentaram de peso também podem apresentar essa síndrome. 3. Semelhante a osteoartrite: é a mais aceita das teorias, onde é comparada à osteoar- trite (doença degenerativa articular) porqueé visto que as mudanças na fibrocartilagem da superfície flexora do osso navicular, do osso subcondral, da cavidade medular e do sinóvio da bursa são similares às mudanças observadas na cartilagem hialina e nas mem- branas sinoviais das articulações com os- teoartrite. Também existe aderência entre o osso navicular e o tendão e desgaste no tendão. • Sinais clínicos: claudicação intermitente do membro anterior podendo ser bilateral (me- lhora com o repouso), encurtamento do pas- so, a pinça se torna a primeira a tocar o solo e claudicação em círculos (piora com o membro afetado para dentro do círculo). • Diagnóstico: histórico de encurtamento da fa- ce cranial do passo e alterações do casco (ta- lões baixos e maiores, cascos menores, mais estreitos e fechados), exame de claudicação, exame de pinça de casco, teste de prancha e cunha, bloqueios anestésicos e exames de imagem (RX, ressonância e ultrassonografia). EXAME DE PINÇA DE CASCO ® É realizada pressão constante com a pinça, pode demonstrar dor no terço médio da ranilha. TESTE DE PRANCHA E CUNHA ® Coloca-se o membro que está mais afetado sobre uma prancha ou uma cunha e eleva-se a superfície lentamente a 45ºC para estimular a distensão da articulação interfalangiana distal BLOQUEIO ANESTÉSICO ® É feito o bloqueio perineural do nervo digital palmar/plantar (não é específico para a síndrome do osso navicular e pode não fazer efeito) ® Diagnostico: anestesia local da articulação interfalangiana distal, bloqueio da bursa do navicular (É inserido um cateter de grande calibre até a bursa e administrado anestésico. É guiado por RX ou ultra) e exames de imagem (ultrassonografia dá uma boa visualização). @MEUAMORPORMEDVET @MEUAMORPORMEDVET PARA MAIS RESUMOS, ENTRE NO PERFIL DO INSTAGRAM E CLIQUE NO LINK DA BIO. ANESTESIA LOCAL BLOQUEIO DA BURSA DO NAVICULAR RADIOGRAFIA • Achados radiográficos: aumento dos forames vasculares, formações císticas, remodela- mento da borda proximal e das extremidades do osso navicular, irregularidade e fragmenta- ção da borda distal, perda do limite cortico- medular, fratura e remodelação do formato do osso. • Dica para evitar erro de diagnóstico radiográ- fico: colocar massinha de modelar na ranilha do cavalo para enxergar melhor todas as estruturas. • Tratamento cirúrgico: neurectomia digital palmar/plantar, bursoscopia navicular e des- motomia dos ligamentos sesamoideanos co- laterais (esses ligamentos atuam como se fos- sem molas que resistem ao processo de ex- tensão da articulação interfalangiana distal). NEURECTOMIA DIGITAL PALMAR/PLANTAR (não é tão usada porque o pós-operatório é complicado e pode ter rompimento do tendão) • Tratamento não-cirúrgico: repouso, casque- amento e ferrageamento corretivo (ferradu- ras com elevação no talão, ovais, coração e fechadas), AINE, injeção intra-articular de cor- ticosteroides, ácido hialurônico e IRAP (pro- teína antagonista de receptor de interleucina- 1), Isoxuprina (vasodilatador), Pentoxifilina, Tildren e Osphos (são utilizados para norma- lizar o metabolismo ósseo através da inibição da absorção óssea) e Shock Wave (aparelho de fisioterapia). ® O IRAP é uma proteína de ocorrência natural que ocupa os sítios na membrana das células da cartilagem, prevenindo a cascata inflama- tória induzida por citocinas. ® A Isoxuprina é um vasodilatador muito utili- zado na Síndrome do navicular e principal- mente em casos crônicos, porém deve ser administrada com cuidado pois leva muito tempo para ser eliminada. Animais atletas podem ser pegos no antidoping por causa dessa medicação. • Prognóstico: é favorável se identificado pre- cocemente e reservado de forma geral. O ideal é diagnosticar antes de ter aderência no tendão digital flexor profundo, fraturas, le- sões centrais no tendão e no osso navicular. O animal nem sempre voltará a ter bons resultados em exercícios e provas como antes da Síndrome. @MEUAMORPORMEDVET @MEUAMORPORMEDVET PARA MAIS RESUMOS, ENTRE NO PERFIL DO INSTAGRAM E CLIQUE NO LINK DA BIO. • É a inflamação do tendão e das inserções tendão-músculo por esforço excessivo. • Quando se fala em Tendinite, está se referin- do ao tendão flexor digital superficial e o pro- fundo. Os tendões têm como função trans- ferir a força mecânica dos músculos para os ossos, promovendo a movimentação do es- queleto. Também são responsáveis por impedir a excessiva extensão da articulação metacarpo/tarso-falangeana, auxiliando na dissipação de forças em situações de sobre- carga, além de fornecer reserva energética durante a locomoção. Todo esse sistema é essencial para a locomoção do equino ser efi- ciente, rápida e segura. • Fisiopatologia: pode ocorrer pela fragilidade do tendão digital flexor superficial (o mais afe- tado em tendinites). Esse tendão sofre es- tiramento excessivo e sua elasticidade e re- sistência vão até o seu limite (tendão traba- lha de forma insegura e próximo do ponto de rompimento), também sofre com aumento de temperatura na região central do tendão pelo processo de relaxamento e tensão inin- terruptos (podendo chegar até 42-45ºC du- rante o movimento) e o calor excessivo no tendão pode gerar microtraumas subclínicos (podem se intensificam com o tempo). O trau- ma durante os exercícios também causa ten- dinite. Ocorre edema ou rompimento de fi- bras colágenas, arteríolas e capilares locais, formando um hematoma no interior do ten- dão, que pode se estender para o paratendão. Em poucos dias, o coágulo será substituído por tecido conjuntivo de granulação. Na pri- meira semana de cicatrização, irá ocorrer congestão e acúmulo de fluido no local que pode contribuir para isquemia e necrose. O processo de cura resulta em formação de te- cido cicatricial colagenoso. Entre a segunda e quarta semana após a lesão ocorre a deposi- ção de colágenos e proliferação de fibroblas- tos. O infiltrado leucocitário, edema e aumen- to da vascularização tendem a desaparecer ocorrendo uma maturação progressiva do te- cido de granulação. Há chances de recidivas. O tecido cicatricial tendíneo é menos organi- zado e mais frágil do que o normal, pois são observadas alterações em sua composição e organização. A fibrose será proporcional à in- tensidade da lesão tendínea. Pode ocorrer constricção do ligamento anular palmar/ plantar associada a tendinite. O tendão apre- senta perda de elasticidade, perda da capa- cidade tendínea de transferir força biome- cânica e liberar energia para ter eficiência na locomoção. O tempo de cicatrização é longo, podendo levar de 3 a 24 meses, dependendo da gravidade da lesão. Durante a recuperação o animal deve ser submetido a um programa de reabilitação para minimizar a perda de elasticidade tendínea e ocorrência de recidi- vas. As lesões nos tendões flexores superfici- ais geralmente têm o prognóstico melhor quando são nos membros posteriores porque os tendões são mais longos e o peso suporta- dos nos posteriores é menor, além de serem mais tolerantes a fibrose e perda de elastici- dade. • Sinais clínicos (forma aguda): calor, inchaço lo- cal (mole), dor a palpação, claudicação, lesões graves e abaixamento do boleto. Tendinite @MEUAMORPORMEDVET @MEUAMORPORMEDVET PARA MAIS RESUMOS, ENTRE NO PERFIL DO INSTAGRAM E CLIQUE NO LINK DA BIO. • Sinais clínicos (forma crônica): fibrose, incha- ço (firme), claudicação ao esforço e cons- tricção do ligamento anular. • Desmite é a inflamação de um ligamento. Se refere ao ligamento suspensório do boleto. • O ligamento suspensório do boleto é o prin- cipal componente do aparelho suspensório do boleto, ele promove suporte e evita a ext- ensão excessivas das articulações metacarpo/ metatarso falangeana. Assim como os ten- dões, é responsável na dissipação de forças quando ocorre sobrecarga no membro. • Sinais clínicos: irão depender de onde é a lesão, sendo a parte proximal, no corpo ou naorigem: 1. Desmite na origem: lesão por avulsão de fi- bras na origem do LS, envolve a cabeça lateral ou medial do LS, podendo ser concomitante com fratura por tração nos ossos MTC ou MTT. Causa dor na palpação da área proximal, claudicação acentuada em círculo e testes de flexão irão aumentar a claudicação. 2. Desmite proximal: pode não ter sinais clíni- cos óbvios, ocorre ruptura de fibras por movimentos bruscos, fuga repentina ou sobrecarga durante o exercício. Apresenta claudicação no início do exercício ou du- rante a recepção do salto. 3. Desmite do corpo: frequente em equinos atletas. Causa mais comum de descarte em equinos de salto. Tem claudicação discreta em casos agudos e dor moderada em pal- pação quando o membro está elevado. • Doença degenerativa do LS: ocorre uma resposta cicatricial anormal, essa degenera- ção caracteriza-se por uma hiperextensão progressiva da articulação metacarpo ou metatarso-falangeana, sendo mais incidente nos membros posteriores, decorrente de alongamento dos ligamentos suspensórios. Enquanto o ligamento vai sofrendo degenera- ção, os feixes de colágeno vão se aderir para formar feixes maiores. No centro desses fei- xes terá fibroblastos, degeneração dos feixes do ligamento, produção de tecido cartila- ginoso ao invés de colágeno, perda de elastici- dade e não fornecerá suporte biomecânico (perda de função). • Diagnóstico: sinais clínicos, inspeção local, palpação com o membro elevado e carpo ou tarso flexionado, bloqueio anestésico, ultras- sonografia e radiografia. • O TRATAMENTO É SEMELHANTE NA DERMITE E TENDINITE! Desmite @MEUAMORPORMEDVET @MEUAMORPORMEDVET PARA MAIS RESUMOS, ENTRE NO PERFIL DO INSTAGRAM E CLIQUE NO LINK DA BIO. ® Ducha fria/gelo no local intensivamente, com- pressão local com atadura, AINE, AIE (pode ser usado em caso grave, mas a médio prazo ele retarda a cicatrização e pode induzir for- mação de pontos de calcificação dentro do tendão), contraste local quente (massagens) e frio, reabilitação (não deve ficar em repou- so), splitting tendíneo (incisões feitas no tendão para drenar o hematoma infratendí- neo), desmotomia anular, fisioterapia (ultras- som, laser e Shock wave) e uso de PRP (plas- ma rico em plaquetas)/células tronco. Bibliografia: Professora Janaina Louzada; https://syntec.com.br/news/tendinite-em-equinos/ http://cevaequinos.com.br/protocolo- vencedor/desmites-e-tendinites-33 http://fait.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/Al1ZaYn34ZYUjmW_2015-2-4-16-20-37.pdf http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/icuYg08ts8orFXS_2013-6-21-12-14-11.pdf https://syntec.com.br/news/laminite- em-cavalos/ http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/DGad40m5v8S4Egc_2013-5-29-11-9-38.pdf
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