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Química Geral e Ciências dos Materiais - U2.pdf A humanidade vem trabalhando com ligas metálicas e outros tipos de metais há milhares de anos e, com o passar do tempo, houve um signi�cativo desenvolvimento tecnológico a partir da descoberta de novas técnicas de tratamento dessas ligas metálicas. A primeira Revolução Industrial, que ocorreu por volta de 1750, foi a grande prova desse desenvolvimento, uma vez que coincidiu com o domínio da técnica de fundição de algumas ligas e ferros. No entanto, muito antes desse evento, por volta de 900 a.C., no Japão já se produziam espadas que, posteriormente, �caram famosas, conhecidas como "espadas samurais". Entre os processos desenvolvidos na época, destaca-se a "têmpera", que consiste na obtenção de uma microestrutura capaz de proporcionar um signi�cativo aumento da dureza e da resistência mecânica dos materiais. Esse processo consiste em aquecer a peça até atingir a temperatura de austenitização e, em seguida, submetê-la a um resfriamento brusco, proporcionando um aumento da dureza do material. Entretanto, durante o processo de resfriamento, ocorrem transformações na estrutura do material, que podem promover o surgimento de tensões residuais internas. Vale ressaltar que, sempre após a "têmpera", é necessário realizar o revenimento, de forma a transformar a martensita em martensita revenida. PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS METAISPROPRIEDADES MECÂNICAS DOS METAIS Referências CALLISTER Jr., W. D. Fundamentos da ciência e engenharia de materiais . 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006. Vamos Praticar O estudante deverá realizar uma pesquisa sobre a relação entre as propriedades mecânicas das ligas metálicas utilizadas na fabricação de facas e espadas. Procedimento: explicar, de forma objetiva, a relação entre o processo conhecido como conformação mecânica (encruamento) e a dureza �nal desses materiais. O aluno deverá fazer um relato da evolução histórica desse processo, cujo início ocorreu há cerca de mil anos. Ao �nal, deverá disponibilizar seu trabalho no fórum da seção. Química e Ciências dos Materiais - u3.pdf A degradação dos materiais é o resultado da sua interação com o ambiente. Esta interação degrada, em maior ou menor intensidade , as propriedades do material utilizado inclusive sua aparência. Os mecanismos de degradação são diferentes para os diferentes tipos de materiais. Nos metais ocorre a corrosão eletroquímica, nos materiais cerâmicos, o mecanismo presente é a dissolução química, e nos polímeros ocorre a degradação físico-química do material. REAÇÕES QUÍMICASREAÇÕES QUÍMICAS Referências CALLISTER, William, D.; RETHWISCH, David, G. Ciência e engenharia de materiais : uma introdução . 9. ed. Rio de Janeiro : LTC, 2018. Vamos Praticar Pesquise algum estudo em que foi identi�cado um mecanismo de corrosão, bem como uma alternativa para minimizar este fenômeno. Com base neste estudo, responda às seguintes questões: Questão do estudo de caso 1. Apresente o processo de corrosão que foi avaliado na forma de um infográ�co, trazendo as informações mais relevantes do estudo. 2. Foi identi�cada alguma forma de minimizar o processo de corrosão? Descreva qual foi o método desenvolvido para evitar/minimizar a corrosão. 3. Descreva suas principais conclusões sobre o estudo realizado. Ao �nal disponibilize seu trabalho no fórum da seção. Química Geral e Ciência dos Materiais - U1.pdf O Tratamento da água e dos e�uentes oriundos de atividades urbanas e industriais é fundamental para manter a qualidade dos mananciais que recebem o despejo desses e�uentes. Esse tema tem sido amplamente estudado por pro�ssionais de diversas áreas da engenharia que buscam desenvolver alternativas cada vez mais e�cientes e de menor custo para o tratamento dos e�uentes líquidos. Uma alternativa tecnológica de tratamento de e�uentes foi testada por Brito et al . (2012) para descontaminar a água de lavagem oriunda do processo de puri�cação de biodiesel. O método empregado para esse tratamento foi a eletrocoagulação (ou eletro�oculação); nele, o e�uente é colocado em um reator eletroquímico constituído de dois eletrodos tubulares de alumínio. O tratamento com eletro�oculação inicia-se com a oxidação do eletrodo de alumínio cuja reação ocorre no ânodo a partir do potencial aplicado. O cátion Al+3(aq) formado reage com a água, formando o agente coagulante, Al(OH)3, responsável pela coagulação e formação de partículas coloidais, conforme mostrado na reação a seguir. INTRODUÇÃO À QUÍMICA GERALINTRODUÇÃO À QUÍMICA GERAL Referências BRITO, J. F.; FERREIRA, L. de O.; SILVA, J. P. Tratamento da água de puri�cação do biodiesel utilizando eletro�oculação. Quim. Nova , São Paulo, v. 35, n. 4, p. 728-732, 2012. Fonte: Brito et al . (2012). Vamos Praticar A partir dos conceitos apresentados: escreva a equação que representa a reação química que ocorre quando o cátion alumínio é liberado no e�uente; identi�que as ligações químicas presentes em cada um dos compostos envolvidos na reação química (iônica, covalente e metálica); e escreva a distribuição eletrônica, em subníveis de energia, para todos os elementos químicos (no seu estado fundamental) presentes na reação da questão. A partir das distribuições eletrônicas, a camada de valência do átomo de cada elemento, assim como o número de elétrons presentes nesta camada. Ao �nal, disponibilize seu trabalho no fórum da seção. Química e Ciências dos Materiais - u4.pdf Compreender os materiais e suas aplicações é de vital importância para a prática pro�ssional de um engenheiro. Neste contexto, a indústria automotiva vem fomentando o desenvolvimento de pesquisas no âmbito da engenharia de materiais, de modo a tornar os carros de Fórmula 1 cada vez mais leves, resistentes, de altíssimo desempenho e esteticamente elegantes. Os materiais compósitos, bem como os materiais poliméricos, apresentam-se como prioritários na confecção desses carros. MATERIAIS CERÂMICOS,MATERIAIS CERÂMICOS, POLIMÉRICOS E COMPÓSITOSPOLIMÉRICOS E COMPÓSITOS Referências AZOMaterials. Revista eletrônica , 2013. Disponível em < https://www.azom.com/article.aspx?ArticleID=8194 > Acessado em: 13 de Janeiro de 2020. Vamos Praticar Pesquise estudos que abordem, dentro de um panorama histórico, os materiais empregados na confecção de carros de Fórmula 1. Avalie o que mudou nos últimos 50 anos para essa categoria e responda às seguintes questões: Questão do estudo de caso Apresentar um infográ�co ilustrando uma linha do tempo e a mudança dos materiais para os carros de fórmula 1. Ao �nal disponibilize seu trabalho no fórum da seção. Legenda: Ilustração esquemática de um carro de Fórmula 1. https://www.azom.com/article.aspx?ArticleID=8194 CALLISTER Jr., W. D. Fundamentos da ciência e engenharia de materiais . 7. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2006. 1 quimica geral.pdf 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 1/36 QUÍMICA GERAL E CIÊNCIA DOSQUÍMICA GERAL E CIÊNCIA DOS MATERIAISMATERIAIS INTRODUÇÃO À QUÍMICAINTRODUÇÃO À QUÍMICA GERALGERAL Autor: Dr. Wil l ian Viana Revisor : Le i la Campos IN IC IAR 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 2/36 introdução Introdução A química e a ciência dos materiais consistem no estudo da estrutura da matéria e suas transformações. Todos os materiais que nos rodeiam são formados por elementos químicos ligados de diferentes formas, tais como o solo, os alimentos, o corpo humano e o silício (utilizado na fabricação dos equipamentos tecnologia), entre outros. Nesse sentido, a química e a ciência dos materiais constituem a base dos conhecimentos voltados para os cursos de Engenharia e ciências exatas correlatas, relacionando-se com os demais conteúdos abordados nessa área de formação. Nesta unidade, serão apresentados os conteúdos iniciais de Química Geral, mostrando a importância do desenvolvimento e seleção de materiais, a estrutura atômica e a distribuição eletrônica, a tabela e as propriedades periódicas, além das ligações químicas iônica, covalente e metálica. 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 3/36 A química é uma ciência que visa entender melhor alguns acontecimentos que ocorrem no nosso cotidiano, cujo estudo está associado à estrutura, composição e transformação da matéria. Trata-se de uma ciência central, comum às diversas áreas de formação, e está relacionada aos diversos bens de consumo utilizados por nossa sociedade, tais como produção de medicamentos, produtos de limpeza doméstica, materiais para automóveis, alimentos, cosméticos, combustíveis, plásticos e vidro, dentre outros, e graças às suas contribuições têm sido possíveis os avanços da tecnologia e da sociedade nas mais diversas áreas do conhecimento. Durante muito tempo, a indústria química exerceu um papel signi�cativo com relação à poluição do planeta, ocasionando, muitas vezes, danos irreversíveis, a exemplo da extração de minérios, descarte de materiais tóxicos, contaminação de e�uentes, dentre outros. Dessa forma, um dos papéis importantes da química consiste em buscar soluções para o paradigma entre Importância doImportância do Desenvolvimento eDesenvolvimento e Seleção deSeleção de MateriaisMateriais 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 4/36 a necessidade de consumo dos recursos naturais e a sua preservação. Entre os desa�os a serem vencidos, podemos citar alguns exemplos, como: Desenvolvimento de produtos biodegradáveis. Recuperação de rios poluídos. Descarte ambientalmente adequado de resíduos. Tratamento de e�uentes urbanos e industriais. Reutilização da água, reduzindo a demanda de água dos mananciais. Uso de tecnologias limpas. A química também está diretamente relacionada às propriedades dos materiais utilizados para diferentes aplicações. O sucesso do produto �nal depende fortemente do material utilizado. A escolha do material deve levar em conta suas propriedades, estrutura interna, composição, comportamento frente a ataques químicos, térmicos ou esforços mecânicos, além do custo de fabricação. Nesse sentido, algumas propriedades do material podem ser predominantes na hora de fazer a escolha para determinada aplicação ou produto especí�co. A escolha de um bom material vai determinar a con�abilidade, durabilidade e viabilidade econômica de um projeto. Portanto, é de extrema importância saber quais são os materiais mais adequados para um projeto especí�co, balanceando e�ciência, qualidade e custo. praticar Vamos Praticar A seleção de materiais deve seguir uma série de critérios. Com relação a esses critérios, são feitas algumas a�rmações. Assinale a alternativa que corresponde a 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 5/36 um princípio correto relativo à seleção de materiais. a) A seleção de materiais deve dar prioridade à redução de custos, independentemente das propriedades desejadas para o produto �nal. b) A seleção de materiais deve levar em consideração uma soma de critérios, como sua composição, comportamento a ataques químicos, térmicos e esforços mecânicos, além de avaliar o menor custo que atenda às necessidades do projeto. c) A seleção do material deve ser feita sempre tendo como base o material com as melhores propriedades disponíveis, mesmo que o custo seja mais elevado. d) Um exemplo de redução de custos seria a troca do material de construção, por exemplo aço substituindo polímeros na indústria automotiva. e) A massa do material selecionado não in�uencia na sua escolha. 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 6/36 A ideia de átomo foi proposta pelo �lósofo Leucipo (478 a.C.) e aperfeiçoada e propagada pelo seu discípulo Demócrito. Eles descreveram os átomos como pequenas partículas que constituíam a matéria. Tais partículas representavam a menor porção possível da matéria e, portanto, eram indivisíveis. Somente após milhares de anos, essa ideia foi substituída por modelos baseados em estudos experimentais. Modelo Atômico de Dalton Esse modelo, desenvolvido por John Dalton, em 1808, baseou-se em reações químicas e pesagens minuciosas, chegando à conclusão de que os átomos realmente existiam e que possuíam algumas características, entre elas: Toda matéria é composta por partículas extremamente pequenas e indivisíveis denominadas átomos. Estrutura AtômicaEstrutura Atômica e Distribuiçãoe Distribuição EletrônicaEletrônica 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 7/36 Todos os átomos de um elemento são idênticos. Alguns exemplos de elementos são: ferro, alumínio, zinco etc. Os compostos químicos são formados quando dois ou mais átomos se combinam. Alguns exemplos são: H O, NaCl, C H O (sacarose) etc. Os átomos não podem ser criados nem destruídos, o que atende à chamada “Lei de Conservação das Massas”. Dessa forma, eles são simplesmente rearranjados, formando novas substâncias (por meio de reações químicas). Dalton determinou que os átomos são maciços, esféricos e indivisíveis, semelhantes a uma bola de bilhar (Figura 1.1). Figura 1.1 - Modelo atômico de Dalton Fonte: Wikiwand (2019, on-line). Modelo Atômico de Thomson 2 12 22 11 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 8/36 Esse modelo foi desenvolvido por Joseph John Thomson, em 1897. Thomson veri�cou que o átomo não é indivisível, mas possui partículas carregadas negativamente. Essas partículas de carga negativa são os elétrons. Sugeriu que o átomo poderia ser uma esfera maciça carregada positivamente na qual alguns elétrons estariam uniformemente distribuídos. Como um todo, o átomo seria eletricamente neutro, tendo o mesmo número de cargas positivas (na massa do átomo) e cargas negativas (elétrons mergulhados) (Figura 1.2). Figura 1.2 - Modelo atômico Thomson Fonte: Modelo_budin... (2019, on-line). Modelo Atômico de Rutherford Esse modelo foi desenvolvido por Ernest Rutherford, em 1911, cujo experimento consistiu em bombardear uma �na lâmina de ouro (0,00001 cm) com pequenas partículas portadoras de carga elétrica positiva, chamadas de partículas alfa, emitidas por certos materiais radioativos, como o polônio. 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 9/36 A partir desse experimento, Rutherford observou que: a maioria das partículas atravessou a lâmina sem sofrer desvios, concluindo que a maior parte do átomo deveria ser constituída por espaços vazios. Poucas partículas não atravessaram a lâmina e retornaram, concluindo que deveria existir, no átomo, uma pequena região onde estaria concentrada toda a sua massa (núcleo); algumas partículas, ao atravessarem a lâmina, sofreram desvios, concluindo que o núcleo do átomo deveria conter cargas positivas, responsáveis pelo desvio das partículas. A Figura 1.3 mostra, esquematicamente, o experimento realizado. Figura 1.3 - Experimento de Rutherford Fonte: Adaptada de Secretaria da... (2019). A partir dos experimentos de Rutherford, veri�cou-se que o átomo é formado por um núcleo denso, que contém prótons e nêutrons, rodeado pelos elétrons distribuídos por todo o volume restante do átomo (eletrosfera). De maneira esquemática, as regiões do átomo estão divididas conforme mostra a Figura 1.4. 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 10/36 Figura 1.4 - Constituição esquemática do átomo Fonte: Elaborada pelo autor. Rutherford constatou que o átomo é constituído por três partículas subatômicas, sendo elas: o próton, o nêutron e o elétron. Dentre as partículas subatômicas, os prótons e nêutrons possuem massa signi�cativa, e o elétron possui massa desprezível. Com relação às cargas, o próton possui carga positiva, o elétron possui carga negativa e o nêutron não possui carga. A Tabela 1.1 apresenta as características dessas partículas. Massa (u) Carga Próton 1,007276 +1 Nêutron 1,008665 0 Elétron 0,0005486 -1 Tabela 1.1 - Características das partículas subatômicas Fonte: Adaptada de Brown (2017). 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 11/36 O modelo atômico de Rutherford �cou conhecido como “modelo planetário”, uma vez que nele, o átomo se assemelha ao Sistema Solar com os elétrons girando ao redor do núcleo (Figura 1.5), assim como os planetas giram ao redor do Sol. Figura 1.5 - Modelo atômico planetário Fonte: Indolence / Wikipedia. Características dos Átomos A partir do modelo atômico de Rutherford, foi possível estabelecer algumas características para os átomos dos diferentes elementos, sendo elas o número atômico e número de massa. 1. Número atômico (Z): O número atômico indica a quantidade de prótons existentes no núcleo de um átomo. É representado pela letra “Z”. Como os átomos são neutros, temos que: Nº de prótons = Nº de elétrons. 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 12/36 2. Número de massa (A): O número de massa (A) é a soma do número de prótons (p) e o número de nêutrons (n), logo: A = p + n. A representação de um elemento químico, quanto ao seu número atômico e número de massa, é feita da seguinte maneira: Onde “X” é um elemento genérico com número de massa “A” e número atômico “Z”. Modelo Atômico de Rutherford-Böhr O modelo atômico de Rutherford foi aperfeiçoado por Böhr. Baseado na teoria quântica proposta por Planck, Bohr elaborou os seguintes postulados: I) Os elétrons que giram ao redor do núcleo não giram ao acaso, mas descrevem órbitas determinadas sem emitirem nem absorverem energia. II) Ao receber energia, o elétron pode saltar para outra órbita, mais energética. Quando o átomo retorna à sua órbita original, ele libera a energia que foi absorvida, em forma de luz ou calor. Essas órbitas foram denominadas níveis de energia ou camadas eletrônicas e apresentam valores de energia especí�cos para cada átomo. Sete níveis de energia foram de�nidos pelas letras K, L, M, N, O, P e Q e sua energia aumenta à medida que os níveis se afastam do núcleo. A Figura 1.6 mostra a 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 13/36 distribuição das camadas eletrônicas ao redor do núcleo. Para a camada mais externa, dá-se o nome de camada de valência. Figura 1.6 - Camadas de energia do átomo Fonte Roberto Grillo Cúneo / Wikipédia. Cada camada energética comporta um número máximo de elétrons. Os elétrons sempre vão ocupar os níveis energéticos mais baixos, para então ocupar níveis de maior energia. A Tabela 1.2 mostra o número máximo de elétrons por níveis de energia. 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 14/36 Níveis de energia (n) Camada Número máximo de elétrons 1 K 2 2 L 8 3 M 18 4 N 32 5 O 32 6 P 18 7 Q 8 Tabela 1.2 - Número máximo de elétrons por nível de energia Fonte: Adaptada de Brown (2017). Contribuição de Sommerfeld para o Modelo Atômico Ao pesquisar o átomo, Sommerfeld concluiu que os elétrons de um mesmo nível ocupam órbitas de trajetórias diferentes (circulares e elípticas). Essas trajetórias foram denominadas subníveis. Os subníveis podem ser de quatro tipos: s , p , d , f, estando em ordem crescente de energia (s < p < d < f). Elétrons situados no mesmo subnível contêm a mesma quantidade de energia e se distribuem pela eletrosfera, ocupando o subnível de menor energia. O número máximo de elétrons por subnível está mostrado na Tabela 1.3. 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 15/36 Subnível s p d f Número máximo de elétrons 2 6 10 14 Tabela 1.3 - Número máximo de elétrons por subnível Fonte: Adaptada de Brown (2017). Diagrama de Linus Pauling Para tornar mais fácil a distribuição dos elétrons nos níveis e subníveis de energia dos átomos, o cientista Linus Pauling (1901-1994) criou uma representação grá�ca com o objetivo de facilitar a distribuição eletrônica por ordem crescente de energia, que �cou conhecida como diagrama de Pauling (Figura 1.7). O uso desse diagrama consiste em distribuir os elétrons seguindo a ordem mostrada pelas setas nas diagonais, começando pelo topo até atingir o número de elétrons correspondente a um determinado átomo. 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 16/36 Figura 1.7 - Diagrama de Linus Pauling Fonte: DMacks / Wikipedia. Exemplos: Na: 1s 2 2s 2p 3s Zn: 1s 2s 2p 3s 3p 4s 3d Modelo Atômico Atual Schrödinger apresentou um mode lo atômico no qual os elétrons eram considera dos como partículas-onda. Esse modelo era baseado na teoria da mecânica ondulatória, que determinou o conceito de “orbital”, a região do espaço ao redor do núcleo onde existe a máxima probabilidade de se encontrar o elétron. O modelo de Schrödinger, válido até hoje, procura determinar os valores permitidos de energia para os elétrons de um átomo e mostra que é impossível conhecermos a trajetória de um elétron. 11 2 2 6 1 30 2 2 6 1 6 2 10 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 17/36 praticar Vamos Praticar Um determinado átomo, em seu estado fundamental, apresenta número atômico igual a 13 e o número de massa igual a 27. Sobre ele, é correto a�rmar que: a) Apresenta 27 elétrons. b) Apresenta 15 prótons. c) Apresenta 14 nêutrons. d) Apresenta 26 nêutrons. e) Apresenta 14 elétrons. 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 18/36 A tabela periódica é um instrumento de consulta que relaciona as estruturas dos elementos químicos conhecidos com o modelo atômico de subníveis e explica algumas de suas propriedades periódicas. Em 1869, Dmitri Mendeleev elaborou uma forma de organizar os elementos químicos de acordo com suas propriedades, deixando espaços em branco, de forma que pudessem ser preenchidos por novos elementos que viessem a ser descobertos. Mendeleev organizou os elementos de acordo com a ordem crescente de suas massas atômicas e notou que, nessa sequência, apareciam a intervalos regulares elementos com propriedades semelhantes, daí a denominação de propriedades periódicas. Em 1913, Moseley, ao trabalhar com uma técnica envolvendo raios X, descobriu uma característica numérica dos átomos de cada elemento, conhecida como “número atômico”, que, posteriormente, foi associado ao número de prótons. Dessa forma, veri�cou-se que, ao organizar os elementos em função da ordem crescente de seus respectivos números atômicos, corrigiam-se algumas inconsistências da tabela elaborada por Mendeleev. E, Tabela eTabela e PropriedadesPropriedades PeriódicasPeriódicas 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 19/36 assim, a tabela periódica foi reformulada e, atualmente, os elementos químicos estão dispostos em ordem crescente de número atômico. A Figura 1.8 mostra a organização dos elementos químicos na tabela periódica. Figura 1.8 - Tabela periódica Fonte: Rottoni / Wikipedia. Na tabela periódica, as colunas, ou linhas verticais, são chamadas de grupos ou famílias, sendo numeradas de 1 a 18. Os elementos localizados na mesma família possuem, em geral, o mesmo número de elétrons na camada de valência. Já as linhas horizontais são chamadas de períodos, variando de 1 a 7. Os elementos localizados em um mesmo período possuem o mesmo número de camadas eletrônicas. A simbologia utilizada para cada elemento na tabela periódica está mostrada na Figura 1.9, sendo composta de: Símbolo : iniciais do nome, em latim. Número atômico (Z) : número de prótons. Massa atômica : média ponderada das massas de seus isótopos, levando em consideração as abundâncias relativas desses isótopos. 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 20/36 Figura 1.9 - Simbologia utilizada para os elementos na tabela periódica. Fonte: Elaborada pelo autor. Classi�icação dos Elementos da Tabela Periódica Os elementos presentes na tabela periódica podem ser classi�cados sob diferentes formas. As Figuras 1.10 e 1.11 apresentam duas formas diferentes de classi�cação. 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 21/36 Figura 1.10 - Classi�cação das famílias ou grupos Fonte: Elaborada pelo autor. Figura 1.11 - Classi�cação dos elementos quanto às suas propriedades físicas e químicas Fonte: Elaborada pelo autor. 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 22/36 reflita Re�ita Conheça as principais características das diferentes classi�cações dos elementos químicos: Metais: apresentam brilho, são bons condutores de calor e de eletricidade, são sólidos à temperatura ambiente (à exceção do mercúrio), são dúcteis (capazes de se transformar em �os) e maleáveis (formam chapas). Ametais: possuem propriedades opostas às dos metais, não conduzem calor nem eletricidade (exceção carbono), não possuem brilho e podem se apresentar nos estados sólido, líquido ou gasoso. Semimetais: possuem propriedades intermediárias entre metais e ametais. São todos sólidos, apresentam brilho e são semicondutores de calor e de eletricidade. 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 23/36 Gases nobres: recebem essa denominação em função de, di�cilmente fazerem ligações com átomos de outros elementos. São estáveis e possuem a camada de valência completa, são todos gases e usados, principalmente, em lâmpadas especiais. Hidrogênio: é considerado um elemento à parte. Pode se combinar com metais, ametais e semimetais. É um gás isolante e extremamente in�amável. É o elemento mais abundante do universo, sendo a água a maior fonte de hidrogênio. Fonte: Adaptado de Bettelheim et al . (2012). Propriedades Periódicas As propriedades periódicas são aquelas que, à medida que o número atômico aumenta, assumem valores crescentes ou decrescentes em cada período. Algumas das propriedades periódicas são: 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 24/36 praticar Vamos Praticar Dados os elementos químicos: G: 1s J: 1s 2s L: 1s 2s M: 1s 2s 2p 3s 2 2 1 2 2 2 2 6 2 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 25/36 Assinale a alternativa cujos elementos químicos apresentam propriedades químicas semelhantes aos apresentados: a) G e L, pois são gases nobres. b) G e M, pois têm dois elétrons no subnível mais energético. c) J e G, pois são metais alcalinos. d) L e M, pois são metais alcalinos terrosos. e) J e L, pois são metais alcalinos. 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 26/36 Os átomos ligam-se, isto é, eles tendem a perder, ganhar ou compartilhar elétrons, procurando adquirir con�guração eletrônica do gás nobre mais próximo e, com isso, alcançar sua estabilidade. Isso ocorre em decorrência de os gases nobres possuírem sua camada de valência completa, com oito elétrons. O átomo pode adquirir uma con�guração de gás nobre doando, recebendo ou compartilhando elétrons da camada de valência. Os átomos que possuem 1, 2 ou 3 elétrons na camada de valência tendem a ceder seus elétrons. Os átomos que possuem 5, 6 ou 7 elétrons na camada de valência tendem a atrair elétrons. Os átomos que possuem 4 elétrons na camada de valência compartilham seus elétrons, dependendo do elemento químico em questão. Ao doar ou receber elétrons, formam-se os íons. As espécies que doam elétrons se transformam em cátions, e as espécies que recebem elétrons se transformam em ânions. Os cátions são representados por X , onde n é o número de elétrons doados, e os ânions são representados por XX , onde n é o número de elétrons recebidos. Ligações Iônica,Ligações Iônica, Covalente eCovalente e MetálicaMetálica +n −n 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 27/36 Existem três tipos de ligações químicas intramoleculares (ligações entre átomos): Ligação iônica: envolve a transferência de elétrons. Ligação covalente: envolve o compartilhamento de elétrons. Ligação metálica: cátions envolvidos por uma “nuvem” de elétrons. Numa ligação química, só são transferidos ou compartilhados os elétrons de valência, ou seja, os elétrons da camada mais externa do átomo. Para representar esses elétrons, utilizamos a representação de Lewis. A Figura 1.12 mostra exemplos da representação de Lewis. Figura 1.12 - Representação de Lewis de alguns elementos da tabela periódica Fonte: Elaborada pelo autor. Ligações Iônicas Ocorrem entre átomos de metais e ametais: 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 28/36 Metais: possuem menos de quatro elétrons na camada de valência, apresentam alta eletropositividade, adquirem o octeto perdendo elétron(s) e estabilizam-se na forma de cátions. Ametais: possuem mais de quatro elétrons na camada de valência, apresentam alta eletronegatividade, adquirem o octeto ganhando elétron(s) e estabilizam-se na forma de ânions. Essa ligação acontece por atração eletrostática de íons com cargas opostas, formando os compostos iônicos. A fórmula dos compostos iônicos é escrita seguindo as regras apresentadas: 1. Escreve-se sempre primeiro o cátion e depois o ânion. 2. Como todo composto iônico é eletricamente neutro, as cargas individuais dos íons não precisam ser escritas. 3. Os números em subscrito que aparecem do lado direito de cada íon indicam a proporção entre o cátion e o ânion. Esses números são chamados de índices, e o número 1 não é escrito. Exemplo de representação da fórmula do composto iônico (Figura 1.13): 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 29/36 Figura 1.13 - Representação genérica da fórmula do composto iônico Fonte: Elaborada pelo autor. Ligações Covalentes Na ligação covalente, o par de elétrons passa a pertencer simultaneamente aos dois átomos, ocorrendo um compartilhamento de elétrons. Ocorre entre átomos que têm tendência para receber elétrons, ou seja, entre ametais, ametal + Hidrogênio e Hidrogênio + Hidrogênio. Os átomos compartilham elétrons, formando pares eletrônicos. Como consequência desse compartilhamento, formam-se as moléculas A Figura 1.14 mostra dois exemplos de ligação covalente, utilizando a representação de Lewis. 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 30/36 Figura 1.14 - Representação de Lewis de ligações covalentes Fonte: Elaborada pelo autor. Ligações Metálicas É uma ligação que envolve um “amontoado” organizado de íons metálicos positivos mergulhados em um “mar de elétrons” livres, chamado “modelo do mar de elétrons”. Esse tipo de ligação apresenta uma grande movimentação eletrônica, o que acaba in�uenciando nas principais características dos metais: boa condutividade térmica e elétrica, além de alta maleabilidade e ductibilidade. Pode ser formada uma grande quantidade de ligas combinando os metais entre si ou com outros elementos da tabela periódica. 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 31/36 saibamais Saiba mais Saiba mais sobre as ligações químicas, fazendo a leitura do artigo a seguir, que apresenta detalhes interessantes sobre as ligações químicas: ACESSAR praticar Vamos Praticar As ligações químicas ocorrem entre os átomos para formar moléculas. Esse fenômeno ocorre com a intenção de tornar os elementos envolvidos mais estáveis. O tipo de ligação química depende dos elementos que estão se ligando. Dessa forma, as ligações químicas existentes entre os átomos dos compostos HI, NH e NaCl são, respectivamente: a) Iônica, covalente, iônica. b) Covalente, iônica, iônica. c) Iônica, covalente, covalente. 3 http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/04/ligacoes.pdf 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 32/36 d) Iônica, iônica, covalente. e) Covalente, covalente, iônica. 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 33/36 indicações Material Complementar LIVRO Princípios de Química Peter William Atkins e Loreta Jones. Editora: Bookman Companhia Editor ISBN: 8540700387 Comentário: o livro mostra, de forma bastante completa, o conteúdo abordado nesta unidade, com diversas aplicações e exemplos práticos de uso dos conhecimentos de Química Geral. 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 34/36 FILME Tudo se transforma, ligações químicas, ligações químicas Ano: 2012 Comentário: o vídeo aborda, com uma linguagem simples e direta, os conceitos de ligações químicas iônica, covalente e metálica. Para saber mais sobre o �lme, acesse o link: TRA ILER 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 35/36 conclusão Conclusão Nesta unidade, aprendemos os princípios gerais da Química, iniciando com alguns exemplos de aplicação da química na atuação do pro�ssional, e sua relação com a seleção de materiais. Vimos a evolução da teoria atômica, abordando as principais características do átomo, como o número atômico, o número de massa e a distribuição de elétrons nos níveis e subníveis energéticos, utilizando o diagrama de Linus Pauling. Vimos, também, que os elementos são organizados em ordem crescente de número atômico na tabela periódica. Essa organização permite que algumas propriedades apareçam de forma periódica na tabela, entre elas o raio atômico, a energia de ionização e a eletroa�nidade. Por �m, aprendemos que as ligações químicas que ocorrem entre os átomos podem ser: iônicas, covalentes e metálicas. referências Referências Bibliográ�cas BETTELHEIM, F.; BROWN, W. H.; CAMPBELL, M. K.; FARREL, S. O. Introdução à química geral . São Paulo: Cengage Learning, 2012. 31/10/2022 10:22 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_1/ebook/index.html?redirect=1 36/36 BROWN, T. E. Química : a ciência central. 13. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2017. MODELO_budin_de_pasas_thumb_2_.jpg. DCC: Ciência de la Computación Universidad de Chile . [2019]. Disponível em: https://wiki.dcc.uchile.cl/alice/lib/exe/detail.php? id=p4_2014_39_g3&media=modelo_budin_de_pasas_thumb_2_.jpg . Acesso em: 7 dez. 2019. SECRETARIA DA EDUCAÇÃO. Experimento de Rutherford . [2019]. Disponível em: http://www.quimica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php? foto=1356&evento= . Acesso em: 7 dez. 2019. https://wiki.dcc.uchile.cl/alice/lib/exe/detail.php?id=p4_2014_39_g3&media=modelo_budin_de_pasas_thumb_2_.jpg http://www.quimica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=1356&evento= 2 quimica geral.pdf 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 1/45 QUÍMICA GERAL E QUÍMICA GERAL E CIÊNCIA DOS MATERIAISCIÊNCIA DOS MATERIAIS ESTRUTURA E PROPRIEDADESESTRUTURA E PROPRIEDADES DOS SÓLIDOSDOS SÓLIDOS Autor: Dr. Will iam Viana Revisora : Le i la Mar ia Agui lera Campos IN IC IAR 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 2/45 introdução Introdução Os materiais que se encontram em estado sólido estão com seus átomos, íons ou moléculas distribuídos de tal maneira que garantem estabilidade entre si, propiciando essa estado da matéria. Grande quantidade dos materiais que são utilizados na engenharia no dia a dia, em especial o metal (existe uma gigantesca quantidade de diferentes tipos de metais), possui um arranjo geométrico muito bem de�nido entre os seus átomos, constituindo o que chamamos de estrutura cristalina. Um material é chamado de cristalino quando possui um agrupamento de átomos, íons ou moléculas que se repete nas três dimensões, independentemente do tipo de ligação. O tipo de ligação química, a distribuição espacial dos átomos e o elemento químico em si estão fortemente correlacionados com as propriedades do material. Por menor que seja a alteração em qualquer um desses três fatores, há uma grande mudança nas propriedades. Neste capítulo, são abordados os assuntos que servem de suporte teórico para compreender a relação citada. 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 3/45 Os materiais sólidos são classi�cados em função da regularidade com que os átomos ou íons estão organizados entre si. Dizemos que um material é cristalino quando essa organização se repete ou possui periodicidade em grandes distâncias atômicas, ou seja, não basta que algumas dezenas de átomos organizados de maneira tridimensional estejam se repetindo, é necessário que esse padrão de organização se repita para alguns milhares de átomos. É necessário ter em mente a importância de se conhecer a estrutura dos sólidos cristalinos, uma vez que as propriedades dos materiais estão intimamente ligadas à sua estrutura cristalina. Dependendo da estrutura cristalina, determinado material pode se apresentar como frágil, a exemplo do magnésio e do berílio, ou como dúctil, a exemplo do ouro e do cobre. Segundo Callister Junior e Rethwisch (2008), há diferenças signi�cativas entre as propriedades dos materiais cristalinos e não cristalinos, mesmo sob composições idênticas. Estrutura dos SólidosEstrutura dos Sólidos CristalinosCristalinos 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 4/45 Conceitos Fundamentais Os átomos, no estado sólido, podem assumir diversos arranjos, a partir dos quais é possível compreender os conceitos de cristalinidade e não cristalinidade. O conceito de cristalinidade está diretamente relacionado à regularidade dos arranjos entre os átomos ou, mais precisamente, ao seu posicionamento. Ao longo de uma cadeia, os átomos alinham-se periódica ou repetitivamente, estabelecendo uma espécie de ordem . Quando esse alinhamento se estende e ocorre a solidi�cação, eles adotaram um padrão tridimensional. Os metais, alguns polímeros e alguns dos materiais cerâmicos possuem essa característica e, quando solidi�cados, formam o que se chama de estrutura cristalina. Figura 2.1 - Rede cristalina: matriz tridimensional de pontos que coincidem com as posições dos átomos (centros das esferas) Fonte: Callister Junior e Rethwisch (2008, p. 39). A estrutura cristalina nada mais é do que a maneira como esses átomos estão organizados no espaço, sob diferentes formas e graus de complexidade (Figura 2.1). 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 5/45 De�inição de Células Unitárias A partir da de�nição de cristalinidade, veri�ca-se que existe uma ordem entre os átomos presentes nos sólidos cristalinos e que formam um padrão ao longo das estruturas. Ao dividir essas grandes estruturas em pequenas partes e considerar as unidades que se repetem, temos as menores frações cristalinas, que são denominadas células unitárias. Na maioria das estruturas cristalinas, as células unitárias possuem o formato de um paralelepípedo ou de um prisma, com três conjuntos de faces paralelas, conforme mostrado na Figura 2.2 (CALLISTER JUNIOR; RETHWISCH, 2008). Figura 2.2 - Modelo das esferas rígidas (A) e modelo de átomos pontuais (B) da célula unitária Fonte: Callister Junior e Rethwisch (2008, p. 39). A célula unitária é a unidade básica de formação da estrutura cristalina que representa sua simetria, demonstrando todas as posições dos átomos do cristal por meio de translações integrais dos comprimentos ao longo de cada uma das arestas, de�nindo toda estrutura pela geometria e posição desses átomos. É importante salientar que se convencionou a�rmar a coincidência entre os centros dos átomos e os vértices do paralelepípedo como 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 6/45 representação de uma esfera rígida e a adoção de apenas uma única célula unitária para uma estrutura cristalina, apesar da possibilidade de termos mais de uma célula representando uma mesma estrutura. Estruturas Cristalinas dos Metais Existe uma quantidade bastante elevada de estruturas cristalinas diferentes, desde as mais simples, como as dos metais, até as mais complexas, como os polímeros e as cerâmicas. Entre as todas estruturas existentes, destaca-se a estrutura cúbica de faces centradas (CFC). A estrutura CFC é caracterizada por possuir um átomo centralizado em cada uma das faces, conforme mostrado na Figura 2.3. Figura 2.3 - Estrutura cristalina do tipo CFC Fonte: Callister Junior e Rethwisch (2008, p. 39). Em todas as estruturas, existem características que precisam ser analisadas. Entre elas, destacam-se o número de átomos dentro da célula unitária, o parâmetro de rede, o número de coordenação e o fator de empacotamento atômico. 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 7/45 Inicialmente, é necessário de�nir o comprimento da aresta (a), o raio atômico (R) que é uma grandeza geométrica tabelada para todos os átomos, e a relação geométrica entre esses dois. Na Figura 2.4, está demonstrada uma estrutura do tipo CFC com a respectiva relação entre “a” e “R”, denominada parâmetro de rede (CALLISTER JUNIOR; RETHWISCH, 2008). Figura 2.4 - Estrutura do tipo CFC com o comprimento da aresta (a), o raio atômico (R) e o parâmetro de rede Fonte: Adaptado de Callister Junior e Rethwisch (2008, p. 39). Em seguida, determina-se a quantidade de átomos dentro da célula unitária, utilizando o modelo das esferas rígidas. Observe que exatamente no centro da célula não há átomo. Em cada face do cubo, há a metade de um átomo. Sendo assim, se são seis faces, teremos três átomos inteiros como resultado da soma dessas seis metades. Em cada vértice, há uma fração de átomo equivalente a ⅛. Como temos oito vértices, teremos, no total, um átomo inteiro. Logo, em uma estrutura cristalina do tipo CFC, teremos o total de quatro átomos inteiros dentro da célula unitária. 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 8/45 Estrutura cúbica de corpo centrado (CCC) Esta estrutura é caracterizada por possuir um átomo na parte central da célula unitária (Figura 2.5). Figura 2.5 - Estrutura do tipo CCC com esferas rígidas (a), átomos pontuais (b) e meio à rede cristalina Fonte: Adaptado de Callister Junior e Rethwisch (2008, p. 41). Observe que exatamente no centro da célula unitária existe um átomo. Em cada vértice, há uma fração de átomo equivalente a ⅛. Como temos oito vértices, teremos, no total, um átomo inteiro. Logo, em uma estrutura cristalina do tipo CCC, teremos o total de dois átomos inteiros dentro da célula unitária. Com relação à determinação do parâmetro de rede para essa estrutura, temos que: (4R = + (a)2 a2 2 –√ )2 16 = + 2 = 3R2 a2 a2 a2 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 9/45 Estrutura hexagonal compacta (HC) A estrutura hexagonal compacta é representada por uma estrutura em forma de hexágono, que possui o comprimento da aresta “a” e a altura representada pela letra “c” (Figura 2.6). Figura 2.6 - Estrutura do tipo HC com esferas rígidas pertencentes a uma única célula unitária Fonte: Daniel Mayer / Wikimedia Commons. Observe que exatamente no centro da célula unitária existem três átomo não inteiros, mas em três das seis faces laterais existem frações de outros átomos, que são complementares àqueles incompletos, formando, assim, um total de três átomos. Na face superior e na inferior, há, em cada, a metade de um átomo. Sendo assim, a soma desses corresponde a um átomo inteiro. Até agora, temos um total de quatro átomos. Vamos analisar os vértices. = (16 )/3a2 R2 a = (4R)/ 3–√ 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 10/45 Em cada vértice, há uma fração de átomo equivalente a ⅙ . Como temos seis vértices na parte superior e outros seis na parte inferior, teremos, no total, dois átomos inteiros. Logo, em uma estrutura do tipo hexagonal compacta, há um total de seis átomos internos. Figura 2.7 - Estrutura do tipo HC com esferas rígidas (a) e átomos pontuais (b) Fonte: Adaptado de Callister Junior e Rethwisch (2008, p. 42). Conforme mostrado na Figura 2.7, existe uma razão entre os valores das arestas “a” e “c” para a estrutura HC, correspondente a c/a ⩬ 1,63, cujo valor é particular para que essa estrutura seja o mais compacta possível, ou seja, para que os átomos estejam o mais próximo possível uns dos outros (CALLISTER JUNIOR; RETHWISCH, 2008). Os Sete Sistemas Cristalinos Por conta da existência de muitas estruturas cristalinas distintas entre si, com diversas con�gurações de organização, foi necessário agrupá-las mediante seus respectivos arranjos atômicos. A geometria da célula unitária, por 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 11/45 exemplo, foi uma das formas de organização que foi de�nida a partir da forma do paralelepípedo, representando a célula unitária. Em meados do século passado, o cientista francês A. Bravais propôs que o estudo das estruturas cristalinas poderia ser realizado com a utilização de sete sistemas cristalinos básicos e que, partindo deles, seria possível descrever 14 células unitárias, as quais seriam capazes de identi�car qualquer tipo de estrutura cristalina conhecida. 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 12/45 saiba mais Saiba mais Alguns metais, assim como os não metais, podem ter mais de uma estrutura cristalina, um fenômeno conhecido como polimor�smo. Quando encontrada em sólidos elementares, a condição é frequentemente denominada alotropia. A estrutura cristalina depende da temperatura e da pressão externa. Um exemplo conhecido é encontrado no carbono: o gra�te é o polimorfo estável nas condições ambientes, enquanto o diamante é formado sob pressões extremamente altas. Além disso, o ferro puro possui uma estrutura de cristal (CCC) à temperatura ambiente; no entanto, muda sua estrutura para CFC à temperatura de 912 ºC. Na maioria das vezes, uma modi�cação da densidade e outras propriedades físicas acompanha uma transformação polimór�ca. Em resumo: Polimor�smo : quando um mesmo material possui mais de uma estrutura cristalina. Alotropia : quando o polimor�smo é observado em sólidos elementares. Saiba mais sobre o assunto acessando o link a seguir, a partir da página 3. Fonte: Adaptado de Muscelli (2012). ACESSAR https://teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59138/tde-14092017-164746/publico/Dissertacao.pdf 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 13/45 No Quadro 1.1, são mostradas as principais características desses sistemas no tocante a parâmetros de rede e ângulos entre eixos (CALLISTER JUNIOR; RETHWISCH, 2008). SISTEMAS EIXOS ÂNGULOS ENTRE OS EIXOS CÚBICO a=b=c Todos os ângulos = 90º TETRAGONAL a=b≠c Todos os ângulos = 90º ORTORRÔMBICO a≠b≠c Todos os ângulos = 90º MONOCLÍNICO a≠b≠c 2 ângulos = 90º e 1 ângulo ≠ 90º TRICLÍNICO a≠b≠c Todos ângulos diferentes e nenhum igual a 90º HEXAGONAL a1=a2=a3≠c 3 ângulos = 90º e 1 ângulo = 120º ROMBOÉDRICO a=b=c Todos os ângulos iguais, mas diferentes de 90º Quadro 2.1 - Parâmetros de rede e ângulos dos sete sistemas cristalinos de Bravais Fonte: Adaptada de Callister Junior e Rethwisch (2008, p. 45). praticar Vamos Praticar 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 14/45 O arranjo CFC caracteriza-se por exibir dois átomos nas arestas e mais três átomos no total das faces do cubo. A partir do parâmetro de rede já apresentado nesta unidade, determine o fator de empacotamento da estrutura CFC. FEA = (16/3) π R3 / 16 R3 √2 a) 0,74 b) 0,64 c) 0,54 d) 0,84 e) 0,94 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 15/45 Até o momento, só se considerou a existência de uma ordenação perfeita entre os átomos para um material cristalino; entretanto, como nenhuma estrutura é completamente perfeita, faz-se necessário estudar as imperfeições presentes nos sólidos. Conhecer as imperfeições dos materiais é de fundamental importância para a compreensão do comportamento dos metais, inclusive do efeito que essas imperfeições causam. Todos os materiais possuem uma quantidade variada de imperfeições que impactam em suas propriedades. Esse impacto nem sempre é negativo, e, muitas vezes, características especí�cas desejadas podem ser alcançadas a partir do controle dessas imperfeições. A rede cristalina também pode possuir o que se chama defeito pontual, que corresponde a uma irregularidade na rede acerca das dimensões na ordem do diâmetro atômico. Entre os diversos defeitos abordados neste capítulo, tem-se, ainda, os defeitos lineares/unidimensionais e os defeitos interfaciais/bidimensionais. Como efeitos relacionados, os átomos de impureza, por exemplo, podem ser defeitos pontuais. A seguir, serão discutidas formas de examiná-los. Imperfeições nos SólidosImperfeições nos Sólidos 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 16/45 Defeitos Pontuais Os defeitos pontuais, também de�nidos como defeitos unidimensionais, estão relacionados a pontos especí�cos da rede cristalina, em apenas uma dimensão. Esses defeitos podem ser de diferentes tipos e são, geralmente, formados durante o processamento ou durante o processo de crescimento do cristal. Os defeitos pontuais apresentam as seguintes classi�cações. Vacâncias, vazios ou lacunas: Figura 2.8 - Representações bidimensionais de uma lacuna e de um autointersticial Fonte: Adaptado de Callister Junior e Rethwisch (2008, p. 79). Defeito de Schottky Um defeito de Schottky é um tipo de defeito pontual em uma rede cristalina. Recebeu esse nome devido ao Walter H. Schottky. Nos cristais não iônicos, refere-se a defeitos de vacância da rede. Nos cristais iônicos, esse tipo de defeito pontual se forma quando íons com carga oposta deixam seus locais da rede, criando lacunas. Essas lacunas são formadas em unidades 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 17/45 estequiométricas, para manter uma carga neutra. Os átomos ao redor se movem para preencher essas lacunas, causando a formação de novas lacunas. Figura 2.9 - Imperfeição de Schottky: um cátion e um ânion são deslocados de suas posições originais, causando uma dupla vacância. Fonte: VladVD / Wikimedia Commons. Defeito de Frenkel Um defeito de Frenkel, ou defeito de deslocamento, é um tipo de defeito pontual em sólidos cristalinos. Possui esse nome em homenagem ao seu descobridor, Yakov Frenkel. O defeito se forma quando um átomo ou íon menor (geralmente cátion) deixa seu lugar na rede, criando uma lacuna, e se torna um intersticial, por se hospedar em um local próximo. 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 18/45 Figura 2.10 - Imperfeição de Frenkel: um cátion desloca-se de sua posição original para uma posição intersticial próxima Fonte: VladVD / Wikimedia Commons. Defeitos de átomos intersticiais e substitucionais Devido a limitações fundamentais dos métodos de puri�cação de materiais, os materiais nunca são 100% puros, o que, por de�nição, induz a defeitos na estrutura do material cristalino. No caso de uma impureza (defeito), o átomo é frequentemente incorporado em um local atômico regular na estrutura cristalina. Se este não é um local vago e o átomo não estiver em um local intersticial, é chamado de defeito substitucional. 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 19/45 Figura 2.11 - Solução sólida substitucional de cobre e zinco Fonte: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (2014, on-line). No caso de um átomo que é incorporado em um local atômico irregular na estrutura cristalina, se este �ca localizado no “vazio” entre os átomos, é chamado de defeito intersticial. Figura 2.12 - Solução sólida intersticial Fonte: Adaptado de Callister Junior e Rethwisch (2008, p. 107). 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 20/45 Defeitos Lineares Os materiais cristalinos podem apresentar defeitos que, muitas vezes, são alinhados e contínuos em sua estrutura, dando origem ao que se chama imperfeições em linha, ou imperfeições unidimensionais. Os defeitos em linha, também chamados de discordâncias, são imperfeições que proporcionam uma distorção da rede cristalina em torno de uma linha e caracterizam-se por envolver um plano extra de átomos. Essas imperfeições podem surgir durante o crescimento do cristal, em processos nos quais ocorre a deformação plástica do material cristalino ou, ainda, como resultado da interação de vacâncias. Existem dois principais tipos de discordâncias, que são conhecidos como discordância em cunha e discordância em hélice. praticar Vamos Praticar Estudar as imperfeições dos materiais é fundamental para a compreensão do comportamento, principalmente, dos metais, inclusive em relação ao efeito que essas imperfeições causam neles. A partir dos conhecimentos adquiridos, analise as seguintes sentenças relacionadas à estrutura cristalina dos materiais. i. Um sítio vago ou lacuna na rede cristalina que normalmente deveria estar ocupado, mas no qual está faltando um átomo, é classi�cado como um defeito linear. ii. Contorno de grãos é um defeito bidimensional que consiste em um desalinhamento cristalográ�co entre grãos adjacentes. iii. A deformação plástica macroscópica corresponde simplesmente a uma deformação permanente resultante do movimento das discordâncias. 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 21/45 iv. Defeitos pontuais são imperfeições estruturais associados, principalmente, à agitação térmica, enquanto os lineares estão associados à deformação mecânica. Está correto o que se a�rma em: a) I e III, apenas. b) II, III e IV, apenas. c) I, III e IV, apenas. d) I, II e III, apenas. e) II e III, apenas. 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 22/45 Muitos dos materiais, quando utilizados, estão sujeitos a forças ou cargas, a exemplo da asa dos aviões, constituídas por uma liga de alumínio, e do eixo de um automóvel, fabricado com aço. Nessas situações, é necessário conhecer as características do material para que se possa projetar a peça utilizando o material adequado, de modo que qualquer deformação resultante não seja superior àquela que o material suporta e, consequentemente, não ocorram fraturas. O comportamento mecânico de um material corresponde à relação entre sua resposta ou deformação a uma carga ou força aplicada. Entre as principais propriedades mecânicas dos metais, destacam-se a resistência, a dureza, a ductilidade e a rigidez (GARCIA; SPIN; SANTOS, 2010). As propriedades mecânicas são motivos de preocupação para várias partes (por exemplo, produtores e consumidores de materiais, organizações de pesquisa, agências governamentais) que têm interesses diferentes. Consequentemente, é imperativo que exista alguma consistência na maneira com que os testes são realizados, bem como nas suas respectivas interpretações dos resultados. Essa consistência é obtida usando técnicas de Propriedades MecânicasPropriedades Mecânicas dos Metaisdos Metais 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 23/45 teste padronizadas. O estabelecimento e a publicação desses padrões são frequentemente coordenados por sociedades pro�ssionais. Nos Estados Unidos, a organização mais ativa é a Sociedade Americana de Testes e Materiais (ASTM). Seu Livro Anual de Normas ASTM compreende numerosos volumes, que são emitidos e atualizados anualmente. Um grande número desses padrões refere-se a técnicas de teste mecânico (CALLISTER JUNIOR; RETHWISCH, 2008). Propriedades em Tração O papel dos engenheiros estruturais consiste em determinar as tensões e as distribuições de tensões nos membros sujeitos a cargas bem de�nidas. Isso pode ser realizado por técnicas de teste experimental e/ou por análises de estresse teórico e matemático. Esses tópicos são tratados na análise tradicional de estresse e na força dos textos dos materiais. Os engenheiros estão preocupados em fabricar materiais para atender aos requisitos de trabalho, conforme previsto por essas análises de tensão. Para tanto, é necessária a compreensão das correlações entre a microestrutura (isto é, características internas) dos materiais e suas propriedades mecânicas. Este tópico discute os comportamentos de tensão-deformação de metais, cerâmicas e polímeros além de suas respectivas propriedades mecânicas. Módulo de Elasticidade O módulo de elasticidade é dado pela inclinação da curva tensão-deformação na região em que a deformação é puramente elástica, ou seja, na parte inicial do diagrama, na qual se tem apenas uma reta (GARCIA; SPIN; SANTOS, 2010). 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 24/45 Figura 2.13 - Diagrama tensão-deformação apresentando o módulo de elasticidade Fonte: Adaptado de Callister Junior e Rethwisch (2008, p. 135). A Figura 2.13 mostra o diagrama de tensão-deformação, com destaque para o módulo de elasticidade, parte do diagrama em que se tem apenas um regime linear. Assim, o módulo pode ser determinado pela equação Módulo de Resiliência O módulo de resiliência é dado pela área abaixo da curva tensão-deformação, na região em que a deformação é puramente elástica, e representa a quantidade de energia que o sólido é capaz de absorver deformando-se de forma puramente elástica. Depois, a remoção da carga permite a recuperação dessa energia. E = σ ϵ 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 25/45 Figura 2.14 - Diagrama tensão-deformação apresentando o módulo de resiliência Fonte: Adaptado de Callister Junior e Rethwisch (2008, p. 145). A Figura 2.14 mostra o diagrama de tensão-deformação, explicitando o módulo de resiliência. Limite de Escoamento O limite de escoamento (LE) é de�nido a partir do valor de tensão no qual a deformação deixa de ser apenas elástica. Logo acima deste valor de tensão, conhecido como limite de proporcionalidade, já ocorre uma deformação plástica, ou seja, o material não tem mais a possibilidade de retornar ao seu comprimento inicial. Na prática, é difícil de�nir esse limite de proporcionalidade com precisão, de modo que é mais prático de�nir uma tensão conhecida como LE (𝜎e) como sendo a tensão necessária para se produzir uma pequena deformação plástica (𝜀p= 0,002). A Figura 2.15 mostra um diagrama de tensão-deformação, explicitando o LE de um material qualquer. 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 26/45 Figura 2.15 - Diagrama tensão-deformação apresentando o LE Fonte: Adaptado de Callister (2008, p. 140). Limite de Resistência à Tração O limite de resistência (LR), ou limite de resistência à tração (LRT), é de�nido como a máxima tensão de engenharia analisada durante o ensaio de tração, ou seja, simplesmente o valor máximo de tensão atingido durante o ensaio. A Figura 2.16 representa um diagrama tensão-deformação, apresentando o LR de um determinado material. 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 27/45 Figura 2.16 - Diagrama tensão-deformação apresentando o LR de um determinado material Fonte: Adaptado de Callister Junior e Rethwisch (2008, p. 141). Pode-se identi�car o tipo do material ensaiado a partir do local, no diagrama, em que ocorrer o LR. Metais: ocorre quando começa a formação da estricção. Cerâmicas: ocorre quando começa a propagação das trincas. Polímeros: ocorre quando o arcabouço está alinhado e prestes a quebrar. Ductilidade A ductilidade representa a medida do grau de deformação plástica a qual o material suportou até a fratura. Caso tenha suportado uma pequena deformação plástica ao romper, este material é classi�cado como frágil ; porém, se suportou uma grande deformação plástica ao romper, trata-se de um material dúctil (GARCIA; SPIN; SANTOS, 2010). A Figura 2.17 mostra um diagrama tensão-deformação, apresentando a ductilidade de materiais do 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 28/45 tipo: frágil, com pequena porcentagem de alongamento (%Al abaixo de 5%), e dúctil (se %Al for maior que 5%). Figura 2.17 - Diagrama tensão-deformação apresentando a ductilidade de materiais do tipo frágil e dúctil Fonte: Adaptado de Callister Junior e Rethwisch (2008, p. 143). Tenacidade A tenacidade é uma medida da quantidade de energia absorvida por um material quando ele se deforma até a fratura, ou seja, é a energia total relacionada à deformação elástica, somada à deformação plástica, e é indicada pela área total sob a curva tensão-deformação de engenharia do ensaio de tração, ou seja, pode ser medida a partir da área sob a curva “tensão x deformação” até o ponto de ruptura (GARCIA; SPIN; SANTOS, 2010). 1. Cerâmicos: baixa tenacidade, mesmo apresentando elevado módulo de elasticidade, possuem baixo alongamento; 2. Metálicos: alta tenacidade, pois apresentam elevado módulo de elasticidade e elevado alongamento; 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 29/45 3. Poliméricos: baixa tenacidade, mesmo apresentando alongamento muito elevado, apresentam baixo módulo de elasticidade. A Figura 2.18 mostra o diagrama tensão-deformação, apresentando a tenacidade para três diferentes tipos de materiais. Figura 2.18 - Diagrama tensão-deformação apresentando a tenacidade para três diferentes tipos de materiais Fonte: Adaptado de Callister Junior e Rethwisch (2008, p. 144). Dureza A dureza é a resistência de um material à deformação localizada, seja ao risco ou ao atrito. Considera-se o material mais duro aquele que é capaz de riscar o outro, por exemplo, se eu preciso lixar ou polir um diamante é necessário de outro diamante que seja tão duro quanto ele para realizar tal efeito. Dessa forma, a �m de quanti�car a dureza de um mineral, utiliza-se a escala de Mohs, que é formada por dez minerais organizados em ordem crescente de 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 30/45 dureza, que vai do material menos duro (talco) até o mais duro (diamante) (Figura 2.19). Figura 2.19 - Escala de Mohs. Fonte: ReScBr / Wikimedia Commons. Outra maneira de avaliar a dureza de um material é testar a sua capacidade de ser ou não penetrado (indentado) por outro. 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 31/45 reflita Re�ita Segundo Dias, Miranda e Godoy (2009), “o teste de indentação Vickers tem sido muito utilizado para avaliação da dureza super�cial em diferentes tipos de materiais. Devido à sua versatilidade, esta metodologia também é utilizada para avaliar diferentes propriedades mecânicas, como o módulo de Young (E) e a tenacidade à fratura (KIC), principalmente em materiais sinterizados como, por exemplo, o carboneto de tungstênio com cobalto (WCCo)”. Esse é um dos exemplos de milhares de trabalhos publicados que apresentam dados do teste de indentação. Re�ita sobre o assunto. Fonte: Dias, Miranda e Godoy (2009). O ensaio de indentação, ou ensaio de dureza, consiste em escolher uma ponta, com todas suas características previamente conhecidas, e fazê-la penetrar no material cuja dureza se deseja conhecer, aplicando uma carga (força) conhecida (GARCIA; SPIN; SANTOS, 2010). praticar Vamos Praticar 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 32/45 O comportamento mecânico de um material corresponde à relação entre sua resposta ou deformação a uma carga ou força aplicada. Considere que a curva apresentada na �gura a seguir corresponde à curva de tensão versus deformação de engenharia de um aço comumente empregado nas construções. Considerando o diagrama apresentado, avalie as a�rmações a seguir. i. A área associada à letra K representa o módulo de resiliência. ii. O ponto I representa o limite de LR e, após esta tensão, começa o fenômeno da estricção. iii. A letra F representa a tensão de escoamento ou LE. iv. A tenacidade pode ser representada pela soma das áreas K, L, M e N, e representa a energia. Está correto o que se a�rma em: a) I e II, apenas. b) II, apenas. c) II e IV, apenas. d) I, II e III e IV. Fonte: Elaborada pelo autor. 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 33/45 e) II, III e IV apenas. 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 34/45 A compreensão do diagrama de fases é imprescindível para a engenharia, pois é importante conhecer as propriedades dos materiais para a correta execução de um projeto e o controle dos procedimentos. As microestruturas e as propriedades mecânicas estão relacionadas entre si, e o diagrama de fases oferece informações acerca dessa relação e dos fenômenos aos quais são submetidos os materiais. Este tópico objetiva apresentar as terminologias que estão ligadas aos diagramas de fases e às suas transformações, os diagramas de pressão-temperatura para materiais puros, a interpretação desses diagramas, os diagramas mais recorrentes e as microestruturas de equilíbrio sob diversas circunstâncias (VAN VLACK, 1984). De�inições e Conceitos Para falarmos sobre ligas, fases e equilíbrio, é preciso se apropriar de algumas terminologias comuns do diagrama de fases. Os componentes serão apresentados como metais puros e/ou compostos que compõem uma determinada liga. Um sistema pode ser compreendido como um corpo Diagramas de FasesDiagramas de Fases 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 35/45 especí�co de um material especí�co ou pode ser uma série de possíveis ligas compostas pelos mesmos componentes, de maneira independente à composição da liga (CALLISTER JUNIOR; RETHWISCH, 2008). Limite de Solubilidade O limite de solubilidade pode ser de�nido como o ponto máximo em que um sistema de ligas, sob uma determinada temperatura, pode se dissolver em um solvente. A adição excessiva do soluto gera uma outra formação ou um novo composto que não o esperado. O exemplo mais simples apresentado para ilustrar o limite de solubilidade é o da água e do açúcar. Até um dado momento, o açúcar (soluto) na água é plenamente dissolvido e compõe um xarope (CALLISTER JUNIOR; RETHWISCH, 2008). No entanto, a partir de uma dada quantidade, o açúcar já não se dissolve plenamente no solvente (água), gerando a composição de xarope e cristais de açúcar que não foram dissolvidos. A Figura 2.20 mostra o efeito da temperatura nessa relação de solubilidade. 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 36/45 Figura 2.20 - Diagrama de fases água - açúcar Fonte: Adaptado de Callister Junior e Rethwisch (2008, p. 242). Fases O conceito de fase é determinante para a compreensão do diagrama de fases. Em uma fase, é possível identi�car uma porção homogênea de um sistema com características semelhantes e uniformes, química e �sicamente. Os materiais puros são considerados unifásicos, assim como as soluções em estado líquido, sólido ou gasoso. Para cada fase, haverá características próprias, com propriedades físicas e químicas distintas. Mesmo que haja diferentes fases em um mesmo sistema, para cada uma delas haverá propriedades individuais, e será possível observar uma mudança brusca que as separam uma das outras. Nesses casos de diferentes fases em um mesmo sistema, a mera distinção em relação a uma das propriedades (seja ela física ou química) já implica a separação entre elas, não sendo necessário que haja diferença nas duas. Os sistemas heterogêneos, como são conhecidos os sistemas compostos por duas fases ou mais, contemplam a maioria das ligas metálicas e os sistemas cerâmicos, poliméricos e compósitos. 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 37/45 Figura 2.21 - Diferentes tipos de fases em escala atômica Fonte: Adaptado de Callister Junior e Rethwisch (2008). O próprio sistema multifásico gera, devido à interação entre as fases, características diferentes e mais atrativas do que as de uma fase separada (CALLISTER JUNIOR; RETHWISCH, 2008) (Figura 2.21). Microestrutura Compreendendo o conceito de fase, �ca mais simples a de�nição da microestrutura, uma vez que essa é caracterizada pela quantidade de fases, suas propriedades e proporções, bem como pela maneira como se organizam e se distribuem. A microestrutura só pode ser observada a partir do auxílio de aparelhos ópticos e eletrônicos. A microestrutura de uma liga está diretamente relacionada aos elementos contidos nela, assim como às suas concentrações e ao tratamento térmico dado (GARCIA; SPIN; SANTOS, 2010). A Figura 2.22 mostra uma microestrutura de liga chumbo-estanho com duas fases distintas. 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 38/45 Figura 2.22 - Microestrutura da liga chumbo-estanho apresentado duas fases diferentes: alfa (fase escura) e beta (fase clara) Fonte: Adaptado de Callister Junior e Rethwisch (2008, p. 262). Regra da Alavanca No estudo das ligas, em especial as ligas metálicas, é muito importante a identi�cação das fases e da sua microestrutura. Parte desse estudo consiste na determinação da quantidade relativa de uma fase para uma dada condição, o que é realizado utilizando a regra da alavanca . A Figura 2.23 representa o diagrama de fases de uma liga hipotética do sistema A-B, com a aplicação da regra da alavanca. 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 39/45 Figura 2.23 - Diagrama de fase de uma liga hipotética do sistema A-B com a aplicação da regra da alavanca Fonte: Adaptado de Callister Junior e Rethwisch (2008, p. 246). A partir do diagrama que possui duas fases, alfa (𝛼) e beta (𝛽), e da aplicação da regra da alavanca, pode-se determinar a quantidade de cada fase utilizando as equações a seguir. onde: Co: concentração da liga; C𝛼: concentração de B na fase 𝛼 C𝛽: concentração de B na fase 𝛽 %α: quantidade relativa da fase 𝛼 %α = x 100% Cβ − Co Cβ − Cα %β = x 100% Cα − Co Cβ − Cα 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 40/45 %β: quantidade relativa da fase 𝛽 (CALLISTER JUNIOR; RETHWISCH, 2008). praticar Vamos Praticar O diagrama de fases do sistema de ferro-carbeto de ferro é, possivelmente, de todos os sistemas de ligas binárias, o mais importante. Esse diagrama está representado na �gura a seguir. Considerando o diagrama de fase apresentado, analise as a�rmações a seguir. i. O percentual de cementita no ponto X é maior que no ponto Z. ii. A liga com 0,5 % de C, à temperatura de 726°C, tem aproximadamente 63,9% de perlita em sua microestrutura. Fonte: Adaptado de Callister Junior e Rethwisch(2008, p. 272). 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 41/45 iii. A liga com 92,8 % de 𝛼, à temperatura de 726°C, é classi�cada como hipereutetoide. iv. A liga, no ponto X, tem, na fase austenita, um teor de carbono de 0,77 %. Está correto o que se a�rma em: a) I, II e III, apenas. b) II e IV, apenas. c) III e IV, apenas. d) I e IV, apenas. e) II e III, apenas. 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 42/45 indicações Material Complementar LIVRO Fundamentos de Engenharia e Ciência dos Materiais William F. Smith e Javad Hashemi Editora: AMGH Edição : 5 ISBN: 13: 978-8580551143 Comentário: O livro, já na versão em português, é de grande ajuda na compreensão dos conteúdos abordados nesta unidade. Para o tema de diagramas de fases, em em especial, recomenda-se a leitura do capítulo 8. 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 43/45 FILME Aço Ano: 2004 Comentário: O �lme apresenta um resumo sobre a produção do aço em escala industrial e faz uma relação com todo o avanço tecnológico que a humanidade obteve a partir do domínio das técnicas de fabricação e processamento dos aços. Para conhecer mais sobre o �lme, acesse o trailer disponível. Acesso em: 27 jan. 2020. TRA ILER 31/10/2022 10:23 Ead.br https://codely-fmu-content.s3.amazonaws.com/Moodle/EAD/Conteudo/ENG_QUICIM_20/unidade_2/ebook/index.html?redirect=1 44/45 conclusão Conclusão Esta unidade apresentou uma breve visão sobre a estrutura básica dos materiais cristalinos, que se formam a partir de uma unidade básica conhecida como célula unitária, formando, na sequência, um sistema cristalino e, depois, o que chamamos de estrutura cristalina, bem as diferenças entre os materiais cristalinos e amorfos. Durante a formação dos materiais, sempre haverá a presença de defeitos, que nem sempre irão proporcionar ao material características negativas, sendo sua presença desejada, sejam eles pontuais, lineares ou de outros tipos. Na seção que apresenta as propriedades mecânicas, foi apresentada a tensão e a deformação, em especial as propriedades relacionadas com o ensaio de tração, a exemplo do comportamento elástico - comportamento reversível, que comumente mostra uma relação linear entre a tensão e a deformação e do
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