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FATORES DESENCADEANTES DA SÍNDROME DE BURNOUT

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12
UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PSCICOLOGIA
ANA FLÁVIA DE ALMEIDA RANGEL
 
FATORES DESENCADEANTES DA SÍNDROME DE BURNOUT 
EM PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DE ESCOLAS PÚBLICAS
CAMPOS DOS GOYTACAZES
2
2022
 
8
 
ANA FLÁVIA DE ALMEIDA RANGEL
FATORES DESENCADEANTES DA SÍNDROME DE BURNOUT 
EM PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DE ESCOLAS PÚBLICAS
Projeto apresentado à disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso em Saúde, do curso de Psicologia da Universidade Estácio de Sá como um dos pré-requisitos à obtenção do título de Bacharel em Psicologia. Orientadora: Prof.ª. Daniela Ornellas Arino.
CAMPOS DOS GOYTACAZES
2022
LISTA DE QUADRO
QUADRO 1 - ESTUDOS INCLUÍDOS....................................................................................14
3
 
SUMÁRIO
	1. Introdução............................................................................................................
	03
	2. Objetivos.............................................................................................................
	04
	3. Referencial Teórico.............................................................................................
	05
	4. Materiais e Métodos............................................................................................
	13
	5. Resultados e Discussão........................................................................................
	14
	6. Conclusão............................................................................................................
	18
	7. Referências..........................................................................................................
	20
	
	
	FATORES DESENCADEANTES DA SÍNDROME DE BURNOUT 
EM PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DE ESCOLAS PÚBLICAS
Ana Flávia de Almeida Rangel[footnoteRef:1] [1: Graduanda em Psicologia – Universidade Estácio de Sá. E-mail: flaviarng@hotmail.com.] 
RESUMO 
O presente artigo tem como objetivo central, abordar de maneira conceitual sobre a doença que vem afetando os professores da educação básica de escolas públicas nos dias atuais, uma doença silenciosa, mas de grande proporção, chamada Síndrome de Burnout. Síndrome conhecida como um conjunto de sintomas que provocam o desgaste no trabalho, e o esgotamento profissional, uma doença silenciosa que vem afetando constantemente pessoas que trabalham diretamente com outros seres humanos, ela pode ser confundida com o stress, mas suas consequências são muito mais graves, e pode levar a situações drásticas. Foi possível concluir que esses profissionais estão diariamente expostos de situações que afetam seu emocional de várias formas, trazendo muitos problemas para seu ambiente de trabalho e para sua vida pessoal, uma vez que, muitos desses profissionais não conseguem separar vida pessoa de vida profissional, o artigo foi construído com o intuito de alertar esses profissionais sobre as causas e tratamento, além de contribuir para o âmbito acadêmico. A Síndrome de Burnout é uma modalidade de stress ocupacional. Atinge pessoas que estão envolvidas emocionalmente em seu trabalho, assim refletindo na autoestima, nas expectativas, causando frustrações e até exaustão quanto as atividades. A referida síndrome tem afetado, de forma trágica, profissionais de diversas áreas, em particular os professores da educação básica de escolas públicas, fato que pode ser comprovado através de resultados de pesquisas rápidas sobre o tema. A justificativa para a escolha do tema está ligada à sua contemporaneidade, bem como na expectativa de contribuir para o rendimento desses profissionais em suas áreas de atuação, a partir do momento que conheçam sobre o assunto O método de pesquisa empreendido segue natureza qualitativa, com pesquisa do tipo bibliográfica.
Palavras-chave: Síndrome de Burnout; Professores; Esgotamento emocional.
FATORES DESENCADEANTES DA SÍNDROME DE BURNOUT
EM PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA DE ESCOLAS PÚBLICAS
Ana Flávia de Almeida Rangel[footnoteRef:2] [2: Graduanda em Psicologia – Universidade Estácio de Sá. E-mail: flaviarng@hotmail.com.] 
ABSTRACT 
The main objective of this article is to conceptually approach the disease that has been affecting basic education teachers in public schools today, a silent disease, but of great proportion, called Burnout Syndrome. Syndrome known as a set of symptoms that cause exhaustion at work, and professional burnout, a silent disease that has constantly affected people who work directly with other human beings, it can be confused with stress, but its consequences are much more serious. , and can lead to drastic situations. It was possible to conclude that these professionals are daily exposed to situations that affect their emotional state in various ways, bringing many problems to their work environment and to their personal lives, since many of these professionals cannot separate their personal lives from their professional lives. This article was built with the aim of alerting these professionals about the causes and treatment, in addition to contributing to the academic environment. Burnout Syndrome is a form of occupational stress. It affects people who are emotionally involved in their work, thus reflecting on self-esteem, expectations, causing frustrations and even exhaustion regarding activities. This syndrome has tragically affected professionals from different areas, particularly teachers of basic education in public schools, a fact that can be proven through the results of rapid research on the subject. The justification for choosing the theme is linked to its contemporaneity, as well as the expectation of contributing to the performance of these professionals in their areas of activity, from the moment they know about the subject. bibliographic type.
Keywords: Burnout Syndrome; teachers; Emotional exhaustion.
1. INTRODUÇÃO
Em um mundo capitalista onde as relações de trabalho são mais importantes que as relações pessoais, os profissionais vêm buscando uma carga cada vez mais alta de trabalho, os motivos são variados: desde a necessidade financeira, pela exigência da empresa ou instituição até a necessidade de não ficar ocioso, visto que na sociedade atual essa prática é vista como algo ruim. Com isso, a alta carga horária de trabalho, privação de lazer, e a necessidade de trabalhar lidando com diferentes tipos de pessoas, personalidades e opiniões contribui para o aparecimento de uma síndrome pouco conhecida, porém, muito frequente em profissionais, chamada Síndrome de Burnout. Essa síndrome se caracteriza por um aspecto de stress ocupacional que atinge profissionais que desempenham funções assistenciais, como os profissionais da área da educação que lidam diretamente com o convívio de pessoas e muitas vezes apresentam carga horária dobrada, além do trabalho extra realizado em casa. 
As consequências dessa síndrome são muitas, além do próprio desgaste físico pela alta carga de trabalho, há também o desgaste emocional do profissional, assim, o profissional é extremamente afetado por esta síndrome tendo sintomas similares a depressão, por exemplo, cansaço excessivo, ansiedade, irritabilidade e outros. Esses sintomas não afetam apenas a vida profissional do professor, mas também sua vida pessoal, pois suas relações pessoais começam a ser afetadas. 
Dessa forma, esse trabalho busca informar à sociedade o que é a síndrome de Burnout em professores da educação básica de escolas públicas, pois estes são submetidos a altos níveis de estresse em seu meio profissional já que muitas vezes a profissão não é valorizada e além do papel de educador ainda tem que lidar com as emoções e anseios de seus educados, fazendo não apenas o papel de educador, mas também como suporte emocional para muitos de seus alunos. Assim, é necessário maior entendimento por parte da população e até dos próprios profissionais sobre o que é esta síndrome, os principais sintomas e como ela afeta esses profissionais, desse modo é possível identificar a existênciadessa síndrome para que o profissional busque ajuda médica necessária e não a confunda com um simples estresse cotidiano. 
A partir do citado a cima, o objetivo geral do presente trabalho é compreender o que é essa síndrome e suas implicações no ambiente de trabalho e social, procurando entender os principais motivos para o surgimento dela e as consequências na vida pessoal e profissional do profissional afetado, especificamente o professor da educação básica de escolas públicas.
2. OBJETIVOS
Objetivo geral: 
Identificar os fatores que desencadeiam a síndrome de Burnout em professores da educação básica da rede pública.
Objetivos específicos: 
· Apontar as características da Síndrome de Burnout;
· Investigar os aspectos que podem contribuir para o surgimento da Síndrome de Burnout em professores;
· Explicar a incidência da Síndrome de Burnout em professores.
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 	A SÍNDROME DE BURNOUT
	Burnout, é uma expressão inglesa que significa “queimar-se” ou “consumir-se pelo fogo”, foi utilizada pela fácil semelhança metafórica com o estado de exaustão emocional em que a pessoa se encontra, o “estar consumido”, fenômeno vivenciado mais frequente e intensamente por algumas categorias profissionais. De acordo com alguns estudiosos da temática, o burnout surge inicialmente como um problema social, sendo descrito na literatura como uma síndrome psicológica, resultado de uma tensão emocional constante, frequente, vivenciada por profissionais que dependem de relacionar-se diariamente com pessoas que necessitam de algum tipo de assistência. É apresentado como um construto multidimensional, formado por: exaustão emocional, despersonalização (ou cinismo) e diminuição da realização pessoal (Maslach; Jackson, 1982). 
	Esses são alguns dos aspectos que vão consumindo física e emocionalmente o professor, que pode passar a ficar irritadiço e depressivo (GONÇALVES, 2018). Como aponta Codo (2009): 
Burnout foi o nome escolhido; em português, algo como ‘perder o fogo’, ‘perder a energia’ ou ‘queimar (para fora) completamente (numa tradução mais direta). É uma síndrome por meio da qual o trabalhador perde o sentido da sua relação com o trabalho, de forma que as coisas já não lhe importam mais e qualquer esforço lhe parece ser inútil. [...] Como clientela de risco são apontados os profissionais de educação e saúde, policiais e agentes penitenciários, entre outros (p. 238). 
	De acordo com alguns estudiosos da temática, o Burnout surge inicialmente como um problema social, sendo descrito na literatura como uma síndrome psicológica, resultado de uma tensão emocional frequente, vivenciada por profissionais que dependem de relacionar-se frequentemente com pessoas que necessitam de algum tipo de assistência. É apresentado como um construto multidimensional, formado por: exaustão emocional, despersonalização (ou cinismo) e diminuição da realização pessoal (MOREIRA et al, 2009). 
	Segundo Maslach (LEITER, 2001): 
A exaustão emocional se caracteriza por sentimentos de fadiga e falta de energia para manter-se em sua atividade laboral. Neste caso, o indivíduo se sente exaurido emocionalmente. A despersonalização diz respeito a atitudes negativas de aspereza e de distanciamento em relação às pessoas do ambiente de trabalho, normalmente aquelas a quem se pretende beneficiar. Finalmente, a dimensão de realização pessoal é caracterizada por um auto avaliação negativa do indivíduo, normalmente relacionada com sentimentos de incompetência e de desempenho insatisfatório no trabalho (p. 93). 
	Apesar de ter sido Freudenberger (1974) o primeiro a nomear o conceito de burnout, foi a pesquisadora Christina Maslach que, na década de 1980, definiu a síndrome de uma maneira pertinente. A definição firmada por Maslach (1982) na perspectiva de Carlotto (2011, p. 2) é "síndrome de fadiga emocional, despersonalização e de uma autoestima reduzida, que pode ocorrer entre indivíduos que trabalham em contato direto com clientes ou pacientes". 
	Carneiro (2010) explica que burnout é uma síndrome, ou seja, uma doença que decorre do trabalho, que se dá no contato, na percepção individual entre o esforço e o reconhecimento, provocando consequência por agentes individuais, organizacionais e sociais. Para Codo e Vasques-Menezes (2009), a síndrome de burnout é quando a pessoa desiste mas permanece lá. Desmotivado e preso em uma situação de trabalho que não pode mais suportar, que não consegue, mas que também não pode abandonar, é como se fosse uma relação de amor e ódio, um círculo vicioso que nunca tem fim. O profissional arma involuntariamente uma retirada psicológica, um modo de desistir de se desligar do trabalho apesar de permanecer na função, algo subjetivo e constrangente (CARNEIRO, 2010).
	Burnout é o resultado do desgaste crônico típico do dia a dia do trabalho, principalmente quando neste contexto existem demasiada pressão, conflitos, escassez de retribuições emocionais e pouca valorização. Para Maslach, Leiter (2001), a síndrome de burnout é caracterizada como um fenômeno psicossocial que acontece como uma reação crônica aos estressores interpessoais ocorridos na situação de trabalho. Ela se constitui de três dimensões: exaustão emocional; despersonalização e baixa realização profissional. 
	No Brasil, segundo Benevides-Pereira (2013), o primeiro estudo científico tendo a síndrome de burnout como tema, ocorreu apenas dezessete anos após o trabalho de Freudenberger (1974). E a partir da década de 1990, com a abundância de trabalhos científicos nesse campo do conhecimento é que a síndrome passa a ser incluída no rol de doenças profissionais estabelecidas pela Regulamentação da Previdência Social (RPS). Contudo, a identificação da doença por parte dos profissionais da saúde é ainda limitada, tratando os pacientes como portadores de depressão ou estresse e, portanto, vinculando a doença a características pessoais e não relacionadas ao trabalho. 
	Algumas pesquisas têm evidenciado que a incidência de Burnout no Brasil não deve se distanciar muito daquelas registradas em outros países, já que o Brasil encontra-se em desenvolvimento, o que acarreta uma repetição do quadro de outros países: aumento do setor de serviços na economia, crescente aumento da instabilidade social e econômica, coexistência de diferentes modalidades de processos produtivos (da manufatura à automação), precariedade das relações de produção, desemprego crescente, mudanças nos hábitos e estilos de vida dos trabalhadores influenciados pela implantação de programas de qualidade e reengenharia (CARNEIRO, 2010). 
	Muitos nomes são designados para denominar a síndrome (BENEVIDES-PEREIRA, 2009), o que pode até confundir o leitor ou dificultar pesquisas sobre a temática. A título de exemplos, seguem algumas dessas denominações: estresse laboral para assinalar a associação com o trabalho (TRINXET; CVITANIC, 2013), estresse profissional (GONÇALVES, 2018), estresse assistencial, estresse ocupacional assistencial ou simplesmente estresse ocupacional denotando uma maior incidência entre profissionais que lidam com o cuidado a outras pessoas, independentemente do caráter profissional ou trabalhista (CARNEIRO, 2010). Alguns autores referem-se à expressão síndrome de queimar-se pelo trabalho (CODO, 2009) ou desgaste profissional (MOREIRA et al, 2009). Observam-se referências à neurose profissional ou neurose de excelência (BENEVIDES-PEREIRA, 2009), ou síndrome do esgotamento profissional (CARLOTTO, 2011). 
	De acordo com Silva e Almeida (2014), burnout é um termo que tem sido usado com frequência para conceituar aquela situação do ambiente do trabalho em que uma pessoa quando submetida a uma pressão contínua não consegue mais se relacionar de forma adequada. Para os autores, frequentemente, o burnout tem atacado profissionais que prestam assistência direta a pacientes ou que lidam com pessoas dependentes de cuidados. Dentre os grupos mais afetados por essa síndrome, citam-se: Profissionais da área da saúde, segurança pública e educação. O fenômeno doburnout pode ser identificado em resposta à exposição crônica a ambientes marcados por cobranças e mudanças. A locais onde reina a necessidade de contato direto com o público. 
	A despersonalização é caracterizada por sentimentos e atitudes negativas, de cinismo, de frieza e desânimo. Isso ocorre quando as pessoas tratam os outros do seu ambiente de trabalho de forma impessoal, ou seja, como se fossem objetos como se nada importasse – endurecimento afetivo, "coisificação" da relação (MASLACH, C.; LEITER, 2001). Assim, a despersonalização foi identificada como uma defesa do profissional diante da ansiedade originária da estruturação das relações sociais de trabalho, minimizando os efeitos da confrontação com situações causadoras de sentimentos ambíguos. Cria-se, em muitos casos, apatia em profissionais que atuam em contato direto com pessoas pela diminuição da sensibilidade ao sofrimento e de outras necessidades oriundas de determinados tipos de trabalho. No que tange à despersonalização, o indivíduo começa a manifestar comportamentos hostis e críticos voltados às pessoas, atribuindo-lhes o seu próprio fracasso, tentando ver no outro a causa de seu problema.
	Segundo Maslach (2011), a baixa realização profissional no trabalho é também conhecida por “ineficácia”, demonstrada por um sentimento de infelicidade e de insatisfação com as atividades laborais, de fracasso e de baixa motivação, por não criar um clima agradável em seu trabalho, por não acreditar que pode conseguir coisas valiosas em seu ofício, por não manejar seus problemas emocionais com calma, surgindo, assim, o desejo de abandono do trabalho. Esse sentimento de fracasso, de derrota, traz consigo inúmeros agravantes, que acabam por afundar ainda mais o ego emocional.
	Como visto, ao longo dos anos essa síndrome de “queimar-se”, “esgotar-se” tem se estabelecido como uma resposta ao estresse laboral crônico, integrado por atitudes e sentimentos negativos. Contudo, observando-se os estudos que contemplam tal síndrome, constata-se a não existência de um conceito unânime, como evidenciado nas definições a seguir: 
	De acordo com Freudenberger (1974), o Burnout é resultado de esgotamento, decepção e perda de interesse e amor, surge em profissionais que estão em contato direto com pessoas em prestação de serviço, que necessitam do convívio interpessoal para desenvolver o trabalho.
3.1 DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO 
	O diagnóstico da síndrome de burnout pode ser feito por exame clínico, com profissional da área de saúde, que efetivamente conheça os sintomas da síndrome, e por meio de instrumentos psicológicos elaborados especificamente para que se possa fazer essa avaliação. É importante que em ambos os casos a avaliação seja feita por um profissional com formação adequada em relação ao fenômeno específico. 
	Entretanto, é admissível que o próprio profissional, ao perceber os sintomas da síndrome de burnout, tenha consciência das consequências que a síndrome possa trazer para sua vida pessoal e profissional, para que tenha condição de notar os sintomas ainda no início e procurar ajuda médica profissional prontamente. Além disso sugere-se que se aplique um questionário com respostas psicométricas, fundamentado na escala de LIKERT, com o objetivo de alcançar uma resposta exata do que está acontecendo com o paciente, fazendo-se as seguintes perguntas: 
	1- Você se sente deprimido (a) como se sua energia física e emocional estivesse exaurida? 
	2- Você acha que está propenso (a) a pensar negativamente sobre seu emprego?
	3- Você se considera mais frio (a) e/ou menos sensível com as outras pessoas do que possivelmente merecem? 
	4- Você fica irritado (a) facilmente com os pequenos problemas ou com seus colegas de trabalho e sua equipe? 
	5- Você se sente incompreendido (a) ou desconsiderado (a) pelos seus colegas de trabalho? 
	6- Você sente que não há nada para conversar? 
	7- Você acha que está realizando menos do que deveria? 
	8- Você se sente em um nível incômodo em relação à pressão para obter êxito? 
	9- Você sente que não está conseguindo o que quer fora do seu emprego?
	10- Você sente que está na empresa ou profissão errada? 
	11- Você está ficando frustrado (a) com partes do seu trabalho? 
	12- Você sente que a burocracia e a política organizacional frustram sua habilidade de realizar um bom trabalho? 
	13- Você sente que há mais trabalho do que você tem habilidade de realizar na prática?
	14- Você sente que não tem tempo para realizar muitas coisas que são importantes e fazer um trabalho com qualidade? 
	15- Você acha que não tem tempo para planejar tanto quanto você gostaria? 
	As respostas devem ser avaliadas com as seguintes pontuações: Nunca (1), Raramente (2), Às vezes (3), Todo tempo (4), Com muita frequência (5). Deve-se avaliar de acordo com a soma da pontuação obtida na pontuação total com a seguinte interpretação: 15 a 18 - Nenhum sinal de burnout, 19 a 32 - Pequeno sinal de burnout, 33 a 49 - Cuidado, você corre o risco de burnout, 50 a 59 - Você corre um grande risco de burnout, faça algo a respeito, urgentemente, 60 a 75 - Você está com enorme risco de burnout. Faça algo a respeito urgentemente. 
	O tratamento pela síndrome de burnout deve ser orientado por um psicólogo ou psiquiatra, e normalmente, é feito através da combinação de medicamentos e terapias durante 1 a 3 meses, inclui o uso de antidepressivos e psicoterapia, atividade física regularmente e exercícios de relaxamento também ajudam a controlar ou amenizar os sintomas. 
	Esse esgotamento atinge a mente, atinge o relacionamento com os companheiros de trabalho, atinge o relacionamento em casa com familiares, leva o indivíduo a erros frequentes, pode levar a pensamentos neuróticos, como: perseguição, trapaça com relação aos colegas de trabalho. A pessoa se recusa a participar de discussões e trabalho em equipe, não aceita as condições impostas por seus superiores. Mas pode levar a um fator mais elevado ainda, que causa ainda mais problemas, o consumo abusivo de álcool, uso de drogas lícitas e ilícitas, que levam ao aumento dos pensamentos neuróticos e até suicidas, o que torna praticamente impossível exercer a profissão com êxito, causando riscos a si mesmo e aos outros, tornando inevitável o seu afastamento do ambiente de trabalho. 
	É importante que cada indivíduo tenha consciência de que podemos ter atitudes para cuidado com a saúde mental, não usar a falta de tempo como desculpa para não praticar exercícios físicos, e não desfrutar de momentos de descontração e lazer. Mudanças no estilo de vida podem ser a melhor forma de prevenir e tratar a síndrome. Conscientizar-se de que o consumo de álcool e de outras drogas para afastar as crises de ansiedade e depressão, não é um bom remédio para resolver problemas. Avaliar quanto as condições de trabalho estão interferindo em sua qualidade de vida e prejudicando sua saúde física e mental. Avalie também a possibilidade de propor nova dinâmica para as atividades diárias e objetivos profissionais.
3.2 COMO A SÍDROME DE BURNOUT VEM AFETANDO OS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA
	Profissionais da área da educação convivem diariamente com uma pluralidade de sentimentos, uma vez que desempenham suas atividades em meio a elevados níveis de tensão. Caracterizada por ser o ponto máximo do stress profissional, a síndrome de burnout pode ser encontrada em qualquer profissão, mas em especial naquelas que exigem envolvimento interpessoal direto e intenso em que há impacto na vida de outras pessoas. Afeta principalmente, profissionais da área de serviços (educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes penitenciários, bombeiros, policiais, guardas municipais e mulheres que enfrentam dupla jornada correm risco maior de desenvolver o transtorno) (ALBERT EINSTEIN, 2020). 
	Síndrome de Burnout ou Síndrome do Esgotamento Profissional é um distúrbio emocional com sintomas de exaustão extrema, estresse e esgotamento físico resultante de situações de trabalho desgastante, que demandam muita competitividade ou responsabilidade. A Síndromede Burnout também pode acontecer quando o profissional planeja ou é pautado para objetivos de trabalho muito difíceis, situações em que a pessoa possa achar, por algum motivo, não ter capacidades suficientes para os cumprir.
	Outras características que podem incentivar a síndrome são: idealismo elevado, excesso de dedicação, alta motivação, perfeccionismo, rigidez (CONHEÇA ..., 2014). Em um momento inicial, a principal característica é a dedicação extrema à atividade profissional, identificada muitas vezes por horas extras em excesso. Para isso, negligencia-se a vida pessoal, reduzindo o convívio familiar e o interesse em possíveis hobbies ou outras atividades prazerosas, até passar a uma dedicação quase exclusiva ao trabalho (ALBERT EINSTEIN, 2013). 
	A Síndrome de Burnout envolve nervosismo, sofrimentos psicológicos e problemas físicos, como dor de barriga, cansaço excessivo e tonturas. O estresse e a falta de vontade de sair da cama ou de casa, quando constantes, podem indicar o início da doença. Os principais sinais e sintomas que podem indicar os sintomas da síndrome de burnout: Cansaço excessivo, físico e mental; Dor de cabeça frequente; Alterações no apetite; Insônia; Dificuldades de concentração; Sentimentos de fracasso e insegurança; Negatividade constante; Sentimentos de derrota e desesperança; Sentimentos de incompetência; Alterações repentinas de humor; Isolamento, Fadiga; Pressão alta; Dores musculares; Problemas gastrointestinais; Alteração nos batimentos cardíacos. Normalmente esses sintomas surgem de forma leve, mas tendem a piorar com o passar dos dias. Por essa razão, muitas pessoas acham que pode ser algo passageiro. Para evitar problemas mais sérios e complicações da doença, é fundamental buscar apoio profissional assim que notar qualquer sinal. Pode ser algo passageiro, como pode ser o início da Síndrome de Burnout.
	A síndrome aparece de forma silenciosa, e vai progredindo com o passar do tempo, os professores vivem em constantes situações de estresse, lidando diariamente com o público, agindo em situações de tensão para si e para demais indivíduos, são pressionados a tomar decisões a todo momento, isso causa um elevado índice de estresse emocional e cansaço físico. Quem trabalha nessa área, na maioria deles, têm uma profissão agitada e sob pressão, no seu dia a dia lidam com situações estremas de rejeição, dificuldade, sofrimento e bullying, lidando muitas vezes com a depressão. Estão sempre intervindo em situações de conflito, trabalhando sempre sob tensão e pressão, uma vez que o Brasil tem altos índices de abandono escolar e analfabetismo, confusões, trazendo aos profissionais da área uma sobrecarga física e emocional. 
	Os sintomas da síndrome de burnout em professores principalmente da rede pública aparecem na esfera pessoal, no ambiente de trabalho e organizacional, ela aparece em muitos casos nos primeiros anos de trabalho, mas isso não é um fator concreto, a ausência de motivação no trabalho, falta de recursos, que acabam gerando baixa produtividade, falta de comprometimento e descaso com o que deve ser feito. Isso, na maioria das vezes vem a gerar conflitos entre os próprios colegas e até mesmo com seus superiores. Esses profissionais estão cada vez mais sujeitos a essas manifestações emocionais e psíquicas da síndrome, pois, estão sempre expostos ao stress, e tem que estrar sempre se ajustando à realidade a que são inseridos constantemente.
	Pode-se afirmar que, de acordo com Visnikar e Mesko (2012), os profissionais da educação em geral, não só do Brasil, mas de todo o mundo, estão sofrem constantemente com as consequências do estresse a que são diariamente expostos e diante disso, é preciso buscar formas e maneiras de minimizar o sofrimento, tendo em vista, inclusive, a eficácia de suas ações, com o que concordam os autores deste estudo. No Brasil, Andrade, Souza e Minayo (2009) afirmam que a questão da educação, sempre é pensando na teoria, ou seja, na forma técnica, não se levando em conta o indivíduo no caso o trabalhado docente.
	Os professores da rede pública brasileira estão constantemente expostos a situações que os esgotam emocionalmente e fisicamente, muitas das vezes as condições de trabalho são inadequadas, não tem acesso a materiais de qualidade para exercer suas funções, as cobranças vindas de seus superiores são constantes e muitas das vezes abusivas. Diante dessas situações os indivíduos vão se desgastando, fisicamente e mentalmente. NARDI (2007), afirma que o indivíduo que trabalha e tem seus problemas de saúde relacionados com o meio de trabalho, a instituição pode proporcionar uma condição adequada para o desenvolvimento do exercício em que ele labuta, segurança para sua saúde, conforto, menos estresse que o levará a uma melhor qualidade de vida, consequentemente tendo uma melhor disposição no trabalho.
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de um a revisão bibliográfica sobre estresse e a Síndrome de Burnout em profissionais da educação, especificamente o professor da educação básica de escolas públicas. Para tal foi realizada uma pesquisa em bancos de dados eletrônicos: MedLine, Scielo, Google Acadêmico e Organização Mundial da Saúde. 
Os descritores usados foram: estresse crônico, síndrome de Burnout, educação e Síndrome de Burnout, doença ocupacional e docente. As publicações concentraram-se entre os anos de 2006 à 2021. A busca dos artigos deu-se entre os meses de setembro à novembro de 2022. Para a inclusão das publicações foram determinados os seguintes critérios: possuir texto na íntegra e ter a temática relevante para o estudo. Para exclusão obtiveram-se os seguintes: publicações com datas inferiores e teses. 
O total de produções realizada as leituras e análises, foram 34 artigos. Seguiu-se uma leitura analítica que possibilitou a construção de categorias e, posteriormente, realizar uma leitura interpretativa para identificação das respostas para os objetivos sobre a Síndrome de Burnout no professor da educação básica de escolas públicas.
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos da busca bibliográfica sobre a Síndrome de Burnout em professores da educação básica nas escolas públicas se encontram apresentados no Quadro 1. Neste quadro estão apresentados 5 estudos sobre o tema, sendo discriminados o número de participantes de cada estudo, o sexo, o tipo de atividade exercida, o nível de ensino, a cidade onde foi realizado o estudo, o instrumento de avaliação do Burnout a as principais conclusões obtidas:
QUADRO 1 - ESTUDOS INCLUÍDOS
	REFERÊNCIA
	NÚMERO / SEXO
	TIPO DE ATIVIDADE EXERCIDA
	NÍVEL DE ENSINO
	CIDADE
	INSTRUMENTOS/ CONCLUSÃO
	Carlotto (2011)
	881
	Professores de ensino público e privado
	Educação infantil, fundamental e médio
	Porto Alegre - RS
	MBI - ED [footnoteRef:3] [3: MBI: Maslach Burnout Inventory; ED: - Educators survey (inquérito de educadores); EE: Exaustão Emocional; DP: despersonalização; RP: Realização Profissional; F: Feminino; M:Masculino; QSDD: Questionário de Dados Sócio Demográficos.] 
EE: 5,6% alto DP: 0,7% alto RP: 28,9% alto
	Gil-Monte et al. (2011)
	714 
82,1% F 
17,9% M
	Professores de escolas públicas (63,5%) e privadas (36,5%)
	Professores de escolas públicas (63,5%) e privadas (36,5%)
	Porto Alegre -RS e área metropolitana
	Versão Portuguesa do Inventário de Burnout Espanhol Nível de Burnout de 12% Forte sentimento de culpa em 5,6% dos participantes
	Silva et al. (2014)
	107 
54% F
46% M
	Professores de ensino público
	Ensino fundamental e médio
	Parnaíba- PI
	MBI EE - 32,75% alto, 32,75% médio e 34,5% baixo DP: 29,2% alto,
31,9% médio,
38,9% baixo RP- 32,7% alto, 31,9% médio e 35,4% baixo.
	Pawlowytsch e Wasilkosky (2019)
	173 
___
	Professores de escola pública
	Ensino Fundamental
	Mafra - SC
	QSD / MBI 35,80% tem possibilidade de desenvolver Burnout 40,7% em fase inicial 12,7% no i5nício da instalação da síndrome. 1,7% já em fase bem considerável. 57,80% tem percepção de estresse no ambiente de trabalho.
	Branco et al. (2020)
	53 
43,4 % F 56,6% M
	
	Ensino Fundamentale Médio
	Fronteira franco brasileira Oiapoque, AP
	MBI 
24% com possibilidade de desenvolver Burnout 
37,8% em fase inicial 
22,6% início de instalação 13,2% fase considerável; ninguém pontuou na categoria “sem indício” de Burnout
Foram estudados artigos publicados nos últimos 15 anos (2006 a 2021), abrangendo todo território brasileiro. Foram examinados inicialmente 15 estudos e classificados 5 deles, conforme o fornecimento de dados objetivados nesta revisão. Destes foram classificados estudos realizados com professores de escolas públicas que lecionam desde a educação infantil até o ensino médio. 
Quanto ao sexo, Carlotto (2011) trouxe 100% de entrevistados do sexo feminino, sendo que quatorze deles não definiram o sexo em sua pesquisa e os demais variaram de 22 a 96% no sexo feminino e 4 a 66,7% do sexo masculino, mostrando a predominância feminina nesta profissão.
Como acontece em outras profissões, as mulheres têm salários mais baixos que os homens e que conforme cresce o nível de atuação, se vê o aumento do número de homens, como verificado no estudo de Branco et al. (2020), nos quais instituições são duas de escola pública com predominância do sexo masculino, como citado acima.
O instrumento usado para as avaliações, MBI demonstra o alto índice de Exaustão emocional dos professores, variando de 5,6 a 69% de prevalência.
A análise da realização profissional dos professores teve uma variação significativa com resultados de baixa realização profissional entre 1,2 e 56,6 % dos participantes, porém na maior parte dos estudos este nível é médio ou elevado. A baixa realização profissional pode comprometer a satisfação profissional do indivíduo, assim como as condições de trabalho e a falta de perspectivas profissionais dos professores cada vez mais contribuem para o abandono de emprego do professor (SILVA, 2014).
As questões suscitadas pelas abordagens contempladas neste trabalho sinalizam a necessidade de se ultrapassar a descrição da síndrome da desistência como fenômeno crescente entre os professores. Sugerem que também examinemos possibilidades de resistência a um modelo econômico-político-social que, cada vez mais, precariza os trabalhadores em todo o mundo e, em particular, neste país.
Considerando que a síndrome de Burnout pode se configurar de forma distinta em decorrência de diferentes contextos de trabalho, mesmo em indivíduos da mesma profissão, no Quadro 1 analisamos os dados de prevalência desta síndrome em professores de escolas públicas e privadas, bem como discriminamos o nível de ensino destes profissionais. Em alguns casos, também professores podem desenvolver suas atividades tanto em escolas públicas como particulares, este foi o caso do estudo de Carlotto (2011), no qual professores de escolas públicas apresentaram maior índice de Exaustão Emocional, Despersonalização e menor Realização profissional do que os professores de escolas particulares, sendo que os índices de Exaustão Emocional foram mais elevados nos profissionais do sexo feminino e o aumento de idade está associado a maior realização profissional em professores de escolas privadas e com menor nível de despersonalização em professores de escolas públicas.
Conforme Carlotto (2011), analisando as variáveis laborais, observa-se que quanto maior a carga horária, o número de alunos e menor o tempo de ensino do professor de escolas privadas, maior a Realização Profissional e nos professores de escolas públicas acontece de maneira inversa, quanto maior o número de alunos, maior é a Exaustão Emocional e a Despersonalização e menor o Sentimento de Realização com o trabalho, considerando esse parâmetro, nas escolas particulares essa associação é positiva e nos profissionais das escolas públicas é negativa.
Carlotto (2011) relata que professores de escola pública apresentaram maior exaustão emocional, maior despersonalização e menor realização profissional do que professores de escolas privadas, além da exaustão Emocional mais elevada em professores do sexo feminino.
Apesar de tantos problemas enfrentados pelos professores brasileiros diante da rotina difícil que encontram diariamente nas escolas, foi observado a partir dos resultados apresentados no Quadro 1 que o índice de realização profissional médio ou elevado foi verificado em um número expressivo de estudos (SILVA et al., 2014).
Neste sentido, conhecer a realidade brasileira em relação à prevalência da Síndrome de Burnout em professores é muito importante para a implementação de políticas públicas para o enfrentamento e prevenção desta síndrome.
6. CONCLUSÃO
Conforme exposto, a síndrome de burnout tem diversas causas e consequências, sendo estas muito prejudiciais para a saúde física e mental do profissional, o professor apresenta muitas dificuldades em lecionar e encontra obstáculos que não são de seu alcance ser solucionados, por exemplo, falta de infraestrutura das escolas, poucos recursos financeiros para oferecer aos alunos uma aula didática sendo, inclusive, o professor retirando de seu próprio salário para suprir essas necessidades. Com isso, é necessário que politicas públicas sejam voltadas, principalmente, a esses profissionais para que essa síndrome acometa menos esses trabalhadores, também é necessário que os professores sejam menos sobrecarregados de suas funções, estes por falta de profissionais ou por necessidade por conta dos baixos salários tem uma quantidade muito acima de estudantes que o recomendado para uma educação de qualidade para estes estudantes e acima do que o professor consegue dar conta sem ficar sobrecarregado. 
Apesar do exposto é possível notar a falta de informações sobre esta síndrome no Brasil, tal fato pode ser prejudicial pois indica que esta síndrome ainda não está sendo estudada de forma mais profunda o que resulta na falta de dados sobre quão perigoso é essa doença, os poucos dados encontrados são geralmente associados a outros profissionais, como, por exemplo, os enfermeiros da área da saúde. Uma análise deve ser feita a partir disto, pois além dos profissionais da saúde os professores também apresentam em grande escala esta síndrome, é necessário que os estudos procurem, também, os professores para que o estudo desta síndrome tenha um caráter mais amplo e se tenha real noção do quão ela está inserida na sociedade atual. 
Um dos motivos da falta de informação sobre esta síndrome, além do baixo número de pesquisas, pode ser em relação a participação dos profissionais a participação das pessoas em pesquisas deve se dar de forma voluntária, depois de ter sido devidamente esclarecida sobre a forma de sua colaboração, o direito ao sigilo de seus dados pessoais e os objetivos da investigação. Desta forma, considerando as características das pessoas em burnout, provavelmente o número de docentes com a síndrome seja bem maior, pois há grande possibilidade de que as que estão sofrendo deste transtorno estão afastadas ou não possuem disponibilidade e energia para responder ao questionário. Assim sendo, é muito provável que os estudos sobre burnout aqui apresentados mostram um nível bastante minimizado do que de fato está ocorrendo. Assim, se não houver investimento no professor, conferindo-lhe salário digno, condições adequadas de trabalho e resgatando seu prestígio junto à sociedade, dificilmente a situação aqui exposta será modificada.
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